Você está na página 1de 42

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


NÚCLEO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO
NUPETRO

CONTROLE DE AREIA

Profo MSc. José Bezerra de Almeida Neto


São Cristóvão – SE
Agosto - 2014
CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ARENITOS
FRIÁVEIS

A condição primordial para identificação de formações friáveis é a definição de seu


modelo de deposição geológico. Este conhecimento auxiliará posteriormente na
escolha da melhor técnica de contenção de areia a ser adotada para o reservatório
em análise.

Geologicamente, areia pode ser definida como sendo um material granular com
diâmetro variando de 2 a 0,0625 mm, composto basicamente de quartzo (SiO2).

A "friabilidade" de um arenito está diretamente relacionada às forças de


compactação, ao tipo de cimentação e à dissolução dos grãos nos pontos de
contato.
CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ARENITOS
FRIÁVEIS

A cimentação é o fator preponderante na determinação da consolidação de


um arenito. Os agentes cimentantes mais comuns são o quartzo, a calcita
(CaCO3) e a dolomita (MgCO3).

Se considerarmos que o agente cimentante reduz a porosidade e a


permeabilidade pelo preenchimento dos poros da rocha, podemos deduzir
que formações confinadas em ambientes com baixa geração de minerais
cimentantes, comumente resultarão em reservatórios de alta
permeabilidade, que se por um lado possuem grande potencial para
produção de óleo, também o têm para a produção de areia.
CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ARENITOS
FRIÁVEIS

Sparlin et ali agrupam os arenitos friáveis em três classes distintas:

a) Quicksand - formação extremamente inconsolidada. Não possui


qualquer tipo de agente cimentante. Fluidos produzidos de tais arenitos
são caracterizados por apresentarem uma concentração alta e
constante de areia;

b) Parcialmente consolidado - caracterizado pela presença de algum


agente cimentante, entretanto de fraca atuação. Os testemunhos deste
tipo de formação se desagregam com grande facilidade. A presença de
areia nos fluidos se dá de forma intensa e intermitente;

c) Friável - apresenta testemunho aparentemente consolidado, no entanto


areia é prontamente produzida quando ocorre fluxo para o poço.
CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ARENITOS
FRIÁVEIS

Este tipo de formação suporta completação a poço aberto, na medida em


que a área aberta ao fluxo é consideravelmente maior, reduzindo as forças
de arraste geradas pelo deslocamento do fluido.

É comum, em completações a poço revestido, o teor de areia se reduzir a


traços após horas ou dias de produção.

Isto ocorre devido à formação de cavernas atrás do revestimento,


aumentado a área aberta ao fluxo, reduzindo assim a ocorrência de
erosão; entretanto, alterações como a redução da pressão de poro,
incremento de vazão, produção de água etc., poderão fazer com que a
produção de areia atinja níveis intoleráveis.
TÉCNICAS DE PREDIÇÃO DE PRODUÇÃO DE AREIA

Em áreas desconhecidas, com as técnicas hoje disponíveis, é


extremamente difícil avaliar com precisão o potencial de produção de areia
de um campo. Existem quatro fontes principais de informação com as
quais trabalhamos para estreitar a margem de erro de uma previsão de
produção de areia:

1) Testes de formação;

2) Análise de testemunho;

3) Perfilagem;

4) Dados de produção.
TÉCNICAS DE PREDIÇÃO DE PRODUÇÃO DE AREIA

Os testes de formação em arenitos potencialmente produtores de areia


devem ser cuidadosamente planejados, tendo-se a preocupação de
simular tão próximo quanto possível das situações que serão encontradas
durante a vida produtiva do intervalo.

Normalmente, em poços exploratórios, as vazões são limitadas pela


própria produção de areia.

Existem situações extremas, onde as formações são muitos


inconsolidadas, associadas a produção de óleo viscoso, onde o teste de
formação somente pode ser realizado com dispositivo de controle de areia
instalado.
TÉCNICAS DE PREDIÇÃO DE PRODUÇÃO DE AREIA

A predição de produção de areia pela análise de testemunhos é um


trabalho muito subjetivo, onde "experiência" é um fator primordial.

