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ESTRADAS II

Prof. Raphael Santos


ESTRADAS II
1. INTRODUÇÃO
2. MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA À GEOTECNIA DE ESTRADAS
3. RUÍNAS DO PAVIMENTO
4. ENSAIOS PARA A DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS
5. CAMADAS DOS PAVIMENTOS
6. CARREGAMENTO VEICULAR
7. DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS
8. ANÁLISE DOS PAVIMENTOS
9. DEFEITOS E REPAROS EM PAVIMENTOS
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5 - CAMADAS DOS PAVIMENTOS

5.1. Conceitos iniciais (Abordado na Unidade 1)


5.2. Classificações dos solos (Abordado na Unidade 1)
5.3. Revestimentos asfálticos
5.4. Pavimentos rígidos
5.5. Dosagem de pavimentos

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5.3 - REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS

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MATERIAIS BETUMINOSOS: HISTÓRICO

• Impermeabilizante - Mesopotâmia, Grécia, Roma


• Citações Bíblicas - “Arca de Noé”
• Mumificação - Egito
• Bolas de fogo - Grécia
• Aglutinante - Mesopotâmia, Incas, Roma

5
MATERIAIS BETUMINOSOS: HISTÓRICO

• Em 1802 as primeiras pavimentações com asfaltos naturais


ocorreram na França, seguido posteriormente pelos Estados
Unidos (1838) e pela Inglaterra (1869);

• Os asfaltos processados, provenientes do petróleo, começaram a


ser produzidos / utilizados no início do século XX.

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Materiais betuminosos: São materiais compostos essencialmente
de betume.

➢ Grande emprego na construção civil como os asfaltos, alcatrões


e óleos graxos.

➢ Uso preponderante em pavimentações rodoviárias e em


impermeabilizações, tendo aplicação também em pinturas,
isolamentos elétricos e outros.

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BETUME

É uma mistura de hidrocarbonetos de consistência sólida, líquida ou


gasosa, de origem natural ou pirogênica, completamente solúvel em
dissulfeto de carbono, frequentemente acompanhado de seus
derivados não metálicos.

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CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

➢ Adesivos e aglomerantes que dispensam o uso de água, ao


contrário dos aglomerantes minerais.

➢ Hidrófugos (repelem a água).

➢ Termoplásticos, sendo facilmente fundidos e solidificados e não


possuem ponto de fusão, amolecendo em temperaturas variadas.

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CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

➢ São inócuos ou inertes, isto é, não reagem quimicamente com os


agregados minerais que são utilizados com o material de
enchimento.

➢ Devido ao fato de serem termoplásticos e inertes, estes,


possibilitam a reciclagem.

➢ Possui durabilidade variável influenciado principalmente pela


radiação solar. 10
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NATURAIS (CAN)

➢ Rochas asfálticas - Rochas calcárias contendo betume (10% a 30%)


- depósito de Sassel e Gord na França.

➢ Lagos naturais - Resíduo da ação da atmosfera e intempéries sobre


o petróleo - lago Trinidad na Venezuela.

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ASFALTO

São obtidos da destilação fracionada do petróleo. Devem ser aquecidos para


serem aplicados, apresentam teor mais elevado de betume e são mais
voláteis.

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Betim-MG

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Tipos de ligantes asfálticos

▪ Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)


▪ Asfaltos Diluídos de Petróleo (ADP)
▪ Emulsões Asfálticas (EAP)
▪ Asfaltos Modificados

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Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)
É um material semi-sólido, de cor marrom escura a preta,
impermeável à água, viscoelástico, pouco reativo, com
propriedades adesivas e termoplásticas.

Derivado de petróleo usado como ligante dos agregados minerais.


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Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)

➢ COMPORTAMENTO ELÁSTICO –
deformações são recuperáveis ao
cessar a aplicação do esforço.

➢ COMPORTAMENTO VISCOSO –
deformações aumentam
continuamente com a ação de um
esforço externo.
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Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)

Classificação: De acordo com sua consistência (ensaio de


penetração)

➢ CAP 30 - 45
➢ CAP 50 - 70
➢ CAP 85 - 100
➢ CAP 150 - 200

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Asfalto Diluído de Petróleo (ADP)
Necessitam de pouco aquecimento para aplicação em obras, pois
contém um solvente misturado. Após a aplicação o solvente evapora,
resultando em uma película sólida, muito aderente e impermeável.
São divididos em 3 tipos:

➢ ADR – cura rápida


➢ ADM – cura média
➢ ADL – cura lenta
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Asfalto Diluído de Petróleo (ADP)

Resultam da diluição do CAP


por destilados leves de
petróleo.

