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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS DO


SEMIÁRIDO

CRISTIANE MARIA SOUZA DE CASTRO RODRIGUES

ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE


BIOLÓGICA DE Annona leptopetala (Annonaceae)

Petrolina – PE
2016
CRISTIANE MARIA SOUZA DE CASTRO RODRIGUES

ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE


BIOLÓGICA DE Annona leptopetala (Annonaceae)

Dissertação apresentada à Universidade


Federal do Vale do São Francisco, como
parte dos requisitos do Programa de Pós-
Graduação em Recursos Naturais do
Semiárido, para obtenção do título de
Mestre em Recursos Naturais.

Orientador: Prof. Dr. Jackson Roberto


Guedes da Silva Almeida.

Petrolina – PE
2016
Rodrigues, Cristiane Maria Souza de Castro
R696e Estudo fitoquímico e avaliação da atividade biológica de
Annona leptopetala (R.E.F.Fr.) H. Rainer / Cristiane Maria
Souza de Castro Rodrigues – Petrolina, 2016.
xii, 209 f.

Dissertação (Mestrado em Recursos Naturais do


Semiárido) - Universidade Federal do Vale do São Francisco,
Campus Petrolina, Petrolina- PE, 2016.
Orientador: Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva
Almeida.

1. Annona leptopetala 2. Alcaloides. 3. Atividade


biológica. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São
Francisco.

CDD 581.634
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da UNIVASF.
Bibliotecária: Luciana Souza Oliveira CRB5/1731
CRISTIANE MARIA SOUZA DE CASTRO RODRIGUES

ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE


BIOLÓGICA DE Annona leptopetala (Annonaceae)

Dissertação apresentada à Universidade


Federal do Vale do São Francisco, como
parte dos requisitos do Programa de Pós-
Graduação em Recursos Naturais do
Semiárido, para obtenção do título de Mestre
em Recursos Naturais.

APROVADA EM 31 DE MARÇO DE 2016.

______________________________________________________
Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida - UNIVASF
(Orientador)

______________________________________________________
Prof. Dr. Emmanoel Vilaça Costa - UFAM
(1º Examinador)

________________________________________________
Prof. Dra. Xirley Pereira Nunes - UNIVASF
(2º Examinador)
Ao meu filho amado, Guilherme,
pelo amor incondicional e por compreender, mesmo tão pequeno, as longas
horas de ausência de sua mãe;
Aos meus queridos pais,
por me ensinarem o verdadeiro valor dos estudos;
Ao meu querido esposo Renato,
pelo amor e companheirismo,
Dedico.
Ao Pai celestial,
por sempre estar ao meu lado, principalmente nas horas que menos mereci
e quem tornou esse sonho possível.
Ofereço.
AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Deus, que todos os dias da minha vida me encheu de ânimo e cuidou
da minha família para eu nunca desistir, e por colocar tantos anjos na minha vida.
O meu sincero e imenso agradecimento, ao meu querido e maravilhoso filho
Guigui, por compreender a minha ausência, para que este trabalho fosse conduzido.
Pelo seu imenso amor, energia concedida através de sorrisos, beijos e abraços e
por me fazer a mãe mais feliz desse mundo, eu o agradeço de todo o meu coração.
Aos meus queridos pais, Cristiano e Maria de Jesus, agradeço de uma maneira
especial pela vida, pelo amor incondicional e valores ensinados, e principalmente a
minha rainha (mãe), que fez tudo o que era possível para me manter estudando, por
acreditar que a educação é um bem valioso. É o meu maior exemplo!
Ao meu digníssimo esposo, meu sincero agradecimento pela enorme paciência
com a minha “chatura”, pela imensa ajuda, apoio e carinho dedicados nessa etapa
da minha vida e acima de tudo por ser esse grande pai.
Meu sincero agradecimento ao meu orientador inoxidável, Prof. Dr. Jackson
Roberto Guedes da Silva Almeida, pela oportunidade concedida, pelos
ensinamentos compartilhados com maestria e pela forma de fazer ciência com tanta
dedicação.
Ao Prof. Dr. Emmanoel Vilaça Costa (UFAM) pelos conhecimentos
compartilhados e por ser tão acessível. Obrigada por confiar no meu potencial e ter
tornado a convivência com a espécie Annona leptopetala prazerosa e promissora.
O reconhecido agradecimento a uma “anja”, chamada Lívia Dutra, que sempre se
colocou à disposição para ajudar. Agradeço imensamente, pelo tempo dedicado nas
análises de RMN e ajuda nas elucidações estruturais.
A todos os meus professores que passaram pela minha vida e deixaram seu
exemplo, os levo no meu coração e lhes serei eternamente grata pela minha
formação profissional.
Aos meus familiares, tios e irmãos, Tiago e Dani, pelo amor e apoio dedicados a
mim, e em especial ao meu tio José Neto, maior incentivador e provedor dos meus
estudos e à minha irmã, que para mim é mais que uma “anja”.
À minha turma do mestrado, pelo companheirismo, ajuda e por tornar essa
jornada mais prazerosa e em especial, à Iza Miranda e Cárita Piauilino, por quem
tenho grande apreço e carinho.
Aos amigos que conquistei no meio acadêmico, que mesmo sem citar nomes,
podem reconhecer que tenho por eles muito carinho e apreço.
A todos os colegas do NEPLAME e do laboratório de Química Orgânica, que
sempre se disponibilizaram a ajudar e pelos conhecimentos divididos, além dos
momentos de descontração, tornando a convivência prazerosa e divertida.
Um agradecimento especial às meninas super poderosas, Ana Paula de Oliveira,
Mariana Gama e Érika Lavor, pelo tempo dedicado na realização dos ensaios
biológicos.
Às professoras Edigênia Cavalcante, Larissa Rolim e Xirley Nunes, pela
colaboração e esclarecimentos, e de uma forma carinhosa ao meu conterrâneo,
Prof. Wagner Félix, por me proporcionar momentos de grande alegria, nas suas
aulas fantásticas.
Às professoras Dra. Marcília Costa (UFPI) e Cláudia Pessoa (UFC), pelos
ensaios biológicos no Laboratório Nacional de Oncologia experimental (LabNOE-
UFC).
Ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Semiárido pela
oportunidade da pesquisa.
Ao órgão de fomento FACEPE pela bolsa concedida.
Ao CNPQ pelo apoio financeiro desta pesquisa.
Aos colaboradores nas análises de RMN: Prof. Dr. Andersson Barison (UFPR),
Prof. Dr. Raimundo Braz Filho (UENF) e aos técnicos, pela elaboração dos
espectros.
Ao analista ambiental André Paviotti, pela coleta e identificação do material
botânico.
Agradeço imensamente a todos que direta ou indiretamente, contribuíram para
que este trabalho fosse desenvolvido.
―Cada pessoa deve trabalhar para o seu

aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da

responsabilidade coletiva por toda a humanidade”.

(Marie Curie)
RESUMO

Annona leptopetala (R.E.Fr.) H. Rainer, espécie pertencente à família Annonaceae,


é empregada como digestivo e no tratamento de tumores e inflamações, segundo a
medicina tradicional. O presente trabalho descreve os resultados obtidos a partir do
estudo fitoquímico e biológico das folhas e ramos de A. leptopetala, no qual foram
investigadas as atividades citotóxica, antibacteriana e antioxidante. A partir do
material vegetal, coletado em Custódia-PE, obtiveram-se os extratos hexânico e
metanólico e as frações alcaloídica e neutra das folhas e ramos de A. leptopetala. A
investigação fitoquímica de EHF resultou no isolamento do sesquiterpeno
espatulenol (SBF II-3) e de FALCF resultou na identificação de três alcaloides
aporfínicos: anonaina, nornuciferina e norannuradapurina e no isolamento de
laurotetanina. Destes norannuradapurina está sendo descrita pela primeira vez no
gênero e laurotetanina e nornuciferina, descritas pela primeira vez na espécie. As
substâncias foram identificadas por técnicas espectroscópicas de RMN de 1H e 13
C
1D/2D, bem como por comparação com dados da literatura. No ensaio de atividade
antioxidante, pelo método DPPH, o EMF (CE50 = 10,10 µg.mL-1), mostrou-se
comparável ao BHT, enquanto no ensaio de inibição da co-oxidação do -caroteno/
ácido linoleico, todas as amostras apresentaram boa inibição (77-93%). No ensaio
de atividade citotóxica in vitro EHF, EHR, FNF, FNR, FALCAF e FALCR
apresentaram elevada atividade contra células tumorais de sarcoma-180, com
inibição do crescimento celular entre 76 e 92%. Já FNF e FALCR frente às células
de câncer colorretal (HCT-116) e leucemia (HL-60) e FALCF contra a linhagem HCT-
116, exibiram potente efeito citotóxico com inibição do crescimento acima de 80%. O
espatulenol (50 µg.mL-1) monstrou significativa atividade antiproliferativa, com
inibição de crescimento superior a 97% frente às linhagens tumorais HCT-116, HL-
60 e glioblastoma (SF-295). No ensaio antibacteriano, as amostras no geral exibiram
atividade moderada, com destaque para FALCF, que apresentou valores de CIM
inferiores a 1000 µg.mL-1, demonstrando assim uma boa atividade, além de exibir
efeito biocida frente as bactérias do ensaio. Desta forma, os resultados confirmam
que A. leptopetala é uma espécie típica da família Annonaceae, bem como
apresenta substâncias com potencial terapêutico.

PALAVRAS-CHAVE: Annonaceae; Annona leptopetala; sesquiterpenos; alcaloides;


atividade citotóxica; atividade antibacteriana.
ABSTRACT

Annona leptopetala (R.E.Fr.) H. Rainer, species belonging to the family Annonaceae,


is used as a digestive and treatment of tumors and inflammation, according to the
traditional medicine. This paper describes the results obtained from the
phytochemical and biological study of the leaves and branches of A. leptopetala,
which investigated the cytotoxic, antibacterial and antioxidant. From the plant
material collected in Custody-PE afforded the hexane and methanol extracts and
alkaloidal and neutral fractions of leaves and branches of A. leptopetala. The
phytochemical investigation of EHF resulted in the isolation of the sesquiterpene
spathulenol (PBS II-3) and of FALCF resulted in the identification of three aporphine
alkaloids: anonaine, nornuciferine, and norannuradhapurine and in the isolation of
the laurotetanine. These norannuradhapurine is described for the first time in the
genus and laurotetanine and nornuciferine described for the first time in the species.
The compounds were identified by spectroscopic techniques, mainly 1H NMR and
13
C 1D / 2D as well as by comparison with literature data. In the test the antioxidant
activity by DPPH, EMF (CE50 = 10.10 μg.mL-1) was shown to be comparable to BHT,
while in the inhibition assay of co-oxidation of -carotene / linoleic acid every the
samples showed a good inhibition (77-93%). In the cytotoxic activity test in vitro EHF,
EHR, FNF, FNR, FALCAF, and FALCR showed high activity against tumor sarcoma
S-180 cells, with inhibition of cell growth between 76 and 92%. Since FNF and
FALCR front of colorectal cancer cells (HCT116) and leukemia (HL-60) and FALCF
against HCT-116 strain exhibited strong cytotoxic effect on growth inhibition above
80%. The spathulenol (50 μg.mL-1) showed significant ant proliferative activity, with
higher growth inhibition of 97% compared to tumor cell lines HCT-116, HL-60 and
glioblastoma (SF-295). In the antibacterial test, the samples generally exhibited
moderate activity, especially FALCF, which had lower MICs 1000 μg.mL-1,
demonstrating a good activity, in addition to displaying biocide effect front bacteria
test. Thus, the results confirm that A. leptopetala is a typical species of the family
Annonaceae and has substances with therapeutic potential.

KEY-WORDS: Annonaceae; Annona leptopetala; sesquiterpenes; alkaloids;


cytotoxic activity; antibacterial activity.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição geográfica de espécies da família Annonaceae no mundo................... 26


Figura 2: Estrutura química dos flavonoides kanakugina e kanakugiol. .................................... 34
Figura 3: Monoterpenos e sesquiterpenos isolados em espécies de Annona.......................... 37
Figura 4: Núcleo básico de alcaloide isoquinolínico. .................................................................... 38
Figura 5: Biossíntese de alcaloides isoquinolínicos a partir do precursor (S)-reticulina.......... 39
Figura 6: Representação do núcleo de alcaloide aporfínico. ...................................................... 41
Figura 7: Sumário de esqueletos protoberberínicos descritos no gênero Annona. ................. 50
Figura 8: Alcaloide norushinsunina e acetogenina neoannonina. .............................................. 58
Figura 9: Alcaloides isoquinolínicos isolados de A. salzmannii. ................................................. 60
Figura 10: Estrutura do padrão ácido ascórbico e butenolídeo. ................................................. 66
Figura 11: Estrutura da ascorbigena. ............................................................................................. 66
Figura 12: Representação gráfica da espécie A. leptopetala: a) flor, b) frutos, c) folhas, d)
parte aérea. ........................................................................................................................................ 68
Figura 13: Mapa de distribuição geográfica da espécie A. leptopetala. .................................... 69
Figura 14: Estruturas dos compostos isolados das folhas de A. leptopetala. ......................... 106
Figura 15: Espectro de RMN de 1H de ALC8 (CDCl3, 600 MHz) e expansões dos sinais de
ALC8-S1. .......................................................................................................................................... 107
Figura 16: Ampliação do mapa de correlação 1H x 13C-HSQC (CDCl3, 600 e 150 MHz,
respectivamente) referente aos carbonos metilênicos de ALC8-S1 (H-4, H5 e H-7). ........... 108
Figura 17: Expansão da região de acoplamento entre H-3 e C-3 de ALC8-S1 no espectro de
correlação 1H x 13C-HSQC (CDCl3, 600 e 150 MHz, respectivamente).................................. 109
Figura 18: Expansão da região do mapa de contorno 1H x 13C-HMBC, ilustrando as
correlações de H-3 de ALC8-S1. .................................................................................................. 109
Figura 19: Espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3) e ampliação das regiões referentes
aos hidrogênios do grupo metilenodioxi de ALC8-S1. ............................................................... 110
Figura 20: Ampliação do espectro de correlação 1H x 13C-HSQC (CDCl3, 600 e 150 MHz,
respectivamente) relativo ao grupo metilenodioxi de ALC8-S1. ............................................... 111
Figura 21: Ampliação do mapa de correlação 1H x 13C-HMBC de ALC8 (CDCl3, 600 e
150MHz, respectivamente) destacando as correlações dos hidrogênios do grupo
metilenodioxi com C-1 e C-2 de ALC8-S1. .................................................................................. 111
Figura 22: Ampliação da região entre δ 8,10-7,20 pelo mapa de correlação HMBC (1H, 600
MHz;13C, 150 MHz, CDCl3) de ALC8, com destaque das correlações de ALC8-S1. ........... 112
Figura 23: Espectro de correlação 1H x 13C-HSQC de ALC8 (1H: 600 MHz, 13C: 150 MHz,
CDCl3). .............................................................................................................................................. 113
Figura 24: Espectro de correlação 1H x 13C-HSQC de ALC8 (1H: 600 MHz, 13C: 150 MHz,
CDCl3, respectivamente) e ampliação da região de acoplamentos dos carbonos aromáticos.
........................................................................................................................................................... 113
Figura 25: Mapa de correlação HMBC (1H, 600 MHz;13C, 150 MHz, CDCl3) de ALC8. ....... 114
Figura 26: Principais correlações observadas pelo espectro HMBC de ALC8-S1................. 114
Figura 27: Estrutura da anonaina.................................................................................................. 115
Figura 28: Ampliação do espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3), referente aos
hidrogênios da ponte metilenodioxi de ALC8-S2. ....................................................................... 117
Figura 29: Ampliação do mapa de contorno 1H x 13C – HSQC (CDCl3, 600 e 150 MHz,
respectivamente), referente às correlações do grupo metilenodioxi em ALC8-S2. ............... 118
Figura 30: Ampliação do espectro de correlação HSQC, relativa ao acoplamento entre H-3 e
C-3 de ALC8-S2. ............................................................................................................................. 119
Figura 31: Ampliação do mapa de contorno HMBC (1H: 600 MHz, 13C: 150 MHz, CDCl3),
ilustrando as correlações de H-3 em ALC8-S2. .......................................................................... 119
Figura 32: Ampliação do mapa de correlação HMBC (1H: 600 MHz, 13C: 150 MHz, CDCl3)
destacando as correlações entre dos hidrogênios do grupo metilenodioxi, com C-1 e C-2 na
amostra ALC8-S2. ........................................................................................................................... 120
Figura 33: Correlações dos carbonos não hidrogenados do anel D e de C-1a de ALC8-S2,
no espectro HMBC de ALC8.......................................................................................................... 121
Figura 34: Expansão do mapa de correlação HMBC de ALC8-S2, evidenciando o
acoplamento entre o grupo metóxi e o carbono C-9. ................................................................. 121
Figura 35: Espectro de RMN de 1H de ALC8-S2 (600 MHz, em CDCl3) e suas expansões.122
Figura 36: Expansões do espectro de correlação 1H x 13C-HSQC, referente aos sinais de
ALC8-S2. .......................................................................................................................................... 123
Figura 37: Mapa de correlação heteronuclear HSQC (1H: 600 MHz, 13C: 150 MHz, CDCl3) de
ALC8. ................................................................................................................................................ 123
Figura 38: Mapa de correlação heteronulear HMBC (1H: 600 MHz, 13C: 150 MHz, CDCl3) de
ALC8. ................................................................................................................................................ 124
Figura 39: Principais correlações observadas no mapa de correlação HMBC de ALC8-S2.
........................................................................................................................................................... 124
Figura 40: Estrutura da norannuradapurina. ................................................................................ 125
Figura 41: Espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3) e as expansões de ALC8-S3. .......... 128
Figura 42: Ampliação da região aromática do mapa de correlação HMBC ( 1H: 600 e 13C: 150
MHz, CDCl3) de ALC8-S3. ............................................................................................................. 129
Figura43: Ampliação do mapa de contornos HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3)
referente aos acoplamentos dos hidrogênios metilênicos e de H-6a de ALC8-S3. ............... 130
Figura 44: Ampliação da região do espectro HMBC indicativa das correlações de H-3 em
ALC8-S3 ........................................................................................................................................... 131
Figura 45: Ampliação do mapa de contorno HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3),
destacando a região de correlação entre H-3 e C-3 de ALC8-S3. ........................................... 131
Figura 46: Ampliação do mapa de contornos HMBC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3) relativa
aos hidrogênios metoxílicos de ALC8-S3. ................................................................................... 132
Figura 47: Ampliação do mapa de contorno HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3),
referente aos sinais de hidrogênio das metoxilas de ALC8-S3. ............................................... 133
Figura 48: Principais correlações observadas no HMBC para ALC8-S3. ............................... 133
Figura 49: Estrutura da nornuciferina (ALC8-S3)........................................................................ 134
Figura 50: Alcaloides aporfínicos identificados na fração ALC8. .............................................. 136
Figura 51: Espectro de RMN de 1H de ALC4 (600 MHz, CDCl3). ............................................. 137
Figura 52: Ampliação do mapa de contornos HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3),
referente às correlações dos H aromáticos de ALC4. ................................................................ 137
Figura 53: Espectro de correlação HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3) e expansão da
região dos acoplamentos dos grupos metoxila de ALC4........................................................... 138
Figura 54: Espectro de correlação HMBC de ALC4 (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3) e
expansões das regiões dos acoplamentos de H-3 e dos hidrogênios de metoxilas.............. 139
Figura 55: Espectro de correlação HMBC de ALC4 (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3) e
expansões das regiões de acoplamentos dos H aromáticos H-8 e H-11. ............................... 140
Figura 56: Ampliação na região dos hidrogênios diasteroisotópicos pelo mapa de correlação
HSQC (1H, 600 MHz e 13C, 150 MHz; CDCl3) de ALC4............................................................. 141
Figura 57: Principais correlações observadas por HMBC para o composto ALC4. ............... 141
Figura 58: Estrutura do alcaloide Laurotetanina. ........................................................................ 142
Figura 59: Espectro de RMN de 13C-DEPTQ (100 MHz, CDCl3) de SBF II-3. ........................ 144
Figura 60: Espectro de correlação 1H x 13C-HSQC de SBFII-3 (CDCl3, 600 e 150 MHz,
respectivamente) e expansão da região dos acoplamentos dos hidrogênios olefínicos. ...... 145
Figura 61: Espectro de RMN de 1H de SBF II-3 (600 MHz, CDCl3) com destaque das regiões
dos hidrogênios do anel ciclopropano e expansões. .................................................................. 146
Figura 62: Espectro 1H x 13C-HMBC (CDCl3, 600 e 150 MHz, respectivamente) e suas
expansões. ....................................................................................................................................... 147
Figura 63: Algumas correlações observadas no HMBC para a amostra SBF II-3. ................ 148
Figura 64: Estrutura do espatulenol .............................................................................................. 148
Figura 65: Correlação entre o teor de fenóis totais e CE50 dos extratos hexânico e metanólico
das folhas e dos ramos de A. leptopetala. ................................................................................... 153
Figura 66: Alcaloides fenólicos presentes em A. leptopetala. ................................................... 154
Figura 67: Análise dos grupos da atividade antioxidante em sistema da co-oxidação do β-
caroteno/ácido linoleico dos extratos em intervalos de 30 min. ................................................ 157
Figura 68: Inibição do crescimento (IC) dos extratos e das frações no ensaio com 3-(4,5-
dimetiltiazol-2-il)-5-(3-carboximetoxifenill)-2-(4-sulfofenil)-2H-tetrazólio (MTS). .................... 163
Figura 69: Inibição do crescimento (IC) dos extratos e das frações no ensaio com brometo 3-
(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT)......................................................................... 163
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Espécies da família Annonaceae com fins terapêuticos segundo a etnobotânica.


............................................................................................................................................................. 29
Tabela 2 - Flavonoides de ocorrência no gênero Annona. Adaptado de Araújo (2013). ........ 32
Tabela 3 - Propriedades biológicas e farmacológicas de alcaloides isoquinolínicos presentes
em Annona. ........................................................................................................................................ 44
Tabela 4 - Alcaloides protoberberínicos presentes no gênero Annona e suas propriedades
biológicas............................................................................................................................................ 51
Tabela 5 - Relação dos grupos de frações do extrato hexânico das folhas de A. leptopetala
(EHF) e revelação com o reagente de Dragendorff...................................................................... 94
Tabela 6 - Prospecção fitoquímica dos extratos de A. leptopetala. ......................................... 104
Tabela 7– Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC8-S1 em CDCl3,
incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH (n=1, HSQC,
n= 2 e 3, HMBC). ............................................................................................................................. 116
Tabela 8- Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC8-S2 em CDCl3,
incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH (n=1, HSQC,
n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura. ........................................................................................ 127
Tabela 9 - Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC8-S3 em CDCl3,
incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH (n=1, HSQC,
n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura. ........................................................................................ 135
Tabela 10 - Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC4 em CDCl3,
incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH (n=1, HSQC,
n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura. ........................................................................................ 143
Tabela 11 - Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC4 em CDCl3,
incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH (n=1, HSQC,
n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura. ........................................................................................ 150
Tabela 12 - Atividade antioxidante (CE50), conteúdo de fenóis totais e flavonoides totais dos
extratos de A. leptopetala............................................................................................................... 152
Tabela 13 - Inibição da oxidação em sistema -caroteno/ácido linoleico dos extratos e fases
de A. leptopetala.............................................................................................................................. 158
Tabela 14 - Parâmetros cinéticos caracterizando a inibição da oxidação do sistema β-
caroteno/ácido linoleico pelas amostras de A. leptopetala. ....................................................... 159
Tabela 15 - Inibição do crescimento (%IC) de extratos e frações de A. leptopetala pelo
método do MTT e do MTS frente a quatro linhagens de células tumorais. ............................. 162
Tabela 16 - Concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM)
de extratos e frações de folhas e ramos de A. leptopetala. ...................................................... 169
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E FÓRMULAS

% AA Porcentagem de atividade antioxidante

ABTS 2,2´-azinobis-3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico

BHA Butil-hidroxi-anisol

BHT Butil-hidroxi-tolueno

CBM Concentração bactericida mínima

CC Cromatografia em coluna

CCDA Cromatografia em camada delgada analítica

CCDP Cromatografia em camada delgada preparativa

CDCl3 Clorofórmio deuterado

CE50 Concentração efetiva 50%

CHCl3 Clorofórmio

d dupleto

dd duplo dupleto

ddd duplo duplo dupleto

ddt duplo duplo tripleto

DEPTQ Distortionless Enhancement by Polarization Transfer Including


the Detection of Quaternary Nuclei

DMSO Dimetilsulfóxido

DPPH• 2,2-difenil-1-picrilhidrazil

EHF Extrato hexânico das folhas


EHR Extrato hexânico dos ramos

EMF Extrato metanólico das folhas

EMR Extrato metanólico dos ramos

m Multipleto

mg EqAG/g Miligramas de equivalentes de ácido gálico por grama de amostra

mg EqC/g Miligramas de equivalentes de catequina por grama de amostra

MRSA Methicillin resistant Staphylococcus aureus

MTT Brometo 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio

MTS 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-5-(3-carboximetoxifenil)-2-(4-sulfofenil) -
2H-tetrazólio

ppm Partes por milhão

RMN de 13C Ressonância magnética nuclear de carbono

RMN de 1H Ressonância magnética nuclear de hidrogênio

s Simpleto

t Tripleto

UV Ultravioleta

δC Deslocamento químico de carbono em ppm

δH Deslocamento químico de hidrogênio em ppm

OBS: as abreviaturas e os símbolos utilizados neste trabalho e que não constam


nesta relação, encontram-se descritas no texto ou são convenções adotadas
universalmente.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 20
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................... 23
2.1. Geral ........................................................................................................................................ 24
2.2. Específicos.............................................................................................................................. 24
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................................. 24
3.1. Considerações sobre a família Annonaceae ..................................................................... 26
3.2. Considerações sobre o gênero Annona ............................................................................. 30
3.2.1. Constituintes químicos no gênero Annona ................................................................. 31
3.2.1.1. Considerações sobre os alcaloides ...................................................................... 38
3.2.1.2. Considerações sobre as acetogeninas ................................................................ 54
3.3. Propriedades biológicas e farmacológicas de compostos bioativos em anonáceas .... 57
3.4. A espécie Annona leptopetala (R.E.Fr.) H. Rainer............................................................ 67
3.5. Breve consideração sobre antioxidantes ............................................................................ 76
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ......................................................................................... 82
4.1. Suportes para cromatografia ................................................................................................ 82
4.2. Equipamentos ........................................................................................................................ 82
4.3. Material Botânico ................................................................................................................... 83
4.3.1. Coleta e identificação do material botânico ................................................................ 83
4.3.2. Processamento do material vegetal ............................................................................. 83
4.4. Obtenção dos extratos .......................................................................................................... 83
4.5. Prospecção fitoquímica ......................................................................................................... 85
4.6. Avaliação da atividade antioxidante in vitro ...................................................................... 85
4.6.1. Ensaio para avaliação da redução do radical DPPH ................................................. 85
4.6.2. Determinação da atividade antioxidante por meio do sistema de co-oxidação β-
caroteno/ácido linoleico. ........................................................................................................... 86
4.6.2.1. Estudo cinético da atividade antioxidante no sistema β-caroteno/ácido
linoleico ................................................................................................................................... 87
4.7. Determinação de fenóis totais (FT) ..................................................................................... 88
4.8. Determinação do teor de flavonoides totais (FVT) ............................................................ 90
4.9. Extração das bases (alcaloides) presentes nos extratos metanólicos (EM). ................ 91
4.10. Fracionamento do extrato hexânico das folhas (EHF) ................................................... 93
4.10.1. Estudo cromatográfico de G2 ..................................................................................... 94
4.11. Estudo fitoquímico da fase alcaloídica das folhas (FALCF) .......................................... 96
4.12. Ensaio para a atividade antibacteriana ............................................................................. 98
4.13. Avaliação da atividade citotóxica ....................................................................................... 99
4.13.1. Ensaio da atividade citotóxica in vitro pelo método do MTT .................................. 99
4.13.2. Ensaio de citotoxicidade frente a células da linhagem sarcoma S-180 .............. 101
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................ 104
5.1. Prospecção fitoquímica ....................................................................................................... 104
5.2. Isolamento e determinação estrutural dos compostos de A. leptopetala..................... 105
5.2.1. Identificação dos alcaloides presentes em ALC8 (ALC8-S1, ALC8-S2 e ALC8-S3).
................................................................................................................................................... 107
5.2.2. Determinação estrutural de ALC4 .............................................................................. 136
5.2.3. Determinação estrutural de SBFII-3........................................................................... 144
5.3. Ensaios de avaliação da atividade antioxidante in vitro. ................................................ 151
5.3.1 Ensaio para avaliação da redução do radical DPPH ................................................ 151
5.3.2 Inibição da oxidação acoplada ao sistema -caroteno/ácido linoleico ................... 155
5.4. Avaliação da atividade citotóxica in vitro de A. leptopetala pelo ensaio do MTT e do
MTS ............................................................................................................................................... 161
5.5. Ensaio da atividade antibacteriana.................................................................................... 167
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................... 174
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 177
APÊNDICE ....................................................................................................................................... 206
H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
7a
11
2 1 8

3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
3 14
4
H3CO 3a 13
5
2
H
1 H
6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
3 5
O 3 4
3a
2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
10
8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
11

8
OH 10
OH 10 8
9
9

OCH3

1. Introdução
20

1. INTRODUÇÃO

Os produtos naturais são utilizados pela humanidade desde os primórdios. A


busca por alívio e cura de doenças por meio da ingestão de ervas e folhas talvez
tenha sido uma das primeiras formas de utilização de produtos naturais (VIEGAS JR
et al., 2006).
Diversas publicações reafirmam a importância dos produtos naturais como fonte
de fármacos (COSTA-LOTUFO et al., 2010; SRIVASTAVA et al., 2005; OBERLIES
et al., 2004; FANG, LIANG, 2005), uma vez que a maioria deles, em uso clínico, ou
são de origem natural ou foram desenvolvidos por síntese química planejada a partir
de produtos naturais (BARREIRO et al., 2009). Concretamente, na área do câncer e
de doenças infecciosas se encontram mais de 60 e 75%, respectivamente, de
fármacos de origem natural (CABEDO et al., 2011).
Inúmeros são os exemplos de bioprodutos fornecidos pelos produtos naturais,
como Acheflan, anti-inflamatório de uso tópico obtido de Cordia verbenácea DC, o
diterpeno paclitaxel, de Taxus brevifolia Nutt., que é um medicamento utilizado no
tratamento de tumores sólidos; o anti-hipertensivo captopril, obtido do veneno da
jararaca (Bothrops jararaca); a camptotecina, alcaloide extraído de Camptotheca
acuminata Decne. que inspirou inúmeros derivados antineoplásicos, além das
estatinas, como a atorvastatina, que rendeu ao mercado farmacêutico, em 2008,
US$ 13,8 bilhões, dentre muito outros (BARREIRO et al., 2009).
Segundo estimativas da Conveção da Diversidade Biológica (CDB), o Brasil
hospeda entre 15 e 20% de toda a biodiversidade mundial, sendo considerada a
maior do planeta em número de espécies endêmicas (LEWINSOHN, PRADO, 2002).
Tal biodiversidade é considerada uma fonte de substâncias biologicamente ativas,
com enorme potencial como fonte de novos fármacos (BARREIRO, FRAGA, 2002).
As fontes naturais encontram-se disponíveis em abundância e correspondem às
melhores alternativas na obtenção de substâncias de interesse terapêutico (COSTA-
LOTUFO et al., 2010).
A natureza, de maneira geral, tem produzido grande parte das substâncias
orgânicas conhecidas, entretanto, o reino vegetal é o que mais tem contribuído para
o fornecimento de substâncias úteis ao tratamento de enfermidades que acometem
21

os seres humanos contando com ampla diversidade química registrada na literatura


(PHILLIPSON; ADERSON, 1989, VIEGAS JR et al., 2006). A fantástica variedade e
complexidade de metabólitos especiais biossintetizados pelas plantas teriam se
formado e evoluído como mecanismo de defesa desses vegetais às condições
ambientais ricas em microrganismos, insetos, animais e também às condições de
adaptação e regulação (VIEGAS JR et al., 2006). No auge desse processo evolutivo,
as angiospermas alcançaram, sem dúvida, um desenvolvimento ímpar, pela
ocorrência de micromoléculas distintas e complexas, com vários centros
estereogênicos; provavelmente, devido a essas características, sejam-lhes
atribuídas inúmeras finalidades alelopáticas e biológicas (ROSENTHAL,
BERENBAUM, 2012).
Entre as angiospermas, destaca-se a família Annonaceae, por apresentar
espécies muito conhecidas, tanto no aspecto econômico por proporcionarem frutos
comestíveis e óleos essenciais, como por seu uso medicinal tradicional, na forma de
pesticida e antiparasitário. As plantas pertencentes a esta família se caracterizam
por sua grande variedade de esqueletos químicos com múltiplas propriedades
farmacológicas. Dentre os metabólitos secundários ativos descritos neste táxon,
destacam-se as acetogeninas, estiril-lactonas, benzopiranos prenilados, alcaloides
isoquinolínicos, entre outros (CABEDO et al., 2011).
O estudo dos usos tradicionais de plantas e seus produtos na Região Nordeste
têm aumentado gradualmente nos últimos anos, evidenciado pelo número de
publicações nesta área (AGRA et al., 2008). Nessa região, o ecossistema principal é
o bioma Caatinga (AGRA et al., 2007), considerado uma vegetação altamente
ameaçada e uma fonte valiosa de recursos naturais pouco estudados (DE LIMA
ARAÚJO et al., 2007; DE ALBUQUERQUE et al., 2007).
Entre as espécies investigadas nativas deste bioma e com indicações de uso
terapêutico, destaca-se a espécie Annona leptopetala, apontada na medicina
tradicional para o tratamento de inflamações, tumores e como digestivo (AGRA et
al., 2007; DE ALBUQUERQUE et al., 2007).
Estudos prévios conduzidos com A. leptopetala (sinonímia: Rollinia leptopetala
R. E. Fr.) demonstraram seu potencial larvicida (FEITOSA et al., 2009), bem como
seu efeito modulador da resistência bacteriana ao norfloxacino, além de um
considerável efeito antitumoral in vivo (COSTA et al., 2008b, 2012a). Com relação
22

ao estudo fitoquímico, foram reportados o isolamento de alcaloides aporfínicos e


tetrahidroprotoberberínicos, além de acetogeninas e uma xantona (SETTE et al.,
2000a,b; ARRIAGA et al., 2008; COSTA et al., 2012a).
Considerando o relevante potencial químico e farmacológico apresentado por
várias espécies da família Annonaceae, a exemplo de A. leptopetala, e por ser essa
planta nativa da Caatinga, com indicações de uso terapêutico, esta espécie foi
selecionada para a condução de estudos químicos e biológicos, na busca por
constituintes bioativos e que pudessem comprovar seu uso terapêutico na medicina
tradicional. Além de contribuir para a quimiotaxonomia da família.
H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
7a
11
2 1 8

3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
3 14
4
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1 H
6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
3 5
O 3 4
3a
2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
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8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
11

8
OH 10
OH 10 8
9
9

OCH3

2. Objetivos
24

2. OBJETIVOS

2.1. Geral

 Investigar a composição química e as atividades antibacteriana e citotóxica da


espécie A. leptopetala.

2.2. Específicos

 Realizar o estudo fitoquímico das folhas e ramos de A. leptopetala;


 Avaliar o potencial antioxidante, antibacteriano e citotóxico dos extratos e
fases obtidas por partição;
 Isolar e identificar as substâncias presentes nos extratos ativos, através de
métodos cromatográficos, e espectroscópicos, como ressonância magnética
nuclear (RMN) de 1H e 13
C, utilizando técnicas uni e bidimensionais como
HSQC e HMBC.
 Quantificar o teor de fenóis e de flavonoides totais nos extratos brutos de A.
leptopetala.
H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
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3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
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1 H
6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
3 5
O 3 4
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2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
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8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
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8
OH 10
OH 10 8
9
9

OCH3

3. Fundamentação teórica
26

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Considerações sobre a família Annonaceae

A família Annonaceae pertence ao grupo das Eudicotiledôneas, clado das


magnolídeas, o qual é constituído por quatro ordens: Canallales, Laurales,
Magnoliales e Piperales, sendo a ordem Magnoliales representada pelas famílias
Annonaceae, Magnoliaceae e Myristicaceae. As anonáceas estão sistematicamente
inseridas na classe Magnoliopsida e subclasse Magnolidae (BARON, 2010).
A família Annonaceae apresenta distribuição pantropical, sendo a América
Central e a do Sul, a África e a Ásia os principais centros de diversidade desse
grupo (MAAS et al., 2011; CHATROU et al., 2012; CHATROU et al., 2004), conforme
indicado na Figura 1.

