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2 – Fluidos de completação

Funções do fluido de completação;


Requisitos básicos do fluido de completação;
Tipos e características dos fluidos usados na completação;
Prevenção do dano à formação

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Fluido de completação ou workover

Fluido utilizado para viabilizar as


operações durante as intervenções no
poço (completação ou workover)
Principais funções
• Evitar o influxo dos fluidos da formação para o
poço durante as operações
• Promover ou auxiliar a remoção de sólidos do
interior do poço
• Promover o posicionamento dos fluidos em
operações com cimento ou tratamento químico
• Meio físico para transmissão de pressão entre o
fundo do poço e a superfície

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Requisitos ideais do fluido de completação
Densidade adequada para manter o poço sob controle
em condições de sub-superfície
Estabilidade térmica
Compatibilidade com os minerais e fluidos existentes na
rocha-reservatório
Compatibilidade com os aditivos a serem adicionados ao
fluido
Compatibilidade com outros fluidos existentes no poço
(fluido hidráulico, fluido de perfuração)
Compatível com os requisitos de segurança , saúde e
meio-ambiente
Compatível com elastômeros, revestimentos plástico e
metalurgia dos equipamentos do poço
Deve ser mantido limpo, isento de sólidos e não
contaminado por outros tipos de fluido
Volumetria adequada

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Requisitos do fluido de completação

Volume
Especificado de forma a se manter a
continuidade operaçional.
• Garantir o poço cheio com fluido de densidade
adequada
• Atender possíveis variações na pressão no poço
• Operações de contingência

Volume teórico
Vtotal = Vpoço + Vsurperficie + Vcontingencia
Volume mínimo recomendado
1 x Vpoço no poço
Vtotal = 2 Vpoço 0,5 x Vpoço superfície
0,5 x Vpoço para fabricar
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Requisitos do fluido de completação

Densidade (na completação referido


como peso específico)
Especificada de forma a se manter o
poço sob controle durante as
operações.
• Pressão no poço > Pressão da formação
• Poço de óleo
– 100 psi < Ppoço-Pformação < 200 psi
• Poço de gás
– 150 psi < Ppoço-Pformação < 300 psi

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Requisitos do fluido de completação

Não originar ou minimizar o dano à


formação
O dano à formação é causado pelo
contato e invasão do fluido de
completação e seus componentes
para dentro da formação
– Condição overbalance: PH > Pp → Invasão

ALTERAÇÃO DA
INVASÃO FORMAÇÃO NO DANO À
DE FLUIDO ENTORNO DO FORMAÇÃO
Pp PH Pp POÇO

PERDA DE PRODUTIVIDADE DO POÇO


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O QUE É O DANO À FORMAÇÃO ?
Alteração na condição original da rocha reservatório nas
proximidades do poço causando redução na capacidade
de produção do sistema poço-reservatório

Representação Esquemática do Dano à Formação

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O fator de película (s,skin factor)

◦ Variável adimensional utilizada para


quantificar a queda de pressão (skin effect)
devido ao dano à formação – fisicamente
representa a queda de pressão
adimensional na área danificada

2kh  k  rd
s= pskin ou s =  − 1 ln( )
qsf   kd  rw
kh
s= pskin Unidades Oilfield
141,2qB
05/11/2021 UFRN 2009 8

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O conceito de raio efetivo (rweff)
◦ Representa o raio de um poço fictício em
um reservatório não danificado onde se
obtém a mesma queda de pressão do poço
real com dano à formação

p r = p r
w + skin weff

rweff = rwe − s

05/11/2021 UFRN 2009 9

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Requisitos do fluido de completação

Teor de sólido
<25 ppm
Tamanho das partículas
Filtração absoluta com filtros de
2 m
Filtrado
Aditivado para evitar
inchamento ou dispersão de
argilas
• Uso de eletrólitos – sais
(Cloreto de Potássio)
Aditivado para evitar mudança
de molhabilidade da rocha,
formação e ou estabilização de
emulsões
• Uso de surfactantes – testes
em laboratório

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Tipos de filtros
Filtros prensa
Filtros de cartucho

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Tipos de Filtro

Filtro Prensa

Filtro de
Cartucho

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Requisitos do fluido de completação
Viscosidade
Necessária para limpeza do poço (remoção de sólidos
do poço)
• Agentes viscosificantes normalmente causam dano à
formação.
– É necessário testes de laboratório para se avaliar o
potencial dano causado por agentes viscosificantes

