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A “bola da vez”.

A expressão utilizada para mostrar alguma coisa que está em evidência, em


destaque, sintetiza o momento de Mato Grosso do Sul em relação ao setor de celulose. O estado
atualmente é o segundo maior produtor brasileiro, fica atrás somente da Bahia, mas lidera as
exportações nacionais.

Com três linhas industriais em operação, duas da Suzano, em Três Lagoas, e uma da Eldorado, no
mesmo município, Mato Grosso do Sul tem capacidade instalada para processar anualmente 5
milhões de toneladas de celulose por ano.

O volume já coloca o estado como um dos maiores produtores mundiais. Se fosse um país, seria o
11º produtor mundial, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO).

A produção “Made in MS” seria superada somente pelos Estados Unidos, o próprio Brasil, o
Canadá, a China, a Suécia, a Finlândia, a Rússia, a Indonésia, o Japão e o Chile. (ENTRA EM
ARTE)

Nos próximos seis anos o cenário vai mudar e Mato Grosso do Sul será catapultado a liderança
isolada na produção de celulose no Brasil e consolidado como um dos maiores fabricantes
mundiais.

Em 2024 deve entrar em operação a nova fábrica da Suzano no estado. A planta, com capacidade de
2,5 milhões de toneladas está sendo construída em Ribas do Rio Pardo, cidade a 97 quilometros de
Campo Grande.

Com mais essa planta em operação, Mato Grosso do Sul deve ter um parque industrial em
condições de produzir 7,5 milhões de toneladas de celulose por ano. Portanto, deve superar as 5,5
milhões da Bahia (atual lider nacional). (Entra EM ARTE)

Nesta mesma perspectiva, em 2028 está previsto o início da atividade da primeira fábrica no setor
da multinacional chilena Arauco. A indústria, de 2,5 milhões de toneladas será implantada em
Inocência, a 330 quilômetros de Campo Grande.

Com os dois novos projetos, a médio prazo o estado vai mais que duplicar sua produção, passando
das 10 milhões de toneladas – bem próximo do top cinco do ranking mundial de países e com
potencial para avançar ainda mais, já que haveria condições (solo, clima e disponibilidade de áreas)
para a implantação de novas linhas pelas empresas já instaladas.

A formação desse cluster, que reúne algumas das maiores e mais eficientes empresas de celulose do
mundo, está mudando a base econômica de Mato Grosso do Sul.

Com essa expansão, o estado mantém sua vocação para o agro, explorando a silvicultura (plantio de
florestas para abastecer essas indústrias), mas agrega valor. As fábricas transformam a matéria-
prima em um dos mais importantes insumos para a fabricação de diversos produtos (veja mais no
vídeo abaixo: Caminho da Celulose).

O processo que já batiza extraoficialmente Mato Grosso do Sul como “estado da celulose” e a
região leste do estado, onde estão localizadas as indústrias já em operação e os projetos em
execução, de “Vale da Celulose”, em referência do polo de tecnologia “Vale do Silício”, na
Califórnia, Estados Unidos, vem ocorrendo de maneira sustentável. (Entra mapa do projetos em
MS)
A produção é certificada e ações estão sendo desenvolvidas pelas empresas e pelo poder público
para mitigar os efeitos da instalação dessas mega fábricas.

Nesta matéria você vai ler sobre:

O porquê de MS ser a “bola da vez” para a celulose

Panorama atual das empresas de celulose no estado

Setor é dos mais emprega e melhor remunera

Produção “Made in MS” chega a 36 países

Nova fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo

Arauco escolhe Inocência para sua primeira planta

Eldorado constrói novo terminal no porto de Santos

Bioeletricidade, alternativa econômica e sustentável

Sustentabilidade como premissa básica

Como o setor está transformando a vida das pessoas

Potenciais e gargalos da celulose em MS

Bola da vez!

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de


Mato Grosso do Sul (Semagro), Jaime Verruck, aponta que o estado se tornou a “bola da vez” para
o setor de celulose devido a uma série de fatores, mas relatou que existe um componente histórico
inserido nesse contexto.

“Quando houve incentivo fiscal, na década de 1970, Mato Grosso do Sul chegou a ter 500 mil
hectares com florestas plantadas. Mas, sem a indústria para fazer o processamento muito se perdeu,
até com incêndios, e uma parte foi destinada a produção para carvão. Entretanto, naquele momento,
se teve um panorama muito claro que as terras da Costa Leste do estado tinham aptidão muito forte
para a atividade e isso ficou na memória do setor florestal brasileiro”.

Essa aptidão, conforme ele, era explicada pela vocação para o agro, tradição no cultivo de grandes
áreas com uma mesma cultura, baixa declividade do solo (o que possibilitava a mecanização), solos
arenosos e clima tropical quente e úmido.

Esse clima tem uma estação chuvosa bem delimitada no verão uma seca, no interno. As
temperaturas anuais ficam na média dos 23ºC e volume de chuvas varia, em média, entre 900 e
1.400 milímetros por ano.

“Por mais que se tenha teores de argila extremamente fracos, você tem níveis de chuva na região
adequados a produção de eucalipto. Não precisa fazer irrigação. Irrigação somente no início do
plantio e para fortalecer as mudas. Então, essas condições criam uma situação florestal favorável”,
apontou o secretário.
Além disso, havia disponibilidade de terras antropizadas, ou seja, que já haviam sido utilizadas por
outras atividades. Essas áreas, a maior parte deleas, eram subutilizadas pela pecuária e enfrentavam
processos erosivos.

A Costa Leste do estado, banhada pela bacia do Paraná, contava ainda com boa disponibilidade de
de água. O recurso é um dos principais insumos da indústria da celulose. É usado na limpeza da
materia-prima, no cozimento no digestor e depois na lavagem e no branqueamento da celulose.

Mas operando em circuitos semifechados grande parte dessa água é reutilizada e o que é devolvida
para os rios passa antes por rigoroso processo de tratamento.

Outro ponto favorável é a própria localização desta região de Mato Grosso do Sul. Está próxima ao
estado de São Paulo – principal consumidor nacional de celulose, e também dos portos do Sudeste e
Sul, como Santos (SP), São Francisco do Sul (SC) e Paranaguá (PR), por exemplo, para a
exportação da produção.

E para fazer o escoamento, uma logística que possibilita o uso de três modais separados ou
integrados: rodoviário, ferroviário (com ramais interligando terminais das empresas, a Ferronorte,
por exemplo) e hidroviário (hidrovia do Paraná-Tietê).

Com as condições edafoclimáticas, geográficas e logísticas favoráveis, o estado acelerou a partir da


segunda metade dos anos 2000 seu processo de industrialização. Foi criado um ambiente
institucional favorável por parte do governo do estado e das prefeituras.

O trabalho era voltado para agregar valor à produção primária, gerar empregos e renda para a
população, promovendo dessa forma a diversificação da base econômica e levando
desenvolvimento as médias e pequenas cidades.

Entre os setores que ganharam espaço estavam as indústrias de transformação voltadas a fabricação
de alimentos, de biocombustíveis e de celulose e papel.

