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NÚMERO

Caderno Pedagógico 07
Escola Municipal de Ensino Fundamental

Professor(a): Aluno(a):
9ª Ano - Turma: Devolução: / /2021 Componente Curricular: Estudos Amazônicos

Caro aluno(a), esta folha é destinada para você transferir as respostas realizadas no seu Caderno
Pedagógico. As questões de 1 a 4, só há uma correta. A questão 5, você deve responder conforme o
comando. Somente esta folha deve ser devolvida ao professor para a correção das atividades. O caderno
Pedagógico deve permanecer com você.
ATIVIDADE - I

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0 A B C D __________________________________________________
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0 A B C D __________________________________________________
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0 A B C D _
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ATIVIDADE - II

A B C D __________________________________________________
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0 A B C D
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2 __________________________________________________
0 A B C D
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ATIVIDADE - III

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0 A B C D 0
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0 A B C D ___________________________________________________
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4 AS MINORIAS NA FLORESTA: MULHERES, NEGROS E ÍNDIOS
OUTUBRO DE 2021 3º/4º BIMESTRE
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As minorias sempre são ignoradas pela a historiografia
tradicional, isso, no entanto não quer dizer que não tem sua
importância na construção da sociedade contemporânea. O papel
das mulheres nessa sociedade baseada no patriarcalismo, onde o
homem é a figura predominante na relação, não suprimiu o papel
da mulher. Exemplo disso é Luiza Clara, mulher de Eduardo
Angelim que atuou fortemente ao lado dos cabanos no Pará.
Índios e negros também souberam resistir a dominação do branco europeu e foram responsáveis pela
miscigenação do homem amazônico, bem como seus traços culturais podem ser vistos em toda a região, seja
na alimentação, nas danças, nos termos linguísticos, em suma essas minorias, mesmo que não recebendo o
destaque merecido são responsáveis pela formação da sociedade amazônica.

DAS LENDÁRIAS AMAZONAS AS REAIS MULHERES DA FLORESTA

Ao chegarem à Amazônia os europeus denominaram as mulheres da região como amazonas, numa


alusão à lenda grega de mulheres guerreiras que só se relacionavam com homens para gerar suas filhas.
Francisco Orellana comandante de uma expedição, através do escrivão frei Gaspar de Carvajal relata esse
possível encontro em 24 de junho de 1541. De acordo com o documento eram mulheres de pele branca
muito altas montadas em cavalos possantes que teriam atacado a expedição.
Saindo do mundo fictício, é preciso destacar que as mulheres foram sempre relegadas ao papel de
esposa e mãe e, mesmo quando atuaram frente a movimentos de grande relevância social não ganharam o
destaque que lhe é devido. Situar as mulheres como centro de transformações é mais que alavancar a
discussão de gênero, porque sempre que se fala da história da humanidade, limitamos a citá-las como
esposas que serviam para a procriação e cuidado com a prole. É importante analisar a constituição de um
sistema de relações de gênero que se dá baseada nos estereótipos e convicções vigentes na sociedade
ocidental, mas também nas condições inusitadas impostas pela natureza e das condições de trabalho.
Entender as dimensões das relações de gênero e de como se relacionam e se constituem homens e mulheres
nessa formação social é um desafio, pois, a historiografia convencional costuma ignorar quase por completo
a experiência social das mulheres, relegando-as a segundo plano, mas felizmente, vem se ampliando os
estudos que focam a participação das mulheres em todos os fatos históricos, isso permite uma percepção
maior de suas especificidades e nos imputa uma consciência imprescindível para todos os indivíduos. As
mulheres buscam serem iguais e não idênticas aos homens.
A discussão sobre gênero nos permite fugir do estigma de sexo e assim, minimizar o preconceito
existente em relação à mulher. Aqui não se busca apenas enfatizar o papel de determinadas mulheres mais

