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Cimentação de

Poços de Petróleo
ALUNO: THIAGO ALVIM
PROF.: RENATO SILVEIRA
DISCIPLINA: CPC 763 – A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

RIO DE JANEIRO
MAIO,2019
Agenda
 Introdução Histórica

 Cimentação

 Pasta de Cimento

 Laboratório de Cimentação

 Conclusão

 Referência Bibliográfica
Introdução Histórica
A história da perfuração moderna de poços de petróleo começou no início da
revolução industrial. Os trabalhadores queriam melhor iluminação em suas casas quando
retornassem das fábricas. As máquinas industriais movidas a vapor, cada vez mais usadas
em fábricas, também exigiam óleos lubrificantes de boa qualidade.
Respondendo a esta demanda, as companhias começaram a produzir lâmpadas a
óleo, que possuíam maior brilho, durabilidade e resistência ao vento do que as velas. A
melhor fonte de óleo encontrada na época era o óleo de esperma de baleia. Ele era claro,
quase sem odor, leve e sua queima produzia pouca fumaça.

Com o seu crescente uso, em meados do séc.


XIX, o óleo já se encontrava escasso, de forma que
somente os mais ricos poderiam compra-lo. Os
baleeiros de Nova Inglaterra, uma região dos
Estados Unidos, tinham caçado o óleo de esperma
de baleia até quase a sua extinção. Existia então
uma demanda para a sua substituição.

New Bedford, Massachusetts


Introdução Histórica
O primeiro poço de petróleo moderno foi perfurado em Baku, no Azerbaijão
em 1846. Ele foi perfurado a uma profundidade de 21m. Em 1872, devido alta
demanda de lâmpadas a óleo, a área de Baku possuía tantos poços que passou a
ser conhecida como “Black City”.
Até o início do séc. XX, Baku foi responsável por metade da produção mundial
de óleo até aquele tempo.

Balakhani, subúrbio de Baku


Introdução Histórica
Em 26 de Agosto de 1859 foi perfurado o poço
conhecido por ser o pioneiro no estado da
Pensilvânia. O procedimento foi realizado com um
equipamento parecido com um bate-estaca. O
responsável foi o coronel Edwin L. Drake. Ele
conseguiu extrair aproximadamente 300-400 galões
por dia de sua torre de petróleo a uma
profundidade de 21,2 metros.
O poço do coronel Drake, em Titusville marcou o
início da era do petróleo nos Estados Unidos.

Poço de Titusville
Introdução Histórica
Somente no ano de 1903 é que foi cimentado o primeiro poço, no Campo
Lompoc na Califórnia. Nesta primeira operação de cimentação, foram
bombeados um total de 50 sacos de cimento com o objetivo de evitar o fluxo de
água de formação para o poço. Na ocasião, esperava-se 28 dias para o
endurecimento do cimento.
No ano de 1918, foi criada a primeira companhia de serviço especializada na
cimentação de poços de petróleo, a Companhia Perkins, localizada em Los
Angeles. Já no ano seguinte, foi criada a Cia. de serviço Halliburton, no Norte da
Califórnia que até hoje atua nesta área. A primeira cimentação realizada fora da
Califórnia, pela Halliburton, foi no ano de 1920 em Oklahoma. Nesta operação, o
endurecimento da pasta de cimento ocorreu após 10 dias.

Em resumo, no passado aguardava-se de 7 a 28 dias para o endurecimento


do cimento em poços de petróleo. Hoje, as atividades no poço podem ser
retomadas em algumas horas após a cimentação.
Cimentação
Introdução ou colocação de um material cimentício, no espaço anular entre o
casing e a parede da formação ou com o casing anterior.

Os principais objetivos são: Oilwell


Cementing
 Providenciar isolação de zonas distintas
(água, gás, óleo);
 Suportar as cargas axiais dos casings e
dos próximos (liners);
 Providenciar suporte do casing em
formações plásticas (camada de sal) e
proteção a fluidos corrosivos (H2S, CO2);
 Providenciar suporte ao poço (plástico,
sensível a água ou formação não-
consolidada).
Cimentação - Passos
1. Perfurar o poço para cada casing
com a circulação de lama;
2. Descer o casing específico;
3. Circular e condicionar a lama, os
lavadores e os espaçadores;
4. Executar a cimentação.
 Condutor (~30ft)
 Casing de Superfície (~800ft)
 Casing Intermediário (~3000ft)
 Casing de Produção (~9000ft)
 Liner (~10000-20000ft)
Trabalho de
Cimentação
Primária Típico
Cimentação - Relatório
Cimentação Corretiva
As operações de cimentação corretivas são realizadas por vários motivos: para
reparar trabalhos de cimentação primária defeituosos, alterar características de
formação, reparar problemas de revestimento e abandonar poços.
 Squeeze:
Processo de colocação de uma pasta de cimento no poço com pressão
hidráulica suficiente para desidratar parcialmente ou expelir a água da pasta de
cimento, deixando um cimento que irá endurecer e selar todos os espaços vazios.