Panorama

ARTE INSTALAÇÃO DAS FÁBRICAS

Foi com esse pacote de atrativos e uma política de concessão de incentivos fiscais que se instalou a
primeira fábrica de celulose, em Três Lagoas, em 2009. Uma unidade da Votorantim Celulose e
Papel (VCP).

Na época, a indústria com capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano,
sendo 90% destinada a exportação, gerou um aumento de 300% no Produto Interno Bruto (PIB) do
município e de 13% no PIB do estado.

Depois, com a fusão da VCP com a Aracruz ainda em 2009, passou a ser unidade da Fibria e, em
2018 foi adquirida pela Suzano junto com o restante da companhia. (foto Fibria fábrica)

Um ano depois do início da operação da já então Fibria, os irmãos Joesley e Wesley Batista, do
grupo J&F, decidiram diversificar as atividades e entrar no setor de celulose, construindo uma
fábrica, também em Três Lagoas.

A pedra fundamental da Eldorado Brasil foi lançada em junho de 2010 e a planta iniciou as
operações em 12 de dezembro de 2012. Na época, a planta era a maior do mundo em capacidade
instalada de produção, em linha única, de 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano. (foto
Eldorado fábrica)

Em 2017, a então Fibria iniciou a operação de uma segunda linha, na prática uma segunda fábrica,
dentro da mesma área da empresa em Três Lagoas. A nova unidade nasceu com a capacidade de
processamento de 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano. (foto segunda linha)

Somando a primeira e a segunda linha, a empresa atingiu a capacidade de produção de 3,25 milhões
de toneladas de celulose por ano.

Crescimento subestimado

O presidente da Associação dos Produtores de Florestas Plantadas de Mato Grosso do Sul (Reflore-
MS), Ramirez Calvo, aponta que essa rápida expansão da indústria de celulose supreendeu
positivamente.

Ele comenta que o planejamento feito pelo Poder Público e pela cadeia produtiva contribuíram
nesse processo e ajudaram a impulsionar ainda mais o crescimento do setor no estado.

Ramirez explica que em 2008 foi elaborado o primeiro Plano Estadual para o Desenvolvimento
Sustentável de Florestas Plantadas de Mato Grosso do Sul (PEF/MS). O documento previa que até
2030 o estado atingiria a marca de 1 milhão de hectares com silvicultura. Essa área seria destinada
principalmente para atender três ou quatro linhas de produção de celulose.

Essas metas, entretanto, foram superadas 12 anos antes, conforme o presidente da Reflore-MS. “Em
2018 já tínhamos mais de 1 milhão de hectares e três indústrias, porque contamos as duas linhas da
Suzano, em Três Lagoas, como duas fábricas. O nosso plano foi subestimado. Tivemos um
crescimento maior do que o previsto, mas isso ocorreu porque criamos em Mato Grosso do Sul um
ambiente favorável para isso. Precisávamos de uma alternativa para diversificar a economia do
estado e encontramos isso na celulose. Ela não compete, agrega”, ressalta.

Ramirez cita uma série de vantagens ambientais cumulativas da atividade,como: recuperação de


áreas degradadas, redução da erosão, melhoria da vazão de mananciais hídricos e aumento da
biodiversidade, entre outros.

“Temos uma atividade que tem ganho ambiental, social e econômico. Atingimos o tripé da
sustentabilidade. Diversificamos e criamos emprego. Acredito que isso fez um ambiente muito
favorável. Isso foi feito com a união do Poder Público, dos empresários e dos produtores.
Politicamente se criou esse ambiente favorável”, ressaltou, completando que atualmente o estado já
tem 1,2 milhão de hectares cultivados com florestas para atender as três linhas de produção de
celulose em atividade.

Conforme a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Sistema Fiems), o estado tem a
segunda maior área plantada com eucalipto do país, respondendo por cerca de 24% da produção
nacional dessa matéria-prima. O cultivo está distribuído pelas cidades de Três Lagoas, Ribas do
Rio Pardo, Água Clara, Brasilândia, Selvíria, Inocência e Santa Rita do Pardo.

Emprego e renda

Dados gráfico
Dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) tabualados pelo
Sistema Fiems apontam que a atividade de fabricação de celulose emprega formalmente (com
carteira assinada) mais de 15 mil trabalhadores no estado, somando as áreas florestal e industrial.

A estimativa do governo do estado é que o setor gere outros 12,2 mil empregos indiretos
(fornecedores e clientes imediatos das indústrias), totalizando pelo menos 27,2 mil trabalhadores no
segmento.

Na área florestal são 8.843 empregados diretamente pelo setor (dados até setembro de 2022). É o
quarto maior contingente entre as atividades agropecuárias de Mato Grosso do Sul, ficando somente
atrás da pecuária de corte, cultivo de soja e de cana-de-açúcar.

Já no segmento industrial, são 6.228 empregados diretos. É a terceira maior força de trabalho no
macro setor, sendo superado apenas pelos frigoríficos (bovinos, suínos e aves) e as usinas de açúcar
e etanol.

Conforme a Fiems, o salário médio na área florestal é de R$ 2.890, considerando a extração de


madeira em floresta plantadas, as atividades de apoio à produção florestal e o cultivo de eucalipto.
Porém, se considerada somente a atividade de "extração de madeira em floresta plantada" o salário
médio é ainda maior e chega a R$ 3.913, sendo o maior da agropecuária sul-mato-grossense.

No setor fabril, o salário médio é de R$ 4.729. Também é o mais elevado entre as principais
atividades da indústria de transformação de Mato Grosso do Sul.

A projeção da Fiems é que somando a massa salarial dos trabalhadores empregados diretamente na
fabricação da celulose atinja em 2022, R$ 713 milhões, sendo R$ 330 milhões dos colaboradores da
área florestal e R$ 383 milhões da industrial.

Exportações

Mato Grosso do Sul é o maior exportador de celulose do Brasil. Segundo o Ministério da Economia,
embarcou no acumulado de janeiro a outubro de 2022, 3,7 milhões de toneladas, resultando em uma
receita de US$ 1,268 bilhão.

O estado responde sozinho por 18,24% do faturamento brasileiro com a venda de celulose, que
chegou a US$ 6,953 bilhões no período. Em relação ao volume, a participação sul-mato-grossense é
ainda maior, 22,72% das 16,594 milhões de toneladas embarcadas.

GRAFICO EXPORTAÇÃO DA CELULOSE BRASILEIRA

Na balança comercial de Mato Grosso do Sul, a celulose é segunda no ranking de exportações. É


superada apenas pela soja que atingiu um resultado financeiro com as vendas internacionais de US$
1,969 bilhão nestes dez meses de 2022.

O produto florestal, representa, entretanto, quase um quinto da receita do estado com as


exportações. O percentual chega a 18,22% dos US$ 6,959 bilhões de faturamento.

A celulose sul-mato-grossense é vendida para 36 países na Ásia, América do Norte, América


Central, América do Sul, Europa, Oriente Médio e África.

