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Materiais Betuminosos

Definição

◼ São associações de hidrocarbonetos solúveis em bissulfeto de carbono. São


subdivididos em duas categorias: os asfaltos e os alcatrões
 Asfaltos: são obtidos através de destilação do petróleo. Podem ser
naturais ou provenientes da refinação do petróleo
 Alcatrões: são obtidos através da refinação de alcatrões brutos, que
por sua vez vêm da destilação de carvão mineral

Materiais betuminosos utilizados em pavimentação


◼ cimentos asfálticos de petróleo (CAP)
◼ asfaltos diluídos
◼ emulsões asfálticas e
◼ asfaltos modificados (ex: com polímero ou com borracha)

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Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAPs)

◼ São o produto básico da destilação do petróleo


◼ São semi-sólidos à temperatura ambiente, necessitando de
aquecimento para adquirir consistência adequada para utilização

Classificação dos CAPs segundo sua


Viscosidade Absoluta a 60ºC (até 2005):
− CAP 7:  = 700 a 1500 poises
− CAP20:  = 2000 a 3500 poises
− CAP40:  = 4000 a 8000 poises

Obs: 1 poise = 0,1 Pa x s

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▪ Classificado por
penetração a 25ºC (a
partir de 2005):
✓ 30/45
✓ 50/70
✓ 85/100
✓ 150/200

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Asfalto Diluído

− é o produto da diluição do cimento asfáltico em solventes


− os diluentes proporcionam produtos menos viscosos que
podem ser aplicados a temperaturas mais baixas e devem
evaporar totalmente, deixando como resíduo o CAP
− o fenômeno de evaporação do diluente denomina-se cura

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Asfalto Diluído (ADP)
▪ Diluição de CAP em derivados de petróleo para permitir a
utilização a temperatura ambiente.

▪ Denominação dada segundo a velocidade de evaporação do


solvente:
✓ Cura rápida (CR) – solvente é a gasolina ou a nafta.
✓ Cura média (CM) – solvente é o querosene.

▪ Avaliado em relação à viscosidade cinemática.

▪ Ex: CM 30, CR 250.

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Asfalto Diluído (ADP) - Continuação

− CM-30 e CM-70 são recomendados para serviços de imprimação,


sendo
 Asfalto diluído tipo CM-30 indicado para superfícies com textura
fechada;
 Asfalto diluído tipo CM-70 indicado para superfícies com textura
aberta.

− CR-70 : poder ser utilizado como pintura de ligação sobre superfícies


de bases não absorventes e não betuminosas (ex: solo cimento e
concreto de cimento), pois não há necessidade de penetração do
material asfáltico aplicado, mas sim, de cura mais rápida.

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Emulsões Asfálticas

◼ são dispersões de uma fase asfáltica em uma fase aquosa ou vice-versa


◼ produto estável empregado em serviços de pavimentação à temperatura
ambiente
◼ nunca devem ser aquecidas acima de 70oC
◼ emulsão asfáltica catiônica: cimento asfáltico de petróleo (CAP), água,
agente emulsificante e energia de dispersão da fase asfáltica na fase aquosa

◼ Ruptura de Emulsão
− fenômeno que ocorre quando os glóbulos de asfalto dispersos em água,
em contato com o agregado mineral, sofrem uma ionização por parte
deste, dando origem à formação de um composto insolúvel em água que
se precipitará sobre o agregado

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Classificação das Emulsões Asfálticas

◼ de acordo com a estabilidade, ou tempo de ruptura:


− RUPTURA RÁPIDA (RR): pintura de ligação, imprimação,
tratamentos superficiais, macadame betuminoso
− RUPTURA MÉDIA (RM): pré-misturados a frio
− RUPTURA LENTA (RL): estabilização de solos e preparo de lama
asfáltica

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Principais ensaios para controle de cimento asfáltico de
petróleo

◼ Espuma:
− O CAP é aquecido até determinada temperatura e a seguir verifica-se
se há ou não a presença de espuma no material, decorrente da
presença de água. A presença de água pode ser perigosa durante o
aquecimento, podendo causar acidentes
− CAPs não devem espumar quando aquecidos a 177ºC

