Você está na página 1de 30

OBJETIVOS

O PROCESSAMENTO PRIMÁRIO DE
FLUIDOS TEM COMO OBJETIVOS:

Separação do óleo, gás, água e


impurezas em suspensão;

Tratamento ou condicionamento dos


hidrocarbonetos (p/ as refinarias);

Tratamento da água para reinjeção ou


descarte.
Processamento primário de óleo e gás

1º estágio: Separador de produção

2º estágio: Tratador eletrostático (Água residual: até 1000mg/L de óleo)

3º estágio: Separador atmosférico


Vasos Separadores: Mecanismos

•Ação da gravidade e diferença de densidades


(decantação do fluido mais pesado)

•Separação inercial
(mudanças bruscas de velocidade/direção de fluxo)

•Aglutinação das partículas


(contato das gotículas de óleo em uma superfície)

•Força centrífuga
(circulação de fluido associada a diferença de densidade)
Separação Bifásica

Seção de separação primária:


Defletor, difusor= remoção de golfadas, queda da turbulência com separação
das gotas de maior diâmetro
Seção de acumulação de líquido:
separação das bolhas gasosas durante o chamado ‘tempo de retenção’

Seção de separação secundária: separação das gotículas de água do gás


Thomas, 2001
Separação Trifásica

Separação de água livre, óleo e gás:

Uso de um condutor de líquido

Thomas, 2001
PROBLEMAS ESPECIAIS NOS SEPARADORES

ESPUMA

OBSTRUÇÃO POR PARAFINAS

AREIA

ARRASTE
TRATAMENTO DO ÓLEO

REMOÇÃO DE ÁGUA E SAL

A quantidade de água produzida associada


aos hidrocarbonetos varia em função de:
Características do reservatório;
Idade dos poços produtores;
Métodos de recuperação utilizados.
TRATAMENTO DO ÓLEO

CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA PRODUZIDA

Rica em sais, microorganismos e gases


dissolvidos.
Csal - 35g/l;
Rica em cálcio;
Ba, Sr e pequenas quantidades de sulfato;
pH< 7,0;
Teor de Bicarbonato > 150mg/l;
Sólidos (provenientes das rochas, de processos
corrosivos e de incrustações).
TRATAMENTO DO ÓLEO
PROBLEMAS ASSOCIADOS À PRESENÇA DE ÁGUA

Problemas nas etapas de produção, transporte e refino;


Onera custos de produção (necessidade de superdimensionamento das
instalações de coleta, armazenamento e transferência; maior consumo
de energia);
Segurança operacional;
Corrosão devido à presença das bactérias redutoras.

BENEFÍCIOS DA ELIMINAÇÃO DA ÁGUA:

Tempo de operação mais longo;


Redução no tempo/custo de manutenção e consumo de produtos
químicos;
Propicia operações de produção, transporte e refino dentro dos
padrões de segurança e qualidade, com menores custos.
TRATAMENTO DO ÓLEO
PROBLEMAS ASSOCIADOS À PRESENÇA DE SAL

No refino os cloretos (Ca e Mg), podem gerar ácido


clorídrico e causar corrosão nos topos das torres de
destilação (redução de espessuras e furos nas linhas, paredes de vasos e
tubos trocadores de calor);

Os sais de sódio diminuem a vida útil e rendimento de


catalisadores (conduzindo a produtos finais (combustíveis) de qualidade
inferior).
TRATAMENTO DO ÓLEO
Óleo e água formam emulsões, cuja estabilidade depende
do regime de fluxo e da presença de agentes
emulsificantes (asfaltenos, resinas, argilas, sílica, etc.)
SEPARAÇÃO ÁGUA-ÓLEO  SEPARADORES
água livre);
Água emulsionada  Separada por processos físicos e
químicos
Unidades de eliminação da água e da redução dos
teores de sais nas emulsões de petróleo:
Unidades de desidratação/dessalgação.
Tratamento termoquímico  quebra da emulsão por
aquecimento (45oC a 60oC) (tanques de lavagem ou
tratadores);
Tratadores Eletrostáticos (15.000V a 50.000 V).
EMULSÕES
Uma emulsão é constituída de dois líquidos parcialmente
miscíveis, onde um está disperso no outro como glóbulos
finitos ou gotas. A fase dispersa, descontínua ou interna é o
líquido que se encontra na forma de glóbulos.
TIPOS DE EMULSÕES:

Emulsão Emulsão Emulsão Reversa


Óleo/Água/óleo Água/Óleo Óleo/Água
EMULSIFICANTES

Agentes emulsionantes ou emulsificantes são


compostos com a superfície ativa e que se ligam na
superfície água/gota diminuindo a tensão interfacial.

