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RELATÓRIO DE

VISITA TÉCNICA
Visita às instalações da Pedreira Irmãos Machado –
Amarantina, Ouro Preto - MG

Esta visita à Pedreira Irmãos Machado ocorreu no dia 19/09/2019 e teve


como finalidade conhecer e entender as causas (aspectos ambientais) dos
impactos ambientais percebidos por moradores da comunidade do entorno,
de forma a propor ações de mitigação que possam resultar em uma relação
equilibrada entre o empreendimento, a proteção ambiental e a prevenção da
poluição, proporcionando as mais saudáveis relações sociais no contexto em
que a empresa está inserida.

Pela relação: Antônio Barros


07/10/2019
7/10/2019

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA

Visita às instalações da Pedreira Irmãos Machado – Amarantina, Ouro Preto - MG

____________________________________________________________________________

Sumário:

Página Tópico Subtópico Assunto


02 - - Foco da visita - Grupo de Visitantes – Anfitriões –
Objetivo da visita.
03 e 04 1 - Sobre licenças e condicionantes.
2 - Gestão de águas.
05 3 - Controle de poeiras.
4 - Controle de ruído ambiental.
06 e 07 5 - Controle de ruído ambiental.
6 - Controle de relacionamento e comunicação com
partes interessadas.
08 7 - Levantamento de aspectos/impactos ambientais,
ações propostas e prazos de implantação sugeridos.
09 7.1 Emissão de poeira.
7.2 Emissão de ruído.
10 7.3 Vegetação e litologia.
11 7.4 Movimentação extramuros de carretas.
12 a 14 8 - Empresas sobre as quais a Irmãos Machado tem
influência devido a condição de fornecedor
(Machado Júnior) e inquilino (Contorno).
8.1 Transportadora Machado Júnior.
15 8.1.1 Quanto a geração de ruído.
8.1.2 Quanto ao uso de água.
8.1.3 Quanto ao tratamento de efluentes.
8.1.4 Quanto a gestão de resíduos sólidos.
16 8.2 Usina de asfalto Contorno Construtora de Obras.
9 - Fechamento desse relatório.
17 - Data e assinatura do relator.

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Foco da visita:
A Empresa, Pedreira Irmãos Machado, extrai e beneficia rocha gnaisse, para aplicação na
construção civil em geral. A produção atual é de 1.000.000 de t/ano (toneladas por ano), o que
corresponde a, aproximadamente, 833.000 t/mês (toneladas por mês), variando de um mês
para o outro de acordo com a demanda.
Além de clientes da construção civil, atualmente os principais clientes da Irmãos Machado são
a Fundação Renova que aplica o produto nas operações de mitigação dos impactos
decorrentes do rompimento da Barragem de Fundão, da SAMARCO e a Vale, na construção de
barreiras preventivas para contenção de rejeitos em São Gonçalo de Bação.
Grupo de visitantes:

• Fellipe Magé Toledo, morador de Amarantina, representando um grupo de comunitários


do entorno da Irmãos Machado;
• Antônio Barros, morador da Paragem do Tripuí, desempenhando a função de coordenador
voluntário desse processo de visitação; e
• Ademar Cavalcanti, diretor da SCI Fractal e especialista em HSEC, atuando como consultor
voluntário neste processo de visitação.
Anfitriões:

• Denio Machado – CEO da Pedreira Irmãos Machados.


• Jhonatas Linhares de Medeiros – Gerente de Operação.
• Flávia Nazaré Mappa – Gerente de Administração.
• Fellipe Batista – Coordenador de Meio Ambiente.
Objetivo da visita:
Essa visita, acordada com a Irmãos Machado através do seu Coordenador de Meio Ambiente,
Sr. Fellipe Batista, objetivou identificar as questões ambientais que a comunidade do entorno
da empresa, alega lhes afetar.
De posse das observações de campo e da
análise da documentação pertinente, o
grupo de visitantes se comprometeu a Licença Social é a expressão da qualidade
das relações entre empresa e comunidade
emitir o presente relatório com ações a
local. É informal, não permanente e
serem discutidas com a empresa, cuja dinâmica. Deve ser conquistada e mantida,
finalidade é promover uma relação através do diálogo constante e do
harmônica entre o empreendimento e a engajamento de ambas as partes.
comunidade, na forma de uma Licença
Social, alicerce da gestão empresarial.
Escopo da visita:
Todos os processos operacionais (mina, beneficiamento e oficinas) e de apoio da empresa, bem
como os bota-foras, o controle das águas superficiais e subterrâneas, a política de resíduos
sólidos e o transporte de produto.