Diluentes ou solventes são produtos menos


viscosos que permitem a aplicação em
temperaturas mais baixas, reduzindo a
necessidade de aquecimento demorado. 21
Asfalto Diluído de Petróleo (ADP)

➢ ADR – cura rápida


➢ ADM – cura média
➢ ADL – cura lenta
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Asfalto Diluído de Petróleo (ADP)

• CURA RÁPIDA - diluente: gasolina ou nafta


CAP – 52 a 86%
Diluente – 48 a 14%
CR-70; CR-250; CR-800 e CR-3000

• CURA MÉDIA - diluente: querosene


➢ IMPRIMAÇÃO
CM-30, 70, 250, 800, 3000

• CURA LENTA - diluente: óleos combustíveis


Não há no Brasil 23
Asfalto Diluído de Petróleo (ADP)

Em países desenvolvidos, seu uso


em imprimação está sendo
substituído por emulsões
asfálticas devido a problemas
ambientais.

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Emulsão Asfáltica (EAP)

Constituídos por cimento asfáltico, finamente dividido em gotículas


quase que microscópicas, dispersas (emulsionadas) em meio de
água (fase aquosa) contendo um agente emulsificante.

25
Emulsão Asfáltica (EAP)

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Emulsão Asfáltica (EAP)

Emulsificante:

➢ Dar certa estabilidade à mistura


➢ Favorecer a dispersão
➢ Revestir os glóbulos de betume com película protetora,
mantendo em suspensão

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Emulsão Asfáltica (EAP)

TIPOS DE EMULSÕES

• CATIÔNICAS: Emulsificante: sais de amina


Agregados de qualquer natureza, porém excelente adesividade nos
agregados de natureza sílica – ácida.

• ANIÔNICAS: Emulsificante: sabões


Mais adequadas aos agregados de natureza básica (alcalinos)
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Emulsão Asfáltica (EAP)

TIPOS / APLICAÇÕES

• RR (1C e 2C) - Impermeabilização, tratamentos superficiais


• RM (1C e 2C) - Pinturas, PMF
• RL (1C) - Com agregado miúdos
• LA - Lama asfáltica

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Emulsão Asfáltica (EAP)

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Vantagens da EAP em relação ao ADP

➢ Regulamentações ambientais: emulsão não polui pois há uma


pequena quantidade de voláteis (em relação ao ADP) que evapora
além da água.

➢ Perda de produtos valiosos: na cura do ADP, os diluentes, que


demandam grande energia para serem produzidos, são perdidos
para a atmosfera.

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Vantagens da EAP em relação ao ADP

➢ Segurança: o uso de emulsão é seguro. Há pouco risco de


incêndio comparando com ADP (baixo ponto de fulgor).

➢ Aplicação a temperaturas ambientes: emulsão pode ser aplicada a


temperatura mais baixa comparativamente ao ADP,
economizando combustível.

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Alcatrões
São materiais constituídos predominantemente de betumes, que
se apresentam no estado líquido com grande viscosidade à
temperatura ambiente.

Possui cheiro mais forte que o asfalto e é mais sensível à


temperatura.
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Piche
São misturas com apenas 11 a 17% de betume, com muita argila,
pedriscos e etc. É sólido à temperatura ambiente e funde de forma
heterogênea, com muitos nódulos e grãos na massa fundida,
apresentando qualidades muito inferiores às dos alcatrões. É obtida
através da destilação do alcatrão bruto.

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Asfaltos Modificados com Polímeros

São obtidos a partir


da dispersão do
Cimento Asfáltico de
Petróleo (CAP) com
polímero, em unidade
apropriada.

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POLÍMEROS DISPONÍVEIS

➢ SBS (Copolímero de Estireno Butadieno)


➢ SBR (Borracha de Butadieno Estireno)
➢ EVA (Copolímero de Etileno Acetato de Vinila)
➢ EPDM (Tetrapolímero Etileno Propileno Diesso)
➢ APP (Polipropileno Atático)
➢ Polipropileno; Borracha vulcanizada; Resinas; Epóxi;
Poliuretanas; etc.

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Asfaltos Modificados com Polímeros
BENEFÍCIOS

• Melhor desempenho à fadiga


• Maior resistência a deformação permanente e a trincas
térmicas

POLÍMEROS DISPONÍVEIS
• EVA
• Borracha moída de pneus Lei Estadual 18.719/2010
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Lei Estadual 18.719/2010
Art. 1º - Na construção e na recuperação de vias públicas, o Estado
utilizará preferencialmente massa asfáltica produzida com borracha
de pneumáticos inservíveis, observados os percentuais de mistura
definidos em norma técnica de engenharia.

