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INDAIAL

CONHECENDO SUA HISTÓRIA

R$ 10,00 TOMO II - NÚMERO 01 MARÇO 2016


Lema da AMARHIN:

“Quem não conhece o passado, pouco pode esperar do futuro”

Erich Stange

Objetivos da AMARHIN:

- Acompanhar a atuação do Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa


Jamundá, desenvolvendo ações complementares que contribuam para o seu
perfeito desempenho técnico e cultural;

- Atuar junto à comunidade indaialense, no sentido de conhecer e apoiar


os trabalhos de resgate, conservação, preservação e divulgação da memória
documental, histórica e cultural de Indaial;

- A AMARHIN é parceira do Museu Ferroviário Municipal Silvestre Ernesto da


Silva, em atividades que visam à preservação da história e do seu patrimônio,
bem como apoiar a instalação de outros museus e iniciativas de cunho
histórico.

AMARHIN—ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE INDAIAL

Rua Rio Grande do Sul, 150 — CENTRO — 89130-000 — INDAIAL / SC — BRASIL

E-mail: informativoamarhin@gmail.com
INDAIAL
CONHECENDO SUA HISTÓRIA

R$ 10,00 TOMO II - NÚMERO 01 MARÇO 2016


Todos os direitos desta edição reservados à AMARHIN — Associação dos Amigos do Arquivo Histórico Municipal de
Indaial.

O Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa Jamundá e a AMARHIN não se responsabilizam pelo
conteúdo dos artigos assinados e por eventuais equívocos, sendo a acuidade e correção das informações
de responsabilidade de seus respectivos autores.

Presidente da AMARHIN: Werner Alexandre Tkotz


Secretária: Bettina Hardt
Tesoureira: Maria Salete Koser da Veiga
Diretor Sociocultural: Heinz Beyer
Secretária para Assuntos Especiais: Úrsula Maria Kretzer
Conselho Fiscal: Carmen Brandes Hardt — Ralf Cipriano — Luiz Carlos Henkels

Conselho Editorial: Marco Antônio Struve (Coordenador) – Maria Salete Koser da Veiga (secretária) –
Bettina Hardt - Heinz Beyer — Luiz Carlos Henkels
Marcelo da Silva— Úrsula Maria Kretzer

Projeto Gráfico: Profa. Maria Salete Koser da Veiga / Marco Antônio Struve
Diagramação e Execução: Nós das artes — Agência de mobilidade cultural
Revisão: Marco Antônio Struve / Maria Salete Koser da Veiga

Capa: Festa Cívica em Indaial — Imagens do acervo iconográfico do Arquivo Histórico Municipal
Theobaldo Costa Jamundá - Coleção Hiendlmeyer.

Indaial conhecendo sua história / Associação dos Amigos do Arquivo Histórico de


Indaial (AMARHIN).— t.1, n.1 (mar./maio) 2015- .— Indaial: AMARHIN,
2015-

t.2, n.1 mar./maio 2016

Trimestral.

ISSN 0000-0000

1. Indaial – História; 2. Indaial – Memória. 3. Entrevistas. I. Associação dos


Amigos do Arquivo Histórico de Indaial.

CDD 981.816
Ficha catalográfica: Daniele Rohr - CRB 14/1279

Impressão: Gráfica Gandrei


Tiragem: 1000 exemplares
PALAVRA DO PRESIDENTE

Com a presente edição, a revista Indaial Conhecendo Sua História com-


pleta um ano de existência. Os associados da AMARHIN e principal-
mente a equipe que integra o Conselho Editorial, sentem-se gratifica-
dos e motivados nos esforços em prol de sua continuidade ...

A AMARHIN igualmente sente-se honrada e desde já agradecida com a


parceria firmada com a Metalúrgica Fey, sediada em nossa cidade, ao
ensejo de seu cinquentenário. A partir desta, os leitores terão a opor-
tunidade de conhecer sua história.

Nesta edição trazemos texto elaborado pelos alunos do 9o ano de 2015


sob a orientação do Professor Bruno Dalmolin, sobre a Escola Gustavo
Barroso, em funcionamento no bairro Warnow, desde o século XIX.

Para os entusiastas do ecoturismo apresentamos a narrativa da traves-


sia do maciço do 1039 em 2003.

Destacamos ainda, compondo este número o início da FIMI – Festa de


Instalação do Município de Indaial e a participação do CLESUNIN sua
criação a 45 anos atrás.

Lhes desejo leitura agradável.

Werner Alexandre Tkotz

5
Fale com a gente
A resposta ao Desafio da página A 2ª foto acredito ser a abertura
27 da edição anterior foi enviada da Avenida Pioneiros, a constru-
por nossos leitores Jaison Dalri e ção ao fundo é o atual BMG, na
Fabiano Gonzaga esquina da rua dos atiradores.

Segundo Jaison: Já Fabiano, além das respostas,


A 1ª foto é da rua Manoel Simão, encaminhou fotos atuais dos lo-
direção a BR470, a construção a cais, mas como foram tiradas do
esquerda deu lugar a Indauto Au- Google Street View não podemos
topeças. A direita acredito ser a reproduzir aqui.
casa onde morou a Dona Maria
de Lourdes dos Santos, que foi di- Parabéns a ambos.
retora da Escola Germano Bran-
des.

Curt Willy Hennings - Filho do Prefeito João Hennings Júnior e Else


Hennings. Trabalhou como piloto comercial e morou grande parte de
sua vida na Alemanha. Foi, de forma voluntária, um dos tradutores dos
textos do Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau para o Arquivo Histórico
de Blumenau, além de colaborar em dezenas de trabalhos acadêmicos
traduzindo textos do alemão gótico.

