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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO NOROESTE FLUMINENSE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR


CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS

PATRICIA BORGES RUBACK BRAGA

LEVANTAMENTO FLORISTICO DE PLANTAS VASCULARES COM O


HABITO EPIFITO NA ÁREA URBANA DO MUNICIPIO DE SANTO ANTONIO
DE PADUA, RJ, BRASIL.

Santo Antônio de Pádua, RJ


Fevereiro 2020
PATRICIA BORGES RUBACK BRAGA

LEVANTAMENTO FLORISTICO DE PLANTAS VASCULARES COM O


HABITO EPIFITO NA ÁREA URBANA DO MUNICIPIO DE SANTO ANTONIO
DE PADUA, RJ, BRASIL.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura em
Ciências Naturais como requisito parcial
para a obtenção do grau de Licenciado em
Ciências Naturais.

ORIENTADOR :
PROF. DR. ANDRÉ LUIZ GOMES DA SILVA

Santo Antônio de Pádua, RJ


Fevereiro 2020

i
PATRICIA BORGES RUBACK BRAGA

LEVANTAMENTO FLORISTICO DE PLANTAS VASCULARES COM O


HABITO EPIFITO NA ÁREA URBANA DO MUNICIPIO DE SANTO ANTONIO
DE PADUA, RJ, BRASIL.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura em
Ciências Naturais como requisito parcial
para a obtenção do grau de Licenciado em
Ciências Naturais.

Aprovada em ___ de ___________________ de _______.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________________
Prof. DCs. André Luiz Gomes da Silva (orientador)
UFF – Universidade Federal Fluminense

Profa. MCs. Célia Maria Lira Jannuzzi


UFF – Universidade Federal Fluminense

Prof. DSc. Marcelo Nocelle de Almeida


UFF – Universidade Federal Fluminense

Santo Antônio de Pádua, RJ


Fevereiro 2020

ii
Dedico este trabalho a Deus, pois com
ele tenho tudo. Ele que me trouxe de
muito longe, me deu pessoas que
considero como família, nunca me
deixou desistir e me deu forças para
realizar um sonho de criança.

iii
AGRADECIMENTOS

Sempre digo que a gratidão é um dos sentimentos mais bonito que alguém possa
sentir.
E eu quero deixar aqui a minha gratidão à UFF que me acolheu e foi a minha casa
durante todos esses anos. Foi aqui que cresci academicamente, onde aprendi coisas e
conheci pessoas que fazem parte da minha vida e que contribuíram para o meu crescimento
pessoal e acadêmico. Obrigada UFF por me proporcionar momentos nunca antes vividos e
por me acolher tão bem, sinto orgulho da pessoa que me tornei enquanto estive estudando
ai e tenho orgulho de dizer que fui UFF.
Ao meu orientador André Luiz Gomes da Silva, que acabou se tornando um grande
amigo, quero dizer que sou muito grata. Grata pela paciência, pelos conselhos e mais ainda
pela sua compreensão que foi o que mais me motivou a concluir mais essa etapa na minha
vida.
Muito obrigado Professor Dr. Marcelo Nocelle que foi um dos grandes
incentivadores deste trabalho e sempre contribui para que fosse um sucesso.
Gostaria de agradecer também ao Professor Dr. Jean Carlos Miranda, que através
do PIBID foi essencial para o meu crescimento acadêmico, sempre me incentivou, me
ajudou e me motivou a participar de vários eventos dos quais tive alguns trabalhos
publicados.
Aos meus avós minha eterna gratidão, pois foram eles que sempre me incentivaram
a estudar e nunca desistir.
Quero agradecer a minha família que sempre me incentivou muito para chegar ate
aqui. Ao meu marido Vitor por me apoiar durante esses anos de faculdade, a minha sogra
Maria das graças por ter me dado apoio, muita das vezes financeiro, para que eu
continuasse estudando e minha mãe Maria José que mesmo de longe me incentivou muito
e vibrou com cada conquista minha na faculdade.
E por fim agradeço à Yanna, Bianca, Caroline, Beatriz e Ana Carla, minhas amigas
de faculdade que hoje se tornaram a minha segunda família, por me ajudarem durante todo
esse período que passei na UFF e por todos os momentos vividos na graduação e ao meu

iv
amigo Abraão Frederico que contribuiu para minha pesquisa me ajudando com o registro
fotográfico da visão geral dos sítios de coleta.

v
RESUMO

A vegetação do Noroeste Fluminense é composta pelo bioma da Mata atlântica que


abriga uma grande diversidade de espécies nativas vegetais. O habito epífito se faz
presente em boa parte desse bioma com espécies de bromélias, orquídeas, aráceas,
dentre outras. O presente trabalho teve como objetivo identificar espécies vasculares
com habito epífito em árvores na região urbana da sede do município de Santo Antonio
de Pádua, RJ. Um total de 17 forófitos foram amostrados e para cada um foi medido o
perímetro à altura do peito (PAP) e a sua altura aproximada. Para a amostragem das
epífitas, foram identificados e contabilizados todos os indivíduos epifíticos presentes em
cada um dos forófitos amostrados. As epífitas foram classificadas em categorias
ecológicas, de acordo com sua relação com o forófito. Na área estudada foram
registradas um total de sete espécies agrupadas em sete gêneros de cinco famílias, sendo
cinco Angiospermas com três famílias e duas Pteridophytas com duas famílias. A
família Bromeliaceae foi a que apresentou maior riqueza de espécies, três espécies. As
demais famílias catalogadas, Araceae, Cactaceae, Blechnaceae e Polypodiaceae
apresntaram, cada uma, uma espécie cada. Das espécies amostradas, quatro são
holoepifitas, duas são hemiepífitas e uma é uma epífita facultativa. Este estudo mostrou
uma baixa riqueza de espécies de Epífitas e isso pode estar relacionado às características
do ambiente urbano que sofre fortemente a influência antrópica.