“O grupo de visitantes atesta o atendimento cordial dos anfitriões, a disposição


mostrada para tornar a visita completa conforme o escopo combinado, bem como a
clareza das informações transmitidas.”

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1. Sobre licenças e condicionantes:

Todas as licenças estão válidas, renovadas ou em processo de renovação. O nível de exigência


do órgão ambiental licenciador é relativamente baixo, conforme parecer de Ademar Cavalcanti
que detém expertise em processos de licenciamento na área de mineração, mas existem
condicionantes de controle ambiental para os diversos impactos ambientais. Os parâmetros
indicadores de poluição medidos por laboratórios credenciados junto ao INMETRO, estão
abaixo dos limites estabelecidos pelo órgão licenciador e legislação pertinente. Os relatórios
de comunicação, ao órgão licenciador, dos indicadores monitorados, estão em dia.

2. Gestão de águas:

O processo de beneficiamento do gnaisse é a seco. Entretanto, a empresa utiliza água em


quantidade moderada para controle de poeira no beneficiamento e vias, na limpeza em geral
e outras aplicações da rotina do empreendimento. Essa água de uso geral é captada no Rio
Maracujá, para o que, a empresa tem a devida outorga.

Existe Separador de Água e Óleo – SAO, para adequação dos efluentes da oficina. O efluente
final da água de uso da Irmãos Machado, passa por uma decantação de sólidos antes de ser
encaminhado para a natureza através de manilhamento.

Sugere-se que este efluente final, ao invés de ser devolvido à natureza, seja
transferido para algum ponto de uso próximo, por bombeamento, levando à
redução na captação de água nova no Rio Maracujá. Essa atitude, além de
ambientalmente exemplar (emissão zero), geraria redução no custo de energia
elétrica, já que a captação no rio é mais distante que o ponto de descarte do
efluente final.

Não foram evidenciados processos de assoreamento nos cursos d’água, cujas causas possam
ser atribuídas às operações da Irmãos Machado, entretanto, as saias das pilhas de produtos,
pela proximidade a cursos d’água, devem ser alvo de monitoramento constante.

Recomenda-se que sejam construídas bermas de proteção entre as referidas saias


de pilhas e os cursos d’água.

Vale notar que os canais condutores de água na região do entorno das operações não são
naturais, ou seja, foram escavados pelos usuários, sobre o que não há registros e, tampouco,
há registros de controle sobre os volumes utilizados, o que pode explicar, em boa parte, a
redução na vazão percebida a jusante das operações da empresa.

A perda de vazão mencionada no parágrafo anterior deve-se, também, ao estado precário da


canalização dessa água na travessia da região onde são formados os estoques de produtos,
bem como pelo acúmulo de vegetação na entrada de manilhas em pontos como travessia da
estrada da prefeitura, entre outros.

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Sendo assim, é recomendável que a referida canalização seja reconstruída pela


empresa, usando o método de manilhamento que é mais resistente que o atual e
que não sejam depositados produtos sobre o manilhamento. Outrossim, é
adequado que mutirões da comunidade promovam limpeza do mato nas entradas
das manilhas à jusante das nascentes, bem como em alguns pontos dos canais. Essa
limpeza deve ser feita com emprego de, apenas, ferramentas manuais e deve
ocorrer pelo menos uma vez por ano, na entrada do período seco quando a vazão
é, naturalmente, reduzida.

Não há qualquer evidência de que a cava da mina tenha atingido o lençol freático. Aliás, o
gnaisse nesse jazimento é uma rocha sã, sem permeabilidade para reter ou conduzir água (a
água corre por fora do maciço). Sendo assim, é de se esperar que o lençol freático esteja abaixo
do limite geológico vertical da mina, conforme explicado pelo CEO da empresa.

Mesmo considerando as características da mina, narradas acima, é recomendável


que a empresa instale um ou dois piezômetros fora do maciço de gnaisse, para
evidenciar que o lençol freático regional se encontra abaixo do fundo da cava e que,
com esses dados, possa afirmar cientificamente que o lençol não foi atingido.

Voltando às águas superficiais, percebeu-se que abaixo do enrocamento do bota-fora de


estéril, existem evidências objetivas de canais e pontos de alagamento (poças), secos. Tais
evidências, consistem de vegetação típica e de pequenas estruturas de captação.