6
SUMÁRIO
PALAVRA DO PRESIDENTE ............................................. 5
FALE COM A GENTE ....................................................... 6
ORIGEM DO NOME DOS PRINCIPAIS MORROS DE INDAIAL
MACIÇO 1039: ENFRENTANDO OS GRAVATÁS
Werner Alexandre Tkotz—Texto / Sérgio Feuser - mapa
Heinz Beyer — Imagens ............................................................ 8

MEMÓRIA E RAÍZES
HISTÓRIA DA ESCOLA “GUSTAVO BARROSO”
Alunos do 9º ano Matutino turma de 2015
Pesquisa Orientada pelo Professor Bruno Dalmolin ....... 13
O PATRONO DA ESCOLA ............................................... 19
NEM SEMPRE FOI ASSIM
Profa. Maria Salete Koser da Veiga ................................ 21
BREVES ANOTAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DE INDAIAL
Marco Antônio Struve .................................................... 27

INDAIAL: MUNICÍPIO DO VALE DO ITAJAÍ-AÇÚ


Theobaldo Costa Jamundá ............................................. 29

VIDA E OBRA DOS PREFEITOS DO MUNICÍPIO DE INDAIAL


Edltraud Zimmermann Fonseca
ALFREDO H. HARDT ...................................................... 39
JOÃO HENNINGS FILHO ............................................... 40
POLÍTICA EDITORIAL .................................................... 43

50 ANOS DA METALÚRGICA FEY ................................... 47

7
ORIGEM DO NOME DOS PRINCIPAIS MORROS DE INDAIAL
MACIÇO 1039: enfrentando os gravatás
Werner Alexandre Tkotz—Texto
Heinz Beyer — Imagens
A vinda de dois
ecoturistas do Rio
de Janeiro, dese-
josos de conhe-
cer o bioma Mata
Atlântica local e
sua biodiversi-
dade preserva-
da, nos motivou
a organizar uma
nova expedição
ao 1039 – ponto
culminante de In-
daial – adicionan- Da esquerda para direita: Pedro Calil Alvarez Tkotz , Werner Alexandre Tkotz
do como comple- e Pedro Tkotz Neto, no alto do 1039, vendo-se ao fundo o Morro do Ovo
mento , percorrer
a então inexplorada cordilheira em A escalada, que se iniciou as 7 ho-
direção à extremidade oposta, isto ras, ocorreu numa quarta – feira de
é, ao 1020. O grupo, tendo Heinz céu encoberto por nuvens altas e
Beyer como guia, foi formado ain- temperatura agradável para o ve-
da por Pedro Tkotz Neto, e Pedro rão, 22 de janeiro de 2003.
Calil Alvarez Tkotz vindos do Rio
de Janeiro, e por mim, Alexandre No ano de 2001, precisamente no
Tkotz, de Warnow/Indaial. feriado de Corpus Christi, dia 14 de
junho, quinta-feira,
tendo como guia
Sidney Schneider,
que conhecia par-
cialmente o percur-
so planejado, o prof.

Da esquerda para direita:


Lauro Eduardo Bacca, Sidney
Schneider, Werner Alexandre
Tkotz, André Nascimento, no
alto do 1020 em 14 de junho
de 2001

8
Lauro Bacca, André Nascimento, O Maciço do 1039 fica a curta dis-
Heinz Beyer e eu, pretendíamos tância da fronteira sul de Indaial,
conhecer pela primeira vez esta sendo o divisor de águas entre
cordilheira, na qual situam-se os Warnow e Encano, em uma área
dois pontos mais altos de Indaial. de 1500 hectares (15.000.000 m²)
Neste dia escalamos o morro co- ou 60 lotes, na época, de proprie-
nhecido como 1020, e avistamos dade da Madeireira Possamai de
a montanha com 1039 metros de Ascurra, e usada para fins de re-
altitude que é a mais alta do médio florestamento de espécies (pinus)
vale do Itajaí, superando o Morro exóticas. Desde 2004, integra o
do Spitzkopf com seus 914 metros. Parque Nacional Serra do Itajaí. A
cordilheira, com aproximadamen-
Heinz Beyer chegaria ao 1039 em 1 te 614m de extensão em linha reta
e 2 de junho de 2002, novamente é coberta, predominantemente,
com Sidney Schneider como guia e por uma floresta densa de grava-
acompanhado por Germano João tás, enquanto parte da encosta do
Boos, André Nascimento, Char- 1020, vítima de queimada há cerca
les Frederico Thurow e Luiz Mees de 50 anos, está coberta por cipo-
(em memória). Esta expedição está al de samambaias, visível de longa
descrita em detalhes no “Indaial distância.
Conhecendo Sua História”, nº 2 de
junho de 2015.

Mapa elaborado pelo Eng. Agr Sérgio Fueser

9
A SUBIDA reza, incluindo as paisagens ao al-
cance do campo de visão, acessível
O fato da estação ter dias longos, tão somente no extrato mais alto –
favoreceu a expedição. Acorda- 1039m de altitude – atingido as 11
mos antes do nascer do sol, para horas e 30 minutos. Encontramos
o quanto antes chegarmos ao local a bandeira de Indaial hasteada no
do início da caminhada, onde o car- ano anterior. Tremulava solitária no
ro ficou escondido, abrigado por topo. Apresentava sinais evidentes
galhos de arbustos, na estrada de da ação do tempo: ligeiramente
acesso ao Faxinal do Bepe. A trilha desbotada e esfarrapada. Come-
não recebe nenhum tipo de manu- moramos abastecendo nossos or-
tenção. Pelos vestígios deixados, ganismos com alimentos reposito-
acreditamos que fosse usada com res de energia, em paralelo, com
certa frequência, por caçadores. A deitadinha relaxante. Oferecemos
habilidade e conhecimento do guia ao espírito carga generosa de ar
fazem o diferencial ao depararmos puro e a tranquilidade do silêncio
com entroncamentos, onde sur- característico daquele ambiente,
gem dúvidas. Ao longo do percur- quebrado de quando em vez, pelo
so, ficamos maravilhados com o notável som metálico produzido
relevo e a biodiversidade da natu- pelo canto das arapongas.

Da esquerda para direita: Pedro Calil Alvarez Tkotz , Pedro Tkotz Neto e
Werner Alexandre Tkotz no alto do 1020

10
tência dos gravatás. Fomos devida-
mente alertados.

Havia, porém, total desconheci-


mento sobre a quantidade deles
naquelas alturas, infestando a rota
ao longo dos 7 grotões. Surpresa
na verdade, além do imaginável,
foi vivenciar o grau de dificuldade
extrema para caminhar naquela
situação. Consenso democrático
deliberou que não daríamos meia
volta. Todavia, precavidos, lança-
mos mão daquele utensílio básico
– o facão – que foi intensamente
usado em esquema de reveza-
mento. Interessa dizer, que a força
muscular dos braços suportou esse
esforço, somente até o 6º grotão.
Dalí para frente foi na base de puro
pisoteio. Desconforto atroz, dei-
A TRAVESSIA xando as pernas quase em carne
viva. O desgaste orgânico foi além
Até então, tudo transcorreu com da conta, mas, o ânimo e entusias-
absoluta normalidade. Não tínha- mo coletivo, pela aventura, per-
mos noção do que viria pela frente maneceu intocável. O consumo
na travessia 1039 ao 1020 no quesi- de líquido teve que ser controla-
to dificuldade técnica. Imaginamos do. Pique homogêneo advindo de
que os prová-
veis 1000m até
o 1020, seria
um agradável
passeio com
até duas horas
de duração.
Mas, não foi
assim. Nos-
so guia, com
a experiência
acumulada em
expedições an-
teriores, sabia
sobre a exis-