Palavras-chave: Espécies urbanas, flora, trepadeiras, comensalismo.

vi
ABSTRACT

The vegetation of the Northwest Fluminense is composed of the Atlantic Forest biome, that
houses a great diversity of native plant species. The epiphyte habit is present in a large part
of this biome with species of bromelias, orchids, araceae, among others. The present work
aimed to identify vascular species with epiphyte habit in trees in the urban region of the
eadquarters of the municipality of Santo Antonio de Pádua, RJ, Brazil. A total of 17
phorophytes were ampled and for each one the perimeter at chest height (PAP) and its
approximate height were measured. For the sampling of epiphytes, all epiphytic
individuals present in each of the sampled phorophytes were identified and accounted for.
Epiphytes were classified into ecological categories, according to their relationship with
the phorophyte. In the studied area, a total of seven species were recorded, grouped into
seven genera of five families, five Angiosperms with three families and two Pteridophytas
with two families. The Bromeliaceae family was the one with the highest species richness,
three species. The other cataloged families, Araceae, Cactaceae, Blechnaceae and
Polypodiaceae, each presented one species each. Of the sampled species, four are
holoepiphytes, two are hemiepiphytes and one is an optional epiphyte. This study showed a
low richness of species of Epiphytes and this may be related to the characteristics of the
urban environment that suffers strongly from anthropic influence.

Keywords: Urban species, flora, creepers, commensalism.

vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. A- Mapa do estado do Rio de Janeiro indicando, em vermelho, a localização do


município de Santo Antônio de Pádua no Estado. Fonte: Wikipédia (2019). B- Detalhe do
município e suas Fronteiras. Fonte: Google Maps (2019)................................................14
Figura 2. Visão geral da sede da cidade de Santo Antônio de Pádua. Os círculos em
amarelo e os números em vermelho indicam os sítios de coleta de dados. (foto de satélite
da área urbana) Fonte: Google Earth
(2019)...............................................................................................................................15
Figura 3. Visão geral dos sítios de coleta. A: Praça Visconde Figueira; B: Praça
Monsenhor Diniz; C-D-E: margens direitas do Rio Pomba; F. G: margens esquerdas do
Rio Pomba........................................................................................................................17
Figura 4. Registro fotográfico das espécies catalogadas. Pteridophytas: A- Microgramma
vacciniifolia, nas demais figuras B-C a espécie em fase reprodutiva; D-E: Blechnum
spicant. Angiospermas: F-G-H-I: Tillandsia recurvata; J: Microgramma vacciniifolia em
fase reprodutiva junto ao uma Tillandsia recurvate; L-M: Rhipsalis lindbergiana; N-O:
Syngonium podophyllum; P-R: Aechmea coelestis; Q-S: Bromélia sp...................22, 23
Figura 5. Número de espécies epifíticas por família que ocorrem na área urbana de Santo
Antônio de Pádua/RJ......................................................................................................26
Figura 6. Número de espécies epifíticas por Categoria Ecológica que ocorrem na área
urbana de Santo Antônio de
Pádua/RJ..........................................................................................................................27
Figura 7. Número de espécies epifíticas por síndromes de dispersão que ocorrem na área
urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ...........................................................................28
Figura 8. Representação dos valore em gráfico mostrando a comparação entre os índices
calculados........................................................................................................................30
Figura 9. Digrama de Venn ilustrando a similaridade das epífitas entre as três áreas
estudadas.........................................................................................................................31

viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Famílias e espécies amostradas na sede do município de Santo Antônio de
Pádua, RJ.........................................................................................................................18
Tabela 2- Classe de frequência das espécies por forófito da área urbana de Santo Antônio
de Pádua/RJ................................................................................................................24-26
Tabela 3- Famílias, espécies amostradas, categorias ecológicas e síndromes de dispersão da
área urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ....................................................................27
Tabela 4- Similaridade das epífitas nos sítios de coletada na área urbana de Santo Antônio
de Pádua/RJ, onde 0: significa ausência, 1: significa presença......................................29
Tabela 5- Calculo do índice de Similaridade das epífitas nos sítios de coletada área urbana
de Santo Antônio de Pádua/RJ. Onde se usou os índices qualitativos de Sorensen e
Jaccard...................................................................................................................,,.......
30

ix
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................9
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................11
2.1 Epifitismo...............................................................................................................11
2.2 Categorias Ecológicas............................................................................................12
2.3 Síndromes De Dispersão........................................................................................12
3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................14
3.1 Área De Estudo......................................................................................................14
3.2 Coleta De Dados....................................................................................................15
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................18
4.1 Espécies catalogadas..............................................................................................18
4.2 Riqueza e Classes de Frequência das Epífitas Sobre os Forófitos.........................23
4.3 Categorias ecológicas e síndromes de dispersão...................................................26
4.4 Índice de similaridade das Epífitas nos sítios de coleta.........................................28
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................34
6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................35
1. INTRODUÇÃO

No Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Atlântica foi reduzida em


aproximadamente 84% da cobertura original, através de um processo de desmatamento
contínuo que ocorreu desde a colonização do Brasil (ROCHA et al., 2003). Hoje, a
cobertura vegetal do estado é representada por diversos fragmentos florestais de
diferentes tamanhos, o que causa o isolamento de populações vegetais e animais. Esses
fragmentos estão agrupados especialmente em cinco blocos vegetacionais contínuos: (1)
Bloco da Região Norte Fluminense; (2) Bloco da Região Serrana Central; (3) Bloco da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro; (4) Bloco da Região Sul Fluminense e (5)
Bloco da Região da Serra da Mantiqueira (ROCHA et al., 2003).
A vegetação do Noroeste fluminense, que é composta pelo bioma da Mata
atlântica abriga uma grande diversidade de espécies nativas de animais e plantas e o
hábito epífito se faz presente em boa parte desse bioma (ROCHA et al., 2003).
As epífitas são vegetais que, durante toda a sua vida ou em algum estágio dela,
vivem sobre outras plantas, utilizando-as como suporte e sem estarem ligadas ao solo.
Essas espécies não são plantas parasitas, pois não emitem estruturas haustoriais e obtêm
água e nutrientes minerais de fontes que não seja o substrato (MADISON, 1977;
BENZING, 1990; KERSTEN, 2010)
O habito epifítico apresenta uma estratégia que permite uma redução nos prejuízos
causados por inundação e pelo fogo, evitando também a predação por animais terrestres,
no entanto, apesar dessas estratégias positivas, o epifitismo pode encontrar certa
dificuldade na obtenção de água e nutrientes, já que não mantem suas raízes em contato
direto com o solo e também podem sofrer com variações de intensidade da luz
(PEREIRA, 2010).
As plantas epífitas se subdividem em Holoepifitas, que são plantas que nunca
entram em contato com o solo, germinando sobre o forófito e Hemiepifitas, que são
plantas que apresentam uma forma de vida dupla, podendo ser primaria, quando
germinam sobre o forófito e, posteriormente, estabelecem contato com o solo, ou
secundária, quando germinam no solo e, em seguida, estabelecem contato com o
forófito (PEREIRA, 2010).
Epífitas vasculares são importantes elementos da biodiversidade em florestas
tropicais. São responsáveis por 10% das plantas vasculares com cerca de 25.000
9
espécies (KRESS 1986) e, em algumas florestas, pela metade do número total de
espécies (NIEDER ET AL. 2001). A importância das epífitas deve-se ao número de
indivíduos que elas perfazem e à sua biomassa acumulada (GENTRY & DODSON,
1987; BENZING 1990), à sua participação na ciclagem de nutrientes nos ecossistemas
(EDWARDS & GRUBB 1977; NADKARNI, 1992), ao fornecimento de hábitat e
alimento para uma variada gama de insetos e pássaros (BENZING, 1990), além da sua
utilidade para o homem, como medicamentos, na agricultura e horticultura
(NADKARNI, 1992). A dependência mecânica que as epífitas apresentam da
comunidade arbórea é evidente e alterações na cobertura florestal podem resultar na
remoção completa das epífitas (BREIER, 2005).
Apesar de um aumento relativo no número de trabalhos abrangendo a florística e
ecologia de epífitas em ambientes naturais concentrados nos últimos anos (NIEDER et
al., 2000; BECKER et al., 2015), estes ainda são escassos em áreas antropizadas e
urbanas (BECKER et al., 2015).
Considerando a crescente perda de habitat, a sensibilidade às mudanças
ambientais e a falta de conhecimento da flora epífita em meio urbano (BECKER, 2015),
o presente estudo tem por objetivos i) registrar a riqueza e a composição dos epífitos em
seis sítios urbanos do Município de Santo Antônio de Pádua, RJ, Brasil e ii) verificar a
similaridade florística entre os sítios e também definir as síndromes de dispersão das
espécies encontradas.

10
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Epifitismo
O epifitismo é a interação comensal entre plantas na qual uma espécie dependente
beneficia-se apenas do substrato proporcionado por uma espécie hospedeira, retirando
nutrientes diretamente da umidade atmosférica e sem emitir estruturas haustoriais
(BENNETT, 1986). Desta forma, epífitas são plantas que, sem estarem conectadas com
o solo, utilizam-se de suporte, mas não de nutrientes dos forófitos (arvores hospedeiras)
em que se apoiam em algum estágio de sua vida (MADISON, 1977). São de ampla
importância como fontes de recursos para os animais do dossel da floresta, seja como
alimento (frutos, néctar e pólen), água ou mesmo material para a construção de ninhos,
possibilitando assim maior diversidade faunística (BENZING, 1990). Típicas de
florestas tropicais e subtropicais também são encontradas em ambientes variados, no
entanto estas plantas têm a abundancia e a diversidade fortemente influenciadas pela
mudança de condições ecológicas ao longo de gradientes altitudinais, latitudinais e
continentais (GENTRY E DODSON, 987a, b; GENTRY 1988).
Para Benzing (1990), a sobrevivência sobre outros vegetais e ocupação do dossel
da floresta pelas epífitas só foi possível através do desenvolvimento de adaptações para
obtenção de umidade e nutrientes neste ambiente. Algumas espécies somente se
desenvolvem em locais onde há grande acúmulo de matéria orgânica, como bifurcações
de galhos e fendas nas cascas das árvores (DISLICH, 1996), porém a substituição de
áreas florestais por áreas urbanas pode levar ao isolamento de forófitos arbóreos, e este
isolamento representa uma perda signifcativa de espécies epifíticas em um curto espaço
de tempo (WERNER, 2011). Por outro lado, mesmo árvores isoladas podem abrigar
uma parcela importante da flora epifítica, propiciando um habitat favorável para
algumas espécies (GONÇALVES & WAECHTER, 2002).
Este modo de vida tem atraído a atenção de especialistas que buscam
compreender de que forma surgiu, como funciona e quais adaptações permitiram a
ocupação dos ambientes de dossel. Estas adaptações envolvem aspectos morfológicos,
fisiológicos, anatômicos e ecológicos que possibilitam as epífitas, por exemplo, suportar
a baixa disponibilidade de água e nutrientes, além de condições extremas de
luminosidade, características de ambientes de dossel (BENZING, 1990).
11
Muito embora o termo “epífita” tenha sido cunhado em 1815 por C.F. Mirbel
(NIEDER et al. 1999), referências a esta flora são encontradas desde que Cristóvão
Colombo aportou na América (COLÓN, 1977):

2.2 Categorias Ecológicas


Segundo Benzing (1990) o hábito epifítico pode ser classificado de acordo com a
interação epífita-forófito em quatro grupos:
Holoepífitas ou Epífitas Típicas: não possuem contato com o solo em qualquer estágio
de sua vida;
Hemiepífitas: passam parte de seu ciclo sobre o forófito e outra parte ligada ao solo.
Epífitas Facultativas ou Ocasionais: são plantas que acidentalmente germinam no
substrato oferecido pelos forófitos e obtém considerável sucesso no seu
desenvolvimento;
Epífitas Acidentais ou Efêmeras: também germinam por acaso no forófito utilizando-
se de matéria orgânica acumulada, mas não conseguem sobreviver quando esses
nutrientes se esgotam.

