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INDAIAL

CONHECENDO SUA HISTÓRIA

R$ 10,00 TOMO I - NÚMERO 03 SETEMBRO 20151


Lema da AMARHIN:

“Quem não conhece o passado, pouco pode esperar do futuro”

Erich Stange

Objetivos da AMARHIN:

- Acompanhar a atuação do Arquivo Histórico Municipal Theobaldo


Costa Jamundá, desenvolvendo ações complementares que contribuam
para o seu perfeito desempenho técnico e cultural;

- Atuar junto à comunidade indaialense, no sentido de conhecer e


apoiar os trabalhos de resgate, conservação, preservação e divulgação
da memória documental, histórica e cultural de Indaial;

- A AMARHIN é parceira do Museu Ferroviário Municipal Silvestre


Ernesto da Silva, em atividades que visam à preservação da história e
do seu patrimônio, bem como apoiar a instalação de outros museus e
iniciativas de cunho histórico.

AMARHIN—ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE INDAIAL

Rua Rio Grande do Sul, 150 — CENTRO — 89130-000 — INDAIAL / SC — BRASIL

E-mail: informativoamarhin@gmail.com
INDAIAL
CONHECENDO SUA HISTÓRIA

R$ 10,00 TOMO I - NÚMERO 03 SETEMBRO 2015


Todos os direitos desta edição reservados à AMARHIN — Associação dos Amigos do Arquivo Histórico Municipal de Indaial.
 
O Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa Jamundá e a AMARHIN não se responsabilizam pelo
conteúdo dos artigos assinados e por eventuais equívocos, sendo a acuidade e correção das informações de
responsabilidade de seus respectivos autores.
 
Presidente da AMARHIN: Werner Alexandre Tkotz
Secretária: Bettina Hardt
Tesoureira: Maria Salete Koser da Veiga
Diretor Sociocultural: Heinz Beyer
Secretária para Assuntos Especiais: Úrsula Maria Kretzer
Conselho Fiscal: Carmen Brandes Hardt — Ralf Cipriano — Luiz Carlos Henkels
 
Conselho Editorial: Marco Antônio Struve (Coordenador) – Maria Salete Koser da Veiga (secretária) –
Bettina Hardt - Heinz Beyer — Luiz Carlos Henkels
Marcelo da Silva— Úrsula Maria Kretzer  
 
Projeto Gráfico: Profa. Maria Salete Koser da Veiga / Marco Antônio Struve
Diagramação e Execução: Nós das artes — Agência de mobilidade cultural
Revisão: Marco Antônio Struve / Maria Salete Koser da Veiga

 
 
 Capa: Estação ferroviaria de Indaial , Centro de Indaial, início do século 20 — Anotações de Theobaldo
Costa Jamundá no verso da fotografia — Imagens do acervo iconográfico do Arquivo Histórico Municipal
Theobaldo Costa Jamundá.

 
  
Indaial conhecendo sua história / Associação dos Amigos do Arquivo Histórico de Indaial
(AMARHIN).— t.1, n.1 (mar./maio) 2015- .— Indaial: AMARHIN, 2015-

t.1, n.3 set./nov. 2015



Trimestral.

ISSN 0000-0000

1. Indaial – História; 2. Indaial – Memória. 3. Entrevistas. I. Associação dos


Amigos do Arquivo Histórico de Indaial.

CDD 981.816

Ficha catalográfica: Daniele Rohr - CRB 14/1279

Impressão: Gráfica Gandrei


Tiragem: 1000 exemplares

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PALAVRA DO PRESIDENTE
Não foi uma mudança agradável, aos olhos de um adolescente. Sair
do interior (Araras/Petrópolis) para o bairro de Santa Tereza no Rio de
Janeiro, serviu com folga, para alargar os horizontes, sobretudo, no
aspecto da formação/conscientização cultural.

Pelos braços de minha mãe, pisei pela primeira vez num teatro aos 13
anos (ano 1963) para ver a peça “Minha Querida Lady” ou “My Fair Lady”,
com a consagrada artista Abigail Isquierdo Ferreira, mais conhecida como
Bibi Ferreira.

Na memória e num canto aconchegante da alma, está guardada essa


fenomenal apresentação. Pela postura de minha mãe, sou eternamente
grato.

Dalí em diante, naturalmente, foram adicionados o gosto pela leitura,


pelos vegetais, pela bicicleta e na atualidade, pertencer à equipe que se
dedica ao periódico “Indaial Conhecendo Sua História”.

Mas, não posso esquecer de fazer o registro de visita ao Norte da Alemanha,


em outubro de 2011. Foi determinante no aprendizado da importância da
preservação da história, uma vez que os atrativos encantam, enriquecem
o espírito e deixam gostinho de bem-estar pessoal duradouro.

Vencer as barreiras para chegar localmente na base da comunidade,


mesmo levando em conta as características de uma pequena cidade, e
estimular o convívio com a cultura, também tem sido a razão de nossos
esforços.

Aos prezados leitores, nossos agradecimentos pelo apoio e divulgação.


Reiteramos pedido de colaboração, através do envio de matérias do
tempo passado e presente, servindo como inestimável ajuda no estoque
da carteira de conteúdos a serem publicados.

Boa leitura

Werner Alexandre Tkotz


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FALE COM A GENTE
Gente de bom humor

No tempo em que Indaial era aquela paradisíaca colônia de que tantas saudades
sentimos, havia numa das linhas coloniais do interior, um ferreiro chamado Fritz.

Fritz, nas horas vagas, também era o veterinário da região. Homem esperto em
doenças de animais, era consultado por todos os moradores da linha e dizia-se que
ele sabia fazer uma enxada com a mesma segurança com que acertava remédio
para qualquer animal doente.

Certa vez, Hans, um colono seu vizinho, apareceu-lhe à porta da ferraria puxando,
pelo cabresto, o Bugre, um garboso cavalo baio. E, com cara de choro, foi reclamando:
— O meu pobre Bugre está muito doente, Fritz. Tem uma coisa na garganta que o
faz tossir e espirrar a cada instante...

Como se compreendesse o dono, o Bugre começou a bufar e a tossir que era


uma pena se ver.

Fritz, com ares superiores de mestre que já “viu tudo”, foi sentenciando:
— Isso não é nada, Hans. É um andaço, como diz o João Vicente. Isso se cura
logo. Entra aqui!...

No interior da ferraria, Fritz tomou de um comprido canudo de bambu, pos-lhe


dentro um bom punhado de um pó escuro e fino e ordenou a Hans: — O mal é
fundo, na garganta. Mete uma ponta do canudo na boca do baio e assopra pela
outra ponta, com força, para que o pó penetre bem!...

Hans saiu para aplicar o remédio. Dali a momentos, voltou quase sufocando, com a
cara vermelha e inchada, tossindo e gesticulando como um desesperado.

O ferreiro acudiu, perguntando: — Que foi isso, Hans?