Conforme depoimento de antigos moradores, tais pontos eram alimentados por duas
nascentes que, hoje, estão aterradas pelo estéril do bota-fora, o que a empresa diz
desconhecer. Portanto, é recomendado que a coordenação de controle ambiental da empresa
investigue tal situação e tente dirimir essa dúvida. Por exemplo, deve-se investigar se, com a
vinda das chuvas, essa água brotaria em outro ponto, ou se o aporte de água às áreas
identificadas poderia vir da mata preservada no local. Mesmo porque, considerando que as
nascentes possam de fato estar aterradas, seria inviável a sua recuperação e, nesse caso, a
empresa poderia desenvolver e validar junto à sociedade e ao órgão licenciador, algum tipo de
compensação ambiental.

Em função da variedade e riqueza das espécies de vegetação ali encontradas


(referindo-se ao parágrafo anterior), em ótimo estado, bem como dos “rastros” da
água constatados, sugere-se a criação de um pequeno núcleo de educação
ambiental voltado, principalmente, para o público escolar de Amarantina. Caso seja
confirmado o aterramento dos olhos d’água, tal iniciativa atestaria, além da rica
vegetação e outras evidências interessantes, a importância do manuseio
adequado das águas.
O enrocamento para limitação da saia do bota-fora é muito importante para
prevenção de deslizamento do talude. Sendo assim, é recomendável que ele seja
reforçado e que nos taludes sejam plantadas espécies de gramíneas, conforme
planejamento informado pela empresa aos visitantes.

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Finalizando o capítulo destinado às águas, recomendamos que a empresa faça um


levantamento socioeconômico e ocupacional, local, com foco nas partes
interessadas diretas e em suas atividades, incluindo o uso da água. Desta forma,
seria possível planejar ações em prol do desenvolvimento sustentável.

3. Controle de poeira:

Chama a atenção o fato de que o controle de poeiras não tenha sido incluído como
condicionante ambiental. Isto denota fragilidade dos estudos de impactos ambientais – EIA,
que originou as licenças e/ou a incerta análise do órgão licenciador.

Entretanto, a empresa controla a emissão de poeiras e todos os resultados do controle estão


abaixo dos limites estabelecidos pela legislação que é de 240 micrograma/m3.

São seis pontos de controle:

• Ponto 1 - Residência do Chico Xavier;


• Ponto 2 - Rua Ponte de Pedra;
• Ponto 3 - Paragem do Tripuí;
• Ponto 4 - Sítio Vizinho;
• Ponto 5 - Rua do Barreiro;
• Ponto 6 - Rua Nossa senhora Aparecida.

A poeira é gerada nas operações de mina, nos acessos e vias, nas pilhas de produtos, nas
instalações de beneficiamento e na operação do bota-fora.

Contatou-se que são despendidos esforços para reduzir as emissões de poeira


referidas no parágrafo anterior, entretanto, percebe-se que algumas ações
precisam ser aprimoradas ou ampliadas, como veremos no tópico 7.1 desse
relatório, que trata aspectos/impactos ambientais e de ações recomendadas.

4. Controle de ruído ambiental:

Existe condicionante ambiental nas licenças para ruído e existe um Plano de Controle de Ruído
Ambiental, cujos valores gerados nas medições feitas por empresa credenciada, estão abaixo
dos limites legais.

São seis pontos de medição de ruído, cuja frequência é uma medição anual por ponto, ou seja,
uma medição a cada dois meses. Os pontos estabelecidos estão distantes da emissão, o que
leva a valores não representativos, caracterizados como áreas rurais ou urbanas sem atividade
industrial e não de uma área mista como é o caso.

A empresa forneceu um sismógrafo em comodato para a Paragem do Tripuí, para que fizessem
suas próprias medições.

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Relativamente ao ruído ambiental, entre outras ações constantes do tópico 7.2


desse relatório, recomenda-se a definição de uma nova malha de medição, mais
próxima das operações e que possibilite identificar eventuais não
conformidades para as partes interessadas externas.

É importante lembrar que a intensidade do som, a partir de uma fonte pontual, é reduzido
diretamente com o quadrado da distância da fonte. Assim, em locais mais próximos das
fontes, pode-se notar ruídos mais altos que precisam ser investigados e tratados.

5. Plano de gestão ambiental - PGA:

Existe um plano de gestão ambiental, cuja atualização é necessária. Esse plano deve ser
detalhado com as atividades de controle ambiental existentes, assim como o Programa de
Gestão de Resíduos Sólidos – PGRS, apenas citado no PGA, deveria ser descrito de forma mais
abrangente e completa.

