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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO, CAMPUS SÃO LUIS – MARACANÃ.

FELIPE FONSECA SAITA

ESCASSEZ DE CHUVAS E DESFLORAMENTO: INFORMAÇÕES, DESAFIOS


E PERSPECTIVAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DA PRATA SÃO
LUÍS – MA.

SÃO LUIS – MA
2015
FELIPE FONSECA SAITA

ESCASSEZ DE CHUVAS E DESFLORAMENTO: INFORMAÇÕES, DESAFIOS


E PERSPECTIVAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DA PRATA SÃO
LUÍS – MA.

Monografia apresentada ao Curso de


Educação do Campo com habilitação em
Ciências Agrárias do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do
Maranhão, Campus Maracanã, para
obtenção do grau de licenciado em Educação
do Campo – Ciências Agrárias.

Orientadora: Profª. Dra. Vilma Antonia


Santos Martins Almeida.

SÃO LUIS – MA
2015
Saita, Felipe Fonseca.

Escassez de chuvas e desfloramento: informações, desafios e perspectivas na


bacia hidrográfica do rio da Prata São Luís – MA. / Felipe Fonseca Saita. - São
Luís: IFMA, 2015.
73 f. :il.

Monografia (Curso de licenciatura em Educação do Campo - PROCAMPO)


com habilitação em Ciências Agrárias– Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão – Campus São Luís Maracanã, 2015.

Orientadora: Prof.ª Drª Vilma Antonia Santos Martins Almeida.

1. Água. 2. Bacia hidrográfica do Rio da Prata – São Luís - Maranhão.


3.Desflorestamento. 4. Chuva. I. Título.

CDU: 556.38(812.1)
i

FELIPE FONSECA SAITA

ESCASSEZ DE CHUVAS E DESFLORAMENTO: INFORMAÇÕES, DESAFIOS


E PERSPECTIVAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DA PRATA SÃO
LUÍS – MA.

Monografia apresentada ao Curso de


Educação do Campo com habilitação em
Ciências Agrárias do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do
Maranhão, Campus Maracanã, para
obtenção do grau de licenciado em Educação
do Campo – Ciências Agrárias.

Aprovada em: ____/____/_________.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Msc. Maria do Socorro Coelho Botelho (IFMA São Luis – Maracanã)

Prof. Dr. Elias Rodrigues de Oliveira (IFMA São Luis – Maracanã)

Profª Drª. Vilma Antonia Santos Martins Almeida (IFMA São Luis – Maracanã)

Nota:_______________

São Luis – MA
2.015
ii

Aos minhas mães e pais:


Leatrice Fonseca da Rocha e Lígia Fonseca
Saita, Orlando Luis da Rocha; Estevão Saita
e em especial a meu mano querido Olinto
Gomes da Rocha Neto, pelos exemplos de
vida e de pessoas de bem.
(in memoriam)
iii

Agradecimentos

A DEUS pelo dom da vida, fonte viva de toda água do saber, todo meu louvor, todo
meu amor e toda minha gratidão.

A minhas queridas professoras do início de tudo: Estela (Alfabetização) e profª Denisa


Oliveira, profª Semírames Araújo (3ª série), profª Jesus (5ª série).

A minha queridíssima “irmã-mãe” Ktá (Alice Catarina Dias e seu esposo Marinaldo
Aleixo Dias), seus brilhantes filhos João Bruno da Rocha Dias e Ana Paula, Luis
Bernardo; Isabela da Rocha Dias e Junior, sem os quais eu não estaria aqui.

A minha querida Teté (Maria Tereza Fonseca da Rocha), Carlos Simões, e meus irmãos:
Luiz Diogo e Carlos Emilio.

A minha querida irmã Beta (Maria Betânia Rocha de Oliveira) e Junior (Raimundo Cosme
de Oliveira) e família.

Ao meu querido irmão Manoel Pedro Fonseca da Rocha, a Lêda (in memorian), Angela
Sfair Alvares e família.

Ao meu querido irmão Dr. Olinto Gomes da Rocha Neto (in memorian) e família, Neli
de Ávila Rocha, Orlando Luiz da Rocha Neto, Ana Paula de Ávila Rocha e Luiz Wagner
de Ávila Rocha.

Ao meu querido padrinho Antonio Olavo da Rocha Pereira, Brígida Ramati e família.

A minha querida irmã Dra. Angélica Saita e Fernando.

A meu querido irmão Estevão Luis Fonseca Saita.

A toda coordenação e professores do IFMA – Campus Maracanã; todas as pessoas que


trabalham terceirizadas e aos técnicos do campus. Em especial a Sra. Raimunda que
sempre me incentivou, refletindo que para adquirir conhecimentos não existe idade, assim
como seu belo exemplo de vida.

Em especial a minha querida “mãe-preta”: Professora e Orientadora, Drª. Vilma Antonia


Santos Martins Almeida, toda sua família: seu esposo, professor João Batista Almeida,
Aline Martins e Paulo Ricardo Martins, sua secretária Maria de Fátima (Fafá) com seus
quitutes maravilhosos, muito obrigado por me adotarem.

A minha querida professora Socorro Botelho e seu esposo Batista Botelho e sua filha
Paola.
iv

As três professoras do curso de Aquicultura do IFMA – Maracanã: Ocilene, Fernanda e


Isabel Funo, que contribuíram significativamente para minha formação, juntamente como
Técnico Totó Kevedo (Antonio Guterres).

A minha ex-companheira Fran (Francidalva Barros) e nossa cadelinha Mel que tanto me
alegrou e descontraiu nos momentos mais difíceis.

A minha querida amiga Lalá (Laurentina) e suas filhas: Gorda (Waldelyce) e Maria Cyta
e Raimundão por serem mais uma família minha.

Ao senhor Antonio Martins um historiador nato por excelência que tanto aprimorou e
Abrilhantou nossos conhecimentos. (in memoriam)

Ao Sr. Domingos que nos momentos de descontração nos ensinou muito sobre a história
do Maranhão.

Ao meu colega de turma e amigo pessoal Jefferson Costa Barros, que com seu acervo
fantástico sempre colaborou para enriquecer os conhecimentos da turma.

Ao meu amigo Nilson e Família, e minha amiga Fafá (Maria de Fátima).

A Karine Sousa (de Fortaleza-CE) que é um dos meus anjos da guarda muito obrigado.

Ao meu amigo Robson Assis Nascimento e Robenilson Assis Nascimento por tanto me
ajudarem nos momentos difíceis, e por partilharem os momentos felizes comigo.

Aos meus queridos mestres e doutores, prof. Msc.Tomaz Vasconcelos, prof. Cláudio,
prof. Eliomar Braga, prof. Serjão (Sergio Antonio Morais), prof. Antonio Jerônimo de
Almeida Neto, prof. Hamilton de Jesus, prof Gusmão, prof Fabricio, Prof Washigton, ao
querido prof. João Filomeno Barros, prof José Neres, prof Dr.Junior Cutrim, prof
Ubiratani, prof. Rosenwerck. Que sempre deram bons exemplos e nos mostram que é
possível ser independente sem estar vinculado a nada, sem fanatismos e fazer um bom
trabalho perante a comunidade e é pra isso que a gente deve estudar, ou estar vinculado
mas com equilíbrio e moderação. Obrigado senhores.

E a todas as pessoas que passaram pela minha vida que de uma forma direta ou
indiretamente colaboraram pelo caminho do Bem e do conhecimento, para que eu pudesse
estar aqui. O meu muito obrigado!
v

"A vida sem liberdade não tem valor


nenhum!”

Zumbi dos Palmares


vi

RESUMO

Em virtude da diminuição da quantidade e qualidade da água não somente no Brasil mas


em todo o globo terrestre, em especial optamos por estudar aspectos de um tema tão
importante que está diretamente ligado em nosso entorno cotidianamente. Dessa forma
os objeto de estudo será a diminuição da água e o desflorestamento. Pesquisamos
diminuição da água o desflorestamento que da área. Todo o trabalho envolve intenções
de visualizar impactos hídricos e desflorestamento da área como também compartilhar as
informações com a comunidade escolar do IFMA São Luis Campus Maracanã, e as
comunidades Rio da Prata e as escolas da comunidade Vila e Esperança e adjacências,
afim de que através da educação ambiental possamos compreender as dificuldades, os
limites e perspectivas vivenciadas pelos estudantes e professores com relação ao
conhecimento da APP (Área de Preservação Permanente) que é o Parque Estadual do
Bacanga, criado pelo Decreto Estadual Nº 7.545 / 02/03/1980, com 3.065ha e sendo
fortalecido e regulamentado pela Lei Nº 7.712 /2001. Permitirá vivenciar o conhecimento
interdisciplinar superando obstáculos que dificultam a aquisição de uma postura ético-
política interdisciplinar. A região oferta vários mananciais de água potável que
constituem a bacia do Batatã, que na sua maioria é utilizada pela CAEMA (Companhia
de Saneamento Ambiental do Maranhão) para o reservatório do Batatã que ajuda a
abastecer a capital São Luis juntamente com o sistema ITALUIS que explora os recursos
do rio Itapecuru. Será utilizado um estudo de caso dá área da Bacia Hidrográfica do Rio
da Prata. As Abordagens serão quaili-quantitativas que terão como instrumentos
entrevistas e observações diretas in loco, registros fotográficos, filmagens, gravações de
áudio, delimitações com coordenadas geográficas, elaboração de mapa digitalizado e os
sujeitos da pesquisa são professores, estudantes, funcionários das escolas da Vila
Esperança, adjacências e moradores da comunidade Rio da Prata como também
professores, estudantes, funcionários do IFMA Campus Maracanã. Os dados serão
coletados e tabulados utilizando softwer’s que auxiliarão na conclusão e análises de dados
para que sejam observadas quantidades diminuídas no período estudado e o visível
desflorestamento, como também proporcionar informações educativas sobre o objeto de
estudo.

Palavras-chave: educação ambiental, água, professores, bacia hidrográfica, educativas.


vii

ABSTRACT

Due to the decrease in the amount and quality of water not only in Brazil but all over the
globe, in particular we choose to study aspects of such an important issue that is directly
linked to our daily surroundings. Thus the object of study is the reduction of water and
deforestation. Researched decreased water deforestation that area. All work involves
intentions of view water impacts and deforestation of the area as well as share information
with the school community of IFMA San Luis Campus Maracanã, and the River Plate
communities and community schools and Hope Village and surrounding areas, so that
through environmental education can understand the difficulties, limitations and
perspectives experienced by students and teachers with regard to knowledge of APP
(Permanent Preservation Area) which is the State Park Bacanga established by State
Decree No. 7,545 / 03.02.1980, with 3.065ha and being strengthened and regulated by
Law No. 7,712 / 2001. Will experience the interdisciplinary knowledge overcoming
obstacles to the acquisition of an ethical-political interdisciplinary approach. The region
offer several sources of drinking water that constitute the basin of the potato, which is
mostly used by CAEMA (Environmental Sanitation Company of Maranhão) to the potato
reservoir that helps supply the San Luis capital along with ITALUIS system explores the
features of the river Itapecuru. A case study gives area of River of the River Plate Basin
is used. Approaches will be quaili-quantitative instruments that have as interviews and
direct observations on the spot, photographic records, films, audio recordings, boundaries
with geographic coordinates, digitized map of preparation and the subjects are teachers,
students, school officials Village Hope, adjacencies and residents of the River community
as well as teachers, students, IFMA Campus Maracana employees. Data will be collected
and tabulated using softwer's that will assist in the completion and data analysis so that
quantities are observed decreased during the study period and the visible deforestation,
as well as provide educational information about the object of study.

Keywords: environmental education, watershed, teachers, bowl, educational


viii

SUMÁRIO

BANCA EXAMINADORA..............................................................................................i
AGRADECIMENTOS..................................................................................................... iii
RESUMO...........................................................................................................................vi
ABSTRACT.......................................................................................................................vii
SUMÁRIO......................................................................................................................... viii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES............................................................................................ x
LISTA DE FOTOGRAFIAS........................................................................................... xi
LISTA DE GRÁFICOS....................................................................................................xii
LISTA DE TABELAS.......................................................................................................xiii
LISTA DE QUADROS......................................................................................................xiv
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS............................................ xv
1.Introdução.......................................................................................................................1
1.1. Problemas da área investigada....................................................................................3
1.2. A organização da monografia..................................................................................... 3
1.3. Referencial Teórico..................................................................................................... 5
1.3.1.A escassez da água.................................................................................................... 5
1.3.2. Desflorestamento...................................................................................................... 6
1.3.2.1 No mundo............................................................................................................... 6
1.3.2.2. No Brasil............................................................................................................... 7
1.3.3. Área Investigada (Maranhão)................................................................................. 8
1.3.3.1.O Parque Estadual do Bacanga (PEB)................................................................ 8
1.3.3.2.Os limites do Parque Estadual do Bacanga......................................................... 9
1.3.3.3. Hidrografia do Parque Estadual do Bacanga..................................................... 10
1.3.3.4. Ocupações do solo do Parque Estadual do Bacanga.......................................... 11
1.3.3.5. A Bacia Hidrográfica do Rio da Prata................................................................ 12
1.3.3.5.1.Localização Geográfica da Bacia do Rio da Prata............................................ 12
1.3.4. O IFMA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão.. 15
1.3.4.1. O IFMA São Luis - Campus Maracanã............................................................... 19
1.3.4.2. O Núcleo de Educação Ambiental do IFMA São Luis – Maracanã.................. 20
1.3.4.2.1. A 1ª Semana do Meio Ambiente da EAFSL (2008).......................................... 22
1.3.4.3. Integração com outras instituições de ensino de São Luis – MA....................... 24
ix

1.3.4.4. A Trilha Ecológica do IFMA São Luis Maracanã, “Agenor Aguiar”............... 27


2. Objetivos........................................................................................................................29
2.1.Geral........................................................................................................................... 29
2.2. Específicos.................................................................................................................. 29
3. Material e Métodos........................................................................................................30
4. Resultados e Discussão..................................................................................................30
4.1. Índices Pluviométricos................................................................................................30
4.2. A qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata................................... 38
4.3. A comunidade do Rio da Prata...................................................................................44
4.4. A escassez de água na Bacia Hidrográfica do Rio da Prata......................................51
4.5. O desflorestamento na área da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata........................53
4.6. O Reservatório do Batatã........................................................................................... 55
5. Conclusões......................................................................................................................60
6. Referências Bibliográficas.............................................................................................63
7. Apêndices e Anexos....................................................................................................................66
7.1. Apêndices................................................................................................................................66
7.1.1. Pôster Apresentado no II Encontro dos Cursos Superiores do IFMA.................... 66
7.1.2. Pesquisa feita na biblioteca Benedito Leite.............................................................67
7.1.3. Entrevista semiestruturada..................................................................................... 68
7.2. Anexos.........................................................................................................................69
7.2.1. Capa do Relatório Final do Projeto Rio da Prata...................................................69
7.2.2. Palavras do DG (Diretor Geral IFMA Maracanã - 2009)......................................70
7.2.3. Quadro da Equipe Técnica do Projeto e foto em reunião...................................... 71
7.2.4. A carta de 2.090........................................................................................................72
7.2.5. Seção II DA LEI No 9.795, de 27 de Abril de 1999..................................................73
x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Mapa das florestas no mundo............................................................................ 6


