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Petrolina-PE
2018
2
Petrolina-PE
2018
3
CDD
4
5
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................. 11
2. Revisão bibliográfica ............................................................................................. 13
2.1 Caatinga ....................................................................................................... 13
2.2 Matas ciliares ............................................................................................... 16
2.3 Invasão biológica......................................................................................... 18
2.4. Fitossociologia.............................................................................................. 19
3. Objetivos ............................................................................................................... 20
4.1. Caracterização da área de estudo ............................................................... 21
4.2. Coleta dos dados ......................................................................................... 22
4.2.1. Alocação das parcelas .............................................................................. 22
4.2.2. Amostragem e critério de inclusão ............................................................ 24
4.3. Análise dos dados ........................................................................................ 25
4.3.1. Estrutura horizontal ................................................................................... 25
4.3.3.4. Similaridade florística e invasão biológica .................................................... 30
5. Resultados e discussão ...................................................................................... 30
5.1. Estrutura vertical e horizontal da mata ciliar do município de Petrolina-PE .... 30
5.1.1 Diversidade ................................................................................................... 34
5.2. Estrutura vertical e horizontal da mata ciliar do município de Juazeiro-BA ..... 35
5.2.1 Diversidade ................................................................................................... 38
5.3. Estrutura vertical e horizontal da mata ciliar dos municípios de Juazeiro-BA e
Petrolina-PE. .......................................................................................................... 39
5.3.1 Diversidade e similaridade ............................................................................ 48
6. Conclusão ........................................................................................................... 50
7. Referências......................................................................................................... 51
11
1. Introdução
nascente até a região de Pirapora em Minas Gerais, a parte média, de Pirapora até
Remanso no estado da Bahia, o submédio, indo de Remanso até Paulo Afonso na
Bahia, e por fim o baixo São Francisco, que vai de Paulo Afonso até a foz em
Alagoas e Sergipe (ALVAREZ, 2010). No caso específico do trecho submédio, o
mesmo se insere sob os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe,
abrangendo 18,4% da área da bacia do Rio São Francisco, e comportando uma
população de aproximadamente 2,48 milhões de habitantes. (BRASIL, 2006).
Juntando esses cenários, tem-se a alarmante situação vivida pelo Rio São
Francisco no perímetro urbano mais povoado e populoso de seu curso. A região de
Juazeiro-BA e Petrolina-PE perfaz uma população conjunta de mais de 500 mil
habitantes e logicamente a pressão e o impacto sobre as margens do Rio são
iminentes. Tanto quem vive na região, quanto quem está de passagem, pode
observar o esgoto sendo lançado diretamente no Rio sem qualquer tratamento,
resultando num acúmulo de biomassa de macrófitas invasoras como a Baronesa
(Eichhornia azurea (Sw.) Kunth) (CAMPELO et al., 2013). Soma-se a isso a
fragmentação extrema da vegetação ciliar, restrita a poucos trechos e bastante
desprotegida (NASCIMENTO, 2003). Como consequência, o assoreamento e a
qualidade da água tem piorado muito nos últimos anos levando a extinção algumas
importantes funções do Rio, como por exemplo, a navegação.
2. Revisão bibliográfica
2.1 Caatinga
Aliado a isso, por um longo período de tempo, criou-se uma falsa impressão
de que a caatinga detém uma baixa diversidade de espécies e sem a presença de
plantas endêmicas, impressão esta causada pela inexpressiva quantidade de
estudos até os anos 90, algo que nos últimos anos vem diminuindo e dando um
maior status de importância para a caatinga (GIULIETTI et al., 2004). Mesmo assim
muita coisa ainda precisa ser descoberta e estudada sobre sua biota e seus
ecossistemas, motivando pesquisadores em todo o Brasil e principalmente na região
Nordeste.