Gota de fase dispersa


EMULSÕES

Substâncias que podem agir como emulsificantes:

Asfaltenos; Ferro;
Areia; Zinco;
Silt; Sulfato de alumínio;
Shale particles; Carbonato de cálcio;
Parafina cristalizada; Sulfito de ferro.

Sabão também é comumente usado como agente


emulsificante.
TRATAMENTO DO ÓLEO
Esquema de processo de dessalgação eletrostática em dois estágios (primeiro
processo na refinaria) Óleo trat.
Vál. de cont. ou Csal  aq.
Misturad. Estático e fracion.
 turbulência Água sem sal
(lavagem)

Óleo tratado
Aplicação
Campo Elét.
 Coalesc.

Salmoura
Água P/ recirculação.
fresca
Salmoura

O óleo recebido pelas refinariasBSW 1% BSW e 285 mg sal / L (petróleo);


Sal (diluído na fase aquosa ou como pequenos cristais);
O óleo é bombeado e pré-aquecido em permutadores de calor por correntes de
processo, gerando a corrente A.
TRATAMENTO DO ÓLEO
PROBLEMAS ASSOCIADOS À BAIXA EFICIÊNCIA
DO TRATAMENTO:

 corrosão nos equipamentos, sobretudo condensadores de topo,


tubulações, válvulas de controle e vaso de topo;
deposição de sais nos permutadores e fornos, acarretando aumento na
perda de carga e redução da eficiência de troca térmica;
excesso de água na corrente de óleo cru;
aumento do consumo de produtos químicos para controle de pH e
inibidores de corrosão e instabilidade do teor de cloretos, gerando
adições ora excessivas ora insuficientes;
presença de sais, sedimentos e sólidos causando envenenamento de
catalisadores e piorando a qualidade do óleo combustível ou asfalto.
Projeto de separadores
Considerações Importantes
Arrasto
g
•Velocidade Terminal (vt)
d

vt
Peso –
•Tempo de Retenção Empuxo

•Tamanho de Partícula

Movimento das partículas •Condensação de Hidrocarbonetos leves


Fase Gás do gás

•Sedimentação de partículas de
Fase Óleo água do óleo

Fase Água •Flotação das partículas de óleo


Tempo de Retenção:
Varia entre 30 s e 3 min, podendo ser 4 vezes maior na presença de emulsões

Deslocamento de uma partícula em uma única fase

H Vc
W

Hg Gás+gotas de água e óleo


fluido Ho Óleo+gotas de água e bolhas de gás

Hw Água+bolhas de óleo e gás


Diâmetro máximo de uma partícula fluida dispersa em uma fase contínua
SEVIK et al. (1973)

Escoamento turbulento ao redor da partícula de água (kI= 1 a 3)

3

2 Tensão superficial
 k I   w
5 5
d crit Potência por unidade de massa
 c 
P  Q P  Q
 
w 
m m  L  A
P 1 1 1 J3
 f    m  J 2  f 
w Demanda hipóteses para o
L dt 2 dt 2 escoamento e detalhes da
Q configuração dos tubos!!!
J
A
Diâmetro máximo de uma partícula fluida dispersa em uma fase contínua
(BRODKEY, 1967)

 k1    k1 = 0,4  gota de óleo no gás


d crit   
   g  k1 = 6,0  gota de óleo em água e de água em óleo

(BRODKEY, 1967) Bastante simples!!!

Para uma análise mais completa devem ser adotados diâmetros variáveis
(500, 1.000, 2.000 e 5.000 micra)

Cálculo da velocidade terminal


2 d crit 
2
FA   CD  1   d c   d  d  Vt  
1
Força de atrito
2 4

CD 
24

6
 0,4 Re 
(1   d )  c   d  d  Vt  d crit
  0, 4
Re 1  Re
 c  1   d 
 2 , 5
d c
 
d c

d = Fração de fase dispersa (v/v)


Cálculo da velocidade terminal

A partícula atinge sua Vt quando a Força de Atrito (Arrasto) iguala-se ao termo


‘Peso – Empuxo’

d crit 
3
P  E  d  1   d c   d  d g 
6

Fazendo FA=P-E, chega-se a:

4 d  1   d c   d  d   g  d crit


Vt  
3 1  d c  d  d  Cd
Volume de controle numa fase contínua

Balanço de massa da fase dispersa na fase contínua

Vazão volumétrica (fase contínua), qc

Com a integração da equação de balanço, obtém-se a fração de fase dispersa com o


comprimento do separador (L).
Deve-se usar um método numérico, pois Vt depende de d
Projeto de Vasos Separadores:
Dados fixos
•Densidade do gás
•Densidade da água
•Viscosidade do gás
•Viscosidade da água
•Tensão superficial do óleo no gás

Dados variáveis •Tensão superficial da água no óleo


•Vazão volumétrica do gás (qG) •Tensão superficial do óleo na água
• Vazão volumétrica do óleo (qO)
• Vazão volumétrica da água (qW)
• Viscosidade do óleo (O)
•Tempo de retenção da água no óleo (tro)
•Densidade do óleo (O)
Projeto de Vasos Separadores: resumo das equações

Resolver simultaneamente as equações abaixo!