O grande comprador da celulose “Made in MS” é a China. O país importou somente este ano 2
milhões de toneladas, com investimento de US$ 638,9 milhões. Representou 53,12% do volume
exportado pelo estado e 50,37% da receita com as vendas internacionais do produto.

Entre os continentes, a Ásia é o grande mercado para a produção sul-mato-grossense. Dez países
adquiriram a celulose do estado. As vendas chegaram a US$ 710,8 milhões, ou 56,04% da receita
total do estado com a exportação do item.

Arte com bandeira dos países para onde MS exporta

Nova fábrica da Suzano

Arte da fábrica nova

A Suzano, maior player global de produção de celulose, está utilizando o know how adquirido com
a planta de Três Lagoas, onde suas duas linhas têm capacidade instalada para produzirem juntas
3,250 milhões de toneladas (1,300 milhão de toneladas a primeira e 1,950 milhão de toneladas a
segunda), na construção de seu segundo site no estado, em Ribas do Rio Pardo.

Em maio de 2021 foi iniciada a construção da fábrica. A companhia investe R$ 19,3 bilhões para
instalar uma planta com capacidade de produção de 2,550 milhões de toneladas por ano – uma das
maiores do mundo.

A previsão é que a indústria esteja em operação em 2024. Atualmente, 4 mil pessoas trabalham no
canteiro de obras da empresa e, no primeiro semestre de 2023, no pico da construção, esse número
vai chegar a 10 mil. Quando estiver produzindo, a fábrica vai empregar diretamente 3 mil
colaboradores.

O diretor de Engenharia da Suzano e responsável pelas obras de implantação da nova fábrica,


Maurício Miranda Pereira, diz que a planta de Ribas do Rio Pardo vai ampliar em quase 20% a
capacidade de produção de celulose de mercado da companhia e representa um passo importante
para atender a demanda mundial crescente pelo produto.

Ele destacou que a escolha de Mato Grosso do Sul para receber também o novo empreendimento da
empresa foi feita com base em uma série de critérios.

“O nosso conhecimento junto com o estado favoreceu a tomada de decisão. Existe muita
oportunidade em pastagens degradadas. A Suzano busca essas áreas, recupera através do plantio de
árvores. Não cortamos árvores. Colhemos o que plantamos. Segundo ponto. Sempre tivemos uma
acolhida, o suporte para que caminhemos para as melhores decisões de negócios. Então, sempre
tivemos na esferas municipal e estadual, a colaboração, a seriedade e a confiança para trabalhar”,
ressaltou.

Maurício Miranda apontou que fatores econômicos e de logística pesaram na decisão. “Temos
conhecimento da capacidade de escoamento. É um desafio, mas um desafio conhecido. Não é uma
decisão simples, um projeto desse tem que ter viabilidade técnico-econômica. Em uma indústria
desse porte, quanto mais próxima for a floresta, mais competitiva é. Mato Grosso do Sul favorece.
Tem áreas próximas a operação industrial.Conseguimos em Ribas do Rio Pardo um modelo de
competitividade tão bom quanto o de Três Lagoas”, analisou.

O diretor da Suzano diz que no processo de instalação da nova fábrica já está ocorrendo um
processo de troca de ativos florestais com a unidade de Três Lagoas, de modo que, as áreas de
silvicultura mais próximas a Ribas do Rio Pardo, fiquem dedicadas a sua operação.
Ele disse que para atender a demanda por mão de obra qualificada para a unidade de Ribas do Rio
Pardo, está sendo promovido em parceria com as entidades do Sistema S, em especial o Senai, um
grande processo de qualificação em toda a região. As pessoas treinadas para a nova fábrica,
inclusive, vão concluir a capacitação em uma etapa prática nas instalações da empresa em Três
Lagoas.

O modelo de escoamento da planta nova, de acordo com o diretor, também vai se basear na logística
utilizada em Três Lagoas. Neste unidade, a produção da segunda linha sai em caminhões da fábrica
e segue até o terminal intermodal da empresa em Aparecida do Taboado, onde vai de trem, na malha
de Ferronorte até o porto de Santos.

Para a fábrica em Ribas do Rio Pardo, o modal rodoviário será utilizado para escoamento até um
novo terminal intermodal que será construído em Inocência. A carga será embarcada depois em
trens, que vão levar o produto também via Ferronorte até Santos. No porto, a empresa tem dois
terminais já em operação. As estruturas vão passar por adequações para receber o novo volume de
processamento da companhia.

Conforme Maurício Miranda, a planta de Ribas do Rio Pardo contará com o estado da arte em
tecnologia embarcada. “Vai ter a tecnologia da indústria 4.0, com sensores, imagens capturadas por
câmeras e uso da inteligência artificial no controle de processos. Tudo buscando efetivamente uma
melhoria contínua. Vai ter muito monitoramento para atuação preventiva, proativa e preditiva.
Vamos enxergar as tendências do processo e apontar melhorias”.

A nova fábrica, a exemplo, da unidade de Três Lagoas, também vai cogerar energia, utilizando tanto
biomassa liquida (licor negro), quanto a sólida, que sobram do processo de fabricação da celulose.
Essa produção de energia elétrica limpa, além de garantir a autossuficiência da planta, ainda vai
disponibilizar 180 MW que serão colocados no grid nacional.

A energia, conforme Maurício Miranda, possibilitaria o abastecimento de uma cidade com até 2,3
milhões de habitantes e representa mais um fonte de recursos para a empresa.

Além de celulose e bioeletricidade, a fábrica contará com outro produto em seu portfólio, o singás.
“Muito alinhada com a questão ambiental, será a primeira unidade a produzir gás, a partir da
biomassa e de resíduos de madeira. Esse gás será utilizado como combustível dos nososs fornos de
cal. Então, em vez de utilizar gás natural, que é um combustível fóssil, nos estamos substituindo
100% dessa matriz energética fóssil por uma matriz energética verde, chamado de singás”.

Crescimento da cidade

aproveitar dados do gráfico da matéria anterior e fazer novo, no outro padrão

A pedido da Indústria Brasileira de Árvores (Iba), a Fundação Getúlio Vargas – Instituto Brasileiro
de Economia (FGV-IBRE) fez um estudo para estimar os efeitos dreitos, indiretos e induzidos de
setor de árvores cultivadas com relação a geraçaõ de emprego e renda e fomento aos novos
negócios, em razão do papel multiplicador das grandes empresas.

Esse estudo, divulgado neste ano, aponta que a presença da indústria de base florestal em
regiões afastadas de grandes cidades produz efeito positivo nas localidades. A chegada do setor,
impulsiona atividades e serviços e estimula a criação de novos negócios que possam atender à
demanda por bens e serviços dos trabalhadores que estão se estabelecendo nas cidades.
Por estarem localizadas em regiões afastadas dos grandes centros, acabam se tornando um fator
dinâmico essencial para as economias locais.

A projeção do estudo é de que para cada R$ 1 milhão de produção no setor seja gerado pelo fator
multiplicador um valor acionado de R$ 1,05 milhão de renda e forma indireta e induzida.

