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Escola Secundária/3 de Marco de Canaveses

10º ano Ficha de Trabalho Nº2 – correcção


Biodiversidade
Nome______________________________Turma____ U0
Nº____ A Professora
F.M

DOCUMENTO 1- Perda de biodiversidade: “Plantas invasoras em Portugal Continental”

Teste de Biologia

Erva-gorda – Arctotheca calendula L.

Alterações na biodiversidade não são facilmente reversíveis e alteram dramaticamente o funcionamento dos
ecossistemas, com consequências sociais e económicas marcantes.
Um dos problemas está relacionado com as espécies exóticas invasoras e tem-se agravado nas ilhas e
aumentando a pressão sobre os ecossistemas costeiros.
Para compreender melhor esta alteração da biodiversidade é necessário ter presente e bem esclarecida a
distinção entre plantas invasoras e não invasoras entre as quais existem as autóctones e as endémicas.
Assim, a planta nativa (indígena, espontânea, autóctone) é uma espécie natural da própria região onde vive,
ou seja, que cresce dentro dos seus limites naturais incluindo a sua área potencial de dispersão.
As plantas que são transportadas do seu habitat natural para outros locais são denominadas plantas exóticas
(do grego exotikós), “de fora”).
Algumas das espécies exóticas mantêm-se apenas nos locais onde foram plantadas ou coexistem com as
espécies nativas de forma equilibrada, mas outras há que se desenvolvem tão rapidamente que escapam ao
controlo do Homem e se tornam nocivas. Estas são designadas espécies invasoras. Uma vez introduzidas, as
espécies invasoras tem a capacidade de aumentar as suas populações e distribuição sem intervenção directa
do Homem, de tal forma que podem ser uma ameaça para os ecossistemas naturais, para a produção de
alimentos, para a saúde humana e para a própria economia. Além de superarem barreiras geográficas, estas
espécies conseguem superar barreiras bióticas.
É muito importante divulgar e alertar para as espécies de plantas invasoras que rapidamente colonizam
espaços abertos, impedindo a sobrevivência das plantas nativas.
São muitas as plantas invasoras transportadas para Portugal, nomeadamente a planta da Mimosa que é
proveniente da Austrália; a Acácia de espigas vinda da Austrália; o Chorão das praias vindo da África do Sul;
a Espanta-lobos vindo da China; o Jacinto-de-água vinda do rio Amazónia; a Erva-da-fortuna vinda da
América do Sul; as Azedas vindas da África do Sul; a Erva das pampas ou penachos vindos da América do
Sul e os Bons-dias vindos da América do Sul, Ásia e Hawai.
As espécies quando naturalizadas produzem descendentes férteis, frequentemente em grande quantidade, e
dispersa-os muito para além das plantas mãe, com potencial para ocupar áreas extensas, em habitats
naturais ou semi-naturais, produzindo alterações significativas ao nível dos ecossistemas.
A prevenção passa por detetar o mais rápido possível. Para dar uma resposta rápida antes que seja um
problema, devemos aprender a identificar as plantas invasoras e não contribuir para a sua propagação,
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nomedamente devemos ter um cuidado redobrado ao limpar o jardim, pois ao deitar os resíduos das plantas
para terrenos bravios estamos a dispersar a sua distribuição.
O reconhecimento do valor patrimonial, económico e social da biodiversidade é muito importante e deve fazer
parte da educação e da formação da população só assim todos podem dar o seu contributo em matéria de
conservação da natureza e da biodiversidade. (adaptado da palestra “ Elizabete Marchante,Universidade de Coimbra, 2011)

1. Elabore uma questão de desenvolvimento a partir da informação do texto.

2. Comente a afirmação: “A introdução de uma espécie exótica, num ecossistema, pode conduzir à extinção
de outras espécies”.
Tópicos a apresentar: caracterização da espécie exótica (dados apresentados no texto)
Caracterização do ecossistema
Enunciar relações causa/efeito
conclusão