Parágrafo único. Nos processos licitatórios de obras que envolvam a


utilização de asfalto, o Estado estabelecerá a utilização preferencial
da massa asfáltica a que se refere o caput, bem como especificará a
norma técnica de engenharia a ser adotada para a composição.
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Asfaltos Modificados com Polímeros

VANTAGENS

• maior coesão
• melhor adesão
• alta viscosidade
• resistência ao envelhecimento
• maior elasticidade
• resistência a tensões cisalhantes
• maior benefício/custo
40
41
Principais funções de materiais betuminosos em pavimentação
➢ Aglutinadora: Proporciona íntima ligação entre agregados, resistindo
à ação mecânica de desagregação produzida pelas cargas dos
veículos.

➢ Impermeabilizante: Garante ao revestimento vedação eficaz contra


penetração da água proveniente da precipitação.

➢ Flexibilidade: Permite ao revestimento sua acomodação sem


fissuramento a eventuais recalques das camadas subjacentes do
pavimento.
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Imprimação
Consiste na aplicação de um banho
de material asfáltico, sobre a
superfície de uma base concluída.

Finalidade:
➢ Aumentar a coesão superficial da base

➢ Promover aderência entre a base e o

revestimento;
➢ Impermeabilizar a base. Asfaltos diluídos CM-30
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Imprimação

Tipos de asfaltos utilizados:


• Asfaltos diluídos de baixa viscosidade
CM-30 ou CM-70

Equipamentos
• Vassouras mecânicas ou manuais
• Caminhão espargidor de material
asfáltico
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Imprimação

Após a
Antes da aplicação
aplicação
45
Pintura de ligação

Tipos de asfaltos utilizados:


• Emulsões asfálticas de ruptura rápida
RR–1C e RR–2C

Equipamentos
• Vassouras mecânicas ou manuais
• Caminhão espargidor de material
asfáltico

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Uso de materiais betuminosos em pavimentação

Há diversas razões para o uso intensivo dos materiais betuminosos


em pavimentação, sendo as principais:

➢ Proporciona forte união dos agregados.


➢ Ligante que permite flexibilidade
controlável.
➢ É impermeabilizante, durável e
resistente à ação da maioria dos ácidos,
dos álcalis e dos sais.
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Uso de materiais betuminosos em pavimentação
➢ Pavimento asfáltico – Feitos com materiais betuminosos puros ou em
misturas com agregados pétreos.

➢ Imprimações ou pintura de ligação – Feita de asfaltos diluídos ou emulsões


aplicados diretamente sobre o solo, com a função de impermeabilização e
aderência, e sobre pavimento antigo com a única função de aderência.

➢ Concreto asfáltico – Pavimentos do tipo CBUQ, de graduação compacta,


preparados com dosagem racional e aplicados com equipamentos e técnicas
avançadas.
48
Uso de materiais betuminosos em pavimentação

➢ Solo-asfalto – Mistura de asfalto como solo natural para obter


estabilização, não sendo apropriado para o tráfego de veículos;

➢ Impermeabilização – É a proteção das construções contra a


infiltração da água. Membranas asfálticas –moldada a frio “in loco”;

➢ Mantas asfálticas – Moldada a quente na forma de tecido.

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Uso de materiais betuminosos em pavimentação
➢ Misturas betuminosas: Os materiais betuminosos podem ser
misturados entre si, sem provocar reação química apreciável a fim de
melhorar as propriedades como plasticidade, adesão, resistência,
durabilidade etc.

Novos Produtos:
➢ Asfaltos modificados com polímeros

➢ Asfaltos modificados com fibras

Exemplo: Interlagos com o objetivo de aumentar a resistência mecânica


do pavimento. 50
Asfalto borracha

51
Asfalto ensacado

52
Emulsão asfáltica

53
Manta asfáltica

54
5.3 - REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS

É a camada do pavimento destinada a receber diretamente a ação do


tráfego, devendo ser, tanto quanto possível, impermeável, resistente ao
desgaste e suave ao rolamento.

- Melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto.


- Resistir às cargas horizontais, tornando a superfície de rolamento mais
durável. As cargas horizontais são ocasionadas pela frenagem e
aceleração.
- Tornar o conjunto impermeável, mantendo a estabilidade.
55
56
Macadame betuminoso
Revestimentos betuminosos por penetração direta que consiste no
espalhamento e compressão de uma camada de brita de granulometria
apropriada seguida de aplicação do material betuminoso. O material
betuminoso penetra nos vazios do agregado e um novo espalhamento de brita
é feito, para preenchimento dos vazios superficiais, seguido de nova
compressão.

