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PETROLINA - PE
2023
VLADIMIR DE SALES NUNES
PETROLINA - PE
2023
Nunes, Vladimir de Sales
N972s Stigonema panniforme Bornet & Flahault 1887: primeiro registro para a
Caatinga / Vladimir de Sales Nunes. – Petrolina-PE, 2023.
xiii, 37 f.: il.; 29 cm.
Inclui referências.
CDD 579.8
À vida e ao privilégio de existir por um breve período nesse tempo e espaço e tentar
contribuir, um pouco que seja, para um mundo melhor. “Seize the day, boys!”.
Ao sofrido mas maravilhoso, trabalhador (até na etimologia da nacionalidade), diverso
e extraordinário POVO BRASILEIRO, cujos impostos pagaram cada dia que passei
na UNIVASF e os frutos gerados nessa jornada.
Aos meus pais, Wilson e Socorro, pela paciência e confiança que depositaram em
mim ao longo dessas quase três décadas.
À memória dos meus avós, Dona Francisca e Moacir/Abelhinha (cujo nome real, que
ninguém usava, era Francisco), pelos não-pouco esforços pela minha educação.
À minha companheira, Nataline, que acreditou em mim em todos os momentos.
À UNIVASF, que me acolheu maternalmente e me incentivou a dar sempre meu
melhor.
Ao Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental da UNIVASF, pela infinita
confiança, apoio e parceria, a quem agradeço em nome dos professores Renato
Garcia, Daniel Pifano e Edson Gomes de Moura Júnior.
À lenda absoluta da ficologia brasileira, Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mattos Bicudo,
pelas informações sempre mui gentilmente prestadas, conselhos e disponibilidade a
este simples estudante.
Ao corpo docente do Colegiado de Ciências Biológicas da UNIVASF, bem como aos
amigos docentes dos colegiados CEAGRO, CZOO e CMVET. Um especial
agradecimento ao Prof. Italo Herbert Lucena Cavalcante e à Profa. Márkilla Zunete
Beckmann-Cavalcante pela confiança e importante apoio ao longo desses anos.
Ao corpo discente do curso de Ciências Biológicas da UNIVASF, o qual tive a honra e
o privilégio de liderar durante quatro anos de representação estudantil.
Aos amigos de vida que fiz na UNIVASF, em especial o Prof. Benoit Jahyny e meus
queridos amigos Bruno Cezar, Maria Auxiliadora (Dôra), Yariadner, René e Márcia
Bento. Um agradecimento especial também à Profa. Lúcia Marisy, por todo o apoio,
gentileza, leveza e confiança em minhas ideias e projetos.
Ao Editor-Chefe da Revista Extramuros, Prof. Fulvio Torres Flores, por me ajudar,
incentivar e compreender minhas ausências para as coletas e escrita do TCC.
Ao meu caríssimo amigo Gabriel Celante, sempre extremamente atencioso,
prestativo, imparcial e inteligente, por todo o apoio, pelos sofrimentos compartilhados
na jornada e por abraçar os projetos difíceis que concebemos, cruzando comigo vales
profundos, tempestades, florestas fechadas e mares de névoa nas montanhas da
Bahia.
Aos meus colegas-amigos de vida, Caio Novais, Silvio Galvão Nadiane Nunes, Mirele
Moreira, Angélica Barbosa, Brunara Evely, Rogério Oliveira, Jefferson Brito e tantos
outros, que sempre acreditaram nos meus planos e comigo os fizeram acontecer,
aguentando sempre minha impaciência.
À minha amiga de vida, Mávani Lima Santos, que me acompanhou por muitos anos
dessa jornada - um brinde pelo pequeno Antônio, seu filho, que virá ao mundo em
breve! Que viva em um mundo melhor, de paz, democracia, tolerância e com uma
natureza exuberante que tanto lutamos por manter!
Aos meus velhos amigos, Letícia Lira e Khalel Botini Mariano, pelas amizades
verdadeiras que ultrapassaram os muitos anos!
Aos colegas da PRESERVE JR., Empresa Júnior de Ciências Biológicas da UNIVASF,
que tive a honra de fundar e ver se tornar a maior da UNIVASF.
À minha querida amiga Norma Cristina Araújo González, da Universidad Nacional de
Asunción (UNA), Paraguay, por sua amizade inquebrantável e parcerias científicas.
Agradecimento especial também à minha querida amiga Ana Sofía Gutiérrez
Cisneros, da Universidad de San Carlos de Guatemala (USAC).
Aos motoristas da UNIVASF, pela segura e divertida condução em tantas expedições.
Especial agradecimento a Ricardo e Adriano, pela gentileza, apoio e amizade.