Diversas técnicas
de squeeze
Cimentação Corretiva
 Plug:
Colocação de um volume
limitado de cimento em um
local especificado dentro do
poço para criar um selo sólido
ou plugue. Este plugue pode
ser temporário ou
permanente.
Usado normalmente nos
seguintes casos:
 Perfuração direcional;
 Pluguear zonas depletadas;
 Perda de circulação;
 Teste de ancoragem; Plugue de perda de circulação
Plugue de proteção
 Abandono.
Pasta de Cimento
Para cimentar cada estágio do poço, é necessário o desenvolvimento de uma
pasta de cimento que atenda as condições especificadas e as limitações da base.
Os dados informados são:
 Dados gerais do poço
 Tipo de cimentação
 Measured Depth e True Vertical Depth
 Bottom Hole Circulating Temperature e Bottom Hole Static Temperature
 Bottom Hole Pressure
 Time to Bottom
 Densidade dos Fluidos (lama, lavador, espaçador, pasta)
 Tipo dos fluidos
 Amostras em campo
Pasta de Cimento - Aditivos
Uma pasta de cimento pode ser extremamente complexa, dependendo da
performance exigida. Para isso, existem diversos aditivos que serão descritos
brevemente.
 Agentes antiespumantes
Evitam problemas de hidratação do cimento
Previnem a cavitação da bomba
Auxiliam na determinação da verdadeira densidade da pasta
 Aceleradores
Diminuem o tempo de hidratação do cimento
Aceleram o processo de pega da pasta
 Extendedores
Reduzem a densidade da pasta
Diminuem a pressão hidrostática
Aumentam o rendimento da pasta
 Controladores de Perda de Circulação
Previnem a perda de pasta para a formação
Pasta de Cimento - Aditivos
 Retardadores
Aumentam o tempo de pega da pasta
 Aditivo para Controle de Perda de Fluido
Reduzem a permeabilidade do filter cake
Aumentam a viscosidade da fase aquosa
 Dispersantes
Diminuem a viscosidade da pasta
Reduzem a pressão de fricção
Melhoram a misturabilidade da pasta
 Agentes de Peso
Aumentam a desidade da pasta
 Agentes Anti-sedimentantes
Reduzem a instabilidade, sedimentação e a água-livre da pasta
Laboratório de Cimentação
Para que a pasta de cimento seja devidamente desenvolvida e comprovada as
suas propriedades, é necessário a realização de testes laboratoriais sob critérios de
padrões internacionais ou nacionais (dependendo da Companhia).
A fim de certificar as
propriedades físicas dos
materiais sólidos, é realizada a
medição da gravidade
específica e da distribuição
granulométrica.
Estas propriedades são de
extrema importância para o
cálculo das concentrações a
Picnometro a hélio
serem utilizadas no desenho
da pasta de cimento. Analisador de tamanho de
partículas a laser
Em materiais líquidos, são
conferidos a densidade e o
pH.
Laboratório de Cimentação
O preparo e mistura da pasta de cimento ocorre num misturador de palhetas sob
velocidade e tempo pré-determinados.
Após a mistura, é conferida a densidade da pasta em uma balança de lama
pressurizada.
Dependendo da análise em sequência, a pasta necessita ser condicionada à
temperatura de teste seguindo uma rampa de aquecimento específico.

Balança de lama pressurizada

Misturador de palhetas Consistômetro atmosférico


Laboratório de Cimentação
Para a determinação do tempo de espessamento da pasta, é utilizado um
equipamento chamado Consistômetro Pressurizado. Nele, é inserida uma
programação de temperatura e pressão no qual a pasta, contida dentro de uma
célula com palheta, deverá ser submetida.

Consistômetro pressurizado Curva de consistência


Laboratório de Cimentação
A resistência compressiva do cimento curado pode ser determinada por um método
destrutivo, utilizando uma prensa uniaxial.
Para isso, a pasta deve ser curada em moldes cúbicos, sob as condições de fundo
de poço em um determinado tempo, que pode variar de poucas horas a alguns meses.

Moldes cúbicos para cura Prensa hidráulica

Câmara de cura
Laboratório de Cimentação
Com a finalidade de obter o percentual de água que será expelido pela pasta
e ter a primeira suspeita de sedimentação, é realizado o teste de água-livre.
Para medir a quantidade de filtrado perdido sob pressão para uma formação
permeável, é realizado o teste de perda de fluido.

Proveta de vidro de 250mL Célula e aparato para teste de perda de fluido


Laboratório de Cimentação
Para certificar a estabilidade da pasta, é realizado o teste de sedimentação
estático, no qual é medida a densidade do cimento curado em um tubo bi-partido.
A previsão da pressão de fricção da pasta de cimento pode ser obtida a partir das
propriedades reológicas medidas em um viscosímetro rotacional de cilindros coaxiais.

Tubo de sedimentação
Viscosímetro
Laboratório de Cimentação
Um melhor acompanhamento da resistência compressiva pode ser observado
pelo método não destrutivo no analisador ultrassônico de cimento (UCA).
Em paralelo, podemos medir a tendência de migração de fluido no anular pela
análise da força de gel estático.

Carta de desenvolvimento
Analisador ultrassônico de cimento de resistência compressiva Analisador de força de gel
estático
Conclusão
Para se obter sucesso numa operação de perfuração de poços de petróleo, é
de essencial importância que nenhuma das etapas inerentes ao processo sejam
negligenciadas.
Entre estas etapas está a operação de cimentação, que tem um impacto direto
sobre a produtividade futura do poço, onde um pequeno erro pode ocasionar uma
comunicação não desejada dentro do reservatório ou até um dano ao meio
ambiente.
Referencial Bibliográfico
1. Bommer, Paul – A primer of oilwell drilling. – 7th ed. The University of Texas at
Austin. Petroleum Extension Service. 2008
2. Erik B. Nelson, Dominique Guillot – Well Cementing Book – 2nd ed. Schlumberger.
2006
3. Conhecimentos do autor

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