Figura 2: Limites do Parque Estadual do Bacanga............................................................ 9
Figura 3: Hidrografia do Parque Estadual do Bacanga...................................................... 10
Figura 4: Ocupação do solo superficial da área do PEB.................................................... 11
Figura 5: Projeção Cartográfica da área de estudo............................................................. 12
Figura 6: Mapa de localização da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata.............................. 13
Figura 7: Planta de Localização da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata............................ 14
Figura 8: Transição de Colégio Agrícola/ Escola Agrotécnica/ IFMA............................... 17
Figura 9: Distribuição dos Campi do IFMA....................................................................... 18
Figura 10: Mapa digitalizado de localização do IFMA São Luis Maracanã...................... 19
Figura 11: Logomarca do NEA, elaborada em 2008.......................................................... 22
Figura 12: Percurso da trilha em mapa digitalizado............................................................. 28
Figura 13: Planilha que demonstra os índices pluviométricos diários com Somatória
mensal dos anos de 2.012, 2.013 e 2.014............................................................................. 31
Figura 14: Planilha criptografada com dados de temperatura máxima média (TMM);
temperatura compensada média (TCM); umidade relativa média, distribuídos
mensalmente........................................................................................................................ 32
Figura 15: Corpo humano, mais de 70% é composto de água........................................... 38
Figura 16: Laudo Técnico com análises de parâmetros físico-químicos de água coletada
na represa do Rio da Prata................................................................................................... 43
Figura 17: Mapa da Comunidade Rio da Prata.................................................................. 45
Figura 18: Manchete e nota sobre problemas de falta d’água............................................ 55
Figura 19: Comparações anuais da escassez de água no reservatório do Batatã................ 57
xi

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1: A grande ilha do Maranhão, São Luis................................................................ 8


Foto 2: Aprendizes em solenidade no Liceu maranhense............................................... 16
Foto 3: Estudantes e coordenadora do NEA 2.008......................................................... 21
Foto 4: Jornal da EAFSL, registro da I Semana do Meio Ambiente.............................. 23
Foto 5: Crianças da escola Aydee Chaves, posicionadas para iniciar visita................... 24
Foto 6: Integrantes do NEA 2.013, recepcionando estudantes de escola visitante......... 26
Foto 7: Estudantes do Colégio Batista no setor de zootecnia do IFMA......................... 26
Foto 8: Coleta de água para análise de parâmetros físico-químicos............................... 42
Foto 9:Comunidade participando de minicurso.............................................................. 50
Foto 10: Comparação do nível do Rio da Prata nos anos de 2.010 e 2.015.................... 51
Foto 11: Represa do Rio da Prata transbordando pela estrada (2.010)........................... 52
Foto 12: Comparação com o nível da água no lago do IFMA........................................ 52
Foto 13: Resgate de peixes do lago para nascente.......................................................... 53
Foto 14: Clareira aberta na área da floresta.................................................................... 54
Foto 15: Crise de falta de água no Reservatório do Batatã............................................ 58
xii

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Quantidades de chuvas em mm do ano de 2.012 em São Luis – MA............ 36


Gráfico 2: Quantidades de chuvas em mm do ano de 2.013 em São Luis – MA............ 37
Gráfico 3: Quantidades de chuvas em mm do ano de 2.014 na ilha do Maranhão.......... 37
Gráfico 4: Gênero dos entrevistados............................................................................... 46
Gráfico 5: Faixa etária da população residente na comunidade Rio da Prata................. 47
Gráfico 6: Tipos de cultivo nas áreas da agricultura familiar e fruticultura.................... 47
Gráfico 7: índice de realização de queimadas para plantios na região do rio da Prata.... 48
xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Coliformes fecais (totais – CT) em águas subterrâneas, NMP – número mais
provável............................................................................................................................... 39
Tabela 2: Escherichia coli (EC) em águas subterrâneas, NMP – número mais provável... 40
Tabela 3: Parâmetros físico-químicos em nascentes e lagos da bacia hidrográfica do rio
da Prata, analisados em 2.011 e 2.012.................................................................................. 41
Tabela 4: Frutas, hortaliças e medicinais cultivadas na comunidade rio da Prata,
mencionada pelos próprios moradores................................................................................. 48
Tabela 5: Plantas nativas e frutíferas na área da comunidade............................................. 49
Tabela 6: Animais que ainda compõe a biodiversidade local............................................. 49
xiv

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Principais atividades e ações do NEA................................................................20


Quadro 2: Os 15 princípios básicos da Educação Ambiental.............................................25
Quadro 3: Índices de Precipitação de São Luis – MA acumulada em mm do ano de 2.012.33
Quadro 4: Índices de Precipitação de São Luis – MA acumulada em mm do ano de 2.013.34
Quadro 5: Índices de Precipitação de São Luis – MA acumulada em mm do ano de 2.014.35
xv

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AGERP - Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do


Maranhão.

ANA – Agência Nacional das águas.

APP – Área de Preservação Permanente.

APV – Altitude do Ponto de Visão.

CAEMA - Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão.

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

CEMAR – Companhia Energética do Maranhão.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

EA – Educação Ambiental.

EAFSL – Escola Agrotécnica Federal de São Luiz do Maranhão.

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

FAPEMA – Fundação de Amparo à Pesquisa e desenvolvimento Científico e


tecnológico do Maranhão.

GPS – Sistema de Posicionamento Global.

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.

IFMA – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão.

LABMET – Laboratório de Metereologia.

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário.

MEC- Ministério da Educação.

MMA – Ministério do Meio Ambiente.

ONG – Organização não Governamental.

PEB – Parque Estadual do Bacanga.

PETROBRAS – Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima.

PIB – Produto Interno Bruto.


xvi

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

SEDUC – Secretaria de Educação.

SETEC – Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica.

UEMA – Universidade Estadual do Maranhão.

UFMA – Universidade Federal do Maranhão.

UTM – Universal Transversal de Mercator.


1

1. Introdução

Contemporaneamente a situação da escassez da água e sua qualidade de


potabilidade para consumo humano, de produção e produtividade apresenta-se num
estado fragilizado, tanto em âmbito mundial, nacional e estadual, muitos grandes
reservatórios estão completamente secos e sem perspectivas de retomar o que era antes,
em decorrência disto muitos problemas das mais diversas ordens como sociais,
ambientais, econômicos e outros nos fazem refletir sobre o que devemos, ou como
devemos proceder diante de tal desequilíbrio ecológico.
Um dos maiores problemas econômicos é o aumento das tarifas de energia
elétrica, pois com a diminuição de água em nossas hidrelétricas, também afeta
diretamente o fornecimento de energia, pois nossa geração de energias “limpas” como
eólica e solar não satisfazem nossa população e com isto aumentará consideravelmente
as faturas e o que é pior corremos riscos de apagões violentos.
Tratando-se de problemas domésticos em decorrência da falta de água é uma
grave situação, pois sem água não há vida. Há correntes de cientistas que afirmam que a
quantidade de água é a mesma desde o início do planeta Terra, afirmam que a água não
acaba no planeta simplesmente ela migra de um lugar para o outro, há controvérsias. Já a
outra vertente de pesquisadores defende que é um recurso finito portanto um dia pode
acabar. A verdade é que estamos sofrendo com sua migração com sua ausência e
principalmente com a poluição feita por nós mesmos rotulados de animais racionais.
Se pudéssemos transformar facilmente as águas marinhas em água doce com
potabilidade resolveríamos o problema, os dessalinizadores existem porém, seus custos
são elevadíssimos e a quantidade e volume de água são ínfimos para o que necessitamos.
Os maiores índices de água doce além das geleiras estão nas nuvens só que ainda não
dominamos técnicas de onde fazer chover, a verdade é que nossas florestas estão se
esgotando, assim como nossas matas ciliares, e a proteção das nascentes diminuiu de 50m
para 15m, segundo nossa Lei do Novo Código Florestal, nossos agricultores familiares
com sua sabedoria empírica sabem que não é o suficiente para protegermos nossos
mananciais superficiais e subterrâneo.
Sabemos que as águas ficam armazenadas, seja na forma superficial de rios,
lagos, mares, como subterraneamente nos lençóis freáticos e rios subterrâneos, nas
geleiras e nas nuvens, assim como em todos os seres vivos e desta forma ela pode migrar
2

de um lugar para o outro em nossa biosfera, caso contrário não haveriam os grandes
desertos.
Fato é: estamos com graves problemas de falta de água com potabilidade, e
existem regiões no Brasil e no mundo que estão em processo de desertificação,
reservatórios gigantescos estão completamente secos, e outros que nunca secaram estão
prestes a secar, qual é o maior problema para que tal fato aconteça? Na verdade
entendemos que são vários parâmetros: problemas de degradação ambiental e de ordem
social e de educação.
O desflorestamento também ocasiona problemas nos mananciais de águas
superficiais e subterrâneas, fazendo com que aumente os índices de escassez, poluições e
contaminações. Segundo DIAS (2007, p35):

[...] Desde o descobrimento do Brasil em 22 de Abril de 1.500,


pode-se afirmar que iniciou um amplo processo de deterioração e
exploração da natureza, pois para realizar a missa foi construída
uma gigantesca cruz de madeira e aberta uma clareira na floresta,
marcando assim o início de devastação da natureza.

Diante de situações graves citadas, entendemos que devemos tentar fazer


nossa parte de acordo com nosso nível de consciência social e ambiental, mas começando
pelo nosso entorno, pelo que está mais próximo e pelo que podemos colaborar para
resolver problemas mais rapidamente, desta maneira foi escolhido o tema: Escassez de
chuvas e desflorestamento: informações, desafios e perspectivas na bacia
hidrográfica do rio da Prata São Luis – MA, onde pesquisou-se um rio localizado na
zona rural de São Luis – MA, chamado rio da Prata que está inserido na APP (Área de
Preservação Permanente) do Parque Estadual do Bacanga, o qual apresenta suas maiores
nascentes de águas superficiais na área do IFMA – São Luis – Campus Maracanã
(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão) e onde está formada
a sua bacia hidrográfica passando a ser a área de investigação direta desta pesquisa.
A pesquisa foi realizada no período dos anos de 2.010 à 2.015, sempre na
busca de dados mais atualizados para obter resultados mais precisos, justamente o período
do estudo do curso de Ciências Agrárias, ainda pelo projeto do Procampo. Os sujeitos da
pesquisa são moradores da comunidade rio da Prata e Vila esperança, professores,
funcionários do IFMA São Luis – MA, professores alunos de escolas da vila esperança.
3

A metodologia desta pesquisa foi quali-quantitativa com métodos de estudo


de caso, que contribuíram para fortalecer a coleta e análises de dados de escassez e
desflorestamento da área investigada.

1.1. Problemas da Área Investigada

A região da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata está inserida na área do


Parque estadual do Bacanga e no entorno da área do IFMA São Luis Campus Maracanã,
onde existe a comunidade chamada Rio da Prata e que ocupam a área mais de 30 famílias,
a situação ambiental se dá por uma vegetação bem inferior ao que era antes,
principalmente em se tratando de espécies florestais nativas tais como andirobeiras,
pequizeiro, açaizeiros, janaubeiras, buritizeiros entre outros.
A maioria destas espécies ao longo dos anos foram sendo destruídas pela ação
do próprio homem ocasionando graves problemas na região como, surgimento de
voçorocas e erosões, surgimento de clareiras na área verde, alta redução nos índices de
oxigênio na água diminuindo a biodiversidade, por isso ela se propõe a avaliar a bacia
hidrográfica no que diz respeito a escassez de água e desflorestamento da área.
Este trabalho se propõe em registrar, comparar e avaliar a situação das áreas
que foram desflorestadas através da ação antrópica e natural, analisar os índices
pluviométrico da área nos três últimos anos, coletar e analisar amostras da água da bacia
hidrográfica do Rio da Prata, fundamentada nas portarias e resoluções do CONAMA.
Investigar os trabalhos de Educação Ambiental do NEA no ambiente pesquisado.
A evasão de animais para outras regiões e finalmente os mananciais de água
superficiais e subterrâneos foram atingidos afetando suas qualidades e tornando-os cada
vez mais escassos. Por razões elencadas foi despertado para estudar esta região tão
importante para a biodiversidade e a população de São Luis – MA.

1.2. A Organização da Monografia

O trabalho monográfico está distribuído na seguinte forma: Introdução,


contendo problemas da área investigada e a organização da pesquisa. Referencial Teórico
onde são citados as características, os conceitos e acontecimentos do tema em questão e
autores e sites que tratam a temática em questão.
4

Os Objetivos que estão divididos em geral e específicos. O geral trata da


abrangência maior do tema, ou seja define a visão geral e abrangente que se quer alcançar
com a realização da pesquisa, refere-se ao problema a ser resolvido. Os objetivos são os
desdobramentos do objetivo geral, representam um detalhamento do que se pretende
estudar no tema proposto, ou seja são eles que indicam o que será pesquisado.
Material e Métodos o método foi estudo de caso delimitando um tema de
estudo. Resultados e Discussão, onde serão apresentados os resultados sinteticamente em
tabelas e gráficos como também resultados escritos de observações diretas do
pesquisador, conseguidos com entrevistas e in loco.
Conclusões, as conclusões estão apresentadas de acordo com os objetivos que
foram propostos, esperando-se assim ser uma investigação que contribua para o
conhecimento científico da temática em questão articulando com outras áreas de estudo.
As referências Bibliográficas nos informam as obras consultadas e citadas ao
longo de todo o trabalho.
E finalmente os Apêndices e Anexos, cujo o primeiro informa algumas
elaborações do autor no sentido de colaborar com o texto. Os anexos informam
elaborações de documentos de outros autores que foram devidamente citados também
para somar com o texto do autor.
5

1.3. Referencial Teórico


1.3.1. A escassez da água

A água corresponde a um imenso recurso natural do qual as sociedades


humanas necessitam para sobreviver. Em várias partes do mundo, o acesso à água é
diferenciado, mas por motivos diferentes: enquanto em alguns países existe uma
abundância desse recurso, em outros a escassez leva milhões de pessoas a sobreviverem
em condições sub-humanas.
De toda a água existente em nosso planeta, cerca de 97,5% é salgada e apenas
2,5% é de água doce. Desses 2,5%, podemos estimar que a reserva de água doce do nosso
planeta encontra-se distribuída da seguinte maneira:
 68,9% encontram-se congeladas nas calotas polares e nos cumes das altas
montanhas;

 29,9% localizam-se no subsolo, como em aquíferos;

 0,9% em outros reservatórios, como nuvens, vapor d’água, etc;

 0,3%, apenas, estão disponíveis em rios e lagos.