Materiais betuminosos mais empregados:


CAP 150/200
RR-1C e RR-2C
Agregados: Pedra britada, cascalho ou seixo rolado. 57
Macadame betuminoso

58
Tratamento Superficial
É o revestimento que consiste na aplicação de um ligante betuminoso sobre
uma superfície devidamente preparada, seguida da cobertura com brita de
graduação adequada e rolagem (Penetração invertida).

SIMPLES (TSS) - DUPLO (TSD) - TRIPLO (TST)

Utilização:
- Camada de rolamento (Tráfego leve ou médio).
- Melhorar condições de um pavimento existente (Liso derrapante).
- Rejuvenescer e enriquecer um pavimento antigo ressecado e gasto.
59
Tratamento Superficial

Os fatores que mais influenciam na escolha dos ligantes são:


temperatura da superfície de aplicação, temperatura ambiente,
umidade e vento, condições da superfície, tipos e condições do
agregado e equipamento utilizado.

Materiais betuminosos mais empregados:


CAP-150/200
RR-1C e RR-2C
60
Tratamento Superficial

TRATAMENTO
SUPERFICIAL
DUPLO (TSD)

TRATAMENTO
SUPERFICIAL
SIMPLES (TSS)

TRATAMENTO
SUPERFICIAL
TRIPLO (TST)

61
Tratamento Superficial

62
Tratamento Superficial

IMPRIMAÇÃO
REALIZADA COM
CAMINHÃO
ESPAGIDOR

63
Tratamento Superficial BANHO DE LIGANTE
ASFÁLTICO E
DISTRIBUIÇÃO DOS
AGREGADOS

64
Tratamento Superficial

COMPACTAÇÃO COM
ROLO DE PNEU

65
Tratamento Superficial

ASPECTO
SUPERFICIAL

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Misturas Asfálticas

Misturas a quente: realizadas com CAP ou CAN, que são produtos semi-
sólidos na temperatura ambiente, sendo confeccionadas, espalhadas e
compactadas em temperaturas bem acima da ambiente (T > 90ºC). Os
agregados também são aquecidos.

Misturas a frio: Realizadas com asfaltos liquefeitos (Emulsão asfálticas e


asfaltos diluídos) que podem ser ligeiramente aquecidos (T ~ 50º C). Os
agregados normalmente não são aquecidos e a mistura é sempre
espalhada e compactada à temperatura ambiente.
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MISTURAS A QUENTE MISTURAS A FRIO

- Mais duráveis - Não se aquece o agregado


- Menos sensíveis a ação da água - Permitem estocagem
- Apresentam envelhecimento - Simplicidade de instalação
VANTAGENS
lento - Baixo custo de fabricação
- Suportam bem o tráfego pesado - Simplicidade no processo
- Não exigem cura construtivo

- Difícil fabricação
- Exigem aquecimento do
agregado - Maior desgaste
DESVANTAGENS - Alto custo de fabricação - Envelhecimento mais rápido
- Equipamento especial no - Exigem cura da mistura
processo construtivo
- Não permitem estocagem 68
Misturas Asfálticas a Quente

Graduação densa: Contínua e bem-graduada, com poucos vazios


visto que os agregados de dimensões menores preechem os
vazios dos maiores. Exemplo: concreto asfáltico (CA).

Graduação aberta: curva granulométrica com grande quantidades


de agregados graúdos praticamente do mesmo tamanho e uma
quantidade pequena de finos drenante, possibilitando a
percolação de água no interior da mistura asfáltica. Exemplo:
Camada Porosa de Atrito (CPA).
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Misturas Asfálticas a Quente

Graduação descontínua: Grãos de maiores dimensões em


quantidade dominante, completados por certa quantidade de
finos, de forma a ter uma curva descontínua em certas
peneiras. Exemplo: matriz pétrea asfáltica (Stone Matrix Asphalt
– SMA); mistura sem agregados de certa graduação (gap-graded).

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Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

Produto resultante de uma mistura em usina apropriada de


agregado graúdo, agregado miúdo, fíler e cimento asfáltico de
acordo com proporções definidas em laboratório de forma atender
requisitos granulométricos, de densidade, vazios e resistência.

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Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

É a mistura de mais alta qualidade, em que um controle rígido na


dosagem, mistura e execução deve atender a exigências de
estabilidade, durabilidade, flexibilidade e resistência ao
deslizamento preconizados pelas Normas Construtivas.

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Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

Principais materiais utilizados:

➢ Materiais betuminosos: CAP 30/45, 50/70, 85/100.