Figura 1: Distribuição geográfica de espécies da família Annonaceae no mundo.

Fonte: Missouri Botanical Garden, 2015.

Há, no Brasil, 29 gêneros e 392 espécies de Anonáceas (MAAS et al., 2015a),


distribuídas principalmente na Amazônia, mas também na Mata Atlântica e no
Cerrado. As Annonaceae estão classificadas em quatro subfamílias,
27

Anaxagoreoideae, Annonoideae, Ambavioideae e Malmeoideae. Anaxagoreoideae


inclui apenas o gênero Anaxagorea, com 14 espécies no Brasil. Ambavioideae é
composta por nove gêneros, mas apenas Tetrameranthus ocorre no Brasil, com três
espécies. Annonoideae é a maior subfamília, com 51 gêneros, dos quais 12 ocorrem
no Brasil. Estão aqui incluídos Annona, Duguetia, Guatteria e Xylopia, os gêneros
mais representativos da família na flora brasileira. Malmeoideae inclui principalmente
gêneros asiáticos, e apenas os representantes da tribo Malmeeae, com 13 gêneros,
ocorrem no Brasil (LOPES; MELLO-SILVA, 2014).
A Amazônia abriga três quartos da diversidade de Annonaceae, com 27 gêneros
e 280 espécies, e a Mata Atlântica, a maior parte restante: 15 gêneros e 91 espécies
(LOPES; MELLO-SILVA, 2014).
Destes, o gênero Annona é o de maior importância como fonte de frutos
comestíveis (BARON, 2010), seguido de Cananga (LUNA, 2006) e Duguetia
(MOSCA; CAVALCANTE; DANTAS, 2006).
Esta família caracteriza-se por apresentar, quase que exclusivamente, hábito
arborescente, arvoretas ou, raramente, na forma de lianas. Destaca-se por
apresentar fibras longas, tricomas e escamas estreladas (CÔRREA et al., 2007).
As flores podem ser isoladas ou reunidas em inflorescências, andrógenas, com
perianto diferenciado no cálice e corola, em geral são trímeras e carnosas, estames
numerosos e livres e distribuídos de forma espiralada (JOLY, 2002). As flores são de
tamanhos diversos e coloração variada, podendo ser esbranquiçada, amarelo-
creme, alaranjada, esverdeada e até cor-de-vinho. As flores emanam odores que, a
depender da espécie, simulam o odor de frutos maduros (RINALDI, 2007).
Os frutos podem ter aspectos apocárpicos ou sincárpicos, carnosos indeiscentes
ou deiscentes (JOLY, 2002).
As anonáceas têm sido alvo de pesquisas devido à sua ampla pluralidade
química, atribuída à produção de metabólitos secundários, tais como: alcaloides
(GUINAUDEAU et al., 1979; SCHIFF, 1991; PÉREZ; CASSELS, 2010; LÚCIO et al.,
2015), flavonoides (LEBOEUF et al., 1982; VEGA et al., 2007; FORMAGIO et al.,
2013; DOS REIS NUNES et al., 2012; KOTKAR et al, 2001), acetogeninas, inerentes
apenas a esta família (ALALI et al., 1999; BERMEJO et al., 2005; DOS SANTOS
LIMA et al., 2009; LE VEN et al., 2012) e terpenos (ANDRADE et al., 2003).
28

Embora menos frequentes compostos de outras classes têm sido reportados


nesta família, tais como, carboidratos, aminoácidos, lipídeos, proteínas, vitaminas,
carotenos, esteroides, poliacetilenos, catequinas, ácidos fenólicos, taninos,
compostos aromáticos, lactonas, saponinas, triterpenos, lignanas, xantonas dentre
outros (COSTA et al., 2011b, LUNA, 2006; WÉLÉ et al., 2005, 2005a, YANG et al.,
2004; AKENDENGHE et al., 2002; DIAZ et al., 1997).
Os óleos voláteis desta família são responsáveis por conferir o odor característico
a certas espécies, sendo bem explorados na perfumaria. Os constituintes destes
óleos são predominantemente mono e sesquiterpenos ou compostos aromáticos
(FOURNIER et al., 1999).
Dentre os mais de 200 compostos identificados nos óleos de espécies de
anonáceas, observou-se a predominância de certos constituintes, neste táxon, como
os monoterpenos  e -pineno, mirceno, linalol, 1,8-cineol, limoneno e os
sesquiterpenos (E)-cariofileno e óxido de cariofileno, além do aromático p-cimeno
(FOURNIER et al., 1999; EKUNDAIO et al., 1989). Certos constituintes minoritários,
no entanto, são mais abundantes em determinados gêneros (FOURNIER et al.,
1999).
Segundo Fournier et al. (1999), a depender do órgão vegetal de onde é extraído
o óleo, certos compostos são mais predominantes. Sendo assim, nos óleos obtidos
a partir de frutos e sementes houve uma prevalência de hidrocarbonetos
monoterpênicos, nas folhas, hidrocarbonetos sesquiterpênicos e a partir das cascas
e raízes, sesquiterpenos oxigenados.
Dentre os compostos aromáticos encontrados na família Annonaceae, pode-se
citar: etilbenzeno, 1-etil-2-metil-benzeno, trimetilbenzeno, metilbenzoato, acetato de
benzila, 2-feniletanol e 2-fenil-etilacetato (MARCHESE, 2009; JURGENS et al.,
2000). Nesse contexto, algumas espécies de Annona são aromáticas devido à
presença de óleos essenciais e seus compostos aromáticos, como os benzoatos
(DOS REIS NUNES et al., 2012).
Com base no conhecimento etnobotânico, várias espécies desta família são
empregadas na cura de certos males. Na tabela 1 são citadas algumas espécies e
sua indicação de uso.
29

Tabela 1 - Espécies da família Annonaceae com fins terapêuticos segundo a


etnobotânica.
Nome Científico/ Indicações Parte usada Preparo Referência
Nome Vulgar terapêuticas
Annona dioica a. Diarreia crônica a. sementes a Infuso (RODRIGUES;
St. Hil. b. Emoliente b. fruto b. Cataplasma CARVALHO, 2001)
(araticum) c. Reumatismo c. folhas c. Infuso ou
tisana
Annona sylvatica Baixar pressão Folhas - (VENDRUSCOLO;
(A.St.-Hil.) Martius MENTZ, 2006)
(coresma),
Annona crassiflora Diarreia crônica Sementes Decocto ou (RODRIGUES;
Mart.(marolo) infuso CARVALHO, 2001)
Duguetia furfuracea Reumatismo Ramos com Infuso ou tisana (RODRIGUES;
(St. Hil.) Benth. & Folhas CARVALHO, 2001)
Hook
(araticum-seco)
Xylopia aromatica a. digestivo a. frutos a. Decocto ou (RODRIGUES;
( Lam. ) Mart. b. anti- b. folhas e infuso CARVALHO, 2001,
(pimenta-de-macaco) inflamatório casca b. Infuso ou BLAIR et al., 1991,
c. antimalárico do caule tisana SUFFREDINI et al.,
d. carminativo, c. casca do 2007)
estimulante e caule
afrodisíaco
Annona muricata L. ameba, gripe, folha, casca vitaminas, (FREITAS et al.,
(graviola) hemorroidas, para sucos, chá 2012)
perder peso
doenças no
coração
Annona squamosa L. a. ameba, dor na a. folhas a. vitaminas, (FREITAS et al.,
(pinha/ata) coluna b. frutos sucos, chás 2012, DI STASI;
b. aftas, c. folhas b. suco HIRUMA-LIMA,
antitérmico, secas c. Infusão 2003)
diurético, insônias d. folhas d. Decocto
leves
c. Insônias
graves, dor de
cabeça e
emagrecedor
d. Parasiticida,
antirreumática e
antinevrálgica
Annona leptopetala digestivo - - (AGRA et al, 2007)
(Sin. R. leptopetala
(R.E. Fr.) H. Rainer
(ata-brava)
Annona sp (jaca de febre folhas - (NETO et al., 2014)
pobre)
Xylopia aethiopica Dor de cabeça e a. Sementes, - (IRVINE, 1961,
(Dunal) A. Rich neuralgia, extrato das BOYOM et al.,
tratamento de cascas 2003).
feridas; dores no
estômago,
bronquite e
disenteria.
Fonte: Autoria própria.
30

3.2. Considerações sobre o gênero Annona

O gênero Annona, da tribo Annoneae, possui cerca de 200 espécies nos trópicos
das Américas e na África (MAAS, 2009). Annona inclui agora as 44 espécies antes
classificadas no gênero Rollinia, aquelas com pétalas externas unidas, formando
uma estrutura como pás de hélice (RAINER, 2007).
No Brasil ocorrem 82 espécies encontradas na Caatinga, Cerrado, Mata
Amazônica, Mata Atlântica e Pantanal. Destas, 24 são endêmicas (MAAS et al.,
2015b).
Dentre as espécies do gênero, as mais cultivadas na região tropical, devido aos
seus frutos comestíveis, são: Annona squamosa (fruta-do-conde, ata ou pinha), A.
muricata (graviola), A. reticulata (condessa) e A. cherimola (cherimóia), todas essas
exóticas (MOSCA, CAVALCANTE, DANTAS, 2006). Essas espécies são
consideradas importantes devido ao seu valor comercial e suas propriedades
nutricionais, podendo ser consumidas tanto na forma in natura, como no preparo de
sucos e sorvetes (LORENZI, MATOS, 2002).
O gênero Annona tem sido largamente estudado devido à presença marcante de
certas classes de metabólitos, com propriedades terapêuticas bem consolidadas na
literatura. Dentre elas, destacam-se as acetogeninas, com potente ação citotóxica,
antineoplásica, antimicrobiana, antiparasitária, pesticida, imunossupressora e
antimalárica (GUINAUDEAU et al., 1988, CHEN et al., 2011, RINALDI, 2007,
BARRETO, 2014). Os alcaloides isoquinolínicos desempenham papel relevante no
gênero, sendo atribuídos a esses compostos efeitos farmacológicos tais como
antibacteriano, antifúngico, antiplaquetário, anti-inflamatório, gastroprotetor,
antiúlcera, ansiolítico e citotóxico, frente a diversas linhagens celulares cancerosas
como a de pulmão, cólon e leucemia, (GUINADEAU; LEBOEUF; CAVÉ, 1988, CHEN
et al., 2011, STÉVIGNY et al., 2005, CUSTÓDIO, 2014, SURESH, 2012, DE
SOUSA FALCÃO, 2008, YADAV, 2011, CHAVES, 2010, COSTA, 2013a, COSTA,
2010; COSTA, 2009a; TAN-LI, 2013; CUNHA et al., 2005; LÚCIO et al., 2015). O
gênero destaca-se também pela presença de diterpenos do tipo ent-cauranos,
esteroides, monoterpenos, sesquiterpenos, triterpenos, lactonas, flavonoides,
cetonas, além de vários estudos com óleos essenciais (DUTRA, 2014).
31

3.2.1. Constituintes químicos no gênero Annona

No gênero Annona foram encontrados constituintes com valor nutricional


relevante e de importância econômica como açúcares, proteínas, lipídeos, ácido
ascórbico, taninos, aminoácidos, pectinas, polifenóis, carotenoides e vitaminas do
complexo B (DI STASI, LIMA, 2003; LORENZI, MATOS, 2002).
Santos e Salatino (2000) isolaram e identificaram um total de 76 flavonas e,
flavonóis a partir das folhas de espécies de Annonaceae, sendo a maior parte,
glicosídeos. A classe de flavonoides predominante no gênero são os flavonóis
(ramnetina, quercetina, rutina, isoramnetina e canferol), sobressaindo-se os
derivados glicosilados de quercetina e canferol (3-O-glicosídeos) (SANTOS;
SALATINO, 2000, ARAÚJO, 2013; DOS REIS NUNES et al., 2012, VEGA et al.,
2007). Alguns deles encontram-se ilustrados na Tabela 2 e no Quadro 1.
32

Tabela 2 - Flavonoides de ocorrência no gênero Annona. Adaptado de Araújo (2013).

3'
4' R1
2'
R6
8 1'
R5 7 O 2 5'
6'
R2

6 3
R4 5 4 R3
OH O

Flavonoide R1 R2 R3 R4 R5 R6
Isoramnetina-3-O-galactosil galactosídeo OH OCH3 O-galactose-galactose H OH H
Isoramnetina-3-O-glicosídeo OH OCH3 O-glicose H OH H
Isoramnetina-3-O-ramnosil glicosídeo OH OCH3 O-ramnose-glicose H OH H
a
Canferol-3-O-(arabinose-glicose) H OH O-arabinose-glicose H OH H
Canferol-3-O-galactosídeo H OH O-galactose H OH H
Canferol-3-O-galactosil glicosídeo H OH O-galactose-glicose H OH H
Canferol-3-O-glicosídeo H OH O-glicose H OH H
Canferol-3-O-glicosil glicosídeo H OH O-glicose-glicose H OH H
Canferol-3-O-ramnosil glicosídeo H OH O-ramnose-glicose H OH H
Luteolina-7-O-glicosídeo OH OH H H O-glicose H
Quercetina-3-O-arabinosídeo OH OH O-arabinose H OH H
Quercetina-3-O-arabinosil arabinosídeo OH OH O-arabinose-arabinose H OH H
Quercetina-3-O-arabinosil galactosídeo OH OH O-arabinose-galactose H OH H

Quercetina-3-O-galactosídeo OH OH O-galactose H OH H
Quercetina-3-O-galactosil ramnosídeo OH OH O-galactose-ramnose H OH H
a
Posição relativa do açúcar não definida
33

Quadro 1 - Estruturas de alguns flavonoides presentes no gênero Annona.

Quercetina 3-O-ramnosídeo (quercitrina) - Canferol – A. dioica


A. warmingiana

Quercetina-3-O-glicosídeo - Quercetina 3-O-galactosídeo (hiperina) –


A. crassiflora A. crassiflora

OH
HO

O OH

O
HO O OH
O

HO
OH

Canferol-3-O-ramnosilglicosídeo - Quercetina 3-O-arabinosídeo (guaijaverina) –


A. tomentosa A. crassiflora
34

Alguns gêneros de Annonaceae são produtores de flavonoides relativamente


pouco polares e com um padrão incomum de substituição como, por exemplo, a
ausência de oxigenação no anel B, exemplificado na Figura 2 (SOARES et al., 2000;
HARBORNE,1994).
Uma estratégia metabólica de proteção do núcleo flavonoídico contra a
degradação oxidativa é a proteção das hidroxilas fenólicas (SOARES, 1996). Em
espécies de Annonaceae pode-se observar frequentemente a produção de
derivados no qual essa proteção é feita pela formação de éteres metílicos
(substituição do tipo O-metila) como é o caso das substâncias kanakugina e
kanakugiol (Figura 2) (SOARES et al., 2000).

Figura 2: Estrutura química dos flavonoides kanakugina e kanakugiol.

H3CO H3CO
B B
H3CO O H3CO OH
A C A C
H3CO H3CO
O O
H3CO HO

Kanakugina Kanakugiol

Outra relevante classe de metabólitos secundários isolados da família


Annonaceae é a dos terpenoides. Uma compilação realizada por Andrade et al.
(2003), revisou os terpenos isolados nesta família entre 1954 e 2001, indicando um
total de 518 terpenos identificados, distribuídos em 11 tipos de esqueletos
diferentes. A predominância de diterpenos do tipo caurano foi significativa, com 152
citações (LUNA, 2006). Assim como os alcaloides, os diterpenos são marcantes no
gênero Annona e podem ser considerados marcadores quimiotaxonômicos (DUTRA,
2014).
Muitos diterpenos são descritos em outros gêneros da família Annonaceae, tais
como Xylopia (SILVA et al., 2012; MOREIRA et al., 2007; ANDRADE et al, 2004;
35

MELO et al., 2001;), Polyalthia (SASHIDHARA et al., 2009; HAO et al., 1995), entre
outros, podendo ser considerados marcadores também na família (DUTRA, 2014).
Os diterpenos do tipo caurano são relatados em muitas espécies do gênero
Annona (LÓPEZ et al., 2002), tais como, A. reticulata L., A. senegalensis Pers. A.
amazonica R. E., Fries, A. glabra L., A. cherimola Mill. (ETSE et al., 1987; ESHIET
et al., 1971; FATOPE et al., 1996; CHANG et al., 1998; CHEN et al., 2004;
MIYASHITA et al., 2010), A. vepretorum (DUTRA et al., 2014a). Com base nesses
estudos fitoquímicos, observa-se uma predominância desses compostos nos frutos,
seguido pelas cascas e menos frequentemente nas folhas. Alguns desses
diterpenos encontram-se representados no Quadro 2.

Quadro 2 – Diterpenos ent –caurano presentes em espécies do gênero Annona.

H H
O

H OH
H OH

O
H
HO HO
H
HO

Annosquamosina C Annoglabasina E Ácido caurenóico

H OH H
OH
H
H
H
H H OH
H
H
H
H OH

Annoglabayina Cauranol Annosquamosina B

O O
H
O
H O
O H O
H OH H
H O

H H
O
O

Annomosina A Annoglabasina A
36

A composição química do óleo essencial de diferentes órgão vegetais de várias


espécies de Annona foi avaliada (COSTA et al., 2013a, COSTA et al., 2011;
SIQUEIRA et al., 2011; NKOUNKOU et al., 2010; FEITOSA et al., 2009; COSTA et
al., 2009; ANDRADE et al., 2007), constatando-se que na maior parte das espécies
analisadas, os sesquiterpenos são predominantes em relação aos monoterpenos
(OLIANE, 2012).
Dentre os constituintes terpênicos mais frequentes no gênero, destacam-se os
sesquiterpenos, -cadineno, -cadineno, -cadinol, E-cariofileno, óxido de
cariofileno, -elemeno, elemol, espatulenol, germacreno D e -humuleno,
representados na Figura 3 (COSTA et al., 2013a; COSTA et al., 2011; SIQUEIRA et
al., 2011; NKOUNKOU et al., 2010; FEITOSA et al., 2009; COSTA et al., 2009;
ANDRADE et al., 2007).
No levantamento realizado por Rabêlo et al. (2015a) sobre os óleos essenciais
de algumas espécies de Annona, também foi evidenciado que a constituição química
dos óleos é predominantemente de mono e sesquiterpenos. Esse estudo aponta
ainda como constituintes majoritários o -pineno, -pineno, mirceno, p-cimeno,
limoneno, linalol, 1,8-cineol, cariofileno e óxido de cariofileno (Figura 3).
37

Figura 3: Monoterpenos e sesquiterpenos isolados em espécies de Annona.

H
H
H H

H
H H
HO

-cadineno -cadineno -cadinol (E)-cariofileno

H
O
H

H H
H
HO H

OH

óxido de cariofileno -Elemeno elemol espatulenol

germacreno D -humuleno -pineno -pineno

HO

mirceno p-cimeno limoneno linalol

1,8-cineol
38

Vale salientar que dentre os compostos presentes nas espécies de Annona


estudadas, a presença de alguns deles foi marcante, como óxido de cariofileno e
(E)-cariofileno, sendo considerados marcadores quimiotaxonômicos. Da mesma
forma, o sesquiterpeno espatulenol foi considerado marcador na família Annonaceae
(COSTA et al., 2009).

3.2.1.1. Considerações sobre os alcaloides

Os alcaloides são compostos com ampla distribuição na natureza e representam


uma das classes mais generalizadas de compostos, dotados de propriedades
biológicas. São metabólitos secundários com nitrogênio heterocíclico, derivados de
aminoácidos ou por processo de transaminação, o que confere o caráter básico
(ANISZEWSKI, 2015). Estão presentes principalmente nas angiospermas, embora
essa distribuição não seja uniforme. Apesar dos alcaloides ocorrerem geralmente
em plantas, há registros do isolamento desses compostos em insetos, algas,
animais marinhos e terrestres, microrganismos e fungos (MANN, 1994). Podem ser
encontrados em várias partes do vegetal, apresentando como função na planta, a
proteção contra patógenos e herbívoros (HENRIQUES et al., 2004).
A caracterização do perfil fitoquímico da família Annonaceae demonstra a
prevalência de alcaloides do tipo isoquinolínicos, com predominância de aporfínicos
e oxoaporfínicos (LEBOEUF et al., 1982). Cerca de 934 alcaloides já foram
caracterizados em 254 espécies distribuídas em 59 gêneros dessa família
(CORDELL et al., 2001; LÚCIO et al., 2015; BARRETO et al., 2015). Esses
alcaloides são biossintetizados a partir do aminoácido aromático L-tirosina, o qual
deriva do ácido chiquímico como mostra a Figura 4. (HENRIQUES et al., 2004).

Figura 4: Núcleo básico de alcaloide isoquinolínico.

L-Tirosina Isoquinolina
39

No caso dos sistemas isoquinolínicos, a maior parte resulta da condensação de


dopamina com um aldeído (BENTLEY, 1998). A dopamina é obtida da hidroxilação e
descarboxilação da tirosina. O segundo intermediário p-hidroxifenilacetaldeído é
formado por transaminação, descarboxilação e hidroxilação da tirosina (DIAZ et al.,
2015). A condensação desses intermediários através de ciclizações via reação de
Mannich leva à formação do intermediário 1-benzil-tetrahidroisoquinolina, (S)-
norcoclaurina, que corresponde à unidade básica formadora de uma extensiva e
excepcional variedade de alcaloides (BENTLEY, 1998), que após uma sequência de
etapas (hidroxilação e metilação), resulta em (S)-reticulina, um intermediário
biossintético dos alcaloides isoquinolínicos (DIAZ et al., 2015), a partir do qual
resultam as séries dos alcaloides aporfínicos, tetrahidroprotoberberínicos e
protoberberínicos (BENTLEY et al., 1998). A Figura 5 detalha a rota biossintética a
partir de L-tirosina, para a formação da estrutura benziltetrahidroisoquinolínica e os
seus derivados, segundo Diaz et al. (2015).

Figura 5: Biossíntese de alcaloides isoquinolínicos a partir do precursor (S)-reticulina


(Fonte: Diaz et al., 2015).

tirosina
descarboxilase

norcoclaurina
Dopamina sintase

L-tirosina
transaminase,
descarboxilase (S)-norcoclaurina
4-hidroxifenil-
acetaldeído
norcoclaurina
6-O-metiltransferase

N-metilcoclaurina coclaurina
3’-hidroxilase N-metiltransferase

3’-hidroxi-N-metilcoclaurina
4’-O-metiltransferase

 Aporfínicos
 Tetrahidroprotoberberínicos
 Protoberberínicos

(S)-reticulina
40

Os alcaloides benziltetrahidroisoquinolínicos (BTIQ) são considerados


excelentes marcadores quimiossistemáticos para a famíla Annonaceae, visto que
sua ocorrência e distibuição é ampla e variada nos diferentes representantes dos
grupos vegetais (KAPLAN et al., 2015)
No gênero Annona, aporfinoides são considerados os representantes mais
significativos, seguido pelos benziltetrahidroisoquinolínicos e benzilisoquinolínicos,
proaporfínicos e fenantrênicos (KAPLAN et al., 2015), além de alcaloides não
isoquinolínicos, protoberberínicos, tetrahidroprotoberberínicos, dehidroaporfínicos,
aporfínicos 4 ou 7 substituídos e isoquinolínicos simples. Essa classes encontram-se
representadas no Quadro 3.

Quadro 3 - Núcleo de alcaloides presentes no gênero Annona.

R4
O

N N R6
NH
N N
R
R1
O R7
R

Aporfínico Oxoaporfínico Aporfínico 4 ou 7


Dehidroaporfínico substituído Aristololactama

+
N
N N
R

O
Tetrahidroprotoberberínico Protoberberínico Proaporfínico

N CH3
N R N
R

Fenantreno Benzilisoquinolínico
Benziltetrahidroisoquinolínico
41

Segundo Dutra (2014), os aporfinoides de maior ocorrência no gênero são os


aporfínicos asimilobina, anonaina, isoboldina, nornuciferina, norushinsunina e
oliveridina; os oxoaporfínicos liriodenina, lanuginosina, lisicamina e O-metil-
moscatolina e os fenantrenos argentinina e aterosperminina.
Os alcaloides aporfínicos representam uma importante classe de metabólitos
secundários ativos com significativas propriedades biológicas, exibindo potentes
efeitos citotóxicos, o que os tornam alvo de estudo para concepção de agentes anti-
câncer (STÉVIGNY et al., 2005).
Quimicamente falando, aporfínicos (stricto sensu) são bases tetracíclicas,
formadas pela ligação direta dos anéis aromáticos A e C, típicos do núcleo
benzilisoquinolínico. O sistema de numeração mais comum está representado na
Figura 6 (STÉVIGNY et al., 2005).

Figura 6: Representação do núcleo de alcaloide aporfínico.

3 4
2 5
3a
A 1b
B
1 1a N6
6a R
11a C 7
11 7a
10
D
8

O átomo de nitrogênio na posição 6 geralmente é terciário na forma de base,


mas também pode ser quaternário, menos frequentemente acetilado ou formilado. O
alcaloide é dito noraporfina, quando apresenta nitrogênio secundário (STÉVIGNY et
al., 2005).
Nas aporfinas naturais, as posições 1 e 2 são sempre substituídas por grupo
hidroxila, metóxi ou metilenodioxi. O núcleo tetracíclico pode ser substituído em
diferentes locais, nas posições 10 e 11 e menos frequentemente nas posições 3 e 8,
e em algun casos, a posição 7 (ou 4) é oxigenada. Os aporfínicos são opticamnete
ativos, apresentando uma configuração absoluta, que pode ser (S) ou (R), a
depender da estereoquímica de C6a (STÉVIGNY et al., 2005).
42

Aporfinoides englobam as aporfinas (1) e os alcaloides biogeneticamente


relacionados, tais como as proaporfinas (2) e derivados metabólicos, como os
oxoaporfínicos (3) e os fenantrenos (4). Formas diméricas e dehidroaporfínicos (5),
caracterizadas por uma insaturação adicional em C-6a, estão incluídos neste grupo
(STÉVIGNY et al., 2005), conforme ilustração do Quadro 4.

Quadro 4 - Exemplos de alguns aporfinoides.

O
N

O NH H
H3CO
H
HO

Anonaina (1) Glaziovina (2)

H3CO H3CO

N HO
H3CO

Lisicamina (3) Argentinina (4)

N
O H

OCH3

Dehidroxilopina (5)
43

Os aporfinoides exibem uma vasta gama de propriedades biológicas (RIOS et


al., 1989; RABÊLO, 2014a; LÚCIO et al., 2015). Alguns deles são bons agentes
dopaminérgicos e podem apresentar atividade sobre transmissões serotonérgica e
adrenérgica. Outros possuem efeito vasodilatador e antiagregante plaquetário.
Também são descritos na literatura, propriedades antioxidantes de aporfínicos
fenólicos e não-fenólicos, bem como atividades antimicrobianas, antivirais e
citotóxicas (STÉVIGNY et al., 2005). Na Tabela 3 estão relacionadas alguns
alcaloides isoquinolínicos, cuja atividade biológica e/ou farmacológica foram
comprovadas.
44

Tabela 3 - Propriedades biológicas e farmacológicas de alcaloides isoquinolínicos presentes em Annona.


Composto Fonte Atividade Referência

Estefolidina A. cherimola Bloqueador de recepto -adrenérgico; Cunha et al. (2005)


antipirético, hipotensivo, narcótico,
neuroprotetor, espasmolítico

Discretamina A. cherimola, A. leptopetala Antinociceptivo Simeon et al. (1990), Arriaga


et al. (2008)

Roemerina A. glabra, A. squamosa, A. senegalensis Antifúngico, adjuvante quimiopreventivo Udvardy et al. (2014);
Stévigny et al. (2005)

Laurotetanina A. cherimola Citotóxico Stévigny et al. (2005)


Nornuciferina A. pickelii, A. sericea, A. glabra, A. hayesii, Antinociceptivo, antioxidante, anti- Liu et al. (2014), Lúcio et al.
A. muricata Leishmania, antidepressor, citotóxico (2015), Moghadamtousi et al.
(2015), Stévigny et al. (2005)

O-metilmoscatolina A. ambotay, A. foetida Antimicrobiano, citotóxico, tripanocida, Costa et al. (2009), Lúcio et
leishmanicida al. (2015)

Coreximina A. montana, A. muricata, A. paludosa Antimicrobiano, leishmanicida Costa et al., (2010), Cunha et
al. (2005)
N-metil coridaldina A. squamosa Gastroprotetor Yadav et al. (2011)

(Continua)
45

Propriedades biológicas e farmacológicas de alcaloides isoquinolínicos presentes em Annona.


(Continuação)
Composto Fonte Atividade Referência

Isocoridina A. purpurea, A. squamosa Gastroprotetor, antiproliferativo, Yadav et al. (2011), Sun et al.
antiarrítmico, antimicrobiano, (2012), Rios et al. (1989)
antitussígeno, depressor do SNC,
hipotensor, parassimpático e
espasmódico.
O-metil armepavina A. squamosa Gastroprotetor Yadav et al. (2011),
Glaziovina A. purpurea, A. cherimola Antiúlcera, ansiolítico, antimicrobiano, Falcão et al. (2008), Rios et
citotóxico, antidepressivo, hipotensor, al. (1989)
psicotrópico, tranquilizante
Palmatina A. paludosa Anti-inflamatório, citotóxico Souto et al. (2011),
N-metil A. purperea Antiplaquetário Chaves et al. (2010)
laurotetanina
Lisicamina A. pickelii, A. acuminata, A. cherimola, A. Antimicrobiano, antioxidante Costa et al. (2010)
hayesii, a. purpurea, A. sericea
Liriodenina A. bullata, A. cacans, A. cherimola, A. analgésico, antibacteriano, antifúngico, Lúcio et al. (2015), Costa et
classiflora, A. cristalensis, A. dioica, A. antiplaquetário, antileishmanico, al. (2006), Rios et al. (1989),
foetida, A. glabra, A. hayesii, A. montana, A. antitumoral, antileucêmico, sedativo, Suresh et al. (2012a), Nordin
leptopetala hipotensor, estimulante respiratório, et al. (2015), Arriaga et al.
antimalárico, citotóxico, antiproliferativo (2008)
(Continua)
46

Propriedades biológicas e farmacológicas de alcaloides isoquinolínicos presentes em Annona. (Continuação)


Composto Fonte Atividade Referência

Corituberina A. cherimola Citotóxico, bloqueador muscular Sun et al. (2014), Rios et al.
(1989)
7-hidroxi- A. purpurea Antiplaquetário Chang et al. (1998a)
dehidrotalicsimidina
Talicsimidina A. purpurea Antiproliferativo Chang et al. (1998a)
Norpurpureina A. purpurea Antiproliferativo Chang et al. (1998a)
Lirinidina A. purpurea Antiproliferativo, antagonista de Chang et al. (1998a), Rios et
serotonina, espasmódico e hipotensor al. (1989)
N-metilasimilobina A. purpurea, A. cherimola Antiproliferativo Chang et al. (1998a)
Anonaina A. cherimola, a. bullata, A. classiflora, A. Antimicrobiano, anti-Plasmodium, Li et al. (2013), Rios et al.
glabra, A. hayesii, A. montana, A. muricata, antioxidante, anticâncer, vasorelaxante, (1989), Stévigny et al. (2005)
A. paludosa, A. purpurea, A. rugulosa, A. antidepressivo, hipotensor, citotóxico
salzmannii, A. senegalensis, A. spinoscens,
A. squamosa
Anolobina A. cherimola, A. glabra Antimicrobiano Rios et al. (1989)
Asimilobina A. cacans, A. montana, A. muricata, A. Antagonista de serotonina, Rios et al. (1989), Lin et al.
paludosa, A. pickelii, A. salzmannii, A. antimicrobiano, anti-helmíntico (2014)
classiflora, A. glabra, A. hayesii, A.
paludosa, A. reticulata, A. rugulosa
(Continua)
47

Propriedades biológicas e farmacológicas de alcaloides isoquinolínicos presentes em Annona.


(Continuação)
Composto Fonte Atividade Referência
Antialérgico, antiviral, inibidor de enzima Siqueira et al. (2010),
Boldina A. coriacea microssomal hepática, hipotensor, Stévigny et al. (2005),
sedativo , antioxidante, coletérico, anti- Custódio et al. (2014)
inflamatório, citotóxico
Coridina A. cherimola, A. reticulata, A. squamosa Antitumoral, antitussígeno ,a ndrnérgico, Rios et al. (1989)
antimicrobiano, bloqueador muscular,
hipotensor
Estefarina A. glabra, A. hayesii, A. spinscens, A. Serotoninérgico, parassimpaticolítico, Rios et al. (1989)
cherimola hipotensor, inibidor da
acetilcolinesterase
Glaucina A. squamosa Analgésico, adrenégico, anti-trombínico, Rios et al. (1989)
antitussígeno, anti-inflamatório,
hipotérmico, sedativo, eleva níveis de
dopamina, depressor do SNC,
espasmódico, parassimpaticomimético,
teratogênico
Isoboldina A. montana, A. salzmannii, A. glabra, A. Hipotensor, espasmódico, hipotérmico, Rios et al. (1989)
rugulosa, A. senegalensis, A. sericea, A. inseticida
cherimola
(Continua)
48

Propriedades biológicas e farmacológicas de alcaloides isoquinolínicos presentes em Annona.


(Continuação)
Composto Fonte Atividade Referência

Lanuginosina A. rugulosa, a. squamosa, A. cherimola Antimicrobiano e antileucêmico Rios et al. (1989)


N-metil A. glabra Antimicrobiano e citotóxico Rios et al. (1989)
lactinodafnina
Norcoridina A. muricata, A. reticulata, A. squamosa Hipotérmico, espasmódico, hipotensor Rios et al. (1989)
Nornantenina A. rugulosa, A. sericea Antimicrobiano Rios et al. (1989)
Nuciferina A. hayesii, A. cherimola Analgésico, anticonvulsivante, Rios et al. (1989)
antimicrobiano, anti-inflamatório,
antitetânico, antitussígeno, depressor do
SNC, sedativo, agonista dopaminérgico,
antagonista de serotonina
Oxopurpureína A. purpurea Citotóxico Lúcio et al. (2015)
Xilopina A. monstana, A. salzmannii, A. rugulosa, A. Antimicrobiano, antiparasitário, Rios et al. (1989), Lúcio et al.
cherimola, A. classiflora, A. reticulata, A. analgésico, espasmódico, sedativo (2015)
squamosa
Reticulina A. cherimola, A. classiflora, A. glabra, A. Vasorelaxante e depressor do SNC Rios et al. (1989), Lúcio et al.
montana, A. muricata, A. paludosa, A. (2015)
purpurea, A. reticulata, A. rugulosa, A.
salmannii, A. sericea, A. spinescens
Oxoglaucina A. glabra, a. purpurea Citotóxico e antimicrobiano Rios et al. (1989)
(Continua)
49

Propriedades biológicas e farmacológicas de alcaloides isoquinolínicos presentes em Annona.


(Conclusão)
Composto Fonte Atividade Referência

Tetrahidropalmatina A. paludosa, A. cherimola Analgésico, antibacteriano, inibidor de Cunha et al. (2005)


atividade antigênica, citotóxico, inibidor
de agregação palquetária, tóxico,
bloqueador andrenérgico,
antiesquémico, antimalárico, bloqueador
de canais de cálcio, efeito
cardiovascular, bloqueador do receptor
de dopamina, hipotensivo, mutagênico,
neuroexcitatório, espasmolítico
Norisocordina A. cherimola, A. rugulosa, A. Antinociceptivo e potente antioxidante Zhao et al. (2006), Costa et al,
squamosa, A. leptopetala (2012)
(-)-3-hidroxinornuciferina A. sericea, A. reticulata, A. leptopetala Tripanocida Mahiou et al. (1994), Lúcio et
al. (2015), Costa et al.,
(2012a)
Coripalmina A. cherimola, A. leptopetala Bloqueador do receptor de dopamina Cunha et al. (2005), Sette et
al. (2000a,b)
Fonte: Autora própria.
50

Na compilação realizada por Cunha e colaboradores (2005), sobre alcaloides


protoberberínicos, de 310 plantas estudadas, pertencentes a 13 famílias, um total de
138 alcaloides haviam sido descritos, contando com mais de 580 citações, entre
1986 e 2001. Nesse estudo, a família Annonaceae, com 30 gêneros investigados,
revelou 30 espécies produtoras dessa classe de alcaloides. O gênero Annona,
considerado o mais estudado, reportou quatro espécies contendo alcaloides
protoberberínicos, com oito citações.
Os protoberberínicos são compostos por um sistema de anel tetracíclico que se
baseia no sistema dibenzenoquinolizidina. Esses alcaloides tetracíclicos são
derivados de benzilisoquinolinas (CUNHA et al., 2005).
Este grupo de alcaloides consiste de uma série de variações no principal sistema
de anel tetracíclico. Com base na revisão de Cunha et al. (2005) e de Lúcio e
colaboradores (2015), quatro tipos de esqueletos protoberberínicos foram descritos
no gênero Annona, os quais estão representados na Figura 7.