16
"I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda da calha do
leito regular, em largura mínima de:
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
(duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a
600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a
600 (seiscentos) metros;"
2.4. Fitossociologia
3. Objetivos
4. Material e Métodos
21
Figura 1 - Inserção geográfica das cidades foco de estudo. Fonte: GOOGLE, Earth
Pro. DigitalGlobe. (2018)
Nas áreas em que sua extensão paralela ao Rio era suficiente para alocação
de duas parcelas, uma ao lado da outra, as mesmas foram lançadas, de modo a
formar um trecho contínuo inventariado de 10m x 40m, e na ausência dessa
possibilidade, lançou-se apenas uma unidade amostral, conforme pode ser
visualizado na figura 2. Após determinação do local para lançamento da(s)
parcela(s), com o auxílio de trena, foi demarcada a distância de 20m, mantendo-se a
mesma visualmente paralela à margem do Rio. Após tal procedimento, com auxílio
de uma bússola foi determinado o vetor correspondente à formação do ângulo de
90° oposto a margem do Rio em ambas as pontas, demarcando posteriormente em
ambos os lados 10m, fechando-se em seguida o retângulo de 20mx10m (200m2),
dando origem a uma unidade amostral, que ao final encontrava-se delimitado com
barbante. Todas as 28 parcelas foram georeferênciadas com auxílio de GPS (Tabela
1).
23
Figura 2 - Distribuição das parcelas levantadas em trecho de mata ciliar do Rio São
Francisco na zona urbana dos municípios de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Fonte:
GOOGLE, Earth Pro. DigitalGlobe. (2018).
Parcela Longitude UTM Latitude UTM Parcela Longitude UTM Latitude UTM
P1 334157 E 8960475 S J1 333796 E 8959569 S
P2 334158 E 8960475 S J2 333793 E 8959564 S
P3 336794 E 8959880 S J3 333648 E 8959454 S
P4 336795 E 8959880 S J4 336057 E 8959268 S
P5 336497 E 8959948 S J5 336077 E 8959276 S
P6 336514 E 8959944 S J6 336204 E 8959322 S
P7 336379 E 8959988 S J7 336220 E 8959325 S
P8 336405 E 8959989 S J8 336562 E 8959146 S
P9 336588 E 8959927 S J9 336586 E 8959116 S
P10 336589 E 8959926 S J10 337145 E 8958857 S
P11 333871 E 8960470 S J11 337180 E 8958830 S
P12 333773 E 8960422 S J12 337566 E 8958588 S
P13 333719 E 8960408 S J13 337336 E 8958718 S
P14 333463 E 8960372 S J14 338039 E 8958324 S
24
4.3.1.1.Área Basal
26
AB = πr 2 /a
Onde:
DAi = Ni/IA
Onde:
DRi= ni.100/N
Onde:
FAi= (Pi/Pt)100
Onde:
Onde:
Σ FAi...n= Somatório das frequências absolutas da espécie “i” até a espécie “n” (%).
Valor de área basal de uma espécie por hectare, fornecendo uma ideia do
grau de utilização dos recursos do ambiente, por parte da população em estudo.
DoAi= ABi/A
DoRi= (ABi/ABT)100
Onde:
IVIi= DRi+FRi+DoRi
Onde:
H’ = Σ (Pi...n. * ln (pi...n))
Onde:
ln = Logaritmo neperiano.
J’= H’ / ln(S)
Onde:
Onde:
5. Resultados e discussão
As espécies com maior área basal foram Prosopis juliflora, Mimosa tenuiflora,
Piptadenia stipulacea e indivíduos mortos, apresentando valores de área basal de
2,47m2, 0,39m2, 0,37m2 e 0,25m2 respectivamente. Em adição, as mesmas espécies
listadas acima apresentaram dominância absoluta de 8,83m²/ha -1; 1,33 m²/ha-1; 1,41
m²/ha-1; 0,89 m²/ha-1 e dominância relativa de 59,44%; 8,99%; 9,53%; 6,01%
respectivamente (Tabela 2), com destaque para Prosopis juliflora (Sw.) D.C. como
espécie altamente dominante sobre as demais.