Se por um lado um testemunho de uma formação Quicksand é facilmente


identificado, os arenitos Parcialmente Consolidados e os Friáveis
necessitam de uma análise mais cuidadosa.

Além da identificação do agente cimentante, a simulação do fluxo de


fluidos através destes testemunhos poderá dar uma resposta definitiva a
respeito do comportamento da formação durante a produção.

A corrida de perfis gera dados importantes que auxiliam na determinação


do intervalo a ser canhoneado e do drawdown máximo a que determinada
formação pode ser submetida.
TÉCNICAS DE PREDIÇÃO DE PRODUÇÃO DE AREIA

Embora a maioria dos dados sobre a produção de areia possam ser


extraídos do teste de formação, é fundamental que haja um
acompanhamento da vida produtiva do intervalo, complementando o banco
de dados com os tipos e quantidades de fluidos e sólidos produzidos.

No caso de completação de poços de desenvolvimento em condições


offshore, principalmente nos casos de poços isolados com ANM onde os
custos de intervenção são elevados, as companhias operadoras adotam
critérios bem conservadores, instalando sistemas de contenção de areia,
mesmo nos casos onde o risco de produção de areia é baixo.
TÉCNICAS DE PREDIÇÃO DE PRODUÇÃO DE AREIA

De qualquer forma deve-se levar em conta que ao longo da vida produtiva


do poço, outros fatores também aumentam o risco de produção de areia,
como:

Redução da pressão estática da formação, que aumenta a tensão


efetiva sobre os grãos da rocha;

Aumento do BSW, que além de favorecer a dissolução da


cimentação entre os grãos, pode mobilizar a porção mais fina dos
grãos do arenito.
TÉCNICAS PARA MONITORAMENTO E DETECÇÃO DE
PRODUÇÃO DE AREIA

Quanto maior a antecipação da ação para a contenção de produção de


areia em um poço, maior é a chance de sucesso do método. O
monitoramento da produção de areia neste caso é vital.

Amostragem de Superfície - é a maneira mais simples e econômica de


detecção de produção de areia. Consiste na coleta de amostra dos fluidos
produzidos e análise do resíduo, após centrifugação ou peneiramento.

Sand Trap - de maior eficiência em poços de gás. Permite a deposição da


areia em um recipiente (por diferença da velocidade de fluxo), que é
periodicamente recolhido para medição.
TÉCNICAS PARA MONITORAMENTO E DETECÇÃO DE
PRODUÇÃO DE AREIA

Corpos de Prova - colocados em contato direto com o fluxo, possuem


sensores que indicam o momento de seu rompimento, causado pela
erosão. Permitem avaliar simplesmente os efeitos da produção de areia,
não quantificando o volume produzido.

Detectores Sônicos - captam o som gerado pelas partículas de areia que


se chocam contra um sensor, instalado na linha de produção.
Diferentemente da amostragem de superfície, possibilita uma avaliação
contínua da quantidade de areia produzida. Tem como desvantagem a
necessidade de calibração com areia semelhante a produzida. A análise é
realizada de forma qualitativa.

Monitoração no Poço - desenvolvido pela Shell, permite monitorar qual


ponto do intervalo canhoneado é o responsável pela produção de areia,
auxiliando na determinação do método de contenção a ser adotado.
TUBOS RASGADOS (SLOTTED LINER)

A necessidade de contenção de areia surgiu com os primeiros poços para


a captação de água. A evolução destas técnicas culminou com a utilização
dos “slotted liners” (Figura 1). Estes tubos foram adaptados para a
indústria do petróleo e ainda hoje são usados em poços com baixa
produtividade ou em longos intervalos produtores, incluindo-se aí os poços
horizontais.

Figura 1– Slotted Liners.


TELAS WIRE WRAPPED

Este tipo de tela (Figura 2) é composta basicamente de um tubo base


perfurado, envolvido por uma camada de arame com espaçamento
adequado visando normalmente a retenção de propantes (areia, cerâmica,
bauxita) em poços revestidos. A seção transversal do arame tem diferentes
tipos de formatos, definidos em função do projeto de contenção de areia a
ser utilizado .