E Hans, num gemido: — O cavalo assoprou primeiro...
DESAFIOS: as respostas dos ERRAMOS: Nos números 01 e 02
desafios publicados na página 42 da Revista “Indaial conhecendo sua
do número 02 da revista “Indaial história” o lema da AMARHIN foi
conhecendo sua história” são: Foto 1 publicado com um erro, corrigido
- A escola luterana do Warnow. Foto a partir deste exemplar. Onde lê-
2 - Antiga Movelaria no Encano do se: “Quem não conhece o passado,
Norte. pouco pode esperar DE SEU futuro”
, deveria estar escrito; “Quem não
conhece o passado, pouco pode
esperar do futuro”.
6
Conteúdo

PALAVRA DO PRESIDENTE ........................................................ 5


FALE COM A GENTE .................................................................. 6
ORIGEM DO NOME DOS PRINCIPAIS MORROS DE INDAIAL
SUBIDA AO MORRO DA BANDEIRA E SERRA AZUL
Heinz Beyer .............................................................................. 8
INDAIAL ANTIGO .................................................................. 13
MEMÓRIA E RAÍZES - Cine MOGK: Luz, câmera, ação e poesia -
Raul Costa .............................................................................. 14
CINE MOGK EM INDAIAL - Heinz Beyer ................................. 16
NOS ARCOS DO PASSADO UM ARCO-ÍRIS RELUZ
(A Úrsula Kretzer) - Raul Costa ............................................... 21
A MEMÓRIA DO RÁDIO de INDAIAL
Maria Salete Koser da Veiga .................................................. 22
INDAIAL: MUNICÍPIO DO VALE DO ITAJAÍ-AÇÚ
Theobaldo Costa Jamundá ..................................................... 27
COMUNIDADE ESCOLAR “EVANGELISCHE SCHULE INDAYAL”
(ESCOLA EVANGÉLICA DE INDAIAL) - PARTE 02
Dieter Brandes e Carmem Brandes Hardt ............................... 35

VIDA E OBRA DOS PREFEITOS DO MUNICÍPIO DE INDAIAL
Edltraud Zimmermann Fonseca
CLODORICO MOREIRA ............................................................ 38
ALFREDO BLAESE .................................................................... 41
Política editorial ..................................................................... 43
PETERSEN - NOSSA HISTÓRIA ................................................. 47

7
ORIGEM DO NOME DOS PRINCIPAIS MORROS DE INDAIAL
SUBIDA AO MORRO DA BANDEIRA E SERRA AZUL
Heinz Beyer—Texto e Imagens
A ONG CAMAPUAN-ICATU, bem visível do centro da cidade de
de preservação ambiental, Indaial, olhando-se em direção a
envolvida na defesa de nosso Polaquia, por isso mesmo, desafia
patrimônio natural, recuperação e fascina os mais curiosos.
da mata ciliar, conscientização
e elaboração de projetos, e que A origem dos nomes desses
também incentiva ações para morros é desconhecida. Versões
melhor conhecer as belezas não oficiais de moradores da
naturais, promove regularmente região dizem que escoteiros, ou
caminhadas, escaladas no interior militares, teriam tempos atrás
do município. escalado o Morro, hasteada uma
bandeira e assim o morro ficou
Assim um grupo de sete pessoas conhecido por esse nome. Já o
se aventurou dia 19 de agosto Serra Azul, por ser bem visível
de2006 nas matas do Encano Alto. aos moradores do Alto Encano,
O objetivo principal era escalar o não confundir com Encano Alto,
Morro Serra Azul e também o adquire uma tonalidade mais
Morro da Bandeira, que situam- azulada em relação às elevações
se dentro do “Parque Nacional mais próximas. Teria sido essa
da Serra do Itajaí”. O Serra Azul é a referência pela qual ficou

No topo do Morro da Bandeira. Ao fundo o Morro do Ovo

8
conhecido.
Fizeram parte: Sérgio
Feuser, Beatriz Fernanda
Chinchilla Cartagena,
Rudibert Baade, Rudi
como é conhecido entre
os amigos; Onofre Loes,
Ivo Koehler, Heinz Beyer
e Luiz Carlos Henkels,
incansável batalhador
nas questões ambientais
e principalmente
pelo seu empenho
e dedicação à ASSOCIAÇÃO mata é de formação secundária e à
BRASILEIRA DE PRESERVAÇÃO medida que se sobe ela é primária
FERROVIÁRIA - ABPF, ultimamente alterada, ou seja, houve corte de
pouco pode participar de nossas madeira nobre e palmito. O aclive
ações. Mas para alegria nossa, foi se acentuando e lá pelas 9
nessa pudemos contar com sua horas e 30 minutos alcançamos o
agradável companhia. primeiro objetivo, o pico do Morro
da Bandeira com 600 metros de
Ivo Koehler, que conhece a região altitude. O GPS marcou um pouco
como a palma da mão, foi nosso mais, pois sempre tem tolerância.
guia. Saímos da casa do Ivo às 7 Há muita samambaia no topo,
horas e 30 minutos com dois carros além de árvores não muito altas,
até a casa do Sr. João Amaro. mas o suficiente para impedir a
A partir daí caminhamos por visibilidade, principalmente na
uma estrada e a certa altura nos direção leste. Tanto é, que apesar
embrenhamos no mato, seguindo da proximidade, não foi possível
inicialmente um pequeno córrego, vislumbrar o Serra Azul. O que
afluente do Ribeirão Hermann, se vê bem desse ponto é o vale
que por sua vez é afluente do do Ribeirão Espinho, do Ribeirão
Ribeirão Encano. No começo a Metzner, o Morro do Ovo e parte
do Encano Alto.

Depois de curtir bem o local,


tirar algumas fotos e saborear
um lanche, descemos o Morro
da Bandeira em direção oposta à
da subida, na rota do Serra Azul
que era nosso objetivo principal.
A descida é bastante íngreme,
intercalando-se trechos mais
O Spitzkopf, visto do Serra Azul
limpos com outros mais fechados
9
com bambu, lembrando que não se sucederam. Paradas bem
há trilhas ou picadas. Apenas nos prazerosas que nos permitiram
valemos do senso de orientação, melhor apreciar, contemplar e
principalmente do Ivo, pois admirar uma floresta realmente
tínhamos que encontrar uma preservada.
antiga estrada mais abaixo, afim
de acharmos o rumo certo ao Serra Já quase em cima, as árvores
Azul. Dito e feito, não demorou foram diminuindo de altura e o
muito para comemorarmos aclive menos acentuado. E logo
a chegada à estrada. Porque, alcançamos o suposto topo do
explicava-nos o Ivo, se tivéssemos Morro Serra Azul. Suposto porque
descido pouco mais à direita, não a seguir constatamos uma grota
acharíamos a estrada e ficaríamos e o outro lado parecia ainda mais
desorientados, sem referência. alto. Atravessamos a grota e se
Caminhamos um pouco pela confirmou que ali era mais alto
estrada, que logo acabou e que o topo anterior. Qual não foi
novamente nos embrenhamos a nossa surpresa, logo a nossa
no mato. Depois de uma rápida frente, outra grota, parecia cópia
subida, descemos uma grota para da anterior, e novamente no outro
então escalarmos literalmente o lado mais um topo. Agora, este
Serra Azul.

O Sérgio, que estava fazendo o


mapeamento das estradas do
Parque Nacional da Serra do
Itajaí, aproveitou para fazer as
devidas marcações no GPS, o que
nos auxiliou também para achar o
caminho de volta.