Lei de Stockes – velocidade terminal


gd (  p −  f )
2

Vt = p

18
Vt – velocidade terminal (velocidade de queda da partícula no fluido) [m/s]
g - aceleração da gravidade [m/s2]
dp - diâmetro médio da partícula sólida [m]
p - massa específica da partícula sólida [kg/m3]
p - massa específica do fluido de completação [kg/m3]

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Requisitos do fluido de completação
Controle da corrosão
Inibidores de corrosão por oxigênio (sequestradores)
Inibidores de corrosão por ácido sulfidríco
Inibidores de corrosão por gás carbônico
Inibidores de corrosão para cloretos
Inibidores de hidratos
Bactericidas

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Requisitos do fluido de completação

Possibilidade de uso de agentes de combate a


perda de fluido para formação
Uso de partículas sólidas ou resinas para obstruir a
interface poço x rocha-permeável
Geometria das partículas dimensionada para combater a
perda sem invasão das gargantas dos poros da rocha
Agentes de combate a perda devem ser facilmente
dissolvidos por água, ácido ou óleo
Identificar e avaliar a efetividade do método a ser utilizado
para remoção do agente de combate a perda
Principais agentes de combate a perda
Calcita micronizada (carbonato de cálcio)
Sal micronizado (cloreto de sódio)
Resina solúvel em óleo

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Nomenclatura dos fluidos usado na completação
Fluido de amortecimento
Fluido capaz de manter um overbalance
adequado (segurança) às operações no poço
Packer fluid
Fluido mantido no anular do poço (acima do
obturador –packer) durante a vida produtiva do
poço
Fluido de estimulação
Fluido utilizado nas operações de estimulação
Ácido
Fluido de fraturamento
• Ligações cruzadas -Cross-linked
• Viscosificados
• Slick-water

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Principais tipos de Fluido de completação

Ana Paula Eduarda João Pedro


• Óleo morto (crude • Óleo diesel • Água da
oil) • Solução formação
• Água do mar salina (água
(salmoura) produzida)
• Fluido de
perfuração

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Principais tipos de Fluido de completação

Óleo morto (crude oil)


Aplicado em formações depletadas (formação com peso
equivalente < 8.3ppg)
Deve-se utilizar o óleo produzido da própria zona produtora
Baixo custo para operação
Deve-se analisar a possibilidade de formação de parafinas,
asfaltenos e emulsão com a água da formação
Maior impacto em caso de vazamentos (proibido o uso em
alguns países)
Requer dimensionamento adequado dos componentes
elastoméricos dos equipamentos de manuseio do fluido
(bombas, tanques, linhas e válvulas)

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Principais tipos de Fluido de completação

Óleo Diesel
Aplicado em formações depletadas (formação com peso
equivalente < 8.3ppg)
Menor quantidade de contaminantes em relação ao óleo morto
Deve-se analisar a possibilidade de emulsão com a água da
formação
Maior impacto em caso de vazamentos (proibido o uso em
alguns países)
Requer dimensionamento adequado dos componentes
elastoméricos dos equipamentos de manuseio do fluido
(bombas, tanques, linhas e válvulas)
Maior custo em relação ao óleo morto

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Principais tipos de Fluido de completação

Água da formação (produzida)


Aplicado em formações com peso equivalente ao da
água ou um pouco abaixo
Menor quantidade de contaminantes em relação ao
óleo morto
Compatível com os argilo-minerais existentes na
formação
Baixo custo
Precisa estar limpa e isenta de contaminantes

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Principais tipos de Fluido de completação

Água do mar
Aplicado em formações com peso equivalente ao da
água ou um pouco abaixo
Baixo custo e grande disponibilidade (offshore)
Contém partículas sólidas finas e compostos
químicos que podem causar dano à formação
Necessita ser inibida para evitar inchamento e
dispersão de argilo-minerais
Necessita verificação da compatibilidade com a água
da formação para evitar formação de incrustação

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Principais tipos de Fluido de completação

Fluido de perfuração
Utilizado na indisponibilidade ou custo extremamente
elevado da solução salina adequada
Base água (WBM)
• Altamente danificante (sólidos e filtrado)
Base óleo (OBM) ou Base fluído sintético (SBM)
• Potencialmente danificante
Grande potencial para entupimento de ferramentas de
avaliação
Dificuldade para acionamento de ferramentas operadas por
pressão na superfície

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Principais tipos de Fluido de completação

Solução salina (salmoura)