2.3 Síndromes De Dispersão


Os meios utilizados pelas plantas para que seus diásporos alcancem os locais onde
novas gerações podem ser estabelecidas são as síndromes de dispersão realizadas
através da dispersão ou diásporos (do grego “diáspora”= dispersão) que podem ser as
sementes/esporos, a planta inteira ou parte dela. Esta disseminação pode ser natural ou
artificial (CHRISTIANINI E MARTINS, 2015).
Certas plantas espalham suas sementes/esporos sem a intervenção de agentes
externos (autocoria) enquanto outras dependem de agentes dispersantes entre eles o
vento (anemocoria), a água (hidrofilia), animais (zoocoria) ou o homem (antropocoria)
(CHRISTIANINI & MARTINS, 2015).
No caso das epífitas, os autores Schimper (1888) e Gentry & Dodson (1987) as
dividiram da seguinte forma:
Anemocóricas: Com sua sementes/esporos dispersas pelo vento. Através de
estruturas leves, pequenas com diásporos de tamanho diminuto, sem estrutura de voo e
fixação, mas que penetram em fendas, no ritdoma do forófito e absorvem facilmente a
umidade necessária (ex: esporos nas pteridofitas e sementes das orquídeas). Através de
12
sementes leves e pequenas, mas que necessitam de estruturas, tais como os pelos longos
e macios, das sementes plumosas (ex: espécies do gênero Tilandsia) e sementes aladas,
que acilitam o voo e a fixação (ex: espécies do gênero Rhododendron).
Zoocóricas: Com suas sementes dispersas por animais. Neste caso a Ornitocoria é
uma das principais síndromes, porém também é comum a dispersão por morcegos,
macacos, formigas e demais espécies arborícolas. Estas sementes são carnosas e
possuem frutos indeiscente. (ex: espécies da familia bromeliaceae, exceto o gênero
Tilandsia e Pitcairnioideae)

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Área De Estudo


O presente trabalho foi desenvolvido durante um período de 10 meses entre
janeiro a outubro de 2019, na área urbana do município de Santo Antônio de Pádua.
Este município encontra-se localizado na região noroeste do estado do Rio de Janeiro,
que é composta por 13 municípios e fica à 260 km da capital Rio de Janeiro (Fig. 1).
Sua área territorial é de 669 km² e altitude de 86 metros em relação ao nível do mar.

A B

Figura 1. A- Mapa do estado do Rio de Janeiro indicando, em vermelho, a localização do município de


Santo Antônio de Pádua no Estado. Fonte: Wikipédia (2019). B- Detalhe do município e suas Fronteiras.
Fonte: Google Maps (2019)

O clima da região é quente e úmido e classificado como Aw de acordo com


Köppen e Geiger. No Município de Santo Antônio de Pádua a temperatura média anual
é de 22.9 °C e a pluviosidade média anual é 1.234 mm (CLIMARTE-DATA.ORG,
2017) além de apresentar uma estação seca pronunciada entre maio e agosto e uma
estação chuvosa entre novembro e março, esta última sujeita a veranicos, que podem
atingir 20 dias. (TEIXEIRA de ANDRADE et al, 2009).
O relevo de Santo Antônio de Pádua é ondulado com altitudes que variam entre
35 e 680 metros. Geomorfologicamente o município se insere no Domínio
Morfoclimático de Mares de Morros, apresentando colinas em formato de “meia
laranja” e algumas serras, sendo as principais as serras do Catete e do Bonfim. Este
domínio percorre a faixa litorânea do Brasil indo do Sul até o Nordeste do País (SILVA,
2011). A vegetação da região é composta de Florestas Semidecíduas que está inserida
no Bioma da Mata Atlântica (IBGE, 2017). No entanto, a maior parte da cobertura
14
vegetal de Santo Antônio de Pádua foi suprimida nos últimos anos pela ação da
agropecuária, diminuindo em mais de 90% a cobertura vegetal original da cidade
(PEITER et al., 2005 ), restando apenas fragmentos de florestas em vários níveis de
sucessão ecológica.

3.2 Coleta De Dados


Para este estudo foram considerados apenas forófitos plantados, que não tenham
sido podados recentemente, na área urbana da sede do município de Santo Antônio de
Pádua, em praças, alamedas e ruas. As visitas de campo foram realizadas em sete sítios
em diferentes pontos da sede do município, distribuídos nas praças Visconde Figueira
(Sítio 1) e Monsenhor Diniz (Sítio 2) e às margens esquerda (sítios 7 e 6) e direita (sítios
3,4 e 5) do Rio Pomba (Figura 2).

Figura 2. Visão geral da sede da cidade de Santo Antônio de Pádua. Os círculos em amarelo e os
números em vermelho indicam os sítios de coleta de dados. (foto de satélite da área urbana) Fonte:
Google Earth (2019).

Foram realizados registros fotográficos dos sítios de coleta (Figura 3) e de todas


as epífitas registradas para posterior identificação em sites especializados e consulta à
15
especialistas. Um total de 17 forófitos foram amostrados e, para cada um, foi medido o
perímetro à altura do peito (PAP) e a sua altura aproximada.

Para a amostragem das epífitas, foram identificados e contabilizados todos os


indivíduos epifíticos presentes em cada um dos forófitos amostrados.

Os espécimes epífitos foram classificados em categorias ecológicas, de acordo


com sua relação com o forófito (BENZING, 1990). O número e a porcentagem de
espécies de cada categoria ecológica foram calculados a partir da lista taxonômica
(Fabricante et al., 2006).

16
A

B C

D E

F G

Figura 3. Visão geral dos sítios de coleta. A: Praça Visconde Figueira; B: Praça Monsenhor Diniz; C-D-
E: margens direitas do Rio Pomba; F. G: margens esquerdas do Rio Pomba.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
17
4.1 Espécies catalogadas
Na área estudada foram registradas um total de sete espécies agrupadas em sete
gêneros de cinco famílias, sendo cinco Angiospermas agrupadas em três famílias e duas
Pteridophytas agrupadas em duas famílias (Tabela 1).

Tabela 1- Famílias e espécies amostradas na sede do município de Santo Antônio de Pádua,


RJ.

