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Cimentação de poços de

petróleo

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Cimentação primária
é uma operação que visa deslocar e
assentar o cimento não contaminado numa
determinada profundidade no espaço anular
entre o poço e a coluna de revestimento
Ou entre revestimentos de modo a
isolar/vedar eficientemente o espaço.

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Cimentação Secundária
é uma operação correctiva de cimentação
visando permitir a continuidade das
operações, e pode ser divididas nas
seguintes:

1. Tampões de cimento – consistem no


bombeamento para o espaço anular
cobrindo um trecho do poço, isso é usado
em caos de perca de circulação, abandono
total ou parcial do poço, ou como base para
devio do poço. 3
2. Recimentação é a correcção da cimentação
primária, quando o cimento não alcança a altura
Desejada no anular.

O revestimento é canhoneado em dois pontos.


Só é feito quando se consegue circulação pelo anular

3. Compressão de cimento (squeeze) - consiste na


Injecção forçada de cimento sob pressão, visando
corrigir a cimentação primária, sanar o vazamento
no revestimento ou impedir a produção de zonas
que passaram a produzir água.
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Principais componentes de cimento Portland
Óxido de cálcio, silica, alumínio e ferro
3CaO.SiO2 – Silicato tricálcico ou alite,
representado
Por C3A

2CaO.SiO2 – Silicato dicálcico ou belita,


representado
Por C2S.

3CaO.Al2O3 – Aluminato tricálcico ou celita,


representado
Por C3A
4CaO.Al203.Fe2O3 – Ferro aluminato tetracálcico
ou ferrita, representado por C4AF
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A proporção destes compostos no cimento
determina as suas propriedades, como resistência
inicial, retardamento, calor de hidratação,
resistência aos sulftatos, etc.

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Aditivos são compostos químicos adicionados à
pasta de cimento visando sua adequação ao uso
específico previsto.

Acelaradores: Visam diminuir o tempo de


espessamento e aumentar a resistência
compressiva inicial da pasta.

O mais comum é o cloreto de cálcio (CaCl2), em


proporção de 0,5 a 2%. O sal comum (NaCl) também
é acelerador a baixas concentrações (até 6%).

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Retardadores: Permitem o retardamento do início da
pega da pasta quando a temperatura e pressão
sejam muito altas para o uso de cimento sem
aditivos, permitindo seu deslocamento.

Os retardadores são fabricados a base de


lignossulfonatos e seus derivados, ácidos organicos,
derivados de celulose e derivados de glicose. Agem
por absorção superficial ou por formação de
precipitados superficiais impermeáveis que
retardam o processo de hidratação.

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Estendedores: Permitem obter maior rendimento da
pasta, resultando em pastas mais leves,
possibilitando maiores alturas de pasta por
causarem menor pressão hidrostática.

Os estendedores podem funcionar por absorção de


água (argilas, como a bentonite, ou produto
químicos, como silicatos) ou pela adição de
agregados de baixa densidade (pozolana, perilita,
gilsonita).

Em casos especiais pode-se usar nitrogénio ou


microesferas cerâmicas para criar pastas
especialmente leves.
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Redutores de fricção (ou dispersantes): permite o
afinamento da pasta, com isto permitindo adopção
de maiores vazões com menores perdas de carga,
causando melhor remoção do fluido de perfuração e
um menor risco de fractura de formações.

Os dispersantes são usados secundariamente como


um meio de obter pastas mais pesadas,
compensando a viscosificação que ocorre com a
diminuição do teor de água da pasta. O dispersante
é obtido quebrando mecanicamente a suspensão ou
pela modificação química das interações
electrostásticas, produzindo partículas carregadas
electricamente, que se repelem, por terem a mesma
carga. 10
Controladores de filtrado: Permitem evitar a
desidratação prematura da pasta frente as zonas
permeáveis, mantendo a bombeabilidade e
impedindo que se cause danos à formação
produtora. Como um dos factores que afecta o
controle de filtrado da pasta é o seu grau de
dispersão, os controladores de filtrado são sempre
usados simultaneamente com os dispersantes.

