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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

ENGENHARIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO


CANPUS UNIVERSITÁRIO DE SALINÓPOLIS
TÓPICOS ESPECIAIS EM ENGENHARIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE
PETRÓLEO
PROF. DR. CLAÚDIO REGIS

NATALINO DA SILVA SOUZA

CIMENTAÇÃO DE POÇOS PT. 1

SALINÓPOLIS, PARÁ, BRASIL


06/06/2023

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CIMENTAÇÃO DE POÇOS PT. 1

No V Seminário da disciplina de Tópicos Especiais em Engenharia de Exploração e


Produção de Petróleo trouxe como tema: “Cimentação de poços de petróleo”. Divididos
em dois módulos, o palestrante engenheiro especialista de operações de revestimento e
cimentação e workover Bruno Costa iniciou o primeiro módulo abordando os conceitos
básicos e introdutórios de cimentação de poços, discutindo os principais objetivos da
operação assim como as técnicas e ensaios operacionais e laboratoriais adotadas para
escolha da pasta de cimento.

A operação de cimentação de poços de petróleo é umas das etapas mais


importantes do processo de construção de um poço. Essa operação consiste em
bombear uma determinada quantidade de cimento no anular, ou seja, entre o revestidor
e a parede do poço, fundamentada, a priori, em proteger o revestidor e isolar zonas de
formação de interesse. A determinação do volume da pasta a ser usada dependerá da
altura da formação e do diâmetro do anular, com isso para cada fase é necessário fazer
realizar o cálculo de cimentação. Os objetivos principais dessa operação são: proteger o
revestidor de corrosão por fluídos da formação, promover o isolamento de diferentes
zonas formação com intuido de coibir a migração de fluídos no anular e suportar as
tubulações do casing no poço.

A cimentação de poços pode ocorrer em duas etapas (ou mais em casos


específicos) denominadas de cimentação primaria e cimentação secundária. A
cimentação primaria é considerada umas das etapas primordiais no projeto de
construção de um poço, umas vezes que, está relacionada com a vida útil do mesmo,
uma boa cimentação implica na qualidade estrutural do poço assim como no custeio
operacional, é realizada sucessivamente após a descida de cada coluna de
revestimento. A cimentação primaria é considerada satisfatória quando há aderência da
pasta à formação e ao revestimento com preenchimento de total do anular.

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Após a cimentação primaria é necessário avaliar a qualidade dessa operação, para
isso são usados perfis acústicos que avaliam as ondas sônicas e ultrassônicas,
lembrando que para uma avaliação mais assertiva é recomendado fazer a combianção
desses perfis. As principais ferramentas de perfilagem empregadas são Variable Density
Log (VDL) e Cement Bond Log (CBL) para perfis sônicos. Já para perfis ultrassônicos
são empregados transdutor fixos ou rotativos.

Depois dos testes de qualidade de cimentação nos poços, caso houver detecção de
eventuais problemas como falhas na cimentação (fissuras e presença de vazios na
pasta) é recomendado realizar a cimentação secundária do poço. A cimentação
secundária é toda cimentação que objetiva corrigir eventuais falhas. Dessa forma, a
cimentação secundaria pode ser realizada para impedir a entrada de água de uma zona
adjacente a zona de óleo, abandonar zonas depletadas ou reparar vazamento no
revestidor. As cimentações secundárias são classificadas como: tampões de cimento,
recimentação e compressão de cimento ou Squeeze.

Para a realização da operação de cimentação é necessário obter um conjunto de


informações, assim como desenvolver o planejamento integrado condizente com o
projeto. O Eng. Bruno Costa exemplificou isso por meio de um fluxograma intitulado:
“Planejamento até a execução”. Esse fluxograma demonstrava que o primeiro passo
para elaboração do projeto de cimentação é a reunião entre os profissionais da área para
discussão do assunto (engenheiros, químicos) no qual irá atribuir o objetivo central do
projeto. Logo após, há a etapa de produção no qual irão trabalhar para o
desenvolvimento da solução, nessa etapa são levadas em consideração em litologia,
morfologia, profundidade, reologia, tipos de formações e outras questões que diz respeito
a estrutura da formação rochosa, vale lembrar que dentro da etapa de produção tem-se
a etapa laboratorial, uma vez que, àquela é dependente dos ensaios laboratoriais. A
última etapa é a execução do projeto quando se tem todos os “aparatos” necessários
que viabilize a operação de cimentação não só levando em consideração a estrutura da
formação, mas também os custos envolvidos.

A pasta de cimento usada para cimentação de poços de petróleo possui


propriedades específicas que podem variam de formação de acordo com a litologia e

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profundidade. O cimento utilizado no processo de cimentação é do tipo portland
combinados com aditivos. Os aditivos podem incluir aceleradores de pega, retardadores
de pega, estendores (aumenta o rendimento da pasta ou diminui a densidade do
mesmo), redutores de fricção (atuam nas cargas elétricas superficiais) e controladores
de filtrados (reduz a permeabilidade do reboco, diminuindo a desidratação do prematura).

Portando, o tema: “Cimentação de poços” abordado na palestra ocorrida no dia 25


de maio de 2023 foi de grande relevância para agregação de novos conhecimentos
instigando, a buscar novas frentes do assunto. O Eng. Bruno Costa foi sucinto em suas
palavras demostrando de forma mais simplificada o processo de cimentação de poços
em duas etapas, tornando-se um assunto mais palpável. Ademais, como dito o
conhecimento do assunto é de extrema importância para formação de um engenheiro de
petróleo uma vez que essa área está intrinsicamente relacionada com seu trabalho.

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