Este é o tipo de tela que tem sido usado há pelo menos 30 anos para
contenção de areia, principalmente a poço revestido associado a
operações de gravel pack ou fracpack, apesar de já ter sido usado em
alguns casos, principalmente no exterior, em completações a poço aberto,
porém com aberturas apropriadas para contenção de areia da formação.

Figura 2 – Tela Wire Wrapped.


TELAS PREMIUM

Mais recentemente, foram desenvolvidos novos tipos de equipamentos


com maior área aberta ao fluxo e aplicação específica para completações
a poço aberto, horizontais (Telas Premium). Tem sido aplicadas por
grandes operadoras, principalmente em completações horizontais com
gravel pack a poço aberto. Dentre as mais utilizadas podemos citar :

Figura 4 – Tela Poroplus.

Figura 5 – Tela Excluder.


TELAS PREMIUM

Figura 6 – Tela Stratapack.

Figura 7 – Tela Excelflow.


TELAS - COMPOSIÇÃO

Shroud – Camada externa que tem por objetivo fornecer proteção


para o meio filtrante tanto na sua instalação a poço aberto, como
durante o fluxo do poço.

Meio filtrante – normalmente composto por 3 camadas : A camada


superior – tem por objetivo capturar as partículas com tamanho
específico sobre a sua superfície de acordo com seu projeto. A
camada intermediária com fios de maior espessura e abertura, tem
por objetivo suportar a camada superior sem gerar restrição ao
fluxo e a camada inferior tem por objetivo básico o suporte das
demais camadas sobre os furos do tubo base.

Tubo base – sempre perfurado para possibilitar fluxo de fluidos e


tem por objetivo sustentar todo o sistema, dando rigidez,
resistência aos esforços de colapso e possibilitar conexão com os
demais tubos.
TELAS - COMPOSIÇÃO

Figura 8 – Tela Premium - Poromax.


TELAS EXPANSÍVEIS

Este tipo de tela foi desenvolvida inicialmente pela empresa


Petroline (posteriormente comprada pela Weatherford) em
associação com a SHELL (Figura 9), com o objetivo básico de
utilização a poço aberto, visando eliminar o espaço anular entre as
telas e o poço aberto (como ocorre no sistema stand alone),
reduzindo possibilidade de movimentação dos grãos da formação
que impactam em processo de redução de permeabilidade /
erosão, visando reduzir falhas no processo de controle de
produção de areia.

Figura 9 – Tela Expansível.


MÉTODOS PARA
CONTROLE DA PRODUÇÃO DE AREIA

Consiste no preenchimento dos espaços criados atrás do


revestimento, devido à produção de areia com gravel pré-resinado.

A operação é semelhante a um squeeze, em que a pasta de areia


resinada é bombeada através da coluna como um tampão
balanceado, sendo a pasta squeezada para a formação.

Após a pega da resina (a cura se dá com tempo e temperatura) é


descida broca para remoção do excesso de gravel dentro do poço.
MÉTODOS PARA
CONTROLE DA PRODUÇÃO DE AREIA – AREIA RESINADA

A pasta resinada restante na formação e canhoneados, após a


cura, resulta em um meio poroso de boa permeabilidade servindo
de filtro para a areia da formação.

Devido a dificuldade em garantir injeção da pasta em todos os


canhoneados, a aplicabilidade desta técnica se restringe a poços
com pequena extensão canhoneada e poços terrestres, devido ao
baixo custo da intervenção de workover.

Também é recomendada para poços antigos que já produziram


grandes volumes de areia.
MÉTODOS PARA
CONTROLE DA PRODUÇÃO DE AREIA – STAND ALONE

A completação stand alone emprega simplesmente algum tipo de


tela ou liner posicionado em frente ao intervalo produtor, sempre a
poço aberto.

Estas completações podem ser realizadas com utilização de


slotted liner, pré-packed screens, telas wire wrapped ou telas
premium.

Este tipo de completação, apesar de ser a mais econômica, possui


algumas restrições quanto aos cenários de aplicação. Os arenitos
devem ser homogêneos, ou seja, ter pouca dispersão entre os
tamanhos de grãos, além de pouco teor de finos.
MÉTODOS PARA
CONTROLE DA PRODUÇÃO DE AREIA – STAND ALONE

Este tipo de arenito tem a vantagem de funcionar como um gravel


natural, sem redução de permeabilidade devido ao rearranjo dos
grãos.