O que chamou a atenção de todos


foi a mata exuberante na região. A
medida que íamos subindo, e bota
subida nisso, a floresta foi ficando
cada vez mais linda e preservada,
apesar de no começo ainda
haver vestígios de antigos cortes
de palmito. Enormes canelas,
perobas, pau- óleo e outras
espécies nobres de madeira foram
surgindo, sempre prontamente
identificadas pelo companheiro
Onofre Loes. A escalada foi Sérgio Feuser, valendo-se da copa de uma árvore
cansativa e várias paradas para apreciar a paisagem, no topo da Serra Azul.
10
último sim, o mais alto dos três. estávamos eufóricos por alcançar
O GPS acusou 728m e no mapa o topo do Serra Azul. E logo
consta 729m acima do nível do queríamos fazer o reconhecimento
mar. do lugar com relação à paisagem
do entorno. Nesse quesito
Aqui cabe uma curiosidade: de tivemos uma frustração, porém,
forma semelhante acontece no uma frustração positiva: o topo
morro mais alto de Indaial, o do morro todo coberto por densa
1039, com referência às grotas a vegetação e árvores de 5 ou 6
atravessarem ambos os morros metros impediam a visão ao redor.
perpendicularmente, pois são Com dificuldade consegui subir
montanhas estreitas e alongadas. numa árvore, agora sim foi possível
Parecem canais profundos apreciar e fotografar grande parte
cavados, como se cada um fosse da belíssima paisagem que se
o leito de uma estrada de ferro. descortina lá de cima. Do ponto
Como não sou geólogo para que eu estava, agarrado nos
explicar essas formações, digo frágeis galhos da árvore, inebriado,
que é um capricho da natureza. tomado por uma sensação de paz
inexplicável diante dessa natureza
Eram 12 horas e 15 minutos e maravilhosa, pude identificar o

No topo da Serra Azul, vendo-se o Vale do Alto Encano e ao fundo, o 1039 e 937

11
vale do Alto Encano, o Espingarda, preservada, seria recomendável
os morros 937, o 1039, ponto que ficasse restrita, eventualmente
culminante de Indaial e região, o à visitação de pequenos grupos de
Spitzkopf, o Morro do Baú, Morro pesquisa e estudos.
do cachorro e parte do Garcia
em Blumenau. Só não foi possível Prazerosa curtição feita,
visualizar desse ponto a cidade saboreamos nossa merenda e às
de Indaial e a parte do Encano 13 horas e 30 minutos iniciamos
Alto, pois outras árvores fizeram a a descida. Seguimos por onde
obstrução. Depois que desci dessa subimos, nos orientando nas
árvore, também o Sérgio, o Rudi, poucas marcas deixadas. Lá
o Onofre, inclusive a Beatriz, se pelas tantas não conseguimos
aventuraram subindo na mesma mais achar o caminho por onde
para também curtir a paisagem. subimos. O Sérgio na dianteira
estava tranquilo e assegurava-nos
Só o Ivo e o Luiz Carlos preferiram estarmos na direção certa para
ficar com os pés bem firmes no achar a estrada. Também pudera,
chão. Simultaneamente subi em ele sabiamente fizera a marcação
outra árvore e, agora sim, pude no GPS e agora estava se valendo
identificar Indaial, Polaquia e desse registro. E não deu outra. De
o vale do Encano. Obviamente repente estávamos exatamente
registrei tudo em fotos aquele no ponto onde terminava a
belíssimo visual que se tem lá de estrada e agora começava o
cima. retorno. Foi só seguir a estrada
e automaticamente saímos por
Desejaríamos que essa região, onde iniciamos a caminhada e
devido à ausência de sinais deixáramos os carros.
da presença humana, e
consequentemente estar bem Às 15 horas e 40 minutos já
estávamos na casa do Ivo Koehler,
felizes por termos
conhecido mais um
recanto maravilhoso
de Indaial. Muito ainda
falta ser visitado e
registrado, pois só
conhecendo poderemos
proteger melhor nosso
belíssimo e riquíssimo
patrimônio natural.

12Calculando o diâmetro de uma canela, na Serra Azul


Indaial Antigo

Desfile em comemoração aos 100 anos de emigração alemã - 1929 é a data da chegada dos primeiros
imigrantes alemães e fundação da cidade de São Pedro de Alcantra, região de Florianópolis

Centro de Indaial - Década 1930


13
MEMÓRIA E RAÍZES
Indaial - Memória - Origem - Raízes - História
MEMÓRIA E RAÍZES reunirá trechos do livro “MEMORAÍZES: instantâneos
históricos de Indaial” lançado em abril de 2000 por Erich Stange e textos
de qualquer pessoa que queira contribuir com o registro, a construção
e a preservação da história de Indaial, através de relatos e imagens que
poderão ser enviados ao Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa
Jamundá.

Neste número publicamos texto do poeta indaialense Raul Costa falando


sobre o Cine Mogk.

a vida era mais simples e corria


Cine MOGK: Luz, câmera, devagar. Era no cinema que
ação e poesia completávamos nossa educação
e aprendíamos mais sobre:
Falar do Cine Mogk, é embarcar na geografia, música, arte, cultura e
máquina do tempo da memória, costumes de todos os cantos do
rebobinar o celuloide da história planeta, para os quais viajávamos
até 1975, e deparar com uma sem sair das cadeiras, apenas
Indaial, ainda bucólica e pacata. sonhando, foi ali que muitos de
No coração da cidade, ficava o nós viveram o primeiro amor,
hotel Hardt, onde desde o início era uma época mais ingênua,
do século XX, pulsava a vida social: porém mais cordial, respeitosa e
casamentos, batizados, noivados romântica em todos os sentidos,
e festejos, eram ali comemorados, sem o advento das redes sociais
o prédio também abrigava o ( Jobs ainda estava trabalhando
mítico Cine Mogk. Domingo era na sua garagem ), era por ali
um dia especial, era quando que circulavam as “novidades”,
ganhávamos dinheiro para as através de conversas ao pé do
guloseimas e a matinê do cinema ouvido e olho no olho, de virtuais,
com seus clássicos inesquecíveis: só os nossos sonhos.
“os Trapalhões”, “Marcelino pão
e vinho”, faroestes, “Tarzan”, Em 1977, “Guerra nas Estrelas”
“Zorro”, “Comboio” e tantos inaugurou, o que hoje
outros. Ir ao cinema naquele conhecemos como Blockbuster,
tempo era uma festa, a cidade era ficamos boquiabertos com os
pequena e todos se conheciam, efeitos visuais jamais vistos antes,
ali encontrávamos os amigos, era há fãs de Star Wars, que até hoje
parecido como ir ao shopping hoje, não desembarcaram da Millenium
só que melhor, não havia tanto Falcon, e continuam vagando pelo
apelo ao consumo e ostentação, universo estelar, atrás das novas
14
aventuras dos filmes, de quebra
ainda fomos apresentados ao Quando o Cine Mogk fechou as
jovem ator, Harrison Ford, que portas, a cidade perdeu parte
seria um dos maiores heróis da importante da sua alma, nossos
história do cinema, em ao menos sonhos nunca mais foram tão
mais duas superproduções: coloridos! Olhando hoje em
“Indiana Jones” e “Blade Runer”. retrospectiva, era como se
Nunca esquecerei do belo épico vivêssemos em um belo filme em
sobre o líder pacifista Gandhi e tecnicolor; quem viveu aquela
do recém lançado “De Volta ao época não esquece e ainda pode
Futuro”, que logo se tornaria um sonhar, pois “o que a memória
clássico instantâneo e atemporal. ama é eterno” e aquele filme de
nossas vidas, jamais deixará de
Falamos do cinema e sua técnica, passar na sala de projeção dos
agora vamos falar da aura mágica nossos corações e na retina de
do Cine Mogk e aos lindos nossas memórias, para sempre
sonhos para os quais éramos até o...
transportados através da magia
da arte dos irmãos Lumiére: ao
velho oeste com “Billy the Kid”, THE END
ao deserto com os beduínos,
com Simbad através dos mares,
ao espaço com Hans Solo; Raul Costa — Poeta Indaialense
literalmente o céu era o limite.