Os mecanismos de actuação são a melhoria da


distribuição de partículas e a viscosificação da água
intersticial da pasta.

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Outros aditivos:
Anti-espumantes evitam earação da pasta.

Os adensantes, os controladores de perda de


circulação, os descontaminantes, os traçadores
radioactivos e corantes para se detectar a presença
do cimento e areias de granulometria controlada
(silica fluor, silica coarse) para evitar a degradação
do cimento a altas temperaturas ( mais de 230 F).

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Exercícios Práticos
Sobre Cálculos de Volumes
Operações de Perfuração

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Exercício número 1
A tabela a seguir apresenta dados de um poço, usando-a:
1. Calcule a qde de sacos de cimento Lead necessários;
2. Calcule a quantidade de sacos de cimento Tail requeridos;
3. Quantos bbls são necessários para fazer bump do plug
4. Quantos strokes equivale o volume calculado em 3.
Dados Dimensões
Prof. Assentamento Revestimento 13 3/8 in 3000 ft
Dimensão do Poço aberto 17.5 in
Diâmetro externo Revestimento 54.5# 13 3/8 in (ID 12.615 in)
Float collar (shoe track) 44 ft
Pump output@90 eff 0.112 bbl/stk
Cement program: Lead (13.8 #) Top @ 900 ft
Slurry yied 1.59 ft3/sk
Tail cement (15.8#) Top @ 2000 ft
Slurry yield 1.15 ft3/sk
Excess Volume 50%
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Exercício número 2
Determine:
1. a altura do cimento no anular;
2. A quantidade de ft3 de cimento no
revestimento;
3. A profundidade, ft, do top de cimento no
anular;
4. Número de bbls de lama para displacement
do cimento;
5. Número de stks requerido para
displacement.

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Dados Dimensões
Prof. Assentamento Revestimento 3000 ft
Dimensão do Poço aberto 17.5 in
Diâmetro externo Revestimento 54.5# 13 3/8 in (ID 12.615 in)
5 in DP (19.5#) 0.01776 bbl/ft
Pump output@95 eff 0.136bbl/stk
Cementing tool (nr ft above shoe) 100 ft
Pasta cimento 500 sk
Slurry yield 1.15 ft3/sk
Excess Volume 50%

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Cimento
Testes de Laboratório

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Os parametros principais para realização dos testes
de laboratório são a pressão, a temperatura, o
tempo previsto de operação e o regime de fluxo –
durante o deslocamento, além do tipo de cimento e
dos aditivos disponíveis.

Os principais testes que podem ser realizados são:


Finura, água livre, resistência à compressão, perda
de fluido, reologia, densidade e peso específico, e
tempo de espessamento.

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Equipamentos
de Cimentação de poços

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Equipamento de Cimentação

Para execução da operação de cimentação


são necessários diversos tanques
equipamentos, para armazenar, transportar,
preparação de aditivos, mistura da pasta e o
seu bombeamento no intervalo desejado do
poço previamente perfurado.

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Equipamento de Cimentação
Silos de Cimento

Offshore
O cimento é armazenado
em Silos, que operam a
baixa pressão acerca de
30 psi

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Equipamento de Cimentação
Silos de Cimento
Onshore
O cimento é armazenado na
base da Companhia e enviado já
Camiões apropriados para sonda
de perfuração

Unidade de Cimentação
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Equipamento de Cimentação

Silos de cimento

Onshore
O cimento é armazenado na base da Companhia
e enviado já Camiões apropriados para sonda de
perfuração 28
Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação
Unidade de Cimentação

Em terra – Camiões
No Mar em Skids

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Equipamento de Cimentação
Unidade de Cimentação