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sim buscar e demonstrar que a história da Amazônia foi influência também pelas ações de mulheres que
ousam construir espaços que deveriam ser responsabilidade do poder público,
Mulheres que sensibilizada com a necessidade de outras mulheres juntaram esforços e conhecimento e
transformaram muitas histórias.
Isso reforça o que foi dito anteriormente, a mulher do migrante que veio para Amazônia é via de regra
citada como esposa, mãe e dona de casa. Os poucos documentos que tratam dessa época a coloca na
condição de figura secundária sem grandes ações que pudessem transformarem a vida dos moradores. Mas
ao direcionar nosso olhar com mais atenção e sensibilidade percebemos que muitas foram as mulheres que
imputaram um caráter mais humano naqueles que deveriam ser os maiores empreendimentos capitalistas no
coração da Amazônia. Ao ignora-las, minimizá-las diante dos muitos acontecimentos que transcorreram ao
longo do processo de ocupação da Amazônia, foi cometida uma grande injustiça e suas ações como
pioneiras, jamais reconhecidas. Falarem dessas mulheres quase que incólume na história é um resgate.
É nessa perspectiva de valorização das mulheres que efetivaram transformações importantes na estrutura
física e, sobretudo, na estrutura socioeconômica que elencamos seu papel de agente construtora da sociedade
Amazônica. É a descoberta destas mulheres como sujeito social e sua ação enquanto aglutinadora de outras
pessoas em prol de melhoria nas condições de vida dos moradores migrantes-colonos, bem como a
minimização ou mesmo de ignorância de seu papel que não pode cair no esquecimento,
Falar sobre a mulher enquanto agente transformador da história de uma comunidade é um desafio, pois,
se refere a um público especifico que sempre esteve à sombra dos maridos na história tradicional e nos
poucos documentos escritos, basicamente não aparecem mesmo porque colocam seu trabalho por melhores
condições de vida para os moradores locais e para suas famílias sem pretensão política partidária.

O NEGRO NA CONSTRUÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA E CULTURAL DA AMAZÔNIA

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Na Amazônia a presença do negro foi em pequena quantidade e foram introduzidos na região pelos
ingleses e não pelos portugueses como se supõem. O
baixo contingente de negros na Amazônia se justifica pelo
fato de que aqui havia mão de obra sobressalente dos
indignas e não havia, ou melhor não se conhecia o
potencial mineral da região e, por isso a Amazônia não
despertou o interesse do colonizador europeu. Como a
primeira atividade de exploração econômica desenvolvida
na região foi a coleta de denominadas drogas do sertão
(ervas e condimentos utilizados na culinária), não havia necessidade de empregar mão de obra escrava
negra que era bastante cara.
Como os missionários destacados para a região eram contrários a escravização dos indígenas, criou-se as
condições para a importação de escravos da África. Como a economia da região gravitava em torno do
extrativismo e na cultura de subsistência, de forma que a aquisição de escravos negros era dificultada pelo
seu alto valor. Porém, no século XVIII, com a administração do Marquês de Pombal e a constituição da
companhia de Comércio do Grão -Pará e Maranhão houve a entrada de uma grande quantidade de escravos
negros na região nos 22 anos de existência da companhia milhares de escravos negros foram introduzidos na
região para atuarem em diversas frentes de trabalho aqui desenvolvidos.
Pouco depois da promulgação da Lei Eusébio de Queiróz que proibia o tráfico negreiro, o Pará iniciou o
movimento abolicionista, de forma que em 1858 vários senhores de escravos declararam livres os seus
escravos, há que se destacar, porém, que não foram só os brancos que lutaram pela libertação dos escravos,
os próprios escravos negros reagiram à escravidão, organizando fugas em massa para regiões distantes que
no resto do Brasil foi denominado de quilombos, mas na Amazônia foi chamado de Mocambos. Os negros
da Amazônia participaram de todas as lutas populares e motins políticos, incluindo a Cabanagem (1835-
1845).
CURIOSIDADE...
A luta pela libertação dos negros na região amazônica formalizou-se com a cabanagem, que
contou com a participação massiva dos negros, de acordo com os historiógrafos mais de 500 negros
incorporaram as tropas cabanas. O destaque nos movimentos abolicionistas na Amazônia e no Estado do
Pará, pois a capital Belém surgiram várias associações pró-abolição e que se espalharam pelos vilarejos
interioranos.
Quando se faz referência aos problemas dos grupos raciais minoritários na Amazônia, costuma-
se ignorar a existência das comunidades negras e os impactos dos projetos de integração sobre elas. Desde os
primórdios da ocupação na Amazônia os negros buscam resistir a exploração do colonizador nos

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denominados mocambos, onde constituíram formas de vidas livre baseados nos seus conhecimentos em
relação a natureza adquiridos na sua terra natal a África.
As regiões onde mais os negros buscaram refúgio na região foi a do Baixo Amazonas e o
Amapá e depois de abolida escravidão no Brasil continuaram isolados ou minimamente integrados a
sociedade nacional, desenvolvendo uma vez que sobrevivem do extrativismo vegetal da caça e da pesca e da
agricultura de subsistência .Esses grupos mantiveram um grau de isolamento considerável, mas que a partir
das políticas de integração nacional tiveram suas comunidades e formas de organização social e cultural
afetada.
É importante lembrar que a Constituição Brasileira estabelece a proteção dos grupos remanescente de
quilombos que ainda persistem no país, o Art. 216 § 5º determina: “ficam tombados todos os documentos e
os sítios detentores reminiscências dos antigos quilombos.” Isso, porém, não foi respeitado durante a
implantação dos grandes projetos de colonização e exploração mineral, esses grupos perderam e continuam a
perder espaço, hoje são os grandes latifúndios, voltados para a pecuária extensiva que tem comprometido as
áreas de extrativos pertencentes a esses grupos que ainda resistem a miscigenação cultural e social.