É justamente desse pequeno percentual, encontrado em rios e lagos, que toda


a população mundial depende para sobreviver. O fato da água possuir um ciclo de
renovação através do processo de evaporação dos mares, rios e lagos, garante sua
renovação, entretanto, este recurso vital à nossa sobrevivência está se esgotando. O
principal problema está associado à relação entre o tempo necessário para essa renovação
e o ritmo de exploração dos recursos hídricos. Para se ter ideia, de acordo com os dados
da WBCSD (World Business Council for Sustainable Development), em 60% das cidades
europeias com mais de 100.000 pessoas, a água subterrânea está sendo usada em um ritmo
mais rápido do que pode ser reabastecida.
No Brasil existe um gigantesco potencial natural de águas com
aproximadamente 12% (dos 3%) de toda a água doce do planeta, porém a distribuição
dessas águas é desigualmente distribuída, a maior parte desta água está na região
Amazônica com aproximadamente 72%, depois o Centro-Oeste com 16%, Sul e Sudeste
com 8% e apenas 4% na região Nordeste. Apesar de toda essa abundância grande parte
dessa água que é tratada é desperdiçada.
6

1.3.2. Desflorestamento

“Desflorestamento ou Desmatamento é a operação que objetiva a supressão


total da vegetação nativa de determinada área para o uso alternativo do solo
(implantação de projetos de assentamento de população, agropecuários;
industriais; florestais; de geração e transmissão de energia; de mineração; e de
transporte). Considera-se nativa toda vegetação original, remanescente ou
regenerada, caracterizada pelas florestas, capoeiras, cerradões, cerrados,
campos, campos limpos, vegetações rasteiras, etc. Qualquer descaracterização
que venha a suprimir toda vegetação nativa de uma determinada área deve ser
interpretada como desmatamento”. (IBAMA, 2010)

1.3.2.1 No mundo

Conter a destruição das florestas se tornou uma prioridade mundial. A Europa


Ocidental já perdeu 99,7% de suas florestas primárias; a Ásia, 94%; África, 92%;
Oceania, 78%; América do Norte, 66%; e América do Sul, 54%. (GREENPEACE, 2007).
Segundo o relatório “Global Forest Resources Assessments 2010” divulgado pelo Food
and Agriculture Organization of The United Nations (FAO), restam pouco mais de 4
bilhões de hectares de floresta no mundo em 2010, o que corresponde a 31% da área de
terra total.

Figura 1: Mapa das Florestas no mundo.

Fonte: SIMMON, R (2.012)


7

1.3.2.2. No Brasil

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2000), no final da década de


noventa o Brasil ainda possuía aproximadamente 5,5 milhões de Km2 (550 milhões de
hectares) de florestas nativas, o que corresponde a 65% do território nacional. Desses, 2/3
eram de Floresta Amazônica e o restante correspondendo aos remanescentes de Mata
Atlântica, Caatinga, Cerrado e ecossistemas associados, em diferentes estágios de
conservação. (BRAGA, 2006). De um total de, aproximadamente, 1,3 milhão de km2
quadrados da Mata Atlântica primitiva, restam, apenas, cerca de 50 mil km2, menos de
5% da área original. (IBAMA, 2010).
As áreas desmatadas da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica e do Cerrado
somam 2,5 milhões de km2 (250 milhões de hectares), quase 30% do território brasileiro,
ou a soma das superfícies formadas pelos Estados das Regiões Nordeste e Sudeste. Os
técnicos florestais estimam que o desmatamento, em todo o território é superior a 300
milhões de hectares de matas. (IBAMA, 2010). Entretanto, o Brasil, que tinha as maiores
perdas nos anos 90, reduziu significativamente a área líquida desmatada. Segundo o
relatório da FAO (2010), o Brasil reduziu em quase 400 mil hectares por ano o
desmatamento entre 2000 e 2010. É uma tendência positiva e deve melhorar porque o
país fomentou muitas políticas para que isso acontecesse. O Brasil está reflorestando com
média de 500 a 600 mil hectares por ano. Diante de tão graves problemas devemos
respeitar muito mais nossa natureza, poia já temos resultados catastróficos como
enchentes, maremotos e Tsunamis. E como nos alerta BOFF(2009):

[...] Somos irresponsáveis face à natureza quando desmatamos, jogamos


bilhões e litros de agrotóxicos no solo, lançamos na atmosfera, anualmente,
cerca de 21 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, contaminamos as
águas, destruímos a mata ciliar, não respeitamos o declive das montanhas que
podem desmoronar e matar pessoas nem observamos o curso dos rios que nas
enchentes podem levar tudo de roldão. Disponível em <
www.leonardoboff.com> Acesso em 08/02/2015.

E dessa forma uma das atitudes que devemos ter, é o cuidado com tudo o que
podemos imaginar como bem nos diz BOFF (2009, p13): “O que se opõe ao descuido e
ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais
que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de
responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”. E por que não com a
Natureza?
8

1.3.3. Área Investigada (Maranhão)

1.3.3.1.O Parque Estadual do Bacanga (PEB)

A população da ilha do Maranhão por volta da década de 1970, teve um


crescimento exacerbado e com esse crescimento as áreas urbanas de residências e de
ocupação principalmente as ocupações desordenadas e indevidas surgiram,
comprometendo os mananciais de água e um grande desflorestamento. O que despertou
o poder público a criar áreas de proteção e de preservação permanente destacando em
especial a preocupação com a bacia hidrográfica do rio Bacanga uma das maiores áreas
verdes de São Luis, surge o Parque Estadual do Bacanga, outrora Parque dos Mananciais
(1940), doravante Parque Estadual do Bacanga (PEB) criado pelo Decreto Estadual Nº
7.545 / 02/03/1980, com 3.075ha e sendo fortalecido e regulamentado pela Lei Nº 7.712
/2001 (-14% - 2.634,06 ha).
Sem dúvida a criação do PEB foi uma grande alternativa para conservarmos
e preservarmos o que ainda nos resta como nos mostra a imagem de satélite abaixo:

Foto 1: A grande ilha do Maranhão, São Luis.

Fonte: adaptado por PEREIRA (2006)


9

1.3.3.2. Os limites do Parque Estadual do Bacanga.

Esta área pode ser considerada um grande “mosaico verde”, pois ainda abriga
uma vasta biodiversidade e possui vários mananciais de águas superficiais e subterrâneas,
também considerada como uma área de recarga hídrica para a ilha do Maranhão. É
importante destacar que quando o parque foi criado em 2 de março de 1980, o mesmo
possuía 3.075ha, o parque obteve um plano de manejo no período de 1993 a 1997 e uma
atualização deste mesmo plano em 2002, que fez com que o PEB sofresse uma perda de
área de 14%, hoje a sua área total é de 2.634,06 há, como demonstra figura abaixo:

Figura 2: Limites do Parque Estadual do Bacanga.

Fonte: PINHEIRO, 2006, adaptado pelo autor.

A imagem acima define muito bem o quanto o PEB modificou e o quanto


perdeu área, a imagem é de 2006, a linha amarela retratada por fora na figura demonstra
os 3.075ha iniciais do PEB, a linha vermelha após perder aproximadamente 14% do que
era antes, a imagem de satélite dista 3.000m de altura da superfície da Terra e podemos
verificar que a área verde era muito maior em 2006 do que é hoje.
10

1.3.3.3. Hidrografia do Parque Estadual do Bacanga.

A maior bacia hidrográfica que é a do rio Bacanga, está inserida diretamente


na área do PEB, na verdade é uma somatória de vários igarapés e pequenos riachos, assim
como mananciais de águas superficiais como o Lago do Rio da Prata e águas subterrâneas.
A figura abaixo nos dá uma noção da disposição dos corpos e mananciais de água que
formam a hidrografia do PEB, ao qual estão também inseridas a Bacia do rio da Prata,
objeto deste estudo e a represa do Batatã.

Figura 3: Hidrografia do Parque Estadual do Bacanga

Fonte: PINHEIRO,JR 2006, adaptado pelo autor.

Outrossim, é o registro de importantes usos de ocupações do solo superficial


da área do PEB, o que detectamos foram diversos tipos de vegetação, de microclimas,
vários mananciais de água, solos degradados, parte explorado em agricultura, parte em
pecuária, pequenos mangues e uma biodiversidade incrível, nem parecendo compor a área
de São Luis – MA, por estar muito próxima as áreas urbanas do centro e do entorno da
cidade. Também detectamos que a cada ano que passa os índices pluviométricos
diminuem e o índice de desflorestamento aumenta, tornando-se razões inversamente
proporcionais, onde suas somatórias somente afetam negativamente nosso meio ambiente
e nossa qualidade de vida.
11

1.3.3.4. Ocupações do solo do Parque Estadual do Bacanga.

Á área superficial do solo do PEB, apresenta vários tipos de vegetação, de


áreas construídas por ocupações ilegais e outras que vem a contribuir para degradação do
mesmo, neste sentido é importante mencionar que existem trabalhos expressivos que vem
a contribuir com o propósito de conservação, preservação e multiplicação de espécies
nativas florestais desta região, a figura abaixo demonstra vários aspectos da ocupação do
solo superficial do PEB:

Figura 4: Ocupação do solo superficial da área do PEB.

Fonte: PINHEIRO, JR (2006, p 48)

Devemos atentar que a figura acima retrata dados visuais de ocupação que
hoje estão maiores e consequentemente maiores degradações de diversos tipos afetam e
ocorrem na área desequilibrando pela ação antrópica o que era perfeito, nossa natureza.
12

1.3.3.5. A Bacia Hidrográfica do Rio da Prata.

A região onde está inserida a bacia hidrográfica do rio da prata pode ser
considerada o locus da pesquisa, onde serão analisados os parâmetros de desflorestamento
e escassez da água e os baixos índices pluviométricos.

1.3.3.5.1. Localização Geográfica da Bacia do Rio da Prata.

A pesquisa foi realizada no Brasil, no Estado do Maranhão no município de


São Luis, que é considerada uma ilha contando com os outros três municípios que são:
São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.
O município de São Luís limita-se ao Norte com o Oceano Atlântico, ao Sul
com o Estreito dos Mosquitos, a Oeste com a Baía de São Marcos e a Leste com o
município de São José de Ribamar, conforme podemos observar na projeção cartográfica
abaixo:
Figura 5: Projeção Cartográfica da área de estudo:

Fonte: Adaptado pelo autor

A área da pesquisa está localizada na APA (Área de Preservação Ambiental)


do Maracanã que caracteriza-se por ser uma UC (Unidade de Conservação), que na
realidade é uma área limítrofe do parque Estadual do Bacanga, mas nem por isto devemos
13

passar despercebido e deixar de tentar conservar e preservar o que ainda nos resta em
matéria de recursos naturais e biodiversidade.
O roteiro de acesso a Bacia do Rio da Prata é: no sentido São Luis / Bacabeira,
no Km 4 dobra-se a direita percorrendo a avenida dos Curiós, chegando ao IFMA São
Luis campus Maracanã, dobre-se a direita, percorrendo mais 300m, dobra-se a esquerda
seguindo a estrada carroçal por mais 3,5km e chagamos do lago represado do Rio da Prata
que é o maior volume de água e é composto pela Bacia. No mapa abaixo tentamos dar
uma visão de quão é importante esta região para o equilíbrio ecológico da mesma e de
recarga hídrica para São Luis, assim como representa um gigante mosaico verde1 fonte
de energia, vida e luz.

Figura 6: Mapa de localização da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata

Na área
Fonte: Elaboração já foi
do autor. implementada um Plano de Manejo, o que requer substanciais
conhecimentos científicos em vários parâmetros geoambientais da região tais como: O
clima, aspectos edafoclimáticos, recursos hídricos, índices pluviométricos,

1
São áreas verdes desempenham importante papel no mosaico urbano, porque constituem um espaço
inserido no (ecos) sistema urbano cujas condições ecológicas mais se aproximam das condições normais
da natureza (ANDRADE et al, 2006, p5)
14

biodiversidade (fauna, flora e microorganismos), socioculturais (socioeconômicas e


tradições culturais).
A bacia hidrográfica do Rio da Prata está inserida diretamente na área do
Parque Estadual do Bacanga e ajuda a compor a maior bacia hidrográfica que é a bacia
do Rio Bacanga, com seus vários mananciais de águas superficiais e subterrâneas, o mapa
abaixo representa a Planta de localização da Bacia hidrográfica do Rio da Prata.

Figura 7: Planta de Localização da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata.

Fonte: SILVA, 2006

O rio da Prata conta com uma série de nascentes localizadas na área do IFMA
(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhã) São Luis, campus
Maracanã), que formam um lago porque é represado contendo um volume substancial de
água.
A importância do rio da Prata é significativa, pois além de servir de fonte de
vida para uma vasta biodiversidade e comunidade do entorno, conta como fonte de
15

recarga e abastecimento hídrico sendo utilizado pela CAEMA (Companhia de


Saneamento Ambiental do Maranhão), que somado ao sistema ITALUIS e abastece a ilha
do Maranhão com um percentual de 15%. Já faz muito tempo que essa captação de água
existe como podemos observar em citação abaixo:

[...] O Rio da Prata possui uma bacia de 1,72 km² e tem suas águas represadas
e coletadas desde 1969 para o Sistema Italuis, que é destinado ao
abastecimento de água potável para a cidade de São Luís/MA. Sua
contribuição média é de 40 l/s que é bombeada para uma caixa de passagem da
adutora do Batatã, que é responsável por cerca de 15% (quinze por cento) do
abastecimento da Ilha de São Luís. As avaliações da CAEMA consideram que
a área tem péssimas condições sanitárias em função do fácil acesso de animais
e pessoas, tornando sua água não potável (RELATÓRIO TÉCNICO, 2009, p
11)

Apesar da avaliação negativa feita pela CAEMA, sobre a qualidade da água,


registramos que quando é feita a represa do rio através da estrada, o curso natural do rio
é modificado e em consequência disso é que a biodiversidade depois da represa é
altamente alterada e prejudicada, pois o rio foi interrompido e onde existia um percentual
de vida diminuiu significativamente.
Outrossim é a degradação do solo e o desflorestamento feito pela ação
antrópica o que hoje, resulta da extinção de vários mananciais de água superficiais, como
nascentes e cacimbas juntamente com a migração da fauna e microorganismos.

1.3.4. O IFMA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão.

Até chegarmos no que somos hoje como rede federal de educação ciência e
tecnologia, foram longas conquistas que não foram fáceis, em se tratando do IFMA São
Luis – Campus Maracanã, outrora EAFSL (Escola Agrotécnica Federal de São Luiz do
Maranhão), o caminho também foi longo. Tudo começou com:

[...] No dia 23 de setembro de 1909, por meio do Decreto n.º 7.566 - assinado
pelo então presidente Nilo Peçanha - foram criadas as Escolas de Aprendizes
Artífices nas capitais dos estados, incluindo a capital do Maranhão, São
Luís. A Escola foi criada com o intuito de proporcionar às classes
economicamente desfavorecidas uma educação voltada para o trabalho, sendo
instalada na capital maranhense no dia 16 de janeiro de 1910. (Disponível em:
<www.ifma.edu.br>. Acesso em 23 FEV 2.015).

Ressaltando que no ano de 1936, foi lançada a pedra fundamental do primeiro


prédio do que era antigo CEFET- MA (Centro Federal de Educação Tecnológica)
16

doravante Campus Monte Castelo que abrigou por alguns anos a Reitoria deste Instituto
Federal.Vinte e oito anos se passaram (1937) e com várias mudanças constitucionais que
redesenharam nosso país no aspecto educacional, surge no lugar das escola de Aprendizes
e Artifíces o Liceu Industrial de São Luis, que até hoje perdura no bairro diamante, no
centro da capital do Maranhão. Como retrata foto abaixo:

Foto 2: Aprendizes em solenidade no Liceu Maranhense

Fonte: Disponível em: <www.ifma.edu.br>. Acesso em 23 FEV 20015.