11
preparo e condicionamento físico A DESCIDA
equilibrados, permitiu, embora
exaustos, e após cinco infindáveis Enfim, quase noite, a última etapa
horas de enfrentamentos, chegar em sentido morro abaixo e tendo
na última etapa do sacrifício, isto o lado negativo da gradual perda
é, cruzar um trecho relativamente de claridade imposta pelo anoite-
curto e compacto, de samambaias. cer no interior da mata, foi vencida
Nevoeiro denso, relva molhada e com passadas vigorosas em 2 horas
chuviscos, trazidos pela mudança e 30 minutos. Aliviados pela ausên-
do clima, foram as condicionantes cia de atropelos, podemos afirmar
existentes a partir de então, para que foi uma experiência marcante,
chegar ao 1020. A contemplação pelas doze horas de convívio gratifi-
do horizonte de 360° ficou inviabi- cante, usufruindo de atividade em
lizada. Com o objetivo alcançado, simbiose com a natureza e longe
havia duas preocupações incomo- do cotidiano urbano. Aflitiva, pelo
dando nosso guia: sair da mata o apetite em adentrar em território
quanto antes, pelo adiantado da não propício. Cumprimentamos e
hora – 18 horas – e a possibilidade agradecemos nosso guia, pelo êxi-
de chuva ou mesmo tempestade. to do evento. Pouco depois, já no
Decidimos acelerar o ritmo, entre- bairro Garcia, em Blumenau, sabo-
tanto, sem descuidar das precau- reamos o que ainda tinha para ma-
ções inerentes ao terreno. tar a fome, numa padaria aberta:
pizza.

Em primeiro plano os Morros 1039 e 1020, nos fundos a direita o Spitzkopf.

12
MEMÓRIA E RAÍZES
Indaial - Memória - Origem - Raízes - História
MEMÓRIA E RAÍZES inspira-se no livro “MEMORAÍZES: instantâneos histó-
ricos de Indaial” lançado em abril de 2000 por Erich Stange e se compõe
de textos de qualquer pessoa que queira contribuir com o registro, a cons-
trução e a preservação da história de Indaial, através de relatos e imagens
que poderão ser enviados ao Arquivo Histórico Municipal Theobaldo Costa
Jamundá.

Neste número publicamos inicialmente a história da Escola “Gustavo Bar-


roso” localizada no bairro Warnow, escrita pelos alunos do 9o ano Matuti-
no de 2015 com a orientação do Professor Bruno Dalmolin e seu patrono.

Em seguida a Professora Maria Salete Koser da Veiga descreve a origem


da Festa de Instalação do Município de Indaial, a FIMI, pelo Clube dos Es-
tudantes Universitários de Indaial, o CLESUNIN e a participação dos uni-
versitários não só na criação da festa, mas na conquista de importantes
equipamentos esportivos e culturais como o Ginásio Sérgio Luiz Petters.

Marco Antônio Struve faz um breve apontamento sobre o movimento de


resistência ao desmebramento dos distritos do município de Blumenau
que originou os municípios de Gaspar, Hamonia, hoje Ibirama, Indaial e
Timbó.

HISTÓRIA DA ESCOLA “GUSTAVO BARROSO”


BAIRRO – WARNOW – MUNICÍPIO – INDAIAL
Projeto realizado com os Alunos do 9º ano Matutino turma de 2015*
Pesquisa Orientada pelo Professor Bruno Dalmolin.

A história de nossa escola remete sala). Tratava-se nessa época de


ao final do século XIX. uma escola multisseriada(várias
turmas no mesmo espaço).
Esta Escola foi construída em es-
tilo germânico (enxaimel) para Inicialmente era uma escola par-
atender as crianças em idade ticular, mantida pela Comunidade
escolar (atendia do 1o ao 3o ano Evangélica Luterana, passando
respectivamente em uma única mais tarde a integrar a Rede Es-

13
Foto da escola de 1917

tadual de Ensino(1934). Até 1962 aula em dois turnos e dependên-


era denominada como Escola cia administrativa (direção e co-
Mista Estadual Warnow, depois zinha). A primeira Diretora foi a
chamada de Escola Isolada Esta- Senhora Elmosa A. Rutzen. Após
dual Warnow. sua aposentadoria foi substituída
pela Senhora Ema C. Pacheco e
Em 10 de Julho de 1966, houve em seguida pela Senhora Gertrud
a transferência do prédio antigo, Schneider Nascimento.
que ficava na praça central do
Warnow (no lugar da Igreja Ca- Em 1974, preocupados com a
tólica) para o prédio atual. A es- educação das crianças, pessoas
cola mantinha a denominação de sensíveis e sensatas assumiram
Escola Reunida Gustavo Barroso. um novo compromisso: criar uma
Neste dia houve a inauguração Escola Básica. Era uma reivindi-
do prédio, com a presença de inú- cação antiga da comunidade. Foi
meras autoridades. Inicialmente- uma tarefa difícil, mas enfrentada
funcionando com duas salas de com coragem e carinho. Lembra-

14
mos com saudade o
trabalho e dedicação
do Deputado Estadual
Aldo Pereira de An-
drade, que acompa-
nhou cada passo do
trabalho encaminha-
do e não tão menos
pelo Vereador Luiz Po-
lidoro.

A Escola, passou a se
denominar Escola Básica Gusta- A fachada da escola ainda denominada
vo Barroso no dia 26 de março de como Escola Básica
1974 de acordo com o parecer nº.
125/74. Começou modesta, com
alunos da 1ª à 5ª séries e tendo na comunidade e o respeito aos di-
época como seu Diretor o profes- reitos de nossas crianças e jovens
sor Ário Rauh. O Governador do venceram as barreiras. Estava
Estado era Antônio Carlos Konder dado o primeiro passo.
Reis e o Secretário de Educação
Paulo Blase. Em 28 de Março de 2000, a Esco-
la passou a denominar-se Escola
Foram muitas dificuldades: falta de Ensino Fundamental Gustavo
de pessoal para o trabalho, falta Barroso, conforme a Portaria
de material e até uma certa inex- E/0017-SED.
periência no campo da educação.
Mas a força de vontade, o amor à Na tarde de sexta-feira, 24 de

Visita da Comitiva à
Escola. Da esquerda
para a direita:
Joaquim José Floriani
(Coordenador Regional
de Educação), Luiz
Polidoro (Vice-
Prefeito), Mário
Morais(Secretário
Estadual de Educação),
Ário Rauh(Diretor
da Escola) e Victor
Petters(Prefeito
Municipal).

