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MATRIZ DE ATIVIDADE INDIVIDUAL

Estudante: Amanda

Disciplina: Gestão Estratégica de Carbono

Turma:

1. Introdução
Indique a organização escolhida e o setor da economia a que ela pertence.

A empresa utilizada como base para esta atividade é a Papirus Industria de Papel
S.A. Única empresa do mercado na produção de papelão a partir de fibras recicladas,
fundada em 1952, localizada na região de Limeira, cerca de 131 km da capital do Estado,
São Paulo. A empresa conta, atualmente, com 400 funcionários contratados e mais de 50
terceirizados, produzindo aproximadamente 100 mil toneladas de papelão por ano e
comercializando tanto no Brasil, quanto exportando para mercados consumidores na América
do Norte, Europa, África, Ásia e demais países da América Latina.
Nos últimos anos, a empresa tornou-se a terceira maior produtora de papel cartão do
país e a número um em tecnologia de fabricação de papel cartão 100% reciclado. A
aplicação deste produto envolve vários campos, incluindo: embalagem alimentar,
farmacêutica e cosmética, higiene e limpeza, brinquedos, calçado, editorial e papelaria,
produtos eletrônico, tabaco e produtos para animais de estimação.
Nesta indústria, a fabricação de papel é dividida em 5 áreas: recebimento de matéria-
prima, preparação de massa, máquina de papel, conversão e transporte, cada área tem sua
responsabilidade proporcional para garantir a qualidade do produto final.

2. Etapa 1 – gerenciamento de riscos


a) Impactos relacionados às mudanças climáticas

As mudanças climáticas estão gradualmente implementando mudanças no cotidiano


das pessoas e diretamente nas empresas. Durante a crise hídrica no estado de São Paulo em
2014/2015, foi possível observar grandes dificuldades. A Papirus Industria de Papel
S.A.recebe água do rio Jaguari, um rio federal que corta a cidade de Minas Gerais, passa
pelas instalações e depois se torna o rio Piracicaba ao receber água de outro corpo d'água.

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Nesse período, o órgão ambiental considerou a possibilidade de alternar o direito de
captação da água para a indústria e o município em datas diferentes.
Uma das medidas tomadas na época foi a perfuração de poços para atender
preventivamente às necessidades de produção quando da implantação do rodízio. A
perfuração foi autorizada mediante as outorgas necessárias exigidas pelo DAEE –
Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado.
Ainda relacionado à água, o fornecedor do eucalipto consumido atualmente pelas
caldeiras de biomassa da usina da empresa encontrou dificuldades na logística nos últimos
anos, principalmente nos meses de janeiro, fevereiro e março, quando ocorreram fortes
chuvas em curtos períodos, dificultando a entrega dos insumos. A forma como o estoque
deste produto é gerenciada mudou. Em outros casos, existem dificuldades, mas não
suficientes para inviabilizar as operações em determinados períodos.
A empresa tem buscado atender alguns ODS (Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável) alinhados com sua filosofia de trabalho, como:
ODS 8 - Trabalho Decente e Crescimento Econômico - As empresas têm conseguido
melhorar as condições de trabalho por meio de projetos internos, não apenas em termos de
segurança no trabalho, mas também em termos de qualidade de vida dos trabalhadores.
Também devido ao seu trabalho interno, acabou por adicionar pessoal nos últimos meses
em benefício da comunidade envolvida.
ODS 9 - Indústria, Inovação e Infraestrutura - Um ponto chave a ser destacado é a
renovação dos equipamentos de controle de emissões atmosféricas para caldeiras de
biomassa. Atendendo às exigências do órgão ambiental, a empresa vem atualizando os
equipamentos de controle de forma complementar ao longo dos últimos anos, buscando
atender as necessidades necessárias.
ODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis - Nesta fábrica, quaisquer desvios de
produção ou produtos fora do padrão são reaproveitados e o papel é reciclado, novamente
sendo transformado em fibra, e finalmente, em novo papel. Em 2020, a empresa substituiu
pontes rolantes e equipamentos de rebobinagem de papel, aumentando a capacidade e
reduzindo o desperdício de equipamentos em aproximadamente 40%, o que significa menos
retrabalho no processo e, bem como, redução de consume energético.
ODS 15 – Vida na Terra – A empresa não possui florestas de eucalipto para colheita
de celulose, mas plantou eucaliptos em um pequeno terreno de cerca de 30 mil metros
quadrados para consumo da caldeira de biomassa. A regiões de APP (Área de Preservação
Permanente) é protegida, com a manutenção de áreas plantadas com espécimes nativos
adicionais.

b) Situação e posicionamento atual da gestão de GEE e gestão estratégica do


carbono dentro da organização

A Papirus Industria de Papel S.A., em decorrência de seu espírito transformador e


port er surgido, inicialmente, como uma recicladora, tem em suas diretrizes a preocupação
com as questões ambientais. Em 2021, embarcou na jornada para certificar empresas no