O ÍNDIO E O HOMEM BRANCO: UMA RELAÇÃO QUE QUASE DIZIMOU OS POVOS DA


FLORESTA

Os indígenas que vivem na Amazônia eram


caçadores/coletores e que viviam de forma nômade, viviam
em grupos familiares na organização tribal. Usavam
instrumentos rudimentares mais já haviam grupos sedentários
que conheciam técnicas agrícolas. Os primeiros brancos a
chegarem a Amazônia foram os ingleses, franceses e
holandeses que precederam os portugueses e se apropriaram
da mão de obra das drogas do sertão.
Como a área era de abrangência dos espanhóis, os
portugueses demoraram a ocupar a região. Com as bandeiras
de exploração e de apresamento os portugueses acabaram por
penetrar na região e instituíram as missões religiosas de várias
ordens. O principal grupo religioso instalado na região foram
os jesuítas que estavam mais interessados na utilização da
mão de obra do que na catequização dos índios, como os demais grupos que aqui se instalaram. Para melhor
explorar os indígenas foi criada uma língua especifica, denominada de língua geral com a mesclagem da
língua portuguesa e indígena. Infelizmente essa língua foi proibida nos impedindo de ter uma íngua própria.
O Marquês de Pombal criou leis que decretavam o fim da escravidão indígena, mais não impediu a perda
quase total de suas tradições culturais.

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Nas últimas décadas do século XX, as frentes pioneiras de penetração contam com os meios de
comunicação sofisticados e com armas sofisticadas, tornando as populações indígenas suscetíveis a
dominação do homem branco e a dizimação de inúmeras nações indígenas. Um dos projetos dos muitos
projetos de integração que mais afetaram as populações indígenas foi e continua sendo o PGC- Programa
Grande Carajás, pois as obras que possibilitaram a implantação do PGC cercearam as terras que eram
utilizadas pelos índios para as atividades de subsistência desses grupos.
Aproximadamente 23 grupos indígenas situados nos estados do Pará, Maranhão e Tocantins foram
afetados pelo PGC, com um montante de 1.200 indígenas. Esses grupos foram afetados tanto com a
construção da estrada de ferro para o escoamento da produção mineral, pela diminuição das áreas de
cobertura de floresta nativa imprescindível à sua sobrevivência como também pela invasão de posseiros após
a abertura das rodovias federais e estaduais.
Outros grupos indígenas foram afetados pela construção da hidrelétrica de Tucuruí, pois uma grande
área das terras dos Parakanã foi destruída pela inundação do lago da hidrelétrica. Outros grupos indígenas
como os Apyterewa, Araweté, os Assurini e os Xikrin correram o risco de terem suas terras afetadas pela
construção da hidrelétrica de Belo Monte, que vem gerando intensos debates na região e no país.
Além da invasão alavancada com os projetos de mineração e geração de energia, as indústrias
madeireiras também ameaçam essa populações.
Com a Fundação Nacional do Índio – FUNAI tem demostrado incapacidade de gerenciar esses
conflitos, alguns caciques a exemplo do falecido cacique Tutu Pombo, que foi grande líder dos Kaiapós que
assinou contrato de concessão de áreas de seu povo com uma empresa mineradora, permitindo a exploração
nessa área e em troca os índios recebiam um percentual da produção aurífera. Isso também aconteceu no
Acre com os Cinta Larga que permitiram a extração de diamantes e que depois de se sentirem lesados
acabaram matando um grupo de garimpeiros na área.
Vários grupos indígenas foram e continuam sendo lesados no processo de demarcação de suas terras.
As áreas indígenas vêm sendo alvo de pesquisas minerais e empresas como a renomada VALE está tentando
a concessão do direito de pesquisas nessas áreas o que pode comprometer ainda mais a sobrevivência dessas
populações. O estado brasileiro não tem atuado dentro da lei, ao contrário está ferindo os dispositivos legais
que determinaram a demarcação e a proteção das terras indígenas e pode agravar ainda mais a situação já
conflituosa permanente na região.

REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Elvira Soares. Estudos Amazônicos, Grandes Projetos no Pará (9º Ano) Tucumã-2013, 1ª edi.
1ª impressão Carajás Editora.
https://www2.ufjf.br/noticias/2020/03/27/covid-19-celia-xakriaba-alerta-sobre-risco-de-exterminio-de-
indigenas/
https://www.cartacapital.com.br/educacao/floresta-%E2%80%A8negra/
https://brainly.com.br/tarefa/35112212

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