15
obra concluída.
A luta foi árdua,
mas mesmo
diante das difi-
culdades o em-
preendimento
tornou-se reali-
dade.

A lei estadual Nº
15.191, de 11 de
junho de 2010.

Denomina de
Atual fachada da Escola Rudibert Knop
o Ginásio de Esportes do Bairro
setembro de 2010, o Bairro War- Warnow, contíguo à Escola de En-
now, parou para comemorar a sino Fundamental Gustavo Barro-
inauguração do Ginásio de Espor- so.
tes da Escola. O governador Le-
onel Arcângelo Pavan descerrou Em 2015 a escola atendia 380 alu-
a placa inaugural e dividiu com nos matriculados no Ensino Fun-
a comunidade a alegria de ver a damental em um prédio constitu-

16
Declaração de doação oficial do terreno para a Escola realizada pelos Senhores. Harry e
Ingelor Büchner (29/06/1976).

17
ído por 8 salas de aula. GUILHERME TABALDI DE OLIVEIRA,
IZABELE RODRIGUES DE LIMA,
Possui ainda uma biblioteca, uma JAQUELINE PERIS STEFFENS,
sala informatizada, sala de artes, JUSSARA PEREIRA,
sala para atendimento educacio- LARISSA BERTOLOTTI,
nal especializado, sala de profes- LETÍCIA ARNDT,
sores, secretaria e direção. LHOAHNNA GABRIELI MACHADO,
LISSANDRA LEONITA OSSEMER,
Fonte: Entrevista Realizada com LUÍS FERNANDO TESSMANN,
o professor Ário Rauh em 16 de MAILON SOARES DE FREITAS,
julho de 2015. MATEUS FELIPE BUSE,
SAMARA JANAÍNA KORB CÂNDI-
DO,
Projeto realizado com os Alunos THIAGO GODÓI DE LIMA,
do 9º ano Matutino turma de VANESSA ALESSANDRA ADAM,
2015: VANESSA MALKOWSKI,
YNAIE FERREIRA GIELAND.
ANA JÚLIA BARTOSKI CEREZOLI,
ANALINE SILVA SOUZA, Pesquisa Orientada pelo Profes-
ARYANE PESSOA, sor de história do EEFGB
DANIEL PREILIPPER, Bruno Dalmolin.
DÉBORA CRISTINA TIPCKE,
DJONATAN PEDRO MOLINARI,
FABIANA MAROWSKI,
GESIELI MAÇANEIRO DE JESUS,

As atividades da Fanfarra Raul Knop na escola tiveram início no ano de 1975. No mesmo
ano ocorreu desfile cívico de sete de setembro.

18
ferência da Paz de Venezuela
Foto: Gentileza das Academia Brasileira de Letras - Rio de Janeiro - Galeria dos presidentes

(1918-1919); inspetor escolar do


Distrito Federal (1919 a 1922);
fundador e diretor do Museu His-
tórico Nacional (a partir de 1922);
secretário geral da Junta de Juris-
consultos Americanos (1927); re-
presentou o Brasil em várias mis-
sões diplomáticas, entre as quais
a Comissão Internacional de Mo-
numentos Históricos (criada pela
Liga das Nações) e a Exposição
Comemorativa dos Centenários
de Portugal (1940-1941). Partici-
pou do movimento integralista.
Embora não concordasse com
o rumo dos acontecimentos a
partir de 1937, manteve-se fiel à
O PATRONO DA ESCOLA doutrina do integralismo.

Gustavo Adolfo Dodt Barroso, Estreou na literatura, aos 23 anos,


professor, ensaísta e romancista, usando o pseudônimo de João do
nasceu em Fortaleza, CE, em 29 Norte, com o livro “Terra de Sol”,
de dezembro de 1888, e faleceu ensaio sobre a natureza e os cos-
no Rio de Janeiro, RJ, em 3 de de- tumes do sertão cearense. Além
zembro de 1959. dos livros publicados, sua obra fi-
cou dispersa em jornais e revistas
Filho de Antônio Filinto Barroso de Fortaleza e do Rio de Janeiro,
e de Ana Dodt Barroso. Fez es- para os quais escreveu artigos,
tudos nos externatos São José, crônicas e contos, além de dese-
Parthenon Cearense e Liceu do nhos e caricaturas. A vasta obra
Ceará. Cursou a Faculdade Livre de Gustavo Barroso, de 128 li-
de Direito do Ceará, bacharelan- vros, abrange história, folclore,
do-se em 1911 pela Faculdade de ficção, biografias, memórias, po-
Direito do Rio de Janeiro. Redator lítica, arqueologia, museologia,
do Jornal do Ceará (1908-1909) e economia, crítica e ensaio, além
do Jornal do Commercio (1911- de dicionário e poesia. Pseudô-
1913); secretário do Interior e nimos: João do Norte, Nautilus,
da Justiça do Ceará (1914); dire- Jotanne e Cláudio França.
tor da revista Fon-Fon (a partir
de 1916); deputado federal pelo A atividade na Academia Brasilei-
Ceará (1915 a 1918); secretário ra de Letras também foi das mais
da Delegação Brasileira à Con- relevantes. Em 1923, como te-

19
soureiro da instituição, procedeu Portugal; da Sociedade dos Ar-
à adaptação do prédio do Petit queólogos de Lisboa; do Instituto
Trianon. Exerceu os cargos de te- de Coimbra; da Sociedade Nu-
soureiro, de segundo e primeiro mismática da Bélgica, do Instituto
secretário e secretário-geral, de Histórico e Geográfico Brasileiro
1923 a 1959; foi presidente da e de vários Estados; e das Socie-
Academia em 1932, 1933, 1949 dades de Geografia de Lisboa, do
e 1950. Rio de Janeiro e de Lima.

