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ORIENTADOR :
PROF. DR. ANDRÉ LUIZ GOMES DA SILVA
i
PATRICIA BORGES RUBACK BRAGA
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________________
Prof. DCs. André Luiz Gomes da Silva (orientador)
UFF – Universidade Federal Fluminense
ii
Dedico este trabalho a Deus, pois com
ele tenho tudo. Ele que me trouxe de
muito longe, me deu pessoas que
considero como família, nunca me
deixou desistir e me deu forças para
realizar um sonho de criança.
iii
AGRADECIMENTOS
Sempre digo que a gratidão é um dos sentimentos mais bonito que alguém possa
sentir.
E eu quero deixar aqui a minha gratidão à UFF que me acolheu e foi a minha casa
durante todos esses anos. Foi aqui que cresci academicamente, onde aprendi coisas e
conheci pessoas que fazem parte da minha vida e que contribuíram para o meu crescimento
pessoal e acadêmico. Obrigada UFF por me proporcionar momentos nunca antes vividos e
por me acolher tão bem, sinto orgulho da pessoa que me tornei enquanto estive estudando
ai e tenho orgulho de dizer que fui UFF.
Ao meu orientador André Luiz Gomes da Silva, que acabou se tornando um grande
amigo, quero dizer que sou muito grata. Grata pela paciência, pelos conselhos e mais ainda
pela sua compreensão que foi o que mais me motivou a concluir mais essa etapa na minha
vida.
Muito obrigado Professor Dr. Marcelo Nocelle que foi um dos grandes
incentivadores deste trabalho e sempre contribui para que fosse um sucesso.
Gostaria de agradecer também ao Professor Dr. Jean Carlos Miranda, que através
do PIBID foi essencial para o meu crescimento acadêmico, sempre me incentivou, me
ajudou e me motivou a participar de vários eventos dos quais tive alguns trabalhos
publicados.
Aos meus avós minha eterna gratidão, pois foram eles que sempre me incentivaram
a estudar e nunca desistir.
Quero agradecer a minha família que sempre me incentivou muito para chegar ate
aqui. Ao meu marido Vitor por me apoiar durante esses anos de faculdade, a minha sogra
Maria das graças por ter me dado apoio, muita das vezes financeiro, para que eu
continuasse estudando e minha mãe Maria José que mesmo de longe me incentivou muito
e vibrou com cada conquista minha na faculdade.
E por fim agradeço à Yanna, Bianca, Caroline, Beatriz e Ana Carla, minhas amigas
de faculdade que hoje se tornaram a minha segunda família, por me ajudarem durante todo
esse período que passei na UFF e por todos os momentos vividos na graduação e ao meu
iv
amigo Abraão Frederico que contribuiu para minha pesquisa me ajudando com o registro
fotográfico da visão geral dos sítios de coleta.
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
The vegetation of the Northwest Fluminense is composed of the Atlantic Forest biome, that
houses a great diversity of native plant species. The epiphyte habit is present in a large part
of this biome with species of bromelias, orchids, araceae, among others. The present work
aimed to identify vascular species with epiphyte habit in trees in the urban region of the
eadquarters of the municipality of Santo Antonio de Pádua, RJ, Brazil. A total of 17
phorophytes were ampled and for each one the perimeter at chest height (PAP) and its
approximate height were measured. For the sampling of epiphytes, all epiphytic
individuals present in each of the sampled phorophytes were identified and accounted for.
Epiphytes were classified into ecological categories, according to their relationship with
the phorophyte. In the studied area, a total of seven species were recorded, grouped into
seven genera of five families, five Angiosperms with three families and two Pteridophytas
with two families. The Bromeliaceae family was the one with the highest species richness,
three species. The other cataloged families, Araceae, Cactaceae, Blechnaceae and
Polypodiaceae, each presented one species each. Of the sampled species, four are
holoepiphytes, two are hemiepiphytes and one is an optional epiphyte. This study showed a
low richness of species of Epiphytes and this may be related to the characteristics of the
urban environment that suffers strongly from anthropic influence.
vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Famílias e espécies amostradas na sede do município de Santo Antônio de
Pádua, RJ.........................................................................................................................18
Tabela 2- Classe de frequência das espécies por forófito da área urbana de Santo Antônio
de Pádua/RJ................................................................................................................24-26
Tabela 3- Famílias, espécies amostradas, categorias ecológicas e síndromes de dispersão da
área urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ....................................................................27
Tabela 4- Similaridade das epífitas nos sítios de coletada na área urbana de Santo Antônio
de Pádua/RJ, onde 0: significa ausência, 1: significa presença......................................29
Tabela 5- Calculo do índice de Similaridade das epífitas nos sítios de coletada área urbana
de Santo Antônio de Pádua/RJ. Onde se usou os índices qualitativos de Sorensen e
Jaccard...................................................................................................................,,.......
30
ix
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................9
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................11
2.1 Epifitismo...............................................................................................................11
2.2 Categorias Ecológicas............................................................................................12
2.3 Síndromes De Dispersão........................................................................................12
3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................14
3.1 Área De Estudo......................................................................................................14
3.2 Coleta De Dados....................................................................................................15
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................18
4.1 Espécies catalogadas..............................................................................................18
4.2 Riqueza e Classes de Frequência das Epífitas Sobre os Forófitos.........................23
4.3 Categorias ecológicas e síndromes de dispersão...................................................26
4.4 Índice de similaridade das Epífitas nos sítios de coleta.........................................28
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................34
6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................35
1. INTRODUÇÃO
10
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Epifitismo
O epifitismo é a interação comensal entre plantas na qual uma espécie dependente
beneficia-se apenas do substrato proporcionado por uma espécie hospedeira, retirando
nutrientes diretamente da umidade atmosférica e sem emitir estruturas haustoriais
(BENNETT, 1986). Desta forma, epífitas são plantas que, sem estarem conectadas com
o solo, utilizam-se de suporte, mas não de nutrientes dos forófitos (arvores hospedeiras)
em que se apoiam em algum estágio de sua vida (MADISON, 1977). São de ampla
importância como fontes de recursos para os animais do dossel da floresta, seja como
alimento (frutos, néctar e pólen), água ou mesmo material para a construção de ninhos,
possibilitando assim maior diversidade faunística (BENZING, 1990). Típicas de
florestas tropicais e subtropicais também são encontradas em ambientes variados, no
entanto estas plantas têm a abundancia e a diversidade fortemente influenciadas pela
mudança de condições ecológicas ao longo de gradientes altitudinais, latitudinais e
continentais (GENTRY E DODSON, 987a, b; GENTRY 1988).
Para Benzing (1990), a sobrevivência sobre outros vegetais e ocupação do dossel
da floresta pelas epífitas só foi possível através do desenvolvimento de adaptações para
obtenção de umidade e nutrientes neste ambiente. Algumas espécies somente se
desenvolvem em locais onde há grande acúmulo de matéria orgânica, como bifurcações
de galhos e fendas nas cascas das árvores (DISLICH, 1996), porém a substituição de
áreas florestais por áreas urbanas pode levar ao isolamento de forófitos arbóreos, e este
isolamento representa uma perda signifcativa de espécies epifíticas em um curto espaço
de tempo (WERNER, 2011). Por outro lado, mesmo árvores isoladas podem abrigar
uma parcela importante da flora epifítica, propiciando um habitat favorável para
algumas espécies (GONÇALVES & WAECHTER, 2002).
Este modo de vida tem atraído a atenção de especialistas que buscam
compreender de que forma surgiu, como funciona e quais adaptações permitiram a
ocupação dos ambientes de dossel. Estas adaptações envolvem aspectos morfológicos,
fisiológicos, anatômicos e ecológicos que possibilitam as epífitas, por exemplo, suportar
a baixa disponibilidade de água e nutrientes, além de condições extremas de
luminosidade, características de ambientes de dossel (BENZING, 1990).