DOCUMENTO 2- Vespa Dryocosmus kuriphilus, originária da China

A vespa Dryocosmus kuriphilus, originária da China, é uma das pragas mais prejudiciais do castanheiro,
sendo atualmente considerada uma ameaça para os soutos 1 europeus, pois a população do inseto não é
controlada de forma natural.
As fêmeas induzem a formação de galhas 2 na planta, possivelmente através de substâncias existentes na
saliva. As galhas prejudicam o normal desenvolvimento vegetativo do castanheiro, quer através de uma
diminuição do crescimento dos ramos, quer através do impedimento da formação de frutos, podendo conduzir
à morte da planta.
Entre junho e julho, as fêmeas adultas depositam, no interior de gomos foliares, os ovos, que eclodem de 30
a 40 dias depois. As larvas desenvolvem-se lentamente durante o outono e o inverno. Na primavera,
alimentam-se intensamente dos tecidos das galhas, durante 20 a 30 dias, e transformam-se em pupas. A
nova geração de vespas, formadas por partenogénese 3, emerge entre maio e julho.
O vento e o voo das fêmeas adultas contribuem para a dispersão da praga.
Existem, no entanto, algumas variedades de castanheiros resistentes, como, por exemplo, a resultante do
cruzamento entre Castanea sativa e Castanea crenata. Nestas variedades, não há formação de galhas, as
larvas dos insetos não se desenvolvem, e as folhas apenas apresentam leves deformações.

Baseado em R. Teixeira, «Cinipídeo dos Castanheiros», Unidade de Investigação de Proteção de Plantas – Boletim
Técnico/10, Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, 2011

1
Souto – cultura de castanheiros tendo por objetivo dominante a produção de fruto.
2
Galhas – estruturas de proteção e alimentação das larvas de alguns insetos, formadas a partir da multiplicação de
células dos tecidos vegetais.
3- Partenogénese- Tipo de reprodução assexuada em que as fêmeas procriam sem precisarem de machos que as
fecundem.

DOCUMENTO 3- O eucalipto
O eucalipto, originario da Austrália e Nova Zelândia, foi introduzido em Portugal nos séculos XIX e XX.
Caracteriza-se por elevadas taxas de crescimento, que justificam o seu uso na indústria da pasta de papel.
Encontra-se ambientalmente adaptado a climas secos, e é muito resistente aos fogos florestais, não
possuindo inimigos naturais em território nacional. Alberga um menor número de espécies vegetais e animais
associados. A introdução de eucaliptos nos últimos séculos em Portugal provocou uma redução significativa
dos carvalhais que albergavam um elevado número de espécies (animais, vegetais e fungos).

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Nas questões 1. e 2. selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O alastramento da praga do castanheiro na Europa deve-se principalmente à…
(A) ausência de predadores do inseto.
(B) hibridação entre castanheiros.
(C) frequência de reprodução do inseto.
(D) dispersão rápida dos castanheiros.

2. As espécies que, tal como o eucalipto, foram introduzidas em novos ecossistemas designam-se por...
(A) inóspitas.
(B) exóticas.
(C) autóctones.
(D) naturais.

2. Explique por que razão se pode afirmar que a espécie da vespa Dryocosmus kuriphilus além de superar as
barreiras geográficas consegue superar barreiras bióticas.
Tópicos: Caracterização da vespa Dryocosmus kuriphilus
Barreiras geográficas
Barreiras bióticas
Relações e conclusão

4. Refira quais os principais impactes da introdução dos eucaliptos em Portugal.


Crescem de uma forma muito rápida competindo com outras espécies, consumindo elevadas quantidades de
água, e diminuindo a biodiversidade, pois possuem um reduzido número de espécies associadas.

5. Que medidas proporia para reduzir o impacte da introdução dos eucaliptos?


Reflorestação, por especies autóctones, das áreas atualmente ocupadas por eucaliptos.

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