Como sempre com as mudanças de governos alguns projetos que já estavam


em andamento, param outros progridem e assim vamos evoluindo passo a passo, dessa
forma já em 1942:
[...] Em 30 de janeiro de 1942, com a necessidade de responder às novas
demandas educacionais no setor industrial em face da intensificação do
processo de substituição das importações, ditada pela dinâmica da produção
dos países industrializados durante a Segunda Guerra, o Decreto-lei n.º 4.073
instituiu a Lei Orgânica do Ensino Industrial. Nesse contexto, foram criadas
as Escolas Técnicas Industriais. No mesmo ano, por meio do Decreto-Lei n.º
4.127, de 25 de fevereiro, foi instalada a Rede de Escolas Técnicas Federais.
Com isso, o então Liceu Industrial de São Luís foi transformado na Escola
Técnica Federal de São Luís.
(Disponível em: <www.ifma.edu.br>. Acesso em 23 FEV 20015).

A nomenclatura de Escola Técnica Federal de São Luis permaneceu até o ano


de 1965, e no dia 3 de Setembro, durante o período da ditadura militar num governo
autoritarista e controlador das políticas públicas instaura a Portaria n.º 239/65, seguindo
o que dispunha a Lei n.º 4.795, de 20 de agosto de 1965, a Escola Técnica Federal de
São Luís passou a se chamar Escola Técnica Federal do Maranhão.
17

O IFMA foi instituído com a edição da Lei n.º 11.892, em 29 de dezembro de


2008, que unificou o CEFET-MA e as Escolas Agrotécnicas das cidades de Codó, São
Raimundo das Mangabeiras e São Luis (Maracanã).

Figura 8: Transição de colégio Agrícola / Escola Agrotécnica / IFMA –São Luis -


Maracanã

Fonte: Adaptado pelo autor.

Desta maneira como resumo do Histórico do IFMA no estado do Maranhão


podemos afirmar que:
[...] O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão,
doravante tratado como Instituto Federal do Maranhão, com sede em São Luis,
criado pela Lei Nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, mediante integração
do Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão e das Escolas
Agrotécnicas Federais de Codó, de São Luís e de São Raimundo das
Mangabeiras é Autarquia com atuação no Estado do Maranhão, detentora de
autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e
disciplinar. (Disponível em: <www.ifma.edu.br>. Acesso em 23 FEV 20015).

A educação evoluiu no estado do Maranhão, mas sabemos que ainda existem


muitos obstáculos e desafios a serem ultrapassados. E “abraçar” a licenciatura como
profissão requer muita convicção, ética e determinismo para se obter eficácia com a
educação em essência do ensino e aprendizado, de se ter autoridade sem ser autoritário,
de ser amigo dos seus estudantes e não o contrário, e como nos ensinou FREIRE (1996,
p85) “Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível”.
Essas mudanças devem vir de dentro para fora, de superarmos nossos próprios
defeitos e atitudes negativas, pois como educadores somos formadores de opiniões e é
preciso qualidades do bem para realmente ensinarmos e aprendermos, com conhecimento
sim, mas com atitudes e respeito ao outro.
18

Hoje encontram-se em funcionamento mais de 20 campi do Instituto e mais


alguns sendo construídos como o de Itapecuru, São José de Ribamar e muitos polos
anexos espalhados por vários municípios do Maranhão, dando visualização no mapa
abaixo:
Figura 9: Distribuição dos campi do IFMA no Maranhão.

Fonte: www.ifma.edu.be, adaptado pelo autor.

Com toda esta expansão do IFMA, para obtermos uma educação de melhor
qualidade, devemos respeitar e fazer valer nossa legislação, como exemplo a Lei
No 9.795, de 27 de abril de 1999, que afirma que a educação ambiental deve ser instituída
currículo educacional em todos os níveis, a Lei nº 10.639/03, que alterou a Lei nº
9.394/96 – das Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que incluiu no currículo oficial da
Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática de História e Cultura Afro-Brasileira, assim
como a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012 de cotas para negros nas Universidades,
que assegura 20% das vagas em Universidades para negros, pardos e indígenas.
19

1.3.4.1. O IFMA São Luis - Campus Maracanã

Outrora Escola Agrotécnica Federal de São Luiz, doravante IFMA – São Luis
– Maracanã, possui uma área circunvizinha ao PEB, com aproximadamente 225ha, possui
uma área verde significativa para o equilíbrio ecológico do parque, pois abriga vários
importantes corpos de água superficiais e nascentes que irão ajudar a compor as bacias
hidrográficas que possuem importante papel no que diz respeito a recarga hídrica e
manutenção da biodiversidade da região.
O IIFMA São Luis campus Maracanã tem como limítrofes ao Norte a
comunidade do Batatã, ao Sul a APA do Maracanã e Fervento, a leste a comunidade Vila
Esperança e a Oeste a comunidade Rio da Prata visualizado em mapa a seguir:

Figura 10: Mapa Digitalizado de Localização do IFMA – São Luis - Maracanã

Fonte: elaborado pelo autor.

Enfatizando que a área de estudo sobre o tema deste trabalho, (


– MA) localiza-se principalmente na área do IFMA – São Luis – Maracanã e na
comunidade rio da Prata uma é limítrofe do PEB e a outra está inserida diretamente dentro
do mesmo.
20

1.3.4.2. O Núcleo de Educação Ambiental do IFMA São Luis – Maracanã.

Como a maioria dos históricos de movimento ambiental no Brasil o NEA


deste Instituto Federal de Educação, também foi criado num ambiente de protesto e hoje
13 anos após a sua criação, conquistou um reconhecimento e é tido como uma referência
dentro do mesmo para as questões de educação ambiental. Muito embora, as vezes pareça
estar “apagado” ou sem atividades, devido as atividades com os professores e estudantes sejam
voluntárias e nos seus respectivos horários disponíveis, isto traz muitas dificuldades de horários,
muitas vezes tendo as reuniões e encontros nos horários do almoço.
São executadas ações educacionais com grupos de estudo de alunos, técnicos
do instituto e pessoas interessadas na causa ambiental, mas que abrange várias vertentes
do conhecimento e questões socioculturais.

Quadro1: Principais atividades e ações do NEA:


PRINCIPAIS AÇÕES DO NEA – SÃO LUIS – CAMPUS - MARACANÃ
Nº ATIVIDADES
1 Formar grupos de estudo no IFMA - campus maracanã / Trilha ecológica pedagógica.
2 Reciclagem e reaproveitamento de material.
3 Campanhas educativas a favor da limpeza e conservação do IFMA campus maracanã.
4 Produção de mudas ornamentais e nativas.
5 Reflorestamento das áreas desflorestadas e de pátios e praças do IFMA campus maracanã assim como
do seu entorno.
6 Estudo sobre meio ambiente (preservação e conservação) do IFMA campus maracanã.
7 Estudo sobre drogas.
8 Estudo sobre DST’s.
9 Estudo sobre a violência (mulher, lar, negro, ambiental, bulling)
10 Confecção de placas educativas.
11 Coleta seletiva de resíduos sólidos.
12 Compostagem para ser aproveitada no IFMA e comercialização.
13 Preservação das matas ciliares das nascentes do rio da prata .
14 Integração com outras instituições de ensino de São Luis - MA / Fonte: NEA, adaptado pelo autor.
Fonte: (NEA 2008)

Em 2002, a professora Vilma Martins, foi surpreendida com a derrubada de


amendoeiras (árvores e também a retirada de uma porção de mata nativa, localizada
dentro da área do Instituto, diante disso, ela resolveu criar um movimento de protesto a
esta prática bem como outras que vinham sendo realizadas e que feriam diretamente ao
21

meio ambiente, nascia o NEA (Núcleo de Educação Ambiental do IFMA – São Luis –
Campus – Maracanã
Tivemos a oportunidade de participar diretamente do NEA, quando
estudávamos no curso na modalidade subsequente de Técnico Agrícola com Habilitação
em Agropecuária, na outrora EAFSL, destacando que a participação como membro
integrante do NEA teve grande relevância na formação profissional e humana, devido
suas diversas atividades socioambientais e integração entre os participantes como
explicita foto a seguir:

Foto 3: Estudantes e Coordenadora do NEA de 2008.

Fonte: Acervo do autor

Em 2008, houve a necessidade do NEA evoluir e conquistar sua marca, sendo


assim o estudante Juvenal Ferra da Silva, tomou a iniciativa e elaborou a logomarca
oficial do NEA São Luis Campus Maracanã, onde um par de mãos seguram um livro
aberto representando o conhecimento, uma das mãos semeia e a outra colhe fruto,
juntamente com a sigla NEA, e ainda uma planta germinada das sementes cresce, fazendo
um verdadeiro conjunto de pensamentos educacionais e ambientais.
22

Figura 11: Logomarca do NEA, elaborada em 2008.

Fonte: Elaboração Juvenal Ferraz.

Entre as várias atividade do NEA, como já foi citado destacamos a realização


da I semana do meio ambiente foi de grande colaboração do NEA, a Integração com
outras instituições de ensino de São Luis – MA, a Trilha ecológica na área do IFMA e da
comunidade Rio da Prata.

1.3.4.2.1. A 1ª Semana do Meio Ambiente da EAFSL (2008)

Destacando que no ano de 2008, ainda pela EAFSL, quando foi realizada a I
Semana do Meio Ambiente, desde então esta atividade pedagógica vem a cada ano sendo
realizada, com palestras, mini-cursos (enxertia de plantas frutíferas; GPS, agentes
ambientais, confecção de mudas e outros) trilhas ecológicas, exposição de trabalhos
relacionados, coleta de sementes nativas florestais, sempre envolvendo o máximo a
comunidade escolar e do entorno do IFMA São Luis campus Maracanã.
Relembrando que até chegar aqui, muitas atividades foram desenvolvidas
como a implantação de lixeiras para coleta seletiva, coleta de lixo na área da trilha e das
nascentes do rio da Prata, implantação de jardins na área do IFMA e recuperação de áreas
degradadas através de reflorestamento com mudas nativas produzidas pelos próprios
estudantes na área do instituto. E ao passar dos anos estas atividades foram se fortalecendo
até a realização da I Semana do Meio Ambiente da outrora EAFSL.
Desenvolver atividades que envolve educação ambiental não é uma tarefa
fácil pois é preciso qualificação, ética e muito bom censo, é preciso encontrar tempo para
isto e acima de tudo amar a natureza e o ser humano, pois a E.A. torna-se um instrumento
de construção de uma nova educação capaz de ser transformadora não apenas na natureza
23

e no meio ambiente natural, mas em todo ambiente do ser social que é o homem e como
fortalece MEDINA:

[...] A educação ambiental visa a construção de relações sociais, econômicas e


culturais capazes de respeitar e de incorporar as diferenças (minorias étnicas,
populações tradicionais), a perspectiva da mulher e a liberdade para decidir
caminhos alternativos de desenvolvimento sustentável respeitando-se os
limites dos ecossistemas, substrato de nossa própria possibilidade de
sobrevivência como espécie (MEDINA, 1998, p45)

E enfatizando que para a reconstrução destas relações do homem, é necessário


que estejamos de mãos dadas, porque assim seremos mais fortes, juntos somos mais fortes
que sós.
Ressaltando que no jornal da EAFSL, antes mesmo da instituição possuir
jornalista oficial, foi registrada a I Semana do Meio Ambiente como retrata foto a seguir:

Foto 4: Jornal da EAFSL, registro da 1ª Semana do Meio Ambiente.

Fonte: Acervo do autor.


24

1.3.4.3. Integração com outras instituições de ensino de São Luis – MA.

A interação educacional entre as pessoas entre as instituições entra nossa


sociedade é uma prática espetacular, desta maneira entendemos que o NEA faz essa
interação com outras instituições como escolas públicas municipais de ensino médio,
escolas privadas de ensino médio e fundamental. Nas escolas públicas municipais, sempre
destacamos a escola municipal localizada na Vila Esperança, Aydee Chaves.
A escola é municipal e oferta educação do 1º ao 9º ano, na faixa etária de 7 a
17 anos dos estudantes. Geralmente o transporte do IFMA, nesse caso vai buscar e levar
de volta os estudantes com o coordenador e professor responsável pela visita.
As crianças sentem-se muito felizes, pois tem contato com os animais com
as plantas e com toda exuberância e natureza que o IFMA, São Luis, campus Maracanã
oferece, principalmente para quem visita pela primeira vez o campus, e como as crianças
são pesquisadoras natas em essência ficam maravilhadas e aproveitam muito este dia.
A inclusão das fotos que seguem tenta retratar a felicidade e o prazer das
crianças por estarem em contato com informações, com a natureza e com as pessoas que
representam o NEA e o IFMA.

Foto 5: Crianças da Escola Aydee Chaves, posicionadas para iniciar visita.

Fonte: Acervo do autor.


25

Sempre atuando com outras escolas, o NEA já foi convidado para levar
informações fora do Campus São Luis Maracanã, levando informações sólidas
respeitando os 15 princípios básicos da educação ambiental:

Quadro 2: Os 15 princípios básicos da educação ambiental.


15 PRINCÍPIOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1 A Educação é direito de todos; somos todos aprendizes e educadores.
A Educação Ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, promovendo a transformação
2 da sociedade.
A Educação Ambiental é individual e coletiva. Tem o propósito de formar cidadãos com consciência local
3 e planetária.
4 A Educação Ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato político.
A Educação Ambiental deve envolver uma perspectiva holística, enfocando a relação entre o ser humano,
5 a natureza e o universo de forma interdisciplinar.
A Educação Ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos,
6 valendo-se de estratégias democráticas.
A Educação Ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas causas e inter-relações em uma
7 perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico.
A Educação Ambiental deve facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de decisão, em todos
8 os níveis e etapas.
A Educação Ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir e utilizar a história indígena e culturas
9 locais, assim como promover a diversidade cultural, linguística e ecológica.
A Educação Ambiental deve estimular e potencializar o poder das diversas populações, promovendo
10 oportunidades para as mudanças democráticas de base que estimulem os setores populares da sociedade.
A Educação Ambiental valoriza as diferentes formas de conhecimento. Este é diversificado, acumulado e
11 produzido socialmente.
A Educação Ambiental deve ser planejada para capacitar as pessoas a trabalharem conflitos de maneira
12 justa e humana.
A Educação Ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre os indivíduos e instituições com a
13 finalidade de criar novos modos de vida, baseados em atender às necessidades básicas de todos os
indivíduos.
14 A Educação Ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ações.
A Educação Ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida com
15 as quais compartilhamos este planeta, respeitar seus ciclos vitais e impor limites à exploração dessas formas
de vida pelos seres humanos
Fonte: Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.
Disponível em: <: http://pga.pgr.mpf.gov.br/> Acesso em: 01 FEV 2015.
26

Outra escola pública municipal que já visitou o IFMA, foi a escola “João de
Sousa Guimarães” localizada no bairro da Divinéia e também tiveram um dia de educação
ambiental e lazer, orientados e monitorados pela coordenadora e integrantes do NEA.

Foto 6: Integrantes do NEA, recepcionando estudantes de escola visitante.

Fonte: Acervo do autor.

A intenção de integração com instituições educacionais é a tentativa de


envolver o máximo possível, desta maneira escolas particulares também já foram
convidadas e visitaram o campos com seus estudantes infantis, como é o caso do Colégio
Batista, assim mostra foto a seguir:

Foto 7: Estudantes do Colégio Batista no setor de zootecnia do IFMA.