Hotel Hartd que além do Hotel abrigaria o Cine Mogk — data não conhecida
Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa Jamundá —Coleção Carmen Brandes Hardt
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Cine Mogk em Indaial
Heinz Beyer*
A história de Johann Ernst de trabalho na sala de exibição
Walter Mogk, inclusive a fase de Indaial, nos fins da década de
artística, já publicada no livro “O 1960 e início dos anos 1970, onde
Mágico de três Continentes”, de fiz de tudo, atendi a bilheteria, era
Christina Baumgarten, além de porteiro, ajudei a varrer o salão
diversas reportagens realizadas, após cada sessão e, o que mais fazia
merecidamente o imortalizaram. e gostava era projetar os filmes,
Tive o privilégio de trabalhar já que naquela época gostava
e conviver com essa pessoa muito de cinema. Portanto, minha
agradável, simpática, inteligente, função principal era operador
criativa, persistente e assim, de cinema. Cinco era a média
discretamente, fazer parte dessa de rolos de um filme normal. Os
linda história. Solidificou-se uma de longa metragem tinham o
amizade que duraria até sua dobro de rolos. Para não haver
despedida em 24 de novembro de interrupção na projeção, a cabine
2004, aos 92 anos. continha dois projetores, quando
terminava um rolo, o rolo seguinte
Amizade longa e, apenas seis anos era acionado no outro projetor.

Amário Müller, Walter Mogk e Heinz Beyer na casa de Walter Mogk em Salto Weissbach,
Blumenau em 06 de setembro de 1995.

16
Quando se conseguia fazer essa
troca de forma sincronizada, o
expectador quase não percebia.
Normalmente esse serviço
era feito por dois operadores.
Podendo, no entanto, ser feito
por um, exigindo mais destreza
e agilidade. Essa operação foi
bastante facilitada depois que o
Sr. Walter instalou um sistema
semiautomático, para a exibição
passar de um projetor para outro,
evitando assim a sobreposição,
mesmo que momentânea,
dos dois fachos de luz sobre a
tela. Terminado um rolo, outro
era colocado na máquina. Em
seguida, o rolo que acabara de
passar, tinha que ser rebobinado,
mantendo o operador bastante
atarefado. Assim ocupado o
operador tinha pouco tempo

Werner Neuert, Walter Mogk e Heinz Beyer quando da entrega por Walter Mogk de um exemplar
autografado de sua história: “O Mágico de três continentes” escrito por Christina Baumgarten

17
Walter Mogk no almoxarifado de sua indústria em Blumenau.. Foto de Heinz Beyer

Da esquerda para a direita: Ralf, Geni, Harald e Ingo Mogk.


Sentado: Walter Mogk em seu aniversário de 90 anos. Foto de Heinz Beyer

18
para acompanhar o filme. Mesmo
assim, geralmente o mesmo
filme passava diversas vezes,
possibilitando o entendimento.
Acontecia de vez em quando de
arrebentar o filme (geralmente
filme muito velho e surrado),
interrompendo a projeção,
provocando vaias da plateia. O
filme era engatado novamente
para dar continuidade. Depois
tinha que ser feita a emenda com
cola especial, deixando o rolo
pronto para a próxima exibição.
Dentre os muitos filmes que ajudei
a passar, alguns para mim foram
marcantes:

OS DEZ MANDAMENTOS,
ESPELHO DA VIDA,
IRMA LA DOUCE, SPARTACUS,
O GRANDE MOTIM,

SHENANDOAH,
O MAIS LONGO DOS DIAS,
O ÉBRIO, SISI A IMPERATRIZ,
FREUD - ALÉM DA ALMA,
LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO,
DOUTOR JIVAGO,
ZORBA - O GREGO,
DIO COMO TI AMO,
SE MEU FUSCA FALASSE, ALI
BABÁ E OS 40 LADRÕES,
AO MESTRE COM CARINHO,
O PAGADOR DE PROMESSAS,
alguns filmes com MAZZAROPI
e muitos outros cujo título não
lembro mais.

Amário Müller, amigo fiel do Sr.


Walter, era seu braço direito.
Por trinta e três anos gerenciou
19
o Cine Mogk em Indaial. à Ponta Grossa, Paranaguá e
Outros colaboradores que aqui Joinville nessas tarefas.
trabalharam, no meu tempo e
ainda lembro, foram: Werner Diversos fatores, entre os quais
Kroeger, Ari Cipriano, Alcides a exagerada censura dos bons
Müller, Egon Müller, e outros. filmes durante o governo militar, a
televisão cada vez mais difundida,
Paralelamente o Walter Mogk entre outros, fizeram com que
reformava, aperfeiçoava e o cinema entrasse em declínio.
fabricava projetores, retificadores O Cine Mogk, para tristeza de
(equipamentos compostos de muitos, encerrou suas atividades
possantes transformadores e em 1986. Sua firma, porém,
diodos retificadores de alta continua firme e forte.
amperagem, transformando
a tensão da rede de corrente A indústria “Mogk Máquinas”
alternada em baixa tensão de fabrica máquinas industriais de
corrente contínua, para produzir finalidades diversas. A maioria
o arco voltaico entre dois bastões projetada pelo Sr. Walter.
de carvão, gerando assim luz Mantinha em sua residência no
muito intensa, refletida por um Salto Weissbach, um laboratório
espelho côncavo no interior do ou oficina, onde pesquisava e
projetor e projetar essa luz através projetava, com absoluto sucesso,
do filme e formar a imagem na até o fim de seus dias, os mais
tela), amplificadores de áudio, diversos equipamentos.
gongo e tudo o mais usado num
cinema. Como eu já trabalhava Ficam assim a nostalgia e as
com eletrônica, trocamos muitas boas lembranças de uma época
ideias. Inclusive, a pedido dele, e as melhores recordações de
montei alguns amplificadores um homem exemplar, lutador,
à válvula projetados por ele. persistente, bondoso... E acima
Perfeccionista, primava pela de tudo, um Grande Amigo para
qualidade em tudo, notadamente sempre.
na imagem e no som. Por isso
mesmo era frequentemente * Heinz Beyer é Diretor Sociocultural da
requisitado por outros donos AMARHIN.
de cinema por aí para resolver
os mais diversos problemas. Todas as fotos de autoria de Heinz Beyer
Acompanhei-o algumas vezes com exceção dos cartazes de filmes.