Em linhas gerais, com relação ao PGRS recomenda-se que o detalhamento seja


feito considerando:
o Inventário dos resíduos gerados na empresa incluindo sua classificação;
o Mapeamento da legislação aplicável, municipal, estadual e federal;
o Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
o Implantação de um sistema de coleta e armazenamento temporário;
o Implantação de procedimentos de controle da geração e destinação de pneus,
graxas e óleos;
o Adoção de procedimentos de separação e qualificação de resíduos;
o Avaliação de alternativas e definição da destinação final;
o Qualificação e contratação dos destinadores;
o Qualificação de transportadores;
o Descrição do tratamento e destinação final, mesmo quando feito fora da
empresa;
o Monitoramento da destinação por terceiros contratados;
o Inclusão de programa de redução de resíduos;
o Criação de um programa de educação ambiental.

6. Programa de relacionamento e comunicação com partes interessadas:

A Irmãos Machado apresentou um Plano de Comunicação Social - PCS, entretanto, tal plano é
incipiente e não retrata, adequadamente, o que a empresa faz atualmente.

Discutiu-se, nessa fase da visita e já foi comentado no início desse relatório, o conceito de
Licença Social para Operar – LSO. Desenvolvido por uma empresa de mineração canadense e,
hoje em dia, disseminado no mundo todo, o conceito de LSO vem sendo adotado pelos diversos
tipos de indústria. Ou seja, a aceitação social por parte das comunidades afetadas direta ou

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indiretamente pelas organizações, é cada vez mais uma condição para a sustentabilidade das
atividades das organizações.

O que é Licença Social?

Licença Social é a expressão da qualidade das relações entre partes interessadas e a empresa,
concedido pela comunidade local de forma individualizada, intangível, informal, não
permanente e dinâmica. Tem que ser conquistada e, em seguida, mantida através do diálogo
constante e do engajamento de ambas as partes.

Relativamente ao Plano de Comunicação Social - PCS, sugere-se:

o Revisar o Plano de Comunicação Social


existente, de modo que o mesmo seja, PCS que
possa ajudar na obtenção da Licença Social para Você não obtém a sua
Operar, conforme conceituado; Licença Social, indo a um
ministério do governo e
o Difundir o conceito de Licença Social para fazendo um pedido ou
Operar, como um instrumento tão importante simplesmente pagando
quanto as diversas licenças formais, voltado para uma taxa. Isto requer
muito mais... para se
a sustentabilidade das operações; tornar verdadeiramente
o Desenvolver um plano estratégico, para parte das comunidades
em que atuam.
estabelecer o “como” do relacionamento com Estamos operando em
partes interessadas externas, sendo que o ideal uma era onde a licença
seria a elaboração de um plano estratégico de social é tão importante -
se não mais importante -
Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Relações do que o potencial mineral.
Comunitárias, para a empresa, compatível com
THOMSON, 2014
o seu porte;
(baseado).
o Usar o jornal corporativo interno, que é uma
excelente prática da Irmãos Machado, como um
instrumento importante de comunicação com
partes interessadas externas;
o Além do jornal, estabelecer um canal de comunicação permanente e formal com
as partes interessadas externas como, por exemplo, reuniões trimestrais, ou mais
frequentes, com representantes locais;
o Incentivar e auxiliar na criação de um Comitê de Representantes Locais.
Finalizando esse tópico, apesar de não fazer parte do escopo dessa visita, foi possível observar
algumas fragilidades na gestão de saúde e segurança do trabalho, assim como de segurança
patrimonial.

São aspectos que, se não forem devidamente tratados, podem resultar em riscos à reputação
da organização, resultando em dificuldades de relacionamento com clientes, com órgãos
ambientais, com colaboradores e com a comunidade.

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7. Levantamentos de aspectos/impactos ambientais, ações existentes, ações


propostas e prazos de implantação sugeridos.

7.1 – Emissão de poeira:

Aspecto ambiental Impacto Ambiental

Emissão de poeira. Contaminação do ar e das águas superficiais.