Fonte: Acervo do autor


27

1.3.4.4. A Trilha Ecológica do IFMA São Luis Maracanã, “Agenor Aguiar”.

O senhor Agenor Aguiar foi servidor desta instituição há alguns anos atrás,
outrora Colégio Agrícola e a princípio foi uma das pessoas que mais colaborou para o
desflorestamento, seu cargo era auxiliar de campo, entretanto com o passar do tempo e o
contato com a educação, e em especial a educação ambiental foi tomando consciência de
que devemos sim, conservar e preservar nosso meio ambiente, e assim o fez
transformando-se num dos maiores defensores das plantas nesse instituto, nesse
reconhecimento a fundadora e coordenadora do NEA, fez a singela homenagem de
colocar o nome do Sr. Agenor na trilha.
Conceituando trilha podemos afirmar que é uma ferramenta da educação
ambiental considerada um instrumento pedagógico, sendo um percurso orientado
metodologicamente. Sua importância é grandiosa e destacamos:
Formação Ambiental; Formação Histórica; Formação de conservação do
ambiente; Preservação de plantas em extinção; Saúde / Turismo Ecológico / lazer;
Laboratório vivo; Experimentação direta; Salas de aulas naturais; Estudo da
Biodiversidade.
O percurso leva aproximadamente 3,5km e é feito em aproximadamente
1:45h, perpassando pela trilha da comunidade Rio da Prata e pela estrada que dá acesso
ao povoado, geralmente é conduzido por agentes ambientais que foram ex-estudantes do
campus orientados pela coordenadora do NEA, finalizando nos portões de entrada do
Instituto Federal. Conforme demonstramos em mapa a seguir:
28

Figura 12: Percurso da trilha em mapa digitalizado.

Fonte: acervo do autor.

Dessa forma entendemos que a trilha como foi conceituada abrange vários
aspectos educacionais e experimentais, oportunizando para mencionar que realizamos um
trabalho de mensuração de algumas plantas consideradas matrizes nativas, utilizando
algumas técnicas de engenharia florestal. O trabalho foi submetido e aprovado para ser
exposto em forma de pôster2 no II Encontro dos Cursos Superiores de Tecnologia em
Alimentos e Ciências Agrárias.

2
Vide pôster inserido nos Apêndices 7.1.1.
29

2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral

Avaliar a fragilidade da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata, na área do IFMA


São Luis campus Maracanã, devido o desflorestamento e a escassez de água das chuvas
em São Luis – MA, objetivando informar a comunidade escolar do IFMA, como também
as comunidade Rio da Prata, Vila Esperança e adjacências.

2.2.Objetivos Específicos
 Comparar e avaliar a situação das áreas verdes desflorestadas através
da ação antrópica e natural.
 Analisar comparativamente índices pluviométricos dos anos 2.012,
2.013 e 2.014.
 Coletar e analisar amostra de água da Bacia hidrográfica do Rio da
Prata, para comparar com análises anteriores de acordo dom
resoluções e portarias do CONAMA, para uso adequado de águas
subterrâneas e superficiais.
 Investigar o trabalho de Educação Ambiental do NEA (Núcleo de
Educação Ambiental do IFMA São Luis – MA) nas escolas da
comunidade da Vila Esperança, no campus Maracanã, na comunidade
rio da Prata, como instrumento de informação que levem a mudança
de atitudes no ambiente pesquisado.
30

3. Material e Métodos

O estudo teve como objetivo principal avaliar a fragilidade da Bacia


Hidrográfica do Rio da Prata, situada diretamente na área do Parque Estadual do Bacanga.
A metodologia utilizada foi quali-quantitativa que considera tudo que pode ser
quantificável, que significa traduzir números, opiniões e informações para classifica-las
e analisa-las.
Tendo como método um estudo de caso por estudar algo singular que tem
valor em si mesmo enfatizando e interpretando o contexto investigado. Os sujeitos da
pesquisa foram: 10 Professores do IFMA São Luis Maracanã, 10 estudantes, 10
funcionários e 10 moradores da comunidade Rio da Prata e Vila Esperança
Os principais instrumentos no caminho da pesquisa foram a observação direta
in loco, as entrevistas e as coletas e análises das amostras de água da Bacia Hidrográfica
de 2.015 para comparar com as análises de 2.013 de ALMEIDA (2.013) e BARROS
(2.013) pautados nas resoluções e portarias do CONAMA para uso adequado das águas
subterrâneas e superficiais. Foram selecionados para a investigação diversas publicações
como artigos científicos, livros, teses, jornais entre outros, relacionados ao tema
pesquisado, como também estudo de Leis e Decretos, como: Decreto Estadual Nº 7.545
de 1980; Decreto Estadual Nº 9.550 de 1984 e a Lei Nº 7.712 de Dezembro de 2.001.
Também Foram utilizados na pesquisa, equipamentos de tecnologia como
aparelho de navegação com sistema GPS (Sistema de posicionamento Global),
pluviômetros, câmera fotográfica, filmadora, gravador de áudio, bloco de notas,
computador com softwer’s de georreferenciamento, disco de secchi entre outros.

4. Resultados e Discussão.

4.1. Índices pluviométricos

Enfatiza-se que coletas de dados pluviométricos, com eficácia podem nos


ajudar a combater tal problema de alta gravidade que é a falta de chuvas, através da
tabulação dos dados coletados podemos regular melhor nossos calendários agrícolas,
onde perfurar poços artesianos com maior fluxo de água nos lençóis freáticos, que plantas
apresentam melhores características de rusticidade e reagem melhor a falta de água, fazer
estimativas de como serão os níveis hídricos dos reservatórios, dos mananciais naturais
31

superficiais e subterrâneos, enfim ter um controle melhor sobre nossas produções sejam
de origem animal ou vegetal, teremos condições de estima-las com o máximo de eficácia
e sustentabilidade, ambiental, financeira, estrutural, de logística, armazenamento e
comercialização.
Neste sentido foram coletadas planilhas com o índice pluviométrico doa anos
de 2.012, 2.013 e 2014, no LABMET3, planilhas estas que vieram em apenas um arquivo
muito grande, onde tivemos o trabalho de codificar e condensar as informações
transformando-as em quadros e gráficos para melhor entendimento dos dados tabulados.

Figura 13: Planilha que demonstra os índices pluviométricos diários com Somatória
mensal dos anos de 2.012, 2.013 e 2.014.

Fonte: Dados da rede do INMET, adaptado pelo autor.

3
Laboratório de Meteorologia, localizado em São Luis – MA, na UEMA (Universidade Estadual do
Maranhão).
32

Na planilha acima, temos o quanto choveu diariamente em mm (milímetros)


e a somatória mensal, incluindo os dias que não choveram que apresentam-se como 0
(zero). Podemos afirmar também que é a precipitação acumulada em 24h, mensal e anual.

Figura 14: Planilha criptografada com dados de temperatura máxima média (TMM);
temperatura compensada média (TCM); umidade relativa média, distribuídos
mensalmente:

Fonte: Dados da rede do INMET.

De acordo com os dados de pesquisa fornecidos pelo BDMEP (Banco de


Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa) e o INMET (Instituto de Meteorologia),
as informações foram analisadas e condensadas em quadros e gráficos que serão
abordados a seguir, com uma gama de detalhes a respeito dos dias que choveu na ilha do
Maranhão.
Diante de tais informações tabuladas fica mais fácil projetar ações na área da
Agropecuária, no campo e mesmo nas áreas urbanas como é o nosso caso, que apesar de
estarmos em uma área urbana, sempre as comunidades assemelham-se com municípios
do interior do maranhão.
É importante esclarecer que, apesar de todo o aparato tecnológico,
trabalhamos com estimativas que se aproximam muito bem da realidade, mas não é a
33

realidade absoluta, pois em uma mesma região que os dados não mostram é possível
chover numa área e em outra área bem próxima não.
Os quadros e gráficos a seguir foram codificados e adaptados das duas
grandes planilhas que foram demonstradas anteriormente:
Quadro 3: Índices de Precipitação de São Luis – MA acumulada em mm do ano de 2.012.

P/A (mm) PRECIPITAÇÃO ACUMULADA EM MILÍMETROS DO ANO DE


DIAS
2012.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 0 0 2,4 2,2 0 0 0 0 0 0 2,6
2 0 0 20 22,4 15,6 0 0 0 0 0 0
3 0 0 20,2 0,8 0,2 0 0 0 0 0 0
4 0 0 0,2 0,8 0 0 1,4 1 0 0 0 0
5 1,4 0 0 0,6 0 0 0,2 0 0 0 0 0
6 0,6 0 0 0 3,8 0 0 0 0 0 0 0
7 0 0 3,6 2,2 1 0 10,2 0 0 0 0 0
8 0 8,4 36,2 22,2 0,6 0 0,6 0 0 0 0 0
9 0 0 0,2 17 0,4 1,6 9,8 0 0 2,6 0,2 0
10 0 0 0 0 21,6 2,6 1,4 0,8 0 0 0 0
11 0 8,6 3,2 14,6 6,8 0 0,4 2,8 0 0 0 0
12 0,6 11,2 18,8 24,4 9,2 0 0 0 0 0 0 0
13 0 0 33,2 2,4 0,6 1,4 17,2 0 0 0 0 0
14 0 9,8 33 11,6 0 0 0 0 0 0 0 0
15 4 21,6 13 4,4 8,8 0 0,4 0 0 0 0 0
16 22,2 18,6 5,8 9 2,6 31,2 0 0 0 0 0 0
17 0,2 0,4 0 10,4 0 0 0 0 0 0 0 0
18 0 13,8 0 0 0 0 0,6 0 0 0 0 0
19 13,5 9,2 0 6,4 1 0,4 0,2 0 0 0 0 0
20 10,2 6,2 0 3 4,2 1,2 0 0 0 0 0 0
21 0,2 8,6 5,2 9,6 0 0 18,6 0 0 0 0 0
22 0 2,2 0 2,6 0,2 5 0 0 0 0 0 0
23 26,4 2 25 1,8 1,8 6,4 0 0 0 0 0 0
24 20,6 0,6 20,6 0 0 0,4 0 0 0 0,2 0 0
25 0 5,6 4,6 17 0 13,6 0 0 0 0 0 0
26 0 12,2 4,6 5,8 0 2,2 0 0 0 0 0 0
27 0 17,8 0,8 2,6 0 2 0 0 0 0 0 0
28 4,2 5 13 0,2 0 0 0 0 0 0 0 0
29 1,6 19,1 0,4 0 0 0 0 0 0 0 0,2 0
30 0 - 4,6 0 0 0 0 0 0 0 0 0,2
31 0 - 22,4 - 0 - 0 0 0 0 0 4,8
TOTAL M 95,7 180,9 291 194 78,4 68 61 4.6 0 2,8 0,4 7,6
TOTAL A 984,4mm
Fonte: Dados da rede do INMET, adaptado pelo autor.

Com rápida visualização podemos detectar que no ano de 2.012, choveu mais
no mês de Março com 291mm, e o mês que simplesmente não choveu foi Setembro, estes
índices afetam diretamente a bacia hidrográfica do rio da Prata e consequentemente, as
bacias maiores e os reservatórios de abastecimento da Ilha.
34

Quadro 4: Índices de Precipitação de São Luis –MA acumulada em mm do ano de 2.013.

P/A (mm) PRECIPITAÇÃO ACUMULADA EM MILÍMETROS DO ANO DE 2013.


DIAS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 0,2 0 0 0,8 0 0 28 0 14,6 0 0 0
2 4 0 3,4 0,4 1,2 0 16,4 0 0,2 0 0 0
3 1 0 0,2 5,8 1,4 0 28 0 0 0 0,2 0
4 18,4 0 6,6 11,2 1 0 3,8 0 0 0 13 0
5 0,2 0 13,6 0 15 2,4 2,6 0 0 0 0,2 0
6 0 0 0,2 1 8,6 0,2 0,6 0 0 0 0 0
7 0 4,4 0 11,6 0 0 10,6 0 0 0 0 0
8 0 0 0 2,6 2,8 0 0,2 0 0 0 0 0
9 1,2 4,4 3 2 18,2 0 18 0 0 0 0 0
10 0,2 1,8 0,6 0,4 8 12 0,8 0 0 0 0 0
11 0 4 2,8 0,8 6,2 6,8 7,4 22,6 0 0 1 0
12 0 10 0 8,8 0 0,8 0,4 0 0 0 0 0
13 0 164,8 16,8 0,2 30,6 0 0,8 5,8 0 0 0 0
14 0 22,4 0 0 4 0,8 0 4 0 0 0 0
15 0 2,4 6 0 9,4 0 32,4 0 0 0 0 0
16 5,8 7,6 4,8 1 0 0 0,2 0 0 0 0 0
17 0 24,6 0 23,2 0 1 0 0 0 0 0 0
18 0 0 3,8 1 8 0 0 1,6 0 0 0 0
19 2,2 24,4 45,6 0,4 36 0 1,2 0 0 0 0 0
20 0,4 6,8 27,4 25,2 14 0 13 11,4 0 0 0 15,2
21 0 18 5,6 0 7,2 26,2 0 0 0 0 0 11,2
22 6,2 0 4,6 26,6 10 12,8 6,6 0 0 0 0 0
23 0,2 0 0,8 32,6 10,2 2 11,6 0 0 0 0 5,2
24 3,6 0 3,4 0,2 4,8 0 0,2 0 0 0 0 0
25 0,2 0 1,4 3,2 28,8 0,2 11,4 0 0 0 0 0
26 16,8 0 0 4 0 0 0,2 0 0 0 0 0
27 1,2 0,4 2,8 48,8 0 4 1 0 0 0 0 0
28 0 0 0,4 0 0 0,2 0 0 0 0 0,2 0
29 0 - 2,4 5,8 0 0 2,4 0 0 0 0 0
30 0 - 25,6 6,6 0 19,8 0 0 0 0,4 0 0
31 0 - 82,4 0,8 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL M 61,8 296 264,2 224,2 225,4 89,2 197,8 45,4 14,8 0,4 14,6 31,6
TOTAL A 1.465,4mm
Fonte: Dados da rede do INMET, adaptado pelo autor.

Já no ano de 2.013 o mês que mais choveu foi o de Fevereiro, com 296mm e
o que menos choveu foi o de Outubro com 0,4 com quase ausência de chuvas, com um
total anual de 1.465,4mm.
Desta maneira podemos comparar os quadros e verificar os diferentes níveis
de quantidade de chuva, onde e qual o mês que choveu mais e menos, assim como em
qual ano choveu também mais ou menos.
35

Quadro 5: Índices de Precipitação de São Luis – MA acumulada em mm do ano de 2.014.

P/A (mm) PRECIPITAÇÃO ACUMULADA EM MILÍMETROS DO ANO DE 2014.