Aos amigos da comunidade de Lutanda, em Pindobaçu, Bahia, pela hospitalidade e
gentileza durante tantas expedições às Serras Jacobinas.
Às minhas doguinhas, Demônia e Fabíola, pela lealdade, companhia inseparável e
pelos abraços peludos nas horas tristes, bem como às gatinhas Cororida, Remela,
Bujão, Roberta, Filha de Roberta, Cunininha e à saudosa e genial Gata Branca.
Um agradecimento póstumo também a alguns nomes que verdadeiramente me
sustentaram ao longo da vida, seja com sua música (Wolfgang Amadeus Mozart),
exemplo de força e resistência (Napoleão I), patriotismo (Darcy Ribeiro) e defesa
vigorosa da proteção ao meio ambiente (Thoreau e Chico Mendes). Um brinde às suas
memórias!
"Es siegte die Stärke,
und krönet zum Lohn
die Schönheit und Weisheit
mit ewiger Kron’”.
“A força prevaleceu,
recompensando com eterna coroa
a beleza e a sabedoria”.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 17
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26
7
1 INTRODUÇÃO
Por conta das maiores elevações dessa região em relação ao seu entorno
semiárido, as Serras da Jacobina possuem, de maneira geral, menores temperaturas,
maiores umidades e maiores taxas de precipitação que suas vizinhanças, chegando
a 1200 mm anuais (NEGREIROS, 2021). Essas condições formam ilhas de umidade
afetadas pelo efeito orográfico, seguindo o padrão geral da Chapada Diamantina
(QUEIROZ et al., 2017; SANTOS NETO et al., 2022).
Faria (1997) propôs seis tipos de nascentes, classificadas com base em sua
localização, tipo de vazão e duração como fixas, móveis, difusas, pseudo-nascentes,
primárias e secundárias. Nesse sentido, a Serra da Fumaça, consistindo de parte de
um planalto maior (Chapada Diamantina) contém inúmeras nascentes que emergem
de toda a sua extensão territorial (NUNES et al., 2022).
Por sua vez, as cianobactérias (ou algas azuis) são um grupo abundante,
morfologicamente diverso e de ampla distribuição geográfica de algas procarióticas,
com as formas morfológicas filamentosas constituindo seus representantes mais
complexos, embora haja também representantes unicelulares e coloniais (KRINGS,
2021). Estas algas são um dos grupos de organismos vivos mais antigos na Terra,
tendo desempenhado um papel crucial na produção de oxigênio há cerca de 2.5
bilhões de anos e assim permitindo o florescimento da vida aeróbica no planeta
(FRANCESCHINI et al., 2010). Apresentam como pigmento fotossintetizante a
clorofila a (em contraponto às clorofilas a e b das algas verdes), com pigmentos
acessórios (ficobilinas) que lhes conferem uma cor às vezes azulada e um envoltório
mucilaginoso comum a várias células (bainha mucilaginosa) (FRANCESCHINI et al.,
2010; BICUDO; MENEZES, 2017).
Dentre as cianobactérias, o gênero Stigonema C. Agardh ex Bornet & Flahault
(Stigonemataceae, Nostocales) apresenta uma das mais complexas manifestações
morfológicas (KRINGS, 2021). Seus representantes são filamentosos, heterocitados
e apresentam ramificações verdadeiras, pertencendo à ordem Nostocales
(FERREIRA, BRANCO; KAŠTOVSKÝ, 2012; KRINGS, 2021).
Se o “afunilamento” teórico para abordar as cianobactérias, em especial as de
arranjo morfológico filamentoso, diminui severamente o número de táxons em
questão, uma especificidade ainda maior é alcançada ao se abordar especificamente
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2 MATERIAL E MÉTODOS
2. 1 ÁREA DE ESTUDO
A área de coleta foi uma lagoa temporária (profundidade máxima de 60 cm)
correspondente a uma nascente do tipo difusa, conforme relatado por Nunes et al.
(2021). A área está localizada nas coordenadas geográficas 10°38'42.42" S
40°23'23.89" O, a uma elevação de 893 m acima do nível do mar, estando em uma
área de planalto da Serra da Fumaça, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. A Figura 1
mostra a localização da Serra da Fumaça em relação ao mapa geral do Brasil.
15
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2 A-D. Espécimes de Stigonema panniforme Bornet & Flahault 1887 coletados
nesta pesquisa. A barra de escala corresponde a 20 µm nas figuras de A a C e a 100
µm na figura D.