Ribas do Rio Pardo, que recebe o investimento da Suzano, vivencia na prática os reflexos positivos
citados no estudo do Ibá.

O prefeito da cidade, João Alfredo Danieze (PSOL), aponta que o efeito da instalação da fábrica na
cidade foi quase imediato. O município, que antes tinha 25,3 mil habitantes (estimativa de 2021 do
IBGE), ganhou, aproximadamente mais 5 mil moradores em razão da obra.

A arrecadação municipal também cresceu muito, aumentando a disponibilidade de recursos para


investimentos em áreas como saúde, educação e assistência social, entre outras. Somente com o
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (Issqn), o incremento foi de 93%, entre 2020, R$ 6,6
milhões, e 2021, 12,8 milhões. Veja mais no vídeo acima.

“Registramos um superavit de quase um terço do orçamento anual em 2021. O previsto era R$ 120
milhões e arrecadamos R$ 150 milhões. Neste ano também estamos percebendo isso. Já
arrecadamos 50% do projetado para o ano, sendo ainda maior do que o ano passado e chega a R$
185 milhões. É um acréscimo significativo e será ainda maior quando a fábrica estiver em operação,
o que deve nos levar a triplicar nossa receita”.

Danieze diz que o setor produtivo, principalmente os segmentos de comércio e de serviços, está
eufórico, com grande crescimento nas atividades relacionadas a hotelaria, gastronomia, construção
civil e comércio. “Eles estão percebendo a grandiosidade disso, mas o impacto, propriamente dito
deve vir entre o fim deste ano e o começo do próximo”.

O prefeito diz que entre o anúncio da instalação da fábrica e junho deste ano, aproximadamente 200
novas empresas se instalaram no município e o número de consultas para abertura de novos
negócios não para de crescer. São entre 10 a 15 por semana.

“A fábrica atrai uma série de outras atividades econômicas que não tínhamos, como uma cozinha
industrial
e uma lavanderia industrial. Agora temos às duas. A rede hoteleira não tinha a capacidade que tem
hoje e tem várias atividades surgindo. Ribas vai receber, por exemplo, uma indústria química que
vai gerar 80 empregos diretos e fornecerá produtos químicos usados no embranquecimento da
celulose para Suzano. Costumo dizer que temos dois canteiros de obras. Um da fábrica, o outro na
cidade, tamanha a quantidade de construções”, relata.

O gerente da unidade de competitividade empresarial do Sebrae/MS, Rodrigo Maia, explica que a


chegada de uma “empresa âncora” a um município oferece uma série de oportunidades as micro e
pequenas empresas. Ele comenta que essas chances são apresentadas em dois grandes momentos:
durante a instalação da indústria e quando a fábrica está em operação.

“Primeiro, as micro e pequenas empresas têm a oportunidade de atender diretamente as indústrias,


com bens e serviços. Também podem ser fornecedores das empresas contratadas ou subcontratadas
dessas gigantes. A terceira oportunidade é o que chamamos de ‘efeito renda’, sendo a cadeia
formada, por exemplo, por açougues, supermercados, farmácias, restaurantes e imobiliárias, entre
outras, que vai atender dos colaboradores aos gestores das outras empresas”, explica.
Maia diz que antes mesmo do anúncio oficial da instalação da fábrica da Suzano em Ribas do Rio
Pardo, a entidade e a empresa âncora já faziam um trabalho para que o município, o setor produtivo
e a população, pudessem aproveitar as oportunidades que a chegada do empreendimento oferecida.
O objetivo também era preparar a cidade para mitigar os outros impactos, como, por exemplo, o
aumento abrupto do número de moradores e da demanda por serviços públicos na saúde, educação,
segurança e infraestrutura.

Ele comenta que foi elaborado um mapa de oportunidades, listando, a partir da visitação “in loco”,
mais de 1,2 mil empresas de vários segmentos de Ribas do Rio Pardo e cidades próximas, como
Campo Grande, Água Clara e Três Lagoas. Esses empreendimentos poderiam ser fornecedoras de
produtos e serviços para a indústria.

Mitigação

A empresa âncora diz que a contrapartida ao município começou antes mesmo da terraplanagem da
obra. A indústria cita uma série de ações, entre elas: um programa de educação que contribui para o
desenvolvimento de estudantes e beneficia 4 mil alunos de 10 escolas; cursos de qualificação nas
áreas industrial e florestal em parceria com o Senai e com uma série de atrativos para a população
local, como bolsa-auxílio, alimentação e oportunidade de contratação, após a conclusão.

Também é relacionado uma parceria com a prefeitura para incentivar jovens e adultos a concluírem
os estudos e um curso preparatório gratuito para o Exame Nacional para Certificação de
Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

A Suzano informa também que tem um pacote de ações do denominado Plano Básico Ambiental
(PBA) que prevê R$ 48 milhões em investimento no município para melhorias e projetos nas áreas
de saúde, educação, habitação, segurança pública e segurança no trânsito.

Segundo a companhia, são mais de 20 iniciativas. Uma das principais é a reforma do hospital
municipal, prevista para ser iniciada em setembro deste ano. Vai ser ampliada a capacidade de
atendimento da unidade de saúde, com a implementação de mais 10 leitos de terapia intensiva
(UTIs), sendo seis totalmente equipados pela empresa.

Ainda previstos no plano estão o apoio a projeto habitacional com construção de casas populares
para famílias sem renda inscritas no cadastro único do município; a adequação do trevo de acesso à
cidade na BR-262; a implantação de uma nova delegacia de Polícia Civil, uma nova base para a
Polícia Rodoviária Federal na BR-262; e apoio na melhoria da estrutura física da Polícia Militar
para comportar o aumento do efetivo, o que possibilitará a transformação do batalhão em
companhia.

Arauco, em Inocência

Além do novo projeto da Suzano, outra gigante do setor, a multinacional chilena Arauco, a segunda
no ranking mundial de produção de celulose, também confirmou um empreendimento em Mato
Grosso do Sul. A fábrica será implantada em Inocência, também na Costa Leste do estado.

A unidade será a primeira de produção de celulose da companhia no Brasil. A empresa está presente
no país desde 2002, e já tem 114 mil hectares de florestas plantadas, sendo 60 mil no Mato Grosso
do Sul. Esse maciço é utilizados para abastecer cinco plantas de produção de painéis.

Segundo o diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da empresa, Mário José de Souza Neto,
desde 2009 a empresa estuda investir em celulose no país.
Ele explica que vários aspectos foram considerados na tomada de decisão do investimento em Mato
Grosso do Sul. Entre os quais: já contar com uma área cultivada no estado e o próprio clima local,
que é muito favorável ao cultivo de eucalipto, resultado em um índice de produtividade que é um
dos maiores do país.

“Outro ponto que nos chamou a atenção foi que vimos que o Mato Grosso do Sul tem uma política
de incentivo muito clara ao desenvolvimento florestal e da celulose. Ela fomenta o setor, tanto que o
estado é hoje o principal exportador de celulose do Brasil”.