➢ Agregados graúdos: Pedra Britada, escória britada, seixo

rolado britado.
➢ Agregados miúdos: areia, pó de pedra ou mistura de ambos.

➢ Filer: Cimento Portland, cal, pó calcário.

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Peneira de Malha
% em massa, passando
Quadrada
Série Abertura A B C Tolerâncias
ASTM (mm)
2” 50,8 100 - - -
1 ½” 38,1 95-100 100 - +/- 7%
1” 25,4 75-100 95-100 - +/- 7%
¾” 19,1 60-90 80-100 100 +/- 7%
½” 12,7 - - 80-100 +/- 7%
3/8 9,5 35-65 45-80 70-90 +/- 7%
Nº 4 4,8 25-50 28-60 44-72 +/- 5%
Nº10 2,0 20-40 20-45 22-50 +/- 5%
Nº40 0,42 10-30 10-32 8-26 +/- 5%
Nº80 0,18 5-20 8-20 4-16 +/- 3%
Nº200 0,075 1-8 3-8 2-10 +/- 2%
Camada de
Camada de Camada de
Ligação e
Ligação (Binder) Rolamento
rolamento 74
Camada de Camada de Ligação
Características Método de ensaio
Rolamento (Binder)

Porcentagem de vazios, % DNER-ME 043 3a5 4a6

Relação betume/vazios DNER-ME 043 75-82 65-72

Estabilidade mínima (Kgf)


DNER-ME 043 500 500
(75 golpes)

Resistência a Tração por


Compressão Diametral DNER-ME 138 0,65 0,65
estática a 25°C, mínima Mpa

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DER-MG DOSAGEM DE CBUQ - COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA 5
MATERIAL B-1 B-0 Pó Areia ESPECIFICAÇÃO
MISTURA Granulometria
Registro 446 447 448 0 # 200 #80 #40 #10 #4 3/8 1/2 3/4 1 11/2 2"
DNIT 031/2004 ES
% na Mistura 17,0 33,0 50,0 100% Desvio 100
absol.
PENEIRAS Granul. Granul. Granul. Granul. Granul. Granul. em rel. 90
Média Faixa C
Poleg. mm % pass. % pass. % pass. % pass. % pass. % pass. à média 80
2" 50,8 100,0 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100 100 70
1 1/2" 38,1 100,0 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100 100

% passando
60
1" 25,4 100,0 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100 100
50
3/4" 19,1 100,0 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100 100
1/2" 12,7 57,7 100,0 100,0 92,8 2,8 90,0 80 100 40

3/8" 9,5 22,1 99,9 100,0 86,7 6,7 80,0 70 90 30


n. 4 4,8 2,3 28,5 99,7 59,6 1,6 58,0 44 72
20
n. 10 2,0 1,3 1,6 72,3 36,9 0,9 36,0 22 50
10
n. 40 0,42 1,2 0,9 33,3 17,2 0,2 17,0 8 26
n. 80 0,18 1,2 0,9 19,4 10,2 0,2 10,0 4 16 0
0,0 0,1 1,0 10,0 100,0
n. 200 0,075 1,0 0,7 10,4 5,6 -0,4 6,0 2 10
Peneira (mm)
Diâmetro máx. (abert. em que passa 90% do mat.)- mm = 10,0 2,1 = Desvio padrão
Faixa C Média MISTURA
Teor de CAP teórico (Duriez) = 6,0% (Dosar com +/- 0,5% e +/- 1%)
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS Observação

EXEMPLO DE DOSAGEM DE CBUQ NA FAIXA C 76


Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

USINA DE CBUQ

77
Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

ACABADORA DE
ASFALTO

78
Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

COMPACTAÇÃO
COM ROLO DE
PNEUS

79
Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ)

80
Pré-Misturado a Quente (PMQ)

São as misturas asfálticas constituídas por agregados e argamassa


asfáltica. Se as características desta mistura forem menos nobres
recebem o nome de pré-misturado a quente (PMQ).

Não confundir Concreto Betuminoso mal executado com PMQ. O PMQ


é um CBUQ com menor controle de suas especificações, sendo
portanto, de características menos nobres.

81
Argamassa Asfáltica (Areia Asfalto)

Consiste na mistura, a quente, em usina apropriada de agregado


miúdo, cimento asfáltico, com presença ou não de material de
enchimento (filer). O espalhamento e compressão são feitos a quente.

O processo construtivo é idêntico ao do CBUQ, podendo ser


distribuídas em duas camadas, e os controles também são os mesmos.

