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FLUIDOS
DE
PERFURAÇÃO
TREINAMENTO
BETAEQ
M ÓDUL O 5
Com pon en tes dos Fl u idos
Um fluido de perfuração bem formulado contém, normalmente, o mínimo
necessário de aditivos, além de permitir uma fácil manutenção e controle de suas
propriedades. Para um correto planejamento do fluido, é importante a obtenção de
informações geológicas, pressão de poro, perfis de gradiente de fratura, características da
formação, intervalos de possíveis instabilidades do poço, locais de leitos de sais solúveis e
a possibilidade de fluxos de gás ou água salgada, de forma que o fluido possa executar
suas funções e permitir uma perfuração rápida e segura (ANNIS e SMITH, 1974).
Os polímeros possuem uma longa cadeia, são compostos de alto peso molecular e
são utilizados nos fluidos de perfuração não só para aumentar a viscosidade, mas
também atuam na floculação de argilas, redução de filtrado e estabilização do poço.
Podem ser utilizados biopolímeros, como a goma xantana, e combinações de polímeros,
trazendo boas propriedades de pseudoplasticidade ao fluido de perfuração (BAKER
HUGHES INTEQ, 1995).
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Para prover pressão hidrostática suficiente para equilibrar as pressões, a densidade
do fluido de perfuração pode ser aumentada pela adição de sólidos adensantes, como a
barita, hematita, carbonato de cálcio e galena (BAKER HUGHES INTEQ, 1995). Já para
reduzir a densidade, utiliza-se a água (densidade 1) ou óleo diesel (densidade 0,82)
(PLÁCIDO, 2007).
E, por fim, a massa de baritina pode ser encontrada pela equação da densidade:
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Para execução de funções especializadas do fluido, são adicionadas substâncias,
reativas ou inertes. Os sólidos ativos são materiais argilosos (bentonita, atapulgita), cuja
função é aumentar a viscosidade, enquanto que os sólidos inertes podem se originar de
materiais industrializados ou serem provenientes de cascalhos finos, normalmente areia,
silte, calcário e baritina (PLÁCIDO, 2007). As funções, com seus respectivos aditivos, mais
comuns são (BAKER HUGHES INTEQ, 1995):
- Bactericidas: são usados para reduzir a carga bacteriana, sendo os mais comuns o
paraformaldeído, soda cáustica, cal e conservantes de amido;
- Inibidores de corrosão: são usados para controlar os efeitos da corrosão por oxigênio e
sulfeto de hidrogênio. Para evitar este tipo de corrosão, são utilizados, normalmente, cal
hidratado e sais de amina. Os fluidos base óleo possuem excelentes propriedades de
inibição da corrosão;
- Emulsificante: são adicionados para criar uma mistura homogênea de dois líquidos (óleo
e água). Os mais comuns são lignosulfonatos modificados, ácidos graxos e derivados de
aminas;
- Redutores de filtrado: são utilizados para reduzir a quantidade de fluido perdida para a
formação. Os mais comuns são argila bentonita, CMC (carboximetilcelulose de sódio) e
amido pré-gelatinizado;
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- Agentes espumantes: normalmente são utilizados nos fluidos base ar. Eles atuam como
tensoativos, espumando na presença de água;
- Materiais de perda de circulação: quando ocorrem grandes aberturas nas formações, são
utilizados sólidos inertes para tapar este espaço, evitando a perda de todo o fluido de
perfuração. Os mais utilizados são plugues de cascas de nozes e flocos de mica;
- Lubrificantes: são utilizados para reduzir coeficiente de atrito entre as partes mecânicas,
reduzindo assim, o torque na broca. Tensoativos e óleos são normalmente utilizados. Os
fluidos base óleo, geralmente, apresentam uma boa lubricidade;
- Agentes de liberação de tubos: são usados nas áreas de prisão de coluna para redução
do atrito, aumento da lubricidade e inibição de formações hidratáveis. Normalmente, são
utilizados óleos, detergentes, tensoativos e sabões;
São adicionados aos fluidos inibidos, compostos que reduzem a reatividade entre
este fluido e a formação. Estes inibidores podem ser eletrólitos e/ou polímeros. Os
inibidores físicos atuam através da adsorção na superfície das rochas, impedindo o
contato direto com a água. Já os inibidores químicos atuam através da redução da
atividade química da água ou podem reagir com a rocha, alterando sua composição.
Como exemplo de inibidores químicos, têm-se a cal e os cloretos de Sódio, Potássio e
Cálcio (PLÁCIDO, 2007).
Para ilustrar a ação dos inibidores químicos, sabe-se que uma rocha salina tem alta
solubilidade em água doce. Então, para perfuração deste tipo de formação, utiliza-se um
fluido aquoso saturado com NaCl (PLÁCIDO, 2007).
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5.1EXEMPLOSDEFORMULAÇÃODEFLUIDOS
· Formulação básica de um fluido de perfuração base água (PLÁCIDO, 2007):
5
· Formulação básica de um fluido de perfuração de gesso (ALMOCO PRODUCTION
COMPANY, 1994):
6
· Formulação básica de um fluido de perfuração polimérico (ALMOCO PRODUCTION
COMPANY, 1994):
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REFERÊNCIAS
ALMOCO PRODUCTION COMPANY. Dr illin g Flu ids M an u al. 1994.
ANNIS, M. R. e SMITH, M. V. Dr illin g f lu ids t ech n ology. Exxon Company, EUA, 1974.
ASME SHALE SHAKER COMMITTEE. Dr illin g Flu ids Pr ocessin g Han dbook . GPP, 2005.
BAKER HUGHES INTEQ. Dr illin g En gin eer in g Wor k book . A dist r ibu t ed lear n in g cou r se.
EUA, 1995.
DARLEY, H. C. H.; GRAY, G. R. Com posit ion an d Pr oper t ies of Dr illin g an d Com plet ion
Flu ids. 5ª. ed, Gulf Publishing Company, 1988.