A forte presença de Prosopis juliflora (Sw.) D.C. contribuiu para que o índice
de impacto ambiental de exóticas apresentasse valor de -0,2432, o qual varia entre -
1 e 1, onde -1 significa que a área não possui plantas nativas e 1 que a área não
possui plantas exóticas, e que segundo Reaser et al. (2007), valores abaixo de 0,8 já
significam uma fonte de preocupação para a biodiversidade local, fazendo-se
necessário uma intervenção e manejo local urgente da área.
32
Tabela 2 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbustivo-arbóreas encontradas na mata ciliar do perímetro urbano do
município de Petrolina – PE, organizado em ordem decrescente de valor de importância. Onde: DA = Densidade Absoluta
(1ha); DR = Densidade Relativa; FA= Frequência Absoluta; FR = Frequência Relativa; DoA = Dominância Absoluta; DoR =
Dominância Relativa; VC = Valor de Cobertura e VI = Valor de Importância.
Família Espécies DA DR FA FR DoA DoR VC VI
3,4
Fabaceae Prosopis juliflora (Sw.) D.C. 303,5714 28,3333 50,0000 16,6667 8,8334 59,4490 87,7824 104,4490
1,2
Piptadenia stipulacea (Benth.)
Fabaceae 257,1429 24,0000 35,7143 11,9048 1,3359 8,9905 32,9905 44,8952
Ducke
1
Fabaceae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir 189,2857 17,6667 42,8571 14,2857 1,4161 9,5300 27,1967 41,4824
† Morto 117,8571 11,0000 64,2857 21,4286 0,8943 6,0185 17,0185 38,4471
1,2
Poincianella microphylla (Mart. ex G.
Fabaceae 117,8571 11,0000 14,2857 4,7619 0,5385 3,6244 14,6244 19,3863
Don) L. P. Queiroz
1
Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl. 28,5714 2,6667 28,5714 9,5238 0,0855 0,5751 3,2418 12,7656
1
Fabaceae Parkinsonia aculeata L. 28,5714 2,6667 14,2857 4,7619 0,2440 1,6421 4,3087 9,0706
1,2
Pityrocarpa moniliformis (Benth.)
Fabaceae 7,1429 0,6667 14,2857 4,7619 0,5335 3,5901 4,2568 9,0187
Luckow & R.W. Jobson
1,2
Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. 7,1429 0,6667 14,2857 4,7619 0,0910 0,6126 1,2793 6,0412
1,2
Copernicia prunifera (Mill.) H. E.
Arecaeae 3,5714 0,3333 7,1429 2,3810 0,4370 2,9410 3,2743 5,6553
Moore
Fabaceae Mimosa sp. 7,1429 0,6667 7,1429 2,3810 0,2234 1,5038 2,1704 4,5514
1
Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. 3,5714 0,3333 7,1429 2,3810 0,2263 1,5229 1,8562 4,2372
1 - Nativa; 2 – Endêmica; 3 - Exótica; 4 - Invasora.
33
250
200
N° de indivíduos
150
100
50
0
De 5 a 10cm De 10 a 20cm De 20 a 30cm De 30 a 40cm Acima de 40cm
Classes de diamentro
180
160
N° de indivíduos 140
120
100
80
60
40
20
0
Até 2m De 2 a 4m De 4 a 6m De 6 a 8m Acima de 8m
Classes de altura
5.1.1 Diversidade
As espécies com maior área basal foram Prosopis juliflora, Inga vera. subsp.
affinis, Schinopsis brasiliensis e Celtis brasiliensis, apresentando valores de área
basal de 5,99m2, 2,34m2, 0,85m2 e 0,84m2 respectivamente. Em adição, as mesmas
espécies listadas acima apresentaram valor de dominância absoluta de 21,40m²/ha-
1
; 8,35 m²/ha-1; 3,04 m²/ha-1; 3,03 m²/ha-1 e dominância relativa de 54,17%; 21,14%;
7,69%; 7,67% respectivamente (Tabela 3), com destaque mais uma vez para
Prosopis juliflora como espécie altamente dominante sobre as demais.