Famílias Espécies

Araceae Syngonium Podophyllum Schott


Bromeliaceae Aechmea Coelestis
Tillandsia Recurvata
Vriesea sp

Cactaceae Rhipsalis Lindbergiana


Blechnaceae Blechnum Spicant
(Pteridophyta)

Polypodiaceae Microgramma Vacciniifolia


(Pteridophyta)

A seguir a descrição botânica e o registro fotográfico (figura 4) de cada espécie


catologada:
Syngonium podophyllum (Cactaceae)- Espécie nativa do México à América
Tropical.
Distribuição geográfica no Brasil: Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia,
Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco), Centro-Oeste
(Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo), Sul
(Paraná).
Características morfológicas: Ervas hemiepífitas, látex branco, bainha longa.
Folha inteira ou partida; nervação reticulada, nervuras laterais primárias pinadas,
geralmente formando a coletora, 1 ou 2 marginais. Inflorescência1-8 por simpódio
floral. Espata constrita, tubo ventricoso, persistente, lâmina creme, cimbiforme, decídua
após antese. Espádice em zonas, séssil; zona estaminodial intermediária. Flores
unissexuadas, aclamídeas; estames conados em sinândrio; ovário (1)2(3)-locular, com
18
1(2) óvulo por lóculo. Bagas conadas, formando fruto composto. (WIENER Z. KUNST
3: 780. 1829.)
Aechmea Coelestis (Bromeliaceae)- Nativa e endêmica do Brasil.
Distribuição geográfica: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo.
Paraná, Santa Catarina.
Características morfológicas: folhas em formato de lamina e com ápice
acuminado, margem levemente serrilhada, quando presentes os espinhos são pequenos e
castanhos, escapo fortemente branco e coberto de lanugem. Brácteas florais quase
impossíveis de serem vistas mais curtas que as sépalas. Infrutescência vermelha, fruto
baga com formato de um ovo. Ápice vermelho.
Período de florescimento e frutificação: flores (fevereiro, abril, maio, junho,
outubro, novembro, dezembro). Frutos (junho, setembro, outubro) (CARVALHAES
2005).
Tillandsia Recurvata (Bromeliaceae)- Nativa, porem não endêmica do
Brasil.
Distribuição geográfica: Norte (Pará), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal,
Goiás, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São
Paulo), Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina).
Características morfológicas: Planta epífita, rupícola, atmosférica, também
encontrada sobre a rede de energia elétrica. Raízes presentes na planta adulta, reduzidas.
Folhas pouco distribuídas pelo caule, fortemente recurvas, geralmente dísticas,
densamente lepidotas; bainha argênteas a castanhas, elíptico-ovada, distintamente mais
larga que a lâmina; lâmina argêntea, linear, filiforme a subclíndrica, sulcada na
base. Pedúnculo com 1 bráctea (ou ausente) apenas na porção apical, lanceolada,
imbricada, disposta logo abaixo da inflorescência, lepidota, ápice
acuminado. Inflorescência simples, brácteas florais verde-cinéreas, menores que as
sépalas, lanceoladas, lepidotas, semelhantes à do pedúnculo, ápice acuminado. Flores
dísticas; sépalas verde-cinéreas, lanceoladas, glabras, ápice agudo; pétalas azul-claras à
lilases, linear-espatuladas, ápice obtuso; estames livres, inclusos na corola, filetes retos,
anteras dorsifixas; ovário ca.0,2cm, elipsoide, estilete ca.0,1cm. Frutos páleos, 2,4-
3,2cm; sementes ca. 1,5cm. (SOUZA, BP 2016)
Período de florescimento e frutificação Com flores e frutos o ano todo
19
Vriesea sp. (Bromeliaceae)
Epífita de grande porte , acaule, estolonífero. Folhas numerosas dispostas em roseta
dilatada formando cisterna. Lâmina verde serreada.

Rhipsalis lindbergiana (Cactaceae)- Nativa e Endêmica do Brasil


Distribuição geográfica: Nordeste (Bahia, Pernambuco, Sergipe), Sudeste
(Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo), Sul (Paraná).
Características morfológicas: Epífita, ramos cilíndricos pendentes de crescimento
indeterminado, verde-escuros, flores alvacentas a cremes, 1 flor por aréola,
desenvolvendo-se ao longo dos ramos e próximas do ápice, cerca de 44 estames
amarelos a alvos. Frutos globosos, cerca de 6 × 5 mm, alvo-translúcidos.
Período de florescimento e frutificação: A floração ocorre em setembro e
dezembro. Maturação dos frutos ocorre de dezembro a fevereiro (ALMEIDA, 2019).

20
Microgramma vacciniifolia (Polypodiaceae)- Nativa, porem não endêmica do
Brasil.
Distribuição geográfica: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco,
Rio Grande do Norte, Sergipe) Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) Sul (Paraná, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina).
Características morfológicas: Plantas epífitas, rupícolas, ou ocasionalmente
terrestres. Rizoma longo-reptante, com escamas subuladas ou lanceoladas. Frondes
monomorfas a dimorfas; lâmina simples inteira a lobada, lanceolada a elíptica, glabra ou
com indumento de tricomas e/ou escamas; venação anastomosada, aréolas geralmente
com vênulas livres inclusas. Soros arredondados, oblongo a lineares, geralmente
formando uma fileira de cada lado da costa, paráfises presentes ou ausentes. Esporos
monoletes. (ALMEIDA, 2017).

Blechnum spicant (Blechnaceae)- É nativa, porem não endêmica da Europa e


América do Norte ocidental
Ocorre desde o Norte Europa até ao Norte de África, Macaronésia (exceto Cabo
Verde), Ásia Menor e Cáucaso. Muito comum em locais humidos e sombrio.
Caracteristicas morfológicas: Plantas terrícolas, ripícolas ou hemiepífitas. Caule
curto a longo-reptante, decumbente ou ereto, ou ainda escandente, raro arborescente.
Folhas monomorfas, subdimorfas ou dimorfas, crescimento determinado. Pecíolo
sempre presente, não articulado com o caule. Lâminas foliares simples e inteiras a
pinadas geralmente pinatissectas ou pinadas. Pinas inteiras a serreadas, nunca lobadas,
contínuas ou articuladas à raque, sésseis ou pecioluladas (DITTRICH et al., 2007).