Calcular dx (aprox. delta x) !!!

4 d  1   d c   d  d   g  d crit


Vt  
3 1  d c  d  d  Cd
24 6
CD    0,4
Re 1  Re

Re 
(1   d )  c   d  d  Vt  d crit
  0, 4
 c  1   d 
 2 , 5
d c
 
d c
Calculo iterativo da velocidade terminal: fixando o diâmetro de gota em d=3000

d= 3000 mc= 1
alfa inicial= 0,5 md= 0,1
alfa final = 0,01 g= 9,81
qc= 50 Fase continua= óleo
ro c= 950 Fase dispersa= água
ro d= 1000
"Chutes"
vel terminal = 1
cd inicial = 1
re inicial = 1
re´ re´´ re= re´/re´´ vt cd volta erro
2971363 2,198262 1351687,252 1,015851 27,4 0
108443,9 2,198262 49331,65153 0,037075 0,405174074 1 -0,48939
7333548 2,198262 3336065,503 2,507196 0,427379393 2 1,23506
6952519 2,198262 3162733,8 2,37693 0,403290386 3 -0,06513
7367801 2,198262 3351647,595 2,518906 0,403379497 4 0,070988
7366173 2,198262 3350907,178 2,51835 0,403282716 5 -0,00028
7367941 2,198262 3351711,34 2,518954 0,403283079 6 0,000302
7367935 2,198262 3351708,321 2,518952 0,403282685 7 -1,1E-06
7367942 2,198262 3351711,6 2,518954 0,403282686 8 1,23E-06
7367942 2,198262 3351711,588 2,518954 0,403282684 9 -4,6E-09
7367942 2,198262 3351711,601 2,518954 0,403282684 10 5,02E-09
7367942 2,198262 3351711,601 2,518954 0,403282684 11 -1,9E-11
7367942 2,198262 3351711,601 2,518954 0,403282684 12 2,05E-11
7367942 2,198262 3351711,601 2,518954 0,403282684 13 -7,7E-14
Simulando d=3000 m
Comprimento do separador vs fração de fase dispersa v/v resultante

0,6

0,5
fração volumetrica

0,4

0,3

0,2

0,1

0
0 1 2 3 4 5
metros
TRATAMENTO DA ÁGUA
OBJETIVOS:
Recuperar parte do óleo presente na emulsão;
Condicioná-la para reinjeção ou descarte.
Características da água produzida:
As características da água produzida dependem da composição da formação
da qual ela foi gerada, mas contém, basicamente:
Água;
Compostos orgânicos (óleo solúvel e óleo disperso);
Compostos inorgânicos (sais, metais);
Produtos de corrosão;
Bactérias;
Grãos de rochas de formação;
Gases dissolvidos (dióxido de carbono, oxigênio e sulfeto de hidrogênio);
Produtos Químicos (desemulsificantes, antiincrustantes, sequestrantes de
oxigênio, biocidas, etc).
TRATAMENTO DA ÁGUA
PRINCIPAIS ÍONS PRESENTES NA ÁGUA
SUBTERRÂNEA:

Cloreto (Cl-)
Sulfato (SO4--)
Bicarbonato e Carbonato (HCO3- e CO3--)
Brometo (Br-)
Sódio (Na+)
Potássio (K+)
Cálcio (Ca++)
Magnésio (Mg++)
Bário (Ba++)
TRATAMENTO DA ÁGUA
PRINCIPAIS SÓLIDOS SUSPENSOS PRESENTES NA
ÁGUA SUBTERRÂNEA:

Fragmentos de depósitos orgânicos (BaSO4 e CaCO3);


Lamelas e plaquetas de argilas defloculadas;
Sulfetos e óxidos de ferro;
Massa bacteriana de aspecto lodoso;
Fragmento de partículas finas oriundas do sistema
rocha-fluido;
Partículas de frações pesadas de óleo;
Sólidos resultantes de alterações dos óleos originais
TRATAMENTO DA ÁGUA

PRINCIPAIS GASES PRESENTES NA ÁGUA


PRODUZIDA:

Oxigênio – a água tem pouco ou nenhum oxigênio


dissolvido (a água produzida deve ser mantida sem
oxigênio, para evitar a corrosão);
Sulfeto de hidrogênio dissolvido – a presença do sulfeto
pode acidificar um outro reservatório (em caso de
reinjeção);

Você também pode gostar