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Equipamento de Cimentação
Unidade de Cimentação

Componentes de uma unidade de cimentação

• 2 motores para fornecer energia;


• 2 tanques de 10 bbl cada para água de mistura e
aditivos;
• 2 bombas triplex;
• 2 conversores para converter movimento
rotativo dos motores no movimento alternativo
das bombas;
• Bombas centrífugas auxiliares
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Unidade de Cimentação

Componentes de uma unidade de cimentação

• Tanque de mistura
Cimento + água + aditivos (atenção quantidades e
velocidade de mistura e bombeio);
Depois de devidamente misturada a pasta é
succionada (bombas triplex) e bombeiada ao poço.

A operação é monitorada por manómetros de


pressão e medidores de fluxo que são registados
numa carta para posterior análise.
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Equipamento de Cimentação
Linhas de Cimentação

As linhas de cimentação (LC) ligam a Unidade ao


poço por intermédio da cabeça de cimentação que é
Instalada no topo do revestimento.

LC é constuida por tubos interconectados


por meio de conxões móveis dotadas interconexões

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Equipamento de Cimentação
Linhas de Cimentação

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Equipamento de Cimentação
Cabeça de Cimentação

Cabeça de Cimentação (CC) é


contectada ao topo do revestimento,
recebe a linha de cimentação, podendo
abrigar em seu interior os tampões de
borracha que separam a pasta do fluido
de perfuração.

CC tem um mecanismo de travamento que retém estes tampões


até o instante próprio para ser libertado.
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Equipamento de Cimentação
Cabeça de Cimentação

Pode ter três entradas para as 3 linhas, rolamentos para permitir


O giro da coluna de revestimento e o sistema de conexão especial
Para maior rapidez de instalação

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Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação
Os conjunto de acessórios são conectados à coluna
de revestimento com objectivo de garantir o melhor
resultado da operação de cimentação

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Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação

Sapata
Colocada na extremidade da
coluna de revestimento, e serve
de guia de introdução no poço,
podendo receber no seu interior
um elemento de vedação, evitar
que a pasta, por ser mais densa
que o fluido de perfuração,
retorne ao interior do
revestimento

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Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação

Centalizadores

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Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação

Centralizadores são peças compostas de lâminas


curvas de aço que sao afixados na externamente à coluna
de revestimento, visando centraliza-lo e causar um
Afastamento mínimo da parede do poço garantindo assim
melhor distribuição do cimento no anular e evitar a pressão
por diferencial de pressão

Nos poços direccionais usam-se centralizadores rígidos


Devido a possibilidade de achatamento total da lâminas do
Centralizador comum.

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Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação

Tampão de topo
Rígido de borracha, lançado após a
A pasta, separando –a do
fluido de perfuração que a desloca
Para evitar sua contaminação

Tampão de topo é retido pelo


Colar, causando um aumento
De pressão término do deslocamento
A realizar do teste de estanqueidade
Da coluna de revestimento

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Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação
Tampão de fundo
Rígido com uma membrana de baixa
resistência em sua parte central.
É lançado na coluna revestimento
à frente da pasta de cimento, é por
esta empurrado até ao colar
retentor (flutuante), quando a
membrana se rompe permitindo a
Passagem de cimento.

Tampão de fundo visa limpar/raspar o


filme de sólidos de fluidos de
Perfuração que se adere à parede do
revestimento, evitando assim a
contaminação da pasta. 43
Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação

Colar de estágio (CE) é posicionado num determinado ponto


da coluna e permite que a cimentação seja feita em mais
de uma etapa quando o trecho a cimentar é muito extenso
ou quando existem zonas críticas muito acima da sapata.

CE possui orifícios em seu corpo, originalmente tamponados


por um mandril de aço para a realização di primeio estágio,
referente à cimentação do trecho próximo à sapata.