21
D
IFA G B JEH C

A B C

D E

F G

22
LQ
O MP R
N

S
Figura 4. Registro fotográfico das espécies catalogadas.
Pteridophytas: A- Microgramma vacciniifolia, nas demais figuras B-C
a espécie em fase reprodutiva; D-E: Blechnum spicant. Angiospermas:
F-G-H-I: Tillandsia recurvate; J: Microgramma vacciniifolia em fase
reprodutiva junto ao uma Tillandsia recurvate; L-M: Rhipsalis
lindbergiana; N-O: Syngonium podophyllum; P-R: Aechmea
coelestis; Q-S: Bromélia sp

4.2 Riqueza e Classes de Frequência das


Epífitas Sobre os Forófitos
As classes de frequência das espécies por
forófito foram determinadas como: Pouca 01 a 05
indivíduos; média, 06 a 15 indivíduos; alta, de 16
indivíduos em diante (tabela 2).

23
A família com maior riqueza de espécies foi bromeliácea (três espécies)(figura 5),
já a família Moraceae apresenta maior riqueza entre os 17 forófitos registrados (duas
espécies) .

Tabela 2. Classe de frequência das espécies por forófito da área urbana de Santo
Antônio de Pádua/RJ.
FORÓFITO/ LOCAL PAP ALTURA FAMÍLIA ESPÉCIE CLASSE DE
(APROX.) FREQUÊNCIA
ESPÉCIE

FORÓFITO 1 Praça 1,78cm 7 Metros BROMELIACEAE (esp.1) Aechmea coelestis Alta 16


Visconde
Figueira Figueira CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16

POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16


vacciniifolia

BLECHNACEAE (PTERIDOFITA) Blechnum spicant Pouca 3

FORÓFITO 2 Praça 1,83cm 7 Metros BROMELIACEAE (esp.1) Aechmea coelestis Alta 16


Visconde
Figueira Figueira BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Pouco 3

CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16

POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16


vacciniifolia

FORÓFITO 3 Praça 1,60cm 7 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Média 10


Visconde
Figueira Figueira CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16

ARACEAE Syngonium Pouco 3


podophyllum

POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16


vacciniifolia

FORÓFITO 4 Praça 4,20cm 15 Metros BROMELIACEAE (esp.1) Aechmea coelestis Alta 16


Monsenhor
Mimosa Diniz BROMELIACEAE (esp.3) Esp.3 fazer Média 10
identificação

CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16

POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16


vacciniifolia

FORÓFITO 5 Praça 3,50cm 15 Metros CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16


24
Mimosa Monsenhor
Diniz
POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16
vacciniifolia

FORÓFITO 6 BEIRA RIO 2,96cm 10 Metros CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16

Bombacaceae (margem BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16


direita)

FORÓFITO 7 BEIRA RIO 2,01cm 6 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Media 10

Leguminosa (margem CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16


direita)
POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16
vacciniifolia

FORÓFITO 8 BEIRA RIO 1,30 cm 6 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Media 10

Myrtaceae (margem
(jamelão) direita)

FORÓFITO 9 BEIRA RIO 2,22 cm 10 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16

Bombacaceae (margem
direita)

FORÓFITO 10 BEIRA RIO 2,05 cm 10 Metros CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16

Figueira (margem
POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16
(esp.2) direita)
vacciniifolia

FORÓFITO 11 BEIRA RIO 100 cm 10 Metros CACTACEAE Rhipsalis lindbergiana Alta 16

Mangueira (margem
POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16
direita)
vacciniifolia

FORÓFITO 12 BEIRA RIO 61 cm 6 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16


(margem
Bombacaceae esquerda)

FORÓFITO 13 BEIRA RIO 1,32 cm 10 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16
(margem
Mangueira esquerda)

FORÓFITO 14 BEIRA RIO 1,03 cm 10 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16
(margem
Pau ferro esquerda)

FORÓFITO 15 BEIRA RIO 1,03 cm 7 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16
(margem
Ipê-roxo esquerda)

25
FORÓFITO 16 BEIRA RIO 39 cm 5 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Médio 10
(margem
Ipê-amarelo esquerda)

FORÓFITO 17 BEIRA RIO 1,37 cm 8 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Médio 10
(margem
Ipê-roxo esquerda)

Figura 5. Número de espécies epifíticas por família que ocorrem na área urbana de
Santo Antônio de Pádua/RJ

4.3 Categorias ecológicas e síndromes de dispersão


Das espécies amostradas, quatro são holoepifitas, duas são hemiepífitas e uma é
uma epífita facultativa (Tabela 3; figura 6). O fato das holoepífitas serem dominantes
entre as outras categorias ecológicas parece ser um padrão comum entre as epífitas
(FABRICANTE et al., 2006). A espécie classificada como epífita facultativa foi
Blechnum Spicant que, segundo BENZING (1990), germinam acidentalmente no
substrato oferecido pelos forófitos e obtém sucesso no seu desenvolvimento.

26
Das sete espécies catalogadas, três apresentaram dispersão por anemocória e qutro
dispersão por zoocoria (tabela 3; figura 7). Sendo a especie Tilandsia Recurvata neste
estudo, a única Angiosperma classificada como tendo dispersão anemocórica, isso por
que possui sementes com apêndices plumosos que facilitam a dispersão pelo vento.