Mais uma vez, a forte presença de Prosopis juliflora (Sw.) D.C. contribuiu para
que o índice de impacto ambiental de exóticas (-0,0791) fosse considerado como o
de uma área invadida. Em comparação com o encontrado em Petrolina, tal valor
caracteriza a mata ciliar de Juazeiro como menos invadida por plantas exóticas,
entretanto, não retira a sua gravidade, bem como não dispensa a necessidade de
intervenção e manejo local da área com urgência.
36
Tabela 3 - - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbustivo-arbóreas encontradas na mata ciliar do perímetro urbano do
município de Juazeiro - BA, organizado em ordem decrescente de valor de importância. Onde: DA = Densidade Absoluta (1ha);
DR = Densidade Relativa; FA= Frequência Absoluta; FR = Frequência Relativa; DoA = Dominância Absoluta; DoR =
Dominância Relativa; VC = Valor de Cobertura e VI = Valor de Importância.
Família Espécies DA DR FA FR DoA DoR VC VI
3,4 129,169
Fabaceae Prosopis juliflora (Sw.) D.C. 442,8571 50,6122 71,4286 24,3902 21,4027 54,1670 104,7793
5
1
Inga vera Willd. subsp. affinis
Fabaceae 253,5714 28,9796 28,5714 9,7561 8,3522 21,1382 50,1178 59,8739
(DC.) T. D. Pennington.
† Morto 57,1429 6,5306 57,1429 19,5122 2,1374 5,4093 11,9400 31,4522
1
Celtis brasiliensis (Gardner)
Cannabaceae 57,1429 6,5306 35,7143 12,1951 3,0300 7,6685 14,1991 26,3942
Planch.
1
Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. 17,8571 2,0408 14,2857 4,8780 3,0386 7,6903 9,7311 14,6091
1
Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão 10,7143 1,2245 14,2857 4,8780 0,2475 0,6265 1,8510 6,7290
3
Meliaceae Azadirachta indica A. Juss. 7,1429 0,8163 14,2857 4,8780 0,1596 0,4040 1,2203 6,0984
1
Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl. 7,1429 0,8163 14,2857 4,8780 0,0862 0,2182 1,0346 5,9126
1,2
Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. 3,5714 0,4082 7,1429 2,4390 0,5856 1,4821 1,8902 4,3293
1
Albizia inundata (Mart.) Barneby
Fabaceae 3,5714 0,4082 7,1429 2,4390 0,2458 0,6221 1,0303 3,4693
& j. w. Grimes
Anacardiaceae Spondias sp. 3,5714 0,4082 7,1429 2,4390 0,1663 0,4208 0,8289 3,2680
1
Anadenanthera macrocarpa
Fabaceae 3,5714 0,4082 7,1429 2,4390 0,0430 0,1089 0,5171 2,9561
(Benth.) Brenan
5
Anacardiaceae Mangifera indica L. 3,5714 0,4082 7,1429 2,4390 0,0092 0,0233 0,4315 2,8705
1
Commiphora leptophloeos (Mart.)
Burseraceae 3,5714 0,4082 7,1429 2,4390 0,0082 0,0208 0,4290 2,8680
J.B.Gillet
1 - Nativa; 2 – Endêmica; 3 - Exótica; 4 - Invasora; 5 - Cultivada.
37
120
100
N° de indivíduos
80
60
40
20
0
De 5 a 10cm De 10 a 20cm De 20 a 30cm De 30 a 40cm Acima de 40cm
Classes de diâmetro
90
80
N° de indivíduos
70
60
50
40
30
20
10
0
Até 2m De 2 a 4m De 4 a 6m De 6 a 8m Acima de 8m
Classes de altura
5.2.1 Diversidade
Tabela 4 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbustivo-arbóreas encontradas na mata ciliar do perímetro urbano do município
de Juazeiro – BA e Petrolina – PE. Organização em ordem decrescente de valor de importância. Onde: DA = Densidade Absoluta
(1ha); DR = Densidade Relativa; FA= Frequência Absoluta; FR = Frequência Relativa; DoA = Dominância Absoluta; DoR =
Dominância Relativa; VC = Valor de Cobertura e VI = Valor de Importância.