Figura 7: Sumário de esqueletos protoberberínicos descritos no gênero Annona.

N
N

Tipo I Tipo II

+
N +
N

Tipo III Tipo IV

Os alcaloides protoberberínicos descritos no gênero Annona, com base no


levantamento realizado por Cunha et al. (2005) e Lúcio et al. (2015), bem como sua
propriedades biológicas estão detalhados na Tabela 4.
51

Tabela 4 - Alcaloides protoberberínicos presentes no gênero Annona e suas propriedades biológicas.


Alcaloide Atividade biológica Ocorrência Referência

H3CO
Anti-hipertensivo, estimulante respiratório A. montana, Lúcio et al. (2015),
N
HO A. paludosa, Cunha et al. (2005)
A. muricata
OCH3
Coreximina OH

H3CO
Bloqueador de receptor alfa-adrenérgico A. cherimolia Cunha et al. (2005)
N
HO Anti-isquemico, antipirético, bloqueador de canais de cálcio,
OCH3 cataléptico, inibidor da síntese de DNA, bloqueador de receptor de
dopamina, dopaminérgico, narcótico, neuroexcitatório,
OH
Estefolidina
neuroprotetor, tranquilizante, espasmolítico, hipotensivo

H3CO Anti-tripanossoma A. spinescens Lúcio et al. (2015),


Cunha et al. (2005)
N
HO

OH
Pessoína OH

(Continua)
52

Alcaloides protoberberínicos presentes no gênero Annona e suas propriedades biológicas.


(Continuação)
Alcaloide Atividade biológica Ocorrência Referência

H3CO
- A. spinescens Lúcio et al. (2015),
N
H3CO Cunha et al. (2005)

OH
Espinosina OH

H3CO
Antifúngico A. paludosa Cunha et al. (2005)
N
HO
OH

Escoulerina OCH3

Analgésico, antibacteriano, inibidor de ativação antigênica, A paludosa, Lúcio et al. (2015),


H3CO
citotóxico, inibidor de agregação plaquetária, tóxico, bloqueador - A. cherimolia Cunha et al. (2005)
N
H3CO adrenérgico, anti-isquêmico, antimalárico, bloqueador de canais
OCH3 de Ca2+, efeito cardiovascular, bloqueador do receptor de
dopamina, mutagênico, hipotensivo, neuroexcitatório,
Tetrahidropalmatina OCH3 espasmolítico

(Continua)
53

Alcaloides protoberberínicos presentes no gênero Annona e suas propriedades biológicas


(Conclusão)
Alcaloide Atividade biológica Ocorrência Referência

H3CO
- A. glabra Cunha et al. (2005)

N
H3CO
OCH3

Dehidrocoridalmina OH

H3CO Inibidor de acetilcolinesterase, bloqueador do receptor - A. paludosa Lúcio et al. (2015),

N
+ adrenérgico, analgésico, antiarrítmico, leishmanicida, antimalárico, Cunha et al. (2005)
H3CO
OCH3
antiespasmódico, antiespermatogênico, antitumoral, inibidor de
apoptose, inibidor de lipase, Inibidor de agregação plaquetária,
Palmatina OCH3
redutor de atividade locomotora, inibidor de síntese de dopamina,
inibidor de topoisomerase I

H3CO - A. paludosa Lúcio et al. (2015),


+
N
Cunha et al. (2005)
H3CO
OCH3

Dehidropalmatina OCH3

Fonte: Autoria própria.


54

Investigações farmacológicas prévias sobre os alcaloides protoberberínicos têm


apontado um número crescente e relevante de atividades biológicas atribuídas a
estes alcaloides como, antisséptica, antiparasitária, antitripanossoma, inseticida,
antifúngica, leishmanicida, antiaminésica, antineurotóxica, narcótica, antiarrítmica,
antiespasmódica, anti-hemorrágica, vaso relaxante, hipotensiva, hipoglicêmica,
antihipercolesterolêmica, anti-inflamatória, antigênica, antiproliferativa, antitumoral,
indutora de apoptose, antidiarreica, antiúlcera, dentre outras.

3.2.1.2. Considerações sobre as acetogeninas

A investigação do potencial antitumoral de espécies de anonáceas teve início


com o isolamento da primeira acetogenina citotóxica, a uvaricina, oriunda da espécie
Uvaria acuminata em 1982 (JOLAD et al., 1982). Desde então, mais de 500
acetogeninas de anonáceas foram caracterizadas a partir de 51 espécies em 13
gêneros (GONZÁLEZ–ESQUINCA et al., 2014; BARRETO et al., 2015).
No gênero Annona há relatos na literatura do isolamento de inúmeras
acetogeninas tetrahidrofurânicas com potencial anti-parasitário (LEBOEUF et al.,
1982; BERMEJO et al., 2005; RINALDI, 2007), além de outras com atividades
biológicas como, citotóxica, pesticida, vermicida, imunossupressora, antiemética,
inibidora do apetite, antimalárica e inibidoras de células resistente a múltiplos
fármacos (DERBRÉ et al., 2008; McLAUGHLIN, 2008; ALALI et al., 1999; GU et al.,
1995).
Este gênero é o que mais contribui em número de acetogeninas isoladas (289
acetogeninas em 20 espécies estudadas), correspondendo a aproximadamente 65%
daquelas descritas desde o relato da primeira, em 1982 (RUPPRECHT et al., 1990;
FANG et al., 1993; ZENG et al., 1996; CAVÉ et al., 1997; ALALI et al., 1999;
CORTES et al, 2005).
As acetogeninas de anonáceas constituem uma classe de produtos naturais
isolados exclusivamente da família Annonaceae. Elas se caracterizam
estruturalmente por ter um esqueleto de natureza alifática com 35 a 37 átomos de
carbono (C), com uma -lactona-4-metil terminal, geralmente ,-insaturada. Elas
são derivadas de ácidos graxos de cadeias longas (C32 a C34) ligadas
55

covalentemente a uma unidade de 2-propanol em C-2, formando uma -lactona com


substituinte metila (ALALI et al., 1999).
As acetogeninas de anonáceas podem ter ao longo da sua cadeia alquila, um,
dois, ou três anéis tetrahidrofurânicos, alguns substituintes oxigenados e em alguns
casos, insaturações e/ou epóxidos. As acetogeninas podem ser classificadas em
vários subgrupos: com anel mono-tetrahidrofurânico (THF) (1), com anéis bis-
tetrahidrofurânicos adjacentes (2), com anéis bis-(THF) não adjacentes (3), com
anéis THF e tetraidropirânicos (THP, 4) lineares (5), epóxidos (6) e com três anéis
(7), representados no Quadro 5 (CAVÉ et al., 1997; ALALI et al., 1999; WONGSA et
al., 2011; MELOT et al., 2009; BERMEJO et al., 2005).
56

Quadro 5 - Alguns subgrupos da classe das acetogeninas.

OH OH
H H O
O
OH OH OH O

(1)

OH O
H O

O H O
H
HO HO
HO

(2)

OH
O OH
O

O O
H O
OH

(3)

O
HO HH
H O
O
H O
OH OH

(4)

(5)

O
(6) O

O
O O
H H
OH
O O

(7)
57

As acetogeninas são conhecidas por serem potentes compostos citotóxicos. O


mecanismo de ação dessas substâncias foi investigado através de inúmeros
estudos, os quais demonstraram que elas inibem a adenina nicotinamida
dinucleotídeo, forma reduzida-NADH: ubiquinona oxirredutase do complexo I, que é
uma proteína da membrana ligada ao sistema de transporte de elétrons mitocondrial
e à membrana plasmática de células neoplásicas, responsável pela produção de
energia na célula. Portanto, sua inibição leva à depleção dos níveis de ATP,
reduzindo a proliferação celular, principalmente de células tumorais que precisam de
um elevado nível de energia metabólica e, consequentemente, induzem a apoptose.
Em concentrações nanomolares, as acetogeninas são consideradas as mais
potentes, dentre os diversos inibidores do complexo I, representando, assim, uma
interessante perspectiva para o desenvolvimento de uma nova geração de drogas
antitumorais (GONZÁLEZ et al., 1997; IGNEY et al., 2002; ALALI et al.,1999;
McLAUGHLIN, 2008).

3.3. Propriedades biológicas e farmacológicas de compostos bioativos em


anonáceas

Estudos com os extratos de várias partes de Annona reticulata têm exibido


efeitos como antihiperglicêmico (RAHMAN et al., 2011), citotóxico, inibidor da
caspase recombinate (MONDA et al., 2007), antinociceptivo (ISLAM et al., 2012),
analgésico e depressor do SNC (BHALKE et al., 2011.), anti-inflamatório (CHAVAN
et al., 2011), inibidor tumoral (SURESH et al., 2011) e antiproliferativo (SURESH et
al., 2012a). Estudos fitoquímicos desta espécie revelam a presença de dopamina,
salsolinol, coclaurina, sesquiterpenos e acetogeninas como os metabólitos bioativos,
comumente presentes nas folhas (OGUNWANDE et al., 2006).
Suresh et al. (2012) investigando o potencial antiproliferativo de A. reticulata,
revelou que os alcaloides aporfínicos liriodenina, norushinsunina, reticulina e a
acetogenina neoannonina, isoladas a partir das raízes, testados contra linhagens
tumorais humanas cervical (HeLa), carcinoma de pulmão (A 549), leucemia mieloide
crônica (K-562), adenocarcinoma mamário (MDA-MB) e células normais, exibiram
proeminente citotoxicidade concentração-dependente contra todas as linhagens
tumorais testadas, com destaque para neoannonina, com CI50 variando de 5,8-6,9
58

µg.mL-1. Simultaneamente, o efeito de todos os compostos nas células sadias, em


relação às tumorais, foi inferior.
Entre os alcaloides aporfínicos testados, a presença de um grupo hidroxila em C-
7, em norushisunina [1], pode estar relacionada à sua ação pronunciada, enquanto a
existência de duas hidroxilas adjacentes ao anel tetrahidrofurânico, no composto
neoannonina [2], pode ser responsável pela sua elevada atividade, como pode ser
visto na Figura 8. Assim o significativo efeito antiproliferativo dos compostos
testados em várias linhagens do câncer humano de pulmão, leucemia mieloide
crônica, cérvix e mama, associado também à sua baixa citotoxidade em células
sadias, torna A. reticulata e seus compostos isolados, candidatos a agentes
quimiopreventivos na terapia do câncer (SURESH et al., 2012).

Figura 8: Alcaloide norushinsunina e acetogenina neoannonina.

O
HO
O
O
NH O
O
H

OH O
H

HO
[1] [2]

Outro estudo com A. reticulata realizado por Jamkhande e colaboradores (2014),


revelou que o extrato metanólico das folhas apresentou elevado potencial
antimicrobiano contra várias linhagens de bactérias e fungos patógenos, além de
significante atividade antioxidante, sendo atribuído aos compostos fenólicos e
polifenóis o potente efeito inibidor. Essa atividade, no entanto, está condicionada à
concentração e à susceptibilidade do patógeno aos fitoquímicos presentes no
extrato. Bansal et al. (2013) também afirmam que compostos polifenólicos são
biologicamente ativos e possuem propriedades antimicrobianas.
Ye et al. (2013) revelam ainda que compostos que têm propriedades
antioxidantes podem apresentar atividade antimicrobiana adicional. Além disso,
Kannan et al. (2013) afirmam que os antioxidantes desempenham várias funções no
59

sistema biológico, que envolvem principalmente a proteção de lesão oxidativa e em


vias de sinalização celular.
Vários estudos prévios revelaram que a atividade antimicrobiana de muitos
extratos de plantas é devido à presença de alcaloides (SINGH et al., 2002),
saponinas (BARILE et al., 2007; AUGUSTIN et al., 2011) e flavonoides (CUSHNIE,
LAMB, 2005). Alguns flavonoides cuja ação antimicrobiana foi confirmada são
apigenina, naringina e naringenina, epigalocatequina galato e derivados, luteolina e
luteolina 7-glicosídeo, quercetina e seus derivados glicosilados, canferol e seus
derivados, flavonóis, flavonóis glicosilados, dentre outros (CUSHNIE; LAMB, 2005).
Entre os flavonoides bioativos citados, muitos são comuns entra as espécies do
gênero Annona, principalmente quercetina, kaempferol e seus respectivos derivados
glicosilados (DUTRA, 2014).
Estudos conduzidos com Guatteria hispida por Costa et al. (2010), avaliaram o
potencial antioxidante e antimicrobiano de alguns alcaloides, demostrando que
lisicamina, 9-metóxi-isomoscatolina, coreximina e isocoreximina, apresentaram
significante capacidade antioxidante. Os oxoaporfínicos O-metilmoscatolina,
lisicamina e liriodenina foram ativos contra S. epidermidis e C. dubliniensis. Fazendo
uma breve comparação entre os alcaloides oxoaporfínicos, percebe-se que o
composto lisicamina tem como diferencial a presença de hidrogênio em C-3, com
grupos metóxi em C-1 e C-2, podendo tal condição ser favorável tanto para a
atividade antioxidante como antimicrobiana (COSTA et al., 2010).
Com relação à capacidade antioxidante e antimicrobiana de Annona salzmannii,
foi verificado que o alcaloide aporfínico asimilobina apresentou maior atividade
antioxidante em relação aos alcaloides liriodenina, reticulina e cleistofolina, enquanto
que a anonaina foi considerada moderadamente ativa (COSTA et al., 2013).
As relações de estrutura e atividade estabelecidas por estes alcaloides levaram
às seguintes observações: foi proposto que a atividade da asimilobina pode estar
associada à presença de uma hidroxila em C-1, adjacente ao grupo metóxi no anel
A, enquanto que a anonaina exibe nas mesmas posições um grupo metilenodióxi,
conforme ilustrado na Figura 8. A presença dessa hidroxila fenólica pode estar
promovendo a capacidade antioxidante da molécula. Com relação ao ensaio
antimicrobiano, todos os alcaloides foram ativos frente aos microrganismos testados.
Os mais ativos foram liriodenina, anonaina e asimilobina. Anonaina foi mais ativa
60

que o controle cloranfenicol, enquanto a reticulina foi mais sensível contra as


linhagens de Candida (COSTA et al., 2013).

Figura 9: Alcaloides isoquinolínicos isolados de A. salzmannii.

Liriodenina Anonaina Asimilobina Reticulina Cleistofolina

Fonte: (COSTA et al., 2013)

Silva et al. (2009) mensuraram a atividade antioxidante do alcaloide


tetrahidroprotoberberínico discretamina, isolado de Xylopia langsdorfianna,
determinando uma porcentagem de atividade acima de 90% em todas as
concentrações testadas, comparável ao padrão ácido ascórbico e quercetina pelo
ensaio do sequestro do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil).
Em levantamento realizado por Tan-Li e colaboradores (2013) são citadas
diversas atividades biológicas para o alcaloide anonaina que são atividade inibidora
contra Bacillus cereus, Escherichia coli, Microccus sp, Staphylococcus aureus, ação
antifúngica contra Tricophyton rubrum, Microsporum gypseum, efeito anti-
Plasmodium contra linhagens de Plasmodium falciparum resistentes à cloroquina,
além de propriedades anticâncer, efeito citotóxico, antidrepessor, dentre outras.
Estudos químicos e farmacológicos têm revelado importantes atividades, tais
como antimicrobiano, antioxidante, antiprotozoários frente Leishmania sp, P.
falciparum e Trypanossoma cruzi, associados especialmente a alcaloides
isoquinolínicos e seus derivados (RABELO et al., 2014).
Rabelo et al. (2014) confirmou o potencial antimalárico de Guatteria citrioda,
atribuindo o efeito à presença de alcaloides protoberberínicos e derivados fenólicos
de alcaloides 7,7-dimetilaporfínicos e 7-hidróxi-7-metilaporfínico.
Estudos anteriores também relataram atividade anti-Plasmodium para os
alcaloides lisicamina, liriodenina e palmatina (GRAZIOSE et al., 2011; MARLEBO et
al., 2013).
61

Sener e colaboradores (2003) sugerem que o grupo metilenodioxi e o nitrogênio


terciário não metilado contribuem para a alta atividade dessa classe de alcaloides.
Outro grupo de estudo avaliando a atividade anti-Plasmodium de alguns grupos
de alcaloides, aponta que a presença do nitrogênio quaternário aumenta a atividade
dos protoberberínicos. No grupo dos aporfínicos, os autores sugerem que a função
amina secundária ou um substituinte fenólico garante maior efeito anti-Plasmodium
in vitro em relação às aminas terciárias e substituintes metoxilados, os quais foram
cerca de sete vezes menos ativos (WRIGHT et al., 2003).
Pesquisas têm constatado a resistência de bactérias Gram (-), como E. coli e
Pseudomonas aeruginosa, aos alcaloides isoquinolínicos, como O-metil-
moscatolina, lisicamina, isomoscatolina, isocoreximina e liriodenina (COSTA et al.,
2010, COSTA et al., 2011b, PÉREZ et al., 2004).
Na investigação da atividade antiproliferativa de Guatteria blepharophilla, Costa
e colaboradores (2011b) evidenciaram que o alcaloide oxaporfínico liriodenina
apresentou efeito superior à doxorrubicina, frente a células de mama (MCF-7),
sendo também ativo a isomoscatolina. O alcaloide lisicamina mostrou ser ativo
contra linhagem de células do pulmão (NCI H460). Os autores sugerem que um
substituinte metoxilado em C-3, reduz a atividade antiproliferativa, ou mesmo inativa,
mas um grupo OH em C-3 favorece a atividade, apontam também que os melhores
resultados foram obtidos para o grupo metilenodióxi ou grupos metóxi em C-1 e C-2.
Costa et al. (2006) reportaram a atividade leishmanicida dos alcaloides
annomontina e liriodenina isolados de A. foetida, contra formas promastigotas de L.
brazilienis.
Estudos fitoquímicos da espécie Guatteria friesiana levaram ao isolamento de
diversos alcaloides, destre eles, palmatina, que apresentou efeito citostático para
linhagens de mama (MC-7) e glioma (U251) com valores de CI50 abaixo de 25
g.mL-1 (COSTA et al., 2013c).
No estudo realizado por Yadav et al. (2011), os compostos isolados de A.
squamosa, (+)-O-metilarmepavina, N-metoxicoridaldina e isocoridina, revelaram
potencial antiúlcera.
Investigações recentes demonstraram que a isocoridina, não só inibe a
proliferação celular em linhagens celulares de hepatocarcinoma por indução da
suspensão da fase G2/M do ciclo celular e apoptose, como também tem como alvo o
62

lado da população celular resistente a medicamentos (ou células tronco


cancerosas), através de indução de apoptose relacionada à PDCD4. O que sugere
que a isocoridina é uma droga com potencial terapêutico, tendo como alvo linhagens
celulares de carcinoma hepatocelular (ZHONG et al., 2014). Estudos anteriores
desenvolvidos por Sun et al. (2012) e Lu et al. (2012) também confirmam o potencial
anticâncer da isocoridina.
O extrato acetato de etila do pericarpo de A. muricata apresentou atividade in
vivo contra as formas promastigotas de L. braziliensis e L. panamensis e também
contra a linhagem celular U937, mostrando-se mais ativo que a substância de
referência glucantima. O estudo químico posterior levou ao isolamento das
acetogeninas annonacina, annonina A e annomoricina A (PADMA et al., 1998).
O óleo essencial de G. friesiana mostrou elevado efeito antimicrobiano,
apresentando como constituintes majoritários o -eudesmol (51,6%), -eudesmol
(23,7%) e -eudesmol (14,5%) (COSTA et al., 2008a).
Os óleos essenciais de A. salzmannii e A. pickelli, cuja composição é
predominantemente de sesquiterpenos, revelaram potente efeito tripanocida e
antitumoral. Na análise antitumoral, o óleo de A. salzmanni mostrou ser o mais
potente, com CI50 abaixo de 50 g.mL-1 frente a linhagens de células tumorais de
melanoma (UACC-62), glioma (U251), mama (MCF-7), pulmão (NCI 460) e cólon
(HT), enquanto para o óleo essencial de A. pickelli foram as linhagens (U251) e de
rim (786-0). Outro estudos com os óleos essenciais destas espécies revelaram seu
potencial antimicrobiano e antioxidante (COSTA et al., 2011).
Chavan e colaboradores (2010) atribuíram o efeito analgésico e anti-inflamatório
do extrato de éter de petróleo das cascas de A. squamosa ao sesquiterpeno óxido
de cariofileno.
O composto cariofileno, muito presente nos óleos essenciais de várias plantas,
assim como em espécies de Annona, é considerado um fitocanabinoide (RUSSO et
al., 2011), apresentando aplicações em dermatites de contato (KARSAK et al.,
2007). Trabalhos subsequentes demonstram que este componente na dieta produz
efeitos anti-inflamatório e analgésico (GERTSCH et al, 2008) e apresenta efeito
citoprotetor gástrico (TAMBE et al., 1996).
63

Estudos com a espécie A. senegalenis indicaram que esta apresenta atividade


antibiótica, anti-helmítica e antitumoral, devido à presença de diterpenos do tipo ent-
cauranos, principalmente referente ao ácido caurenoico (ALAWA et al., 2003).
O ácido caurenoico tem ampla ocorrência no gênero Annona (DUTRA, 2014).
Este composto tem despertado interesse devido ao vasto número de propriedades
biológicas conferidas a ele, que são citotóxica, hemolítica, embriotóxica (COSTA-
LOTUFO, et al., 2008; CHAVEZ et al. 1997; ZHANG et al., 2004; DAVINO et al.,
1989; PERUZZO et al., 1986), inibidor da replicação do HIV em linfócitos (CHANG
et al., 1998), antiproliferativo (ZHOU et al., 2013), entre outros efeitos.
Zhang e colaboradores (2004) atribuíram o efeito inibitório sobre células tumorais
aos compostos ácido caurenoico e ácido ent-cauran-19-al-17-oico, isolados de A.
glabra. Outro estudo com o extrato das sementes desta mesma espécie, constatou
sua potente atividade larvicida, com valor de CI50 de 0,06 g.mL-1 (OMENA et al.,
2007).
Dutra et al. (2014a) reportam o isolamento de diversos diterpernos com
esqueleto ent-caurano, bem como avaliam potencial citotóxico desses compostos
frente a células tumorais de melanoma (B16-F10), carcinoma hepatocelular (HEP
G2), leucemia mielóide crônica (K 562), leucemia promielocítica (HL-60) e linhagem
de células normais. Entre eles o ent-3-hidroxi-caur-16-em-19-al foi o composto que
apresentou pronunciada atividade citotóxico sobre a linhagem celular K562 (CI50 de
2,49 g.mL-1).
Inúmeras são as propriedades farmacológicas reportadas na literatura para A.
squamosa, dentre elas, antidiabética, hipoglicemiante, antitumoral, pesticida,
antiparasitária, analgésica, anti-inflamatória, hepatoprotetora, entre outras (GUPTA
et al., 2005; PANDEY, BARVE, 2011).
Plantas da família Annonaceae apresentam em sua composição diversas
substâncias com potencial inseticida, dentre elas destacam-se as acetogeninas, por
apresentarem bioatividade contra diversas espécies de insetos (ALALI et al., 1999).
Na literatura são reportadas 42 espécies de Annonaceae com potencial
inseticida, distribuídas em 14 gêneros (Annona, Duguetia, Rollinia, Asimina, Xylopia,
Cardiopetalum, Dennettia, Guatteria, Monodora, Artabotrys, Mkilua, Oxandra,
Polyalthia e Unonopsis). Com destaque das espécies Annona muricata Linnaeus
(graviola) e Annona squamosa Linnaeus (fruta-do-conde, pinha), por serem
64

atualmente as espécies mais utilizadas para estudos de potencial inseticida


(KRINSKI et al.2014).
Estudos desenvolvidos por Cantrell et al. (2005) na busca por agentes com ação
repelente e inseticida, verificaram a atividade repelente de alguns terpenos, dentre
eles, o espatulenol, que exibibiu significativa ação repelente contra os mosquitos A.
aegypti e Anopheles stephensis. Também são mencionadas na literatura outras
propriedades farmacológicas para o referido composto, que são antiúlcera, anti-
inflamatória e antiespasmódica (PEREZ-HERNADEZ et al., 2008)
Feitosa e colaboradores investigando a espécie A. leptopetala (Sinonímia: R.
leptopetala) verificaram o efeito inseticida do extrato metanólico das raízes, dos
óleos essenciais das folhas e galhos e do alcaloide liriodenina. Tanto o extrato
metanólico como os óleos foram considerados ativos com Cl 50 de 64,6 e 34,7 ppm,
respectivamente. O alcaloide liriodenina por sua vez, apresentou uma significativa
atividade larvicida, com Cl50 de 3,6 ppm. Tendo em vista esses resultados, os
autores sugerem que esta espécie tem grande potencial como fonte de inseticidas
naturais.
Huang e Wang (2004) e Novoa et al. (2011) avaliaram o potencial antioxidante
de diversos extratos lipofílicos pelo método de peroxidação lipídica através do
sistema -caroteno/ácido linoleico, sendo constatado que os ácidos graxos
insaturados (AGI) eram os principais compostos que contribuíam com a atividade
antioxidante dos extratos.
A avaliação da atividade antioxidante do extrato lipofílico das sementes de A.
crassiflora foi mensurada pelo sequestro do radical DPPH. Também foi quantificado
o teor de fitoesteróis, tocoferol, carotenoides e ácidos graxos presentes no extrato,
estabelecendo-se uma correlação entre essas classes com o efeito antiradicalar.
Demonstrou-se, dessa forma, que a capacidade sequestrante do extrato estava
diretamente relacionada à presença de fitoesteróis, enquanto que a baixa eficiência
antiradicalar foi atribuída principalmente aos ácidos graxos presentes no mesmo
(LUZIA, JORGE et al., 2013).
Lima et al. (2012) descrevem pela primeira vez na literatura o efeito citotóxico de
ésteres metílicos de ácidos graxos sobre linhagens de células tumorais humanas.
Foi confirmado o efeito citotóxico nas três linhagens celulares testadas: melanoma
(UACC-62), carcinoma renal (TK-10) e câncer de mama (MCF-7). Além disso, os
65

ésteres exibiram potente efeito antiradicalar na presença do radical livre DPPH. As


sementes de A. cornifolia mostraram ser ricas em ácidos graxos insaturados
(71,4%). Chaboune et al. (2006) também constataram que os ésteres metílicos de
ácidos graxos apresentaram citotoxicidade superior a das acetogeninas em células
tumorais de mama.
Um vasto estudo conduzido por McLaughlin (2008), com a caracterização de
mais de 150 acetogeninas, revelou que esses compostos são potentes inibidores do
complexo I da cadeia respiratória mitocondrial, bem como da produção de adenosina
trifosfato (ATP) citoplasmática (anaeróbica). A poderosa atividade antitumoral in vivo,
citotóxica, pesticida, antimalárica, anti-helmíntica, antiviral e efeitos antimicrobianos,
indicou uma ampla gama de aplicações potencialmente úteis para essa classe de
compostos.
Luna-Cazáres e colaboradores (2011) investigaram o efeito de rolliniastatina-2,
obtida de A. diversifolia, sobre bactérias Gram (+), Bacillus subtilis, S. aureus e S.
epidermidis, neste estudo foi constatado que a atividade desse composto foi maior
nas menores concentrações, independente do tempo de exposição e que com um
inóculo e concentrações mais baixas ocorreu o retardo do início da fase logarítmica
de crescimento bacteriano, estes resultados sugerem que a parede celular das
bactérias ensaiadas funciona com barreira para entrada de acetogeninas.
Lima et al. (2010) avaliaram pela primeira vez a atividade antioxidante de
acetogeninas. Nesse estudo, as acetogeninas 9-hidroxi-folianina, folianina A e B, 4-
desoxi-longimicina, squamocina M e L e annofolina, obtidas a partir da fração
hexânica das sementes e isolongimicina B, cornifolina, bulatacina, asimicina e
annotacina, oriundas da fração clorofórmica, foram avaliadas pelo ensaio de captura
de radicais livres DPPH, fazendo uso dos padrões BHT, ácido ascórbico e
butenolídeo. Os valores de CI50 para esses compostos variaram de 0,99 a 1,95
µg.mL-1. Observou-se para esses compostos um efeito anti-radicalar superior ao
BHT, e comparáveis ao ácido ascórbico (AA) e ao butenolídeo, embora menos
concentração-dependentes. Com isto, pôde-se inferir que o efeito anti-radicalar das
acetogeninas frente ao radical DPPH, pode ser atribuído à posição do anel lactônico
,-insaturado, por esta porção ser comum ao AA e ao butenolídeo, representados
na Figura 10.
66

Figura 10: Estrutura do padrão ácido ascórbico e butenolídeo.

Ácido ascórbico (AA) Butenolídeo

O mecanismo de ação antioxidante proposto para AA estabelece uma reação da


base conjugada AH- (forma sob a qual a estrutura do eno-diol AA existe, em pH
fisiológico), doando um elétron para estabilizar o radical livre, convertendo-se em
• • • •-
radical ascarbonila, AH (AH- + X  AH + X-). Este radical se desprotona em A ,
que é altamente estabilizado, devido à deslocalização eletrônica (WAGNER et al.,
2008). No entanto, o mecanismo de ação in vitro de AA deve ser mais parecido com
da peroxidação lipídica, em que hidrogênios alílicos estão envolvidos. Acetogeninas
deverão atuar da mesma maneira, uma vez que elas também possuem hidrogênios
alílicos, bem como a estabilização via deslocamento eletrônico no anel lactônico ,-
insaturado (LIMA et al., 2010).
Uma evidência em parte, para apoiar estas observações, é a ascorbigena,
mostrada na Figura 11, que ocorre naturalmente nas espécies do gênero Brassica, e
contém grupos hidroxila ligados a um anel lactona saturado. Este composto exibiu
baixíssima atividade sequestrante de radicais livres DPPH (WAGNER et al., 2008).

Figura 11: Estrutura da ascorbigena.


H
HO O O

OH
O
OH

N
H
67

São reportados entre as espécies de anonáceas, compostos de ampla


ocorrência e que apresentam diversas bioatividades, tais como o esteroide -
sitosterol isolado de várias espécies de Annona, como A. muricata (RAGASA et al.,
2013), A. pickelii (DUTRA et al., 2012), A. salzmannii (DA CRUZ et al., 2011), A.
amazonica (PINHEIRO et al., 2009), A. glabra (HSIEH et al., 2004), dentre outras, o
qual demonstrou inibir a proliferação e induzir a apoptose de tumores sólidos
humanos de cólon e mama (PARK et al., 2007).
Outros compostos como o esteroide -sitostenona, que exibiu significante efeito
hipoglicêmico (ALEXANDER-LINDO et al., 2007), antiarrítmico (HOTTA et al., 2003)
e antitubercular (SALUDES et al., 2002), além dos triterpenos, -amirina e -amirina,
mencionados na literatura por sua propriedade anti-inflamatória (RECIO et al., 1995;
MEDEIROS et al., 2007) e analgésica (OTUKI et al., 2005; SOLDI et al., 2008), e o
esqualeno que exibiu efeito cardioprotetor, relacionado a suas propriedades
antioxidantes e hipolipemiantes (FARVIN et al., 2006), foram isolados dos frutos de
A. squamosa (RAGASA et al., 2013).
Outro esteroide bastante comum entre as espécies de anonáceas, bem como de
outras famílias, o estigmasterol, exibiu propriedades anti-inflamatória, anti-catabólica
e potencial efeito antiosteoartrítico (GABAY et al., 2010); exibe também
propriedades hipoglicêmica, inibidor da tireóide, antioxidante (antiperoxidativa),
atuando sobre a diminuição da peroxidação lipídica hepática, com efeito pró-
oxidante em altas concentrações (PANDA et al., 2009). Este composto também
diminui os níveis de colesterol no plasma, bem como inibe a absorção de colesterol
intestinal, tem a capacidade de suprimir a síntese de colesterol hepático e de sais
biliares (BATTA et al., 2006). Assim como outros fitosteróis, estigmasterol exibe
propriedades antitumorais (GHOSH et al., 2011).

3.4. A espécie Annona leptopetala (R.E.Fr.) H. Rainer

A espécie até recentemente classificada como Rollinia leptopetala R. E. Fries,


após inclusão do gênero Rollinia ao gênero Annona, passa a ser denominada
Annona leptopetala (R.E.Fr.) H. Rainer (RAINER, 2007).
68

Trata-se de uma planta de origem nativa, endêmica do Brasil, que ocorre na


forma de arbustos ou árvores de 2 a 9 m de altura, folhas elípticas a ovais,
densamente recobertas por pilosidade na face inferior. Frutos apocárpicos (15 a 20
carpelos) amarelos, laranja ou vermelhos. Flores vermelhas, característica inerente
apenas a esta espécie (MAAS et al., 2001) (Figura 12). Floração e frutificação de
novembro a abril (MAAS et al., 1992). Ocorre em floresta e nanofloresta
semidecíduas superomontanas, floresta decídua (mata seca), savana florestada
(cerradão) (OLIVEIRA-FILHO et al., 2008). A espécie é registrada também em
ambientes de Caatinga a 1.000 m de altura (MAAS et al., 1992), e ocorre nos
estados da Bahia, Piauí, Ceará, Pernambuco e Minas Gerais (MAAS, 2015),
destacados na Figura 12.

Figura 12: Representação gráfica da espécie A. leptopetala: a) flor, b) frutos, c)


folhas, d) parte aérea.
folhas, d) parte aérea.

(a) (b)

Photo: Katarina Pinheiro

(d) (c)

Fonte: (a) Katarina Pinheiro; (b) Marcondes Oliveira (2010); (c) J.A. Siqueira Filho
(2011); (d) F.F.S. Silva (2011).
69
Figura 13: Mapa de distribuição geográfica da espécie A. leptopetala.

(Fonte: CNCFLORA) Centro Nacional de Conservação da Flora (2015).