Medidas de controle existentes

Cortina de água aspergida na transferência dos britadores: Trata-se de uma ação digna de nota e
de publicação como referência para outras operações semelhantes. Consiste da criação de um
invólucro de água pulverizada na transferência dos britadores. A certa distância a nuvem de água
(microgotas) formada por esse método tem a aparência de uma nuvem de poeira pairando sobre as
instalações.
Água aspergida através de sprays no beneficiamento: Consiste da pulverização de água (baixo
volume e média pressão) nas calhas e peneiras.
Aspersão de água nas vias internas: Essa ação, muito usada em operações desse tipo, consiste do
emprego de caminhões pipas aspergindo água nas vias internas.
Varrição mecanizada das vias extramuros: Resulta do emprego de vassoura mecânica na passagem
dos caminhões de transporte de produtos, nas áreas próximas.
Aplicação de “tela verde” tipo mosquiteiro: A aplicação destas telas em pilhas de material fino para
impedir a emissão de poeira. No caso da Irmãos Machados a aplicação é nas pilhas de produto.
Umidificação da carga dos caminhões: Trata-se da pulverização de água sobre a carga dos caminhões
transportadores dos produtos, na saída da expedição.
Medidas de controle propostas Prazos sugeridos
Imediato Curto Médio Longo
Até 30 dias 3 meses 6 meses 18 meses
Replicar a cortina de água aspergida onde for X
factível e importante.
Replicar a água de spray onde for factível e X
importante.
Usar supressor de poeira (álcool polivinílico ou X
outro) na aspersão de água nas vias internas.
Tornar mais eficaz o processo de varrição X
mecanizada (intensificar a supervisão, buscar
equipamento mais eficiente, etc).
Aplicar a “tela verde” em todas as pilhas de X
produtos finos.
Aumentar o nível de exigência da cobertura dos X
caminhões na saída da expedição (lona).
Transferir a plataforma de enlonamento para X
área interna da empresa.

Melhorar a eficácia da umidificação da carga dos X


caminhões, usando supressor de poeira na água
e avaliar a lavação de pneus na saída da portaria.

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Reavaliar a malha dos pontos de medição de X


poeira, estabelecendo novos pontos mais
próximos às residências e outras infraestruturas
urbanas.
Levantar outros pontos de geração de poeira e Continuamente.
estabelecer medidas de controle eficazes.
Melhorar continuamente o controle sobre Continuamente.
emissão de poeira.

7.2 – Emissão de ruído:

Aspecto ambiental Impacto Ambiental

Emissão de ruído diversos e vibração pelo uso de Danos à saúde tais como: perdas
explosivos. auditivas, zumbidos, ansiedade,
nervosismo; Danos ao patrimônio.

Medidas de controle existentes

Horário de produção: O horário de produção estabelecido é de 07 às 17h.


Horário de expedição: O horário de expedição estabelecido é de 06 às 19h.
Horário do “fogo”: Entre 15 e 16h das quintas-feiras.
Linha silenciosa: Uso no desmonte por explosivos.
Plano de “fogo”: Volume desmontado igual a produção de uma semana, apenas.
Enclausuramento: Os equipamentos de beneficiamento (britadores e peneiras, principalmente) são
enclausurados parcialmente.
Medidas de controle propostas (figuras Prazos sugeridos
meramente ilustrativas). Imediato Curto Médio Longo
Até 30 dias 3 6 18
meses meses meses
Estabelecer uma nova malha de medição de ruído, com X
pontos mais próximos da origem, que possibilite a
identificação de eventuais não conformidades.
Garantir que os horários definidos (Produção 07/17h, X
expedição 06/19h e “fogo” 15/16h às quintas-feiras)
sejam cumpridos na íntegra, para todas as atividades
que gerem ruído, inclusive manutenção.
Manter os planos de fogo com o objetivo da produção X
de uma semana apenas. Em casos extraordinários, a
comunidade deve ser comunicada com antecedência.
Estudar a redução do horário da expedição, através do X
aumento da produtividade do carregamento.
Reavaliar a frequência das medições, por exemplo, X
bimestral, feitas para os seis pontos a cada bimestre.

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Construir barreira acústica na britagem de pedra de X


segunda, do lado voltado para a comunidade.

Levantar outros pontos de geração de ruído e Continuamente.


estabelecer medidas de controle eficazes.
Melhorar continuamente o controle sobre emissão de Continuamente.
ruído.

7.3 – Vegetação e litologia:

Aspecto ambiental Impacto Ambiental

Remoção de cobertura vegetal e alteração da Alteração paisagística.


litologia na área de operação da mina.

Medidas de controle existentes

Termo de compromisso de servidão florestal: Área de servidão perpétua (Relação de área = 2 X 1),
que está sendo feito com aquisição de áreas de floresta para preservação.
Medidas de controle propostas (figuras Prazos sugeridos
meramente ilustrativas) Imediato Curto Médio Longo
Até 30 dias 3 meses 6 meses 18 meses
Estabelecer um X (Observação: A
contrato com comunidade deve se
organização de organizar para
comunitários, viabilizar a ação).
para geração de
mudas e plantio
em área degradada para recuperá-las e gerar
fonte de recursos para os comunitários.