Uma outra estrutura que pode ser visualizada na Figura 3 (3a) é o heterócito,
célula diferenciada que atua na fixação de nitrogênio. Nesta imagem, o heterócito é a
estrutura menor ligada à segunda célula da parte inferior para a parte superior, com
dimensões menores que as outras células e sendo mais comprida que larga.
necessário que haja mudança no plano de divisão celular, o que não ocorre aí, mas
sim quase no fim do filamento visto na Figura 4b, com um pequeno ramo secundário
de ápice arredondado em formação.
Ramos et al. (2018) não apresentaram, em seu trabalho, medidas morfométricas para
que uma comparação pudesse ser feita, foram utilizados os dados de Sant'Anna et al.
(2013) para S. minutum e S. crassivaginatum e os dados da descrição do holótipo
para S. ocellatum. Além disso, foram informados também os valores dessas variáveis
para a descrição do holótipo de S. panniforme.
Por sua vez, o único registro encontrado para Stigonema panniforme var.
compactum é o da própria descrição do holótipo, feita por Hansgirg em 1893 onde
hoje é a República Tcheca, i.e., uma área temperada. Dessa maneira, seja ou não o
espécime descrito por Hansgirg uma nova variedade, considerando a discussão já
feita neste manuscrito sobre plasticidade fenotípica, o fato é que S. panniforme
apresenta uma distribuição cosmopolita, ocupando tanto áreas temperadas quanto
tropicais.
Figura 6. Imagem da lagoa utilizada como ponto amostral do presente estudo, o “Lago
da Onça” ou “Lagoa Redonda”. Foto de setembro de 2022.
têm sido feitos há anos por diversos autores, inclusive por este autor e seu grupo de
trabalho, sem que medidas mitigatórias tenham sido ainda tomadas pelo poder público
(VALE, 2005; LOPES, 2010; CARVALHO; RIOS; SANTOS, 2013; NEGREIROS,
2021; NUNES et al., 2021).
Por fim, uma outra questão que pode levantar questionamentos é sobre a área
de estudo se localizar em uma área plana e alta da Chapada Diamantina que
apresenta menores temperaturas e maior umidade e taxas de precipitação do que o
entorno semiárido das florestas e bosques tropicais sazonalmente secos. Nesse
sentido, visto que há uma incipiente discussão sobre se áreas com características de
biomas distintos (e.g., Cerrado, Floresta Atlântica) dentro dos “convencionais”
territórios da Caatinga podem ou não ser considerados como tal, este trabalho se aterá
às definições consolidadas até o presente momento, seguindo autores como Velloso
et al. (2002) e Araujo et al. (2022).
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
HANSGIRG, A. Prodromus der Algenflora von Böhmen. Zweiter Theil welcher die
blaugrünen Algae (Myxophyceen, Cyanophyceen), nebst Nachträgen zum ersten
Theile und einer systmatischen Bearbeitung der in Böhmen verbreiten
saprophytischen Bacterien und Euglenen enhält. Landesdurchforschung von
Böhmen v. 8, n. 4, p. 1-268, 1893, 68 figures.
LIMA, R. D. et al. Disparate biomes within the Caatinga region are not part of
thesame evolutionary community: A reply to Araujo et al. (2022). Journal of Arid
Environments, v. 209 (2023), 104901, 2023.
MARQUES, J.; BARRETO, A.; MENDES, O Movimento Salve as Serras (SAS). In:
MARQUES, J.; WAGNER, A. Ecocídio das Serras do Sertão, v. 1. Paulo Afonso:
SABEH, 2021.
MBONDE, A. et al. Phytoplankton species diversity and abundance in the near shore
waters of Tanzanian side of Lake Victoria. Tanzania Journal of Science, v. 30, n. 1,
2004.
MENDES, A.; SILVA, R. Cuidar das Águas: Belezas Naturais e Potenciais Turísticos
das Serras da Jacobina. In: MARQUES, J.; WAGNER, A. Ecocídio das Serras do
Sertão, v. 1. Paulo Afonso: SABEH, 2021.
NUNES, V. S. et al. Determining the springs of two important rivers on the Serras da
Jacobina mountains, Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Enciclopédia Biosfera,
v.19, n. 42, p. 198-216, 2022. DOI: 10.18677/EnciBio_2022D17.
SZYJA, M. et al. Neglected but Potent Dry Forest Players: Ecological Role and
Ecosystem Service Provision of Biological Soil Crusts in the Human-Modified
Caatinga. Plant Ecology and Systematics, v. 7, 2019. DOI:
https://doi.org/10.3389/fevo.2019.00482.
USGS. United States Geological Survey. What is a spring? 2022. Disponível em:
https://www.usgs.gov/special-topics/water-science-school/science/springs-and-
watercycle. Acesso em: 14 jan. 2023.