Era membro da Academia Portu- Fonte: Academia Brasileira de Letras - Presi-


guesa da História; da Academia dentes: perfil do acadêmico. Disponível em:
das Ciências de Lisboa; da Royal http://www.academia.org.br/academi-
Society of Literature de Londres; cos/gustavo-barroso.
da Academia de Belas Artes de

Imagem do Arquivo Histórico Theobaldo Costa Jamundá

20
NEM SEMPRE FOI ASSIM
Profa. Maria Salete Koser da Veiga

Falar de FIMI e não falar então a realizar


de CLESUNIN é esquecer a diversas inter-
história da FIMI. venções em pro-
jetos municipais,
trabalhando
desta forma em
parceria com a
administração
pública na ges-
tão do então
prefeito Sr. Werner Pabst. Auxilia-
vam na busca de recursos junto ao
governo do estado para a concre-
tização de algumas obras impor-
tantes para o município: constru-
ção de pontes, instalação de feira
livre, pleito para a construção de
um ginásio municipal de esportes.
Além disso promovendo ativida-
des de lazer, cultura, artes e proje-
tos de cunho social. Uma das pri-
meiras atividades realizadas pelo
CLESUNIN foi a revitalização da
Biblioteca Pública Municipal “Cruz
e Souza” em parceria com a Prefei-
CLESUNIN – Clube do Estudante tura Municipal de Indaial e o Rotary
Universitário de Indaial, fundado Club Indaial.
em 1971, por um grupo de treze
acadêmicos , desejosos em pro- Com o sucesso obtido nesta pri-
mover o bem estar da comunidade meira iniciativa o CLESUNIN criou
indaialense e ser uma instituição outros projetos e dentre eles sur-
apolítica, com autonomia adminis- giu a proposta de lembrar e come-
trativa e duração indeterminada. morar a emancipação política de
Buscavam encontrar uma forma Indaial.
de lazer para os jovens indaialen-
ses e tinham também como obje- Porquê 21 de março?
tivo contribuir com o crescimento
do município. Este grupo passou Como Indaial não tem uma data

21
Desfile comemorativo a FIMI - Imagem do Arquivo Histórico Theobaldo Costa Jamundá

conhecida de sua fundação e por memorada até os dias atuais.


ter sido colonizada pelo Dr. Her-
mann Blumenau e pertencido a A Iª FIMI aconteceu nos dias 20 e
Blumenau por um longo período, 21 de março de 1971 tendo em sua
chegou-se ao consenso de que se programação: desfile escolar pelas
deveria comemorar a sua emanci- principais ruas da cidade, exposição
pação política que aconteceu nesta fotográfica, baile oficial da FIMI, re-
data, em 1934. alização de vários torneios espor-
tivos (futsal, voleibol, tiro ao alvo,
O CLESUNIN, organizou a primei- bolão, xadrez, ciclismo), festival de
ra FIMI em março de 1971, mas música, culto ecumênico, mas o
somente em 13 de agosto deste que mais atraiu toda a comunidade
mesmo ano, teve seu estatuto pu- foi a gincana automobilística.
blicado no número 9.308 do Diário
Oficial do Estado de Santa Catarina
às páginas 17 e 18.

Desta forma o CLESUNIN promo-


veu e organizou a festa para con-
solidar a história e a identidade
da cidade de Indaial. A pedido do
CLESUNIN, encaminhou-se um pro-
jeto com o objetivo de decretar o
dia 21 de março feriado municipal, Nas gincanas da FIMI formavam-se
sancionado em 30 de dezembro de equipes para a competição que
1971. aconteceria no sábado a tarde em
frente a Prefeitura Municipal de In-
Como se chamaria esta festa? daial. Neste local era montado um
palanque no qual uma comissão
FIMI – Festa de Instalação do Mu- julgadora, formada pelos integran-
nicípio de Indaial, lembrada e co- tes do CLESUNIN e membros da

22
comunidade, recebiam e avaliavam var e criar uma gincana fluvial, que
as tarefas apresentadas pelas equi- aconteceu no rio itajaí-açú entre as
pes. A gincana terminava por volta pontes Emílio Baumgart (ponte do
das 17:00horas, em seguida a co- Arcos) e Carlos Schroeder.
missão julgadora fazia a contagem
de pontos para serem divulgados a
noite no baile oficial da FIMI.

Contou-se também
com o apoio do ge-
nial artista indaialen-
se Décio Fernando
Saut que com sua
criatividade elaborou
o primeiro cartaz da FIMI e alguns Foi a partir desta segunda festa que
subsequentes. a programação passa a ser mais
diversificada precisando desta for-
ma de cinco dias para a realização
destas atividades culturais, sociais
e esportivas. Já na quinta edição
da FIMI foram necessários dez dias
para comportar toda a programa-
ção.

Um fato inusitado, que alterou pro-


fundamente os costumes religiosos
da época, foram os bailes da FIMI.
Nesta 1a. FIMI foi eleita Rainha dos Em função da data do aniversário
Estudantes do Vale, Solange Con- de Indaial acontecer sempre no pe-
ceição Saut que representava o ríodo da quaresma, naquela época
Ginásio Indaial, hoje, EEB Frederico não se faziam festas populares du-
Hardt. rante esse período de guarda da
igreja católica. Os bailes da FIMI
A eleição para Rainha dos estudan- foram os pioneiros e a partir de en-
tes , e posteriormente, da FIMI, tão, o costume de preservar essa
aconteceu de forma descontinu- tradição foi paulatinamente esque-
ada nestes 46 anos. No próximo cida.
número estaremos contando esta
história de forma detalhada. Com o passar dos anos as festas
tornaram-se repetitivas e perde-
A partir da segunda FIMI a progra- ram seu vigor inicial; mesmo assim
mação ficou mais intensa quando os acadêmicos do CLESUNIN reu-
seus organizadores resolveram ino- niam-se regularmente para não

23
deixar a ideia esmorecer. A última
participação do CLESUNIN junto
à FIMI foi em 1988. A partir desta
data a Prefeitura Municipal de In-
daial, juntamente com suas secre-
tarias, empresários locais e outras
organizações comunitárias, assu-
miu a realização da Festa de Insta-
lação do Município de Indaial.