11
Muito embora o termo “epífita” tenha sido cunhado em 1815 por C.F. Mirbel
(NIEDER et al. 1999), referências a esta flora são encontradas desde que Cristóvão
Colombo aportou na América (COLÓN, 1977):
13
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A B
Figura 2. Visão geral da sede da cidade de Santo Antônio de Pádua. Os círculos em amarelo e os
números em vermelho indicam os sítios de coleta de dados. (foto de satélite da área urbana) Fonte:
Google Earth (2019).
16
A
B C
D E
F G
Figura 3. Visão geral dos sítios de coleta. A: Praça Visconde Figueira; B: Praça Monsenhor Diniz; C-D-
E: margens direitas do Rio Pomba; F. G: margens esquerdas do Rio Pomba.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
17
4.1 Espécies catalogadas
Na área estudada foram registradas um total de sete espécies agrupadas em sete
gêneros de cinco famílias, sendo cinco Angiospermas agrupadas em três famílias e duas
Pteridophytas agrupadas em duas famílias (Tabela 1).
Famílias Espécies
20
Microgramma vacciniifolia (Polypodiaceae)- Nativa, porem não endêmica do
Brasil.
Distribuição geográfica: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco,
Rio Grande do Norte, Sergipe) Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) Sul (Paraná, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina).
Características morfológicas: Plantas epífitas, rupícolas, ou ocasionalmente
terrestres. Rizoma longo-reptante, com escamas subuladas ou lanceoladas. Frondes
monomorfas a dimorfas; lâmina simples inteira a lobada, lanceolada a elíptica, glabra ou
com indumento de tricomas e/ou escamas; venação anastomosada, aréolas geralmente
com vênulas livres inclusas. Soros arredondados, oblongo a lineares, geralmente
formando uma fileira de cada lado da costa, paráfises presentes ou ausentes. Esporos
monoletes. (ALMEIDA, 2017).
21
D
IFA G B JEH C
A B C
D E
F G
22
LQ
O MP R
N
S
Figura 4. Registro fotográfico das espécies catalogadas.
Pteridophytas: A- Microgramma vacciniifolia, nas demais figuras B-C
a espécie em fase reprodutiva; D-E: Blechnum spicant. Angiospermas:
F-G-H-I: Tillandsia recurvate; J: Microgramma vacciniifolia em fase
reprodutiva junto ao uma Tillandsia recurvate; L-M: Rhipsalis
lindbergiana; N-O: Syngonium podophyllum; P-R: Aechmea
coelestis; Q-S: Bromélia sp
23
A família com maior riqueza de espécies foi bromeliácea (três espécies)(figura 5),
já a família Moraceae apresenta maior riqueza entre os 17 forófitos registrados (duas
espécies) .
Tabela 2. Classe de frequência das espécies por forófito da área urbana de Santo
Antônio de Pádua/RJ.
FORÓFITO/ LOCAL PAP ALTURA FAMÍLIA ESPÉCIE CLASSE DE
(APROX.) FREQUÊNCIA
ESPÉCIE
FORÓFITO 7 BEIRA RIO 2,01cm 6 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Media 10
FORÓFITO 8 BEIRA RIO 1,30 cm 6 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Media 10
Myrtaceae (margem
(jamelão) direita)
FORÓFITO 9 BEIRA RIO 2,22 cm 10 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16
Bombacaceae (margem
direita)
Figueira (margem
POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16
(esp.2) direita)
vacciniifolia
Mangueira (margem
POLYPODIACEAE (PTERIDOFITA) Microgramma Alta 16
direita)
vacciniifolia
FORÓFITO 13 BEIRA RIO 1,32 cm 10 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16
(margem
Mangueira esquerda)
FORÓFITO 14 BEIRA RIO 1,03 cm 10 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16
(margem
Pau ferro esquerda)
FORÓFITO 15 BEIRA RIO 1,03 cm 7 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Alta 16
(margem
Ipê-roxo esquerda)
25
FORÓFITO 16 BEIRA RIO 39 cm 5 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Médio 10
(margem
Ipê-amarelo esquerda)
FORÓFITO 17 BEIRA RIO 1,37 cm 8 Metros BROMELIACEAE (esp.2) Tillandsia recurvata Médio 10
(margem
Ipê-roxo esquerda)
Figura 5. Número de espécies epifíticas por família que ocorrem na área urbana de
Santo Antônio de Pádua/RJ
26
Das sete espécies catalogadas, três apresentaram dispersão por anemocória e qutro
dispersão por zoocoria (tabela 3; figura 7). Sendo a especie Tilandsia Recurvata neste
estudo, a única Angiosperma classificada como tendo dispersão anemocórica, isso por
que possui sementes com apêndices plumosos que facilitam a dispersão pelo vento.