DIAS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 0 0 2,2 0 5,6 0 2,4 0 0 0 0 0
2 0 19,2 0,4 2,4 6,4 0 0,2 1 0 0 0 0
3 0 8,4 0 0,2 4,4 11,4 0,2 0,2 0 0 8,4 0
4 0 6,2 15 13 17,6 24,8 0 0 0 0 0 0,6
5 0 6 0 0 31,6 0 0 0 0,2 0 0 0
6 0 2 8,6 1,2 34,2 18,8 0 0 0 1,6 0 0
7 0 4,4 19 0 0,8 2 0 0 0 0 0 0
8 6 21,2 23,2 1,6 25,6 0,2 0 0 0 0 0 0
9 0 0,4 2,2 11 22,8 0 10,4 0 0 0 0 0
10 0 0 0,2 1,6 124,2 0,2 0 0 0 0 0 0
11 0 3,4 19,6 1 15,2 5,6 0 0 0,2 0 0 0
12 0 7,8 0,6 16 5 0,2 0 0 0 0 0 0
13 0 9,2 7,8 6,8 3 0,4 0 0 0 0 0 0
14 0 10,4 1,2 0 19,6 10 1,2 0 0 0 0 0
15 0 17,2 0 9,8 53,8 17,8 2,6 0 0 0 0 0
16 0 22 1,4 0 0,2 8,2 0 0 0 0 0 0
17 0 0,2 0,8 14,6 0 0,2 0 0 0 0 0 0
18 0 26 0 8,8 10,2 7,4 0 2,6 0 0 0 0
19 0,2 10,4 9,6 7,8 7 0,6 0 0 0 0 0 0
20 0,8 30,6 0,2 11,4 3 0,2 0,6 0 0 0 0,6 0
21 0 0 0 2,6 1,2 0,2 0,2 0 0 0 0 0
22 0 0 0 0 31,4 0 0 0 0 0 0 0
23 0 0 0 0 20 0 0,2 0 0 0 0 0
24 8,4 0 0 21,8 34,2 0 0 0 0 0 0 0
25 5,2 0 0,2 1,8 3 23,8 0 0 0 0 0 0
26 0 0 0 1,2 13,4 1,8 0 0 0 0 0 0
27 0 0 0 5,8 6,6 4,2 0,6 0 0 0 0 0
28 1,4 6,2 8 27,8 17,4 0 0 0 0 0 0 0
29 2,6 0 0,2 25,4 13,2 2,2 0 0 0 0 0 0
30 0 0 2 12 1,6 8,6 0 0 0 0 0 0
31 0 0 0 0 0,2 0 8 0 0 0 0 0
TOTAL M 24,6 211,2 122,4 205,6 532,4 148,8 26,6 3,8 0,4 1,6 9,0 0,6
TOTAL A 1.287mm
Fonte: Dados da rede do INMET, adaptado pelo autor.

Dado a importância do regime pluviométrico na cidade de São Luis – MA,


que a cada ano é alterado foi possível no caminhar da pesquisa observar dados que
retratam a escassez de água na Bacia Hidrográfica do Rio da Prata e o desflorestamento.
De acordo com os quadros 3,4 e 5, foram analisados os índices pluviométricos
de São Luis MA, nos anos de 2.012, 2.013 e 2.014, identificamos que o ano que mais
choveu foi o de 2.013 com 1.465,4mm, sendo que neste mesmo ano o mês que mais
choveu foi o mês de Março com 291mm. O ano que choveu menos foi o de 2.012 com
984,4mm, o mês que choveu mais foi o de Março com 291mm.
36

No ano de 2.012 teve um mês que não choveu que foi o de Setembro com
0mm, os meses de Outubro, Novembro e Dezembro, quase não choveu com 2,8mm;
0,4mm e 7,6 respectivamente.
Já no ano de 2.013 que foi o ano que mais choveu correlação até os dias atuais,
tivemos os seguintes dados: não apresentou um único mês que não tivesse chovido
Outro dado interessante e analisado é que neste ano de 2.104, choveu mais
que no ano anterior com 1.287mm e o ano de 2.013 com 1.465,4mm. Porém em Maio de
2.014 choveu 532,4mm quase o dobro do mês que choveu mais em 2.013, que foi
Fevereiro com 296mm. Ou seja, em um ano que choveu menos ao longo dos doze meses,
teve um mês que choveu mais.
Desta maneira podemos fazer estimativas mais precisas correlação a
quantidade de água que vai cair do céu e ajudar com eficácia nossas produções e
produtividades.
A seguir teremos a sequência de três gráficos com dados também codificados
dos anos de 2.012, 2.013 e 2.014, onde temos uma visualização mais objetiva e rápida
dos meses e quanto choveu na ilha do Maranhão:

Gráfico 1: Quantidade de chuvas em mm do ano de 2.012 em São Luis - MA

Fonte: Dados da rede do INMET, adaptado pelo autor.


37

Gráfico 2: Quantidade de chuvas em mm do ano de 2.013 EM São Luis - MA

Fonte: Dados da rede do INMET, adaptado pelo autor.

Gráfico 3: Quantidade de chuvas em mm do ano de 2.014 EM São Luis - MA

Fonte: Dados da rede do INMET, adaptado pelo autor.

Os gráficos 1,2 e 3 são compactações dos quadros relacionados aos índices


pluviométricos de São Luis – MA, referentes aos anos de 2.012, 2.013 e 2.014. Seus
resultados expressam maiores índices de chuvas nos respectivos meses de cada ano.
38

4.2. A qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata.

É importante averiguarmos como está a qualidade da água que estamos


consumindo, tanto no IFMA, quanto pela comunidade Rio da Prata, pois na comunidade
existem poços artesianos onde as pessoas utilizam a água para consumo assim como no
IFMA, mas será que esta água consumida apresenta um grau satisfatório de potabilidade
para o consumo humano?
Ao longo do trabalho detectamos que vários fatores influenciam para que a
potabilidade dessas águas superficiais e subterrâneas venham a se contaminar e poluir,
mas não tínhamos noção de qual a quantidade dessas contaminações e poluições nem
quais elementos fazem com que isto ocorra, desta forma entendemos que as análises
laboratoriais das coletas e amostras dessas águas sejam fundamentais para combatermos
tal problema que atinge diretamente a saude das pessoas que estão ao seu entorno.
Outrossim importante, é como tratamos os resíduos sólidos, ou seja nosso lixo
doméstico e todo lixo que possa afetar nossos mananciais. É necessário coletar
seletivamente e com frequência semanal para se ter índices menores de poluição nos
mananciais que estão inseridos na área do PEB. Lembrando que a água não é somente a
molécula H2O (2 átomos de Hidrogênio e 1 átomo de Oxigênio) ou apenas o conceito de
que é um líquido incolor, sem cheiro ou sabor, essencial à vida que congela a 0°C e entra
em ebulição a 100°C. Não! ela é a essência da vida terrestre, a vida começou na água
através de uma bactéria e todos os seres vivos possuem a maior parte de seu organismo
constituído de água como nos mostra a figura abaixo:

Figura 15: Corpo Humano, mais de 70% é composto de água.

Fonte: disponível em :< http://desbravandonarede.blogspot.com.br> Acesso em


03 MAR 2015.
39

Sendo assim, devemos saber como anda nossa qualidade de água consumida,
e registros importantes já foram feitos por pesquisadores do próprio IFMA em teses de
doutorado do professor ALMEIDA (2.013 – Monte Castelo) e professor BARROS (2.013
– Maracanã) pela UFC (Universidade Federal do Ceará) na região da Bacia hidrográfica
do rio da Prata e do IFMA São Luis, campus Maracanã. Com análises e amostras de
resultados que nos dão maior precisão para entendermos estes processos complexos de
recarga de água, de contaminação e poluição.
Basicamente para verificação da água com potabilidade para consumo
humano satisfatoriamente, são mensurados parâmetros bacteriológicos de: Coliformes
fecais (termotolerantes) e Escherichia coli, bactérias extremamente nocivas a saude
humana, quando ingeridas ou em contato direto com a água contaminada.
Também para observarmos a qualidade da água parâmetros físico-químicos
fazem parte dessa composição e de acordo com seus níveis, podemos detectar através e
coletas e amostras se a água é boa ou má para a saude humana, ou qualquer tipo de
produção seja ela animal ou vegetal.
Desta forma, vamos a seguir apresentar resultados de algumas amostras
analisadas em águas superficiais e subterrâneas de áreas que compõe a bacia Hidrográfica
do Rio da Prata, incluindo amostras da própria represa.
Tabela 1: Coliformes fecais totais (CT) em águas subterrâneas. NMP: Número
mais provável.

Fonte: (ALMEIDA, 2.013, p88)


40

Esclarecendo que nas análises desses dados tabulados, onde apresenta-se


menor que 1 na tabela, significa que está satisfatório e qualquer valor maior que 1, já está
fora do padrão portanto impróprio para consumo humano. Na tabela foram analisados em
100ml, em 14 poços artesianos distribuídos na área da Bacia Hidrográfica do rio da Prata.
Os poço P1 e P3, estão dentro da área do IFMA e em seis coletas apenas duas
não apresentaram graus de contaminação por coliformes, isto para o poço P1, para o P3,
foram feitas 4 coletas e em todas apresentaram graus de contaminação. O restante dos
poços estão distribuídos no bairro Vila Esperança e na comunidade do Rio da Prata. As
coletas foram feitas nos anos de 2.011 e 2.012.
Correlação a Escherichia coli, os resultados nas águas subterrâneas nos
mesmo poços foi bem inferior conforma demonstra tabela abaixo:

Tabela 2: Escherichia coli (EC) em águas subterrâneas. NMP. Número mais


provável.

Fonte: (ALMEIDA, 2.013, p88)

Apesar de comparado como os coliformes, os índices de presença de


Escherichia coli, é bem inferior, mas não pode deixar de ser preocupante, nos revelando
que devemos tratar as águas destes poços se formos consumi-la.
41

Ainda em relação aos padrões de potabilidade a água própria para o consumo,


ou água potável, deve obedecer certos requisitos na seguinte ordem:
Organolética: não possui odor e sabor objetáveis;
Física: ser de aspecto agradável; não ter cor e turbidez acima do padrão de
potabilidade;
Química: não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima dos limites de
tolerância para o homem;
Biológica: não conter germes patogênicos.
Dessa forma Os padrões de potabilidade indicam as concentrações máximas
permissíveis de alguns parâmetros. No Brasil, acham-se em vigor as normas e o padrão de
potabilidade da água, estabelecidos pelo Ministério da Saúde, através da Portaria 36/GM de
19/01/1990.

Tabela 3: Parâmetros físico-químicos em nascentes e lagos da bacia Hidrográfica


do Rio da Prata, analisados em 2.011 e 2.012.

Fonte: (ALMEIDA, 2.013, p88), adaptado pelo autor.


42

Os resultados das medidas dos parâmetros físico-químicos, CE, pH, turbidez,


dureza, cor e STD em amostras coletadas mensalmente em duas nascentes e dois pontos
da lagoa no rio da Prata, no período de outubro/2011 a outubro/2012. A tabela foi
compactada a título de comparação com dados atuais coletados em 25/02/2.015.
Os valores mais baixos estão em azul e os mais altos em vermelho.
Afim de comparar dados atuais com dados recentes foi feita coleta de água na
represa do Rio da Prata para analisar e comparar.

Foto 8: Coleta de água para análise de parâmetros físico-químicos.

Fonte: Acervo da pesquisa.

A amostra foi coletada na represa do Rio da Prata, área que compõe a bacia
Hidrográfica no dia 25/02/2.015 às 9:30 da manhã e os parâmetros analisados foram os
físico-químicos de Temperatura; Condutividade elétrica (CE); Cor aparente; pH;
Dureza total; Alcalinidade total; Alcalinidade a bicarbonatos; Alcalinidade a
carbonatos; Sólidos totais dissolvidos – TDS; Cloretos e Salinidade.
As análises foram feitas no Laboratório de Tecnologia de Bebidas e Águas –
LTBA, do IFMA São Luis Campus Maracanã e assinada pelo responsável técnico, o
professor Silvio Carlos Coelho, gerando um Laudo Técnico com os resultados detalhados.
Chegando a seguinte conclusão: VMP = Valor máximo permitido/Nc = não consta na
legislação. De acordo com os resultados das análises realizadas na água da represa do Rio
43

da Prata, os parâmetros físicos como Cor e Turbidez não estão em conformidade com a
legislação. Os parâmetros químicos como pH, Dureza Total, TDS, Cloretos e Salinidade
estão dentro dos padrões estabelecidos pela legislação. Para fins de potabilidade
(consumo humano) não está adequada para consumo segundo Portaria n'2.914/2011-
Ministério da Saúde (MS) e Res. CONAMA N"357 -17/03/2005.

Figura 16: Laudo técnico com análise de parâmetros físico químicos de amostra de água
coletada na represa do Rio da Prata.

Fonte: LTBA, 2015.


44

4.3. A comunidade Rio da Prata

Várias famílias residem na área do entorno da represa do Rio da Prata, o que


legalmente é uma situação incorreta, pois em APP’s, não devem possuir qualquer tipo de
ocupação tais como edificações, atividades comerciais, residências, hospitais e outras.
O dispositivo constitucional relativo ao meio ambiente, art. 225, atribui, em
seu § 1º, III, ao Poder Público o dever de:

[...] definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.

Mas, não é o que acontece na realidade brasileira, em especial a maranhense,


no caso da comunidade Rio da Prata, entendemos que é um problema social e ambiental,
pois a maiorias das pessoas que residem na mesma, ou seja as mais de 35 famílias, já
ocupam esta região a muito tempo, há muitas gerações antes mesmo do PEB ser fundado
e oficializado legalmente.
O correto pelo direito ambiental seria que o poder público retirasse essas
pessoas das áreas e as indenizassem, colocando-as em outro local apropriado para suas
atividades da agricultura familiar ao qual a maioria exerce, tais como horticultura,
piscicultura, produção de mudas e alguns extrativismos na região como retirada de pedras
para comercialização, extração do leite de janaúba, ou melhor da seiva da planta
janaubeira (Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel), esclarecendo que: só quem produz
leite são as fêmeas da classe mamífera porque possuem glândulas mamárias que
produzem o mesmo, todas as plantas produzem seiva.4
A comunidade rio da prata apresenta quatro ruas, sendo uma principal e outras
três que formam um quadrante deformado, dando acesso a estrada do Fervento, outro
povoado limítrofe e aproximadamente 40 famílias, onde desempenham minimamente a
agricultura familiar e algumas pessoas trabalham no centro de São Luis – MA.

4
Nas plantas vasculares, a seiva é o equivalente ao sangue dos animais – é o líquido que circula por toda
a planta para alimentar as suas células. Transporte em Angiospérmicas". Disponível em:
<www.curlygirl.no.sapo.pt (Rede Simbiótica de Biologia e Conservação da Natureza)>. Acesso 18
fev.2015.
45

Na questão religiosa a comunidade possui uma pequena igreja denominada


Nossa Senhora da Conceição, onde realizam missas e catequese para as crianças,
funcionando também como sala de aula e espaço para instrução e conhecimento.
Para melhor compreensão e reconhecimento da área foi elaborado um mapa
digitalizado com imagem de satélite como demonstra figura abaixo:

Figura 17: Mapa da Comunidade Rio da Prata.

Fonte: Elaboração do autor.