Família Espécies DA DR FA FR DoA DoR VC VI
3,4
Fabaceae Prosopis juliflora (Sw.) D.C. 373,2143 38,3486 60,7143 20,4819 15,1181 55,6105 93,9591 114,4411
1
Fabaceae Inga vera Willd. subsp. affinis (DC.) T. D. 126,7857 13,0275 14,2857 4,8193 4,1761 15,3615 28,3890 33,2083
Pennington.
1,2
Fabaceae Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 128,5714 13,2110 17,8571 6,0241 0,6679 2,4570 15,6680 21,6921
1
Fabaceae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir 94,6429 9,7248 21,4286 7,2289 0,7080 2,6044 12,3292 19,5581
1
Cannabaceae Celtis brasiliensis (Gardner) Planch. 28,5714 2,9358 17,8571 6,0241 1,5150 5,5728 8,5086 14,5327
1
Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. 10,7143 1,1009 10,7143 3,6145 1,6324 6,0048 7,1057 10,7202
1,2
Fabaceae Poincianella microphylla (Mart. ex G. 58,9286 6,0550 7,1429 2,4096 0,2693 0,9905 7,0455 9,4552
Don) L. P. Queiroz
1
Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl. 17,8571 1,8349 21,4286 7,2289 0,0858 0,3158 2,1506 9,3795
1,2
Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. 5,3571 0,5505 10,7143 3,6145 0,3383 1,2445 1,7949 5,4094
1
Fabaceae Parkinsonia aculeata L. 14,2857 1,4679 7,1429 2,4096 0,1220 0,4487 1,9166 4,3263
1,2
Fabaceae Pityrocarpa moniliformis (Benth.) 3,5714 0,3670 7,1429 2,4096 0,2667 0,9811 1,3481 3,7577
Luckow & R.W. Jobson
1
Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão 5,3571 0,5505 7,1429 2,4096 0,1238 0,4553 1,0057 3,4154
3
Meliaceae Azadirachta indica A. Juss. 3,5714 0,3670 7,1429 2,4096 0,0798 0,2936 0,6606 3,0702
41
1,2
Arecaceae Copernicia prunifera (Mill.) H. E. Moore 1,7857 0,1835 3,5714 1,2048 0,2185 0,8037 0,9872 2,1920
Fabaceae Mimosa sp. 3,5714 0,3670 3,5714 1,2048 0,1117 0,4110 0,7779 1,9827
1
Fabaceae Albizia inundata (Mart.) Barneby & j. w. 1,7857 0,1835 3,5714 1,2048 0,1229 0,4521 0,6356 1,8404
Grimes
Anacardiaceae Spondias sp. 1,7857 0,1835 3,5714 1,2048 0,0831 0,3058 0,4893 1,6941
1
Fabaceae Anadenanthera macrocarpa (Benth.) 1,7857 0,1835 3,5714 1,2048 0,0215 0,0791 0,2626 1,4674
Brenan
5
Anacardiaceae Mangifera indica L. 1,7857 0,1835 3,5714 1,2048 0,0046 0,0169 0,2004 1,4052
1
Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) 1,7857 0,1835 3,5714 1,2048 0,0041 0,0151 0,1986 1,4034
J.B.Gillet
1 - Nativa; 2 - Endêmica; 3 - Exótica; 4 - Invasora; 5 - Cultivada.
42
Uma das características que fazem Prosopis juliflora se destacar como uma
espécie de ampla distribuição é a sua abrangente capacidade de adaptação as
diferentes classes de solos, principalmente em solos mais profundos, que tendem a
acumular água, bem como em áreas com presença de lençol freático próximo da
superfície, incluindo nesse último as áreas com matas ciliares (ANDRADE et al.,
2005).