Considera-se como finos, sólidos com diâmetros inferiores a 44


micrômetros. O grau de uniformidade do arenito pode ser medido
pelo seu coeficiente de uniformidade (Cu), que é definido da
seguinte forma:
D 40
Cu
D90
MÉTODOS PARA
CONTROLE DA PRODUÇÃO DE AREIA – STAND ALONE

Sendo D40 e D90, retirados da curva de análise granulométrica


(Figura 10) obtida de testemunho representativo do arenito.

Para aplicação do método Stand Alone para um determinado


arenito, deve-se atender aos seguintes critérios (SPE 65140):

Cu < 5
Percentagem de finos < 5%.

Figura 10 – Mandril Expansor.


GRAVEL PACK EM
POÇOS REVESTIDOS

Esta técnica, empregada em poço revestido, pode variar desde a


simples utilização de um único tubo telado a uma complexa
completação múltipla.

Apenas os tipos de operações e técnicas mais usuais serão


abordados, onde após o condicionamento do revestimento, é
descido um sump packer, formando o fundo necessário para a
ancoragem da coluna de gravel pack; em seguida o poço é
canhoneado e o conjunto de gravel pack, composto de tubos
telados, tubos cegos, wash pipes, crossover tool e packer é
instalado.

Após conclusão da instalação do conjunto é feito o bombeio e


deslocamento do gravel, que conterá a produção da areia de
formação.
GRAVEL PACK EM
POÇOS REVESTIDOS - VANTAGENS

Mais efetivo no controle de areia em longos intervalos, em


intervalos com pequenas intercalações de folhelhos, e em zonas
com alto teor de argila e silt;

Suporta a maioria das reações desenvolvidas em um tratamento


químico, e não se deteriora com o tempo;

Apresenta melhores resultados nas aplicações em poços antigos


com histórico de grande produção de areia;

É menos afetado pelas variações de permeabilidade da


formação;
GRAVEL PACK EM
POÇOS REVESTIDOS - DESVANTAGENS

Redução do diâmetro interno do poço, pela utilização de tubos


telados;

Reparos ou recompletações requerem a remoção do conjunto;

As telas estão sujeitas à corrosão e/ou erosão devido às altas


velocidades de fluxo ou à produção de fluidos corrosivos;

Apresenta maior dificuldade no isolamento de futuros intervalos


produtores de água;
GRAVEL PACK EM
POÇOS REVESTIDOS

As três máximas para obtenção de uma boa performance numa


operação de Gravel Pack são:

1. Dimensione o gravel para conter completamente a


movimentação de areia da formação;

2. Forme um pacote compacto de gravel, com o maior raio


possível;

3. Maximize a produtividade minimizando o dano à formação.

É possível seguir vários procedimentos para o dimensionamento


dos componentes mecânicos do conjunto, mas a utilização de uma
técnica não adequada para a colocação (placement) do gravel
poderá trazer sérios prejuízos ao sucesso da operação.
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK

Definição da granulometria do gravel:

Um ponto importante no projeto de um gravel pack é a definição da


granulometria do agente de contenção, uma vez que este deverá
reter a areia de formação com a menor interferência possível na
produtividade do poço.

Um critério utilizado é baseado nas recomendações de Saucier,


constatadas em experimento onde uma célula contendo gravel e
areia da formação (Figura 11) foi submetida a um fluxo linear,
medindo-se a perda de carga para várias vazões e diversas
relações de granulometria entre gravel e areia. Nos casos em que
houve invasão de areia no pacote de gravel, foi constatada a
redução da permeabilidade com conseqüente aumento da perda
de carga (Tabela 1).
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK

Figura 11 – Saucier.

Tabela 1 – Experimento de Saucier.


DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK

As conclusões de Saucier são mostradas na Figura 12. Para uma


relação gravel/areia maior que 6 observa-se uma queda
significativa na permeabilidade do pacote, numa relação maior que
14 a areia da formação não é mais contida.

Saucier recomenda que "o tamanho médio do grão de gravel seja


até 6 vezes maior que o tamanho médio do grão de areia da
formação".