Esta espécie é conhecida popularmente como "ata-brava", "banana-de-macaco",


"bananinha", "bananinha-de-macaco", "bananinha-de-quemquem", "fruta-de-
macaco", "pereiro" (MAAS et al., 1992).
Na medicina tradicional o decocto das cascas do caule de A. leptopetala é
empregado como digestivo, no tratamento de tumores e inflamações (AGRA et al.,
2007). Segundo Feitosa et al. (2009) essa planta, quando ingerida por animais,
demonstra elevada toxicidade.
Estudos prévios com esta espécie, conduzidos por Feitosa et al. (2009),
descreveram a composição química dos óleos essenciais obtidos das folhas e do
caule, bem como avaliaram a atividade larvicida dos óleos essenciais, do extrato
metanólico e do alcaloide liriodenina, ambos oriundos das raízes, contra larvas de
70

terceiro estágio de Aedes aegypti. Com isso, foi constatada a atividade do extrato
metanólico das folhas, com CL50 de 64,6 ppm e o elevado efeito de liriodenina, com
CL50 de 3,6 ppm. Os óleos essenciais também foram ativos, cujos valores de CL50
foram 104,7 e 34,7 ppm, respectivamente. Os autores ressaltaram que o óleo
essencial do caule, o qual foi mais efetivo, apresentava em sua composição a
prevalência de sesquiterpenos oxigenados, tendo como constituinte majoritário o
espatulenol (1) com teor de 63,9%. Consideram ainda, que esta espécie é uma fonte
potencial de larvicidas naturais.
Foi verificado que a composição química dos óleos essenciais das folhas, nos
estudos desenvolvidos por Costa et al. (2008b) e Feitosa et al. (2009), apresentaram
variação quali e quantitativa, enquanto no primeiro estudo, os contituítes majoritários
foram o biciclogermacreno (2), seguido pelo cis-4-tujanol (3), -terpineol (4) e
germacreno D (5), no segundo trabalho, constataram linalol (6) e 1,8-cineol (7),
como constituintes majoritários (DIAS et al., 2015).
Em outro estudo com as casca de A. leptopetala, Arriaga et al. (2008) relataram
a caracterização de alcaloides tetrahidroprotoberberínicos e aporfínicos,
correspondentes a dehidrodiscretamina (8), discretamina (9), liriodenina (10), das
acetogeninas, molvizarina (11), rolliniastatina-1 (12), annonacina (13), bullatacina
(14) e da liquexantona (15). Nesse estudo também foi avaliado o efeito larvicida do
extrato diclorometânico, que apresentou CL50 de 1,44 ppm, sendo esta atividade
atribuída à presença de acetogeninas no extrato.
Os alcaloides tetrahidrojatrorrizina (coripalmina, 16), anonaina (17), discretamina
e roemerina (18) isolados do caule de A. leptopetala, com exceção de
tetrahidrojatrorrizina, previamente caracterizada nesta planta por Sette et al. (2000b),
foram descritos pela primeira vez nesta espécie por Sette et al. (2000a).
A partir do óleo essencial obtido das folhas de A. leptopetala, Costa et al.
(2008b) avaliaram a ação moduladora do mesmo, frente a linhagens de
Staphylococcus aureus potadores de bomba de efluxo, resistentes ao norfloxacino.
Foi então constatada a ação moduladora do óleo, tendo em vista a redução
significativa da concentração inibitória mínima da droga de referência. Esse efeito
pode, segundo os autores, estar relacionado à inibição de bomba de efluxo.
A continuidade dos estudos desta espécie por Costa et al. (2012a), resultaram
na caracterização de um derivado cafeico, cafeato de -terpineol (19), três
71

ssquiterpenos espatulenol, -cariofileno (20), 4,10-aromadendrano-diol (21) e dois


alcaloides, (-)-3-hidroxi-nornuciferina (22) e (+) norisocoridina (23), a partir das
folhas. O mesmo grupo também avaliou o efeito antitumoral in vitro e in vivo do
extrato etanólico das folhas em células e em tumor sólido de sarcoma-180,
respectivamente. Os resultados indicaram que apesar do extrato não apresentar
atividade antitumoral in vitro sobre a linhagem celular testada, um significativo efeito
in vivo foi observado, através da redução no tamanho do tumor sólido,
possivelmente devido à ativação metabólica, por via enzimática. O estudo ressalta
ainda que compostos presente em A. leptopetala podem necessitar de ativação
enzimática, para apresentarem efeito.
As estruturas dos compostos identificados nesta nesta espécie estão
representadas no Quadro 6.
72

Quadro 6 - Compostos isolados de A. leptopetala.

H
H H OH
HO H
(3) OH
(2)
(1)
(4)
HO
+
O N
H3CO
OCH3

OH (7)
(5) OH
(6) (8)

H3CO O

N O N
HO
H
OH
O

OCH3
(9)
(10)

HO
O O O
OH HO
O
(11)
O
HO
O O HH O
H H
OH HO

(12)

O OH OH
H H
O
O
OH OH

(13)
73

Quadro 6 - Compostos identificados em A. leptopetala.


Continuação...

O OH

OH

O H3CO O OCH3
O
(15)
O
HO O

HO

(14)
HO
O O
N
H3CO NH N
O O
OCH3 H

OCH3

(16) (17) (18)

O OH
H
H
O

HO
H H
HO OH
(19)
(20) (21)

OH
H3CO H3CO

NH NH
H3CO H3CO
H H
HO

H3CO
(22) (23)
74

Dentre os compostos anteriormente isolados desta espécie, destacam-se as


acetogeninas, rolliniastatina-1, acetogenina bis-tetrahidrofurânica (bis THF), com
comprovada ação leishmanicida (RAYNAUD-LE GRANDIC et al., 2004) e citotóxica
(RUPPRECHT et al., 1990), antiproliferativo contra células SW 480 (câncer de cólon
humano), com CI50 de 0,7.10-7 µM e efeito citotóxico sobre células Hep-G2 (DE
PEDRO et al., 2013), bullatacina com ação citotóxica sobre células de leucemia (50
µg.kg-1) (RUPPRECHT et al., 1990), além de potente efeito antitumoral frente a
células de hepatocarcinoma humano (CHIH et al, 2001; CHIU et al., 2003),
annonacina com efeito neurotóxico, moluscicida (MOGHADAMTOUSI et al., 2015) e
inibidor do complexo I mitocondrial (BARRETO, 2014).
Entre os compostos isolados desta espécie, os alcaloides são apontados por sua
ação farmacológica relevante, como anonaina com ação anticâncer e efeitos
citotóxicos em diferentes linhagens celulares de câncer, incluindo HeLa (câncer
cervical humano), HepG2 (carcinoma de fígado humano), hepatócitos de ratos e
H1299 (câncer de pulmão humano) (CHEN et al., 2011; MOHAMED et al., 2010;
CHEN et al., 2008), efeito vasorelaxante (VALIENTE et al., 2004), antioxidante
(UBEDA et al., 1993; MARTÍNEZ et al., 1992), atuação sobre o SNC (MARTÍNEZ-
VÁZQUEZ et al., 2012) e efeito antiparasitário e antimicrobiano (PAULO et al., 1992;
TSAI et al., 1989; COSTA et al., 2013; LI et al., 2013).
Destacando-se também a liriodenina com uma ampla gama de atividades tais
como ação antibacteriana (HUFFORD et al., 1975, 1980; VILLAR et al., 1987;
RAHMAN et al., 2005; WIRASATHIEN et al., 2006), antifúngica (HUFFORD et
al,1980; RAHMAN et al., 2005), ação sobre fitopatógenos (Cruz-Chacón et al. 2011),
efeito antiprotozoário (WAECHTER et al., 1999; WIRASATHIEN et al., 2006)
citotóxico (SIQUEIRA et al., 1998, CHANG et al., 2004, WIRASATHIEN et al., 2006)
e efeito antiproliferativo frente a diversas linhagens de células de câncer, com baixa
toxicidade em relação a células sadias, o que viabiliza seu uso como agente
quimiopreventivo na terapia do câncer Suresh et al. (2012a).
Outro alcaloide relatado nesta espécie com promissora atividade antibacteriana
foi a roemerina, mostrando-se efetivo contra cepas de Staphylococcus aureus in
vitro e in vivo contra S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) (YIN et al., 2015),
além de propriedades antifúngica, antibacteriana (UDVARDY et al., 2014) e
adjuvante quimiopreventivo (STÉVIGNY et al., 2005).
75

O alcaloide (-)-3-hidroxi-nornuciferina também caracterizado na espécie A.


leptopetala, demonstrou atividade tripanocida (MAHIOU et al., 1994), enquanto que
para discretamina são citadas as seguintes atividades: antinocipetiva (ALMEIDA et
al, 2011), bloqueadora de receptor -adrenérgico (KO et al., 1993), antioxidante
(SILVA et al., 2009), e de inibição da topoisomerase I comparável à da
camptotecina, droga de referência, sendo esta atividade atribuída ao íon amônio,
com base num estudo preliminar da relação estrutura-atividade, o qual pode
desempenhar um papel importante na inibição da topoisomerase I (CHENG et al.,
2008).
Cheng et al. (2008) também comprovou o potencial antitumoral de
dehidrodiscretamina, por inibição específica da topoisimerase I em DNA humano,
através da estabilização do complexo enzima-DNA.
O alcaloide norisocoridina demonstrou elevado efeito antinociceptivo, bem como
apresentou grande poder de captura de radicais livres DPPH, com CE50 de 14,1
µg.mL-1. Com base nesses resultados e pelas relações de estrutura-atividade, os
autores sugeriram que essas atividades avaliadas, podem estar correlacionadas
entre si (ZHAO et al., 2006).
O gênero Rollinia, ao qual A. leptopetala pertencia, é um dos 13 gêneros, num
universo de 130 da família Annonaceae, reconhecido pela marcante produção de
acetogeninas (GONZÁLEZ–ESQUINCA et al., 2014), contando com o isolamento de
65 acetogeninas a partir de dez espécies (DIAS et al., 2015). Isto torna a espécie de
estudo um importante recurso na obtenção dessas substâncias, além de outros
compostos relevantes.
Dada a importância taxonômica da família Annonaceae, somada à presença
marcante de compostos bioativos como acetogeninas, alcaloides e terpenos em A.
leptopetala, revelam o elevado potencial biológico desta espécie, na busca por
modelos moleculares que possam atuar como agentes anti-câncer, antimicrobianos,
inseticidas naturais, dentre outras aplicações.
76

3.5. Breve consideração sobre antioxidantes

O processo respiratório e diversas reações oxidativas que ocorrem em nível


celular por via aeróbica desencadeiam a formação de radicais livres, que provocam
danos ao organismo e contribuem para o surgimento de várias doenças, tais como:
inflamações, mal de Alzheimer, tumores malignos e doenças cardiovasculares, além
de acelerarem o processo de envelhecimento (SIKORA et al;., 2008). Devido a isto,
as células necessitam de mecanismos antioxidantes que ofereçam a proteção contra
efeitos nocivos de radicais livres e espécies reativas de oxigênio (EROs) inerentes
ao processo aeróbico, bem como oriundos de fontes exógenas (BIANCHI,
ANTUNES, 1999; McLEAN et al., 2005). Para promover uma proteção eficiente, os
tecidos dispõem de um sistema antioxidante integrado, constituído por um arranjo de
vários componentes lipossolúveis (carotenoides e vitamina E), hidrossolúveis (ácido
ascórbico; glutationa) e enzimáticos (glutationa peroxidase, superóxido dismutase e
catalase) (McLEAN et al., 2005).

O estresse oxidativo por sua vez, ocorre quando há um desbalanço entre os


sistemas antioxidantes e a concentração de compostos oxidativos (radicais livre e
EROs), o qual tem sido associado a diversas doenças de cunho multifatorial, por
promover alterações oxidativas em moléculas críticas que incluem, proteínas,
carboidratos, ácidos nucleicos, além de substâncias envolvidas na modulação
gênica e resposta inflamatória (KAWANISHI et al., 2002, LAGUERRE, LECOMTE,
VILLENEUVE, 2007; SILVA et al., 2010).
Diversos estudos já comprovaram que antioxidantes exógenos oriundos,
sobretudo de produtos vegetais, são essenciais para a resistência ao estresse
oxidativo, estando relacionado a uma diminuição no risco de uma série de doenças
crônicas como câncer e aterosclerose (PODSEDEK, 2007).
Os principais antioxidantes presentes nos vegetais são as vitaminas C e E, os
carotenoides e os compostos fenólicos, com destaque para os flavonoides. Esses
antioxidantes têm capacidade de absorver radicais livres, inibindo a cadeia de
iniciação ou interrompendo a cadeia de propagação das reações oxidativas
desencadeadas por esses radicais (PODSEDEK, 2007).
77

É considerado um antioxidante qualquer substância capaz de retardar ou


impedir danos causados pela oxidação, estando presente em concentrações
inferiores ao do agente oxidante. As substâncias antioxidantes podem exibir várias
propriedades protetivas e atuarem em várias etapas do processo oxidativo, por
diferentes mecanismos, sendo, portanto classificadas em duas categorias principais:
antioxidantes primários e secundários. Os antioxidantes são considerados primários,
quando são capazes de inibir ou retardar a oxidação através da inativação de
radicais livres por doação de átomos de hidrogênio ou de elétrons, convertendo-os
em espécies estavéis. Os antioxidantes secundários, por sua vez, apresentam uma
maior variedade de mecanismos de ação: ligação a íons metálicos, inativação de
EROs, conversão de hidroperóxidos em espécies não-radicalares ou absorção de
radiação UV (MAISUTHISAKUL et al., 2007; SILVA et al., 2010).
Os compostos fenólicos atuam como bons agentes antioxidantes não só pela
habilidade em doar hidrogênios ou elétrons, como também em razão dos seus
radicais intermediários estáveis, impedirem a oxidação de várias substâncias e em
particular de lipídios (BRAND-WILLIAMS et al., 1995), fazendo deles bons
antioxidantes primários e secundários. Esses compostos podem impedir o processo
de oxidação em determinados sistemas, mas isso não implica dizer que eles
protegem as células e os tecidos de quaisquer danos oxidativos.
Os compostos fenólicos podem apresentar efeito pró-oxidantes em
determinadas condições (DEKER et al., 2007). Segundo Silva et al. (2010) esta
classe de compostos é bem diversificada e divide-se em flavonoides (polifenóis) e
não-flavonoides (fenóis simples ou ácidos). Os flavonoides atuam como
antioxidantes na inativação de radicais livres, em ambos os sistemas celulares
lipofílicos e hidrofílicos (BIANCHI; ANTUNES, 1999).
Os carotenoides têm como característica estrutural comum, uma cadeia polieno,
um sistema de ligação dupla conjugada, que é responsável pela atividade
antioxidante desses compostos, tanto na absorção do oxigênio singlete quanto de
radicais livres, para interromper reações em cadeia onde estão envolvidos (SIKORA
et al., 2008). A presença dessas ligações também possibilita a oxidação dos
carotenoides, o que resulta na sua descoloração. Além da proteção celular e in vitro
frente à espécie de oxigênio singlete, os carotenoides inibem a peroxidação de
lipídios em baixas concentrações de oxigênio (DAMODARAN et al., 2007).
78

Entre os antioxidantes naturais mais utilizados podem ser citados os tocoferóis.


O tocoferol é amplamente aplicado como meio para inibir a oxidação dos óleos e
gorduras comestíveis prevenindo a oxidação dos ácidos graxos insaturados. A
atividade antioxidante desses compostos é principalmente devida à capacidade de
doar seus hidrogênios fenólicos aos radicais livres lipídicos interrompendo a
propagação em cadeia (RAMALHO; JORGE, 2006).
Além dessas classes, outras também são reconhecidas na literatura pelo seu
elevado desempenho como agentes antioxidantes, como é o caso dos estilbenos,
cumarinas, lignanas, taninos (SOUSA et al., 2007), acetogeninas e alcaloides
(LIMA et al., 2010; RAČKOVÁ et al., 2004; CASSELST et al., 1995).
Levando em conta as diferenças entre o vasto número de sistemas de testes
disponíveis, os resultados de um único teste podem dar apenas uma sugestão das
propriedades antioxidantes das amostras testadas em relação a tantas matrizes,
sejam biológicas ou alimentares e devem ser interpretados com cautela. Além disso,
a complexidade química dos extratos vegetais, muitas vezes uma mistura de
dezenas de compostos com grupos funcionais, polaridade e comportamento químico
variado, poderia levar a resultados dispersos, dependendo do teste empregado.
Portanto, uma abordagem com vários ensaios em trabalho de triagem é altamente
recomendável.

3.6. Breve consideração sobre o câncer e os produtos naturais como fonte de


agentes antineoplásicos

O câncer abrange um conjunto de doenças que se caracterizam pela presença


de células em cresimento contínuo, com propriedade de invasão e destruição do
tecido adjacente, assim como de proliferação em outros sítios distintos do tumor
primário (metastização) (HANAHAN et al., 2000).
Os tumores malignos acometem um número expressivo e crescente de pacientes
em todo o mundo e representam a segunda causa de morte da população mundial
(SRIVASTAVA et al., 2005). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
houve 14,1 milhões de casos novos e um total de 8,2 milhões de mortes por câncer,
em todo o mundo, em 2012. Em 2030, estima-se que a carga global será 21,4
79

milhões de casos novos de câncer e 13,2 milhões de mortes por câncer (INCA,
2014). Ainda segundo o INCA (2014), no Brasil, a estimativa para 2014/2015 é de
aproximadamente 576 mil novos casos de câncer, segundo esta publicação é
incontestável o fato de que hoje, no Brasil, o câncer é considerado um problema de
saúde pública e, por isso, seu controle e prevenção devem ser priorizados no país.
A terapêutica do câncer baseia-se, no geral, na associação da recessão cirúrgica
dos tumores ao tratamento radioterápico e a quimioterapia, sendo posteriormente
incluído o tratamento adjuvante. No entanto, muitos tumores ainda se mostram
resistentes aos tratamentos clássicos (COSTA-LOTUFO et al., 2010). Portanto, se
faz necessário a busca por alvos terapêuticos que ofereçam respotas no controle de
células neoplásicas.
Nesse tocante, a pesquisa na área de produtos naturais tem mostrado avanços
extraordinários no campo da oncologia, propiciando a descoberta de substâncias
com potencial antineoplásico, correspondendo em torno de 60% dos fármacos
anticâncer introduzidos na terapia nas últimas décadas (BUTLER, 2008; HARVEY,
2008; NEWMAN, CRAGG, 2007). Dentre estes, destacam-se vincristina (Oncovin),
vimblastina (Velban), paclitaxel (Taxol) podofilotoxina (Etopophos), camptotecina
(Hycamtin) e irinotecano (Camptosar). Esses medicamentos e seus análogos
movimentam anualmente um montante de aproximadamente 60 bilhões de dólares
(PINTO et al., 2002).
As fontes naturais ainda encontram-se disponíveis em abundância e oferecem
as melhores possibilidades de descoberta de substâncias com potencial terapêutico
(COSTA-LOTUFO et al., 2010). Até o momento, estima-se que menos de 2% das
plantas superiores foram investigadas para a detecção de contituintes com atividade
antineoplásica, referentes apenas à atividade citotóxica (ZHANG et al., 2002).
Entre as estratégias de busca para a descobertas de novos fámacos, destaca-se
o conhecimento etnobotânico (AGRA et al., 2008) e os programas de prospecção,
que incluem uma etapa inicial de testes in vitro em linhagens tumorais humanas, de
forma automatizada, o que resulta num elevado número de moléculas promissoras
(NEWMAN et al., 2003; CRAGG et al., 2006), aliada a este estratégia é importante
salientar as suposições quanto à eficácia dos produtos naturais, em função do
conhecimento etnobotânico, sendo este mais uma ferramenta que deve ser
considerada na busca por agentes terapêuticos.
80

Desta maneira, a espécie alvo deste estudo A. leptopetala, por ser apontada
pela medicina tradicional no tratamento de tumores (AGRA et al., 2008) foi
submetida à avaliação preliminar através de ensaios de citotoxicidade in vitro.
H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
7a
11
2 1 8

3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
3 14
4
H3CO 3a 13
5
2
H
1 H
6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
3 5
O 3 4
3a
2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
10
8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
11

8
OH 10
OH 10 8
9
9

OCH3

4. Procedimento experimental
82

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Suportes para cromatografia

 Cromatografia em coluna (CC). Os fracionamentos cromatográficos foram


realizados em coluna de vidro, utilizando como fase estacionária sílica gel 60 com
partículas entre 0,063-0,200 mm (70-230 mesh) da Merck. O comprimento e
diâmetro das colunas variaram em função das quantidades de amostras a serem
cromatografadas. A proporção de sílica empregada foi cerca de 20 vezes a massa
do produto bruto a ser purificado (MATTOS, 1997).
 Cromatografia em camada delgada analítica (CCDA). As análises em camada
delgada analítica foram realizadas em cromatofolhas de sílica gel 60, com indicador
de fluorescência F254, com suporte em alumínio e 0,2 mm de espessura.
 Cromatografia em camada delgada preparativa (CCDP). As análises em
escala preparativa foram desenvolvidas em cromatoplacas de vidro de tamanho 20 x
20 cm com espessura de 1,0 mm. As placas foram preparadas usando cerca de 20 g
de sílica gel 60 da Merck e 50 mL de água destilada. Estas foram mantidas à
temperatura ambiente para evaporação parcial da água e em seguida ativada em
estufa a 120 ºC. A visualização das bandas foi efetuada com auxílio de luz
ultravioleta (254 e 366 nm). A recuperação das amostras foi realizada utilizando
como solventes: hexano, clorofórmio, diclorometano, acetona e metanol, puros e/ou
em misturas binárias.

 Reveladores: A revelação das faixas foi efetuada sob luz ultravioleta em 254 e
366 nm, por meio do uso de solução de vanilina, reagente de Dragendorff e reagente
de Kedde.

4.2. Equipamentos

Os espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) foram realizados no


Depatamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em
colaboração com o Prof. Dr. Andersson Barison registrados em aparelhos Bruker
Avance DRX-400 operando a 600 MHz para RMN de 1H e 150 MHz para RMN de
83

13
C. As amostras foram solubilizadas em clorofórmio deuterado (CDCl3). Os
deslocamentos químicos estão expressos em ppm (δ) e as multiplicidades dos sinais
indicadas segundo a convenção: s (simpleto), sl (simpleto largo), d (dupleto), dd
(duplo dupleto), ddd (duplo duplo dupleto), dddd ( duplo duplo duplo dupleto), dl
(dupleto largo), dm (duplo multipleto), t (tripleto) e tl (tripleto largo). As constantes de
acoplamento (J) foram registradas em Hertz (Hz).

4.3. Material Botânico

4.3.1. Coleta e identificação do material botânico

Folhas e ramos de A. leptopetala foram coletados no Reservatório Copiti,


coordenadas [08° 14’ 98,5’’S – 37°42’ 46,9’’ W], no município de Custódia-PE, em
abril de 2014. O material vegetal foi identificado por André Paviotti Fontana, botânico
e analista ambiental do Programa de Conservação de Fauna e Flora/PCFF da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Uma exsicata do
material em estudo foi depositada no Herbário do Trópico do Semiárido (HTSA) –
Embrapa Semiárido, com número de tombo HTSA 6184.

4.3.2. Processamento do material vegetal

Após a coleta, os ramos e as folhas foram separados e colocados para secar em


estufa com ar circulante a 40 °C por 72 horas, a fim de garantir a estabilização da
droga vegetal, sendo após esse período, triturados em moinho de facas.

4.4. Obtenção dos extratos

Os ramos e as folhas de A. leptopetala após secos, moídos e pesados, foram


separadamente, submetidos à extração exaustiva a frio pelo método de maceração,
utilizando solventes em ordem crescente de polaridade (hexano e metanol) com
renovação do solvente em intervalo de 72 horas. Os resíduos remanescentes de
cada extrato foram desprezados (ESQUEMA 1). As soluções extrativas resultantes
foram concentrados em evaporador rotativo à pressão reduzida, a uma temperatura
entre 40-50oC, e, em seguida secos em dessecador. Após completa secagem e
cálculo dos rendimentos obtidos, pequenas quantidades (100 mg) dos extratos
foram reservadas para a realização de ensaios biológicos.
.
84

Ramos (213,3g) Folhas (209,4g)

Extração com hexano

01 extração/72h (total = 05 extrações)

Filtração e concentração do solvente

Extrato hexânico – Ramos (EHR) Torta


m=2,29g (1,07%)
Extração com metanol P.A
Extrato hexânico - Folhas (EHF)
01 extração/72h (total = 05 extrações)
m= 12,17g (5,81%)
Filtração e concentração do solvente

Extrato metanólico - Ramos (EMR) Resíduo


m= 24,19g (11,3%) desprezado

Extrato metanólico - Folhas (EMF)


m= 53,31g (25,4%)

Esquema 1- Fluxograma de obtenção dos extratos.


85

4.5. Prospecção fitoquímica

Na análise fitoquímica preliminar com o intuito de investigar as possíveis classes


de metabólitos secundários presentes nos extratos EHF, EHR, EMF e EMR foram
empregados testes qualitativos preconizados por Wagner & Bladt (1996). Para isto,
foi utilizada a CCDA, sistemas de eluição de acordo com cada classe de metabólito
investigada, reveladores específicos e irradiação ultravioleta. Nessa prospecção as
seguintes classes foram investigadas: alcaloides, estilbenos, compostos fenólicos,
cumarinas, flavonoides, lignanas, mono e sesquiterpenos, naftoquinonas, saponinas,
taninos condensados, taninos hidrolisáveis, triterpenos, esteroides e xantinas.

4.6. Avaliação da atividade antioxidante in vitro

4.6.1. Ensaio para avaliação da redução do radical DPPH

A atividade antioxidante foi determinada através da capacidade dos


antioxidantes presentes nas amostras em sequestrar o radical estável DPPH• (2,2-
difenil-1-picrilidrazil) pelo método espectrofotométrico segundo Mensor et al. (
2001). Neste ensaio a atividade foi mensurada através da medida do decréscimo da
absorbância de soluções em diferentes concentrações, em espectrofotômetro UV-
Vis no comprimento de onda de 518 nm, tendo como controle positivo o padrão
ácido ascórbico, butilhidroxianisol (BHA) e butilhidroxitolueno (BHT).
As amostras-teste submetidas ao ensaio foram os extratos EHF, EHR, EMF e
EMR. Foi preparada uma solução etanólica de DPPH• a 50 µg.mL-1 e soluções
estoque de 1 mg.mL-1 em etanol para os padrões (BHA, BHT e ácido ascórbico) e
extratos (amostras-teste), a partir das soluções-estoque foram realizadas diluições,
obtendo-se as concentrações de 243, 81, 27, 9,3 e 1 µg.mL-1 em etanol.
Para efetuar as leituras, adicionou-se em cada cubeta 1,0 mL da solução de
DPPH• e 2,5 mL de etanol para o controle, ou o mesmo volume para as soluções
padrão e soluções das amostras-teste, nas diferentes concentrações. Decorridos 30
minutos de reação, foram tomados os valores de absorbância em triplicata.
86

Etanol foi usado para calibrar o espectrofotômetro, tendo como branco as


soluções testes de cada extrato sem adição do DPPH, visando minimizar a
interferência de componentes dos extratos na leitura. Os resultados foram expressos
como média (coeficiente de variação percentual CV%) e concentração eficiente CE 50
(µg.mL-1), utilizando o programa GraphPad Prism 6.
O decaimento da absorbância das amostras (Absam) correlacionado ao
decaimento da absorbância do controle (Absc) resulta na porcentagem de sequestro
de radicais livres (% SRL), que pode ser expressa através da equação.

% SRL = 100 – {[(Absam – Absbranco) x 100]/Absc}.

4.6.2. Determinação da atividade antioxidante por meio do sistema de co-oxidação


β-caroteno/ácido linoleico.

A capacidade dos extratos de A. leptopetala em prevenir a oxidação do β-


caroteno foi avaliada de acordo com metodologia descrita por Wannes et al. (2010),
com adaptações segundo Duarte-Almeida et al. (2006). Para este ensaio foram
avaliadas as seguintes amostras EHF, EHR, EMF, EMR, FNF e FNR (fase neutra
das folhas e ramos), FALCF e FALCR (frações alcaloídicas das folhas e ramos).
Para o preparo da mistura reativa, adicionou-se 44 μL de ácido linoleico e 380 μL
de Tween 40 a 2 mL de solução de β-caroteno a 0,2 mg.mL-1 em clorofórmio.
Posteriormente, a mistura foi submetida à completa evaporação do clorofórmio sob
vácuo a 40 °C. A esta mistura isenta de clorofórmio, adicionou-se cerca de 100 mL
de água destilada, em seguida promoveu-se a aeração do meio por dois minutos.
As soluções das amostras-teste e dos padrões (ácido ascórbico, BHA e BHT)
foram preparadas em etanol P.A na concentração de 1 mg.mL-1. Para determinar as
absorbâncias, em cada cubeta foram adicionados 3 mL desta mistura reativa e 120
μL de etanol (controle) ou o mesmo volume para as soluções padrão ou extratos das
amostras.
Leituras iniciais das absorbâncias foram realizadas em 470 nm e, em seguida as
cubetas foram incubadas a 45 °C para acelerar as reações de oxidação e iniciar o
descoramento do β-caroteno. Foram realizadas quatro leituras de absorbância em
87

espectrofotômetro, com intervalo de 30 minutos entre cada leitura, totalizando 120


minutos de análise.
As percentagens de inibição da oxidação foram calculadas a partir do
decaimento da densidade ótica (A0) do controle, sendo (A00− At0) considerando como
100% de oxidação. Assim, a queda na leitura da densidade ótica das amostras-
teste em relação ao controle estabeleceu a porcentagem de inibição da oxidação (%
I), subtraindo-se a percentagem de oxidação de cada extrato de 100%, através da
equação. Além da verificação da ação antioxidante das amostras-teste, foram
concomitantemente mensuradas a atividade antioxidante dos padrões sintéticos
BHT, BHA e AA para efeito comparativo.

%I = 1−(A0− At)/ (A00− At0) ×100

Onde, A0 corresponde a absorbância inicial e At a absorbância final medida para


a amostra de teste, enquanto A00 e At0, tratam-se da absorbância inicial e
absorbância final medida para o controle negativo (branco).
Os resultados foram expressos como porcentagem de inibição da oxidação (% I),
referente à concentração de 200 mg.mL-1. Foi estabelecida essa concentração, para
fins de comparação com os padrões sintéticos, visto que a legislação brasileira
estabelece esta concentração, como limite de adição do antioxidante sintético em
alimentos (NASCIMENTO et al., 2010). Os testes foram realizados em triplicata,
acompanhados por um controle sem antioxidante. Os resultados referem-se à média
de três determinações.

4.6.2.1. Estudo cinético da atividade antioxidante no sistema β-caroteno/ácido


linoleico

A eficiência da atividade antioxidante dos extratos foi estimada pelo método das
tangentes descrito por Yanishilieva e Marinova (1995) e modificado por Moreira
(1999) e Moreira e Mancini-Filho (2003) em duas partes das curvas cinéticas obtidas
na realização da atividade antioxidante em sistema β-caroteno/ácido linoleico das
amostras ensaiadas.
Na primeira parte da curva (entre 0 e 30 minutos, após o início da reação), foi
medida a eficiência do antioxidante de bloquear a reação em cadeia através da
88

interação com os radicais peróxidos. Essa eficiência é medida pela relação entre as
tangentes das curvas cinéticas das amostras (meio de reação mais o extrato) e o
controle sem antioxidante, sendo os valores obtidos denominados fator 1 (F 1):

F1 = tangente do extrato (0-30)


tangente do controle(0-30)

Na segunda parte da curva (entre 60 e 120 min) foi medida a possibilidade de o


antioxidante participar de outras reações (degradação de peróxidos) durante o
processo oxidativo. Essa medida é obtida pela relação entre as tangentes das
curvas cinéticas das amostras (meio de reação mais o extrato) e o controle sem
antioxidantes. Os valores encontrados foram denominados de fator 2 (F2):

F2 = tangente do extrato (60-120)


tangente do controle (60-120)

4.7. Determinação de fenóis totais (FT)

A quantificação espectrométrica de compostos fenólicos é realizada por meio de


uma variedade de técnicas, todavia, a que utiliza o reagente de Folin-Ciocalteu
figura entre as mais extensivamente utilizadas (NACZK, SHAHIDI, 2004; BONOLI et
al., 2004; ROGINSKY, LISS 2005). O reagente consiste da mistura dos ácidos
fosfomolíbdico e fosfotúngstico, no qual o molibdênio e o tungstênio encontram-se
no estado de oxidação 6+ porém, em presença de certos agentes redutores, como
os compostos fenólicos, formam-se os chamados molibdênio azul e tungstênio azul,
nos quais a média do estado de oxidação dos metais está entre 5 e 6 e cuja
coloração permite a determinação da concentração das substâncias redutoras, que
não necessariamente precisam ter natureza fenólica (NACZK, et al., 2004).
Os extratos submetidos à quantificação de fenóis totais foram EHF, EHR, EMF e
EMR. O conteúdo de compostos fenólicos totais foi medido em triplicata para cada
extrato, conforme o método de Slinkard e Singleton (1977), com adaptações
89

propostas por Almeida et al. (2011a), usando o reagente de Folin-Ciocalteu e


soluções-padrão de ácido gálico na faixa de concentração de 50-1000 mg.L-1 em
etanol em meio básico, proporcionado pela adição de solução de carbonato de
sódio. As soluções das amostras-teste foram submetidas ao mesmo procedimento.
As leituras das absorbâncias em função da concentração foram feitas em
espectrofotômetro UV-VIS Quimis em 765 nm. O teor de fenóis totais, expresso em
mg de equivalentes de ácido gálico por grama de amostra (mg EqAG/g), foi
calculado por interpolação da absorbância das amostras contra uma curva de
calibração do ácido gálico, obtida a partir da equação da reta por regressão linear,
descrita abaixo:

A = 0,0012C – 0,0579, R2= 0,9926

Onde

A, representa a medida da absorbância, C a concentração de equivalentes de ácido


gálico e R o coeficiente de correlação.

Para tanto, foram preparadas soluções estoque de 5000 ppm dos extratos e do
padrão ácido gálico. As amostras foram dissolvidas em um volume de etanol
correspondente a 10% do volume final e em seguida completadas com água
destilada. Estas soluções foram posteriormente diluídas com água em seis novas
concentrações (50, 100, 150, 250, 500 e 1.000 mg.L-1). Alíquotas de 40 μL de cada
concentração foram adicionadas em cubetas de vidro com 1 cm de caminho óptico,
juntamente com 3,16 mL de água destilada, 200 μL do reagente de Folin-Ciocalteu e
depois de um intervalo de aproximadamente 8 minutos, 600 μL da solução de
carbonato de sódio a 20% preparada no dia anterior, foi adicionada. Após a adição
de todos os reagentes, o conteúdo total de todas as cubetas foi homogeneizado.
Decorridos duas horas de reação à temperatura ambiente, foram realizadas leituras
em espectrofotômetro em 765 nm. O branco desta análise foi preparado sob as
mesmas condições das demais amostras sendo o volume destas substituído por
água destilada.
90

4.8. Determinação do teor de flavonoides totais (FVT)

O conteúdo total de flavonoides foi determinado usando método colorimétrico


previamente descrito por Eberhardt et al. (2000), Zhishen et al.(1999) e adaptado por
Dewanto et al. (2002), com adequações. Para isto, foram empregadas soluções-
padrão de catequina na faixa de concentração de 50-1.000 mg.L-1, sendo adotadas
as mesmas concentrações para as amostras-teste, preparadas de acordo com o
método anterior, exceto pelo solvente, pois neste foi empregado metanol. Em
alíquotas de 0,30 mL de cada amostra, nas diferentes concentrações, foi adicionado
1,50 mL de água, homogeneizou-se bem, em seguida adicionou-se 90 µL de
solução de NaNO2 a 5%. Após 6 minutos, 180 µL de solução de AlCl3.6H2O a 10%
foi adicionada, a mistura permaneceu em repouso por cinco minutos, e logo após,
acrescentou-se 600 µL de NaOH 1,0 mol.L-1. Ao final adicionou-se 330 µL de água
destilada, homogeneizando-se bem a mistura. A absorbância foi medida
imediatamente, frente ao branco em 510 nm em espectrofotômetro UV-VIS Quimis
comparando-se as absorbâncias para as concentrações do padrão catequina. Os
resultados foram expressos como média (micrograma de equivalente de catequina
por grama de amostra-mg EqC/g).
A técnica baseia-se na medida da absorbância em 510 nm, do complexo
formado entre o flavonoide e o alumínio do reagente de cor, formando compostos de
coloração amarelada (SOUSA DE SÁ et al., 2012).
O teor de flavonoides foi calculado a partir da equação da curva de calibração da
catequina, obtida por regressão linear abaixo.

A = 0,0019C + 0,0781, R2= 0,9938

Onde

A representa a absorbância, C a concentração de equivalente de catequina e R o


coeficiente de correlação.
91

4.9. Extração das bases (alcaloides) presentes nos extratos metanólicos (EM).

Nos ensaios de prospecção fitoquímica houve indícios da presença de alcaloides


mediante uso do reagente de Dragendorff, nos extratos metanólicos de folhas e
ramos, EMF e EMR, respectivamente. Estes então foram submetidos,
separadamente, à extração ácido-base de acordo com metodologia proposta por
Costa et al. (2006). Primeiramente, cada extrato foi ressolubilizado em
diclorometano (CH2Cl2). A solução extrativa diclorometânica resultante, tanto das
folhas como dos ramos, foi sucessivamente extraída com solução de ácido clorídrico
a 3% v/v, obtendo-se duas fases: a fase aquosa ácida (FAA) e a fase
diclorometânica neutra (FN), sendo a mesma reservada. A FAA foi basificada com
hidróxido de amônio concentrado (NH4OH) até pH 12 e extraída sucessivas vezes
com CH2Cl2, levando a duas novas fases: a fase de alcaloides totais (FALC) e a fase
aquosa básica (FAB) que foi desprezada (Esquema 2). A fase de alcaloides totais
(FALC) e a fase neutra (FN) das folhas e dos ramos, foram submetidas a testes de
atividade biológica, além de ensaio de atividade antioxidante discriminados no
Esquema 2.
92

Extrato metanólico – Solubilizado Extrato metanólico –


Folhas (EMF) 43,8 g CH2Cl2 Ramos (EMR) 39,2 g

Solução diclorometânica

HCl a 3%
Fase aquosa ácida
(FAA)

Fase neutra
NH4OH (pH 12) - Folhas (FNF) 4,0 g
(9,3%)
CH2Cl2
- Ramos (FNR) 1,16 g
(2,95%)

?? (ramos)- FNR

Fase aquosa
básica
(Desprezada)

Ensaios

Dragendorff Fase alcaloides totais (FAT)  Citotoxicidade


 Antibacteriano
- Folhas (FALCF) 94,4 mg
 Antioxidante
(0,21%)
(-caroteno)
- Ramos (FALCR) 90,0 mg
(0,23%)

CHCl3/MeOH
(95:5)

Esquema 2 - Marcha ácido-base para extração de alcaloides.


