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A escolha da cidade
Desde o início, o projeto da Eldorado foi pensado para Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. O
município e o estado reuniam as condições ideais para a instalação de uma fábrica de celulose sob a
ótica da localização, logística, infraestrutura, condições climáticas e de solo, além do ambiente
institucional.
Três Lagoas está próxima ao maior mercado consumidor do país, São Paulo, e a uma distância
razoável dos principais terminais portuários do sudeste (Santos, SP) e do sul (Paranaguá, PR e São
Francisco do Sul, SC). Possui acesso aos três modais que podem movimentar grandes quantidades
de carga: rodoviário, ferroviário e hidroviário (hidrovia do Paraná).
Como um dos maiores municípios de Mato Grosso do Sul, a cidade já possuía uma boa
infraestrutura pública (saúde, educação e segurança, etc) e privada (supermercados, farmácias e
hotéis, etc) para receber um empreendimento deste porte.
Além disso, tinha boa disponibilidade de terras, então, subaproveitadas em outras atividades
econômicas, principalmente a pecuária. Essas áreas poderiam ser utilizadas para o cultivo do
eucalipto e também para a instalação do site da empresa.
As condições do solo, mais arenoso, e do clima, tropical quente e úmido, com temperatura média de
24 °C e estações bem delimitadas de chuva no verão e seca no inverno, também se mostraram ideais
para o plantio do eucalipto.
A boa disponibilidade hídrica do município, cortado por vários rios, como o Paraná e o Sucuriú,
também foi outro fator importante na opção pela cidade. A água é insumo fundamental na produção
de celulose, sendo utilizada em várias etapas do processamento, da limpeza da matéria-prima,
passando pelo cozimento até a lavagem e o branqueamento.
Com vocação para o agro, Mato Grosso do Sul ainda tinha uma tradição e aceitação da dedicação de
grandes áreas a uma mesma atividade, seja na pecuária (bovinocultura) ou na agricultura (soja,
milho, cana, etc). Também havia um esforço institucional dos poderes públicos voltado a
diversificar a base econômica do estado, visando aumentar a geração de empregos, a circulação de
recursos nas cidades e a arrecadação das prefeituras e do governo.
A empresa precisava, entretanto, de melhorias da infraestrutura viária para a instalação do
empreedimento e conversou o município e o estado nesse sentido e, também para assegurar os
benefícios fiscais previstos em lei.
Superados os entraves, a área escolhida para abrigar a planta foi a fazenda Vera, às margens do rio
Paraná, a cerca de 40 quilômetros de Três Lagoas. No dia 15 de junho de 2010, quando o município
completou 95 anos, foi lançada a pedra fundamental da fábrica.
Aquisições e madeira
Em meio ao processo de contratação de colaboradores, o design do site foi avançando. Quase que
simultaneamente, menos de seis meses após a contratação de seu primeiro colaborador, a Eldorado
já tinha relacionado o que precisa comprar. Na lista havia também madeira, para atendera
necessidade da planta assim que iniciasse a operação.
Toas as compras de máquinas e equipamentos foram feitas ainda em 2010. Em agosto, por exemplo,
foram adquiridos os turbogeradores que fariam a operação autossuficiente de energia e em
novembro foram firmados os contratos com os principais fornecedores para a aquisição dos
equipamentos industriais.
Essas aquisições representaram um marco para o projeto, pois simbolizavam mais uma etapa no
caminho de sua concretização. Ao mesmo tempo, o investimento representava uma quebra de
paradigmas para os acionistas.
“Eles nunca haviam construído uma grande indústria, com uma fábrica de celulose. Na maior parte
das vezes faziam aquisições. No setor de celulose o investimento é alto, estamos falando de bilhões
de reais, valores que dariam para construir dezenas de frigoríficos. O dinheiro era muito diferente.
O capital é intensivo, tanto que poucas empresas conseguem entrar. Então, qualquer compra era
sempre muito cara e havia questionamentos. Foi necessário muito jogo de cintuara para explicar e
fazer as aquisições”, recorda o diretor industrial.
Na área florestal, além da aquisição das máquinas para o plantio e colheita, ainda havia outro
desafio a ser superado. A planta precisava de uma quantidade expressiva de madeira para sua
partida e depois para assegurar sua operação. Sem seu maciço florestal ainda formado, mesmo com
a incorporação da Florestal Brasil, a Eldorado foi ao mercado para comprar eucalipto.
Todos os contratos de aquisição futura foram na modalidade de madeira em pé, ou seja, caberia a
empresa fazer a colheita e o transporte. Uma das principais compras na época, foi da Duratex, que
estava fazendo um desinvestimento em suas florestas plantadas.
Dos 8,8 milhões de metros cúbicos de eucalipto adquiridos até dezembro de 2012, quando houve a
partida da fábrica, 3,8 milhões vieram de São Paulo, além de um pequeno volume de Minas Gerais.
Para reduzir os custos, parte dessa mdeira foi transportada por hidrovia. Quando a fábrica começou
a operar, o volume era suficiente para abastecê-la por três anos. O processo de compra de madeira
continou nos anos seguintes, ao mesmo tempo em que crescia a área própria cultivada, atualmente
em 250 mil hectares.
Pioneirismo
Inovação no DNA