Figura 12 – Experimento de Saucier.


DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK
Na prática, a granulometria recomendável para o gravel é
determinada multiplicando-se o diâmetro de partícula
correspondente aos 50% acumulados em peso (D50) (obtidos na
análise de peneira, que abordaremos mais adiante) por 4 e 8,
adotando o gravel comercialmente disponível com diâmetro
imediatamente inferior ao calculado.

Exemplificando: A análise de peneira indicou que o diâmetro médio


(D50) de uma areia de formação é 0,0045", então:

0,0045 x 4 = 0,018"

0,0045 x 8 = 0,036"

De acordo com a Tabela 2, teremos:

0,018" ⇒ 38 mesh

0,036" ⇒ 19 mesh
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK
Tabela 2 – U.S.A. Mesh.
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK
Concluímos que o gravel recomendado é 20-40 mesh (Tabela 3).

A título de verificação, podemos fazer:

- Diâmetro médio do gravel 20-40 = (0,033 + 0,017) / 2 = 0,025;


- Diâmetro médio do gravel / diâmetro médio da areia = 0,025 / 0,0045
= 5,56.

Tabela 3 – Gauge das Telas para os Vários Sizes de Gravel.


DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK
É recomendável que a seleção do gravel seja baseada na menor
"granulometria média" obtida do testemunho do intervalo a ser
canhoneado.

Atentar para amostras que apresentem granulometria média tão


pequena (< 0,002") que não contribuiriam com a produção, estas
deverão ser ignoradas. Desta forma, o gravel 40/60 mesh (0,017" -
0,0098") é o de menor granulometria comumente usado. Este é o
default recomendado quando não se dispõem de informações sobre a
granulometria da areia de formação.
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Figura 13 – Curva Granulométrica.


DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Uma vez obtido o D50, basta aplicar o procedimento recomendado por


Saucier.

ESPECIFICAÇÃO DA TELA: O tubo telado tem por função básica


manter o pacote de gravel na posição adequada. O espaçamento da
tela (gauge) deve ser menor do que o menor diâmetro do gravel usado
(Tabela 3).
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Importante: o OD do tubo telado deve permitir uma folga de, no


mínimo, 1" entre a tela e o revestimento em poços revestidos e 2" em
poços abertos, isto porque:

1. Um grande espaço anular evita a formação de bridges durante o


posicionamento do gravel;

2. O gravel desliza e é posicionado com maior facilidade, formando


um pacote compacto;

3. Um anular de 1", ou mais, permite a remoção do gravel com mais


facilidade se houver necessidade da retirada do conjunto;

4. Em poços abertos, 2" ou mais reduzem o risco de erosão da areia


da formação no momento em que a pasta do gravel estiver sendo
posicionada. A Tabela 5 apresenta os diâmetros máximos e os
recomendados para os tubos telados em relação aos
revestimentos.
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Tabela 5 – Diâmetros recomendados para tubos telados.


DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Os tubos telados devem ainda:

 Conter centralizadores no meio e em cada extremidade;

 Ter um mínimo de 1,5 m de excesso acima e abaixo do intervalo


canhoneado, para compensar a imprecisão das medidas do
sondador;

 Ter as descontinuidades nunca maiores do que 1,5m em poços de


até 45 de inclinação. Descontinuidades no tubo telado se tornam
mais críticas à medida que o ângulo de inclinação tende para 90 .
DIMENSIONAMENTO DE UMA OPERAÇÃO
DE GRAVEL PACK – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE GRAVEL: A quantidade de gravel


é determinada adicionando-se ao volume do anular tubo
telado/revestimento o volume previsto para preencher os canhoneados
e os espaços atrás do revestimento, acrescentando-se, como fator de
segurança, 10% sobre este total.

Nas completações a poço revestido de uma zona nova, onde o


canhoneio e a limpeza dos canhoneados foram feitos de forma
criteriosa, podemos assumir valores de 1 pé cúbico de gravel para
cada pé de canhoneado.

Em poços onde houve elevada produção de areia, adotar como valor


básico 3 pe3/pé de canhoneado.

É imprescindível, em qualquer caso a execução de pré-pack.


FIM

Você também pode gostar