82
Camada Porosa de Atrito (CPA)

As misturas asfálticas abertas do tipo CPA – camada porosa de atrito


mantêm uma grande porcentagem de vazios com ar não preenchidos
graças às pequenas quantidades de fíler, de agregado miúdo e de ligante
asfáltico.

A CPA é empregada como camada de rolamento com a finalidade funcional


de aumento de aderência pneu-pavimento em dias de chuva. Esse
revestimento é responsável pela coleta da água de chuva para o seu
interior e é capaz de promover uma rápida percolação da mesma devido à
sua elevada permeabilidade, até a água alcançar as sarjetas.
83
Camada Porosa de Atrito (CPA)

84
Stone Matrix Asphalt (SMA)

O SMA é um revestimento asfáltico, usinado a quente, concebido para


maximizar o contato entre os agregados graúdos, aumentando a
interação grão/grão; a mistura se caracteriza por conter uma elevada
porcentagem de agregados graúdos e, devido a essa particular
graduação, forma-se um grande volume de vazios entre os agregados
graúdos.

Esses vazios, por sua vez, são preenchidos por um mástique asfáltico,
constituído pela mistura da fração areia, fíler, ligante asfáltico e fibras.
85
Stone Matrix Asphalt (SMA)

As principais características de desempenho do SMA são:

➢ Boa estabilidade a elevadas temperaturas;


➢ Boa flexibilidade a baixas temperaturas;
➢ Elevada resistência ao desgaste;
➢ Boa resistência à derrapagem devido à macrotextura da
superfície de rolamento;
➢ Redução do spray ou cortina de água durante a chuva;
➢ Redução do nível de ruído ao rolamento.
86
Stone Matrix Asphalt (SMA)

87
Pré-Misturado a Frio (PMF)

É a mistura preparada, em usina apropriada, com agregado


mineral e ligante asfáltico liquefeito (geralmente emulsão asfáltica
catiônica), espalhada e compactada na pista a temperatura
ambiente, podendo ser usada em revestimento e base.

88
Pré-Misturado a Frio (PMF)

O PMF pode ser usado como revestimento de ruas e estradas de baixo


volume de tráfego, ou ainda como camada intermediária (com CA
superposto) e em operações de conservação e manutenção, podendo
ser:

Denso – graduação contínua e bem-graduada, com baixo volume de


vazios;
Aberto – graduação aberta, com elevado volume de vazios.

89
Pré-Misturado a Frio (PMF)

MATERIAIS

➢ Agregado mineral: Mistura de materiais que atendam as


especificações próprias, constituída de agregado graúdo, agregado
miúdo e filer.

➢ Ligante: normalmente são utilizadas Emulsões asfálticas do tipo:


RL-1C, RM-1C e RM-2C.

90
91
Pré-Misturado a Frio (PMF)

ESQUEMA DE
USINA DE PMF

92
Pré-Misturado a Frio (PMF)

A produção de PMF em
usinas é realizada em
equipamentos onde não
há a preocupação com
temperatura e secagem
dos componentes.

93
Lama Asfáltica
Consistem basicamente de uma associação, em consistência fluida, de
agregados minerais, material de enchimento ou fíler, emulsão asfáltica
e água, uniformemente misturadas e espalhadas no local da obra,
à temperatura ambiente.

A lama asfáltica tem sua aplicação principal em manutenção de


pavimentos, especialmente nos revestimentos com desgaste
superficial e pequeno grau de trincamento, sendo nesse caso um
elemento de impermeabilização e rejuvenescimento da condição
funcional do pavimento.
94
Lama Asfáltica

EXECUÇÃO DE
LAMA ASFÁLTICA
EM VIA URBANA

95
Lama Asfáltica

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Micro revestimento Asfáltico
Esta é uma técnica que pode ser considerada uma evolução das
lamas asfálticas, pois usa o mesmo princípio e concepção, porém
utiliza emulsões modificadas com polímero para aumentar a sua vida
útil. O micro revestimento é uma mistura a frio processada em usina
móvel especial, de agregados minerais, fíler, água e emulsão com
polímero, e eventualmente adição de fibras.

97
Micro revestimento Asfáltico

Há vantagens em se aplicar o micro revestimento com emulsão


asfáltica de ruptura controlada modificada por polímero. A emulsão
é preparada de tal forma que permita sua mistura aos agregados
como se fosse lenta e em seguida sua ruptura torna-se rápida para
permitir a liberação do tráfego em pouco tempo, por exemplo, duas
horas.