Fundadores do CLESUNIN:

01- Ademir Moser

02 - Ademir Roberto
Ladvig

03 - Alfredo Nagel
Fotos mostrando algumas das atividades realizadas
durante a FIMI - Imagem do Arquivo Histórico
Theobaldo Costa Jamundá

24
04 - Angela Regina 09 - Roberto Diniz
Heinzen Amim He- Saut
lou

05 - Ingo Kan- 10-Rolf Hadlich


nenberg

06-Ivan Danker 11-Úrsula Geisler


Petersen
in memoriam

07-José Norberto 12-Vanderlei Romer


Kretzer

08 - Oscar Jenichen 13-Wilson Jacob


Schmitt

25
Na edição da FIMI de 1994 voltou- O COMEÇO
-se a realizar uma gingana, agora
entre os Bairros da cidade. Nesta Bairro Benedito
ocasião uma das tarefas solicitadas
foi a criação de um texto por uma 1971...1972...1973…
pessoa que havia participado da Integrantes das primeiras gincanas de
primeira FIMI revivendo os primór- Indaial.
dios da festa. Equipe? JELI
Correria? Muita…
Seguem dois textos que encon- Emoção? Ainda maior…
tram-se no Arquivo Histório Muni- Amigos, amizades, união, integração.
cipal. Gostaríamos de identificar os Uma grande família.
autores. Ajuda mútua. Cidade, comunidade, a
equipe.
GINCANA! BRILHO NOS OLHOS Uma só participação. Acima de tudo
união, luta, respeito, colaboração.
Bairro Tapajós 1974...1975…
Vestibular… Consigo? Não consigo?
FIMI, tudo se misturava. Consegui.
Na época, carros pintados, pessoal a CLESUNIN. Sim CLESUNIN.
postos. Clube do Estudante Universitário de
Bons novos tempos! Indaial!
Fazem só 14 anos. Um Clube com C maiúsculo,
Gente reunida. Citar nomes? Não… Ninguém poderá
A cidade reunida. ser esquecido.
Fazíamos parte da equipe JELI-Juven- Fazer parte dele? Quanto orgulho.
tude Evangélica Luterana de Indaial. Daí, participante da Comissão Organi-
Eram 3 ou 4 equipes de Indaial. zadora .
Carros decorados. A responsabilidade aumentou.
Alucinação, integração, harmonia vivi- Amizades? Ainda mais.
da no dia a dia, Fazia parte então de uma família ain-
tudo para um só dia, da maior.
O DIA “D”. Saudades daquele tempo? Muitas.
Não me lembro de acidentes, a turam Este não voltará!
da equipe permanecia na raça para Mas ficaram laços profundos que ja-
cumpri as tarefas elaboradas pelo mais desatarão.
CLESUNIN.
A integração, a harmonia, a serenida-
de e a garra me fez voltar as raízes e
competir.
Competir para conseguir a vitória.

“VIVA A 24ªFIMI”
26
BREVES ANOTAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DE INDAIAL
Marco Antônio Struve
Licenciando em História – FURB
Todos os anos no dia 21 de
março, comemoramos festi-
vamente a instalação do Mu-
nicípio de Indaial. Em feverei-
ro de 1934, Aristiliano Ramos
decretou o desmembramento
de Blumenau, emancipando
os distritos de Gaspar, Hamô-
nia, Indaial e Timbó. A notícia,
entretanto, não foi bem rece-
bida por todos.

O desmembramento do mu-
nicípio de Blumenau é um ato Blumenau, e nos demais distritos, um
político de tamanha violência que só movimento de repúdio ao ato do in-
pode ser simpático ao seu próprio au- terventor do estado. O comércio e a
tor, trazia nas manchetes o jornal Cor- indústria local fecharam as suas por-
reio de São Paulo que afirmava ainda: tas. Em sinal de protesto, foram reali-
“O pretexto invocado pelo Sr. Aristilia- zados passeatas e comícios sob o slo-
no Ramos, é o receio da germanização gan “Por Blumenau Unido”.
absorvente no próspero município suli-
no, esse pretexto é absurdo e ingênuo, Em Indaial e Timbó, os protestos pa-
porque nada adianta dividir a casa cíficos acabaram com o destacamen-
deixando lá dentro os mesmos inqui- to policial agindo com brutalidade e
linos. ” 1 prendendo arbitrariamente operá-
rios, empresários e colonos².
O desmembramento provocou em
Houve preparativos para ação
armada. Controlaram-se os esto-
ques de combustíveis e de manti-
mentos, puseram-se guardas nas
estradas da cidade. Durante mais
de uma semana a cidade pareceu
uma verdadeira praça de guerra.

1 - Correio de São Paulo. São Paulo,


05/03/1934. p. 2
2 - O Dia. Curitiba, 17/04/1934.

27
Desafios

Onde é este local? ___________________________________________________________

Onde é este local? ____________________________________________________________

As respostas podem ser enviadas para: informativoamarhin@gmail.com

28
Indaial: Município do Vale do Itajaí-Açú
Theobaldo Costa Jamundá
Em 1943 Theobaldo Costa Jamundá publica o livro “Indaial: Município do Vale
do Itajaí-Açú”, obra capital para o entendimento da identidade histórica do Mu-
nicípio. Primeiro livro que retrata a evolução política, administrativa, geográfica
e um esboço inicial da historiografia do Município de Indaial.Dada a sua impor-
tância histórica e sua raridade, a AMARHIN tomou a decisão de publicar, em par-
tes, a íntegra desta obra a partir deste número, para tanto usa como referência
o exemplar número 918 que pertenceu ao Prefeito Werner Pabst.

Neste número:

“Anotações da evolução administrativa”


Marco Antônio Struve – Conselho editorial

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31
32
33
34
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37
Indaial Antigo

Vista aérea de Indaial na década de 1960 -


Imagem do Arquivo Histórico Theobaldo Costa Jamundá

Rua Getúlio Vargas - Data ignorada


Imagem do Arquivo Histórico Theobaldo Costa Jamundá / Coleção Theobaldo Costa Jamundá

38
Vida e Obra dos prefeitos do Município de Indaial
Edltraud Zimmermann Fonseca

ALFREDO H. HARDT “Guarda-livros” e trabalhou na


firma Carlos Schroeder S.A. Ind.
12º. Prefeito – de 31 de janeiro Com. Importação e Exportação
de 1961 a 30 de janeiro de1966. — da qual foi também adminis-
trador durante cerca de 35 anos.
Nasceu em 21 de abril de 1905, Em 1942 foi nomeado Contador
em Estrada das Areias, Indaial e do Fórum pelo Interventor Dr.
faleceu no dia 20 de agosto de Nereu Ramos.
1988, em consequência de um
acidente de automóvel em Na qualidade de acionista
Indaial. majoritário, assumiu o
cargo de Diretor Pre-
Casado com Else Sie- sidente da Oficina
vers, nascida em 28 Mecânica Confiança
de agosto de 1905 e S.A. com sede na Rua
falecida em 28 de se- Marechal Deodoro
tembro de 1993, filha da Fonseca, Bairro
de Marcus Sievers, Tapajós, em Indaial,
agricultor na localida- por mais de 15 anos,
de de Bairro Benedito, até a sua aposentado-
Indaial. O casal teve três ria.
filhos: íris, Arno e Ingelo-
re. Foi vereador da
Câmara Mu-
Frequentou a nicipal de
Escola Primá- Indaial em
ria de Cami- duas legis-
nho das Areias laturas. Ele-
e completou geu-se pre-
os estudos no, feito pela
então, Grupo UDN - União
Escolar, e hoje Democrática
Escola de Educação Básica, Luiz Nacional, partido fundado em 7
Delfino em Blumenau. de abril de 1945 e que até a sua
extinção em 1965, esteve no cen-
Filho de Heinrich e Anna Split- tro dos principais acontecimen-
ter Hardt, era irmão de Frederi- tos da vida política de Indaial, do
co Hardt. Tinha a profissão de estado e do país. Seu governo
contabilista, na época intitulada: se destacou pela recuperação e