Água doce (industrial) aditivada
Melhor relação custo benefício
Aditivos
• Sais para obtenção da densidade adequada
• Sais para inibição de inchamento e dispersão de argilo-
minerais
– 2 % KCl
• Preventores de emulsão (surfactantes)
• Prevenir inversão de molhabilidade da rocha (surfarctantes)
• (idealmente os surfactantes devem ser testados em
laboratório, para definição do tipo e concentração)

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Adensantes do fluido de completação
Sais

Fonte: Belarby - 2009

A densidade máxima depende da temperatura do fluido Ir p/ primeira página


Adensamento do fluido de completação
Solução de NaCl
Massa de NaCl @ 99% (lb/bbl)
Densidade
inicial Incremento desejado (lb/gal)

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Efeito da temperatura e pressão na densidade
do fluido de completação
  1 
𝑚 
T = T0 2 −   
𝜌=
Temperatura 
  1 − (T − T0 )
 

𝑉   1 
Pressão  p =  p0  2 −   

  1 + p  

Fonte: Belarby - 2009

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Efeito da temperatura e pressão na densidade
do fluido de completação

  1 

T = T0 2 −   
∆𝜌𝑇 = 𝜌𝑇 − 𝜌𝑜 Temperatura  (
  1 − T − T0    ) 

∆𝜌𝑝 = 𝜌𝑝 − 𝜌𝑜   1 
Pressão  p =  p0  2 −   

  1 + p 
∆𝜌𝑝𝑜ç𝑜 = ∆𝜌𝑇 + ∆𝜌𝑝
𝜌𝑝𝑜ç𝑜 = 𝜌𝑜 + ∆𝜌𝑝𝑜ç𝑜
To, po
𝑇𝑜 + 𝑇𝑓
𝑇ത =
2
𝜌𝑝𝑜ç𝑜 𝑝𝑓
𝜌𝑜 𝑝ҧ =
2

Fonte: Belarby - 2009 Superfície, To, po Tf, pf


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Temperatura de cristalização
•A cristalização (precipitação) do sal reduz a densidade
do fluido e pode provocar entupimento nas linhas e equipamentos
Consideração importante para baixas temperaturas

Temperatura de cristalização para solução de Cloreto de Cálcio

Fonte: Belarby - 2009

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Agentes viscosificantes
Polímeros (Naturais ou Processados industrialmente)
Naturais
Goma Guar (Guar gum)
• Extremamente danificante para formação;
• Forma precipitado insolúvel em contato com álcool isopropílico;
• Não é recomendado para uso na completação ou workover
Amido
• Baixo custo;
• Capacidade de carreamento inferior à Goma-guar
• Necessita de altas concentrações
• Causa dano à formação
Goma Xantana
• Boa viscosidade e capacidade de carreamento de sólidos
• Estabilidade térmica em altas temperaturas
• Dificuldade para remoção
• Causa dano à formação

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Agentes viscosificantes
Polímeros (Naturais ou Processados industrialmente)
Industrializados
Hidroxi-etil-celulose (HEC)
• Boa viscosidade e capacidade de carreamento de sólidos;
• Completamente dissolvido por ácido clorídrico;
• HEC não quebrado causa dano á formação
Carboxi-metil-celulose (CMC)
• Boa viscosidade e capacidade de carreamento de sólidos;
• Forma precipitados insolúveis com íons trivalentes;
• Dano irreparável à zona produtora

Fluidos viscosificados devem ser usados para combate


a perda somente em conjunto com partículas sólidas
adequadamente dimensionadas objetivando minimizar
o dano à formação

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Redução de Permeabilidade por Goma Guar x HEC

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Agentes sólidos para combate a perda
Capacidade de formar rapidamente um filtro (reboco) de baixa permeabilidade na
face da rocha reservatório (minimizar a invasão)
Facilmente removido por fluxo reverso (back-flow) ou dissolução
Carbonato de cálcio (Calcita) – Calcita com diferentes granulometrias
Completamente dissolvida por ácido clorídrico (HCl)
Pode causar obstrução de linhas e equipamentos
Tendência à compactação para valores elevados de pressão e temperatura
Partículas não dissolvidas causam dano à formação
Resinas solúveis em óleo
Efetivo para combate a perda em zonas de água
Facilmente dissolvido com baixas concentrações de óleo
Aplicação restrita por temperatura e presença de óleo
Sal - Sal com diferentes granulometrias
Aplicado em soluções saturada do sal (NaCl)
Pode causar obstrução de linhas e equipamentos
Remoção mais difícil do que a calcita
Partículas não removidas causam dano à formação

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