Buscar áreas para recuperação em Amarantina e Continuamente.


que, efetivamente, sejam benéficas para a
comunidade.

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Por exemplo: Recuperação de mata ciliar do Rio


Maracujá.

Reinstalar poste de iluminação pública, afetado X


por queda de árvore da empresa, conforme
depoimento de morador.

Uma parte da contenção do talude do pátio da X


expedição (ao lado do muro em recuperação), é
feita com toras de eucalipto e não transmite
segurança. Sugere-se reforça-la e aumentar a
altura do muro neste ponto.

7.4 – Movimentação extramuros de carretas:

Aspecto ambiental Impacto Ambiental

Tráfego de grandes carretas transportando Sobrecarga das vias públicas, incômodo sonoro,
produtos, em vias urbanas. contaminação por poeira, risco elevado de
acidentes com pessoas, com edificações, com
animais e com outros veículos.

Medidas de controle existentes

Manutenção da via: A empresa executa alguma manutenção nas vias que mais utiliza (Rua Ponte da
Pedra e saída para a Br). Mas, o que é feito é muito pouco em relação à gravidade do impacto.
Medidas de controle propostas (fotos Prazos sugeridos
meramente ilustrativas). Imediato Curto Médio Longo
Até 30 dias 3 meses 6 meses 18 meses
Continuar e ampliar as operações de Continuamente.
manutenção da Rua Ponte da Pedra e outras
vias atualmente utilizadas pelas carretas.
Criar um “caminho seguro” X
para os transeuntes envolvendo
sinalização horizontal e vertical,
bloqueio e faixa de pedestre.

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Reforçar sinalização vertical X


e horizontal da Rua Ponte da
Pedra e da saída para a Br.

Criar rota alternativa Iniciar o Construir as Construir.


para as carretas, saindo processo parcerias e
da expedição para (pré- obter a
alcançar a Br, incluindo projeto). autorização.
um trevo completo,
com a participação da
PMOP, da Paragem do
Tripuí e da Paragem do
Arvoredo. Considerar a
possibilidade de incluir
uma passagem de
pedestres.
Recuperar a Rua da Ponte da Pedra e outras X
vias atualmente utilizadas, assim que
concluída a obra da rota alternativa.

8. Empresas sobre as quais a Pedreiras Irmãos Machado tem influência devido a


condição de fornecedor de transporte (Machado Júnior) e inquilino (Contorno):

No dia 26/09, aproveitando a disponibilidade dos envolvidos, Fellipe Batista (Coordenador de


Meio Ambiente da Irmãos Machado) programou visitas a Transportadora Machado Júnior e à
Contorno Construtora de Obras. Dessas visitas, guiada por Fellipe Batista, participou Antônio
Barros, membro do grupo de visitantes.

8.1 – Transportadora Machado Júnior:

Os seguintes funcionários da transportadora anfitrionaram o visitante:

• Divino – Gerente de Transporte;


• Adelson – Encarregado de Manutenção;
• Edlhane – RH.

Observações de campo e recomendações:

8.1.1 - Quanto a geração de ruído:

1. A garagem tem dois compressores que só entram em operação quando cai a pressão do
tanque de ar comprimido, automaticamente. Portanto, operam poucas vezes e em tempos
curtos. Os compressores da Machado Júnior estão isolados em pequenas salas, ou seja, há
enclausuramento acústico parcial.

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Apesar dos compressores não terem sido observados em operação (pressão alta dos tanques
no momento da visita), segundo um fornecedor pesquisado, o nível de ruído é em torno de 70
dB (decibéis) nas condições de enclausuramento, para medição feita nas proximidades (ruído
ocupacional). Entretanto, as informações obtidas são inconclusivas e o assunto é complexo.

Desta forma, entende-se que os desconfortos sonoros relatados por vizinhos da rua
da Rua Ponte da Pedra, podem não decorrer dos compressores conforme a
alegado por vizinho. Sendo assim, recomendamos medidas de redução do nível de
ruído, como se segue:

o Melhorar o enclausuramento dos compressores fechando com basculantes na


janela e aplicando isolante de ruído nas paredes;
o Instalar silenciadores reativos na entrada e na saída do ar e melhorar a isolação
acústica com o uso de molas ou coxins sobre uma base de inércia (consultar o
fabricante). Deve-se, também, utilizar juntas flexíveis nas tubulações;
o Desenergizar os compressores entre 20h e 06h da manhã seguinte, para evitar que
entrem em operação por queda de pressão nos tanques;
o Fazer medições de ruído no entorno da garagem até se estabelecer a real influência
dos compressores no conforto acústico dos vizinhos e comunicar os valores
obtidos à comunidade.