27
Figura 7. Número de espécies epifíticas por síndromes de dispersão que ocorrem
na área urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ
28
Tabela 4. Similaridade das epífitas nos sítios de coletada na área urbana de Santo
Antônio de Pádua/RJ, onde 0: significa ausência, 1: significa presença.
Espécies Praça Visconde Praça Beira Rio
Figueira Monsenhor
Diniz
Aechmea coelestisk 1 0 0
Blechnum spicant 1 0 0
Microgramm vacciniifolia 1 1 1
Morfo sp.1 0 1 0
Rhipsalis lindbergiana 1 1 1
Syngonium podophyllum 1 0 0
Tillandsia recurvata 1 0 1
29
Tabela 5. Calculo do índice de Similaridade das epífitas nos sítios de coletada área
urbana de Santo Antônio de Pádua/RJ. Onde se usou os índices qualitativos de Sorensen
e Jaccard.
PVF x PMD PVF x BR PMD x BR
Figura 8. Representação dos valore em gráfico mostrando a comparação entre os índices calculados
O índice de Jaccard mostrou que as três áreas são muito similares. Esse índice
atribui o mesmo peso para espécies raras e comuns. O índice de Sorensen também foi
semelhante entre as três áreas, e ligeiramente mais elevado que índice de Jaccard.
Na figura 9 o diagrama de Venn ilustra as espécies comuns e exclusivas entre as
três áreas estudadas. Onde cada numero corresponde a uma espécie epifítica 1-
Aechmea coelestisk 2-Blechnum spicant, 3- Microgramma vacciniifolia, 4- Vrisea sp., 5
Rhipsalis lindbergiana, 6 Syngonium podophyllu, 7 Tillandsia recurvata.
30
Figura 9. Digrama de Venn ilustrando a similaridade das epífitas entre as três áreas estudadas.
Em outros estudos feitos em áreas urbanas, alguns autores como FREITAS et al.
(2004) registraram 11 famílias e 34 espécies sobre duas espécies de forófitos para uma
área urbana da Ilha Grande (RJ), JÁ FARICANTE et al. (2006) registrou em seus
estudos em áreas urbanas, a ocorrência de 10 espécies de seis gêneros e seis famílias em
uma praça em Piratininga, MG.
Quando comparada à diferentes estudos (AGUIAR et al., 1981; BORGO &
SILVA, 2003; CERVI et al., 1988; DISLICH, 1996; DITTRICH et al., 1999;
FONTOURA et al., 1997; GIONGO & WAECHTER, 2004; GONÇALVES &
WAECHTER, 2002, 2003; KERSTEN & SILVA, 2001, 2002; PILIACKAS et al.,
2000; PINTO et al., 1995; ROGALSKI & ZANIN, 2003; WAECHTER, 1986, 1992,
1998), nota-se que numero de espécies e famílias encontradas nesta pesquisa foi baixo,
e isso se atribui ao fato de se tratar de uma área urbana, portanto pouco similar aos
habitats naturais Daquelas Espécies (FARICANTE et al.2006). Pois Para GENTRY &
DODSON (1987), a maior riqueza de epífitos tem sido registrada em florestas úmidas
com climas estáveis.