93

4.10. Fracionamento do extrato hexânico das folhas (EHF)

Uma parte do EHF (8 g) foi submetido ao fracionamento por meio de uma coluna
cromatográfica (CC,  x h de 5 x 60 cm) de sílica gel 60 com 0,063-0,200 mm (70-
230 mesh) e eluída com hexano, tolueno, clorofórmio e metanol puros, em ordem
crescente de polaridade, obtendo-se 207 frações de aproximadamente 10 mL cada
(Esquema 3). As frações obtidas foram analisadas por CCDA e as que
apresentaram padrão de similaridade e/ou mesmo Rf foram reunidas.

Extrato hexânico (EHF) – (8 g)

CC em sílica gel 60

Fr. 1-4 Fr. 46-54 Fr. 82-90 Fr. 193-207


Hexano Tolueno 100 % CHCl3 MeOH

Fr. Hexano:Tolueno Fr. –Tolueno:CHCl3 Fr. CHCl::MeOH

5-17 (50:50) 55-63- (90:10) 91-110 (97:3)

18-36 (30:70) 64-72- (70:30) 111-148 (95:5)

37-45 (15:85) 73-81- (50:50) 149-158 (93:7)

159-167 (90:10)

168-174 (80:20)

175-181 (70:30)

182-192 (50:50)

Esquema 3.- Série eluotrópica do fracionamento cromatográfico de EHF.


94

Tabela 5 - Relação dos grupos de frações do extrato hexânico das folhas de A.


leptopetala (EHF) e revelação com o reagente de Dragendorff.
Grupo de frações Frações Rendimento (mg) Dragendorff
G1 1-7 20,3 -

G2 8-34 1080,0 ++

G3 35-43 36,4 -

G4 44-52 22,9 -

G5 53-63 31,9 -

G6 64-79 26,9 +

G7 80-98 168,0 +

G8 99-125 90,8 +

G9 126-143 182,0 ++

G10 144-146 51,3 -

G11 147-152 263,0 I

G12 153-174 3700,0 I

G13 175-182 484,0 -

G14 183-188 35,8 -

G15 189-205 99,0 -

I: resultado indefinido.

4.10.1. Estudo cromatográfico de G2

No Esquema 4 é descrito o procedimento de estudo fitoquímico de G-2 (1,08 g),


que resultou no isolamento das amostras codificadas a seguir, SBF D1, SBF- D2,
SBF-D3 e SBF II-(3), essas amostras foram submetidas à analise de RMN de 1H e
13
C.
95

G2
m= 915,5 mg

CLV (Cromatografia líquida sob vácuo)

Sub-fração 1 Sub-fração 2 Sub-fração 3 Sub-fração 4 Sub-fração 5

100% Hexano:CH2Cl2 100% CH2Cl2 CH2Cl2:MeOH 100% MeOH


Hexano (1:1) (1:1)
m = 75,8 mg m = 21,9 mg
m = 15,0 mg m = 107,7 mg m = 504,0 mg

Revelações
Sistema: 100% CHCl3

UV 254 Kedde Kedde Vanilina Dragen.

SBF2 SBF3 SBF2 SBF3


SBF2 SBF3
SBF-1 SBF2 SBF3 SBF4 SBF5 SBF6 SBF-1 SBF3 SBF4 SBF5 SBF6
SBF2

CCDP
SBF II -3
SBF2
m = 86,8 mg m = 20,3 mg
(CITO – RMN)
IV III II I

UV 254 Kedde SBF D-1


m = 32,0 mg
CCDP (CITO –RMN)
Sistema: 100% SBF3 SBF D-2
CHCl3 m = 75,8 mg m = 19,7 mg
(CITO – RMN)
D1 D2 D3 D1 D2 D3 SBF D-3
m = 11,0 mg
(RMN)
Análise comparativa dos
compostos isolados.

D1 D2 D3 SBF II 3

Esquema 5 - Estudo cromatográfico de G2.


96

4.11. Estudo fitoquímico da fase alcaloídica das folhas (FALCF)

A fase alcaloídica das folhas (94,4 mg), sob revelação com reagente de
Dragendorff, apresentou forte indício da presença de alcaloides. Devido à pequena
quantidade de amostra (45,4 mg), esta foi submetida à cromatografia em camada
delgada preparativa (CCDP), para fins de purificação, empregando-se como sistema
de eluição CHCl3:MeOH (95:5). O fracionamento dos componentes na placa foi
guiado com base nas bandas de absorção visualizadas sob radiação UV em 365 e
254 nm. As subfrações resultantes desta separação, depois de extraídas em
acetona e filtradas, foram analisadas por CCDA, a fim de observar o perfil de
purificação. A partir dessa análise foram selecionadas as amostras codificadas como
ALC4 (1,7 mg), ALC6 (2,0 mg), ALC7 (2,1 mg), ALC8 (4,8 mg), ALC9 (2,7 mg),
ALC10 (3,0 mg) e ALC12 (1,6 mg) e encaminhadas para análise de RMN de 1H e
13
C. O esquema 6 descreve o processo de obtenção das amostras.
97

CCDP
Visualização sob luz UV
CCDP

CCDA Filtração a vácuo


Visualização sob luz UV

6 7
PA 1 2 3 4 5 8 9 10 11 12 14 15 17
16

CCDA

Dragendorff

PA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 15 16 17

RMN 1H e 13
C

Esquema 6 - Estudo fitoquímico da fração alcaloídica das folhas (FALCF).


98

4.12. Ensaio para a atividade antibacteriana

Para a execução dos bioensaios foram utilizados os seguintes microorganismos:


Staphylococcus aureus ATCC (American Type Culture Collection) 25923 e
Enterococcus faecalis (ATCC 19433), Escherichia coli (ATCC 25922), Klebsiella
pneumoniae (ATCC 13883), Salmonela enterica (ATCC 10708), Serratia marcescens
(ATCC 13880), Shigella flexneri (ATCC 12022), obtidas do Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz-Brasil). A ação antibacteriana foi
determinada pelo método da microdiluição (SANTOS et al., 2012), como
recomendado pelo The National Committee for Clinical Laboratory Standards (CLSI,
2003).
Para a preparação do inóculo, no dia anterior ao teste, foram realizados repiques
das bactérias a serem avaliadas em meio de cultura ágar Müeller-Hinton, contidas
em placas de Petri. Após isso, as placas inoculadas foram mantidas em estufa a 37
°C por 24 h para desenvolvimento bacteriano.
Decorrido 24 h, alíquotas das bactérias cultivadas foram transferidas,
individualmente, para tubos de ensaio contendo solução salina a 0,9% de modo a se
obter suspensões com 5x106 UFC.mL-1. Posteriormente, 100 µL da suspensão de
cada bactéria foram transferidos para tubos de ensaio contendo 9,90 mL de caldo
Müeller-Hinton, obtendo-se assim, inóculo com 5x105 UFC.mL-1, correspondendo a
0,5 na escala de McFarland. Realizado este procedimento, 10 µL do inóculo foram
adicionados em cada poço, proporcionando a análise de cada bactéria frente a todos
os extratos e fases testadas.
Nesse teste as amostras ensaiadas foram os extratos hexânicos e metanólicos
das folhas e dos ramos EHF, EHR, EMF e EMR, além da fração G-2, oriunda do
EHF e das frações alcaloídicas FALCF e FALCR e suas respectivas fases neutras,
provenientes do tratamento ácido-base. Inicialmente foram preparadas soluções-
estoque de 10 mg.mL-1 para os extratos, as fases e a fração G2, e de 3,33 mg.mL-1,
para as frações alcaloídicas, utilizando uma solução aquosa de DMSO a 20% (v/v).
Numa placa de 96 poços de microdiluição estéril, foi adicionada uma alíquota de
100 L do caldo Müeller-Hinton por poço, seguido de 100 μL das soluções-estoque,
referente a cada extrato, fase e fração. Logo após, diluições seriadas foram
realizadas e as concentrações resultantes para os extratos, as fases e a fração G2
99

foram de 5,0; 2,5; 1,25; 0,625 e 0,312 mg.mL -1, enquanto para as frações
alcaloídicas foram de 1,66; 0,83; 0,41; 0,20; 0,10 e 0,05 mg.mL-1. Ao final, adicionou-
se 10 μL da suspensão de microrganismos com turvação equivalente ao padrão 0,5
da escala de McFarland. As microplacas foram incubadas sob condições de
aerobiose durante 24 h a 37 °C. Decorrido o período de incubação, 10 µL de cloreto
de 2,3,5-trifenil-tetrazólio (CTT) a 2% foram adicionados a cada poço para a
detecção de mudança de cor do CTT (incolor) para vermelho, que reflete o
metabolismo bacteriano ativo.
O efeito da ação antibacteriana foi mensurado como concentração inibitória
mínima (CIM), correspondendo à menor concentração onde se observava a
presença de inibição do desenvolvimento microbiano conforme Salvador et al.
(2002). Para verificar o efeito biocida ou não e expressá-lo na forma de
concentração bactericida mínima (CBM), alíquotas de 10 μL foram retiradas de cada
um dos poços do ensaio anterior contendo as amostras de teste e transferidas com
o auxílio de um replicador para placas de Petri com ágar Müeller-Hinton. As placas
foram incubadas durante 24 horas a 37 °C, em seguida foi verificado o efeito
bactericida das drogas-testes, sendo considerada como CBM, a menor
concentração que impediu o crescimento bacteriano em 99,9%. Como controle
negativo foi utilizado o diluente DMSO/água estéril a 20%, além do controle do
inoculo e do controle do meio de cultura. Os resultados foram expressos em termos
de CIM (mg.mL-1). Os experimentos foram realizados em triplicata, para cada cepa
indicadora utilizada.

4.13. Avaliação da atividade citotóxica

Neste trabalho a atividade citotóxica das amostras foi avaliada mediante dois
ensaios com linhagens celulares diferentes, tendo ambos como parâmetro a
conversão de um determinado sal por via enzimática.

4.13.1. Ensaio da atividade citotóxica in vitro pelo método do MTT

Este ensaio teve como objetivo avaliar a citotoxicidade in vitro das amostras-
testes frente a três linhagens tumorais humanas. Essa análise faz parte de uma
100

estudo preliminar acerca do potencial citotóxico destas amostras através do método


MTT, proposto por Mossman et al. (1983), o qual tem a capacidade de analisar a
viabilidade e o estado metabólico da célula. É uma análise colorimétrica baseada na
conversão do sal 3-(4,5-dimetil-2-tiazol)-2,5-difenil-2H-brometo de tetrazólio (MTT)
em azul de formazan, a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas
células metabolicamente ativas. O estudo citotóxico pelo método do MTT permite
definir facilmente a citotoxicidade, mas não o mecanismo de ação (BERRIDGE et al.,
1996).
As linhagens de células tumorais humanas empregadas nos ensaios foram SF-
295 (glioblastoma), HL-60 (leucemia) e HTC-116 (colo retal), foram cedidas pelo
Instituto Nacional do Câncer (EUA). Tendo sido cultivadas em meio RPMI 1640,
suplementados com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos, mantidas em
estufa a 37 °C e atmosfera contendo 5% de CO2.
As drogas-teste avaliadas segundo método MTT foram as seguintes: fase neutra
ramos (FNR), fase neutra folhas (FNF), fração de alcaloides totais folhas (FALCF),
fração de alcaloides totais ramos (FALCR), extrato metanólico das folhas (EMF),
extrato metanólico dos ramos (EMR), extrato hexânico dos ramos (EHR), extrato
hexânico das folhas (EHF), fração G2 e suas subfrações, correspondentes aos
compostos isolados (SBF-II-3), SBF-D1 e SBF-D2. As amostras foram diluídas em
DMSO P.A. estéril e testadas na concentração única de 50 μg.mL-1.
As linhagens celulares utilizadas foram plaqueadas nas concentrações de 0,7 x
106 céls.mL-1 (HCT-116), 0,3 x 106 céls.mL-1 (HL-60) e 0,1 x 105 céls.mL-1 (SF-295).
As placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5% de CO 2 a 37 °C. Ao término
deste, as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante foi removido. Em seguida,
foram adicionados 150 µL da solução de MTT (sal de tetrazólio), e as placas foram
incubadas por 3 h. A absorbância foi lida após dissolução do precipitado com 150 µL
de DMSO puro em espectrofotômetro de placa em 595 nm.
Os experimentos foram analisados segundo a média ± desvio padrão da média
(DPM) da porcentagem de inibição do crescimento celular usando o programa
GraphPad Prism. Cada amostra foi testada em triplicata em dois experimentos
independentes.
101

Esses testes foram realizados no laboratório de Oncologia Experimental do


Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará, com a colaboração da Profª
Marcília Costa e da Prof.ª Cláudia Pessoa.
Para ambos os testes de citotoxicidade in vitro uma escala de intensidade foi
utilizada para avaliar o potencial citotóxico das amostras testadas. Amostras sem
atividade (SA), com pouca atividade (PA, inibição de crescimento celular variando de
1 a 50%), com atividade moderada (MO, inibição de crescimento celular variando de
50 a 75%) e com muita atividade (MA, inibição de crescimento variando de 75 a
100%).

4.13.2. Ensaio de citotoxicidade frente a células da linhagem sarcoma S-180

Células da linhagem sarcoma S-180, mantidas em cultura in vivo, foram


utilizadas para o ensaio antitumoral in vitro. As células foram retiradas do peritônio
de animais portadores do tumor ascítico (desenvolvidos por 7 dias) com auxílio de
seringa estéril. O líquido peritoneal (2 mL) foi transferido para tubo de centrífuga de
15 mL (BD/Labware®) e a ele foram adicionados 8 mL de solução tampão fosfato
(PBS). Após centrifugação (1.200 rpm por 3 minutos), o sobrenadante foi
desprezado e as células ressuspensas em meio RPMI-1640 (Nutricell®)
suplementado com 25 mM de HEPES, 2 mM L-glutamina, 100 UI/mL de penicilina,
100 µg/mL de estreptomicina (Sigma-Aldrich®) e 10% de soro fetal bovino
(Nutricell®).
Para avaliar a viabilidade das células tumorais, utilizou-se uma alíquota de 5 µL
da suspensão celular aos quais foram adicionados 45 µL de azul de Tripan (Sigma-
Aldrich®) (0,4%). A suspensão resultante foi observada em câmara de Neubauer sob
microscopia óptica.
Após a avaliação da viabilidade celular, as células tumorais foram plaqueadas
a uma densidade de 1 x 105 células/poço em placas de 96 poços (BD/Labware®) e
incubadas por 4 horas a 37 °C. Após esse período adicionou-se 100 µL das
soluções testes na concentração de 50 µg.mL -1 para os extratos e de 5 µg.mL-1 para
os compostos puros, solubilizados em meio de cultura.
O ensaio de citotoxicidade utilizado na triagem farmacológica foi o de redução
do 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-5-(3-carboximetoxifenill)-2-(4-sulfofenil)-2H-tetrazólio
102

(MTS) e um agente acoplador de elétrons, o metasulfato de fenanzina (PMS)


(Promega®).
Nesse teste foram avaliadas as mesmas amostras do ensaio anterior, exceto a
amostra SBF-II-3. As análises foram realizadas em triplicata e os resultados
expressos como percentual de inibição de crescimento celular (%IC). Essas análises
foram conduzidas no Laboratório de Oncologia Experimental da Universidade
Federal do Vale do São Francisco, em parceria com a Prof.ª Rosemairy Mendes.
O MTS é um corante amarelo, que é bioreduzido por células que mantém a
integridade mitocondrial para um composto roxo (formazan), solúvel em solução
aquosa o qual pode ser determinado por leitura espectroscópica de ultravioleta.
Dessa forma, a redução do sal tetrazólio MTS para um produto formazan, pela
enzima mitocondrial succinato desidrogenase é muito utilizado em ensaios de
avaliação de sobrevivência e proliferação celular, uma vez que somente as células
metabolicamente ativas conseguem reduzir o MTS (amarelo) para o formazan (roxo),
sendo assim, a quantidade de formazan produzido é diretamente proporcional ao
número de células viáveis presentes no meio.
O ensaio de redução do sal tetrazólio foi realizado como descrito por Melo e
colaboradores (2003). A partir da placa de 96 poços com as células sob 24 horas de
tratamento retirou-se uma alíquota de 20 µL de cada poço e então se adicionou 20
µL de MTS (5 mg.mL-1) em cada poço e posteriormente as placas foram submetidas
a agitação em agitador de microplacas Biomax ®, e incubadas por 3 horas a 37 °C. A
absorbância foi mensurada a 492 nm em leitora de microplacas Thermoplate®. Os
testes foram realizados em triplicata e expressos na forma de percentual de inibição
celular, calculado a partir da fórmula:

(Abs. controle negativo - Abs. células tratadas - Abs. branco)


Inibição do crescimento = x 100
(Abs. controle negativo - Abs. branco)

Onde:
Abs. células tratadas = Absorbância dos poços com as amostras teste.
Abs. branco = Absorbância dos poços contendo apenas o meio de cultura e MTS.
Abs. controle negativo = Absorbância dos poços contendo a suspensão celular e
sem tratamento.
H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
7a
11
2 1 8

3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
3 14
4
H3CO 3a 13
5
2
H
1 H
6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
3 5
O 3 4
3a
2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
10
8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
11

8
OH 10
OH 10 8
9
9

OCH3

5. Resultados e discussão
104

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Prospecção fitoquímica

Através da análise fitoquímica preliminar dos extratos, segundo metodologia


preconizada por Wagner e Bladt (1996), foi possível identificar as principais classes
de metabólitos secundários presentes nos extratos, as quais se encontram
sumarizadas na Tabela 6.

Tabela 6 - Prospecção fitoquímica dos extratos de A. leptopetala.

Classe Química EMR EMF EHF EHR

Estilbenos - ++ ++ -
Cumarinas - ++ ++ -
Flavonoides (aglicona) ++ ++ + +
Lignanas + ++ - -

Mono e sesquiterpenos + + +++ ++

Naftoquinona - - - -

Saponina + ++ - -

Taninos hidrolisáveis + + - -

Triterpenos e esteroides ++ ++ ++ +

Compostos Fenólicos ++ +++ + +

Taninos condensados ++ - - -

Alcaloides + + - -

Xantina + + - -
Os critérios foram estabelecidos com base na intensidade da pigmentação das
substâncias nas placas, frente aos eluentes e reveladores específicos, em que (+)
equivale à presença do constituinte em menor concentração, (++) em concentração
moderada, (+++) em maior concetração e (-) ausência do constuinte químico.

O estudo preliminar, embora seja apenas uma análise simples e qualitativa,


fornece bons indícios dos possíveis metabólitos presentes em extratos vegetais.
Algumas das classes apontadas por esta triagem podem ser confirmadas por dados
da literatura, como flavonoides, lignanas, mono e sesquiterpenos, compostos
105

fenólicos e alcaloides. No estudo realizado por Ragasa et al. (2013) foi reportado o
isolamento de vários esteroides e triterpenos no extrato diclorometânico dos frutos
de A. squamosa. Vega et al. (2007) descrevem o isolamento de flavonoides obtidos
a partir de A. dioica, e lignanas foram isoladas de A. squamosa (YANG et al., 2005).
O isolamento de quatro alcaloides das folhas de A. leptopetala, neste estudo,
confirma a presença dessa classe química na espécie.
Muitas vezes, devido ao caráter inespecífico do teste, algumas classes resultam
em falso positivo, ou mesmo devido à intensa complexidade da matéria-prima e
pigmentação, também podem levar a resultados falso-negativos. Esses resultados
foram considerados na escolha dos extratos submetidos ao estudo fitoquímico.

5.2. Isolamento e determinação estrutural dos compostos de A. leptopetala.

A partir do estudo fitoquímico de A. leptopetala foi possível isolar do extrato


hexânico das folhas quatro compostos (SBF II-3, SBF-D1, SBF-D2 e SBF D-3).
Destes, apenas a substância SBF II-3 foi identificada como sendo o sesquiterpeno
oxigenado espatulenol. Os demais apontam características de natureza terpênica.
Da fase alcaloídica das folhas foi possível identificar quatro alcaloides aporfínicos,
sendo três obtidos da fração ALC8, designados como anonaina (ALC8-S1),
norannuradapurina (ALC8-S2) e nornuciferina (ALC8-S3) e o quarto alcaloide
isolado, codificado como ALC4, identificado como laurotetanina.
Com exceção da anonaina, a presença desses alcaloides em A. leptopetala é
13
reportada pela primeira vez neste estudo, bem como os dados de RMN de C para
norannuradapurina, com base em experimentos de RMN-2D.
A seguir são mostradas as estruturas das substâncias isoladas das folhas de A.
leptopetala (Figura 14).
106

Figura 14: Estruturas dos compostos isolados das folhas de A. leptopetala.

H H H
4 4
H3CO
O 3 4 3 5 O 5
3
2 3a 5 2 3a 2 3a
1 3b 1 3b 1 3b
6a NH 6a NH NH
O O 6a
1a H3CO 1a 1a
11a 7 11a 7 11a 7
11 7a 7a
11 7a
11

10 8 10 8
8 10
9 9 9 OH

OCH3

Anonaina Nornuciferina Norannuradapurina

3 4
H3CO 3a
5
2
15
1
6a NH
3b
H3CO 1a H 10 9

11a
7 2 1 8

11 7a 3 5 7
10 4 6 H
8
H3CO H 12
9 H
HO 11
14
13
OH

Laurotetanina Espatulenol
107

5.2.1. Identificação dos alcaloides presentes em ALC8 (ALC8-S1, ALC8-S2 e ALC8-


S3).

A amostra codificada como ALC8 (4,8 mg), apresentou-se como um sólido


amorfo marrom. Através do espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3) (Figura 16) e
do mapa de correlação heteronuclear de hidrogênio e carbono 13, 1H x 13
C - nJCH
(n=1, HSQC e n=2, HMBC) foi possível observar que a amostra tratava-se de um
mistura de quatro alcaloides.
Na identificação de ALC8-S1, pela análise do espectro de RMN de 1H e HSQC,
verificou-se a presença de sinais de hidrogênios referentes a três grupos metilênicos
em H 3,05, 2,68; H 3,05, 3,43 e H 2,85, 2,94, correspondentes aos hidrogênios
metilênicos, H-4, H-5 e H-7, correlacionados respectivamente aos carbonos C-4 (
28,9), C-5 ( 43,0) e C-7 ( 36,5), além de um sinal em  4,01 (m, 1H), referente a
um hidrogênio metínico, correlacionado ao sinal em  53,3, típico de H-6a ligado a C-
6a (Figuras 15, 16 e 17). Esses sinais são característicos de alcaloide aporfínicos
segundo Costa et al. (2015).
Figura 15: Espectro de RMN de 1H de ALC8 (CDCl3, 600 MHz) e expansões dos
sinais de ALC8-S1.
108

Figura 16: Ampliação do mapa de correlação 1H x 13C-HSQC (CDCl3, 600 e 150


MHz, respectivamente) referente aos carbonos metilênicos de ALC8-S1 (H-4, H5 e
H-7).

Outro sinal foi observado no espetro HSQC em  6,57, atribuído a H-3,


acoplando com um carbono na região de aromático em  107,8 (C-3) (Figura 17).
Este sinal de hidrogênio, por sua vez, foi observado no espectro HMBC acoplando a
(3JCH) e a (2JCH) com um sinal de carbono metilênico em  28,9, referente à C-4,
sendo também localizado um acoplamento com um carbono não hidrogenado em 
127,5, relacionado à C-3b, bem como com os carbonos oxigenados em  142,7 e 
147,1 (Figura 18).
109

Figura 17: Expansão da região de acoplamento entre H-3 e C-3 de ALC8-S1 no


espectro de correlação 1H x 13C-HSQC (CDCl3, 600 e 150 MHz, respectivamente).

95

H 100

O 3 4
105
2 3a 5

1 3b 110
1a 6a NH
O
115

f1 (ppm)
11a 7
7a 120
11

106
125
10 8
107

f1 (ppm)
9 130
H-3/C-3
{6,57, 107,8} 108
135
109
140

6.68 6.64 6.60 145


f2 (ppm)
7.4 7.2 7.0 6.8 6.6 6.4 6.2 6.0 5.8 5.6 5.4 5.2 5.0 4.8
f2 (ppm)

Figura 18: Expansão da região do mapa de contorno 1H x 13


C-HMBC, ilustrando as
correlações de H-3 de ALC8-S1.

H H-3/ C-4

O 3 4
50
2 3a 5
1 3b
1a NH
O 6a
f1 (ppm)

11a 7
7a 100
11

10 8 H-3/ C-3b
9 H-3/ C-1
H-3/ C-2 150

6.650 6.640 6.630 6.620 6.610 6.600 6.590 6.580


f2 (ppm)
110

Através do espectro de RMN de 1H (Figura 19) e do mapa de contornos HSQC


foram localizados sinais de dupletos característicos de grupo metilenodioxi em  6,08
(1H, d, 1,5 Hz) e 5,94 (1H, d, 1,5 Hz), os quais acoplavam a (1JCH) com um carbono
metilênico em  100,9 (Figura 20), estes sinais de hidrogênio foram observados por
meio do espectro de correlação HMBC, acoplando com os carbonos oxigenados em
 142,7 e 147,1, sendo estes sinais atribuídos a C-1 e C-2, respectivamente (Figura
21). Com base nesses dados foi possível atribuir as substituições no anel A do
núcleo aporfínico de ALC8-S1, confirmando assim a presença de um grupo
metilenodioxi, ligado aos carbonos C-1 e C-2, conforme descrito na Tabela 7.

Figura 19: Espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3) e ampliação das regiões
referentes aos hidrogênios do grupo metilenodioxi de ALC8-S1.
7.2597

6.0862
6.0838
6.0625
6.0600

5.9405
5.9381
5.9297
5.9272
5500

5000
Solvente
CDCl3

4500

5.9405

5.9381
6.0862
6.0838

4000
O 3 4
2 3a 5
(d) 3500
1 3b 5.94
1a 6a NH (d)
O 6.08
3000
11a 7
7a
11 2500

10 8
1.29

1.00

1.14

2000
9
6.10 6.08 5.945 5.940 5.935
f1 (ppm) f1 (ppm)
1500

1000

500

7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6 6.5 6.4 6.3 6.2 6.1 6.0 5.9 5.8 5.7
f1 (ppm)
111

Figura 20: Ampliação do espectro de correlação 1H x 13C-HSQC (CDCl3, 600 e 150


MHz, respectivamente) relativo ao grupo metilenodioxi de ALC8-S1.

98
H
O 3 4 99
2 3a 5

1 3b 100
1a 6a NH
O
101

f1 (ppm)
11a 7
7a
11
102

{6,08, 100,9} {5,94, 100,9} 10 8 103


9

104

105

6.3 6.2 6.1 6.0 5.9 5.8 5.7 5.6 5.5 5.4
f2 (ppm)

Figura 21: Ampliação do mapa de correlação 1H x 13


C-HMBC de ALC8 (CDCl3, 600
e 150MHz, respectivamente) destacando as correlações dos hidrogênios do grupo
metilenodioxi com C-1 e C-2 de ALC8-S1.
112

A presença de um anel D totalmente livre de substituições do alcaloide ALC8-


S1 foi confirmada pelo mapa de correlação HMBC. Neste espectro foi localizado um
sinal de hidrogênio em  8,07 (H-11) correlacionando a (3JCH) com os sinais de
carbonos em  116,3 (C-1a),  127,8 (C-9) e  134,6 (C-7a) assim como, o sinal de
hidrogênio em  7,24 (H-8) correlacionando a (3JCH) com os sinais de cabonos em 
36,5 (C-7),  127,2 (C-10) e  131,7 (C-11a) (Figura 22).

Figura 22: Ampliação da região entre δ 8,10-7,20 pelo mapa de correlação HMBC
(1H, 600 MHz;13C, 150 MHz, CDCl3) de ALC8, com destaque das correlações de
ALC8-S1.

Através dos mapas de contornos, HSQC e HMBC (Figuras 23, 24 e 25),


verificou-se para ALC8-S1 a presença de 17 carbonos, sendo 12 carbonos
aromáticos, compreendidos entre  147,1 e  108,0, três sinais de carbonos
metilênicos em  28,9;  36,5;  43,0, atribuídos a C-4, C-7 e C-5, respectivamente,
além de um metínico em  53,3, típico de C-6a e outro sinal em  100,9
característico de carbono de ponte metilenodioxi (OCH 2O). Todas as determinações
para ALC8-S1 encontram-se descritas na Tabela 7, bem como algumas correlações
observadas no espectro HMBC estão destacadas na Figura 26.
113

Figura 23: Espectro de correlação 1H x 13


C-HSQC de ALC8 (1H: 600 MHz, 13
C: 150
MHz, CDCl3).

Figura 24: Espectro de correlação 1H x 13C-HSQC de ALC8 (1H: 600 MHz, 13C: 150
MHz, CDCl3, respectivamente) e ampliação da região de acoplamentos dos
carbonos aromáticos.
114

Figura 25: Mapa de correlação HMBC (1H, 600 MHz;13C, 150 MHz, CDCl3) de
ALC8.

Figura 26: Principais correlações observadas pelo espectro HMBC de ALC8-S1.

H H
O 3 4 O 3 4
2 3a 5 2 3a 5

1 3b 1 3b
1a 6a NH 1a 6a NH
O O
11a 7 11a7
7a 7a
11 11

10 8 10 8

9 9
115

Com base nos dados fornecidos pelas análises de RMN de 1H e de 13


C (2D) e
comparações com dados da literatura (Tabela 7), foi possível identificar a primeira
substância da amostra ALC8, que foi denominada como ALC8-S1, como sendo o
alcaloide aporfínico anonaina (Figura 27).

Figura 27: Estrutura da anonaina.

O 3 4
2 3a 5

1 3b
6a NH
O
1a

11a 7
7a
11

8
10
9

Anonaina é considerada um marcador quimiotaxonômico para a família, bem


como para o gênero Annona (LÚCIO et al., 2015, DUTRA, 2014, LEBOUEF et al.,
1981, PAULO et al., 1999). As potencialidades biológicas desse composto têm sido
bastante exploradas, sendo demonstrado seu efeito antioxidante (MARTÍNEZ et al.,
1992), anti-Plamodium (LEVRIER et al., 2013), vaso-relaxante, sendo este efeito
atribuído à sua afinidade por receptores -adrenérgicos (VALIENTE et al., 2004),
propriedades anticâncer (CHEN et al., 2008), efeitos citotóxicos em diferentes
linhagens de células de câncer (LI et al., 2013), atividade antibacteriana (COSTA et
al., 2013; PAULO et al., 1992), dentre muitas outras.
Este alcaloide já foi descrito anteriormente a partir cascas de A. leptopetala
(SETTE et al., 2000b), sendo esta a primeira vez que o mesmo é identificado nas
folhas desta planta.
116

Tabela 7– Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC8-S1 em
CDCl3, incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH
(n=1, HSQC, n= 2 e 3, HMBC).
ALC8-S1 Anonaina
Posição
H  (mult., J Hz)a C  a,b H  (mult., J em Hz)c
1 13 1 13
HMBC (1H-13C) a,d C c
1 - 142,7, C - - 142,5

1a - 116,3, C - - 116,1

2 - 147,1, C - - 146,8

3 6,57, s 107,8, CH C-4, C-3b, 6,57 (1H, s) 107,9

C-1, C-2

3a - 126,1, C - 126,4

3b - 127,5, C - 128,1

4 3,05 (1H, m) 28,9, CH2 C-3a, C-3 2,67 (1H, m) 29,0

2,68 (1H, m) 3,01 (1H, m)

5 3,05 (1H, m) 43,0, CH2 C-4, C-3a, 3,02 (1H, m) 43,1

3,43 (1H, m) C-6a 3,41 (1H, m)

6a 4,01 (1H, m) 53,3, CH C-3a 4,00 (1H, dd, 14,2; 4,9) 53,3

7 2,85 (1H, m) 36,5, CH2 C-7a, C-8 2,96 (dd, 14,2; 4,9) 36,8

2,94 (1H, m) 2,83 (dd, 14,2; 14,2)

7a - 134,6, C - - 134,9

8 7,24 (1H, m) 127,5, CH C-7, C-10, C-11a 7,25 (1H, m) 128,1

9 7,23 (1H, m) 127,8, CH C-11, C-7a 7,22 (1H, m) 127,5

10 7,32 (1H, m) 127,2, CH C-8, C-11a 7,31 (1H, m) 127,0

11 8,07 (1H, dd, 7,9 e 127,1, CH C-1a, C-7a, C-9 8,07 (1H, brd, 7,7) 127,0
1,6)

11a - 131,7, C - - 131,1

O-CH2-O 6,08 (1H, d, 1,5) 100,9, CH2 C-1, C-2 6,09 (1H, d, 1,4) 100,6

5,94 (1H, d, 1,5) 5,94 (1H, d, 1,4)


a
Experimento realizado a 600 MHz para 1H e 150 MHz para 13
C em CDCl3, utilizando o TMS como
b
padrão interno. Multiplicidades determinadas pelos espectros de 1H, HSQC e HMBC.c Dados da
literatura de acordo com Costa et al. 2015 (H: 400 MHz e C: 100 MHz, CDCl 3 com gotas de CD3OD). d
Correlações no espectro de HMBC.  deslocamento químico em ppm. (-) não localizado.
117

Após atribuir os sinais da anonaina foram identificados quais sinais


correspondiam ao segundo composto ALC8-S2, o qual também se tratava de um
alcaloide aporfínico. Foram observados por meio do espectro de RMN de 1H (600
MHz, em CDCl3) e de correlação 1H x 13
C – (1JCH) - HSQC (CDCl3, 600 e 150 MHz,
respectivamente) dois sinais de hidrogênios, na forma de dupletos, típicos de grupo
metilenodioxi, em  6,06 (1H, d, J= 1,5 Hz) e  5,93 (1H, d, J= 1,5 Hz) (Figura 28),
ligados ao carbono em  100,6 (Figura 29).

Figura 28: Ampliação do espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3), referente aos
hidrogênios da ponte metilenodioxi de ALC8-S2.
118

Figura 29: Ampliação do mapa de contorno 1H x 13C – HSQC (CDCl3, 600 e 150
MHz, respectivamente), referente às correlações do grupo metilenodioxi em ALC8-
S2.

Na região de hidrogênios aromáticos no espectro HSQC, foi observado um sinal


de singleto em  6,52, ligado ao carbono em  107,0, atribuído a H-3 (Figura 30).
Este mesmo sinal, através do mapa de correlações no HMBC, aparece acoplando a
JCH e a 3JCH, com os carbonos aromáticos oxigenados em  141,9 (C-1),  146,9 (C-
2

2),  126,4 e com o carbono metilênico em  28,8, comum a C-4 (Figura 31). Por
meio desses dados, bem como por comparação com dados da literatura (COSTA et
al., 2015) foi possível atribuir os sinais referentes ao anel A dissubstituído (Tabela 8).
119

Figura 30: Ampliação do espectro de correlação HSQC, relativa ao acoplamento


entre H-3 e C-3 de ALC8-S2.

Figura 31: Ampliação do mapa de contorno HMBC (1H: 600 MHz, 13


C: 150 MHz,
CDCl3), ilustrando as correlações de H-3 em ALC8-S2.
120

A localização do metilenodioxi em C-1 e C-2 foi estabelecida com base no mapa


de correlação heteronuclear 1H-13C a longa distância (HMBC). Neste, o hidrogênio
em 6,57 (H-3), bem como os hidrogênios do grupo metilenodioxi mostraram
correlação com os carbonos oxigenados em  141,9 (C-1) e  146,9 (C-2) (Figuras
31 e 32).

Figura 32: Ampliação do mapa de correlação HMBC (1H: 600 MHz, 13C: 150 MHz,
CDCl3) destacando as correlações entre dos hidrogênios do grupo metilenodioxi,
com C-1 e C-2 na amostra ALC8-S2.