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

termômetro

recipiente com
asfalto chama piloto

aquecedor

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Ensaio de Ponto de Fulgor

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Ensaio de Ponto de Fulgor

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

◼ Densidade
− Utilizado para transformar unidades gravimétricas em volumétricas e
também para o cálculo da densidade teórica e do volume de vazios

◼ Solubilidade em bissulfeto de carbono


− Utilizado para verificar a pureza do CAP, ou seja, mede-se o teor de
betume contido no asfalto

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

◼ Ductilidade (DNER-ME 163/98 )


− É a propriedade do material suportar grandes deformações sem
ruptura. Caracteriza a resistência à tração e a flexibilidade do CAP.
Quanto mais dúctil, maior a flexibilidade
− Para os materiais betuminosos, a ductilidade é a distância em mm
que um corpo de prova padronizado se alonga até a ruptura,
quando submetido a uma tração
− Temperatura de ensaio: 25ºC
− Velocidade: 5 cm/min
− Secção transversal do corpo de prova: 1cm2

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

◼ Ensaio de Oliensis (Teste da mancha ou spot test)


− Verifica se o asfalto foi superaquecido durante a fabricação ou
transporte.
− Consiste em verificar se uma gota de CAP dissolvido em nafta,
em banho-maria, tem aspecto homogêneo em coloração.
− Se o aspecto for homogêneo representa que o teste é negativo,
caso contrário (centro da mancha for negro), houve
superaquecimento e o resultado do teste é positivo

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

◼ Efeito do calor e do ar
− Simula o envelhecimento do CAP durante a misturação em usina
e durante sua vida em serviço
− Consiste no aquecimento de uma fina película de asfalto, em
uma estufa ventilada, por um determinado tempo
− Após isso mede-se a variação de peso e de penetração em
relação ao CAP original

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

◼ Viscosidade Saybolt-Furol
− É um índice técnico que se relaciona, de maneira desconhecida, com a
viscosidade.
− Consiste na medida do tempo (em s) que uma determinada quantidade
de material asfáltico (60 ml) leva para fluir através de um orifício
padronizado

Viscosímetro Saybolt-Furol
termômetro

reservatório de óleo para


condicionamento térmico
da amostra

orifício “Furol”

local para colocar o


recipiente de coleta do
líquido (60 ml)
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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)
◼ Viscosidade Absoluta

=v
Ft Ft

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Viscosidade Absoluta (Cont.)

− A definição de viscosidade está relacionada com a Lei de Newton: “a


tensão de cisalhamento é diretamente proporcional à variação da
velocidade ao longo da direção normal às placas”.
F d
= 
A dy
− A relação de proporcionalidade pode ser transformada em igualdade
mediante uma constante, dando origem à equação:
F d
= =
A dy
− A viscosidade absoluta ou dinâmica () é o coeficiente de proporcionalidade
entre a tensão de cisalhamento aplicada e o gradiente de velocidade de
distorção do líquido viscoso colocado entre as duas placas paralelas.
− Significado físico da viscosidade: propriedade do fluido através da qual ele
oferece resistência às tensões de cisalhamento.
− Os fluidos que apresentam relação linear entre a tensão de cisalhamento e a
taxa de deformação são denominados newtonianos.
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Viscosidade Absoluta (Cont.)

− Análise dimensional da viscosidade (sistema F (força); L (distância); T (tempo))

F F d LT −1
 = = 2 = FL−2 = = T −1
A L dy L
d  FL− 2 FT
 =  = = −1 = 2
dy d T L
dy

− Portanto, as unidades de viscosidade nos sistemas de unidades mais


comuns são
dina  s
CGS :   = 2
= poise
cm
Kgf  s
métrico gravitacional ( MK * S ) :   =
m2
N s
métrico internacional ( SI ) :   = = Pa  s
m2
1 poise = 0,1 Pa  s

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Viscosidade Absoluta (Cont.)

− O ensaio para medida da


viscosidade pode ser
realizado no viscosímetro
Brookfield rotacional. Esse
viscosímetro utiliza um
sistema em que o torque para
girar uma pá dentro da
amostra, em velocidade
constante, é relacionado com
a viscosidade absoluta
(dinâmica).