39
conservação de toda a rede de sidente da Sociedade Recreativa
estradas do município com cerca Indaial por três gestões alterna-
de 530 km, colocando macadame das, foi responsável pela cons-
em todas as ruas da sede e dos trução da nova sede na Rua dos
distritos de Ascurra e Apiúna. Atiradores.
Exerceu cargos na Diretoria da
Paróquia Evangélica Luterana de Colaboração: Sr. Gerold Sprengel
Indaial, por diversas vezes. Pre-

O Prefeito João Hennings Filho cumprimentando o ex-prefeito Alfredo H. Hardt durante


sua posse em 31 de janeiro de 1966, sob os olhares de Úrsula Maria Kretzer, secretária da
Prefeitura municipal de Indaial
Imagem do Arquivo Histórico Theobaldo Costa Jamundá / Fundo Hennings - Coleção Prefeito João Hennings Filho

JOÃO HENNINGS FILHO bach, em Blumenau. No dia 29 de


junho de 1898.
13º. Prefeito de 31 de janeiro de
1966 a 30 de janeiro de 1970 Registrado com o nome de
Johann Friedrich Hennings, teve
Filho de Johann Hennings e de o nome nacionalizado para João
Luise Hennings (filha de August Frederico Hennings. Na escola, em
Müller, irmão do naturalista Fritz Salto Weissbach passou a ser cha-
Müller), nascido em Salto Weiss- mado Hans. Foi confirmado em

40
9 de abril de 1914, na Paróquia de abril de 1947. Com o seu afasta-
evangélica Luterana de Badenfurt, mento da Companhia Lorenz, pas-
Blumenau, com o nome de Hans sou a dedicar-se à Malharia Indaial,
Friedrich Hennings. Existem ainda instalada no antigo prédio da Es-
outras divergências quanto ao seu cola Alemã. Anos depois subscre-
nome: encontramos registrado veu as partes de Frederico Hardt e
como João Hennings na comunica- Germano Schroeder, tornando-se
ção do alistamento militar em 10 sócio majoritário.
de fevereiro de 1923. João Frede-
rico Hennings no certificado de Em 14 de abril de 1923, casa-se
reservista e João Hennings com Else Hennings, filha de
Filho na carteira de habi- Karl Gutz e Milda Gutz,
litação em 7 de feverei- nascida Ulrich. Do ca-
ro de 1927. O nome de samento nasceram
João Hennings Filho foi dois filhos :
sacramentado por
decisão judicial pro- Curt Willy Hennin-
ferida por sentença gs, nascido em 13
da Justiça da Comar- de maio de 1926,
ca de Indaial em 13 que se tornou de-
de agosto de 1941. pois Químico indus-
trial e Piloto Comer-
Saindo do meio cial, voando pela
familiar pas- companhia
sou dois anos aérea alemã
na escola alemã Luf thansa.
de Blumenau, Casado com
dois anos no Gisela Ritter
Colégio Santo Hennings,
Antônio e seis eles tiveram 3
meses em filhos. Residiu
Florianópo - na Alemanha
lis, indo a seguir desde 1958
para o Rio Grande do Sul trabalhar até 2008 ano de sua morte.
com agrimensura.
Gerd Hennings nascido em 4 de
Em 1919, passou a residir na loca- agosto de 1932, advogado e em-
lidade de Encano, em Indaial, sen- presário, casado com Sílvia Maria
do em 19 de março 1919 admitido Cerqueira Bremer, com quem tem
na Indústria de Fécula Companhia duas filhas.
Lorenz, na função de operário,
chegando a gerente e a Inspetor da Nos primeiros anos da década
fábrica; pedindo demissão em 30 de 40, mudou-se do Encano para

41
Salto Weissbach, sem, entretanto, peito. Tinha por norma dizer “não”
perder os vínculos com Indaial. Em a um pedido que, se fosse repeti-
1945, nas primeiras eleições após a do, diria “sim”! Nos salões de bai-
redemocratização do país, foi con- le onde havia equipamentos para
vidado pela UDN a candidatar-se ginástica, em especial de barras
para prefeito de Indaial, perdendo paralelas, mostrava o quanto era
as eleições para Germano Brandes. exímio. Nas festas familiares sua
Em 1954, elegeu- se vereador pela esposa Else, que era de uma famí-
UDN com 314 votos. Em 1958, foi lia de músicos, executava violino e
vereador pela Aliança por Indaial órgão enquanto seu irmão Carlos
Unido (PSD-PTB) com 788 votos. tocava flauta e Heinrich, bandone-
Em 1962, foi vereador pela Alian- on. Else ainda trabalhava na lavou-
ça para o Progresso de Indaial ra e na criação de gado. Na década
com 947 votos. Foi eleito Prefeito de 1940, em virtude da campanha
Municipal em 1965 pelo PSD com de nacionalização de Getúlio Var-
2.956 votos. Anteriormente havia gas, foi presa e levada de carro de
concorrido por três eleições que mola para Blumenau por ter sido
perdera. flagrada falando alemão com os
seus empregados. No trajeto, en-
Ao terminar o mandato, que foi bri- contraram-se com o veículo com o
lhante, entre outras obras: iniciou qual seu marido retornava de uma
o calçamento de ruas; abriu a Rua viagem, este embarcou no carro
Minas Gerais; fez a compra de um que conduzia a esposa e, juntos,
carro chevrolet; adquiriu o terreno passaram a noite no xadrez, até
para a construção do novo prédio que tudo fosse solucionado. O que
da prefeitura que pertencia a Hi- aconteceu às 4 horas da madruga-
lário Buzzarello, encaminhando a da quando foram liberados, voltan-
planta do referido prédio para ser do para casa a tempo de alimentar
construído na gestão de Werner e ordenhar as vacas.
Pabst; implementou a abertura da
via de acesso à Rua Manoel Simão, Sua gestão como Prefeito encer-
encontrando apoio por parte do rou-se a 30 de janeiro de 1970.
vereador José Sandri, com quem Pouco tempo depois falecia, em
posteriormente teve desentendi- 26 de dezembro de 1971, deixando
mentos políticos devido à largura como exemplo: trabalho e empe-
da referida rua; iniciou a canaliza- nho. A praça onde se situa o prédio
ção de esgoto, águas pluviais e ou- municipal recebeu o seu honroso
tras benfeitorias no município. nome.
Apesar de homem austero de pou-
co sorriso era apelidado de o “João
Lustig”. Gostava de festas, porém Em colaboração com Marco Antônio
era incisivo impondo muito res- Struve e Gerd Hennings

42
INDAIAL CONHECENDO SUA HISTÓRIA

Política editorial
Indaial Conhecendo sua História é um periódico editado desde 2015, pela
AMARHIN.