Pela análise do mapa de contornos HMBC também foi possível identificar os


sinais de carbonos não hidrogenados para o anel D, com base nas correlações do
sinal em  8,01 (d, J=8,6 Hz, H-11), acoplando a (3JCH) com os sinais em  116,1 (C-
1a),  136,6 (C-7a) e  158,9 (C-9), bem como através dos acoplamentos entre 
6,88 (H-10) com os carbonos em  129,4 (C-11a) e 144,2 (C-8). A posição da
metoxila em C-9 foi confirmada através do acoplamento entre um singleto em  3,85,
característico de grupo metoxi, com o carbono em  158,9, com isto foi possível
concluir, que o sinal em  144,2, típico de carbono oxigenado, era condizente com a
presença de um grupo hidroxila em C-8. Foi também levado em consideração os
valores de deslocamentos químicos típicos destas substituições, descritos na
literatura. (Figuras 33 e 34 e Tabela 8).
121

Figura 33: Correlações dos carbonos não hidrogenados do anel D e de C-1a de


ALC8-S2, no espectro HMBC de ALC8.

Figura 34: Expansão do mapa de correlação HMBC de ALC8-S2, evidenciando o


acoplamento entre o grupo metóxi e o carbono C-9.
122

Com base na análise dos espectros de RMN de 1H (Figura 35) e bidimensionais,


HSQC e HMBC (Figura 37 e 38), foi possível identificar 18 sinais de carbonos, dos
quais, 12 eram de aromáticos, sendo que destes, apenas três eram hidrogenados,
estando um localizado no anel A, em C-3 ( 107,0), e os outros dois no anel D, nas
posições C-10 ( 112,1) e C-11 ( 128,3), estes por sua vez, correlacionados aos
dupletos em  6,85 (1H, d, J= 8,6 Hz) e  8,01 (1H, d, J= 8,6 Hz), para H-10 e H-11,
respectivamente (Figura 36). Os demais sinais correspondiam a três carbonos
metilênicos em  28,8 (C-4),  42,9 (C-5) e  36,9 (C-7) (Figura 36), cujos
hidrogênios foram localizados no espectro de RMN de 1H, na região entre 3,50 e
2,70 (Figura 35). Pelo HSQC também foi observado um sinal em  53,6,
característico de carbono metínico C-6a, ligado a hidrogênio em  3,90 (1H, m).
Inclui também um sinal em  100,6, correlacionado ao grupo metilenodioxi e outro
sinal em  55,3 ligado a um singleto em  3,89, integrado para três hidrogênios,
típico de grupo metoxi (Figura 36).

Figura 35: Espectro de RMN de 1H de ALC8-S2 (600 MHz, em CDCl3) e suas


expansões.
123

Figura 36: Expansões do espectro de correlação 1H x 13


C-HSQC, referente aos
sinais de ALC8-S2.

Figura 37: Mapa de correlação heteronuclear HSQC (1H: 600 MHz, 13


C: 150 MHz,
CDCl3) de ALC8.
124

Figura 38: Mapa de correlação heteronulear HMBC (1H: 600 MHz, 13


C: 150 MHz,
CDCl3) de ALC8.

Figura 39: Principais correlações observadas no mapa de correlação HMBC de


ALC8-S2.

H H

O 3 4 O 3 4
2 3a 5 2 3a 5

1 3b 1 3b
1a 6a NH 1a 6a NH
O O

11a 7 11a 7
7a 7a
11 11

8 8
10 10
9 OH 9 OH

OCH3 OCH3
125

A partir da análise detalhada dos dados de RMN de 1H e 13


C (2D) e por
comparação com dados da literatura, foi possível identificar o segundo composto da
amostra ALC8, codificado como ALC8-S2, como sendo norannuradapurina (Figura
40).

Figura 40: Estrutura da norannuradapurina.

O 3 4
2 3a 5

1 3b
1a 6a NH
O

11a 7
7a
11

8
10
9 OH

OCH3

Norannuradapurina é um alcaloide noraporfínico fenólico isolado pela primeira


vez a partir das cascas e folhas de Polyalthia acuminata Thw. (Annonnaceae)
(ZARGA & SHARMMA, 1982) e posteriormente obtido das espécies Fissistigma
glaucescens (Hance) Merr, de F. oldhamii (Hemsl.) Merr (Annonaceae) (LU et al.,
1985a,b) e Goniothalamus amuyon (LU et al., 1985a). Nesses estudos apenas os
dados de RMN de 1H foram reportados para o composto natural, não há dados
prévios de RMN de 13C, para o alcaloide natural.
Nimgirawath et al. (2008) descreveram a caracterização química de
13
norannuradapurina sintética, no entanto os dados de RMN de C não foram
atribuídos aos respectivos carbonos. Nesse mesmo estudo os autores reportaram o
potencial anti-inflamatório deste composto, os quais o consideram raro na natureza.
Outros estudos conduzidos com norannuradapurina demonstraram sua elevada
ação antiplaquetária (CHEN et al., 1996), além de exibir amplo efeito inibitório sobre
o crescimento de células leucêmicas humanas e de murina, com valores de CI50 em
126

torno de 3 mM, demonstrando também forte ação inibitória na biossíntese de DNA,


RNA e proteína (TZENG et al., 1990).
Segundo Lúcio et al. (2015) apenas quatro aporfínicos são substituídos na
posição C-8 e dentre eles está incluído norannuradapurina. Embora este alcaloide já
tenha sido descrito na literatura, os dados de RMN são incompletos e apresentam
ambiguidades, além de serem antigos. Portanto os dados de RMN completos para
este alcaloide foram revisados de acordo com experimentos de RMN 1D e 2D neste
trabalho. Ressalta-se que o alcaloide norannuradapurina está sendo descrito pela
primeira vez na literatura no gênero Annona, a partir da espécie A. leptopetala, no
presente estudo. Essa caracterização contribui de forma significativa para a
quimiotaxonomia do gênero bem como da família, revelando a espécie A.
leptopetala como uma fonte em potencial na obtenção de um composto considerado
raro e com excelente espectro de atividades.
Aspecto químico e dados de RMN 1H e 13
C descritos para a norannuradapurina
sintética, segundo Nimgirawath et al. (2008): O composto apresenta-se na forma de
agulhas na cor púrpura. Dados de RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ 7,64 (1H,d, J = 8,40
Hz, H-11), 6,82 (1H, d, J = 8,40 Hz, H-10), 6,54 (1H, s, H-3), 6,00 (1H, AB q, J = 1,50
Hz, 2H, OCH2O), 3,92 (3H, s, OCH3), 3.88 (1H, dd, J = 13,80, 5.10 Hz, H-6a), 3,45-
13
2,34 (6H, m, CH2); RMN C (75 MHz, CDCl3): δ 146,5 (C), 145,9 (C), 142,2(C),
142,0 (C), 127,8 (C), 126,8 (C), 125,0 (C), 121,5 (C), 118,8 (CH), 116,4 (C), 108,4
(CH), 107,3 (CH), 100,5 (CH2), 56,0 (OCH3), 53,3 (CH), 43,5 (CH2), 29,6 (CH2), 29,2
(CH2).

Os valores dos deslocamentos químicos obtidos para a elucidação de ALC8-S2,


encontram-se sumarizados na Tabela 8, e estão de acordo com os dados da
literatura (Dutra et al., 2012).
127

Tabela 8- Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC8-S2 em
CDCl3, incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH
(n=1, HSQC, n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura.
ALC8-S2 Norannuradapurina
Posição H
1
HMBCa 1
H 1
H
(mult., J em Hz)a C
13 a,b
( H-13C)a,c
1
(mult., J em Hz)d (J em Hz)e
1 - 141,9, C -
1a - 116,1, C -
2 - 146,9, C -
3 6,52 (1H, s) 107,0, CH C-4, C-3b, C- 6,54(1H, s)
1,
C-2
3a - 126,3, C -
3b - 126,4, C -
4 3,12 (1H, m) 28,8, CH2 C-3a, C-3b, C- 3,45-2,34 (6H, m, CH2)
5
2,74 (1H, m)

5 3,02 (1H, m) 42,9, CH2 C-4, C-3b, C- 3,45-2,34 (6H, m, CH2)


3a, C-6a
3,46 (1H, m)

6 -
6a 3,90 (1H, m) 53,6, CH - 3,88 (1H, dd, 13,8,
5,1)
7 2,89 (1H, m) 36,9, CH2 C-7a, C-6a, 3,45-2,34 (6H, m, CH2)
C-3b
2,96 (1H, m)

7a - 136,6, C -
8 - 144,2 C -
9 - 158,9, C -
10 6,85 (1H, d, 8,6) 112,1 CH C-8, C-11a 6,82 (1H, d, 8,4) 6,82 (8,5)
11 8,01 (1H, d, 8,6) 128,3, CH - 7,64 (1H, d, 8,4) 7,64 (8,5)
11a - 129,4, C -
O-CH2-O 6,06 (1H, d, 1,5) 100,6, CH2 C-1, C-2 6,00 (1H, AB q,1,5) 6,08 (1,5)
5,93 (1H, d, 1,5) 5,94 (1,5)
9-OCH3 3,85 (3H, s) 55,3 C-9 3,92 (3H, s) 3,93 (3H, s)
a
Experimento realizado a 600 MHz para 1H e 150 MHz para 13
C em CDCl3, utilizando o TMS como
b
Multiplicidades determinadas pelos espectros de 1H e HSQC. c
padrão interno. Correlações no
d 1 13
espectro de HMBC. Dados de RMN ( H: 300 MHz, C: 75 MHz, CDCl3) para o composto sintético
Dados de RMN de H em CDCl3 (ZARGA & SHARMMA, 1982). 
e 1
(NIMGIRAWATH et al., 2008);
deslocamento químico em ppm. (-) não localizado.
128

Para o terceiro alcaloide presente na fração ALC8 foram observados sinais na


região de aromático para quatro hidrogênios em  7,25 (1H, m),  7,22 (1H, m), 
7,31 (1H, m) e 8,39 (1H, dd, 7,9; 1,2), típícos de anel D de esqueleto aporfínico não
substituído (Figura 41), os quais foram atribuídos aos hidrogênios H-8, H-9, H-10 e
H-11, respectivamente, com base na comparação com dados da literatuta (DUTRA
et al., 2012).
A presença do anel D totalmente livre de substituições em ALC8-S3 foi
confirmada pelo mapa de correlação HMBC. Neste espectro foi possível localizar um
sinal de hidrogênio em δ 8,39 (H-11) correlacionando a (3JCH) com os sinais de
carbono em δ 127,4 (C-9) e δ 135,7 (C-7a), assim como o sinal de hidrogênio em δ
7,25 (H-8) correlacionando a (3JCH) com os sinais dos carbonos em δ 127,2 (C-10) e
δ 131,0 (C-11a) (Figura 42).

Figura 41: Espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3) e as expansões de ALC8-S3.


129

Figura 42: Ampliação da região aromática do mapa de correlação HMBC (1H: 600 e
13
C: 150 MHz, CDCl3) de ALC8-S3.

Pôde-se observar a presença de hidrogênios diastereotópicos no qual o


alcaloide ALC8-S3, apresentou três grupos metilênicos em  2,74 (1H, m)/3,03 (1H,
m),  3,05 (1H, m)/ 3,45 (1H, m),  2,85 (1H, m)/ 2,99 (1H, m), típicos dos sinais de
hidrogênios H-4, H-5 e H-7, respectivamente, correlacionados aos sinais de
carbonos em  28,4 (C-4),  42,8 (C-5) e  37,0 (C-7) no mapa de correlação HSQC,
assim como um sinal de hidrogênio metínico em  4,04 (1H, m) acoplando com um
sinal de carbono em  53,4 característico de H-6a/C-6a. (Figura 43).
130

Figura43: Ampliação do mapa de contornos HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3)
referente aos acoplamentos dos hidrogênios metilênicos e de H-6a de ALC8-S3.

Pelo mapa de correlação HMBC, observou-se a correlação a (3JCH) do H-3 (


6,65) referenta à ALC8-S3, com os sinais de carbono em  145,5 (C-1),  127,7 (C-
3b) e  28,4 (C-4) e a (2JCH) com os sinais de carbono em  152,7 (C-2), confirmando
assim, a presença de substituintes oxigenados nos carconos C-1 e C-2 do anel A do
sitema aporfínico do alcaloide ALC8-S3. (Figura 44). Esse mesmo sinal de
hidrogênio em  6,65 (H-3) é observado através do mapa de contornos HSQC,
acoplando com um sinal de carbono em  111,9 (C-3) (Figura 45).
131

Figura 44: Ampliação da região do espectro HMBC indicativa das correlações de H-


3 em ALC8-S3.

Figura 45: Ampliação do mapa de contorno HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3),
destacando a região de correlação entre H-3 e C-3 de ALC8-S3.
132

Pela análise do mapa de correlação HMBC, verificou-se que o alcaloide ALC8-S3


apresentou correlação a (3 JCH) dos sinais relativos aos grupos metoxílicos em  3,67
(3H, s) e  3,89 (3H, s) com os sinais de carbonos em  145,5 e  152,7,
estabelecendo assim os grupos metoxílicos substituídos em C-1 e C-2,
respectivamente (Figura 46). Esses sinais de hidrogênio das metoxilas também
foram localizados pelo mapa de correlação HSQC, acoplando com sinais de carbono
em  55,9 (2-OCH3) e  60,2 (1-OCH3), sendo este último deslocamento químico
característico de grupo metoxila ligado a carbono aromático, estericamente impedido
em C-1 (Figura 47). Outras correlações significativas estão apresentadas na Tabela
9 e representadas pela Figura 48.

Figura 46: Ampliação do mapa de contornos HMBC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3)
relativa aos hidrogênios metoxílicos de ALC8-S3.
133

Figura 47: Ampliação do mapa de contorno HSQC (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3),
referente aos sinais de hidrogênio das metoxilas de ALC8-S3.

Figura 48: Principais correlações observadas no HMBC para ALC8-S3.

H H
H3CO H3CO
3 4 3 4
2 3a 5 2 3a 5

1 3b 1 3b
1a 6a NH 1a 6a NH
H3CO H3CO
11a 7 11a 7
7a 7a
11 11

8 8
10 10
9 9
134

A partir das análises dos dados espectrométricos, foi possível propor que o
terceiro composto codificado como ALC8-S3, presente na amostra ALC8, trata-se do
alcaloide aporfínico nornuciferina (Figura 49), o qual foi confirmado por comparação
com dados existentes na literatura (Tabela 9, DUTRA et al., 2012).

Figura 49: Estrutura da nornuciferina (ALC8-S3)

H
H3CO 4
3
2 3a 5

1 3b
1a 6a NH
H3CO
11a 7
7a
11

8
10
9

Este alcaloide é comumente encontado em vários gêneros da família


Annonaceae, tais como Guatteriopsis, Oxandra, Enantia, Guatteria, Duguetia,
Artabotrys, Dasymaschalon e principalmente em Annona, o que faz dele um
marcador quimiotaxonômico tanto do gênero como da família. Em Annona, esse
composto foi reportado nos frutos de A. muricata (HASRAT et al., 1997a); nas folhas
de A. pickelli (DUTRA et al., 2012), A. sericea (CAMPOS et al., 2008), atemoya (A.
squamosa x A. cherimola) (RABÊLO et al., 2015), nas cascas de A. glabra (YANG e
CHEN, 1973; CHANG et al., 2000) e de A. hayesii (RASAMIZAFY et al., 1987).
Para esse composto foram descritas atividade leishmanicida (MONTENEGRO et
al., 2003), efeito antidepressivo (HASRAT et al., 1997) e inibidor da proteína tirosina
fosfatase (MISKI et al., 1995).
135

Tabela 9 - Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC8-S3 em
CDCl3, incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH
(n=1, HSQC, n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura.
ALC8-S3 Nornuciferina
Posição H
1

(mult., J em Hz)a C  a,b H  (J em Hz)d Cd


13
HMBCa (1H-13C)a,c 1 13

1 - 145,5, C - - 145,5
1a - 126,7 C - - 126,7
2 - 152,7, C - - 152,5
3 6,65 (1H, s) 111,9, CH C-4, C-3b, C-1, C-2 6,65 (1H, s) 111,7
3a - 126,8, C - - 128,1
3b - 127,7, C - - 127,0
4 3,03 (1H, m) 28,4, CH2 C-3b, C-5 3,12 (1H, m) 28,3

2,74 (1H, m) 2,76 (1H, dd, 15,8; 2,6)

5 3,05 (1H, m) 42,8, CH2 C-3a, C-4, C-6a 3,06 (1H, dd, 12,0; 2,6) 42,6

3,45 (1H, m) 3,49 (1H, dd, 12,0; 5,0)

6a 4,04 (1H, m) 53,4, CH C-3a 3,93 (1H, dd, 13,7; 4,8) 53,4
7 2,85 (1H, m) 37,0, CH2 C-7a, C-6a, C-3b 2,86 (1H, t, 13,7) 36,7

2,99 (1H, m) 2,97 (1H, dd, 13,7; 4,8)

7a - 135,7, C - - 135,4
8 7,25 (1H, m) 128,0, C C-7, C-10, C-11a 7,23 (1H, m) 127,9
9 7,23 (1H, m) 127,4, C C-7a, C-10, C-11 7,23 (1H, m) 127,5
10 7,31 (1H, d, 7,9) 127,2 CH C-8, C-11a 7,31 (1H, m) 127,2

11 8,39 (1H, dd, 7,9; 128,6, CH C-7a, C-9, 8,39 (1H, d, 7,7) 128,4
1,2)
11a - 131,0, C - - 132,0
1-OCH3 3,67 (3H, s) 60,2, CH3 C-1 3,66 (3H, s) 60,2
2-OCH3 3,89 (3H, s) 55,9, CH3 C-2 3,89 (3H, s) 55,9
a
Experimento realizado a 600 MHz para 1H e 150 MHz para 13
C em CDCl3, utilizando o TMS como
b
Multiplicidades determinadas pelos espectros de 1H e HSQC. c
padrão interno. Correlações no
C: 100 MHz, CDCl3).  Deslocamento
d 1 13
espectro de HMBC. (DUTRA et al, 2012, H: 400 MHz,
químico em ppm. (-) não localizado.
136

A atribuição dos dados de RMN para os alcaloides na forma de mistura


presentes na fração ALC8 foi feita em combinação com as técnicas 2D e
comparação com dados descritos literatura que nos permitiram identificar a fração
ALC8 como sendo uma mistura de três alcaloides aporfínicos sensu sctricto: anonaina,
norannuradapurina e nornuciferina (Figura 50). Assim, os dados aqui apresentados visam
auxiliar outros grupos de pesquisa na identificação destes compostos.

Figura 50: Alcaloides aporfínicos identificados na fração ALC8.


.

H H H
4 4
H3CO
O 3 4 O 5 3 5
3
2 3a 5 2 2 3a
3a
1 3b 1 3b 1 3b
6a NH NH 6a NH
O O 6a
1a 1a
H3CO 1a

11a 7 11a 11a 7


7
11 7a 7a
7a 11
11

10 8 8 10
10 8
9 9 OH 9

OCH3

Anonaina Norannuradapurina Nornuciferina

5.2.2. Determinação estrutural de ALC4

A amostra codificada como ALC4 apresentava aspecto amorfo e coloração


marrom, a mesma apresentou resultavo positivo para alcaloide frente ao reagente de
Dragendorff (coloração vermelho-alaranjada).
No espectro de RMN de 1H (Figura 51) é possível observar sinais na região de
hidrogênios aromáticos referentes a três singletos em  8,08 (1H, s),  6,82 (1H, s), 
6,61 (1H, s), os quais acoplam a uma ligação (1JCH) com os carbonos na região de
aromático C-11 ( 111,3), C-8 ( 114,1) e C-3 ( 110,5), com base no espectro de
137

correlação HSQC (Figura 52), confirmando o padrão de substituição 1, 2, 9 e 10 do


sistema aporfínico.

Figura 51: Espectro de RMN de 1H de ALC4 (600 MHz, CDCl3).

Figura 52: Ampliação do mapa de contornos HSQC (1H: 600 e 13


C: 150 MHz,
CDCl3), referente às correlações dos H aromáticos de ALC4.
138

No espectro de RMN de 1H também foi possível observar sinais de metoxilas em


 3,67 (3H, s), 3,89 (3H, s) e 3,90 (3H, s), estas por sua vez acoplando a (1JCH) com
os carbonos em  60,2, 56,0 e 55,9, respectivamente, de acordo com o espectro de
correlação HSQC (Figura 53).

Figura 53: Espectro de correlação HSQC (1H: 600 e 13


C: 150 MHz, CDCl3) e
expansão da região dos acoplamentos dos grupos metoxila de ALC4.

As posições das metoxilas foram atribuídas com base no mapa de contornos


HMBC, ao serem observados sinais de hidrogênios de grupos metoxílicos em  3,69
(3H, s),  3,89 (3H, s) e  3,90 (3H, s) acoplando respectivamente com os sinais de
carbonos oxigenados em 144,9, 153,2 e 145,7, referentes à C-1, C-2 e C-10
respectivamente (Figura 54). Ressalta-se ainda que o valor do deslocamento
químico em  3,67 para grupo metoxila ligado ao anel aromático indica impedimento
estérico em C-1.
Por meio da análise do espectro HMBC também foram observadas correlações a
duas (2JCH) e a três ligações (3JCH) entre H-3 ( 6,61), com os carbonos aromáticos
em  122,4, 144,9 e 153,2, relativos aos carbonos C-3b, C-1, e C-2,
respectivamente, caracterizando assim o anel A, e outro acoplamento com carbono
metilênico em  26,4, atribuído a C-4 (Figuras 54).
139

Figura 54: Espectro de correlação HMBC de ALC4 (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3)
e expansões das regiões dos acoplamentos de H-3 e dos hidrogênios de metoxilas.

Outras correlações foram localizadas pelo mapa de contornos HMBC


envolvendo o sinal em  8,08 (H-11) com os carbonos aromáticos em  123,4 (C-1a),
 127,8 (C-7a) e  145,3 (C-9), além dos acoplamentos entre um singleto em  6,82
(H-8) com os carbonos em  34,0 (C-7),  145,7 (C-10) e  123,4 (C-11a), bem como
a correlação entre os hidrogênios do grupo metoxi em  3,90 com o sinal de carbono
oxigenado em  145,7 (C-10). Com base nessas correlações foi possível atribuir as
substituições no anel D do sistema aporfínico de ALC4, sendo assim possível
confirmar a presença de um substituinte hidroxila em C-9 (Figura 55).
140

Figura 55: Espectro de correlação HMBC de ALC4 (1H: 600 e 13C: 150 MHz, CDCl3)
e expansões das regiões de acoplamentos dos H aromáticos H-8 e H-11.

Pela análise do espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3) juntamente com a


análise do mapa de correlação HSQC verificou-se a presença de sinais de
hidrogênios diastereotópicos para três grupos metilênicos em δ 2,85 (1H, dd, J
=16,8; 3,6 Hz)/δ 3,46 (1H,m), δ 3,15 (1H, dd, J =12,7; 3,5 Hz)/δ 3,75 (1H,m) e δ 2,33
(1H,m)/δ 3,18 (1H, d, J =4, 1 Hz) típicos dos hidrogênios, H-4pax/H-4peq, H-5peq/H-
5pax e H-7peq/H-7pax correlacionados, respectivamente, aos sinais dos carbonos em
δ 26,4, δ 41,8 e δ 34,0, bem como um sinal de um hidrogênio metínico em δ 4,11
(1H, dd, J= 13,4 e 3,8 Hz), correlacionado ao sinal do carbono em δ 53,3
característico de H-6a/C-6a (COSTA, 2009a) (Figura 56).
141

Outras correlações significativas são mencionadas na Tabela 10, bem como se


encontram representadas na Figura 57.
Figura 56: Ampliação na região dos hidrogênios diasteroisotópicos pelo mapa de
correlação HSQC (1H, 600 MHz e 13C, 150 MHz; CDCl3) de ALC4.

Figura 57: Principais correlações observadas por HMBC para o composto ALC4.

H H
H3CO H3CO
3 4 3 4
2 3a 5 2 3a 5

1 3b 1 3b
1a 6a NH 1a 6a NH
H3CO H3CO
11a 7 11a 7
7a 7a
11 11

10 8 10 8

H3CO 9
H3CO 9

OH OH
142

A análise dos dados espectrais de RMN de 1H e 13


C decritos na Tabela 10,
comparados com dados da literatura (COSTA et al., 2013b), permitiu identificar o
composto codificado como ALC4 como sendo o alcaloide aporfínico laurotetanina
(Figura 58), o qual está sendo pela primeira vez descrito em A. leptopetala no
presente estudo.
Este alcaloide já foi descrito em diversas espécies da família Annonaceae, como
Alphonsea sclerocarpa (TADIC et al., 1967), Guatteria guadotiana (CASTEDO et al.,
1991), Annona cherimola (CHEN et a., 1997c), sendo notória sua descrição entre
espécies do gênero Xylopia, tais como X. laevigata (COSTA et al., 2013b), X.
amazonica (MARTINS et al., 1995), X. benthamii (PIMENTA e MENDONÇA, 2012),
X. danguyella (HOCQUEMILLER et al., 1981) e X. parviflora (NISHYAMA et al.,
2006).

Figura 58: Estrutura do alcaloide Laurotetanina.

H
H3CO
3 4
2 3a 5

1 3b
1a 6a NH
H3CO
11a 7
7a
11

10 8

H3CO 9

OH
143

Tabela 10 - Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC4 em CDCl3,
incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH (n=1,
HSQC, n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura.

ALC4 Laurotetanina
Posição
H1
HMBCa
(mult., J em Hz)a C  a,b H  (J em Hz)d Cd
13
( H-13C)a,c
1 1 13

1 - 144,9, C - - 144,3
1a - 123,4, C - - 127,1
2 - 153,2, C - - 152,2
3 6,61 (1H, s) 110,5, CH C-4, C-3b, 6,61 (1H, s) 110,7
C-1, C-2
3a - 126,8, C - - 128,4
3b - 122,3, C - - 126,5
4 2,85 (1H, dd,16,8 3,6) 26,4, CH2 C-5 2,75 (1H, m) 28,2
3,46 (1H, m) 3,04 (1H, m)
5 3,15 (1H, dd, 12,6, 3,4) 41,8, CH2 C-4, C-6a 3,02 (1H, m) 42,5
3,75 (1H, m) 3,41 (1H, m)
6a 4,11 (1H, dd, 13,4, 3,8) 53,3, CH C-7 3,84 (1H, dd, 14,5, 4,9) 53,5
7 2,33 (1H, m) 34,0, CH2 C-6a 2,68 (1H, dd, 14,5, 13,8) 35,7
3,18 (1H, d, 4,1) 2,78 (1H, dd, 13,8, 4,9)
7a - 127,8, C - - 129,1
8 6,82 (1H, s) 114,1, C C-7, C-10, 6,77 (1H, s) 114,4
C-11a
9 - 145,3, C - 145,6
10 - 145,7 CH - 146,1
11 8,08 (1H, s) 111,3, CH C-1a, C-7a, 8,06 (1H, s) 111,8
C-9,
11a - 123,4, C - - 123,6
1-OCH3 3,67 (3H, s) 60,2, CH3 C-1 3,67 (3H, s) 60,2
2-OCH3 3,89 (3H, s) 56,0, CH3 C-2 3,89 (3H, s) 56,1
10-OCH3 3,90 (3H, s) 55,9 C-10 3,90 (3H, s) 55,9
a 1 13
Experimento realizado a 600 MHz para H e 150 MHz para C em CDCl3, utilizando o TMS como
b
Multiplicidades determinadas pelos espectros de 1H e HSQC. c
padrão interno. Correlações no
C: 150 MHz, CDCl3).  deslocamento
d
(COSTA et al, 2013b, 1H: 600 MHz, 13
espectro de HMBC.
químico em ppm. (-) não localizado.
144

5.2.3. Determinação estrutural de SBFII-3

A amostra SBF II-3 apresentava aspecto oleoso de odor marcante. O espectro


13
de RMN de C-DEPTQ (100 MHz em CDCl3), revelou a presença de quinze linhas
espectrais, correspondentes a três sinais de carbonos não hidrogenados, quatro de
carbonos metínicos, cinco de carbonos metilênicos e três de carbonos metílicos. O
sinal em  80,8 foi relacionado a carbono não hidrogenado ligado a oxigênio (Figura
59). A presença de sinais em  153,3 e 106,1 indicou para a existência de dupla
exocíclica.

Figura 59: Espectro de RMN de 13C-DEPTQ (100 MHz, CDCl3) de SBF II-3.
145

Por meio do espectro HSQC foram observados sinais em  4,66 (1H, tl, J =1,4
Hz) e 4,69 (1H, dl, J =1,4 Hz), relativos aos hidrogênios olefínicos, acoplando com
carbono em  106,1, confirmado assim a existência da dupla. Outras correlações
foram observadas pelo mapa de correlação envolvendo os sinais de hidrogênios
metílicos em  1,04 (3H, s),  1,05 (3H, s) e 1,28 (3H, s) acoplando a (1JCH), com os
sinais de carbonos em  16,1,  28,5 e  25,8 respectivamente. (Figura 60).

Figura 60: Espectro de correlação 1H x 13C-HSQC de SBFII-3 (CDCl3, 600 e 150


MHz, respectivamente) e expansão da região dos acoplamentos dos hidrogênios
olefínicos.

No espectro de RMN de 1H (600 MHz, CDCl3) foram observadas absorções


características de anel ciclopropano em  0,47 (1H, dd, J = 11,2 e 9,5 Hz) e em 0,71
(1H, ddd, J = 11,2, 9,6 e 6,2 Hz), destacadas na Figura 61. Foram vistos neste
espectro, sinais de singletos em  1,05 e 1,04, com integração para três hidrogênios
cada, atribuídos a duas metilas geminadas, ligadas a carbono quaternário e outro
146

singleto em  1,28, referente à metila ligada a carbono oxigenado (Figura 61). Outras
correlações relevantes encontram-se descritas na Tabela 11.

Figura 61: Espectro de RMN de 1H de SBF II-3 (600 MHz, CDCl3) com destaque das
regiões dos hidrogênios do anel ciclopropano e expansões.
147

Pelas ampliações do espectro HMBC (Figura 62) foram localizadas correlações


do sinal em  1,28 (3H, s) com  41,6 (C-3),  80,8 (C-4) e 54,2 (C-5), podendo-se
atribuir este sinal à metila (CH3-14). Também foram observados acoplamentos do
sinal em  1,04 (3H, s) com os carbonos em  20,1 (C-11),  27,4 (C-7) e  29,7 (C-
6), levando a atribuir este sinal de hidrogênio à metila em (CH3-13), os mesmos
acoplamentos foram vistos para o sinal em  1,05, o qual ainda acoplava a (3JCH)
com o sinal de carbono em 16,1 (C-13), correspondendo então este sinal a outra
metila geminada em (CH3-12). Neste mesmo espectro ainda foram observadas
correlações do sinal em  1,32 (H-5, dd, 1H, J =10,4; 9,5 Hz) com os carbonos em 
20,1 (C-11), 29,7 (C-6), 53,2 (C-1) e 80,8 (C-4). Além dos acoplamentos entre os
hidrogênios ligados à C-9 em  2,42 e 2,04 e à C-1 em  2,21 com os carbonos
olefínicos em  153,3 (C-10) e 106,1 (C-15), confirmado assim a presença da ligação
dupla exocíclica. Outras correlações observadas pelo mapa de contornos HMBC
estão representadas na Figura 63 e na Tabela 11.

Figura 62: Espectro 1H x 13


C-HMBC (CDCl3, 600 e 150 MHz, respectivamente) e
suas expansões.
148

Figura 63: Algumas correlações observadas no HMBC para a amostra SBF II-3.
15

H 10 9

2 8
1

3
5 7
4 6 H
H
HO H 11
12
14

13

Com base nas análises dos dados de RMN de 1H e 13C (1D e 2D) e comparação
com dados da literatura (RAGASA et al., 2003), foi possível caracterizar o composto
SBF II-3 como sendo o sesquiterpeno oxigenado espatulenol (Figura 64).

Figura 64: Estrutura do espatulenol


15

H 10 9

2 1 8

3 5 7
4 6 H
H 12
HO H 11
14
13

Estudos prévios com os óleos essenciais das folhas de A. leptopetala revelaram


que a presença de espatulenol era de 0,7% (COSTA et al., 2008b), valor este
condizente com o teor de 1,1% encontrado por Feitosa et al. (2009), sendo que nas
cascas esse valor atingiu 63%, segundo estes autores. O espatulenol também foi
reportado na fase metanólica das folhas (COSTA et al., 2012a).
Vale salientar que muitos dos compostos presentes nos óleos essenciais são
comumente encontrados nos extratos apolares, a exemplo do espatulenol, isolado
no presente trabalho, a partir do extrato hexânico das folhas de A. leptopetala,
mostrando-se abundante neste extrato. Desta maneira, o extrato hexânico das
149

folhas de A. leptopetala, que está sendo pela primeira vez investigado no âmbito
químico e biológico, torna-se uma matéria-prima interessante na obtenção desse
composto com várias propriedades biológicas consolidadas na literatura e com
grande potencial ainda a ser explorado.
150

Tabela 11 - Dados de RMN de 1H (600 MHz) e 13C (150 MHz) para ALC4 em CDCl3,
incluindo os resultados dos experimentos 2D heteronucleares 1H x 13C - nJCH (n=1,
HSQC, n= 2 e 3, HMBC) e dados da literatura.
SBF II-3 Espatulenol
a
Posição HMBC
H  (mult., J em Hz) C H  (J em Hz)d C d
1 a 13 a,b 1 13
( H-13C)a,c
1

1 2,21 (1H, dd, 10,6 e 6,4) 53,2, CH C-2, C-5, 2,20 53,4
C-15, C-10
2 1,63 (1H, dddd, 11,8; 8,2 e 26,5, CH2 C-3, C-1 e 1,64 26,7
6,6,2,1) C-4 1,91
1,91 (1H, ddd, 22,8, 11,6, 6,3)
3 1,58 (1H, m) 41,6, CH2 C-1, C-2 e 1,54 41,8
1,77 (1H, dddd,12,9;8,8;6,9, 2,1) C-4 1,77
4 - 80,8, C - - 81,0
5 1,32 (dd, 10,4 e 9,5) 54,2, CH C-1, C-4 1,31 54,4
e C-6
6 0,47 (dd, 11,2 e 9,5) 29,7, CH C-4, C-5, 0,47 (dd, 11,6; 9,6) 29,9
C-7 e C-11
7 0,71 (ddd, 11,3; 9,6 e 6,1) 27,4, CH C-5, C-6 0,71 27,5
e C-11 (ddd, 11,2; 9,5; 6,1)
8 1,01 (1H, m) 24,7 CH2 C-6, C-9 1,01 24,8
1,98 (1H, dddd, 14,3; 12,5; 8,1 e e C10 1,96
6,2)
9 2,04 (1H, ddd, 13,5; 12,5 e 1,3) 38,7, CH2 C-1, C-7, 2,05 38,9
2,42 (1H, dddd, 13,5; 8,1; 6,2 e C-8, C-10 e 2,42 (dd, 5,2, 13,6)
1,6) C-15
10 - 153,3, C - - 153,5
11 - 20,1, C - 20,3
12 1,05 (3H, s) 28,5 CH3 C-6, C-7, 1,05, (3H, s) 28,7
C-11, C-13
13 1,04 (3H, s) 16,1, CH3 C-6, C-7, 1,04 (3H, s) 16,3
C-12
14 1,28 (3H, s) 25,8, CH3 C-3, C-4 e 1,28 (3H, s) 26,1
C-5
15 4,69 (tl, 1,4) 106,1,CH2 C-1, C-8, 4,69 106,3
4,66 (dl, 3,3 e 1,4) C-9 e C-10, 4,66
a 1 13
Experimento realizado a 600 MHz para H e 150 MHz para C em CDCl3, utilizando o TMS como
b
Multiplicidades determinadas pelos espectros de 1H e HSQC. c
padrão interno. Correlações no
C: 100 MHz, CDCl3).  Deslocamento
d 1 13
espectro de HMBC. (RAGASA et al, 2003, H: 400 MHz,
químico em ppm. (-) não localizado.
151

5.3. Ensaios de avaliação da atividade antioxidante in vitro.

A atividade antioxidante in vitro dos extratos e frações de A. leptopetala foi


avaliada por dois métodos: o teste de sequestro do radical DPPH• e o ensaio de
oxidação do -caroteno, sendo que este permitiu acompanhar dois processos da
oxidação, primário e secundário, além de verificar a capacidade antioxidante de
compostos lipofílicos.