Alguns estudos têm indicado redução na riqueza e na diversidade de epífitos
vasculares em áreas com vegetação alterada (BUDOWSKI, 1965; PINTO et al., 1995;
BARTHLOT et al., 2001). BUDOWSKI (1965) acredita que essa redução se deve,
principalmente, à lentidão, por partes dessas plantas, na colonização de novas áreas. O
número de espécies registrado nos sítios de coleta no município de Santo Antônio de
Pádua também pode ter sido alterado em função do corte seletivo ou podagem de
31
Figura 4. Registro fotográfico das espécies catalogadas. Pteridophytas: A- Microgramma vacciniifolia, nas demais
figuras B-C a espécie em fase reprodutiva; D-E: Blechnum spicant. Angiospermas: F-G-H-I: Tillandsia recurvate;
J: Microgramma vacciniifolia em fase reprodutiva junto ao uma Tillandsia recurvate; L-M: Rhipsalis lindbergiana;
N-O: Syngonium podophyllum; P-R: Aechmea coelestis; Q-S: Bromélia sp
arvores. Levando-se em consideração os estudos de ROGALSKI E ZANIN (2003)
sobre vegetação secundaria, podemos considerar a riqueza de espécies nestes sítios alta,
tendo em vista que se trata de áreas com vegetação secundária localizada em zona
urbana.
Neste estudo, Bromeliácea foi a que apresentou maior riqueza de espécies (três
espécies) dentre as famílias registradas. Esta família destaca-se como um dos principais
componentes da flora e da fisionomia dos ecossistemas brasileiros abrigando
aproximadamente 36% das espécies catalogadas. Possui vários gêneros endêmicos,
alguns deles encontrados exclusivamente na Floresta Atlântica (MARTINELLI, 1994).
Segundo RIZZINI (1997) E BENZING (2000) os diferentes habitats e, especialmente, a
natureza do substrato influenciam no aspecto da planta, que pode variar amplamente em
tamanho e coloração das folhas, assim como na morfologia das flores.
Nos sete sítios de coleta foram selecionados 17 forófitos onde a família Moraceae
apresentou maior riqueza com duas espécies. Ao analisar os dados coletados nestes
sítios notou-se a ocorrência de diferentes espécies epífitas em forófitos da mesma classe
em alguns dos sítios de coleta localizados na área urbana do município de Santo
Antônio de Pádua, isso pode ser atribuído aos diferentes substratos e as diferentes
condições microclimáticas oferecidas por cada uma das espécies forofíticas (LORENZI
et al., 2003) que são fundamentais para a germinação e sobrevivência das epífitas, tais
como a arquitetura, as dimensões e aos padrões de desenvolvimento da casca
(STUART, 2008). FONTOURA (2001) também acredita que a ocupação das epífitas
sobre os forófitos podem estar Relacionadas a fatores abióticos, como luz, umidade e
substrato. Além disso, algumas espécies de forófitos apresentaram maior abundancia de
espécies epifíticas nos ramos mais altos de suas copas, enquanto outras presentaram
espécies epifíticas no tronco superior e inferior e em ramos mais baixos. Segundo
(PARKER, 1995) isso ocorre em decorrência da luz que decresce e a umidade aumenta
do dossel até o solo, formando microclimas diferentes, conforme a altura e a posição no
forófito.
Essa dinâmica de posição é citada por alguns autores que constataram
preferência por diâmetros de suporte nas copas dos forófitos (INGRAN & NADKARNI
1993) e relação entre o tamanho do epífito e o suporte utilizado (CATLING &
LEFKOVITCH, 1989).
32
Para TERSTEEGE & CORNELISSEN (1989) E SCHÜTZ-GATTI (2000), a
maior riqueza de espécies na base da copa pode ser atribuída à maior disponibilidade e
qualidade de substrato (bifurcação, ramos horizontais e acúmulo de matéria orgânica)
para a fixação de epífitos. Já as espécies que ocorrem na parte inferior e superior do
tronco são, possivelmente, as que preferem ou toleram ambientes mais úmidos e
sombreados, pois requerem condições ambientais semelhantes àquelas encontradas no
solo (ROGALSKI & ZANIN, 2003).