A comunidade não possui escola para suas crianças, jovens e adultos, não
possui coleta de lixo pela prefeitura de São Luis, por isto queimam ou enterram seus
resíduos, posto de saúde também é ausente, resumindo apresenta todas as características
e mazelas da maioria dos municípios maranhenses, com a peculiaridade de estar dentro
da capital do estado.
Consideramos que é importante registrar que o IFMA – São Luis – Campus
Maracanã, outrora Escola Agrotécnica Federal do Maranhão, sempre teve preocupações
46

ambientais e sociais em sua área e em seu entorno, e no ano de 2009 foi aprovado e
executado um projeto denominado de “Projeto de Recuperação Ambiental da Mata Ciliar
do Rio da Prata”5, (onde participei como bolsista e membro da equipe técnica) o que
trouxe benefícios tanto para as comunidades do entorno quanto para os estudantes e toda
comunidade escolar, onde foi fortalecido a tomada de consciência ambiental das pessoas
e o quanto é importante conservarmos e preservarmos nosso meio ambiente e natureza
para a perpetuação da vida, principalmente no que está próximo de nós cotidianamente.
Através da execução do projeto detectamos vários aspectos interessantes
correlação a comunidade e o meio ambiente, tais como: onde trabalham estas pessoas,
como é sua relação com o rio e com a floresta, que tipo de animais e plantas coexistem
no ambiente, qual maior gênero na comunidade, qual seu nível de instrução e o que
achavam do IFMA, lembrando que o projeto envolvia as cinco comunidades do entorno
do IFMA que são: Vila Esperança; Fervento; Maracanã. Batatã e Rio da Prata.
Todas as informações coletadas, foram tabuladas e registradas em um
relatório final em forma de quadros, tabelas e gráficos de acordo com atividades e
peculiaridade como em alguns exemplos a seguir.
Foi detectado que a comunidade possui mais mulheres do que homens,
conforme gráfico abaixo:

Gráfico 4: Gênero dos entrevistados.

Fonte: (RTFPRP6, 2009, p22)

5
Vide anexo 1; 2 e 3.
6
Relatório Técnico Final do Projeto de Recuperação Ambiental da Mata Ciliar do Rio da Prata.
47

A idade da população também foi abordada:

Gráfico 5: Faixa etária da população residente na comunidade Rio da Prata:

Fonte: RTFPRP (2009, p23).

A maioria das pessoas necessitam e trabalham com agricultura familiar 76%


dos ocupantes da área exercem tal atividade conforme demonstra gráfico abaixo:

Gráfico 6: Tipos de cultivo na agricultura familiar e fruticultura.

Fonte: RTFPRP (2009, p24).


48

Pequenos roçados também são fontes de consumo familiar geralmente são


feitos de forma empírica repassadas de geração em geração através de pequenas
queimadas, mas nem todos a praticam alguns já possui noção de tecnificação
agroecológica e procuram fazer seus plantios sem queimar, de acordo com o gráfico:

Gráfico 7: índice de realização de queimada para plantios na região do rio da Prata

Fonte: RTFPRP (2009, p25).

Não apenas com hortaliças as pessoas trabalham, mas com plantas frutíferas
bem adaptadas na região fazem parte de seus pomares de fundo de quintal, que vai desde
abacate até a banana, conforme demonstra tabela abaixo:

Tabela 4: Frutas, hortaliças e medicinais cultivadas na comunidade rio da Prata,


mencionada pelos próprios moradores:

Fonte: RTFPRP (2009, p25).

Outro aspecto importante que trata de questões de higiene e saude, assim


como cuidar bem do nosso meio ambiente são os resíduos sólidos produzidos pelos
domicílios, a comunidade não possui coleta de lixo pela prefeitura de São Luis – MA, e
também por este motivo todos queimam seus lixos domésticos ou enterram, ambas
atitudes causam impactos ambientais, porém, é melhor do que jogar lixo no rio da prata
como muitos faziam antes do projeto de Recuperação da Mata Ciliar do Rio da Prata.
49

Em se tratando das espécies animais e vegetais existentes na região relatadas


pela própria comunidades temos:
Tabela 5: Plantas Nativas e frutíferas na área da comunidade.

Fonte: RTFPRP (2009, p25).

Muitos animais que sempre apareciam, hoje se tornam cada vez mais raros
em especial aqueles de vivem diretamente na água, como é o caso de alguns anfíbios,
peixes e jacarés.

Tabela 6: Animais que ainda compõe a biodiversidade local

Fonte: RTFPRP (2009, p25).

Ressaltando, o quanto foi importante o Projeto de Recuperação da Mata Ciliar


do Rio da Prata, para a comunidade que fez suas considerações e reflexões sobre como é
possível utilizar o extrativismo com sustentabilidade ecológica e financeira. Despertaram
que é preciso proteger nossa fauna e nossa flora, que aqui na região ainda são resquícios
da Floresta da Mata Atlântica, que hoje no Brasil possui menos de 7% do que ela já foi
com toda exuberância.
50

Muitas pessoas da comunidade participaram e sempre com boa vontade de


aprender e de melhorar a comunidade sempre tentando uma sustentabilidade ambiental.
A pequena Igreja, também muitas vezes foi palco de palestras, aulas e informações
pertinentes ao projeto e inclusão social para melhoria da comunidade.

Foto 9: Comunidade participando de minicurso.

Fonte: acervo do autor

pesar de ser uma comunidade extremamente pequena, a comunidade do Rio


da Prata, apresenta características em comum como a maioria dos municípios
maranhenses, como a falta de escolas, de transportes precários, de baixo índice de IDH
(Índice de desenvolvimento humano), de uma creche descente para as mães poderem
trabalhar e estudar, de um posto de saude, de atitudes do governo e da sociedade que
melhore a qualidade de vida dessas pessoas, pois muitas pessoas desenvolvem a
agricultura familiar, e as vezes esbarram em problemas que com uma simples assistência
técnica não teriam prejuízo, apesar das empresas de ATES (Assessoria Técnica, Social e
Ambiental à Reforma Agrária), as Secretarias, em especial de agricultura estarem
alocadas em São Luis a maioria dessas pessoas não possuem assistência técnica.
Dessa forma entendemos que aumenta a responsabilidade das instituições
educacionais, em especial do IFMA São Luis campus Maracanã, pois estas comunidades
fazem parte do seu entorno.
51

4.4. A escassez da Água na região da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata.

É notório o baixo nível da água na bacia do rio da prata e consequentemente


na represa onde existe uma intensa captação de água com uma bomba de sucção que envia
a água captada para o reservatório do Batatã, mas que sabemos que neste momento é
insuficiente para atender as necessidades da população.
O ano em que a represa transbordou pela última vez foi o de 2010, desde então
a quantidade de água em vários mananciais diminuiu e até mesmo se esgotou em alguns
pontos, as fotos a seguir registram comparativamente o quanto a água diminuiu.

Foto 10: Comparação do nível da água do Rio da Prata dos anos de 2.010 e 2.015.

Fonte: Acervo da pesquisa

As fotos acima retratam como vários aspectos da vegetação ficaram


diferentes, no entorno do lago muitas plantas já não existem mais, principalmente
correlação ao nível e quantidade de água, notem que num espaço de apenas 5 anos. A
diferença é de quase dois metros isso é significativo.
Mas da maneira com que os fenômenos naturais estão acontecendo, muitos
deles prejudicam nossa sociedade, e a culpa é de nossa própria atitude, em nome de um
progresso para a região, o que acaba tornando-se frustrante como é o caso de alguns mega
projetos no Maranhão, como é o caso da Refinaria Premium I, da PETROBRAS. Em se
tratando de água, será que a “Carta de 2.090” 7 vai valer como realidade?

7
Vide Anexo 4.
52

Para abastecer de água esta represa, que na verdade quando em na década de


1969, foi construída pela CAEMA e utilizando e estrada de acesso como barragem,
aconteceu um grande impacto ambiental pois com a barragem, toda a biodiversidade que
fazia parte do fluxo natural do rio foi afetada como os buritizais, açaizais,
microorganismos a fauna e a flora local também perderam e muitos animais evadiram-se.

Foto 11: Represa do Rio da Prata Transbordando pela estrada (2010)

Fonte: Acervo da pesquisa.

Em especial na área do IFMA São Luis campus Maracanã, alguns corpos de


água superficiais secaram completamente com a estiagem dos últimos anos como é o caso
de um lago que até jacarés habitavam e várias espécies de peixe agora estão totalmente
vazios como demonstram as fotos abaixo de 2.009 e 2.013.

Foto 12: Comparação com o nível da água no lago do IFMA.

Fonte: Acervo da pesquisa


53

Em ação ambiental, o professor Eleomar Braga8, com alguns estudantes e


funcionário terceirizado (Sr. Chico), fizeram a boa ação de resgatar os peixes
remanescentes à violenta seca e transportá-los com segurança para uma das nascentes do
Rio da Prata, tal ação foi registrada conforme nos mostra fotos baixo:

Foto 13: Resgate de peixes do lago para nascente.

Fonte: Disponível em: <www.ifma.edu.br>. Acesso em 23 SET 2014.

4.5.O Desflorestamento na área da bacia hidrográfica do rio da Prata.

Somos sabedores de que apenas um galho de uma planta se for arrancado,


acarretará desequilíbrio no ecossistema, podendo acabar com a vida de vários
microorganismos e até mesmo pássaros, mas a população em geral de pessoas com baixa
escolaridade não sabe, portanto a educação ambiental exerce um papel importante no
sentido de sensibilizar o quanto é importante mantermos as área de conservação e
preservação do PEB. Também enfatizando que são dois aspectos distintos conservar
Conservar X Preservar.
Conservar está relacionado a proteção dos recursos naturais, porém com uma
utilização racional que exerça sustentabilidade e garanta a sua existência para as gerações
futuras. Preservar, é diferente requer intocabilidade de determinada área, com a finalidade
de evitar a perda de biodiversidade (espécies animais e vegetais, ecossistemas e biomas)
e a duração de muitos anos desses recursos naturais, ou seja sua perenidade.

8
Professor Msc. do IFMA São Luis Campus Maracanã, coordenador do Setor de Fruticultura do mesmo.
54

Mesmo com todos os esforços, a projetos e ações do NEA, com algumas


comunidades do entorno do IFMA, em especial com a comunidade Rio da Prata, nunca
conseguimos erradicar o desflorestamento na área. São vários os problemas sociais e o
desemprego se faz presente como mais um deles, ou as pessoas trabalham com
subempregos sem carteira assinada, de modo que sempre necessitam complementar suas
rendas e retirando da natureza produtos que com a comercialização podem lhes render
algum dinheiro, esse é um ponto.
Outro ponto correlação ao desflorestamento esta correlacionado ao tipo de
solo da região, que apresenta um solo extremamente arenoso, ou areno-argiloso que
juntamente com rajadas de ventos tem derrubado algumas árvores, inclusive de grande
porte que são árvores maduras e matrizes de sementes naturais isso faz com que cada vez
mais diminua a quantidade de plantas na área verde do IFMA e da Bacia Hidrográfica.
A própria companhia energética do maranhão a CEMAR, que precisa dar
manutenção e implantar novos postes e mais robustos de alta tensão de energia, colabora
com o desflorestamento numa proporção pequena mas o faz.
Todas estas práticas de desflorestamento, ou retiradas de plantas e seus
subprodutos no final das contas afetam os mananciais de água superficiais e subterrâneos
que estão alocados naturalmente em diversas áreas do IFMA e da bacia do rio da Prata,
muitos córregos e lagos esvaziaram e várias clareiras surgiram na área verde deste estudo
que outrora eram mata fechada.

Foto 14: Clareira aberta na área da floresta.

Fonte: Acervo da pesquisa


55

As diversas formas de desflorestamento citadas no final acabam colaborando


para a escassez de água na área do IFMA, consequentemente na bacia do Rio da Prata,
que por sua vez afeta a Bacia do rio Bacanga e atinge o reservatório do Batatã, haja vista
que estão todas interligadas e possuem algo em comum que é o de recarga hídrica e
abastecimento para a ilha do Maranhão.

4.6. O Reservatório do Batatã

O reservatório do Batatã foi construído na década de 1964, no sentido de


solucionar problemas de falta d’água na ilha do Maranhão que até então possuía uma
população muito inferior, um pouco mais de 500 mil habitantes. Com a intenção de
aprofundar um pouco mais este aspecto foi feita pesquisa9 em jornal de época onde
detectamos que é um problema desde os primórdios da ilha do Maranhão, como
demonstra figuras abaixo:

Figura 18: Manchete e nota sobre problemas de falta d’água.

Fonte: Jornal O Combate (1965, p13)

9
Vide Apêndice 2
56

Com a criação do reservatório do Batatã na época, satisfez e resolveu grande


parte do problema de abastecimento de água feito pela DAES (Departamento de água e
esgoto Sanitário/ São Luis - MA).
Hoje quem administra e faz o abastecimento das águas é a CAEMA
(Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão) que nos esclarece um pouco mais
sobre este importante reservatório.
[...] O reservatório Batatã foi estrategicamente construído em 1964 pelo
Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) em uma área de cota
altimétrica de 15 metros, área de acumulação de água, a partir dos tabuleiros
de aproximadamente 60 metros. Tem comprimento de 485 metros e altura
máxima de 17 metros o que possibilita uma acumulação de água de 4.600.000
m³. A captação de água do reservatório instalada tem capacidade para retirar
até 283 litros/segundo no período chuvoso, e em média 52,5 litros/segundo na
estiagem (CAEMA, 2010).

Apesar te todo o aparato tecnológico que possuímos no Maranhão, estações


de tratamento, adutoras modernas, estações de medições pluviométricas, monitoramento
por sensoriamento remoto, computadores portáteis avançados, internet com boa
velocidade, não podemos controlar fenômenos climáticos, muito menos fabricar água ou
fazer chover em determinadas regiões.
E em nome de um progresso nossos recursos naturais estão cada vez mais
frágeis e muitos correm o risco de extinção e a água pode ser mais um deles a entrar nesse
processo. A capacidade de armazenamento de água em metros de profundidade do
reservatório do Batatã é de 17m, o máximo que atingiu nos últimos 5 anos foi de 12m e
atualmente encontra-se praticamente seco como em registros fotográficos recentes.
É importante que se faça algo para tentar melhorar este quadro para não
acontecer perdas de sistemas de recarga e abastecimento como o do Maracanã, o sistema
do Olho D’água e o de São Raimundo, todos também na ilha do Maranhão, basicamente
são os mesmos motivos que levam a tais perdas, estes motivos são ocupações
desordenadas nas áreas de proteção da reserva, contaminação e poluição dos mananciais
hídricos superficiais e subterrâneos, desflorestamento e consequentemente degradação
das matas ciliares dos rios e corpos de água, excesso de defensivos químicos para as
lavouras, fossas inadequadas alocadas nas proximidades de nascentes e poços de
abastecimento para a população local.
57

Em 2010 o reservatório atingiu 12m de cheio, mas isto já faz cinco anos e a
cada ano que passa torna-se pior a situação, em 2003 e 2005, também o reservatório sofreu
mas foi capaz de se recuperar em 2010, mas será que desta vez conseguirá? como
podemos observar em fotos abaixo:
Figura 19: Comparações anuais da escassez de água no reservatório da Batatã.

Fonte: O Estado do Maranhão, adaptado pelo autor.