5.3.1 Ensaio para avaliação da redução do radical DPPH

Vários métodos são utilizados para determinar a atividade antioxidante em


extratos e substâncias isoladas, um dos mais usados consiste em avaliar a
capacidade de sequestro, do radical livre DPPH• (ROGINSKY, LISS, 2005) por ação
de um antioxidante (AH) ou uma espécie radicalar (R•), capaz de transferir elétrons
ao radical DPPH•, que ao se reduzir forma difenil-picril-hidrazina, de coloração
amarela, com consequente desaparecimento da coloração púrpura, podendo a
mesma ser monitorada pelo decréscimo da absorbância. Desta forma, este método
avalia apenas o poder redutor do antioxidante, e por esse motivo não detecta
substâncias pró-oxidantes (DUARTE-ALMEIDA et al., 2006). A partir dos resultados
obtidos determinou-se a porcentagem de atividade antioxidante ou sequestradora de
radicais livres e/ou a porcentagem de DPPH• remanescente no meio reacional
(BRAND-WILLIAMS et al., 1995, SÁNCHEZ-MORENO et al., 1998).
A porcentagem de atividade antioxidante (%AA) corresponde à quantidade de
DDPH reduzido pelo antioxidante, sendo que a quantidade de antioxidante
necessária para decrescer a concentração inicial de DPPH em 50% é denominada
concentração eficiente (CE50), também chamada de concentração inibitória (CI50).
Quanto maior a redução de DPPH por uma amostra, menor será a sua CE 50 e maior
a sua atividade antioxidante (SOUSA et al., 2007).
As absorbâncias das amostras foram comparadas com as absorbâncias dos
padrões: ácido ascórbico, BHA e BHT. Os padrões sintéticos (BHA, BHT) foram
escolhidos por sua ampla utilização na indústria alimentícia, enquanto que os
152

naturais, por estarem normalmente presentes em frutas e vegetais (KAO et al.,


2005).
A quantidade de extrato testado capaz de decrescer a concentração inicial de
DPPH em 50%, CE50 (Tabela7), variou de 10,10 ± 1,96 a 59,10 ± 20,0 µg.mL -1,
sendo que o extrato EMF (CE50=10,10 ± 1,96 µg.mL-1) mostrou-se comparável ao
controle positivo BHT (CE50=10,75 ± 0,17 µg.mL-1). Esses resultados mostram que
todos os extratos têm atividade sequestradora do radical DPPH•.

Tabela 12 - Atividade antioxidante (CE50), conteúdo de fenóis totais e flavonoides


totais dos extratos de A. leptopetala.

Fenóis Flavonoides
Amostras CE50  DP ( µg.mL-1)
(mg EqAG.g-1) (mg EqC.g-1)
EHF 59,10  20,00 23,51  2,36 ID

EHR 53,93  0,89 11,01  0,83 39,25  1,84

EMF 10,10  1,96 125,9  7,34 160,7  10,35

EMR 55,43  1,21 184,6  8,42 160,3  2,49

AA 2,10  0,04 -- --
BHA 2,09  0,20 -- --
BHT 10,75  0,17 -- --
Os valores de CE50 foram obtidos por interpolação a partir da análise de regressão linear, com 95%
de nível de confiança. CE50= Concentração eficiente capaz de decrescer em 50% a quantidade inicial
de DPPH; Os valores são dados como média ± DP (n = 3). EHF: extrato hexânico das folhas; EHR: extrato
hexânico dos ramos; EMF: extrato metanólico das folhas; EMR: extrato metanólico dos ramos; controles
positivos – AA: ácido ascórbico; BHA: butilhidroxianisol; BHT: butilhidroxitolueno; mg EqAG: miligramas de
equivalente de ácido gálico; mg EqC: miligramas de equivalente de catequina; DPPH: 2,2-difenil-1-picrilhidrazil;
ID: indeterminado.

O DPPH pode reagir com compostos fenólicos, que nas plantas podem ser
enquadrados em diversas categorias, como fenóis simples, ácidos fenólicos
(derivados de ácido benzoico e cinâmico), cumarinas, flavonoides, estilbenos,
taninos condensados e hidrolisáveis, lignanas e ligninas, bem como com ácidos
aromáticos (NACZK; SHAHIDI, 2004), além de carotenoides (AJILA et al., 2007).
Os resultados obtidos na determinação dos fenóis totais e flavonoides totais,
apresentados na Tabela 12, mostram que os extratos EMF e EMR apresentaram
teores de compostos fenólicos e de flavonoides superiores aos extratos hêxanicos,
sendo estes resultados condizentes com dados de outras espécies de Annona
153

descritas na literatura (RABÊLO et al., 2014b, ALMEIDA et al., 2014, LOIZZO ET


AL., 2012, JULIÁN-LOAEZA ET AL., 2011,ROESLER et al., 2007).
Contudo observou-se uma correlação negativa entre fenóis totais e a CE50 para
todos os extratos testados, conforme mostrado na Figura 65, com base na equação
da reta proposta por Sousa et al. (2007), obtida a partir do padrão ácido gálico. Esta
análise sugere que existem constituintes que contribuem particularmente e mais
efetivamente para a ação sequestradora de radicais livres, os quais são comuns a
todos os extratos analisados.

Figura 65: Correlação entre o teor de fenóis totais e CE50 dos extratos hexânico e
metanólico das folhas e dos ramos de A. leptopetala.

150
140
130
Atividade antioxidante, CE50 ( g/mL)

y= -0,164x + 153,946
120
R = -0,998
110
100
90
80
70
1
60 2 4
50
40
30
20
3
10
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900
Fenóis totais (mg de EAG/g de extrato)

Correlação entre os fenóis totais expressos em equivalente de ácido gálico, EqAG e a atividade
antioxidante expressa como concentração eficiente, CE50 dos extratos: (1) EHF: extrato hexânico das
folhas, (2) EHR: extrato hexânico dos ramos; (3) EMF: extrato metanólico das folhas; e (4) EMR:
extrato metanólico dos ramos.

Mesmo em menor proporação é possível considerar para os extratos


metanólicos a participação de compostos fenólicos na captura de radicais livres
DPPH, como flavonoides e alcaloides fenólicos, cujo efeito antiradicalar desse último
está relacionado particularmente à presença de grupos fenólicos livres, onde o
hidrogênio é facilmente abstraível (RACKOVÁ et al., 2004), como ocorre em
laurotetanina e norannuradapurina, identificadas neste estudo e discretamina
previamente reportada nesta espécie, com comprovada atividade antioxidante
154

(SILVA et al., 2009), como pode ser observado na Figura 66 Esses alcaloides por
terem grupos metoxila em orto protegem o núcleo fenólico, conferindo a essas
moléculas propriedades antioxidantes interessantes (Cassels et al., 1995).

Figura 66: Alcaloides fenólicos presentes em A. leptopetala.

3
H
4
H3CO 3a 4 H3CO
5
2
O 5
3
2 3a
1
3b 6a NH 1 3b N
NH HO
H3CO 1a O 6a

11a
1a H
7 11a 7
OH
11 7a 7a
11
10
8 8
H3CO 9
10 OCH3
9 OH

OH
OCH 3

Laurotetanina Norannuradapurina Discretamina

Destaca-se também o potencial antiradicalar de alcaloides não-fenólicos, devido


ao seu núcleo aporfínico (MARTINÉZ et al., 1992) capaz de deslocalizar elétrons
desemparelhados através da estrutura de ligações duplas conjugadas. Esses
compostos são bem representativos entre as espécies do gênero Annona, a
exemplo de A. leptopetala, que teve confirmada a presença dos alcaloides anonaina
e nornuciferina nas folhas, no presente estudo, os quais demonstraram ter ação
sequestratante frente ao radical DPPH segundo Liu et al. (2014).
Outros compostos que por exibirem atividade antioxidante, podem justificar o
efeito demonstrado pelos extratos são as acetogeninas, cuja característica estrutural
que lhes conferem atividade corresponde ao anel lactônico ,-insaturado, o qual
garante a estabilidade da molécula oxidada por meio de deslocamento eletrônico
(LIMA et al., 2010). Com destaque também para os tocoferóis e fitoesteróis como o
-sitosterol, estigmasterol e campesterol, que apresentaram ação antiradicalar frente
ao DPPH (LUIZA; JORGE, 2013), além de mono e sequiterpenos oxigenados
155

presentes em óleos essenciais (COSTA et al., 2011), ésteres benzílicos


(SACCHETTI et al., 2005), espatulenol com ação antiradicalar comprovada por
divesos estudos (DE SOUZA ARAÚJO et al., 2015, CHALESHTORI et al., 2013,
AYOUGHI et al., 2010, KIRCHNER et a., 2010), triterpenos e carotenoides.
Essas classes de compostos citadas acima são reconhecidas por suas
propriedades antioxidantes bem descritas na literatura, podendo as mesmas serem
as responsáveis pela ação observada nos extratos, tendo em vista que essas
classes foram apontadas nos extratos, através da prospecção fitoquímica.

5.3.2 Inibição da oxidação acoplada ao sistema -caroteno/ácido linoleico

A oxidação do ácido linoleico assim como de outros ácidos graxos poli-


insaturados resulta na formação de radicais peroxil (ROO•). Na ausência do
antioxidante, o ROO• pode retirar um átomo de hidrogênio de substratos próximos
como os lipídios, gerando um novo radical livre que leva à completa oxidação do
ácido linoleico, cujos produtos de degradação podem oxidar o β-caroteno. A
presença de substâncias antioxidantes, no entanto, pode impedir a oxidação do
ácido linoleico, retardando a reação em cadeia de radicais livres em uma ou mais
etapas (NASCIMENTO et al., 2010).
A eficiência antioxidante das amostras-teste foi avaliada em meio lipídico, tendo
como parâmetro o perfil antiradicalar dos padrões sintéticos BHA, BHT e ácido
ascórbico (AA). A atividade antioxidante das amostras-teste e dos padrões foi
verificada a cada 30 minutos, totalizando 120 minutos de análise, a qual foi expressa
na forma de percentual de inibição da oxidação (%I) e encontra-se representada na
Figura 67.

Os resultados apresentados na Figura 67 mostram que os padrões BHA e BHT


exibiram boa eficiência antioxidangte por este ensaio, o que está condizente com a
literatura (DUARTE-ALMEIDA et al., 2006), embora não tenham apresentado uma
linearidade (Figura 67), devido a existência de várias etapas na oxidação (iniciação,
propagação e fase terminal) e também pelas particilaridades dos antioxidantes.
156

O ácido ascórbico é amplamente conhecido por sua ação antioxidante e por isto
é empregado no tratamento de doenças degenerativas, em cosméticos (DUARTE-
ALMEIDA et al., 2006) e em alimentos (ANGELO; JORGE, 2007). Como pode ser
observado na Figura 67, o ácido ascóbico no sistema β-caroteno/ ácido linoleico
apresentou comportamento pró-oxidante, indicado pelo percentual negativo de
inibição da oxidação. Este resultado está coerente com outros estudos reportados
na literatura (DUARTE-ALMEIDA et al., 2006, HASIMOTO et al., 2005). Isso ocorre
porque o ácido ascórbico, após doar os dois hidrogênios, torna-se passível de
receber elétrons, devido ao radical ascorbila formado, que é um agente oxidante
(DUARTE-ALMEIDA et al., 2006, BORS; BUETTNER, 1997).
Um antioxidante é qualquer substância capaz de retardar ou impedir danos
devido àoxidação, estando presente em pequenas concentrações, em relação ao
agente oxidante (SILVA et al., 2010) e que na forma oxidade seja estável (RICE-
EVANS et al., 1996).
Com isso constata-se através dos resultados deste ensaio (Figura 67) que todas
as amostras avaliadas exibiram significativa habilidade de inibir a oxidação no
decorrer dos 120 min de análise, com percentuais de inibição no tempo final (t=120
min) que variaram de 79,5 ( 0,82) a 93,0% ( 1,14) (Tabela 13). Estes valores, por
sua vez, são mais condizentes com o dos padrões BHA e BHT. Destaca-se também
que essa atividade que se manteve durante toda a análise, indica que os compostos
presentes nas amostras-teste apresentam estabilidade oxidativa.
157

Figura 67: Análise dos grupos da atividade antioxidante em sistema da co-oxidação


do β-caroteno/ácido linoleico dos extratos em intervalos de 30 min.

150

100
% de atividade antioxidante

50

-50

-100
BHA BHT AA FALCF FALCR EHF EHR EMF EMR FNF FNR

30 60 90 120

EHF: extrato hexânico das folhas; EHR: extrato hexânico dos ramos; EMF: extrato metanólico das
folhas; EMR: extrato metanólico dos ramos; FNF: fase neutra das folhas; FNR: fase neutra dos
ramos; FALCF: fração alcaloídica das folhas; FALCR: fração alcaloídica dos ramos; controles
positivos – AA: ácido ascórbico; BHA: butilhidroxianisol; BHT: butilhidroxitolueno Os valores referem-
se à média de três determinações.
158

Tabela 13 - Inibição da oxidação em sistema -caroteno/ácido linoleico dos extratos


e fases de A. leptopetala.

(%) inibição da peroxidação na


Amostras
concentração de 200 µg.mL-1 (t =120min)

FALCF 79,52 (0,82)

FALCR 83,4 (1,32)

EHF 88,6 (1,67)

EHR 81,4 (2,66)

EMR 93,0 (1,04)

EMF 89,86 (3,21)

FNF 79,83 (6,11)

FNR 83,87 (1,14)

AA* 9,30 (6,48)

BHA* 103,9 (0,32)

BHT* 104,7 (0,67)

Os valores referem-se à média de três determinações (tempo t =120 mim). BHA: butilhidroxianisol;
BHA: butilhidroxitolueno; AA: ácido ascóbico; FALCF: fração alcaloídica das folhas; FALCR: fração
alcaloídica dos ramos; EHF: extrato hexânico das folhas; EHR: extratos hexânico dos ramos; EMR:
extrato metanólico dos ramos; EMF: extrato metanólico das folhas; FNF: faae neutra das folhas; FNR:
fase neutra dos ramos.

O mecanismo de ação dos antioxidantes foi acompanhado através de curvas


cinéticas construídas a partir do decaimento da absorbância do β-caroteno em
função do tempo, pelo método das tangentes, obtendo-se os fatores F1 e F2. De
acordo com os esses fatores (Tabela 14) foi demonstrado que os componentes das
amostras analisadas apresentaram eficiência no bloqueio da formação de peróxidos,
com base nos valores de F1, como também participaram de reções secundárias
durante o processo oxidativo, como decomposição de hidroperóxidos e estabilização
de compostos formados ao longo desse processo, evidenciado por F2. Lembrando
que se os valores de F1 e F2 forem superior a 1, então o antioxidante passa a
exercer um efeito contrário, ou seja, pró-oxidante (PO), contribuindo para as reações
oxidativas (GALVÃO et al., 2008, DUARTE-ALMEIDA et al., 2006, YANISHILIEVA;
MARINOVA, 1995), sendo este comportamento observado no presente estudo para
159

o ácido ascóbico, o qual já havia sido reportado na literatura (DUARTE-ALMEIDA et


al., 2006).
Desta maneira, a partir da análise dos fatores F1 e F2, mostrados na Tabela 14,
observa-se um comportamento cinético antioxidante relevante para todas as
amostras-teste ensaiadas, indicando que os compostos antioxidantes presentes são
bons sequestradores de radicais livres, capazes de bloquear as reações na etapa de
iniciação, bem como participam de reações secundárias, estabilizando espécies
reativas, caracterizando-se assim os compostos como antioxidantes primários e
secundários.

Tabela 14 - Parâmetros cinéticos caracterizando a inibição da oxidação do sistema


β-caroteno/ácido linoleico pelas amostras de A. leptopetala.

Fatores

Amostras F1 F2

FALCF 0,36 0,01

FALCR 0,30 0,04

EHF 0,14 0,05

EHR 0,21 0,22

EMR 0,12 0,06

EMF 0,12 0,04

FNF 0,27 0,09

FNR 0,31 0,10

AA* 1,64 0,04

BHA* 0,05 0,01

BHT* 0,04 0,02

F1= relação entre as tangentes das curvas cinéticas da solução padrão ou teste e o controle entre 0 e
30 min; F2= relação entre as tangentes das curvas cinéticas da solução-padrão ou teste e o controle
entre 60 e 120 min. Os valores foram calculados a partir da média de três determinações. BHA:
butilhidroxianisol; BHA: butilhidroxitolueno; AA: ácido ascóbico; FALCF: fração alcaloídica das folhas;
FALCR: fração alcaloídica dos ramos; EHF: extrato hexânico das folhas; EHR: extratos hexânico dos
ramos; EMR: extrato metanólico dos ramos; EMF: extrato metanólico das folhas; FNF: faae neutra
das folhas; FNR: fase neutra dos ramos.
160

Foi possível observar uma correlação positiva entre os resultados da


quantificação de fenóis e de flavonoides e a atividade antioxidante apresentada
pelos extratos metanólico EMF e EMR no ensaio do -caroteno/ ácido linoleico.
Sendo este um indício de que a atividade antioxidante desses extratos, assim como
dos seus derivados (FNF, FNR, FALCF e FALCR), pode ser atribuída à presença de
compostos fenólicos, além de outros constituintes não fenólicos. Para os extratos
hexânico EHF e EHR, essa correlação não foi observada. Ainda assim, é possível
que haja compostos fenólicos atuando nesses extratos, embora não tenham sido
detectados pelos métodos empregados neste estudo. Considera-se também que
haja nesses extratos apolares, outras classes com ação antioxidante, que não
necessariamente sejam substâncias fenólicas.
Dentre os compostos que podem justificar a atividade antioxidante dos extratos
metanólico e seus derivados, destacam-se os alcaloides aporfínicos, devido ao seu
núcleo aporfínico (MARTÍNEZ et al., 1998) capaz de estabilizar espécies reativas por
ressonância, e por apresentarem um hidrogênio benzílico, posicionado próximo ao
par de elétron do nitrogênio, sendo esta característica estrutural considerada a
possível chave para o efeito antioxidante de aporfinas não-fenólicas (CASSELS et
al., 1995). Apontam-se também os alcaloides fenólicos (COSTA et al., 2015), os
quais apresentarem hidroxilas redutoras, onde o hidrogênio ativo é abstraído pelos
radicais livres R• e ROO•, convertendo-se em um radical estabilizado por
ressonância e que não tem a capacidade de iniciar e de propagar reações
oxidativas.
Vários alcaloides aporfínicos já foram descritos na espécie A. leptopetala, a
exemplo de anonaina, que juntamente com nornuciferina, laurotetanna e
norannuradapurina, foram identificados nesta espécie no presente estudo. Anonaina,
por sua vez, teve o seu potencial antioxidante confirmado no sistema β-
caroteno/ácido linoleico (UBEDA etal., 1993, LIU et al., 2014). Somam-se a isso, as
características estruturais dos alcaloides fenólicos descritos neste estudo, que
atendem às relações de estrutura-atividade para atuarem como bons agentes
antioxidantes. Desta forma, era esperado que as frações alcaloídicas
demonstrassem elevada ação antiperoxidativa.
Outros compostos com propriedades antioxidantes reconhecidas e que podem
estar presentes nas amostras testadas correspondem aos derivados benzílicos,
161

constituintes de óleos essenciais, como mono e sesquiterpenos oxigenados,


triterpenos, esteroides, carotenoides, tocoferóis, podendo inclusive ser atribuído
particularmente aos compostos lipossolúveis citados a habilidade de proteção contra
a oxidação demonstrada pelos extratos EHF e EHR. Esses compostos juntamente
com constituintes fenólicos, como alcaloides e flavonoides, podem por sua vez ser
os responsáveis pela ação demonstrada pelos extratos metanólicos, EMF e EMR, e
pelas fases neutras (FNF e FNR).

Considerando os resultados dos dois ensaios antioxidantes, fica confirmado que


as amostras ensaiadas exibiram um bom efeito antiradicalar no ensaio da co-
oxidação do -caroteno, indicando que os compostos presentes nesses extratos e
fases têm grande habilidade na inibição da peroxidação lipídica, provavelmente
devido a maior especificidade do ensaio para compostos lipofílicos.

5.4. Avaliação da atividade citotóxica in vitro de A. leptopetala pelo ensaio do MTT e


do MTS

A avaliação citotóxica preliminar das amostras-teste envolveu quatro linhagens


de células tumorais humanas, através do método do MTT com as linhagens HCT-
116 (colorretal), HL-60 (leucemia) e SF-295 (glioblastoma) e do método MTS, com a
linhagem sarcoma S-180. Nos dois ensaios a citotoxicidade foi determinada como
percentual de inibição de crescimento celular (%IC), sendo este valor, utilizado para
determinar o potencial citotóxico com base numa escala de intensidade, já citada
anteriormente. Os experimentos foram analisados segundo a média  desvio padrão
da média da porcentagem de inibição do crescimento celular, usando o programa
GraphPad Prism. No ensaio do MTT, cada amostra foi testada em triplicata em dois
experimentos independentes. A atividade citotóxica das amostras está representada
na Tabela 15, bem como os resultados referentes ao ensaio do MTT encontram-se
representados nas Figuras 68 e 69.
Notadamente, os extratos hexânicos apresentaram efeito citotóxico frente à
linhagem de sarcoma S-180, com %IC entre 80 e 90%, enquanto as amostras
162

oriundas de EHF, correspondentes à SBF-D1, SBF-D2 e espatulenol exibiram


elevado efeito antiproliferativo contra as linhagens tumorais humanas, HCT 116, HL-
60 e SF-295, conforme exposto na Tabela 15. Isto pode ser um indicativo de que no
extrato hexânico das folhas haja constituintes com certa seletividade frente às
células do sarcoma S-180.
As substâncias SBF-D1 e SBF-D2 por revelação com reagente de Kedde,
apresentaram indícios da presença de anel lactônico, o qual é comumente
encontrado em acetogeninas.

Tabela 15 - Inibição do crescimento (%IC) de extratos e frações de A. leptopetala


pelo método do MTT e do MTS frente a quatro linhagens de células tumorais.

MTT MTS
Amostras
HCT - 116 HL - 60 SF - 295 SARCOMA -180

SBF-D1 77,3  2,60 96,5  1,99 72,3  1,80 19,7a,b

SBF-D2 99,1  0,42 96,9  1,06 98,1  0,49 14,3a,b

Espetulenol 97,9 0,33 96,9  0,4 97,6  0,33 -

G-2 39,5 77,5 27,6 35,6

EHF 44,2 15,1 39,2 83,0

EHR 50,8 27,0 44,6 90,5

EMF 60,8 38,9 -212,2 64,8

EMR 62,5 19,0 48,7 76,9

FALCF 84,2 64,5 58,3 92,0

FALCR 82,7 81,8 61,4 79,5

Metotrexato - - - 52,7
Ensaio MTT: média dos valores de %IC com um intervalo de confiança de 95% obtido por regressão
não linear, feitos em triplicata em 3 linhagens tumorais testadas na concentração máxima de 50
μg/mL. MTS: amostras testadas na concentração de 50 μg/mL. a composto puro: 5µg/mL; b: baixa
solubilidade em DMSO (-): não avaliado. CN (controle negativo): suspensão celular sem tratamento
com 100% de células de viáveis. FALCF: fração alcaloídica das folhas; FALCR: fração alcaloídica dos
ramos; EHF: extrato hexânico das folhas; EHR: extratos hexânico dos ramos; EMR: extrato
metanólico dos ramos; EMF: extrato metanólico das folhas; FNF: faae neutra das folhas; FNR: fase
neutra dos ramos. SBF-D1, SBF-D2: compostos isolados do EHF;
163

Figura 68: Inibição do crescimento (IC) dos extratos e das frações no ensaio com
3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-5-(3-carboximetoxifenill)-2-(4-sulfofenil)-2H-tetrazólio (MTS).

S A R C O M A -1 8 0

100
90
80
70
60
% IC

50
40
30
20 *
*
10
0

F R
I
II

E 2
E F

M R

N
R

E F
F MR

X
F
D

C
G
D

C
M

C
H

T
N
L
F

F
E
F

A
B

A
B
S

F
S

AM O STRAS

Amostras testadas na concentração de 50 μg.mL-1 para extratos e frações e de 5 µg.mL-1(*) para


compostos puros no ensaio MTS. MTX: metotrexato; CN: controle negativo.

Figura 69: Inibição do crescimento (IC) dos extratos e das frações no ensaio com
brometo 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT).

H L -6 0 H C T -1 1 6
D a ta 1
100 100
90
80
80
70
60
% IC . . . . .

60
% IC

50
40
40
30
20
20
10
0
0
F

R
I
II

F
-3

R
R

F
D

C
G
D

C
M

F
H

R
M

I
II
II

F
-3

R
R

R
N

F
D
L
F

L
E

C
F
E

G
E

C
M
E
F

N
H
F

M
II
F

N
A
B

L
F

L
B

F
E

E
B

E
F

F
F

F
S

A
B

A
S

F
S

F
S

AM O STRAS
AM O STRAS
164

S F -2 9 5

100

50

0
% IC

-5 0

-1 0 0

-1 5 0

-2 0 0

R
I
II

F
-3

R
R

F
D

C
G
D

C
M

N
H

M
II

N
L
F

L
E

F
E

E
F

F
F

A
B

A
B

F
S

F
S

AM O STRAS

Por este estudo foi confirmado o potencial citotóxico do composto espatulenol,


codificado como SBF II-3, que apresentou valores de IC acima de 90%, frente a três
linhagens tumorais humanas, HCT-116, SF-295 e HL-60, na concentração de 50
µg.mL-1. Esse efeito antiproliferativo demonstrado por este composto está
condizente com dados reportados na literatura segundo Bomfim et al. (2015).
Assim como o espatulenol, o composto SBF D2 foi extremamente ativo frente às
mesmas células tumorais, como pode ser constatada na Tabela 15 e Figura 69,
apresentando também percentual de inibição superior a 90%. Inclusive este
composto, mostrou-se muito similar ao espatulenol, através de análise por CCD com
valores de Rf muito próximos.
Destaca-se também o elevado efeito do terceiro composto SBF D1, contra as
células de câncer HL-60, apresentando moderada atividade frente às linhagens
celulares de câncer SF-295 e HCT-116.
Vários estudos reportam compostos com potencial citotóxico presente no extrato
hexânico de anonáceas. A partir do extrato hexânico das cascas de Cananga
latifolia, foram isoladas acetogeninas lineares, as quais exibiram efeito citotóxico
sobre três linhagens de células de câncer, com valores de CI50 entre 16,0 e 129,7
µM (WONGSA et al., 2011). Outro trabalho desenvolvido por Lima et al. (2010),
165

descrevem o isolamento de várias acetogeninas, obtidas a partir do extrato hexânico


das sementes de A. cornifolia. Do Nascimento et al. (2003) também reportam o
isolamento de acetogeninas monotetrahidrofurânicas do extrato hexânico das folhas
de Annona laurifólia Dunal.
Somado a isto, análises com o óleo essencial de A. vepretorum confirmaram seu
potencial antitumoral in vivo e citotóxico in vitro, o qual apresentou em sua
composição a presença marcante de sesquiterpenos e de monoterpenos. Nesse
mesmo estudo foi confirmado o efeito citotóxico in vitro do composto espatulenol
(BOMFIM et al., 2015).
São citadas também outras classes químicas no extrato hexânico com
comprovada ação citotóxica como a dos diterpenos do tipo ent-caurano, muito
comuns em espécies do gênero Annona (DUTRA et al., 2014a) e de ésteres
metílicos de ácido graxos (LIMA et al., 2012). Um estudo recente com o extrato
hexânico de Guatteria blepharophylla revelou seu potente efeito citotóxico contra
várias linhagens de células tumorais, o qual apresentou como constituinte óxido de
cariofileno, -sitosterol, estigmasterol, lichexantona e espatulenol (COSTA et al.,
2011b). O composto liquexantona, por exemplo, já foi anteriormente descrito na
espécie A. leptopetala, obtido da fração alcaloídica das cascas (ARRIAGA et al.,
2008). Além disso, diversos trabalhos têm apontado a ação anticâncer de xantonas
(LIN et al., 1996, ASANO et al., 1996, PERMANA et al., 1994)
Com base nos dados da literatura bem como com os resultados da análise
fitoquímica preliminar, aponta-se como as possíveis classes responsáveis pelo efeito
citotóxico demostrado por EHF, EHR e por seus derivados, a dos mono e
sesquiterpenos, com destaque para o composto espatulenol, o qual foi isolado e
caracterizado neste estudo e que possui comprovada atividade citotóxica, além de
ésteres metílicos de ácidos graxos, acetogeninas, diterpenos do tipo ent-caurano e
xantonas.
Por meio do ensaio de citotoxicidade também foi avaliado o perfil dos extratos
metanólicos tanto das folhas como dos ramos, que embora tenham sido ativos, no
geral apresentaram efeito inferior em relação às suas respectivas frações
alcaloídicas e neutras. Ainda assim, destaca-se que a atividade dos extratos
metanólicos se deve em parte aos constituintes presentes nas fases neutras, bem
como aos alcaloides. Nota-se que os extratos EMF e EMR foram mais seletivos para
166

os grupos de células de câncer, HCT-116 e sarcoma-180, com atividade moderada.


Este resultado se refletiu nas amostras alcaloídicas, porém, observa-se uma
acentuada melhora no efeito, sendo estas consideradas altamente ativas, com
valores de IC em torno de 79,5 e 92% de acordo com a Tabela 15 e Figura 69. Além
disso, verificou-se que a fração FALCR, também demonstrou elevado efeito contra a
linhagem celular de câncer HL-60. O mesmo efeito também foi verificado para as
fases neutras, sendo a FNF, muito ativa frente às linhagens tumorais HCT 116 e HL-
60, com valores de IC de 86,6 e 90,21%, respectivamente, observou-se também que
esta amostra foi fortemente ativa contra células tumorais de sarcoma-180 (%IC =
87,16), já FNT demonstrou elevada atividade apenas contra células do sarcoma-
180, enquanto em relação às demais foi considerado moderadamente ativa.
Dentre os alcaloides previamente isolados desta espécie e que tiveram sua
atividade citotóxica confirmada, pode-se citar anonaina, que exibiu efeito citotóxico
frente a diversas linhagens de células tumorais (CHEN et al., 2011; MOHAMED et
al., 2010; CHEN et al., 2008), o qual também foi isolado neste estudo, a partir da
FALCF; o alcaloide oxaporfínico liriodenina, considerado um do alcaloides mais
estudados devido suas promissoras atividades citotóxicas e antitumorais (SILVA et
l., 2007, SIQUEIRA et al., 1998; CHANG et al., 2004). Este alcaloide também
demonstrou efeito antiproliferativo e baixa toxicidade frente a células sadias,
verificado por Suresh et al. (2012a). Nos oxoaporfínicos a planaridade tem papel de
destaque, em relação aos demais aporfínicos e esta se deve à presença de uma
carbonila em C-7 que favorece a extensão da conjugação no sistema aporfínico,
somado a isto, a inserção de substituintes 1,2-metilenodióxi contribui para a
atividade citotóxica desses alcaloides (SILVA et al., 2007).
Entre os tetrahiprotoberberínicos, destaca-se a dehidrodiscretamina que
demonstrou efeito antitumoral, relacionado à inibição específica de topoisomerase I
e os autores sugerem, com base em estudos de estrutura-atividade, que o íon
amônio pode desempenhar um papel importante na inibição da referida enzima,
nesse mesmo estudo verificaram que discretamina também apresentou o mesmo
efeito inibidor enzimático (CHENG et al., 2008).
Frente ao que fora exposto, concernete a atividade antiproliferativa de alcaloides
outrora identificados na espécie A. leptopetala, isto reflete o potencial anticâncer
apresentado pela mesma. Tendo em vista ainda, que no presente estudo, outros
167

alcaloides foram identificados, os quais também têm reconhecida ação citotóxica,


como laurotetanina segundo Chen et al. (1995), sendo inclusive considerado um
compostos com potencial anticâncer por Stévigny et al. (2005), assim como
norannuradapurina, a qual também teve seu efeito antiproliferativo constatado
(Tzeng et a., 1990). Com destaque também para nornuciferina, identificado neste
estudo e que apresenta comprovado efeito citotóxico (DUNAL ET AL., 2013). Tais
dados justificam a atividade citotóxica demonstrada pelas frações alcaloídicas.
Dados da literatura referentes à avaliação citotóxica de extratos metanólicos de
espécies da família Annonaceae, atribuem essa atividade principalmente a duas
importantes classes de compostos, a dos alcaloides, sendo os aporfínicos um dos
grupos mais citados (SURESH et al., 2014, SUN et al., 2014, COSTA et al., 2011b,
MOHAMED et al., 2010, STÉVIGNY et al, 2005) e das acetogeninas (SUN et al.,
2014a, SURESH et al., 2012, 2012a, OBERLIES et al.,1997). Tanto alcaloides
isoquinolícos, como acetogeninas presentes nesta espécie têm propriedades
citotóxicas confirmadas na literatura, como as acetogeninas rolliniastatina-1 com
comprovado efeito citotóxico (DE PEDRO et al., 2013; RUPPRECHT et al., 1990) e
bullatacina com ação antitumoral e citotóxica (CHIU et al., 2003; RUPPRECHT et al.,
1990), além de xantonas conhecidas por suas propriedades anticâncer (LIN et al.,
1996, ASANO et al., 1996), a exemplo da liquexantona, isolada desta espécie, como
já mencionado anteriormente. Tais compostos podem estar presentes nos extratos
metanólicos, bem como nas fases neutras, contribuindo para o seu efeito citotóxico.

5.5. Ensaio da atividade antibacteriana

Os extratos metanólicos, hexânico, fases neutras, frações alcaloídica das folhas


e ramos e a fração G2, foram avaliados quanto à sua atividade antibacteriana pelo
método da microdiluição (SANTOS et al., 2012). Os resultados foram expressos
como concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima
(CBM) em µg.mL-1. Os experimentos foram realizados em triplicata, para cada cepa
indicadora utilizada.
168

O critério adotado para classificar a atividade das amostras oriundas de A.


leptopetala foi a seguinte: CIM menor 1000 µg.mL-1, foi considerado como boa
atividade antibacteriana, para CIM entre 1000 e 5000 µg.mL-1, correspondia a
atividade moderada, para CIM entre 5000 e 10000 µg.mL-1, a atividade era
considerado fraca e para CIM acima de 10000 µg.mL-1, seria considerado inativo
(HOLETZ et al., 2002; PRETTO et al., 2004).
Na Tabela 16 são apresentados os resultados da atividade antibacteriana das
amostras obtidas de A. leptopetala.
169

Tabela 16 - Concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) de extratos e frações de folhas e
ramos de A. leptopetala.

