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FUNIBER- Fundação Universitária Iberoamericana

Nome completo: Silva Augusto Jessé

DD012- GESTÃO E DIRECÇÃO DE OPERAÇÕES

RESOLUÇÃO DO CASO PRÁTICO

1-a) Quais foram as principais pressões sobre a Veka que causaram as


mudanças dentro da estratégia de operações?

R/ De acordo com caso prático em exposição, as principais pressões sobre a Veka


que causaram mudanças dentro da sua estratégia de operações são:

 O impacto potencial da legislação ambiental sobre o seu negócio;


 A materialização de normas e princípios jurídicos voltados à proteção e
preservação da qualidade do meio ambiente;
 As restrições severas sobre a disposição final do ciclo de vida das janelas
UPVC;
 O excesso de quantidades de janelas UPVC descartadas (cerca de 100 000
em certo momento) nos diversos aterros sanitários;
 A responsabilidade social da Veka na participação da gestão e proteção
ambiental.

1-b) Quais as oportunidades para a operação da Veka foram criadas através da


mudança para a estratégia de reciclagem?

R/ Face à pressão da legislação ambiental sobre a actividade comercial da Veka, a


mesma viu-se obrigada a alterar a sua estratégia de operações, tendo como opção a
reciclagem de seus produtos descartados. Contudo, essa mudança de estratégia,
conhecida como reciclagem, embora meio imprevisível, trouxe também algumas
oportunidades para a empresa.

A reciclagem é o processo industrial ou mesmo artesanal de reaproveitamento de


matérias-primas e outros materiais que teriam como destino o lixo, e que
provavelmente se não fossem reaproveitados iriam com certeza para lixões ou aterros
sanitários, provocando sérios danos ambientais ou à saúde humana (Júnior e Santos,
2007).

RIBEIRO et al. (2009) entende a reciclagem como a coleta e reprocessamento de


recursos para transformá-los em bens secundários, com vista a reduzir a retirada de
matérias-primas da natureza.

Partindo do pressuposto de que a empresa tinha como sua actividade principal a


venda de janelas UPVC, com a adoção da prática da reciclagem, a empresa começou
a transformar um suposto lixo em novos produtos, emergindo assim para outro
negócio alternativo, aumentado a sua capacidade de faturação sem no entanto ter que
recorrer a outras fontes de aquisição de matérias-primas, e que possivelmente teriam

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custos mais elevados. O que significativa e absolutamente, originou para a empresa
vantagens competitivas e/ou concorrencial, sem contar que com esta atitude a
organização Veka edificou a sua cultura organizacional, e postura ética e
responsabilidade social para o bem-estar de todos (clientes, fornecedores, Estado e
principalmente com o meio ambiente.).

1-c) Entregue um exemplo sobre como o ambiente legislativo afecta a estratégia


de operações de uma organização real. Também proponha 2 ideias sobre como
essa pressão pode ser convertida em oportunidade.

R/ Eu gostava de apresentar um exemplo da localidade onde vivo, município do


Tômbwa, província de Namibe, sobre como o ambiente legislativo pode afectar a
estratégia de operações de uma empresa. Na minha cidade, existe uma empresa de
nome Dourado. É uma empresa de captura, salga e comercialização de pescado.

Num passado não muito longínquo, a empresa pescava, salgava e vendia seu peixe
na normalidade. Porém, durante suas operações (sobretudo no momento de escalar o
peixe para a salga), toda a quantidade da parte do peixe que era descartada (como
por exemplo a parte da cabeça e as tripas), era depositada no lixo ou aterros
sanitários. E essa quantidade de cabeças de peixes (como por exemplo de sardinha
ou cavala e as tripas) produzia um aroma tóxico ao meio ambiente, prejudicando a
saúde dos munícipes. Portanto, a Administração Municipal, na pessoa colectiva da
Direcção Municipal do Ambiente e Saneamento Básico (DMASB), teve de se impor,
com o fim de colocar um ponto final para aquele tal episódio.

Com isso, a empresa Dourado teve de reaver sua estratégia. Como a cidade do
Tômbwa é também composta por uma terra fértil e arável, onde a agricultura
predomina-se como a 2ª maior actividade, seguida da pesca, a empresa pensou em
reciclar as partes descartáveis do peixe, juntamente com as suas tripas (que
anteriormente eram atiradas ao lixo). As partes descartáveis e as tripas começaram a
ser postas em um recinto terrestre no espaço da empresa, composto de areia, durante
cerca de uma semana (dependendo do tipo de peixe, contando que para alguns como
é o caso da cavala, cinco dias era suficiente). Depois do tempo decorrido (cinco dias
ou uma semana) todo o material era posto em sacos plásticos cumulativamente com
os vermes que se criavam. Depois de aproximadamente 2 ou 3 dias, aquele produto
transformava-se em fertilizante artesanal, que era vendido e até hoje é vendido às
fazendas agrícolas.

As leis ambientais não surgem para prejudicar os negócios das empresas, mas sim,
para equacionar suas actividades ao bem-estar ecológico da natureza. E a pressão
das mesmas leis pode servir de oportunidades, tal como aconteceu com a empresa
Dourado:

 Face a pressão da Direcção Municipal do Ambiente e Saneamento básico, as


partes que eram consideradas descartáveis no peixe, passaram a ser
transformadas em matérias-primas para as actividades dos agricultores. Pois a
empresa teve de reinventar-se diante das circunstâncias, uma vez que não
devia sujeitar-se ao pagamento constante de multas à Administração
Municipal.

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 As organizações actuais primam constantemente pelo capital intelectual.
Quando a pressão ambiental é imposta sobre elas, devem explorar ao máximo
seus recursos humanos. Pois são os mesmos que podem apresentar soluções
para o reaproveitamento/reutilização de seus produtos descartados, ou
modifica-los para o servimento de matérias-primas no funcionamento de outras
empresas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RIBEIRO, Drielle P. S. et al. A ecoeficiência no papel branco versus o papel reciclado.


Ciências do Ambiente Unicamp. 2012.

RIBEIRO, JoabsonAraujo. Et al. A reciclagem como uma ação econômica, social e


ambiental.
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Campo Grande,
2009.

VIEIRA, L.; BREDARIOL, C. Cidadania e política ambiental. Rio de Janeiro:


Record, 1998.

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