Contempla a publicação de matérias da historiografia de Santa Catarina,


em especial da cidade de Indaial e da região do Vale do Itajaí. Aborda temas
relacionados a questões históricas, sociais, ambientais, geográficas, econô-
micas e culturais.

Registrado com o ISSN 0000-0000, é um periódico científico-cultural publi-


cado trimestralmente pela Associação dos Amigos do Arquivo Histórico de
Indaial – AMARHIN, com apoio do Arquivo Histórico Municipal Theobaldo
Costa Jamundá e da Fundação Indaialense de Cultura.

Tem um Conselho Editorial constituído de historiadores, professores,


jornalistas, escritores e pesquisadores.

É dividida em várias seções ou colunas:

Artigos: Os textos devem obedecer aos seguintes critérios: notas, cita-


ções, referências e bibliografias. Devem estar de acordo com as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As notas de con-
teúdo precisam constar no rodapé e as referências e bibliografias no
final do texto. Os artigos poderão ter até 8 páginas (incluindo citações,
referências, imagens e tabelas), apresentando, preferencialmente, re-
sumo de até 10 linhas em português e 3 palavras-chave em português.

Autores Catarinenses: Com comentários, críticas de obras e resenhas


de lançamentos de autores catarinenses, em especial, aos autores
indaialenses.

Biografias: Seção dedicada ao registro de biografia de pessoas que fizeram


e fazem parte da construção da História local e regional.

Burocracia & Governo: Para publicação de documentos oficiais que sejam


de interesse da História regional.

Crônicas do cotidiano: Coluna que contempla autores que narram, sob a


forma de crônicas, aspectos das vivências regionais.
Documentos Originais: Seção contendo fac-símiles de documentos origi-
nais de interesse histórico, com a respectiva tradução para o português
quando escrito em língua estrangeira.

Entrevistas: Coluna dedicada a depoimentos de História de vida e/ou


temáticos.

Fragmentos da nossa História local: Artigos de antigos jornais de Indaial,


revelando aspectos do passado sob a ótica jornalística.

Memórias: Setor que contempla aspectos do cotidiano descritos por


memorialistas, oportunizando a participação comunitária.

Transcrição de documentos: Transcrição de cartas e relatórios relacionados


à História regional.

Para todas as seções recomendamos/solicitamos/comunicamos aos


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pelo Conselho Editorial. Este se reserva o direito de publicar ou não os
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Cada autor receberá cinco exemplares da revista, referentes ao número


que contiver seu texto;

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tos emitidos pelos autores.

44
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SIM, desejo assinar a Revista “Indaial conhecendo sua história” .
( ) 2015 (Tomo I) - 01 ano R$ 30,00 ( ) 2016 (Tomo II) - 01 ano R$ 30,00
( ) 2015-2016 (Tomos I e II - 02 anos R$ 60,00 ( ) 2016/2017 - (Tomos II e III)02 anos R$ 60,00

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( ) 2 — Cheque nominal e cruzado à AMARHIN
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( ) 3 – Diretamente à algum membro da AMARHIN ou junto ao
ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL THEOBALDO COSTA JAMUNDÁ

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icsht2n12016
46
50 ANOS DA METALÚRGICA FEY
É com grande satisfação que a Metalúrgica
Fey, no ano de seu cinquentenário, vem tra-
zer ao final de cada uma das 4 edições desta
Revista um pouco de sua trajetória, que teve
início em 1966 nesta comunidade indaialen-
se.

Naquele ano de 1966, sob a administração


do prefeito recém eleito João Hennings Filho,
em Indaial havia pouquíssimas linhas telefô-
nicas, as ruas eram em sua maioria de terra
e sua população não passava de 22.000 ha-
bitantes. Sua área era de 1.068km2 e a densi-
dade demográfica era de 20 habitantes/km2.

Passados 50 anos, contamos com uma popu-


Ricardo Fey no início das atividades da Metalurgica Fey
lação de mais de 63.000 habitantes, 430 km2
de área e densidade de 127 habitantes/km2.
A redução de área se deu principalmente de-
vido a emancipação do município de Apiúna, que desmembrou mais de 600km2 no ano
de 1989. Quanto crescimento dentro de uma área consideravelmente menor.

Assim como ocorreu com o município de Indaial, na Fey também houve crescimento.
Quando a pequena fábrica produziu suas primeiras porcas no centro de Indaial, à Rua
Marechal Deodoro da Fonseca (foto), em 6 de Maio de 1966, contava com apenas um
funcionário. Hoje, passam de 500 colaboradores. A área construída, na época de apenas
80m2, passou para 40.000m2 às margens da BR 470. São 6 galpões de manufatura mais
as áreas administrativas, a associação, ginásio e refeitório.

O fundador, Sr. Ricardo Fey (1915-1995), nasceu na localidade de Alto Arapongas, muni-
cípio de Indaial. Aos 4 anos de idade mudou-se com sua família para Ibirama e posterior-
mente Dona Emma. Em 1966 deixou está última cidade com sua família e retornou para
Indaial para construir seu futuro e de seus descendentes à luz de melhores condições do
que as que encontrava na agricultura. Não imaginava quão próspera se tornaria a sua
obra nas próximas décadas.

Hoje, sob o controle dos filhos e netos, a Metalúrgica Fey tem capacidade para produ-
zir mais de 2.000 toneladas/mês entre porcas, parafusos, peças especiais, grampos de
mola e pinos de centro. Ao todo, são mais de 6.000 diferentes itens comercializados
aos mais variados mercados consumidores como, indústria automotiva leve e pesada,
implementos rodoviários, máquinas agrícolas, distribuição de autopeças e fixadores em
geral, entre outros.

47
Patrocínio:

Realização:

Apoio Técnico:

Apoio Institucional:

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