Outro quesito importante, conforme Mário José, foi a logística para o escoamento da produção.
“Temos várias opções para chegar ao porto de Santos e tem ainda o porto de Paranaguá como
opção. Estamos ainda na fase de estudo, de planejamento da logistica. Isso vai nos permitir definir
qual a melhor rota. Uma das fortes candidatas é a Ferronorte, mas existe outras rotas. Por exemplo,
o escoamento por hidrovia até Pederneiras (SP). Existe ainda a Malha sul, que podemos usar para
escoar por Paranagua”, revela.

O diretor diz que a cultura da empresa é de executar seus projetos a partir de um planejamento
detalhado. “O time de projetos nos possibilita que invistamos muito tempo no planejamento, no
fazer as coisas de forma muito bem pensada e, obviamente, com toda a integração com a
comunidade, que é algo que nos preocupa, justamente pelo impacto de um empreendimento desse
porte”.

A Arauco prevê investir US$ 3 bilhões (na atual cotação do dólar R$ 16,08 bilhões) na construção
da fábrica. A planta terá capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose e cogerar
400 MW de energia a partir de subprodutos, com o licor negro. Metade dessa energia, 200 MW, será
consumida pela indústria e o restante, 200 MW serão disponibilizadas no grid.

A empresa planeja cultivar um maciço com 380 mil hectares de florestas plantadas.

A estimativa é que no pico da obra, o empreendimento empregue até 12 mil trabalhadores. Quando
a planta começar a operar deverão ser 2.350 empregos, sendo 500 na indústria e 1.850 na área
florestal.

Mário José revela que seguindo uma das principais diretrizes da empresa, a da preocupação com o
meio ambiente e a sustentabilidade de suas atividades, a nova planta terá um balanço positivo de
carbono, ou seja, considerando toda a operação da unidade, das áreas florestal a industrial, a captura
de CO2 será maior do que as emissões.

“Vai capturar mais carbono na florestal, vai gerar energia limpa e vai ter um balanço positivo. A
Arauco preza por deixar um legado positivo para as futuras gerações. Nós somos a primeira
compnhia a ter o certificado de Carvono Neutro no setor florestal”, ressaltou.

Apesar do projeto já ter sido anunciado, o diretor da Arauco diz que a empresa ainda tem de
cumprir algumas etapas para concretizar o investimento. “Fizemos a assinatura do termo de acordo
com o governo do estado e a prefeitura. Esse é o ponta pé inicial, mas existem condicionantes para
que o projeto seja concretizado e implantado”, apontou.

Entre essas condicionantes Mário José citou: obtenção do licenciamento ambiental para o projeto,
cultivo do maciço florestal e obtenção do financiamento para o projeto. “Estamos prevendo que
essas três condicionantes estejam encaminhadas e satisfeitas até julho de 2024, quando poderemos
dar a luz verde para o projeto. Então temos até lá para fazer todo o planejamento e desenvolvimento
da logística florestal. Depois da aprovação, teremos a inicio da construção que seria em janeiro de
2025 e a planta partido em março de 2028”.

Para implantar seu maciço, a empresa estuda dois modelos de operação. Um com o usufruto das
áreas, um sistema similar ao arrendamento, mas que tem contrato registrado em cartório e requisitos
muito mais rigorosos, e o outro aquisição conjunta com parceiros brasileiros majoritários.

O diretor revela que o investimento para o projeto deve vir de recursos próprios da empresa e
também de financiamento por meio de títulos de longo prazo da companhia, captados em dólar e
com juros extremamente baixos.

Ao mesmo tempo em que trata do planejamento e da viabilização do empreedimento, a empresa


trabalha com o estado e o municipio para preparar a cidade para receber uma indústria deste porte.

“Estamos fazendo um trabalho forte com o prefeito justamente para apoiar o município a elaborar
seu plano diretor. Esse documento define as regras de uso do solo, dos terrenos e projeta para onde
o município deve crescer, considerando a localização do site do empreendimento”, explica.

Em outra frente, o diretor da Arauco, diz que serão capacitados os empreendedores e a população da
cidade, de modo que eles participem e se beneficiem dessa grande demanda por produtos e serviços
que vai ser gerada.

“Não é desejo da Arauco que se tragam empresas de fora e que as pessoas de Inocência não
participem desse crescimento. Por isso, estamos fazendo dentro do município, com a Fiems e o
Sistema S um trabalho de preparação, para que as pessoas do município sejam incluidas nesse
desenvolvimetno que vai ser gerado”.

Da produção da futura planta, o diretor estima que 5% deve ser destinado para abastecer o mercado
interno e 95% a exportação, seguindo estratégia semelhante das outras indústrias do estado.

Inocência tem 7,5 mil habitantes, segundo a estimativa mais recente do IBGE, mas o prefeito da
cidade, Antonio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofapi, projeta que quando a fábrica
estiver em operação esse número vai mais que dobrar, chegando a 18 mil ou 20 mil pessoas.

Para receber a planta, o prefeito diz que vai elaborar um projeto de desenvolvimento sustentável. O
objetivo é evitar problemas que cidades que estão vivenciando processos semelhantes estão
enfrentando.

“Queremos o progresso, mas de foma organizada, para que as pessoas não queiram somente
trabalhar em Inocência, mas que também queiram viver em nossa cidade”, ressalta.

Entre as ações já iniciadas nesse planejamento, ele cita a implantação de núcleos industriais
próximos aos trevos de acessos que levam para outras cidades e a articulação para a construção de
pelo menos uma nova escola, para ampliar o hospital municipal, reforçar a segurança pública e
construir mais habitações populares.

Eldorado e o novo terminal em Santos

O crescimento do setor de celulose em Mato Grosso do Sul está se propagando para outros estados
e se disseminando em outros projetos. A Eldorado Brasil é um exemplo desse momento.

Inaugurada em dezembro de 2012, a empresa foi a segunda companhia de celulose a entrar em


operação em Mato Grosso do Sul. Na época de sua partida era a maior indústria do mundo no setor
em uma única linha de produção e apresentou uma série de inovações e novas tecnologias, que
fizeram com que se tornasse uma das referências em tecnologia e produtividade.

Projetada para produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, a planta vai fechar 2022
produzindo 1,8 milhão de toneladas, 20% acima de sua capacidade de design.

O gerente-geral da da fábrica, Marcelo Martins credita esse sucesso a um contínuo ciclo de


aperfeiçoamento e investimento em novas tecnologias. “ A implantação da indústria 4.0 na Eldorado
começou já no projeto. Desde a sua concepção, quando se imaginou fazer a fábrica. Então, a planta
é altamente tecnologica, automatizada e extremamente segura. O conceito que começou no projeto
foi se aprimorando ao longo da trajetória da empresa. Melhoravámos o processo e isso exigia novos
desafios e com eles novas tecnologias. Se tornou um ciclo de inovação na empresa”.