Devido a tantos reservatórios que nunca haviam secado literalmente, nas


regiões do Centro Oeste e do Sudeste, nossa situação no Maranhão caminha para um
grave problema que é a escassez de água, essa escassez se faz presente por diversos
motivos, tanto de ordem ambiental quanto social e de educacional.
Esta região do reservatório do Batatã que está inserida diretamente no PEB,
sofre bastante por vários aspectos já mencionados e também por falta de manutenção em
suas estruturas físicas por conta da ação do intemperismo, até mesmo nas estruturas de
concreto do reservatório. Ambiental pois são várias as degradações na região,
desflorestamento, contaminação e poluição dos mananciais, extração de pedras,
problemas de ordem social como invasões desordenadas e ilegais, pessoas já residindo
em uma área que deveria ser intocável e educacional também pois faltam escolas e as que
tem não conseguem ofertam adequadamente o que a comunidade realmente necessita ou
58

seja educação de qualidade, gratuita, adequada que respeite os calendários agrícolas com
professores qualificados e adequados.
Mas o fato é que mais uma vez o reservatório do Batatã passa por uma crise,
crise de falta de água por diversos motivos, devemos refletir e tentar buscar soluções para
problemas que atingem nossa sociedade e nossa vida.

Foto 15: Crise de falta de água no reservatório do Batatã.

Fonte: Acervo da pesquisa

É iminente que para a situação deste importante reservatório para a população


de São Luis – MA, estar dessa forma, a bacia hidrográfica do Rio da Prata, onde encontra-
se parte do objeto de estudo desta pesquisa, também encontra-se em situação precária
assim como os vários mananciais de corpos d’água, superficiais e subterrâneos que ainda
existem na região, devemos tentar fazer algo nem que seja o mínimo, porque o ditado que
diz que: “a galinha de grão em grão enche o papo” é verdadeiro.
Dado a importância do regime pluviométrico na cidade de São Luis – MA,
que a cada ano é alterado foi possível no caminhar da pesquisa observar dados que
retratam a escassez de água na Bacia Hidrográfica do Rio da Prata e o desflorestamento.
De acordo com os quadros 3,4 e 5, foram analisados os índices pluviométricos
de São Luis MA, nos anos de 2.012, 2.013 e 2.014, identificamos que o ano que mais
choveu foi o de 2.013 com 1.465,4mm, sendo que neste mesmo ano o mês que mais
59

choveu foi o mês de Março com 291mm. O ano que choveu menos foi o de 2.012 com
984,4mm, o mês que choveu mais foi o de Março com 291mm.
No ano de 2.012 teve um mês que não choveu que foi o de Setembro com
0mm, os meses de Outubro, Novembro e Dezembro, quase não choveu com 2,8mm;
0,4mm e 7,6 respectivamente.
Já no ano de 2.013 que foi o ano que mais choveu correlação até os dias atuais,
tivemos os seguintes dados: não apresentou um único mês que não tivesse chovido
60

5. Conclusões.

Como se sabe o objetivo principal da pesquisa foi avaliar a fragilidade da


Bacia Hidrográfica do Rio da Prata, na área do IFMA onde foram realizadas visitas na
área investigada, entrevistas aos sujeitos da pesquisa fundamentada na problemática da
área.
Entende-se que a Bacia Hidrográfica do Rio da Prata possui peculiaridades
como por exemplo ser um dos últimos mananciais de água com potabilidade para o
abastecimento da ilha do Maranhão, e ele está se acabando devido diversos parâmetros
de origem antrópica e de fenômenos naturais como escassez de chuvas e aumento de
temperaturas.
É visível o esforço do NEA (Núcleo de Educação Ambiental do IFMA São
Luis – MA), porém é muito difícil a implementação de uma política ambiental
considerando que faltam pessoas para as realizações de ações, como também a formação
acadêmica necessária para desenvolvimento de atividades.
Espera-se que o NEA, seja reorganizado e mais ativo com a implantação do
curso técnico em Meio Ambiente que dado a área do conhecimento, os estudantes
começam a se comprometer com a causa ambiental.
Correlação aos índices pluviométricos de São Luis – MA, conforme dados
tabulados e codificados em quadros e gráficos. Conclui-se que comparando os anos de
2.012, 2.013 e 2.014. O ano que mais choveu foi o de 2.013 com 1.465,4 mm. O ano que
choveu menos foi o de 2.012 com 984,4 mm.
O mês que mais choveu destes três anos comparados foi o mês de Maio de
2.014, com 532,4 mm, justamente de um ano que choveu menos.
Em Setembro de 2012 foi o mês que não choveu. A partir daí inclusive nos
anos seguintes choveu muito pouco. Observando assim o baixíssimo nível do
reservatórios e em especial do reservatório do Batatã e da Bacia do Rio da Prata.
Para alguns parâmetros físico-químicos conclui-se que a água da represa do
Rio da Prata, apresenta parâmetros insatisfatórios de potabilidade para consumo humano,
entretanto apesar de níveis de Coliformes fecais e Escherichia coli serem acima do
permitido para potabilidade é satisfatório para banho, irrigação de plantas e consumo de
animais, embora para piscicultura apresente índices de PH, elevados que podem ser
modificados.
61

As degradações ambientais como desflorestamento, retirada de produtos da


floresta se intensifica a medida que a população do entorno aumenta.
O projeto de Recuperação Ambiental da Mata Ciliar do Rio da Prata, teve
significativa importância sócio-ambiental na região;
As espécies animais e vegetais continuam cada vez mais raros na região
devido degradações ambientais, falta de comprometimento do poder público e da
comunidade.
As águas da represa do rio da Prata são transferidas para o reservatório do
Batatã e sem nem um tipo de tratamento.
Tendo como parâmetro os últimos três anos 2012, 2013 e 2014, detectamos
que a cada ano que passa, chove menos e com isto infiltra menos, evapora mais e os
mananciais diminuem e consequentemente os reservatórios também, podendo mesmo vir
a secar.
Apesar da avaliação negativa feita pela CAEMA, sobre a qualidade da água,
registramos que quando é feita a represa do rio através da estrada, o curso natural do rio
é modificado e em consequência disso é que a biodiversidade depois da represa é
altamente alterada e prejudicada, pois o rio foi interrompido e onde existia um percentual
de vida diminuiu significativamente
Muitos desafios serão vivenciados pela problemática investigada como:
 Redução dos níveis dos lençóis freáticos.
 Deterioração da qualidade da água subterrânea e superficial.
 Encolhimento das áreas cultiváveis.
 Intensificação do processo urbanizatório.
 Padrões de consumo dispendioso.
 Aumento Populacional
 50% das florestas do mundo foram consumidas.
 Cerca de 38.000ha de florestas nativas são destruídas por dia.
 As últimas áreas nativas da Terra são: Pantanal e Amazônia.
 A derrubada das florestas é uma das mais graves alterações que o ser
humano impõe a Terra e a si mesmo.
 Melhorar urgente a educação em todos os níveis.
 Promover a justiça social.
62

Depois da experiência vivenciada como pesquisador foi possível observar que


o ser humano precisa modificar o quadro de insustentabilidade existente no Planeta. Para
tanto, será necessário buscar: um novo estilo de vida baseado numa ética global, resgatar
e criar novos valores; repensar seus hábitos de consumo para sim viabilizar o
desenvolvimento de sociedades sustentáveis, inclusão social, energias limpas,
racionalização da água, e reaproveitamento da mesma.
Finalmente, considera-se importante todo o estudo da Bacia Hidrográfica do
Rio da Prata pela relevante necessidade de água no Planeta como também a manutenção
da vida, da biodiversidade, da manutenção da mata ciliar, enfim deve ser cuidada,
valorizada por tudo que representa para a população de São Luis – MA que é abastecida
pela referida Bacia.
63

6. Referências Bibliográficas

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superficiais no Brasil. Cadernos de Recursos Hídricos, vol. 1. Ministério do Meio
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da Prata/São Luís-MA sob efeito de ação antrópica. 2.013. Tese (Doutorado em
Física) – UFC (Universidade Federal do Ceará) 121p.

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2.013. Tese (Doutorado em Física) – UFC (Universidade Federal do Ceará) 115p.

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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de


dezembro de 1996.

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Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999.

BRASIL. Lei nº. 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Inclui a obrigatoriedade da temática


“História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo oficial da rede de ensino. Diário Oficial
da União, Brasília, 2003.

BRASIL. Lei Federal nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007. Estabelece Diretrizes


Nacionais para o Saneamento Básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de
1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília (DF), janeiro, 2007

BRASIL. Lei nº 12.711, de 29 de Agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas


universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá
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64

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a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá
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FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
Desmatamento Mundial diminui. Disponível em:< www.fao.org.br/ddmcramp.asp>
Acesso em 05 MAR 2015.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FORTES, R. Área de Proteção Ambiental do Maranhão: subsídios ao manejo e à


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IBAMA. Áreas Tématicas. 2006. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/areas-


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LUDKE, M. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MARANHÃO, Decreto Estadual n° 7.545 de 07 de março de 1980 – Cria o Parque


Estadual do Bacanga e dá outras providências. Diário Oficial Estadual, n° 56 de 21 de
março de 1980.

MARANHÃO, Decreto Estadual de Nº 9.550, de 10 de abril de 1984 – Dispõe sobre a


criação de novos limites do Parque Estadual do Bacanga e dá outras providências.
65

MARANHÃO, LEI Nº 7.712 DE 14 DE DEZEMBRO DE 2001. Dispõe sobre a


exclusão de áreas ocupadas e já consolidadas de forma irreversível do Parque Estadual
do Bacanga e dá outras providências. Diário Oficial Estadual, ano XCV, n° 242, de 24 de
dezembro de 2001.

MEDINA, N. M. Relações históricas entre sociedade, meio ambiente e educação.


Brasília: s.ed., 1997.

NUGEO - NÚCLEO GEOAMBIENTAL. Diagnóstico ambiental da Bacia


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PINHEIRO JR.,J.R. Uso de geotecnologias como subsidio a Gestão do Parque


estadual do Bacanga, São Luís(MA), dissertação, Universidade federal do Amazonas,
curso de pós-graduação em Ciências Florestais e Ambientais, 112 pg., 2006.
66

7. Apêndices e Anexos
7.1. Apêndices

7.1.1. Pôster Apresentado no II Encontro dos Cursos Superiores do IFMA.

Fonte: Elaboração Discentes do IFMA.


67

7.1.2. Pesquisa feita na biblioteca Benedito Leite

Fonte: Acervo da pesquisa


68

7.1.3. Entrevista Semi estruturada.

1) Você conhece a Bacia do Rio da Prata?


( ) SIM ( ) NÃO

2) Você sabia que existe nascentes da Bacia do Rio da Prata dentro da área do IFMA,
campus Maracanã?
( ) SIM ( ) NÃO

3) Você sabe o que significa PEB (Parque Estadual do Bacanga)?


( ) SIM ( )NÃO

4) Você conhece a área do IFMA São Luis – MA que está desflorestada?


( ) SIM ( ) NÃO

5) Que atividades o NEA realiza?

6) O que pode representar a ausência de mata ciliar no Rio da Prata?

7) Você acha que estes assuntos elencados podem ser abordados por qualquer
disciplina?
69

7.2. Anexos

7.2.1. Capa do Relatório Final do Projeto


70

7.2.2. Palavras do DG (Diretor Geral IFMA Maracanã - 2009)


71

7.2.3. Quadro da Equipe Técnica do Projeto e foto em reunião.


72

7.2.4. A carta de 2.090.

Carta Escrita em 2090


Escrevo esta carta com profunda amargura e arrependimento. Estou sobrevivendo em
condições precárias, em um mundo caótico, dominado pela fome, miséria, crime e desespero. Hoje sou uma
das pessoas mais idosas da minha comunidade, e tenho apenas 55 anos, mas a minha aparência é de alguém
de 90 anos. A média de idade é de apenas 35 anos. Respiramos um ar envenenado e o nosso alimento é
90% sintético. Muitas crianças jamais viram uma fruta.
Recordo quando tinha 10 anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas florestas, rios e vales
verdejantes. As casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um longo banho de chuveiro. Agora
usamos toalhas embebidas em azeite mineral para limpar a pele. Antes as mulheres mostravam suas
formosas cabeleiras. Agora, raspamos a cabeça para mantê-la limpa sem água, antes meu pai lavava o carro
com água que saia de uma mangueira. Hoje as crianças não acreditam que utilizávamos a água dessa
forma. Duvidam quando dizemos que algumas pessoas varriam calçadas e davam descargas em vasos
sanitários com água potável. As piscinas são uma mentira, para elas.
Recordo que os ambientalistas diziam para CUIDAR DA ÁGUA, só que ninguém lhes dava
atenção. Eram chamados de ecochatos, impediam o “progresso”. Agora todos os rios, barragens, lagoas e
lençóis subterrâneos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Por falta de água a rede de esgotos
não funciona. O ar atmosférico é pútrido e nauseante. As doenças renais, as infecções gastrointestinais e as
enfermidades da pele são as principais causas de morte. Com o ressecamento da pele, uma jovem de 20
anos parece ter 50.
A industria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são as
principais fontes de emprego e pagam os empregados com água potável em vez de salário. Antes, a
quantidade de água indicada como ideal para se beber eram oito copos por dia, por pessoa adulta. Hoje só
posso beber meio copo. Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água.
O oxigênio disponível na atmosfera foi drasticamente reduzido por falta de árvores. As novas gerações têm
baixo coeficiente intelectual devido à escassez de oxigênio e de alimentos.
Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos. Como conseqüência, há muitas crianças
com deformações e insuficiências.
O governo até nos cobra pelo ar que respiramos: 137m3 por dia por habitante adulto. Quem
não pode pagar é retirado das “zonas ventiladas”, dotados de gigantescos pulmões mecânicos que
funcionam com energia solar. Não são de boa qualidade, mas se pode respirar. Em alguns países restam
manchas de vegetação com seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército. A água tornou-se um
tesouro muito cobiçado, mais do que qualquer ouro ou os diamantes. Com frequência há violência pela
posse da água.
Aqui não há árvores porque quase nunca chove. E quando chega a ocorrer uma precipitação é de chuva
ácida.
As estações do ano foram severamente transformadas pelas provas atômicas e pela poluição
das cidades e das indústrias do século XXI. Imensos desertos constituem as paisagens que nos cercam.
Advertiam que era preciso cuidar do meio ambiente, mas ninguém ouviu. A prioridade era ganhar dinheiro
e comprar coisas. Destruíam as florestas dizendo que era para criar empregos e trazer o progresso.
Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo como eram belas as paisagens.
Falo da chuva e das flores, do ar puro, da água cristalina, do prazer de tomar um banho em uma cachoeira
e poder pescar nos rios e lagos, beber toda a água que quisesse. O quanto nós éramos saudáveis!
Ela pergunta-me: -- Papai! Por que a água acabou? Então eu sinto um nó na garganta!
Não posso deixar de me sentir culpado porque pertenço à geração que destruiu o meio
ambiente, sem prestar atenção a tantos apelos.
Sinceramente, creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo, porque a
destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.
Como gostaria de voltar no tempo e fazer com que toda a humanidade entendesse isso. Deixasse de ser tão
ignorante e pudesse mudar as coisas, enquanto ainda é possível...

Adaptação do autor (Genebaldo Freire) de texto de domínio público, publicado na revista Crônicas de los
Tiempos, Chile, abril de 2002.
73

7.2.5. Seção II, da LEI No 9.795, de 27 de Abril de 1999.

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