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Esperança num futuro melhor

Existia uma ilha praticamente sem quaisquer jardins, flores ou árvores. A maioria
das pessoas passava o seu tempo livre em casa. Imaginamos, por isso, um lugar muito
sombrio e desolado.
Um jovem chamado Vasco, cansado de praticamente viver a sua vida entre quatro
paredes, decidiu partir à procura de outras populações e formas de viver.
Passadas semanas, chegou finalmente a uma ilha chamada Auroreal, tendo ficado
completamente deslumbrado, pois nunca tinha visto um lugar tão bonito. Este possuía uma
floresta gigante, com uma vegetação muito diversificada, imensas cascatas e piscinas
naturais. Auroreal estava totalmente coberta de verde e de azul… era magnífica! Vasco,
atento a tudo o que o rodeava, foi surpreendido por uns sons, um agradável, parecido com
o chilrear de pássaros, e outro mais feroz, como um pequeno leão a querer falar, sons esses
semelhantes aos ouvidos na escola e na TV. A alegria de os ouvir na realidade dominava-o
completamente, não estava em si, contudo, algo mais captou a sua atenção. Avistou uma
família que estava a chegar à lagoa onde ele se encontrava e nada tinha a ver com o que
presenciava na sua ilha, pois os seus elementos estavam a andar de bicicleta, mas descalços,
tinham pulseiras nos braços, mas feitas de flores, vestiam-se de forma muito simples e com
cores claras. Posteriormente, descobriu que habitavam numa espécie de cabana de madeira
situada na nascente da cascata. Havia uma mesa de madeira em frente à casa e uma cama
de rede. Viviam rodeados de árvores e água – era inacreditável a forma alegre como
comunicavam e estavam em comunhão com a natureza.
- Só gostava que a minha ilha fosse tão bela como esta, que tivesse metade deste
vislumbre e deixasse de ser uma das mais poluídas. Tenho esperança de conseguir mostrar
tudo isto aos meus vizinhos.
Era muito para assimilar, todavia, Vasco estava tão feliz! Acreditava estar no lugar
mais bonito do planeta e a ver realizado um dos seus sonhos. Queria usar Auroreal como
um exemplo para sua ilha seguir. Queria que os seus habitantes pudessem sentir o mesmo
que ele estava a sentir e que acreditassem num futuro mais sustentável e amigo do
ambiente. Desejava que a Humanidade percebesse que os seres humanos precisam da
natureza para respirar e viver e ela precisa deles para existir, ou seja, que estão dependentes
uns dos outros.
- Como é que posso convencer as pessoas da minha ilha de que isto que estou a
sentir e a viver é real? Como é que os posso fazer acreditar em que nós também podemos
vir a disfrutar de uma ilha assim?
Vasco começou por montar uma tenda perto da cabana da família que tinha
conhecido. Estava consciente de que precisaria de algumas semanas para construir um
plano sólido e convincente. No meio de tantas ideias houve duas que começou a pôr em
prática. Precisou da máquina fotográfica e da tesoura que tinha na sua mochila e de pedir à
família uns pequenos sacos de papel. Com a máquina fotografou tudo o que o rodeava, fosse
a forma de viver daquela família ou todas as espécies de árvores, plantas e animais que
encontrava, esperando que isso servisse de prova visual. No entanto, tal não seria suficiente.
- Os meus conterrâneos ainda vão pensar que manipulei as imagens - pensou.
Para ultrapassar essa dificuldade, pegou na tesoura e nos sacos oferecidos e
começou a recolher pequenas amostras de folhas das árvore, flores e plantas. Em alguns
dos sacos colocou raízes e as sementes das frutas da floresta que ia comendo. A sua ideia
era, depois de ter quem acreditasse nele, semear e plantar essas amostras na sua ilha. O
grande problema seria convencer os seus vizinhos. Ao partir para esta aventura, Vasco sabia
que o caminho não ia ser fácil, mas desistir não fazia parte do seu vocabulário. Depois de
todas as provas recolhidas, rumou à sua ilha.
A cada passo mais próximo do seu destino, Vasco ia-se sentindo cada vez mais triste
e só, pela ausência da natureza, e não queria que isso se apoderasse dele. Chegado ao seu
destino, marcou uma espécie de reunião com todas as pessoas da ilha. Levou todas as
amostras que tinha recolhido e uma enorme vontade de as fazer acreditar num futuro em
equilíbrio com a natureza. Explicou-lhes tudo o que tinha passado nos últimos meses,
mostrou-lhes as provas recolhidas e contou-lhes as suas ideias. As reações foram díspares:
os mais novos gozaram com ele, mas os mais velhos, esperançosos, ficaram com os olhos
cheios de lágrimas.
- Apoio a cem por cento essa tua ideia, Vasco, e julgo falar por mais pessoas! Há
muitos anos que ninguém tinha essa preocupação com a natureza… Vai ser tão bom voltar
a redescobrir um mundo assim… Sabes, já vivemos numa ilha tão bela como essa que nos
mostraste, porém, tudo foi destruído por seres humanos demasiado ambiciosos,
interesseiros e oportunistas. Pessoas essas a quem só o dinheiro interessava, pelo que não
se importaram em destruir tudo o que construímos em troca de alguns milhões. Os mais
novos podem gozar contigo e não acreditar no que dizes, mas esse teu projeto é muito
promissor. Digo-te, eu própria te ajudo a semear e a plantar as sementes e as raízes e te
compro algumas para semear em vasos da minha casa e no meu quintal. – disse uma idosa
chamada D. Mafalda.
Era difícil acreditar que a ilha de Vasco já fora como Auroreal e que havia pessoas
que sofreram com o desaparecer da maioria das espécies animais e de grande parte da
vegetação envolvente. O mais importante era que Vasco tinha o apoio dos mais velhos, que
começaram a convencer os mais jovens de que o mais acertado era apoiar e dar início ao
plano de Vasco.
Em pouco tempo, todos juntos deitaram mãos à obra, com fé num futuro
maravilhoso para eles e para as gerações vindouras. Cada um fez a sua parte, deu o seu
contributo e aprendeu a respeitar a natureza.
O nosso planeta tem de ser protegido de quem o quer destruir. Pode ser difícil atuar
neste sentido, mas temos de nos desafiar a nós próprios para melhorarmos a nossa ação na
natureza, já que a Terra é a nossa casa.

Maria João, 9ºD

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