20
NOS ARCOS DO PASSADO UM ARCO-ÍRIS RELUZ
(A Úrsula Kretzer)
Carrego no peito
Saudades de uma cidade
Que embora INDA viva no passado
Hoje só existe
Nos meus sonhos

INDA lembro:
As matinês do Cine Mogk
No Hotel Hardt
As noites boêmias no Tinga’s Bar
A magia da loja do seu Erich

O trem ao sair da estação


Em meio a lágrimas de fumaça
Levou junto nossos corações
Que INDA ouvem
Seus apitos de alegria e esperança
Lembranças de um tempo

Quando os açus vinham do Sul

Arcos—Marco Struve - Gravura digital — 2015


E nas águas do Itajaí-Açu
Sob a ponte do arco-íris
Os peixes afogavam as mágoas

Época que nossos sonhos


Não eram virtuais
Os amigos INDA eram
De carne e ossos
E não de megabytes

Memórias
Brilham úmidas
Nos olhos
Que caminham calados
Num retrato em sépia de Indayal

Raul Costa — Poeta Indaialense


21
A MEMÓRIA DO RÁDIO DE INDAIAL
Profa. Maria Salete Koser da Veiga*
Em 05 de novembro de 2010
a FIC, em sua programação
cultural, homenageou os
radialistas de Indaial, resgatando
e relembrando os fatos históricos
e as personalidades que ajudaram
a construir a identidade de Indaial
através das ondas deste veículo
de comunicação e revivendo os
tempos de ouro do rádio.

O INÍCIO

Para rememorar a implantação


desse importante meio de
comunicação em nossa cidade,
temos a obrigação de transcrever
o relato de um dos personagens
que vivenciou e trabalhou para
construir essa história. Sr. Ralf
Cipriano.
Ralf Cipriano nascido em 15 de
fevereiro de 1936 em Indaial,
filho de Luiz Cipriano e Paula
Kannenberg Cipriano. Aos doze
anos Ralf Cipriano foi para
Florianópolis fazer um curso
técnico em tornearia mecânica.
Ficou na capital catarinense uns
seis anos. Volta para Indaial e vai
trabalhar como torneiro mecânico
na Oficina Confiança, bairro
Tapajós.

Em 1954 existiam apenas 3


emissoras de rádio em nossa
região: Rádio Clube de Blumenau,
Rádio Mirador em Rio do Sul e
Rádio Difusora em Itajaí.
Ralf Cipriano

22
Os proprietários da PRC4 - Rádio no morro do Struve e o estúdio
Clube de Blumenau, a terceira no segundo andar do prédio
mais antiga emissora de rádio que também pertencia à família
do Brasil, Flávio Rosa e Wilson Struve; atualmente temos ali o
Melro recebem autorização para comércio Huebes. Como Jeser
a instalação de uma emissora de entendia tudo de rádio, ele era
rádio em Indaial. Esta autorização polivalente, fazia desde a parte
foi cedida à Rádio Clube de técnica, locução esportiva,
Blumenau Ltda. através da noticiários, show, programador
portaria do Dentel nº 393 de 11 e até a faxina do estúdio era ele
de maio de 1954. quem fazia quando necessário.

Frederico Struve anota em seu


livro de registros iniciado em
1952: “No dia 01 de setembro de
1954 pelas 4 e 50 da tarde foi o
primeiro disco tocado em nossa
rádio.” As primeiras transmissões
regulares da RCI se iniciam no
dia 18 de setembro de 1954 em
caráter experimental. Por este
motivo a emissora ainda não
tinha uma programação normal.
Começou transmitindo apenas
músicas e de vez em quando
Jeser Jussy Reinert o Jeser entrava no Ar e falava:
“Rádio Clube transmitindo em
“Falar da RCI e não falar de caráter experimental, mandem
Jeser Jussy Reinert é como suas cartinhas dizendo como
falar de futebol e não falar de
Pelé. ” Relembra Ralf
Cipriano. Jeser Jussy foi
o precursor da RCI, ele
conjuntamente com
moradores da cidade
não mediu esforços para
a montagem desta rádio.
Chegou em Indaial com
um caminhão cheio de
aparelhagens necessárias
para a instalação da rádio.
Com cara e coragem foi
feito. O transmissor e a
antena foram montados
23
estão recebendo a transmissão
do rádio para podermos ter uma
orientação até onde e como você
rádio ouvinte recebe o som”.
Frederico Struve ainda faria outra
observação em sua agenda: “03
de junho de 1965: antena caiu
pela primeira vez.

PROGRAMAS E ANUNCIANTES

No início tivemos um programa


de laser para jovens, que era um
programa de calouros que a RCI
organizava no Cine Mogk aos
domingos de manhã e que fez
muito sucesso.
Jaci Simão, um dos pioneiros da Radio Clube de
Dálcio Moretti, um rádio ouvinte Indaial, durante o evento promovido pela FIC em
assíduo e que mais tarde, por 2010. Sentado de Camisa amarela, Dálcio Moretti
volta de 1958, foi trabalhar na RCI,
lembra de alguns programas que
existiam naquele período como: ouvintes deste programa, que
“Você, a Noite e a Música” em enviavam suas cartinhas com
que eram apresentadas músicas seus próprios pedidos e seus
de orquestras internacionais, oferecimentos musicais como
poesias e também ofereciam-se forma de homenagem aos
músicas; este programa acontecia amigos e familiares por ocasião
as quartas-feiras das 20:00H às de aniversários, noivados,
21:00H. No período matutino casamentos e outros eventos,
havia um programa diário onde mediante pagamento.
se apresentavam grupos de
música sertaneja tradicional “Falando em faturamento, não
como: “Tangará e as Irmãs Pêra”, posso deixar de mencionar que
“As Irmãs Sereia”, “Teuzinho, grande parte dos anunciantes da
Neuzinho e Neusa”, dentre outros. RCI em seu início vinham da cidade
vizinha Blumenau. Mensalmente
O Senhor Ralf Cipriano cita outro deslocava-me a Blumenau para
programa de grande importância fazer as devidas cobranças;”
para a RCI: o “Parabéns Para ressalta o senhor Ralf. Lembrando
Você”. O programa diário com ainda de alguns anunciantes
início às 10 horas e terminava às como: Casas Peiter, Casa Coelho,
22 horas. 50% do faturamento Casas Pernambucanas, Lojas
da emissora era originado pelos Pereira Oliveira, etc.
24
Neste início da RCI, Indaial ainda
era um município de pequeno
porte e seus comerciantes ainda
não haviam se dado conta da
importância da propaganda de
rádio para seus negócios. Mesmo
assim tivemos um empresário, Sr. ENDEREÇOS
Hilário Buzzarello, que na época já
tinha a consciência da importância A RCI passou por alguns endereços
da publicidade para seu comércio e por nossa cidade:
passa a ser um grande patrocinador
na RCI em noticiários, esportes, etc. O Primeiro endereço: foi no
Depois disso, tivemos anunciantes prédio da família Struve hoje de
como: Comercial Cimat Ltda., propriedade de Lourival Huebes.
Comercial Hardt, Comercial Carlos
Schroeder SA, Sapataria Seifert,
Metalúrgica Wanke, esses são
alguns que lembro no momento,
comenta o Sr. Ralf.

O Segundo
endereço: foi
no segundo
piso do
prédio de
Curt Keske,
que na época
abrigava em
seu térreo
a Comercial
Pedro Corrêa foi outra voz marcante que ajudou a Cimat Ltda, e
construir a história do Rádio em Indaial hoje abriga a
loja da Oi.

25
O Quinto endereço: foi em prédio
próprio na Rua Itu próximo a
divisa Indaial/Timbó.

O Sexto
O Terceiro endereço: foi no prédio endereço:
da família Gramkow. Neste local foi no piso
hoje existe a Loja Andreon. superior
do prédio
da família
Schulemburg
que abrigava
no seu térreo
a Imobiliária
Mapa, em
frente a atual
Caixa Econômica Federal.