98
Micro revestimento Asfáltico

O micro revestimento é utilizado em:

➢ Recuperação funcional de pavimentos deteriorados

➢ Capa selante

➢ Revestimento de pavimentos de baixo volume de tráfego

➢ Camada intermediária anti-reflexão de trincas em projetos de


reforço estrutural
99
Misturas Graduadas

Consiste em mistura, na própria pista, de agregados de granulometria


específica com um produto betuminoso líquido. São utilizados
emulsões asfálticas.

Areia-asfalto no subleito
Similar às misturas graduadas, porém usa-se apenas agregado miúdo
(areia) e o material betuminoso (Emulsão Asfáltica).
100
Os requisitos técnicos e de qualidade de um pavimento
asfáltico serão atendidos com um projeto adequado da
estrutura do pavimento e com o projeto de dosagem da
mistura asfáltica compatível com as outras camadas
escolhidas.

101
5.5 - DOSAGEM MARSHALL

102
5.5 - DOSAGEM MARSHALL

Após a etapa de seleção e caracterização dos materiais a serem


utilizados na pavimentação asfáltica, o projeto de uma mistura de
concreto asfáltico consiste em DETERMINAR O TRAÇO DA
MISTURA.

103
5.5 - DOSAGEM MARSHALL

TRAÇO DA MISTURA
➢ Porcentagem dos diversos agregados minerais utilizados.
➢ Porcentagem de ligante asfáltico; de maneira a satisfazer os
requisitos mínimos de estabilidade e durabilidade da mistura
asfáltica.

104
5.5 - DOSAGEM MARSHALL

105
106
5.5 - DOSAGEM MARSHALL

107
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
1º - Determinação das massas específicas reais do Cimento
Asfáltico de Petróleo (CAP) e dos agregados.

Os ligantes têm em geral massa específica entre 1 e 1,02g/cm³. 108


DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
2º - Escolha da faixa granulométrica a ser utilizada de acordo com
a mistura asfáltica.

109
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
3º - Escolha da composição dos agregados, de forma a enquadrar
a sua mistura nos limites da faixa granulométrica escolhida.

110
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
4º - Escolha das temperaturas de mistura e de compactação, a
partir da curva viscosidade-temperatura do ligante escolhido.

107ºC < Temperatura do ligante < 177ºC


10/15ºC acima da Temperatura do ligante < Temperatura dos agregados < 177ºC
75 SSF (segundos Saybolt-Furol) < Viscosidade < 150 SSF

111
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO Diferentes
4º viscosímetros

112
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
5º - Adoção de teores de asfalto para 5 diferentes grupos de CPs
a serem moldados. Cada grupo deve ter no mínimo 3 CPs.

Conforme a experiência do projetista, para a granulometria


selecionada, é sugerido um teor de asfalto (T, em %) para o
primeiro grupo de CPs.

113
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
5º - Os outros grupos terão teores de asfalto acima (T+0,5% e
T+1,0%) e abaixo (T-0,5% e T-1,0%).

114
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

115
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

116
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

117
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
6º - Determinam-se para cada CP suas massas seca (MS) e
submersa em água (MSsub). Com estes valores é possível obter a
massa específica aparente dos corpos-de-prova (Gmb), que, por
comparação com a massa específica máxima teórica (DMT), vai
permitir obter as relações volumétricas típicas da dosagem
(PASSO 9).

118
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

119
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
7º - A partir do teor de asfalto do grupo de CPs em questão (%a),
ajusta-se o percentual em massa de cada agregado:
%n = %n∗ (100% − %a)

%n é o percentual em massa do agregado “n” na mistura asfáltica já contendo o asfalto.

Σ%n* = 100%
Σ%n = 100% – %a (Após o ajuste)
120
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

%n = %n∗ (100% − %a)

121
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
8º - Com base em %n, %a, e nas massas específicas reais dos
constituintes (Gi), calcula-se a massa específica máxima teórica
(DMT) correspondente ao teor de asfalto considerado (%a).

100
𝐷𝑀𝑇 =
%𝑎 %𝐴𝑔 %𝐴𝑚 %𝑓
+ + +
𝐺𝑎 𝐺𝐴𝑔 𝐺𝐴𝑚 𝐺𝑓

122
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

100
𝐷𝑀𝑇 =
%𝑎 %𝐴𝑔 %𝐴𝑚 %𝑓
+ + +
𝐺𝑎 𝐺𝐴𝑔 𝐺𝐴𝑚 𝐺𝑓

Onde:
%a = porcentagem de asfalto, expressa em relação à massa total da mistura asfáltica.
%Ag, %Am e %f = porcentagens do agregado graúdo, agregado miúdo e fíler, respectivamente, expressas
em relação à massa total da mistura asfáltica;
Ga, GAg, GAm e Gf = massas específicas reais do asfalto, do agregado graúdo, do agregado miúdo e do fíler,
respectivamente.
123
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

124
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
9º - Cálculo dos parâmetros de dosagem para cada CP.