Para estimular a cultura da inovação, a empresa criou em 2016 o programa Inovar. “As pessoas vão
se deparando com as dificuldades do dia a dia e partir delas têm ideias para melhorar os processos.
Cadastram essas ideias e depois as sugestões são analisadas. As que dão retorno, a companhia aplica
e paga um prêmio para o profissional”, explica o gerente de Inovação e Tecnologia, Luiz Roberto
Fernandes de Araújo.

Outro diferencial implementado pela empresa, segundo Luiz Roberto, é seu programa de
monitoramento de ativos. A iniciativa usa a inteligência em artificial para fazer o acompanhamento
do desempenho de máquinas e equipamentos. “Com esse monitoramento conseguimos predizer
quando o equipamento pode falhar, ou, ao contrário, dentro das condições operacionais atuais
quando ele pode vir a falhar. Com esse processo, a indústria quase não para mais para a manutenção
e vamos aumentando a vida útil dos equipamentos em operação”.

Graças ao monitoramento que faz em sua área florestal, a indústria consegue fazer um mix de
matérias-primas com as árvores que recebe na indústria.

“Hoje conseguimos ter uma novação clara do que está na floresta. Identificamos toda a madeira que
vai entrar dentro da fábrica. Fazemos um mix dessa madeira e isso gera uma maior produtividade da
fábrica e um melhor aproveitamento da madeira”, explica o gerente.

Com esse controle, a empresa consegue, por exemplo, fazer a previsão do volume que vai produzir
no próximo ano. “Temos a fábrica toda modelada e calculamos qual vai ser a produção com base na
madeira que vai ser entregue na indústria”.

Com esse avanço constante, a Eldorado, que em 2022 completou uma década de operação
comemora além do “aniversário” uma feito importante. Atingiu a marca de 16,5 milhões de
toneladas de celulose produzidas no acumulado desde a partida. Esse volume, na previsão da
empresa, seria alcançado somente no seu 11º ano, ou seja, em dez anos a companhia entregou um
ano a mais de produção.

O escoamento de sua produção é feito pelo modal rodoviário. Caminhões levam a celulose até os
portos ou até diretamente os clientes locais. Entre 130 e 150 veículos saem da fábrica por dia. Para
acelerar a operação, a empresa desenvolveu um sistema logistico que conta com a contratação de
fretes por aplicativo, agendamento para os carregamentos, estrutura de atendimento aos motoristas
(banheiro e local para refeição) e ainda monitoramento durante todo o trajeto da carga, pro meio de
uma central de controle.

A operação mais frequente é o despacho de cargas para o porto de Santos, em São Paulo, para onde
são encaminhadas 50% das cargas. A companhia avança ainda mais nesse controle e já iniciou o
monitoramento também dos navios com sua produção.

Em Santos, a empresa tem um terminal, o Rishis, de 10 mil metros quadrados e capacidade de 32


mil toneladas. A estrutura recebe as cargas, armazena e depois despacha para os navios, seja em
operações de container ou de breakbulk, com estivagem diretamente nos porões das embarcações.

O terminal, entretanto, tem uma limitação de capacidade e outra de distância. Está a quatro
quilômetros do atracadouro dos navios. Por isso, demanda uma segunda operação logística também
com caminhões para fazer o transporte da celulose até local de carregamento das embarcações.

Para agilizar esse processo, a companhia investe na construção de uma estrutura maior. A empresa
venceu um leilão da agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) realizado em 2020,
obtendo a concessão de um novo terminal no porto, com atracadouro de navios ao lado.

“A companhia investe R$ 500 milhões entre o leilão e a construção da estrutura, chamada de Eblog.
O terminal terá 44,5 mil metros quadrados e terá capacidade para armazenar até 150 mil toneladas
de celulose e de expedição de 3 milhões de toneladas por ano”, comenta o gerente-geral de logísica
da empresa, Flávio da Rocha Costa.

Com o novo terminal a projeção da companhia é de um ganho de produtividade de 50% nas


operações portuárias, o que vai possibilitar simultaneamente o recebimento de cargas da indústria e
o embarque nos navios.

Flávio Rocha diz que além de caminhões, a estrutura poderá receber ainda uma composição com até
64 vagões, possibilitando que a companhia amplie o leque de alternativas logísticas, viabilizando,
por exemplo, o uso da malha da Ferronorte, por meio do seu terminal intermodal em Aparecida do
Taboado.

Bioeletricidade

A busca por uma matriz energética limpa, que utiliza fontes renovaveis, ou seja, recursos que
podem ser recompostos em determinado período de tempo, é um dos grandes desafios globais na
atualidade. A indústria da celulose, neste contexto, sempre se posicionou, por vocação, como uma
das referências no assunto.

Mato Grosso do Sul, segundo dados do Sistema de Informações de Geração (Siga) da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de dezembro deste 2022, tem potência outorgada para gerar
5.725 MW, sendo 89,3% de fontes renovaveis. (gráfico da matriz energética de MS)

O Siga da Aneel aponta que a biomassa representa 44,19% dessa potência outorgada de geração, o
que representa 2.530 MW. Desse volume, 708 MW, o equivalente a 12,37% da capacidade instalada
no estado, são das indústrias de celulose já em operação.

Essas plantas utilizam a bioletricidade que produzem para atender o consumo interno e
disponbilizam o excedente para o grid do Sistema Interligado Nacional (SIN). A venda a rede
pública representa uma fonte de renda a mais no caixa das empresas e ainda possibilita a utilização
no processo de subprodutos dos processos produtivos, como o licor negro e a biomassa florestal,
implementando na prática o conceito de economia circular.

Um dos quatro empreendimentos de produção de energia do setor de celulose listados pelo Siga da
Aneel no estado é a usina termoelétrica Onça Pintada, da Eldorado Brasil. A unidade fica no mesmo
site da indústria de celulose e foi inaugurada em 2021. Utiliza os tocos que ficavam no campo após
a colheita do eucalipto, além de madeira considera inservível, com a afetada por pragas ou doenças,
árvores que morreram naturalmente ou quebraram.

Com o processamento, além de assegurar o aproveitamento de 100% da matéria-prima que produz,


ainda produz energia limpa e tem uma nova alternativa de geração de recursos para a empresa. A
planta tem capacidade para produzir até 50 MW, suficiente para abastecer uma cidade com 700 mil
habitantes e funciona sob condicionamento do operador nacional.

Em 2021, conforme relatório social da empresa, a usina produziu 240.988 mil MWh, obtendo
receita de R$ 76 milhões.

Mesmo antes da entrada em operação da usina Onça Pintada, a companhia já era autossuficiente na
geração de energia elétrica limpa e renovável,a partir de biomassa de resíduos da produção de
celulose, como a lignina e restos de madeira.

A Superintendência destacou ainda que com uma demanda de 1.500 MW, o estado utiliza somente
47% de toda a sua potencia instalada na geração de eletricidade, considerando todas as fontes.