O Quarto endereço: passa a ser


em uma sala no térreo do Edificio
Kechele na Rua Amadeu Felipe
da Luz, nesta sala hoje está a
Instaladora Indaial.
* Professora de Artes.

Escrito com a participação de:


Ralf Cipriano, O Sétimo e atual endereço: em uma
Dálcio Moretti, sala no piso superior do Hersing
Heinz Beyer, Center na Rua Manoel Simão.
Marco Antonio Struve.
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Indaial: Município do Vale do Itajaí-Açú – Theobaldo Costa
Jamundá
Em 1943 Theobaldo Costa Jamundá publica o livro “Indaial: Município do
Vale do Itajaí-Açú”, obra capital para o entendimento da identidade histórica
do Município. Primeiro livro que retrata a evolução política, administrativa,
geográfica e um esboço inicial da historiografia do Município de Indaial.

Dada a sua importância histórica e sua raridade, a AMARHIN tomou a decisão


de publicar, em partes, a íntegra desta obra a partir deste número, para tanto
usa como referência o exemplar número 918 que pertenceu ao Prefeito Werner
Pabst, mantendo-se o mais fiel possível ao estilo literário de Theobaldo Costa
Jamundá, fazendo apenas as alterações ortográficas que se fizerem necessárias
em decorrência da evolução da grafia de nossa língua pátria.

Marco Antônio Struve – Conselho editorial

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Comunidade escolar “Evangelische Schule Indayal”
(Escola Evangélica de Indaial) - parte 02
Dieter Brandes e Carmem Brandes Hardt

Reunião extraordinária da escola e disse que os alunos da tarde por


em 17 de outubro de 1915. apresentarem deveres de casa mau
feitos receberam castigos, e que os
Ordem do dia: alunos da tarde, de um modo geral,
tem mal comportamento; para o
Discussão sobre as queixas correntes ponto 2) o professor concordou
levantadas contra o professor e indiretamente com a falta de
regulamentação sobre as perguntas ordem na escola, e com isso
do professor. assume a culpa porque no Brasil os
corretivos físicos eram proibidos
Aumentar o custo por aluno ou de serem aplicados aos alunos e
baixar o salário do professor. que ele não sabia como manter a
ordem; com respeito ao ponto 3)
Estabelecer as obrigações e o professor disse que durante o
direitos do professor. período de aulas arrancava dentes
quando pessoas com muita dor lhe
Estabelecer conduta para as pediam.
questões abertas da tesouraria.
O senhor Büchler, professor da
Eleição de um 2º secretário Nova Escola em Blumenau, como
convidado para a presente reunião,
Presentes 14 associados. O fez um alerta ao Senhor Meinecke
tesoureiro Fritz Müller pediu dizendo que tais acontecimentos
a palavra e apresentou as são deploráveis e que o exercício
queixas a ele trazidas contra o de uma 2ª profissão durante
professor, que consistiam em: 1) as aulas é inconcebível e logo
Tratamento injusto dos alunos influenciam as relações dos alunos
que também frequentam a com o professor. E coloca sua
escola de língua portuguesa, 2) profissão como obra secundária.
Falta de ordem durante as aulas, Em seguida o professor Büchler
e principalmente na escola, 3) deu alguns conselhos, de como
Exercício de prática dentária numa escola, mesmo sem castigo
durante o período de aulas. físico pode-se manter a ordem.
Então foi concluído que a partir de
Com respeito ao ponto 1), o janeiro de 1916 será mantido um
professor Senhor Meinecke segundo professor, que daria aula
esclareceu que o tratamento para a 2ª classe em português.
injusto de alunos não aconteceram, Como professor se escolheria
35
um formado pela Nova Escola de Do Livro do Centenário de
Blumenau. O salário mensal foi Blumenau.Comissao de Festejos.
fixado em 60.000 reis no primeiro 1950
ano e oitenta nos dois anos
seguintes. Esclarecimento:

Item 3- da ordem do dia. Ficou O desentendimento entre o Padre
determinado que o salário do Jacobs de Blumenau e a comunidade
atual professor fosse de 100.000 luterana, fez com que os alunos
reis por mês e que a partir de luteranos saíssem do colégio São
janeiro a mensalidade por aluno Paulo. Em consequência a escola
fosse elevada de 1.700 para 2.000 católica teve grandes prejuízos
reis. Para cobrir os meses de e o ensino baixou de qualidade.
outubro-dezembro foram aceitas Os Luteranos assessorados por
contribuições voluntárias como negociantes alemães, construíram
seguem: Hermann Struve 10$000, a “Neue schule - Escola Nova” com
Fritz Müller 10$000, Carl Schröder o intuito de formar professores para
10$000, Richard Fischer, Otto as escolas do interior. Tinha ótimos
Hiendlmayer, Carl Bläse Junior, professores, e um dos destaques
Arnold Lüders, Ernst Schönfelder, era o professor Büchler. Mais
Max Haertel cada um com 5$000, tarde a escola foi nacionalizada e
Bertram Ebert 3$000 e August assumida pelo governo do Estado,
Höltgebaum com 2$000. transformando-se no Grupo Escolar
Modelo Pedro II, atual E.E.B. Pedro
Item 4 da ordem do dia. O II.
tesoureiro Fritz Müller esclareceu
a assembleia, que seu antecessor Georg August Büchler (21-05-1884
Senhor Gustav Hardt ao entregar - 1962) nasceu em Steinbach-
os livros caixas, ficou faltando a Michelstadt, Hessen, Alemanha.
comprovação de mais de 200$000. Freqüentou escolas em Darmstadt e
Para verificação dos livros foram formou-se em 1904 em pedagogia
nomeados os senhores Ernst e em música.
Schönfelder e Carl Schröder. No
item 5 da ordem do dia. Como 2º No ano seguinte, emigrou para
secretário foi escolhido o Sr. Otto o Brasil e assumiu a Escola
Hiendlmayer por unanimidade. Nova Alemã, em Blumenau,
lecionando inglês e matemática.
Então para a tomada de Posteriormente, assumiu a cadeira
posição quanto a construção, de Língua Portuguesa.
o professor Büchler assumiu a
responsabilidade de trabalhar um Sua gramática chama-se
projeto de construção da escola. “Portugiesisches Sprachbuch für
A reunião terminou as 4 e1/2. Kolonieschulen” e teve duas edições,
Assina Fritz Müller o tesoureiro. em 1914 e 1924, pela Koehler, na
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cidade de Blumenau.Sua gramática -O melhor modo de divulgar o ensino
encerra-se com a tradução da primário no Brasil junto com Deodato
“Canção do Exílio” de Gonçalves de Morais. Cia Meh. SP,1923
Dias, feita pelo seu antecessor Rudolf
Damm. -Guia de conjugação. Guia de
Cubagem. Cia Melhoramentos SP.
Entre os livros que publicou estão: 1924.
-Portugiesisches Sprachbuch für -Quadros de Conjugação. Litografia
Kolonieschulen. Impresso por Nietzsche&Homke, Blumenau, 1935
G.Artur Koehler para Associação
Escolar Alemã de SC, 1914 -Die Portuguische Konjugation. G.A.
-Aritmética Elementar. Livros I,II e Koehler. Blumenau 1935
III. Cia Melhor de SP em 1912,1921
e1923. -Fermat- Uma solução do trissecular
grande problema de Fermat e
estudos aritmo-teoricos. 1950

foto do Professor Meinicke(centro) tirado anos após a data da ata na Alemanha


junto com o Pastor Bühler (que fazia o doutorado) e de Carl Rutzen

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Vida e Obra dos prefeitos do Município de Indaial
Edltraud Zimmermann Fonseca
CLODORICO MOREIRA
5o. Prefeito -
de 16/11/45 a 13/02/46.
Filho de Flaviano Batista Moreira,
natural de Santa Catarina e de
dona Olinda Carneiro Pinheiro,
natural do Rio Grande do Sul;
nascido em Porto União, Santa
Catarina, em 5 de julho de 1917,
a primeira criança a ser feito o
assentamento, na recém-criada
Comarca de Porto União. O
registro foi realizado em 10 de
novembro de 1917.