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Equipamento de Cimentação
Acessórios de Cimentação
Colar
Posicionado 2 a 3 tubos acima da
sapata, serve para reter os tampões
de cimentação, além de poder receber
mecanismos de vedação (flutuante ou
diferencial) como acima.

Normalmente usado como colar


flutuante. Caso não tenha mecanismo
de vedação é denominado colar
rententor. Possui suas extremidades
roscas do mesmo tipo usado na coluna
de revestimento
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Equipamento de Cimentação
Scratchers

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Equipamento de Cimentação

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Resumo
Propósito da cimentação primária de poços

Isolamento das formações perfuradas


(Control de poço)
Protecção do revestimento contra:
• Corrosão
• Burst
• Colapso
• Choques de perfuração

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Resumo
Causas da falha em operações de cimentação

Falha dos equipamentos de mistura


e/ou bombeamento;

Falha do sistema de envio do cimento


(Bulk system);

Erro humano.

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Causas da falha da pasta cimento

Contaminação dos materiais constituintes;


Àgua de mistura, químicos e
quantidade de cimento

Volume incorrecto de água de mistura

Quantidade incorrecta de químicos

Estimativa incorrecta da temperatura do fundo


Do poço.

Erro humano.
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Causas da falha em operações de cimentação

Thicknening time;
Test schedule
Fluid loss
Reology
Gel strenght
Slurry stability
Free water
Setting
Compatibility (formation and welbore fluids)

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Mud displacement

Condition mud

Move pipe

Centralize pipe

Maximize fluid velocity

Utilize spacers/flushes

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Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação

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Equipamento de Cimentação

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• Montagem das linhas de
cimentação;
• Circulação para condicionamento do
poço (simultaneamente é feita a
preparação do colchão de lavagem
e/espaçador - spacer);
• Injecção do colchão de levagem
e/ou espaçador;

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• Teste das linhas de cimentação.
Usualmente feito com as linhas cheias
de colchão de lavagem. As linhas são
testadas até pressão superior à máxima
pressão prevista durante a operação;
• Lançamento do tampão de fundo;
• Mistura e bombeamento da primeira
pasta (geralmente mais leve,
tipicamente 12.5 ppg, devendo cobrir
aproximadamente 500 m do poço;

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• Mistura e bombeamento da 2ª pasta,
geralmente 15.8 ppg, de maior
resistência à compressão, que deverá
ficar próximo à sapata;
• Lançamento do tampão de topo;
• Deslocamento com fluido de perfuração
ou água salgada, com controle da vazão,
pressão e volume (volumes baixos, faz-se
com unidade de cimentação, e volume
altos bombas da sonda);

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• Pressurização do revestimento para
assentamento e teste de estanqueidade do
mesmo (esta pressurização só é possível
quando há indicação positiva do tampão
de topo ter antigido o colar rententor;

• Em ambiente offshore, deve-se


desconectar a ferramenta de
assentamento, accionar o elemento de
vedação do anular na cabeça do poço e
retirar a coluna de assentamento;
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• Em caso de coluna de liner, a ferramenta de
assentamento é descida antes da cimentação a
apoiada sobre o suspensor do liner (liner
hanger) para cimentação. Após sua concluão,
aplica-se peso e rotação para assentamento do
obturador (liner packer), e retira-se a coluna de
assentamento;

• Descida da coluna de perfuração com broca


para corte das partes internas dos acessórios e
do cimento residual entre o colar e a sapata
(drill out). Esta coluna é estabilizada para evitar
danos ao revestimento e cimentação em si. 65
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O que acontece quando uma
operação de cimentação falha?

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Cáculos de cimentação
Volumes, Sacks e Fluido de
deslocamento da pasta.

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Avaliação
da qualidade de cimentação

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Avaliação da qualidade de cimentação

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Avaliação da qualidade de cimentação

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Avaliação da qualidade de cimentação

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Avaliação da qualidade de cimentação

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Avaliação da qualidade de cimentação

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