350
300
N° de indivíduos
250
200
150
100
50
0
De 5 a 10cm De 10 a 20cm De 20 a 30cm De 30 a 40cm Acima de 40cm
Classes de diâmetro
300
N° de indivíduos 250
200
150
100
50
0
Até 2m De 2 a 4m De 4 a 6m De 6 a 8m Acima de 8m
Classes de altura
40.00
30.00
Juazeiro
20.00 Petrolina
10.00
0.00
De 5 a 10cm De 10 a 20cm De 20 a 30cm De 30 a 40cm Acima de
40cm
Classes de diâmetro
50.00
40.00
Percentual
30.00
Juazeiro
20.00 Petrolina
10.00
0.00
Até 2m De 2 a 4m De 4 a 6m De 6 a 8m Acima de 8m
Classes de altura
Tabela 5 – Abundancia das espécies arbustivo-arbóreas encontradas na mata ciliar do perímetro urbano do município de Juazeiro
– BA e Petrolina – PE por classes de diâmetro Onde: Classe 1 = Diâmetro entre 5 e 10cm; Classe 2 = Diâmetro entre 10 e 20cm;
Classe 3 = Diâmetro entre 20 e 30cm; Classe 4 = Diâmetro entre 30 e 40cm; Classe 5 = Diâmetro acima de 40cm; N = número
de indivíduos.
Abundância das espécies por classes de diâmetro
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5
Espécie N Espécie N Espécie N Espécie N Espécie N
Prosopis
Prosopis juliflora Prosopis juliflora
Prosopis juliflora (Sw.) D.C. 77 Prosopis juliflora (Sw.) D.C. 56 36 27 juliflora 13
(Sw.) D.C. (Sw.) D.C.
(Sw.) D.C.
Celtis
Inga vera Willd. Schinopsis
Piptadenia stipulacea (Benth.) brasiliensis
56 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir 17 subsp. affinis (DC.) 8 5 brasiliensis 4
Ducke (Gardner)
T. D. Pennington. Engl.
Planch.
Inga vera
Inga vera Willd. Willd.
Inga vera Willd. subsp. affinis Inga vera Willd. subsp. affinis Celtis brasiliensis subsp. affinis subsp.
41 16 4 3 3
(DC.) T. D. Pennington. (DC.) T. D. Pennington. (Gardner) Planch. (DC.) T. D. affinis (DC.)
Pennington. T. D.
Pennington.
Pityrocarpa Celtis
Piptadenia stipulacea (Benth.) moniliformis brasiliensis
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir 36 16 Morto 2 1 1
Ducke (Benth.) Luckow (Gardner)
& R.W. Jobson Planch.
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6. Conclusão
Com base nos resultados apresentados, pode-se concluir que a mata ciliar
não praticamente não existe, com exceção a um trecho pertencente à Universidade
Estadual da Bahia (UNEB), apresentando-se de modo geral como um povoamento
esparso de espécies exóticas e nativas de caatinga antropizada. Tendo em vista a
função ecológica e a de conservação dos cursos d’água desempenhado pelas matas
ciliares, é possível afirmar que todos os benefícios trazidos pelo rio para as
populações de Juazeiro e Petrolina, bem como todos os serviços ambientais
disponibilizados pelo mesmo encontram-se sob forte ameaça. Nesse sentido, tanto o
poder público como a população de modo geral devem estar engajadas na
revitalização do Rio São Francisco e na restauração de todo o ambiente ciliar no
perímetro urbano dos dois municípios, a fim de modificar o atual cenário observado,
como o corte seletivo de madeira, acúmulo de lixo e despejo de esgoto.
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7. Referências
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the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the
Linnean Society, 161, p.105-121.
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São Francisco no Projeto de Irrigação Bebedouro, Petrolina-PE. In: Embrapa
Semiárido-Resumo em anais de congresso (ALICE). In: CONGRESSO NACIONAL,
55., ENCONTRO REGIONAL DE BOTÂNICOS DE MG, BA E ES, 26., 2004, Viçosa,
MG. Livro de resumos... Viçosa, MG: SBB: UFV, 2004. 1 CD-ROM.
BREN, L. J., Riparian zone, stream, and floodplain issues: a review. Journal of
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OLIVEIRA FILHO, A.T., RATTER, J.A. & SHEPHERD, G.J. Floristic composition
and community structure of a central Brazilian gallery forest. Flora 184:103-117,
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