TRATAMENO CIM (µg.mL-1) CBM (µg.mL-1)

EF EC KP SE SM SF SA EF EC KP SE SM SF SA

EHF 312 2500 5000 5000 312 312 312 312 2500 - - 5000 312 -

EHT 2500 5000 5000 - 312 312 2500 - 5000 - - 5000 5000 5000

EMF 2500 2500 2500 5000 312 312 625 5000 2500 - - 2500 2500 1250

EMT 5000 1250 - - 5000 312 5000 - 1250 - - 5000 5000 -

FNF 625 5000 1250 625 625 625 312 2500 5000 - 5000 - 5000 5000

FNT 2500 2500 5000 5000 2500 5000 5000 2500 2500 5000 5000 5000 5000 5000

G2 625 625 1250 5000 5000 5000 1250 625 625 5000 5000 5000 5000 1250

FALCF 416 833 416 416 833 52 208 410 833 416 416 833 833 208

FALCT 833 833 833 1660 1660 52 416 833 833 833 1660 1660 1660 416

EF:Enterococcus faecalis; EC: Escherichia coli; KP: Klebsiella pneumoniae; SE: Salmonela enterica; SM,; Serratia marcescens;
SF: Shigella flexneri; SA: Staphylococcus aureus. (-): sem atividade. Controle negativo (DMSO): indicou crescimento bacteriano ativo.
170

Os resultados do ensaio antibacteriano (Tabela 16) demonstram que de todas as


amostras analisadas, apenas EHR não exibiu atividade contra Klebsiella
pneumoniae e EMR não foi ativo contra Salmonella enterica e K. pneumoniae. As
demais amostras foram ativas contra todas as cepas testadas.
O extratos hexânico, EHF e EHR, apresentaram boa atividade contra Serratia
marcescens, ambos com MIC de 312 µg.mL-1, sendo este efeito considerado
bactericida. EHF também foi ativo contra Enterococcus faecalis e Staphylococcus
aureus, na menor concentração testada (MIC 312 µg.mL-1), enquanto EHR, mostrou
efeito moderado frente às mesmas cepas. Esses resultados apontam que EHF tem
compostos com maior espectro de ação antibacteriana em relação ao EHR.
A fração G2 oriunda do EHF exibiu boa atividade inibitória de crescimento
bacteriano contra E. faecalis e Escherichia coli, e demonstrou efeito moderado em
relação às demais cepas. A partir desta fração foi isolado o composto espatulenol,
que correspondia a um dos constituintes majoritários. Vários estudos reportam a
atividade antibacteriana deste composto (HESS et al., 2007; GALVÃO et al., 2012),
frente a bactérias Gram-positivas e Gram-negativas (CHINOU et al., 2004). Segundo
Galvão et al.(2012) isto pode ser explicado pela hidrofobicidade, uma característica
importante presente em amostras lipofílicas que lhes permitem interagir com a
membrana celular bacteriana, tornado-a mais permeável, levando à ruptura e
extravasamento do conteúdo celular, o que caracteriza o efeito biocida ou serem
capazes de se infiltrar na célula e interferir nos seus mecanismos metabólicos,
resultando em um efeito bacteriostático.
Desta forma a promissora atividade antibacteriana demonstrada pelos extratos
hexânicos, principalmente de EHF, pode ser atribuída à presença de compostos de
natureza predominantemente lipofílica, como terpenos, a exemplo dos mono e
sesquiterpenos, reportados nos óleos essenciais de várias espécies, (ALIGIANNIS
et al., 2004; GALVÃO et al., 2012), inclusive as do gênero Annona (COSTA et al.,
2008a; DE SOUZA ARAÚJO et al., 2015) por apresentarem promissora atividade
antimicrobiana, além de diterpenos do tipo ent-caurano (Padma et al., 1995) e de
ácidos graxos (SHANKER et al., 2007).
Também foi possível verificar que os extratos metanólicos, EMF e EMF, exibiram
efeito inibitório contra Shigella flexneri, na menor concentração avaliada, CIM = 312
µg.mL-1, além da boa atividade demonstrada por EMF sobre S. marcescens e S.
171

aureus e moderadamente ativa para as demais. Tal evidência revela que EMF, em
relação à EMR, exibe constituintes com ampla ação antibacteriana.
Outra amostra resultante das folhas e que demonstrou significante ação
antibacteriana foi FNF, principalmente contra S. aureus com CIM de µg.mL-1, além
de exibir boa atividade contra a maioria das cepas, sendo considerada
moderadamente ativa apenas contra K. pneumoniae e S. marcescens. A FNR por
sua vez, mostrou atividade moderada frente a todas as cepas analisadas com CIM
variando de 2500 a 5000 µg.mL-1. Esses resultados reforçam a evidência de que as
folhas apresentam compostos com propriedades antibacterianas promissoras.
Destaca-se também que entre as amostras ativas, as que exibiram efeito
bacteriostático contra K. pneumoniae e S. enterica, foram EHF, EHR e EMF, sendo
também constatado o efeito bacteriostático de EHF e EMR, em relação a S. aureus
e de FNF, para K. pneumoniae e S. marcescens. As demais amostras mostraram
efeito biocida.
El-Changhaby et al. (2014) confirmaram que compostos fenólicos presentes em
A. squamosa, eram os principais responsáveis pela atividade antibacteriana.
Somado a isto, vários estudos com extratos de plantas atribuem a atividade
antibacteriana à presença de compostos bioativos como taninos, compostos
fenólicos, polifenóis e flavonoides (OUATTARA et al., 2011; CUSHINIE et al., 2005).
Com base em tais evidências sugere-se que o efeito antibacteriano dos extratos
metanólicos, deva-se à presença principalmente de compostos fenólicos, podendo
essa evidência ser embasada na quantificação de fenólicos e de flavonoides para
estes extratos. As fases neutras por sua vez, oriundas dos extratos metanólicos,
podem também ter suas atividades atribuídas aos compostos fenólicos, podendo
estes serem tanto flavonoides, como também alcaloides.
Quanto às frações alcaloídicas, estas exibiram os melhores resultados frentes a
todas as bactéria testadas, sendo a fração alcaloídica das folhas, a amostra com
significativa ação antibacteriana, com valores de CIM entre 52 e 833 µg.mL -1. Os
resultados obtidos nesse estudo confirmam o potencial das frações enriquecidas
com alcaloides, estando assim de acordo com o reportado na literatura. Os
alcaloides isoquinolícos, principalmente os aporfínicos, exibem potentes efeitos
antibacterianos bem consolidados na literatura, a exemplo da roemerina, alcaloide
aporfínico, já isolado desta espécie e que demonstrou potente efeito antibacteriano
172

contra cepas de S. aureus (MRSA) (YIN et al., 2015), além de liriodenina, também
obtida desta espécie e que tem elevada ação antibacterina (WIRASATHIEN et al.,
2006), dentre outros alcaloides, os quais justificam o incrível potencial antibacteriano
apresentado por essas frações.
Vale ressaltar que as amostras, no geral, demonstraram atividade antibacteriana
moderada, uma vez que das sete bactérias avaliadas, cinco correspondiam a Gram
(-) e segundo Chan et al., 2007, bactérias Gram (-) são menos sensíveis aos
extratos vegetais que as bactérias Gram (+). Sendo assim, A. leptopetala surge
como um recurso promissor na obtenção de compostos com ação sobre bactérias
Gram (+) e Gram (-).
H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
7a
11
2 1 8

3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
3 14
4
H3CO 3a 13
5
2
H
1 H
6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
3 5
O 3 4
3a
2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
10
8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
11

8
OH 10
OH 10 8
9
9

OCH3

6. Considerações finais
174

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo fitoquímico das folhas de A. leptopetala resultou no isolamento do


sesquiterpeno oxigenado espatulenol (SBF II-3) a partir do extrato hexânico, na
identificação de três alcaloides aporfínicos: anonaina (ALC8-S1); norannuradapurina
(ALC8-S2); nornuciferina (ALC8-S3) e no isolamento e elucidação estrutural do
alcaloide apofínico laurotetanina (ALC-4) oriundos da fração alcaloídica das folhas.
Destes, nornuciferina e laurotetanina, estão sendo identificadas pela primeira vez na
espécie e norannuradapurina descrita pela primeiva vez no genêro.
Os alcaloides identificados neste estudo apresentam registros em outras
espécies de Annonaceae, tais como, Xylopia, Alphonsea, Guatteria, Fissistigma,
Goniothalamus, Polyalthia, Dughetia, Desmos dentre outros, indicando que A.
leptopetala é uma espécie típica da família Annonaceae, tornando este trabalho uma
contribuição significativa para o conhecimento quimiotaxonômco do gênero, bem
como da família.
A espécie A. leptopetala apresenta constituintes com potencial antiproliferativo,
demonstrado através da promissora atividade citotóxica dos seus extratos hexânico,
fases neutras e alcaloídicas, tanto das folhas como dos ramos.
O composto espatulenol exibiu potente efeito antiproliferativo, neste estudo,
ratificando a ação já citada na literatura.
Com relação à atividade antibacteriana as amostras foram consideradas
moderadamente ativas, com efeito satisfatório inclusive em relação às bactérias
Gram (-), que segundo a literatura, exibem pouca sensibilidade frente aos extratos
vegetais. Sendo EHF e FALCF as mais ativas.
Quanto à atividade antioxidante, dentre as amostras avaliadas, o EMF exibiu
significativo efeito antiradicalar frente ao radical livre DPPH, cuja ação pode ser
justificada pelo teor de flavonoides e de compostos fenólicos quantificados neste
extrato. Com relação à inibição da peroxidação lipídica, todas as amostras avaliadas
apresentaram promissora atividade antiperoxidativa, atuando nas duas etapas do
processo oxidativo. Com isso sugere-se que essa ação pode estar relacionada tanto
à presença de compostos fenólicos como de compostos lipofílicos nesses extratos.
Sugere-se com base nos resultados de atividade antibacteriana e antioxidante,
determinada por meio do ensaio da co-oxidação do sistema -caroteno/ácido
175

linoleico, que haja uma relação entre essas atividades, de forma que os compostos
que atuam na inibição da oxidação, também tenham ação antibacteriana.
No aspecto geral o potencial antioxidante, antiproliferativo e antibacteriano da
espécie A. leptopetala podem ser justificados pelos compostos identificados neste
estudo como os alcaloides aporfínicos (laurotetanina, norannuradapurina, anonaina
e nornuciferina) e o espatulenol, devido às suas propriedades bem consolidadas na
literatura, bem como por outros compostos já reportados previamente nesta espécie.
Sendo assim, os resultados obtidos neste estudo, tanto confirmam que a espécie
A. leptopetala é uma fonte promissora de substâncias bioativas, como fornecem
indícios que embasam o seu uso como anti-inflamatório e no tratamento de tumores,
na terapia tradicional.
H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
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3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
3 14
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H3CO 3a 13
5
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H
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6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
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3a
2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
10
8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
11

8
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OH 10 8
9
9

OCH3

Referências
177

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H
4
H3CO
3 5
2 3a
1 3b
6a NH
15
H3CO 1a

11a 7 H 10 9
7a
11
2 1 8

3 5 7
10 8 4 6 H
9 H 12
HO H 11
3 14
4
H3CO 3a 13
5
2
H
1 H
6a NH 4
3b O
H3CO 1a
2
3 5
O 3 4
3a
2 3a 5
11a
7 1 3b
6a
NH 1 3b
11 7a O 6a NH
1a O
1a
10
8 11a 7
7a 11a 7
H3CO 9 11 7a
11

8
OH 10
OH 10 8
9
9

OCH3

Apêndice
RESUMOS SIMPLES
208

ESTUDO FITOQUÍMICO E POTENCIAL CITOTÓXICO DE ANNONA LEPTOPETALA R. E.


FRIES (ANNONACEAE)

CRISTIANE MARIA SOUZA DE CASTRO RODRIGUES1; EMMANOEL VILAÇA COSTA2;


LÍVIA MACEDO DUTRA³; ANDERSSON BARISON3, CLÁUDIA DO Ó PESSOA4; JACKSON
ROBERTO GUEDES DA SILVA ALMEIDA1.

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Introdução: Annona leptopetala R. E. Fries, conhecida popularmente como “pinha brava” é


endêmica no Brasil. Estudos fitoquímicos e farmacológicos prévios desta espécie
descrevem o isolamento de alcaloides aporfínicos como liriodenina, com promissora
atividade antibacteriana, citotóxica e larvicida, do tetrahidroprotoberberínico
tetrahidrojathrorrizina, além de acetogeninas, tais classes destacam-se na família
Annonaceae, devido as suas propriedades biológicas e farmacológicas como, citotóxica,
leishmanicida, analgésica, narcótica, antitumoral, anti-inflamatória, dentre outras. Objetivos:
Investigar o potencial químico e citotóxico das frações alcaloidicas de A. leptopetala.
Métodos: O material botânico (folhas e talos) foi coletado e identificado pelo botânico André
Paviotti, em abril de 2014 (Custódia-PE). Folhas e talos, secos e pulverizados,
individualmente, foram macerados com hexano e metanol. Os extratos metanólicos, após o
tratamento ácido-base, forneceram as frações alcaloidicas das folhas FAF e talos FAT. A
FAF foi submetida a CCDP, isolando-se o composto 1. O potencial citotóxico da FAF e FAT
a 50 µg.mL-1 cada, foi investigado, contra três linhagens de células tumorais humanas, HCT-
116, HL-60 e SF-295, pelo método do MTT e mensurado como percentual de inibição de
crescimento (GI%). Resultados: O estudo fitoquímico da FAF, resultou no isolamento e
elucidação por técnicas de RMN (1D e 2D) do composto tetrahidrojathrorrizina. De acordo
com os testes de citotoxicidade in vitro, FAF com GI% de 84,22% contra HCT-116 e FAT
com GI% de 82,77 e 81,77%, frente a HCT-116 e HL-60, respectivamente, exibiram elevada
ação, estando de acordo com a literatura. Essa atividade significativa pode estar associada
a presença de alcaloides aporfínicos e tetrahidroprotoberberínicos. Conclusões: Dada as
aplicações destas classes de alcaloides e a escassez de estudos para a espécie, mais
testes precisam ser conduzidos, a fim de descobrir novos agentes terapêuticos.

Palavras-chave: Annona leptopetala; tetrahidrojathrorrizina; efeito citotóxico.

Apoio Financeiro: FACEPE e CNPq.


209
Alkaloids from the leaves of Annona leptopetala (Annonaceae)

Cristiane Maria Souza de Castro Rodrigues a, Lívia Macedo Dutra b, Andersson Barison b

Emmanoel Vilaça Costa c and Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida a,*

a
Nucleus for Study and Research of Medicinal Plants, Federal University of Vale do São

Francisco, 56.304-205, Petrolina, Pernambuco, Brazil.

b
NMR Center, Federal University of Paraná,, PO Box 19081, 81531-990, Curitiba, Paraná,

Brazil.

c
Department of Chemistry, Federal University of Amazonas, 69077-000, Manaus, Amazonas,

Brazil.

_____________________________

* Corresponding author: Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida


a
Nucleus for Study and Research of Medicinal Plants, Federal University of Vale do São

Francisco, Campus Universitário, Av. José de Sá Maniçoba, s/n, Centro, Petrolina, PE,

56.304-205, Brazil.

Tel./Fax: +55- 87-2101-6863

E-mail address: jackson.guedes@univasf.edu.br (J.R.G.S. Almeida)


Abstract

The present work describes the isolation of corypalmine, laurotetanine, nornuciferine,

anonaine and norannuradhapurine from leaves of Annona leptopetala (R. E. Fr.) H. Rainer.

The structures were established after analysis of their NMR spectral data including 2D NMR

experiments. This is first report of laurotetanine in A. leptopetala and of the norannuradhapurine


13
in the Annona genus. The C-NMR spectral data of the natural alkaloid norannuradhapurine are

reported here for the first time, as well as the NMR data for these compounds were reviewed.

Keywords: Alkaloids, Annona leptopetala; Chemotaxonomy; NMR.

1. Subject and source

Annona leptopetala belongs to the Annonaceae Family; which is the accepted name, with

the recent inclusion of the genus Rollinia to the Annona genus (Rainner, 2007). A. leptopetala

is an endemic tree or shrub Brazil, it is found in the states of Bahia, Pernambuco, Ceará and

Piauí, ocorring in the savanna region, and Minas Gerais (Maas et al., 2015). This species is

popularly as “ata-brava” and display intense toxicity when eaten by animals (Arriaga et al.,

2008). In popular medicine it is used as a digestive, in the treatment of tumors and

inflammation (Agra et al., 2007).

The leaves and branches de A. leptopetala were collected in Reservatório Copiti in Apryl

2014, in the city of Custódia [coordinates: 08° 14’98.5’’ S, 37° 42’ 46.9’’ W], Pernambuco

State, Brazil. The identification of the plant was confirmed by botanical André Paviotti

Fontana, of the Programa de Conservação de Fauna e Flora/PCFF, Universidade Federal do


Vale do São Francisco (UNIVASF), Brazil, and a voucher specimen (# HTSA 6184) has been

deposited in the Herbário do Trópico do Semiárido (HTSA) – Embrapa Semiárido.

2. Previous work

Previous phytochemical studies on this species described to the characterization of

tetrahydroprotoberberine and aporphine alkaloids, of the acetogenins, sequiterpenes and of

the essential oils, namely tethahydrojatrorrizine (corypalmine) (Sette et al., 2000a, 2000b),

liriodenine (Feitosa et al., 2009), discretamine, dehydrodiscretamine, rolliniastatin-1,

molvizarin, annonacin, bullatacin e lichexanthone (Arriaga et al., 2008),  terpinyl-caffeate,

spathulenol, -caryophyllene, 4-10 aromadendrane, (-)-3-hydroxynornuciferine and (+)

norisocorydine (Costa et al., 2012) and essential oils (Feitosa et al., 2009; Costa et al., 2008)

3. Present study

The dried and powdered leaves of A. leptopetala (209 g) were extracted with hexane (1.5

L, five times), followed by MeOH (1.5 L, five times), yielding extracts of hexane (12.2 g) and

MeOH (53.3 g) after removal of each solvent.

TLC investigations indicated presence of alkaloids in the MeOH extract. Therefore, an

aliquot of the MeOH extract (43.8 g) was initially subjected to an acid-base extraction (Costa

et al., 2006) to give the alkaloid fraction (94.4 mg) and neutral fraction (3.99 g). An aliquot of

alkaloid fraction (45.4 mg) was directly subjected to preparative TLC eluted with CH2Cl2–

MeOH (95:05, v/v, three times), resulting in corypalmine (1, 1.6 mg; Sette et al., 2000a,

2000b), laurotetanine (2, 1.7mg; Costa et al., 2013) and a mixture containing three alkaloids
(4.8 mg) identified as anonaine (3, Ortiz et al., 2007), nornuciferine (4, Dutra et al., 2012)

and norannuradhapurine (5, Nimgirawath et al., 2008; Zarga & Sharmma, 1982) ( Figure 1).

4 5 3 4
HO 4a H3CO
6 3a
5
3 2
2
N 1
NH
14a 3b 6a
H3CO 1 14 8 H3CO 1a
13 8a OCH3 11a
7
12a 9 11 7a

12 10 10
8
11
OCH3 H3CO 9

OH
Corypalmine Laurotetanine
H
H 3 4
H3CO 3a 5
3 4 2
O 2 3a
5
1
3b 6a
NH
H3CO
NH 1a
O 1 3b 6a
1a 11a 7 H
11a 7 H 11 7a

11 7a 10 8

10 8
9

Anonaine Nornuciferine

H
3 4
O 2 3a
5

3b
NH
O 1 6a
1a

11a 7 H
11 7a

10 8

OH
9

H3CO

Norannuradhapurine

Fig. 1. Isoquinoline alkaloids from the leaves of Annona leptopetala.


All isolated compounds were identified by a series of spectrometric methods, mainly MS

and NMR (1D and 2D), as well as comparison with data reported in the literature. Therefore,

the complete and unequivocal NMR data for these alkaloids were reviewed according to 1D

and 2D NMR experiments (Table 1, 2, 3, 4 and 5).

Table 1

NMR data (600 MHz) for corypalmine (1).


Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a
1 108.7, CH 6.73 s

2 147.5, C

3 147.6, C

4 111.4, CH 6.62 s

4a 126.7, C
5pseudo ax 29.0, CH2 3.14 dd (11.7; 5.0)
5pseudo eq 2.65 dd (11.1; 3.4)
6pseudo ax 51.5, CH2 2.67 m
6pseudo eq 3.21 dd (5.1; 3.5)
8pseudo ax 53.8, CH2 3.59 d (15.3)
8pseudo eq 4.21 d (15.4)
8a 127.3, C

9 143.2, C

10 146.5, C

11 114.0, CH 6.81 d (8.3)

12 124.9, CH 6.84 d (8.3)

13pseudo ax 36.2, CH2 2.82 dd (15.4; 11.7)


13pseudo eq 3.26 dd (15.8; 3.8)
14 59.4, CH 3.58 dd (11.5; 3.8)

14a 129.7, C

H3CO-2 56.3, CH3 3.91

H3CO-9 60.7, CH3 3.85

H3CO-10 55.7, CH3 3.90


a
The experiments were obtained in CDCl3 at 293 K and the NMR chemical shift are given in ppm related to TMS signal at 0.00 ppm as
internal reference. b Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The correct NMR chemical shifts of the carbon atoms were
obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-range 1H-13C (HMBC) experiments.
Table 2.
NMR data (600 MHz) for laurotetanine (2).
Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a
1 144.85, C

1a 123,42, C

2 153.29, C

3 110.53, CH 6.63 s

3a 126.8, C

3b 122.3, C

4 pseudoax 26.34, CH2 2.87dd (16.8; 3.6)

4 pseudo eq 3.45 m

5 pseudo ax 41.79, CH2 3.15 dd (12.6; 3.4)

5 pseudo eq 3.79 m

6a 53.28, CH 4.11 dd (13.4; 3.8)

7pseudo ax 34.02, CH2 2.35 m

7pseudo eq 3.07 d (13.5)

7a 127.79, C

8 114.1, CH 6.85 s

9 145.3, C

10 145.7, C

11 111.3, CH 8.10 s

11a 123.4, C

H3CO-1 60.2, CH3 3.69 s

H3CO-2 56.0, CH3 3.92 s

H3CO-10 55.9, CH3 3.93 s


a
The experiments were obtained in CDCl3 at 293 K and the NMR chemical shift are given in ppm related to TMS signal at
0.00 ppm as internal reference. b Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The correct NMR chemical shifts of
the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-range 1H-13C (HMBC) experiments.
Table 3.
NMR data (600 MHz) for anonaine (3).
Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a
1 142.7, C

1a 116.3, C

2 147.1, C

3 107.5, CH 6.60 s

3a 126.1, C

3b 127.5, C

4 pseudo ax 28.0, CH2 2.68 m

4 pseudo eq 3.05m

5 pseudo ax 43.0, CH2 3.05 m

5 pseudo eq 3.43 m

6a 53.3, CH 4.01 m

7pseudo ax 36.5, CH2 2.85 m

7pseudo eq 2.94 m

7a 134.6, C

8 127.5, CH 7.24 m

9 127.8, CH 7.23 m

10 127.2, CH 7.32 m

11 127.1, CH 8.07 dd (7.9; 1.6)

11a 131.7, C

O-CH2-O 100.6, CH2 6.08 d (1,5)

5.94 d (1.5)
a
The experiments were obtained in CDCl3 at 293 K and the NMR chemical shift are given in ppm related to TMS signal at
0.00 ppm as internal reference. b Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The correct NMR chemical shifts of
the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-range 1H-13C (HMBC) experiments.
Table 4.
NMR data (600 MHz) for nornuciferine (4).
Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a
1 145.5, C

1a 126.7 C

2 152.7, C

3 11.9, CH 6.65 s

3a 126.8, C

3b 127.7, C

4 pseudo ax 28.4, CH2 2.74 m

4 pseudo eq 3.03m

5 pseudo ax 42.8, CH2 3.05 m

5 pseudo eq 3.45 m

6a 53.4, CH 4.05 m

7pseudo ax 37.0, CH2 2.85 m

7pseudo eq 2.99 m

7a 135.7, C

8 128.0, CH 7.25 d (0.8)

9 127.4, CH 7.23 d (1.2)

10 127.2, CH 7.31 td (1.0)

11 128.6, CH 7.79 dd (7.7; 1.3)

11a 131.0, C

H3CO-1 60.2, CH3 3.67 s

H3CO-2 55.9, CH3 3.89 s


a
The experiments were obtained in CDCl3 at 293 K and the NMR chemical shift are given in ppm related to TMS signal at
0.00 ppm as internal reference. b Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The correct NMR chemical shifts of
the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-range 1H-13C (HMBC) experiments.
Table 5.
NMR data (600 MHz) for norannuradhapurine (5).
Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a
1 141.9, C

1a 116.1, C

2 146.9, C

3 107.0, CH 6.55 s

3a 126.3, C

3b 126.4, C

4 pseudo ax 28.8, CH2 2.72 m

4 pseudo eq 3.10 m

5 pseudo ax 42.9, CH2 3.02 m

5 pseudo eq 3.46 m

6a 53.6, CH 3.90 m

7pseudo ax 36.9, CH2 2.89 m

7pseudo eq 2.99 m

7a 136.6, C

8 144.2, C

9 158.9, C

10 112.1, CH 6.88 d (8.6)

11 128.3, CH 8.03 d (8.6)

11a 129.40, C

O-CH2-O 100.6, CH2 6.06 d (1.4)

5.93 d (1.4)

H3CO-9 55.3, CH3 3.85 s


a
The experiments were obtained in CDCl3 at 293 K and the NMR chemical shift are given in ppm related to TMS signal at
0.00 ppm as internal reference. b Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The correct NMR chemical shifts of
the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-range 1H-13C (HMBC) experiments.
4. Chemotaxonomic significance

The present work reports the isolation and identification of two isoquinoline alkaloids;

one tetrahydroprotoberberínico, corypalmine (1) and four aporphine, laurotetanine (2),

anonaine (3), nornuciferine (4) and norannuradhapurine (5) from the leaves of A. leptopetala.

These alkaloids are very common in Annonaceae, and are found in several genera of this

family, such as Xylopia, Guatteria, Duguetia, Annona and Guatteriopsis, Fissistigma

glaucescens, among others (Leboeuf et al., 1982a, Leboeuf et al., 1982b, Hocquemiller et al.,

1981, Castelo et al., 1991; Martins et al., 1995; Nishiyama et al., 2006; Almeida et al., 2007;

Pimenta and Mendonça, 2012; Dutra et al., 2012). The laurotetanine compound is reported for

the first time in A. leptopetala and norannuradhapurine described for the first time in the

Annona genus.

Corypalmine was found in Duguetia gardneriana (Almeida et al., 2007), D. trunciflora

(Fechine et al., 2002), Guatteria discolor (Hocquemiller et al., 1984), Guatteriopsis friesiana

(Costa et al., 2009), Pachypodanthium confine (Andrade et al., 2003), Xylopia vieillard

(Jossang et al., 1991), X. discrete (Willaman & Schubert, 1961; Jossang et al., 1991) and

Annona cherimolia (Siméon et al., 1990). While laurotetanine was described in X. laevigata

(Costa et al., 2013) X. amazonica (Martins et al., 1995), X. benthamii (Pimenta and

Mendonça, 2012), X. danguyella (Hocquemiller et al., 1981; Leboeuf et al., 1982a) and X.

parviflora (Nishiyama et al., 2006), X. frutences (Leboeuf et al., 1982b), Palmeria fengeriana

(Johns et al., 1967), Peumus boldus (Hughes et al., 2006), Alphonsea scleropcarpa (Tadic et

al.,1967), Desmos tieaghiensis (Leboeuf et al., 1982 c), Guatteria gaudotiana (Castedo et al.,

1991), G. scandens (Hocquemiller et al., 1983) and in Annona cherimolia (Chen et al., 1997),

being notorious her occurrence in the genus Xylopia. Anonaine and nornuciferine have been
described in several species of Annona ( Rasamisafy et al., 1987; Simeon et al., 1989; Chang

et al., 2000; Campos et al., 2008, Cruz et al., 2011 , Vendramin et al., 2013; Rabêlo et al.,

2015; Dutra et al., 2012) and could be considered as chemotaxonomic markers of this genus.

Noranuradapurine is considered a scarce alkaloid in nature, having been reported only the

following species Fissistigma glaucescens, F. oldhamii (Lu et al., 1985 a,b) Goniothalamus

amuyon (Lu et al., 1985b)and Polyalthia acuminata (Zarga & Sharmma, 1982). It was found

in the literature, only one record for the 1H- NMR spectral data for the natural compound,
13
described by Zarga & Sharmma, 1982. The spectral data C- NMR were not previously

reported for the natural alkaloid, only to the compound in synthetically (Nimgirawath et al.,

2009).

Through the results of this study, it was confirmed the high capacity of A. leptopetala of

biosynthesize isoquinoline alkaloids, a class of compounds peculiar to Annonaceae family as

well as his considerable chemotaxonomic correlation with other species of Annona.

Furthermore reveals the species as promising source to obtain this rare alkaloid

norannuradhapurine.

Acknowledgements

The authors are grateful to Brazilian agencies FACEPE, CNPq and CAPES by the

financial support and fellowships, as well as to UNIVASF and UFPR.

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Alkaloids from the leaves of Annona leptopetala (Annonaceae)

Cristiane Maria Souza de Castro Rodrigues a, Lívia Macedo Dutra b, Andersson Barison b,

Emmanoel Vilaça Costa c and Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida a,*

a
Nucleus for Study and Research of Medicinal Plants, Federal University of Vale do São

Francisco56.304-205, Petrolina, Pernambuco, Brazil.

b
NMR Center, Federal Universit of Paraná, PO Box 19081, 81531-990,Curitiba, Paraná,

Brazil.

c
Department of Chemistry, Federal Universit of Amazonas 69077-000, Manaus, Amazonas,

Brazil.

_____________________________

* Corresponding author: Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida

a
Nucleus for Research and Study of Medicinal Plants, Federal University of Vale of São Francisco,

Campus Universitário, Av. José de Sá Maniçoba, s/n, Centro, Petrolina, PE, 56.304-205, Brazil.

Tel./Fax: +55- 87-2101-6863

E-mail address: jackson.guedes@univasf.edu.br (J.R.G.S. Almeida)


4 5
HO 4a 3
6 4
3
H3CO 3a
5
2 2
N
14a 1
H3CO 1 14 8 6a NH
3b
8a OCH3 H3CO 1a
13
11a
12a 9 7
11 7a
12 10
10
11
OCH3 8
H3CO 9

OH

Corypalmine Laurotetanine

H
H 3 4
H3CO 3a 5
3 4
2
O 2 3a
5
1
3b 6a
NH
NH H3CO 1a
O 1 3b 6a
1a H
11a 7
11a 7 H
11 7a
11 7a
10 8

10 8
9

Anonaine Nornuciferine

H
3 4
O 2 3a
5

3b
NH
O 1 6a
1a

11a 7 H
11 7a

10 8

OH
9

H3CO

Norannuradhapurine

Fig. 1. Isoquinoline alkaloids from the leaves of Annona leptopetala.


Graphical Abstracts

HO H

O
N
H3CO
O NH
OCH3
H

OCH3

H
Photo: Katarina Pinheiro
O

O NH
H H3CO
H3CO H
NH
H3CO
NH
H3CO
OH
H H3CO
H3CO

OH
Photo: M. Oliveira Photo: J.A. Siqueira Filho
Research highlights

 Characterization of tetrahydroprotoberberine, corypalmine and of the aporphine alkaloids


laurotetanine, nornuciferine, anonaine and norannuradhapurine, isolated from leaves A.
leptopetala.
 First description of the laurotetanine alkaloid in A. leptopetala and of the
norannuradhapurine in the Annona genus.
 The alkaloids isolated in this plant, chemotaxonomic confirm their correlation with other
species of Annona.
 The NMR data of corypalmine, laurotetanine, anonaine, nornuciferine and
nornnuradhapurine were reviewed.
 The 13C-NMR spectral data of the natural alkaloid norannuradhapurine it is reported here
for the first time.
Table 1. NMR data (CDCl3, 600 MHz) for the alkaloids corypalmine.

Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a


1 108.7, CH 6.73 s

2 147.5, C
3 147.6, C
4 111.4, CH 6.62 s
4a 126.7, C
5pseudo ax 29.0, CH2 3.14 dd (11.7; 5.0)
5pseudo eq 2.65 dd (11.1; 3.4)

6pseudo ax 51.5, CH2 2.67 m

6pseudo eq 3.21 dd (5.1; 3.5)

8pseudo ax 53.8, CH2 3.59 d (15.3)


8pseudo eq 4.21 d (15.4)
8a 127.3, C
9 143.2, C
10 146.5, C
11 114.0, CH 6.81 d (8.3)

12 124.9, CH 6.84 d (8.3)

13pseudo ax 36.2, CH2 2.82 dd (15.4; 11.7)


13pseudo eq 3.26 dd (15.8; 3.8)

14 59.4, CH 3.58 dd (11.5; 3.8)


14a 129.7, C
H3CO-2 56.3, CH3 3.91
H3CO-9 60.7, CH3 3.85
H3CO-10 55.7, CH3 3.90
a
The experiments were obtained in CDCl3 at 303 K and the NMR chemical shift are giving in ppm related to
b
TMS signal at 0.00 ppm as internal reference. Multiplicities determined by DEPT 135 and HSQC NMR
experiment. The correct NMR chemical shifts of the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C
c

(HSQC) and long-range 1H-13C (HMBC) experiments.


Table 2. NMR data (CDCl3, 600 MHz) for the alkaloid laurotetanine.

Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a

1 144.85, C

1a 123.42, C

2 153.29, C

3 110.53, CH 6.63 s

3a 126.2, C

3b 122.3, C

4 pseudoax 26.34, CH2 2.87dd (16.8; 3.6)


4 pseudo eq 3.45 m

5 pseudo ax 41.79, CH2 3.15 dd (12.6; 3.4)


5 pseudo eq 3.79 m

6a 53.28, CH 4.11 dd (13.4; 3.8)

7pseudo ax 34.02, CH2 2.35 m

7pseudo eq 3.07 d (13.5)

7a 127.79, C

8 114.1, CH 6.85 s

9 145.3, C

10 145.7, C

11 111.3, CH 8.10 s
11a
123.4, C

H3CO-1 60.2, CH3 3.69 s

H3CO-2 56.0, CH3 3.92 s

H3CO-10 55.9, CH3 3.93 s


a
The experiments were obtained in CDCl3 at 303 K and the NMR chemical shift are giving in ppm related to
b
TMS signal at 0.00 ppm as internal reference. Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The
correct NMR chemical shifts of the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-
range 1H-13C (HMBC) experiments.
Table 3. NMR data (CDCl3, 600 MHz) for the alkaloid anonaine.

Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a


1 142.7, C

1a 116.3, C

2 147.1, C

3 107.5, CH 6.60 s

3a 126.1, C

3b 127.5, C

4 pseudoax 28.0, CH2 2.68 m


4 pseudo eq 3.05m

5 pseudo ax 43.0, CH2 3.05 m


5 pseudo eq 3.43 m

6a 53.3, CH 4.01 m

7pseudo ax 36.5, CH2 2.85 m


7pseudo eq 2.94 m

7a 134.6, C

8 127.5, CH 7.24 m

9 127.8, CH 7.23 m

10 127.2, CH 7.32 m

11 127.1, CH 8,07 dd (7.9; 1.6)

11a 131.7, C

O-CH2-O 100.6, CH2 6.08 d (1,5)


5.94 d (1.5)
a
The experiments were obtained in CDCl3 at 303 K and the NMR chemical shift are giving in ppm related to
b
TMS signal at 0.00 ppm as internal reference. Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The
correct NMR chemical shifts of the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-
range 1H-13C (HMBC) experiments.
Table 4. NMR data (CDCl3, 600 MHz) for the alkaloid nornuciferine.

Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a

1 145.5, C

1a 126.7, C

2 152.7, C

3 11.9, CH 6.65 s

3a 126.8, C

3b 127.7, C

4 pseudo ax 28.4, CH2 2.74 m


4 pseudo eq 3.03m

5 pseudo ax 42.8, CH2 3.05 m


5 pseudo eq 3.45 m

6a 53.4, CH 4.05 m

7pseudo ax 37.0, CH2 2.85 m


7pseudo eq 2.99 m
7a 135.7, C

8 128.0 CH 7.25 d (0.8)

9 127.4, CH 7.23 d (1.2)

10 127.2, CH 7.31 td (1.0)

11 128.6, CH 7.79 dd (7.7; 1.3)

11a 131.0, C

H3CO-1 60.2, CH3 3.67 s


H3CO-2 55.9, CH3 3.89 s
a
The experiments were obtained in CDCl3 at 303 K and the NMR chemical shift are giving in ppm related to
b
TMS signal at 0.00 ppm as internal reference. Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The
correct NMR chemical shifts of the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-
range 1H-13C (HMBC) experiments.
Table 5. NMR data (CDCl3, 600 MHz) for the alkaloid norannurdhapurine.

Position C mult.a,b,c H mult. (J in Hz)a


1 141.9, C

1a 116.1, C

2 146.9, C

3 107.0, CH 6.55 s

3a 126.3, C

3b 126.4, C

4 pseudoax 28.8, CH2 2.72 m


4 pseudo eq 3.10 m

5 pseudo ax 42.9, CH2 3.02 m


5 pseudo eq 3.46 m
6a 53.6, CH 3.90 m

7pseudo ax 36.9, CH2 2.89 m


7pseudo eq 2.99 m

7a 136.6, C

8 144.2, C

9 158.9, C

10 112.1, CH 6.88 d (8.6)

11 128.3, CH 8.03 d (8.6)

11a 129.40, C

O-CH2-O 100.6, CH2 6.06 d (1.4)


5.93 d (1.4)
H3CO-9 55,3, CH3 3.85, s
a
The experiments were obtained in CDCl3 at 303 K and the NMR chemical shift are giving in ppm related to
b
TMS signal at 0.00 ppm as internal reference. Multiplicities determined by HSQC NMR experiment. c The
correct NMR chemical shifts of the carbon atoms were obtained through one-bond 1H-13C (HSQC) and long-
range 1H-13C (HMBC) experiments.

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