Tabela 3. Famílias, espécies amostradas, categorias ecológicas e síndromes de dispersão


da área urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ.
Categoria Síndrome
Família Espécie ecológica De dispersão
Araceae Syngonium Hemiepifita Zoocoria
Podophyllum Schott
Bromeliaceae Aechmea Coelestis Holoepifita Zoocoria
Tillandsia Recurvata Holoepifita Anemocoria
Esp.3 fazer Holoepifita Zoocoria
indentifcaçao
Cactaceae Rhipsalis Lindbergiana Holoepifita Zoocoria
Blechnaceae Blechnum Spicant Epífita facultativa Anemocoria
(pteridophyta)

Figura 6. Número de espécies epifíticas por Categoria Ecológica que ocorrem na


área urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ

27
Figura 7. Número de espécies epifíticas por síndromes de dispersão que ocorrem
na área urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ

4.4 Índice de similaridade das epífitas nos sítios de coleta


No presente trabalho foram calculados os índices de similaridade, que analisam a
presença/ausência das espécies (tabela 4).
Para calcular os índices de similaridade das epífitas nos sitos de coleta foram
utilizados os índices qualitativos de Sorensen (Cs=2a/2a+b+c), e Jaccard (Cj=a/a+b+c),
onde, “a” é o número de espécies presentes em ambas as áreas, “b” é o número de
espécies presentes somente na área “1”, e, “c” é o número de espécies presentes
somente na área “2” (MAGURRAN, 1988), (tabela 5, figura 8). Os cálculos foram
feitos comparando as três áreas de duas em duas.

28
Tabela 4. Similaridade das epífitas nos sítios de coletada na área urbana de Santo
Antônio de Pádua/RJ, onde 0: significa ausência, 1: significa presença.
Espécies Praça Visconde Praça Beira Rio
Figueira Monsenhor
Diniz

Aechmea coelestisk 1 0 0

Blechnum spicant 1 0 0

Microgramm vacciniifolia 1 1 1

Morfo sp.1 0 1 0

Rhipsalis lindbergiana 1 1 1

Syngonium podophyllum 1 0 0

Tillandsia recurvata 1 0 1

29
Tabela 5. Calculo do índice de Similaridade das epífitas nos sítios de coletada área
urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ. Onde se usou os índices qualitativos de Sorensen
e Jaccard.
PVF x PMD PVF x BR PMD x BR

Coeficiente de Cj = 7/7+3+1 = 7/11 Cj = 6/6+3+0 = 6/9 Cj = 4/4+1+1 = 4/6


Jaccard
Cj = 0,636 Cj = 0,666 Cj = 0,666

Coeficiente de Cs = (2.7)/(2.7)+4+1 = Cs = (2.6)/(2.6)+3+0 = Cs = (2.4)/(2.4)+1+1 = 8/10


Sorensen 14/19 12/15
Cs = 0,8
Cs = 0,736 Cs = 0,8

Figura 8. Representação dos valore em gráfico mostrando a comparação entre os índices calculados

O índice de Jaccard mostrou que as três áreas são muito similares. Esse índice
atribui o mesmo peso para espécies raras e comuns. O índice de Sorensen também foi
semelhante entre as três áreas, e ligeiramente mais elevado que índice de Jaccard.
Na figura 9 o diagrama de Venn ilustra as espécies comuns e exclusivas entre as
três áreas estudadas. Onde cada numero corresponde a uma espécie epifítica 1-
Aechmea coelestisk 2-Blechnum spicant, 3- Microgramma vacciniifolia, 4- Vrisea sp., 5
Rhipsalis lindbergiana, 6 Syngonium podophyllu, 7 Tillandsia recurvata.

30
Figura 9. Digrama de Venn ilustrando a similaridade das epífitas entre as três áreas estudadas.

Em outros estudos feitos em áreas urbanas, alguns autores como FREITAS et al.
(2004) registraram 11 famílias e 34 espécies sobre duas espécies de forófitos para uma
área urbana da Ilha Grande (RJ), JÁ FARICANTE et al. (2006) registrou em seus
estudos em áreas urbanas, a ocorrência de 10 espécies de seis gêneros e seis famílias em
uma praça em Piratininga, MG.
Quando comparada à diferentes estudos (AGUIAR et al., 1981; BORGO &
SILVA, 2003; CERVI et al., 1988; DISLICH, 1996; DITTRICH et al., 1999;
FONTOURA et al., 1997; GIONGO & WAECHTER, 2004; GONÇALVES &
WAECHTER, 2002, 2003; KERSTEN & SILVA, 2001, 2002; PILIACKAS et al.,
2000; PINTO et al., 1995; ROGALSKI & ZANIN, 2003; WAECHTER, 1986, 1992,
1998), nota-se que numero de espécies e famílias encontradas nesta pesquisa foi baixo,
e isso se atribui ao fato de se tratar de uma área urbana, portanto pouco similar aos
habitats naturais Daquelas Espécies (FARICANTE et al.2006). Pois Para GENTRY &
DODSON (1987), a maior riqueza de epífitos tem sido registrada em florestas úmidas
com climas estáveis.
Alguns estudos têm indicado redução na riqueza e na diversidade de epífitos
vasculares em áreas com vegetação alterada (BUDOWSKI, 1965; PINTO et al., 1995;
BARTHLOT et al., 2001). BUDOWSKI (1965) acredita que essa redução se deve,
principalmente, à lentidão, por partes dessas plantas, na colonização de novas áreas. O
número de espécies registrado nos sítios de coleta no município de Santo Antônio de
Pádua também pode ter sido alterado em função do corte seletivo ou podagem de
31
Figura 4. Registro fotográfico das espécies catalogadas. Pteridophytas: A- Microgramma vacciniifolia, nas demais
figuras B-C a espécie em fase reprodutiva; D-E: Blechnum spicant. Angiospermas: F-G-H-I: Tillandsia recurvate;
J: Microgramma vacciniifolia em fase reprodutiva junto ao uma Tillandsia recurvate; L-M: Rhipsalis lindbergiana;
N-O: Syngonium podophyllum; P-R: Aechmea coelestis; Q-S: Bromélia sp
arvores. Levando-se em consideração os estudos de ROGALSKI E ZANIN (2003)
sobre vegetação secundaria, podemos considerar a riqueza de espécies nestes sítios alta,
tendo em vista que se trata de áreas com vegetação secundária localizada em zona
urbana.
Neste estudo, Bromeliácea foi a que apresentou maior riqueza de espécies (três
espécies) dentre as famílias registradas. Esta família destaca-se como um dos principais
componentes da flora e da fisionomia dos ecossistemas brasileiros abrigando
aproximadamente 36% das espécies catalogadas. Possui vários gêneros endêmicos,
alguns deles encontrados exclusivamente na Floresta Atlântica (MARTINELLI, 1994).
Segundo RIZZINI (1997) E BENZING (2000) os diferentes habitats e, especialmente, a
natureza do substrato influenciam no aspecto da planta, que pode variar amplamente em
tamanho e coloração das folhas, assim como na morfologia das flores.
Nos sete sítios de coleta foram selecionados 17 forófitos onde a família Moraceae
apresentou maior riqueza com duas espécies. Ao analisar os dados coletados nestes
sítios notou-se a ocorrência de diferentes espécies epífitas em forófitos da mesma classe
em alguns dos sítios de coleta localizados na área urbana do município de Santo
Antônio de Pádua, isso pode ser atribuído aos diferentes substratos e as diferentes
condições microclimáticas oferecidas por cada uma das espécies forofíticas (LORENZI
et al., 2003) que são fundamentais para a germinação e sobrevivência das epífitas, tais
como a arquitetura, as dimensões e aos padrões de desenvolvimento da casca
(STUART, 2008). FONTOURA (2001) também acredita que a ocupação das epífitas
sobre os forófitos podem estar Relacionadas a fatores abióticos, como luz, umidade e
substrato. Além disso, algumas espécies de forófitos apresentaram maior abundancia de
espécies epifíticas nos ramos mais altos de suas copas, enquanto outras presentaram
espécies epifíticas no tronco superior e inferior e em ramos mais baixos. Segundo
(PARKER, 1995) isso ocorre em decorrência da luz que decresce e a umidade aumenta
do dossel até o solo, formando microclimas diferentes, conforme a altura e a posição no
forófito.
Essa dinâmica de posição é citada por alguns autores que constataram
preferência por diâmetros de suporte nas copas dos forófitos (INGRAN & NADKARNI
1993) e relação entre o tamanho do epífito e o suporte utilizado (CATLING &
LEFKOVITCH, 1989).