Apesar da variação na altura dos forófitos e de algumas espécies terem ocorrido
em mais de uma posição, estas podem ser divididas em dois grupos: aquelas que
requerem menor luminosidade e maior umidade e aquelas que toleram maior
luminosidade e menor umidade. Essa formação de guildas, com condições
microclimáticas, é que possibilita a existência da riqueza de epífitos sobre os forófitos.
(ROGALSKI E ZANIN, 2003).
Na classificação em categoria ecológica propostas por BENZING (1990) baseada
na relação com o forófito, notou-se que a maioria das epifitas registradas no presente
estudo são holoepífitas verdadeiras, e essa predominância foi observada em outros
estudos que avaliaram tal semelhança. FABRICANTE et al. (2006) apresentou em seu
trabalho a ocorrência de 70,0% das espécies de epífitas como sendo holoepífitas
verdadeiras.
Na classificação dos epífitos em síndromes de dispersão notou-se que a zoocoria
foi predominante neste estudo. As famílias Araceae, Cactaceae e duas espécies da
família Bromeliaceae apresentaram dispersão por zoocoria que, segundo GONÇALVES
& WAECHTER (2002), espécies dispersas pela avifauna podem constituir um
importante recurso em áreas urbanas (antropizadas). Já a família Blechnaceae,
Polypodiaceae (ambas Pteridophytas) e o gênero Tilandsia da família Bromeliaceae
apresentaram dispersão por anemocoria, indicando que esta síndrome também pode ser
favorecida na área de estudada, onde há uma maior incidência de ventos por ser uma
área urbana. Isto indica que ambas as síndormes são importantes para a manutenção da
flora epifítica nesta área. (AZEVEDO, 2010)
O reduzido número de espécies anemocóricas desta pesquisa difere da
encontrada em estudos da flora epifítica em áreas mais preservadas, onde a anemocoria
predomina sobre as demais categorias, devida principalmente à alta representatividade
de Orchidaceae (TOMAZINI, 2003; WAECHTER, 1992).
33
Por outro lado, a presença de espécies epífitas com dispersão endozoocórica
torna-se relevante na área de estudo, dado que muitas espécies animais dependem deste
recurso alimentar ao longo do ano, tornando esta área uma mantenedora da diversidade
faunística em ambiente urbano e também possibilitando a dispersão destas espécies de
epífitas para outros fragmentos existentes na cidade (DETTKE et al., 2008).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar os dados desta pesquisa foi possível compreender a composição da
flora epifítica do município de Santo Antônio de Pádua e, apesar da área estudada
apresentar similaridade de espécies epifíticas em quase todos os sítios de coleta, notou-
se que a flora da cidade apresenta uma baixa riqueza de espécies por se tratar de uma
área urbana, onde algumas espécies de epífitas enfrentam amplas limitações para se
desenvolverem. Por outro lado, acredita-se que as espécies catalogadas ocorreram
devido a sua proximidade do rio que corta a cidade ou sua proximidade de áreas de
florestas nativas.
Neste estudo, entre as espécies epifíticas a família Bromeliaceae apresentou maior
riqueza de especies entre as demais famílias e o gênero Tillandsia foi o mais
representativo.
Zoocoria e holoepífitas foram as síndromes de dispersão e a categoria ecológica
de maior presença entre as espécies epifíticas.
A família Moraceae foi a que apresentou maior riqueza entre as espécies de
fororitos.
Este estudo é uma importante fonte de referência para posteriores trabalhos a
serem realizados na área urbana do município de santo Antônio de Pádua, visando
conhecer melhor sua flora epifítica e o seu desenvolvimento nos diferentes habitat
existentes na cidade.
34
6. REFERÊNCIAS
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de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2014.
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Ignacio B. Anzoátegui. Ed. Espasa-Calpe, Madrid. 1977.
DETTKE, G. A.; ORFRINI, A. C.; MILANEZE-GUTIERRE, M. A. Composição
Florística E Distribuição De Epífitas Vasculares Em Um Remanescente Alterado
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