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sistema “B”, buscando melhor se posicionar nas questões sociais, ambientais e de
transparência.
Nesse contexto, a empresa opera uma caldeira de biomassa desde 2014, e os
requisitos apresentados pela CETESB (companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foram
atualizados duas vezes para minimizar as emissões. Para essas atualizações, a empresa
busca utilizar a melhor tecnologia disponível, entendendo que esse é um processo contínuo e
necessário.
Além disso, em 2019, a empresa passou a utilizar a ferramenta GHG Protocol para
autodeclaração de gases de efeito estufa, que verifica suas emissões, sejam de fontes
estacionárias ou não, em três escalas diferentes. Os resultados foram fundamentais para a
tomada de decisões estratégias visando a captura de carbono.
Outra fonte de grandes emissões de gases de efeito estufa da empresa são as lagoas
biológicas usadas para tratar águas residuais. Uma fábrica de papel usa grandes quantidades
de água para quebrar as fibras e quase toda a água pode ser devolvida ao corpo d'água
após o uso. Nesse sentido, a empresa instalou em 2022 duas novas torres de 600 metros
cúbicos para armazenar "grandes quantidades" de papel proveniente de desperdícios,
resíduos e, bem como, outras questões industriais do processo de fabrico, com o objetivo de
reduzir a quantidade de matéria orgânica enviada para as propriedades biológicas das lagoas
e produzir um maior reaproveitamento deste material como matéria-prima, neste sentido, os
benefícios desse projeto segue em observação e análise. Os mais otimistas acreditam que é
possível, no processo, desativar dois dos quatro lagos que existem hoje, reduzindo ainda
mais a emissão de gases.

c) Situação e posicionamento atual da gestão de GEE fora da organização

Um dos principais concorrentes que podemos citar no mesmo ramo de atuação é a


empresa Suzano Papéis, empresa de renome mundial e com uma cultura organizacional mais
avançada em termos de sustentabilidade e meio ambiente. Eles declararam publicamente
suas metas de controle de emissões em seu relatório (SUZANO, 2020).
De acordo com a Suzano, a empresa possui uma base florestal significativa,
totalizando cerca de 2,4 milhões de hectares, incluindo plantações de eucalipto e uma das
maiores florestas nativas protegidas de forma privada do Brasil, com cerca de 960.000 acres.
Florestas nativas e plantações de eucalipto juntas contribuem diretamente para a remoção e
armazenamento de CO2.
Até 2025, a Suzano Papéis pretende remover 40 milhões de toneladas de carbono da
atmosfera.

3. Etapa 2 – gerenciamento de oportunidades


a) Recomendações relacionadas às emissões de GEE já mapeadas

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Dado o levantamento realizado em 2019 e anos seguintes, também foram mapeados
pontos adicionais de interesse em relação às emissões de gases de efeito estufa da Papirus
Industria de Papel S.A. Embora seja a energia produzida pelas usinas hidrelétricas, suas
necessidades operacionais têm grande impacto no meio ambiente, como em Belo Monte.
A empresa também se associou à IBA - Indústria Brasileira de Árvores, associação
responsável pela cadeia produtiva de árvores plantadas do campo à indústria e pela
representação das instituições de seus principais stakeholders. No último fórum, foram
apresentadas as metas priorizadas pelo ESG (Environmental, Social and Governance).
Essas metas estão na agenda de mudanças climáticas e incorporadas às metas da
Comissão do Clima. Os objetivos do Comitê estão agrupados em grandes temas, uma vez
que complementam e dão maior especificidade aos objetivos gerais definidos pelo ESG.

 Mercados/precificação de carbono;
 Metas e critérios contábeis para o setor florestal;
 Supervisionar e influenciar as regras de contabilidade de carbono no CBAM ( Carbon
Border Adjustment Mechanism);
 Critérios do investidor;
 Adaptar e comunicar.

b) Oportunidades de melhoria para a gestão de GEE dentro da organização

Diante dos levantamentos de emissões atmosféricas que vêm sendo realizados, as


empresas estão analisando propostas de investimentos, tanto de pequeno quanto de grande
porte. Podemos citar:

 Geração de Energia através do Escoamento de Fluidos em Dutos - As empresas de


papel e celulose possuem grandes volumes de escoamento de líquidos, mesmo que a
concentração seja diferente, podendo movimentar equipamentos para geração de
energia elétrica. Estamos falando de dispositivos que podem ser instalados a cada 3
metros nas tubulações sem atrapalhar seu fluxo, mas ajudando a gerar eletricidade.
 Instalação de painéis solares - Está sendo estudada a viabilidade de instalação de
painéis solares em grandes prédios da indústria e em terrenos do entorno da
indústria, com o objetivo não de mudar a matriz energética, mas de passar a gerar
recursos de processo sustentáveis.

c) Oportunidades para gestão de GEE fora da organização

A meta da Suzano Papéis é novamente atingir um balanço significativo de remoção


líquida de carbono, resultando em um balanço positivo entre remoções e emissões. Para
isso, segundo relatório da empresa (SUZANO, 2020), as áreas protegidas e os plantios serão
ampliados, conforme ações desenhadas para o primeiro ano previsto.

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É importante ressaltar que essas áreas trarão grandes ganhos para a meta nos
primeiros anos devido a uma expansão significativa da base, seguida de uma queda nos
níveis de remoção nos anos finais da meta, sustentada pelo aumento contínuo das áreas
protegidas derrubadas.
Até 2025, a Suzano papéis também tomará medidas para reduzir a intensidade de
suas emissões de Escopo 1, Escopo 2 e Escopo 3, reduzindo o consumo de insumos
geradores de GEE em todas as suas operações. Além disso, a empresa analisa a
possibilidade de geração de créditos de carbono por meio de projetos florestais (eucalipto e
nativos) e de engenharia, que poderiam ajudar no alcance das metas.

*Referências bibliográficas
Caso faça uso de fontes de pesquisa, liste-as de acordo com os referenciais da
ABNT

SUZANO. Central de Indicadores. Relatório Anual 2020. 2020. Disponível em:


https://centraldeindicadores.suzano.com.br/metas-longo-prazo/ser-ainda-mais-climate-
positive/. Acesso em 04 jan. 2022.

FGV. Fundação Getulio Vargas. Estratégica de Carbono. 2022. Disponível em:


https://ls.cursos.fgv.br/d2l/le/content/391008/viewContent/2981230/View. Acesso em 04
jan. 2022.

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