2. A retirada e colocação de parafusos das rodas das carretas é feita com o emprego de um
Torquímetro Pneumático que gera ruído ocupacional de alta intensidade, obrigando o uso de
abafadores de ruído pelos mecânicos. Essa ferramenta deve, também, gerar ruído ambiental
fora dos padrões de normalidade.

Dessa forma, relativamente ao uso dessa ferramenta, sugere-se:

o Instalar barreiras de proteção acústica no box destinado a esta tarefa;


o Não operar essa ferramenta entre 20h e 06h da manhã seguinte e, de preferência,
encurtar ainda mais o horário destinado a esse serviço (07h às 18h). Isso pode ser
alcançado com a melhoria da produtividade;
o Manter a ferramenta em estado de nova;
o Consultar o fabricante sobre outras ações para redução do nível de ruído;
o Fazer medições de ruído no entorno da garagem até se estabelecer a real influência
do torquímetro no conforto acústico dos vizinhos e comunicar os valores obtidos
à comunidade.

3. A lavagem de carretas é feita com bomba de água que gera ruído de baixa intensidade.

Foi feita uma medição usando o decibelímetro de um aplicativo de celular, ou seja, sem
nenhuma validade para fins de laudo, que indicou um ruído ocupacional oscilando em
torno de 60 dB.

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Recomendação:

o Fazer medições do nível ruído ambiental gerado por essa bomba, do lado de fora
dos muros da transportadora e comunicar os valores obtidos à comunidade.

4. O sistema de lubrificação de graxa das carretas é feito com o uso de Engraxadora


Pneumática. Para alguns equipamentos consultados, o nível de ruído ocupacional indicado fica
abaixo de 80 dB, no momento da injeção de graxa.

Recomendação:

o Fazer medições do nível ruído gerado pela engraxadora, do lado de fora dos muros
da transportadora, e comunicar os valores obtidos à comunidade.

5. O sistema de troca e/ou adição de óleo lubrificante é feito a partir de grandes bombonas
de óleo, com fluxômetro na ponta da mangueira. O nível de ruído da tarefa é muito baixo e só
é percebido quando se está muito próximo da operação.

6. O abastecimento das carretas é feito por uma bomba de óleo diesel com fluxômetro para
controle de consumo, igual às bombas dos postos de combustíveis existentes em qualquer
cidade ou beira de estrada. Nesse caso, o único ruído que pode influenciar a percepção dos
vizinhos é o decorrente das manobras das carretas para se posicionarem na bomba.

Nesse caso, recomenda-se:

o Em função da manobra das carretas, não operar o abastecimento entre 20h e 06h
da manhã seguinte e, de preferência, encurtar esse o horário de abastecimento.
Sugere-se estudar se, com o emprego de uma bomba de maior vazão, esse horário
pode ser reduzido para 07h às 19h.

7. Outros serviços de manutenção, chamados de manutenção fina (muito baixo nível de ruído)
são realizados entre 20h e 22h e, durante a madrugada, de 22 às 6h, apenas um funcionário
fica na garagem. Este funcionário, eventualmente, faz lavagem de veículos e lubrificação.

Em função da propagação do ruído, recomenda-se:

o Não execução dessas atividades, em função do ruído da manobra das carretas para
acessar o box de lavagem e a bomba de abastecimento. Esse ruído é gerado pelo motor,
freios e sinal sonoro de ré, entre outros.
o Com a criação do trevo referido em 7.4, entende-se que a garagem da
Transportadora Machado Júnior deva ser remanejada para encerrar o uso das vias
públicas já mencionadas, para acessar a expedição da Pedreira Irmãos Machados.
Sendo assim, sugere-se que a transportadora avalie e se manifeste sobre esse
remanejamento.

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8.1.2 – Quanto ao uso de água:

Uma iniciativa da Transportadora Machado Júnior, digna de nota, é a captação de água de


chuva e o aproveitamento dessa água nas tarefas da garagem.

Na transportadora não há consumo de água relevante, inclusive, a atividade de lavagem de


veículos é feita com a bomba já citada, cujo jato produzido é de pressão elevada e baixa vazão.

Mesmo assim, recomenda-se que sejam feitas inspeções rotineiras para correção
de perdas físicas (vazamentos) que, por ventura, venham a ocorrer.