32
Para TERSTEEGE & CORNELISSEN (1989) E SCHÜTZ-GATTI (2000), a
maior riqueza de espécies na base da copa pode ser atribuída à maior disponibilidade e
qualidade de substrato (bifurcação, ramos horizontais e acúmulo de matéria orgânica)
para a fixação de epífitos. Já as espécies que ocorrem na parte inferior e superior do
tronco são, possivelmente, as que preferem ou toleram ambientes mais úmidos e
sombreados, pois requerem condições ambientais semelhantes àquelas encontradas no
solo (ROGALSKI & ZANIN, 2003).
Apesar da variação na altura dos forófitos e de algumas espécies terem ocorrido
em mais de uma posição, estas podem ser divididas em dois grupos: aquelas que
requerem menor luminosidade e maior umidade e aquelas que toleram maior
luminosidade e menor umidade. Essa formação de guildas, com condições
microclimáticas, é que possibilita a existência da riqueza de epífitos sobre os forófitos.
(ROGALSKI E ZANIN, 2003).
Na classificação em categoria ecológica propostas por BENZING (1990) baseada
na relação com o forófito, notou-se que a maioria das epifitas registradas no presente
estudo são holoepífitas verdadeiras, e essa predominância foi observada em outros
estudos que avaliaram tal semelhança. FABRICANTE et al. (2006) apresentou em seu
trabalho a ocorrência de 70,0% das espécies de epífitas como sendo holoepífitas
verdadeiras.
Na classificação dos epífitos em síndromes de dispersão notou-se que a zoocoria
foi predominante neste estudo. As famílias Araceae, Cactaceae e duas espécies da
família Bromeliaceae apresentaram dispersão por zoocoria que, segundo GONÇALVES
& WAECHTER (2002), espécies dispersas pela avifauna podem constituir um
importante recurso em áreas urbanas (antropizadas). Já a família Blechnaceae,
Polypodiaceae (ambas Pteridophytas) e o gênero Tilandsia da família Bromeliaceae
apresentaram dispersão por anemocoria, indicando que esta síndrome também pode ser
favorecida na área de estudada, onde há uma maior incidência de ventos por ser uma
área urbana. Isto indica que ambas as síndormes são importantes para a manutenção da
flora epifítica nesta área. (AZEVEDO, 2010)
O reduzido número de espécies anemocóricas desta pesquisa difere da
encontrada em estudos da flora epifítica em áreas mais preservadas, onde a anemocoria
predomina sobre as demais categorias, devida principalmente à alta representatividade
de Orchidaceae (TOMAZINI, 2003; WAECHTER, 1992).
33
Por outro lado, a presença de espécies epífitas com dispersão endozoocórica
torna-se relevante na área de estudo, dado que muitas espécies animais dependem deste
recurso alimentar ao longo do ano, tornando esta área uma mantenedora da diversidade
faunística em ambiente urbano e também possibilitando a dispersão destas espécies de
epífitas para outros fragmentos existentes na cidade (DETTKE et al., 2008).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar os dados desta pesquisa foi possível compreender a composição da
flora epifítica do município de Santo Antônio de Pádua e, apesar da área estudada
apresentar similaridade de espécies epifíticas em quase todos os sítios de coleta, notou-
se que a flora da cidade apresenta uma baixa riqueza de espécies por se tratar de uma
área urbana, onde algumas espécies de epífitas enfrentam amplas limitações para se
desenvolverem. Por outro lado, acredita-se que as espécies catalogadas ocorreram
devido a sua proximidade do rio que corta a cidade ou sua proximidade de áreas de
florestas nativas.
Neste estudo, entre as espécies epifíticas a família Bromeliaceae apresentou maior
riqueza de especies entre as demais famílias e o gênero Tillandsia foi o mais
representativo.
Zoocoria e holoepífitas foram as síndromes de dispersão e a categoria ecológica
de maior presença entre as espécies epifíticas.
A família Moraceae foi a que apresentou maior riqueza entre as espécies de
fororitos.
Este estudo é uma importante fonte de referência para posteriores trabalhos a
serem realizados na área urbana do município de santo Antônio de Pádua, visando
conhecer melhor sua flora epifítica e o seu desenvolvimento nos diferentes habitat
existentes na cidade.

34
6. REFERÊNCIAS
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