Sustentabilidade

Eldorado

precisa manter relacionamento e engajamento das comjnicades, 3 km do raio de influência de


manejo, por conta das ações de mitigação de possível impacto de ação da eldorado na região,
hoje 15 comunidades, são 13 assentamentos e 2 distritos,
agente sempre próximo atividades, canal de comunicação, cada comunidade ter necessida de
localizar e ter dialogo aberto,

dependendo da comunidade, quando é mais impactada, algumas verificou com projeto de


desenvolvimento economico, através de diagnóstico, perfil de cada uma, perfil mais produtivo,
projeto que incentivavam desenvolvimento economico, mais distantes, restantes e padradias,
outras educação ambiental, engajamento social, da influência do manejo, atividade de saúde,
isso dependendo de cada perfil ou grau de impacto que sofre do manejo

pontal do faia, repasse de kits, bem mais próxima da indústria, próxima de vlorestas de
manejo e durante o manejo produção, tinham hotas e nisso a eldorado fez o repasse de kits
para fortalecer as hortas, projeto pais em parceria com o sebrae, assistência técnica, para
fazer o gerenciamento do projeto, até se organizarem em associaçaõ, regularizados, dentro do
projeto ainda teve todo esse subsídio para gerenciar o projeto,

promover o desenvolvimento local, principalmentenas esferas social e econômica, tem sido um


dospilares de atuação da Eldorado Brasil. Com sua fábricainstalada no município de Três
Lagoas (MS), a Com-panhia busca estimular a atividade econômica local eoferece
oportunidades sustentáveis de crescimentoao priorizar a contratação de profissionais e
tambémfornecedores instalados na região.
romoção do círculo virtuoso entre o negócio e o
desenvolvimento não só do estado do Mato Grosso
do Sul, mas do próprio país, é um dos vetores da prá-
tica ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla
em inglês) da Companhia. As iniciativas são múltiplas,
envolvendo desde investimentos em saúde pública,
o trabalho estruturado para combate de queimadas
na região, o incentivo a pequenos negócios, além de
cultivar relacionamentos de valor com instituições,
governo e organizações representativas. Nos últimos
dez anos, esses investimentos totalizaram aproxima-
damente R$ 35 milhões.

A Companhia possui oPrograma Eldorado deSustentabilidade (PES), umprograma que atua


comtrabalhos de EducaçãoAmbiental voltados parasociedade e comunidadesdo entorno,
sobreprogramas ambientais daCompanhia, importânciada conservação dosrecursos naturais
e seu usosustentável. No último,atingimos cerca de 3.500pessoas da sociedade comações de
incentivo voltadaspara responsabilidadesocioambiental econservação do meioambien

projeto limão
Iniciado em 2021,beneficiará 14 famíliasem dois assentamentosda região com entregade
mudas, kits deirrigação e assistênciatécnica na implantaçãoe desenvolvimentodos pomare

Incentiva a agriculturaorgânica por meio dadistribuição de kits (mudase itens de irrigação)


paraassentamentos em TrêsLagos e Selvíria (MS).Desde o início do projetojá foram
adquiridasaproximadamente 120toneladas de alimentospara os refeitórios dafábrica

Meio ambiente

Ao longo de toda a cadeia que envolveplantar florestas de eucalipto e transformar a ma-deira


em celulose, há investimentos em inovaçõese adoção de boas práticas do manejo florestal,
quepodem ser exemplos do agronegócio que não andana contramão da sustentabilidade

a natureza da atividade, que começa no campo,as certificações florestais são primordiais para
avalizaro compromisso com as boas práticas de manejo, ocumprimento de normas, legislações
nacional e inter-nacional, bem como o respeito aos direitos humanos

Companhia controla mais de 116 mil hectares deáreas de conservação ambiental, conforme os
requi-sitos legais, equivalente a 30% do total de suas áreasde atuação. Faz parte da gestão da
biodiversidade aavaliação de áreas naturais mais ricas e importantespara a conservação, o
monitoramento e a análisedos ecossistemas nas áreas onde estão localizadasas operações. Isso
permite identificar os impactos doprocesso no sentido de mitigar os aspectos negati-vos e
proteger as áreas ecologicamente sensívei

feito a pedido do g1, aponta que grande parte da matriz energética de Mato Grosso do Sul é
de fontes renovavéis, ou seja, de recursos capazes de se recomporem em determinado período
de tempo.

Segundo esses dados, excluindo as potências das usinas hidrelétricas de Ilha Solteira, Jupiá e
Porto Primavera (que juntas tem capacidade de gerar 6.541 MW), o estado tem uma potencia
instalada para produzir 3.170 MW de energia, sendo 79,1% de fontes renovaveis.

Conforme as informações da superintendência, a biomassa é responsável por 52,07% da


potencia instalada de produção no estado. São 20 usinas sucroenergéticas que utilizam o
bagaço de cana-de-açúcar para cogerar 1.155 MW (36,43% do total do estado) e 2 que usam a
lixivia - subproduto do processamento da celulose - para produzir 496 MW (15,64%).
As hidréletricas, exceto as três grandes - Ilha Solteira, Jupiá e Porto Primavera, e
considerando as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrálicas
(CGHs), totalizam 42 unidades no estado e condições de geração de até 541 MW (17,06%).

A fonte solar fotovoltaica, responde, conforme a Superintedência de Energia, pela potencia


instalada de 315 MW (9,97% do total do estado), com 31.176 unidades entre as ligadas a
Energisa e a Elektro.

No entanto, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontou em


levantamento de junho deste ano que a capacidade de produção em Mato Grosso do Sul é
ainda maior, 358 MW.

A única fonte não renovável que aparece com destaque no ranking da matriz energética sul-
mato-grossense é o gás natural, com 5 usinas e capacidade de produção de 640 MW (20,18%).

A Superintendência destacou ainda que com uma demanda de 1.500 MW, o estado utiliza
somente 47% de toda a sua potencia instalada na geração de eletricidade, considerando todas
as fontes.

Além do novo terminal, a Eldorado inaugurou em 2021 o projeto de uma usina termoelétrica que
utilizada os tocos, que ficavam no campo após a colheita do eucalipto, além de resíduos, como
galhos e folhas destacartados na produção de celulose, para produzir energia elétrica.

Com o processamento, além de assegurar o aproveitamento de 100% da matéria-prima que produz,


ainda produz energia limpa e tem uma nova alternativa de geração de recursos para a empresa. A
planta tem capacidade para produzir até 50 Megawatts/hora de capacidade, suficiente para atender
uma cidade com cerca de xx mil moradores.

O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Sistema Fiems), Sérgio Longen,
ressalta o papel da entidade no processo de industrialização e diversificação da economia do estado,
sobretudo no que se refere ao suporte para as empresas se instalarem.

“Essa assistência é feita não somente por programas de qualificação, mas também no apoio na
implantação e suporte. Por exemplo, quando uma grande empresa se instala, temos um programa de
formação de fornecedores que prepara as pequenas empresas locais para venderem seus produtos e
serviços para essa grande indústria. São projetos complementares que fazem parte do nosso
trabalho, não somente do Sistema Indústria, mas do próprio Sebrae”.