Cedo foi matriculado no Grupo


Escolar daquela cidade. Nos
primeiros anos, os professores
perceberam a brilhante da Cavalaria dos Dragões da
inteligência do menino precoce Independência.
e aconselharam os pais
para contratar professores Muito jovem conheceu a menina
particulares, porque a escola Anita Wotroba, sua vizinha, com
estava insuficiente. 15 anos, nascida em 11 de março
de 1918. Embora vizinhos, jamais
O ginásio e o colegial foram feitos haviam conversado não passando
no melhor Colégio de Curitiba, apenas de rápidos cumprimentos
o Iguaçu, da Congregação dos com acenos de mãos. Foi com
Lazaristas, onde se preparou surpresa que na véspera da
para ingressar na Faculdade de partida do jovem Clodorico para
Medicina de Curitiba. Cursou o Curitiba fazer os seus estudos que
primeiro ano e depois se transferiu a adolescente o viu entrar em sua
para a Faculdade Nacional de casa e pedi-la em casamento aos
Medicina, na Praia Vermelha, no seus pais! O senhor José Wodroba
Rio de Janeiro, tendo em vista o e Dona Ermelinda Rodrigues,
curso que fazia paralelamente assim como Anita ficaram
para Oficial do CPOR da Reserva atônitos. E, na qualidade de
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noivo, partiu ouvindo da amada de outubro de 1951, recebendo
a promessa de esperá-lo o tempo como homenagem o título de
que fosse necessário. A distância Sócio Honorário.
e a saudade eram amenizadas
com as inúmeras cartas de amor Nas eleições municipais de 23 de
que foram trocadas. Passaram-se novembro de 1947, candidatou-
seis anos. se pela UDN (União Democrática
Nacional) a vereador, sendo eleito
Regressou em 1941 e a convite de juntamente com mais dois colegas
amigos partiu como médico interno de partido: Walter Hering e Nadar
em um hospital de Marcelino Morro.
Ramos, RS. A noiva paciente
esperou mais alguns meses. De 15 de novembro de 1945
a 13 de fevereiro de 1946, Dr.
Sua vinda para Indaial foi a Clodorico Moreira ocupou o cargo
convite de um padre, amigo da de Prefeito Municipal.
família que lhe falou das grandes
possibilidades que surgiram Foi eleito Deputado Estadual em
nesta cidade. Estabelecido em 1950, mudou-se com a família para
Indaial tratou dos papéis para o Florianópolis. Foi reeleito para a
casamento o que aconteceu no gestão 1954-1958. Finda a gestão
dia 20 de junho de 1942, na Igreja em 1958, desistiu da política,
Matriz Santa Inês. dedicando-se exclusivamente à
medicina, atendendo aos seus
No início moraram em casa alugada pacientes em seu consultório de
até a construção da sua própria Clínica Geral.
residência no centro da cidade.
Tiveram três filhos: Clodorico Em Indaial deixou muitos amigos,
Moreira Filho, aposentado como entre os quais a família do senhor
aeroviário; Fernando, professor de Frederico Struve, padrinho do seu
português; Flaviano, profissional filho Fernando.
autônomo.
Dr. Clodorico Moreira era uma
Dentro da área médica muito bela figura: estatura alta, moreno,
contribuiu para a saúde e o bem- cabelos
estar do indaialense, através do seu ondulados, encorpado, sorridente,
consultório médico e do esforço enérgico, honesto, correto, e,
empreendido para a construção como chefe, duro e exigente.
do Hospital Beatriz Ramos. Em Quando algum funcionário se
30 de outubro de 1948, foi eleito queixava e o comparava com
vice-presidente da Comissão outro chefe, costumava dizer:
Diretora para o prosseguimento ”não sou fulano de tal, sou o Dr.
das obras para a construção do Clodorico! ”
hospital que foi inaugurado em 1º
39
Dr. Clodorico faleceu de aneurisma
cerebral em 5 de julho de 1975,
deixando enorme lacuna nos
corações da esposa, dona Anita, que
o amou até os últimos instantes em
que viveu, dos filhos e dos amigos
que o respeitavam e o amavam.

Em Indaial, pelo muito que contribuiu


à sociedade, foi homenageado
com o seu nome em uma das ruas
da cidade. Em Florianópolis, no
Jardim Santa Mônica, também, foi
homenageado com o seu nome
numa rua.

NOTA DA AUTORA: Este depoimento foi


feito à autora pela esposa, D. Anita Moreira,
residente em Florianópolis — SC, em 21 de
dezembro de 2000.

Centro de Indaial - Década de 1960 -


Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa Jamundá —Coleção Mario Holetz

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ALFREDO BLAESE
6o. Prefeito -
14/ 02/46 a 17/11/46
Alfredo Blaese teve uma
participação ativa na luta ferrenha
do indaialense para a conquista
da emancipação do Distrito de
Indaial. Como líder do movimento,
foi considerado traidor renegando
suas origens à Nova Pátria dos seus
avós etc.

Os líderes “Por Blumenau Unida”