8.1.3 – Quanto ao tratamento de efluentes contaminados:

Os efluentes contaminados com óleos e graxas, inclusive os oriundos do posto de


abastecimento, são encaminhados para um Separador de Água e Óleo – SAO. O efluente do
SAO (efluente final) é monitorado e os resultados estão abaixo do limite legal (20mg/L).

Apesar da situação relatada estar conforme, sugere-se:

o Inspeções rotineiras do sistema para correção de possíveis entupimentos,


principalmente na entrada do tubo que conduz os efluentes do posto de
abastecimento;
o Criar barreira de contenção em torno das bombonas de lubrificantes,
encaminhando os vazamentos, se acontecer, para o SAO.
o Bombear o efluente do SAO para a caixa d’água geral da oficina, atingindo a
situação ambiental ideal (emissão zero), gerando economia da água de uso da
garagem, eliminando a necessidade de monitoramento do efluente e gerando
redução do custo de água.

8.1.4 – Quanto a gestão de resíduos sólidos:

Os resíduos são armazenados temporariamente na garagem e, posteriormente, encaminhados


para destinação em empresas licenciadas. A documentação referente a esse processo foi
apresentada.

Há aqui, também, um ponto positivo digno de nota: A transportadora substituiu os tambores


de óleo lubrificante e outros recipientes menores, por bombonas retornáveis, eliminando,
assim, a geração de resíduo perigoso, altamente agressivo.

Mesmo que a gestão esteja sendo feita conforme descrito, recomenda-se:

o Fazer um contrato com a mesma empresa de destinação de resíduos que atende a


Pedreira Irmão Machado, para recolhimento dos resíduos oleosos (filtros de óleo,
panos e estopas sujos de óleo ou graxa e etc), em função da fragilidade do processo
atual que é intermediado;

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o Relativamente aos resíduos recicláveis, a transportadora deve usar o sistema


usado pela pedreira que é o encaminhamento para uma Associação de Catadores
de Ouro Preto, aproveitando a mesma viagem;
o Estabelecer com os destinadores de
resíduos perigosos, que lhes encaminhem
cópia dos relatórios emitidos para o órgão
ambiental, responsável pela licença;
o Desenvolver campanhas educativas
internas, para que os funcionários utilizem
corretamente os recipientes de coleta
seletiva;
o Organizar/sinalizar as áreas destinadas
a estoque de sucatas (que são vendidas), de pneus usados e outros materiais.

8.2 – Usina de asfalto Contorno Construtora de Obras:

Os seguintes funcionários da Contorno anfitrionaram o visitante:

• José Adão Lopes Roberto – Encarregado de Obras;


• Jesus – Vigilante.

Observações de campo e recomendações:

A área ocupada pela Contorno hoje em dia serve apenas como local de guarda de
equipamentos, já que não está em operação e nem há previsão de retomada.

Em relação a questão ambiental, registramos cheiro de piche no ambiente, desarrumação total


do ambiente e perdas de máquinas e equipamentos, já que, aparentemente, não há
procedimentos de preservação.

Não há mais o que comentar.

9 – Fechamento desse relatório:

O que se espera a partir de agora é que se inicie um processo de relacionamento saudável entre
a Pedreira Irmãos Machado, incluindo suas influenciadas, e a comunidade. Essa tese já está,
suficientemente, tratada no estabelecimento de objetivos e pode ser reforçada pela afirmação
de que, o esforço aplicado até aqui, que não é tão pouco, decorre da nossa crença na
construção desse processo de relacionamento.

Desta forma, cumprimentamos a comunidade e o empreendimento pela disposição


apresentada até o momento, em estabelecer os alicerces para a obtenção inédita, nessa região,
da Licença Social para Operar e que sejamos, portanto, uma referência no que diz respeito ao
relacionamento de excelência entre um empreendimento econômico e a sociedade na qual
esse empreendimento está inserido.

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Outrossim, queremos agradecer a todos os envolvidos nesse processo, destacando a


contribuição voluntária e de altíssimo nível do Sr. Ademar Cavalcanti que, apesar de não viver
nessa região, deu-nos um exemplo inestimável de exercício da cidadania.

Finalmente, como relator, gostaria de reforçar junto à comunidade a importância de se


organizarem, para conseguirem maior representatividade, darem cunho legal às suas ações e
permitir investigar e influenciar sobre outras circunstâncias geradoras de impacto ambiental
que afetam Amarantina.

Amarantina, 07 de outubro de 2019.

________________________
Pela relação: Antônio Barros

Este relatório deve ser usado apenas como meio para a busca do objetivo expresso na
página 02. Não deve ser usado, no todo ou em parte, para outro fim.

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