Visão do Poder Público

Na analise do secretário estadual de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento e Agricultura


Familiar, Jaime Verruck Mato Grosso do Sul vai se transformar a médio prazo em um estado com
capacidade para produzir 10 milhões de toneladas, com condições para chegar a 15 milhões, com
novas linhas da Eldorado e da própria Arauco.

Entretanto, aponta que neste processo o estado ainda tem alguns gargalos a serem superados. O
primeiro é ampliação do maciço florestal”Nós tem um gargalo que é a questão de florestas, o que há
quatro anos não era, porque eu tinha 250 mil hectares de eucalipt sem demanda no estado, com
preço baixo. Essa realidade mudou. Entõ tem muita demanda de biomassa….E por outro lado um
aumento excepcional da demanda por celulose. Eu preçoi ampliar para Ribas, eu preciso ampliar
para a Arauco em Inoc~encia e nós ainda não samvoes se uma empresa como a Eldorado não vai
também fazer essa ampliação. Hoje, no curto prazo Mato Grosso do Sul já tem sinalizado o plantio
de mais 300 mil hectares de eucalipto, sometne esse ano deve plantar cerca de 100 mil hectares”.

Outro gargalo é a questão logística, com uma grande pressão sobre as estradas para levar a matéria-
prima para
as indústrias, que operam 24 horas por dia, e depois para escoar a pressão. “Vamos pegar uma
fábrica. Ela recebe 300 bitrem carregados com eucalitpo por dia, durante 12 meses. Essas fábricas
param hoje 10 dias no ano, girando 24 horas por dia. Então, você tem pressa sobre estrada vicinal,
sobre BR….Se você essa fábrica, ela vai ter uma saíde de 250 carretas por dia, carregadas com
celulose. Então testamos falando de um a movimentação de 600 caminhõs de carga, fora os
caminhões que ficam circulando vazios. E isso tem sido na questão da celulose nosso grande
desafio. “

Ainda na logistica apontou que todas as empresas exportam a maior parte de sua produção por
santos, então a discusão aestá centrada em qual a melhor alternativa para chegar lá. O desafio de
curto prazo de mato grosso é a logística.

O secretário apontou ainda a questão da saniddae vegertal. “Uma coisa que falamos muioto pouco
eu eucalipto. Eu tenho uma monocultura, que tem 15 milhão de hectares, vou ehcegar a 2 milhões
prpo mais que essas empresas tenhm aum nhivel de preservarçaõ extraordinário, para cada hectare
de eulcalitp olnatdo em tenho 0,6 hectate de preservação. Olha a proporpção, olha importação,
porque elas fazem corredores. Mas, por outro lado eu nho uma nmonocutural. Então estamod
focando muito na questão da sanidade vegetal. Sem uma praga então> Estanão estamos fazendo
estudos com a emprega, porque até então era uma coisa desconhecida no estado. Não temos um
estado de longo prazo do eucalipto, e hoje temos pragas pontuais, mas pode ser que tenhamos
problemas mais sério no futuro. Temos que fazer a prevenção da nisade bvegertal”.

Um outro ponto que deve ser abordado é a mão de obra. “A Suzano veio com uma log´sitica de 60
km, mas a partir da concorrência vai ter que abrir. A arauco está instalando suas florestas próximo a
Eldorado. Ou seja, a eldorado pode ter que mudar. Então, na área flroestal que á rande geradora de
mão de obra dessas empresas, até mais do que a ind´sutria. Você pega um aindustrial de 3 mil
funcionapário, são 500 industris e 2,5 mil na agrícola. O ms é um estado de 2,8 milhões de
habitantes e tem didos problemas em todos os estore.s Esse é o rpiemroi. “

Ele explicou que atualmente, no setor não falta qulaificação. Entidades do sistema S, coom o Senar,
o Senai tem garantido a qualirfidação em todos os município. “A remunerçaão do setor da celulose
é umad as maiores em tremos de média do estado, seja do setor industrial, seja do agrícola Então,
temos demanda , temos mão de obra, temos valor para ser falta e temos qulaificação. O qu3e falta é
o elemento humano. Então é natrual em todo esse processo de celulose, pormais que você tente que
as pesslas locais façam essa apropriação, nos temos essa movimentação, que é atrair gente de outrs
estados para essa qualificação”.

O próprio setor de celulose vai criar atração para a chegada de novas pessoas. A população que
Mato Grosso do Sul tem, ela não é suficiente para para atender a expansão industrial, a expansão do
do nosso estado.

MS só com os projetos já existentes, não há nenhum outro estado do mundo que vai ter esse nível
de produção de celulolse. E hoje já tem. E tem madeiras para moíveis também, só que são madeiras
de 10, 12 anos, para que a gente possoa avançar. Mas nunca vão ter o direcionamento que a
celulose tem.
Então para atneder indústria de celulose tem duas coisas que estamos fazenod.
Primeiro, tentar trazer todas as indústrias que atendem a fábricas de celulose. Toda gás, caustica.
Em ribas, vamos ter um hub de produção, que vai fornecer, inclusive, para três Lagoas.
E depois temos que caminhar. Somos um estado expotador. Temos internacionl paper, temops mais
uma indústria instalada em ribas, mas o foco também avance no papel do papel issuo, que é a
seguidna fase e depois para produzir o produto finall.
Vamos continuar a vender a celulose no mercado externor, mas para o mercado interno vamos trazer
essa outra indpustrial que não é tão grande. Ela se diversifica. Chega na ponta tem muita indústria
que faz papel isso, faz papel higienico, faz guardanapo, consegue rtrazer empresas menores que
compraraim essa celulose. Entõa esse é o próximo passo da nossa lógica, Consolidar a indústria da
celulose e trazer essa outra industria para fazer com essa cleulose que seria trnasformada em são
paulo, seja transformando aqui.

]Bioeltricidade

Primeiro tivemos o boom do setor sucroenergético. O setor sucroenergético é o grande produtor de


matéria limpa hoje no país., por meio do bagaço de cana e a indústria de celulose.
A indústria de ribas vai produzir 200 mega. Então, veja o tamanho disso. São estruturas de
produção. As estruturas de energia são muito mais para sair energia do para chegar energi9a. Então,
eles produzem energia limpa e exportam isso. Então, reposiciona MS só com resídiuo, só com a
casca e a ligninica. A arauco já nasce dessa forma. A suzano.Enmtão, elas já são autosuficientes em
energia elétrica.
Tem a ligação quando priceso. Elas faze uma ligação para startar, mas elas consomem sua própria
energia e expandem durante 24 meses. Então, ele consegue fazer isso ao longo do ano. Então,
quando ele vende essa energia ao mercado, atraves de leilão consegue fazer.
Outra alternativa, eldorado, criou, montou um projeto onde se utilziam das árvores que caem ao
longo o périíodoi, dos galhos e dos tocos. Então para entra rno leilão. Essa é uma alternativa. Mas
nunca vai ser de grand porte qporque vai funcionar de acordo com disponibilidade que tem para
aquela geraçaõ.
Essa energia reposiciona o estado como grande produtor de energia de biomassa.

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