caçavam com verdadeira fúria
o líder indaialense para linchá-
lo, sempre que por lá passava a
caminho de Florianópolis. Contou-
me sua viúva dona Teresa Blaese,
quando a entrevistei, por ocasião comia pão de milho com linguiça
das minhas pesquisas para a crua e partia para o trabalho.
elaboração do meu livro Prazer em "Patife e otário”, era o termo
conhecê-lo, editado em 2002, que usado sempre que alguém não
em uma das suas muitas viagens, cumpria com as suas obrigações,
quando a população estava furiosa quer no trabalho ou em questões
e seu marido precisava ir à capital familiares - homem íntegro e
para discutir os últimos detalhes correto que era.
sobre a emancipação, viu-se
obrigado a descer o Rio Itajaí-Açu Foi prefeito do município de
deitado no fundo de uma canoa e Indaial, cuja emancipação
coberto com folhas de bananeira política ajudou a conquistar, de
camuflando a sua passagem até 14 de fevereiro de 1946 a 17 de
próximo a Gaspar. novembro de 1946. Neste curto
período foi atuante, vistoriando
Alfredo Blaese foi homem de pessoalmente os canteiros de
realizações, não sonhava, agia, obras e construções de pontes.
lutava, conquistava. Em sua Levantava-se muito cedo e era
fazenda no Warnow Alto levava o primeiro a chegar à prefeitura,
vida simples; trabalhando de sol dando exemplo aos demais
a sol em sua serraria, na mata funcionários. Não era homem de
derrubando madeira ou mesmo gabinete, mas, sim, de frentes de
arando a terra. Levantava-se cedo, trabalho.
41
Durante muitas gerações seu nome Casado com dona Teresa Reinert,
será lembrado com carinho e família de Schroeder, não tiveram
respeito, porque imensa é a colheita filhos, mas adotaram duas meninas.
da semente por ele lançada. A primeira Geni, sobrinha, filha da
irmã de dona Teresa e a segunda
Dele escreve o seu amigo pessoal e Maria Zilda Zanella, adotada
escritor Theobaldo Costa Jamundá, quando ainda pequenina. Dona
no livro Theagá: “Um revolucionário Teresa foi grande companheira.
nato, um carpinteiro de Ao lado do marido estimulava-o
agressividades; uma personalidade a continuar na luta por seu ideal.
espinhada e espinhante, um Generosa, boa, ajudando a todos
espírito de luta permanente com quanto a procurassem, porém sabia
as próprias limitações que a sua ser enérgica e dura, principalmente
vida elaborara (...) uma figura da na educação das duas filhas a quem
política regional sem mistérios nem aliou muito amor.
trejeitos (...) Quando o vi alquebrado
por desgaste físico (que teimava Vizinhos e amigos de Alfredo
em não aceitar pacificamente), Blaese, no Warnow, principalmente
sempre o mesmo comedor de pão quem na época era criança ou
de milho com linguiça crua, previ adolescente, lembram-se dele
com os meus botões, que no seu sentado em sua cadeira de balanço,
palco o pano ia descer (...) homem em longa meditação.
inquieto, suas pernas começavam
a desobedecer as solicitações da A doença foi aos poucos dizimando
agilidade que o cérebro pedia. Mais as forças daquele valoroso homem
longe Alfredo teria ido se maior que participara de todos os grandes
campo tivesse tido. A sua vida movimentos políticos e sociais
terminou como num palco, um do município. Nasceu em 16 de
drama sem romantismo. ” novembro de 1898 e faleceu em 13
de junho de 1959.

Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa Jamundá

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INDAIAL CONHECENDO SUA HISTÓRIA

Política editorial
Indaial Conhecendo sua História é um periódico editado desde 2015, pela
AMARHIN.

Contempla a publicação de matérias da historiografia de Santa Catarina,


em especial da cidade de Indaial e da região do Vale do Itajaí. Aborda
temas relacionados a questões históricas, sociais, ambientais, geográficas,
econômicas e culturais.

Registrado com o ISSN 0000-0000, é um periódico científico-cultural


publicado trimestralmente pela Associação dos Amigos do Arquivo
Histórico de Indaial – AMARHIN, com apoio do Arquivo Histórico Municipal
Theobaldo Costa Jamundá e da Fundação Indaialense de Cultura.

Tem um Conselho Editorial constituído de historiadores, professores,


jornalistas, escritores e pesquisadores.

É dividida em várias seções ou colunas:

Artigos: Os textos devem obedecer aos seguintes critérios: notas,


citações, referências e bibliografias. Devem estar de acordo com
as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As
notas de conteúdo precisam constar no rodapé e as referências e
bibliografias no final do texto. Os artigos poderão ter até 8 páginas
(incluindo citações, referências, imagens e tabelas), apresentando,
preferencialmente, resumo de até 10 linhas em português e 3 palavras-
chave em português.

Autores Catarinenses: Com comentários, críticas de obras e resenhas de


lançamentos de autores catarinenses, em especial, aos autores indaialenses.

Biografias: Seção dedicada ao registro de biografia de pessoas que fizeram


e fazem parte da construção da História local e regional.

Burocracia & Governo: Para publicação de documentos oficiais que sejam


de interesse da História regional.

Crônicas do cotidiano: Coluna que contempla autores que narram, sob a


forma de crônicas, aspectos das vivências regionais.

43
Documentos Originais: Seção contendo fac-símiles de documentos
originais de interesse histórico, com a respectiva tradução para o
português quando escrito em língua estrangeira.

Entrevistas: Coluna dedicada a depoimentos de História de vida e/ou


temáticos.

Fragmentos da nossa História local: Artigos de antigos jornais de Indaial,


revelando aspectos do passado sob a ótica jornalística.

Memórias: Setor que contempla aspectos do cotidiano descritos por


memorialistas, oportunizando a participação comunitária.

Transcrição de documentos: Transcrição de cartas e relatórios relacionados


à História regional.

Para todas as seções recomendamos/solicitamos/comunicamos aos autores:


Vínculo institucional do autor e da sua titulação, se houver;
Endereço eletrônico para correspondência e telefone/fax para contato;

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informativoamarhin@gmail.com digitados no programa Microsoft Word
for Windows, fonte Calibri, tamanho 12, com espaço l,5cm;

As imagens e tabelas, além de virem no corpo do texto, devem também


ser enviadas em arquivo anexo com suas respectivas legendas e fontes;

Os textos encaminhados à revista serão apreciados em fluxo contínuo


pelo Conselho Editorial. Este se reserva o direito de publicar ou não os
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sabilidade exclusiva do(s) autor(es).

O Conselho Editorial não se responsabiliza pela redação, nem pelos con-


ceitos emitidos pelos autores.

44
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SIM, desejo assinar a Revista “Indaial conhecendo sua história”
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CEP: 89130-000
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( ) 3 – Diretamente à algum membro da AMARHIN ou junto ao
ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL THEOBALDO COSTA JAMUNDÁ

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EXEMPLAR AVULSO: R$ 10,00


NOSSA HISTÓRIA

Olá! Conforme falei anteriormente, em fevereiro de 2000 a Petersen Têxtil


transfere suas atividades para sua nova sede, com uma área construída de
4.400m² em um terreno com área de 18.000m² adquirido por Iolando Petersen
em 1986. A empresa agora poderia crescer sem a preocupação com a falta de
espaço. Em 2002, ampliou sua área em mais 2.200m², passando a contar com
um parque fabril com 6.600m².

Os negócios prosperavam. O mercado interno estava aquecido. A produção


crescia em média 15% ao ano no setor têxtil. Em 2008 a empresa ampliou
novamente sua área em mais 1.100m², atingindo os 7.700m² que ocupa
atualmente. Contando com 150 colaboradores diretos e 350 colaboradores
terceirizados a Petersen Têxtil produz uma média de 220.000 peças/mês em
algodão para as mais renomadas lojas de departamento do Brasil.

Neste ano de 2015 no mês de outubro a Petersen Têxtil completa seus 34


anos. Tivemos anos bons e anos nem tão bons assim, como em qualquer
outra atividade, mas com persistência, determinação e seriedade crescemos
sempre, com os pés no chão. Não querendo ser a maior empresa que produz
“moda fashion”, mas sim a melhor, focando na qualidade de nossos produtos e
satisfazendo as expectativas de todos os nossos clientes.

Agradeço o convite da AMARHIN e em especial a professora Maria Salete Koser


da Veiga e Marco Antonio Struve pela oportunidade de contar um pouco sobre
a história da Petersen Têxtil, empresa Indaialense que faz parte da história desta
cidade maravilhosa.

Obrigado.

George Geisler Petersen


Patrocínio

Realização: Apoio Técnico:

Apoio Institucional:

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