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)
◼ Viscosidade Cinemática
− É a viscosidade absoluta dividida pela massa específica do líquido; é
expressa em stockes (cm2/s). Este ensaio é utilizado na determinação da
viscosidade de asfaltos diluídos

vis cosidade cinemática =  =

− Análise dimensional da viscosidade cinemática


m M
massa específica =  =  Unidades:  = 3 = M  L−3
V L
F  L−2  T
  =
M  L−3
unidades de força : M  L  T −2

  = F  L−2  T(=
)
M  L  T −2  L−2  T T −1 L2
= −2 =
M  L−3 M  L−3 L T

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

◼ Penetração
− Consiste na medida (em décimos de mm) do quanto uma
agulha padrão penetra verticalmente em uma amostra de
material betuminoso sob condições específicas de temperatura
(25ºC), carga (100g) e tempo (5 segundos)

− A condição de ensaio
influencia na
“consistência” do cimento
asfáltico

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Principais ensaios para controle de CAPs (Cont.)

◼ Ponto de amolecimento (ensaio de anel e bola)


− Este ensaio estabelece uma temperatura de referência, similar à
temperatura de fusão dos materiais
− Os CAPs, em suas respectivas temperaturas de Ponto de Amolecimento
apresentam, aproximadamente, a mesma penetração (800  0,1 mm)
− Ensaio: anel contendo amostra de asfalto, com uma esfera de aço apoiada
sobre a amostra, é submetido a um banho-maria, com taxa de aumento de
temperatura do líquido de 5ºC/min.

− Ao atingir determinada
temperatura o asfalto fluirá com
o peso da esfera de aço apoiada
em sua superfície e deslocará 1”
até tocar o fundo do recipiente
− Anota-se a temperatura, que é o
chamado ponto de
amolecimento

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Índice de susceptibilidade térmica (Pfeiffer e Van
Doormaal):
◼ É resultante da relação definida entre o ponto de amolecimento e a
penetração
◼ Esse índice varia entre -1,5 e 0,7
◼ IP > 0,7 : asfalto oxidado. Sua suscetibilidade térmica é baixa, mas o asfalto
está duro, quebradiço
◼ IP < -1,5 : materiais muito suscetíveis à ação da temperatura

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Índice de susceptibilidade térmica

log P

800 PA = ponto de
amolecimento (ºC)
P = penetração
P
(décimos de mm)


25 PA

log800 − logP
500 log P + 20 PA − 1951 tg  =
IP = PA − 25
120 − 50 log P + PA

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Temperatura de Aquecimento dos CAPs

◼ Há uma relação entre a temperatura e os resultados de ensaios de


Viscosidade Saybolt-Furol, que indica as melhores temperaturas para o
aquecimento do cimento asfáltico nos processos de mistura e compactação
◼ Até o agregado que será utilizado na mistura deve estar em uma temperatura
específica, a fim de manter a temperatura do CAP em um patamar de
trabalhabilidade

elástico

fluido
sólido viscoso
viscoso

-30 25 60 135

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Temperaturas para o aquecimento do CAP e suas relações
▪ A temperatura de aplicação do CAP deve ser determinada para cada tipo de
ligante, em função da relação temperatura-viscosidade. A temperatura
indicada é aquela na qual o asfalto apresenta uma viscosidade situada na
faixa de 75 a 95 segundos Saybolt-Furol.
▪ A temperatura recomendável para a compressão da mistura é aquela na qual
o ligante apresenta uma viscosidade Saybolt-Furol de 140 ± 15 segundos.
log (Visc. S.F.)
T −T
= + 4 3
T T 2
AQ. CAP 3
155
125
= + T2 − T1
TCOMP T1 2
95
TAG = TCAP + 13
75
T oC
T1 T2 T3 T4

TAQ CAP= temperatura de aquecimento do CAP (cimento asfáltico de petróleo)


TCOMP= temperatura de compactação da mistura
TAG= temperatura de aquecimento do agregado
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