Volume dos CPs: V = MS − MSsub


MS
Massa específica aparente da mistura: Gmb =
V

125
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
9º - Com o Gmb médio de 3 CPs, calcular:

DMT −Gmb
Volume de vazios: VV =
DMT

Porcentagem em massa dos agregados: σ %n = 100 − %a


Gmb 𝑥 %𝑎
Vazios com betume: VCB =
𝐺𝑎

126
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
9º - Com o Gmb médio de 3 CPs, calcular:

Vazios do agregado mineral: VAM = VV + VCB

Gmb x σ %n
VAM = 100 −
Gsb

127
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
9º - Com o Gmb médio de 3 CPs, calcular:

VCB
Relação Betume/vazios: RBV =
VAM

VAM − VV
VAM = 100 x
VAM

128
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
10º - Determinam-se, então, por meio da prensa Marshall, os
parâmetros mecânicos:

➢ Estabilidade (N): carga máxima a qual o CP resiste antes da


ruptura, definida como um deslocamento ou quebra de agregado
de modo a causar diminuição na carga necessária para manter o
prato da prensa se deslocando a uma taxa constante
(0,8mm/segundo). 129
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
10º - Determinam-se, então, por meio da prensa Marshall, os
parâmetros mecânicos:

➢ Fluência (mm): deslocamento na vertical apresentado pelo corpo-


de-prova correspondente à aplicação da carga máxima.

130
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
10º

131
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO
Com todos os valores dos parâmetros volumétricos e mecânicos
determinados, são plotadas seis curvas em função do teor de
asfalto que podem ser usadas na definição do teor de projeto.

132
DOSAGEM MARSHALL - ROTEIRO

133
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROJETO DO LIGANTE ASFÁLTICO

POSSÍVEIS ALTERNATIVAS:
➢ Vv = 4% (Dersa)
➢ Média de 3 teores de asfalto correspondentes a:
▪ Máxima estabilidade
▪ Massa específica aparente máxima da amostra compactada
▪ Vv = 4%
➢ Análise do Vv e RBV apenas

134
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROJETO DO LIGANTE ASFÁLTICO

POSSÍVEIS ALTERNATIVAS:
➢ Vv = 4% (Dersa)
➢ Média de 3 teores de asfalto correspondentes a:
▪ Máxima estabilidade
▪ Massa específica aparente máxima da amostra compactada
▪ Vv = 4%
➢ Análise do Vv e RBV apenas

135
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROJETO DO LIGANTE ASFÁLTICO

136
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROJETO DO LIGANTE ASFÁLTICO

Com os limites respectivos


de cada parâmetro, são
determinados 4 teores de
CAP (X1, X2, X3 e X4).

Teor ótimo = (X2 + X3)/2.


137
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROJETO DO LIGANTE ASFÁLTICO

138
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROJETO DO LIGANTE ASFÁLTICO

Ressalte-se que os critérios convencionais volumétricos não


garantem que o teor de projeto, dito “ótimo”, corresponda
necessariamente ao melhor teor para todos os aspectos do
comportamento de uma mistura asfáltica.

139
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROJETO DO LIGANTE ASFÁLTICO

Com a disseminação dos métodos mecanísticos de


dimensionamento, recomenda-se que numa dosagem racional a
mistura seja projetada para um determinado nível de resistência
à tração (RT) e de módulo de resiliência (MR), de maneira que os
conjuntos de tensões nas camadas que compõem a estrutura do
pavimento não venham a diminuir a vida útil do pavimento.

140
Exercício

Considere um CAP com densidade 1,02. Três corpos de prova (CP1, CP2 e
CP3) de um CBUQ foram moldados com este CAP com teores entre 5,5% e
6,5%. Os resultados da densidade teórica máxima de cada mistura,
juntamente com os pesos dos CPs seco e imerso, são apresentados na
Tabela a seguir. Determine o volume e a densidade aparente dos CPs, bem
como os outros parâmetros para determinação do seu teor ótimo (Vv, VCB,
VAM e RBV).

141
Exercício
Considere um CAP com densidade 1,020 g/cm³. Três corpos de prova (CP1, CP2 e CP3)
de um CBUQ foram moldados com este CAP com teores entre 5,5% e 6,5%. Os
resultados da densidade teórica máxima de cada mistura, juntamente com os pesos
dos CPs seco e imerso, são apresentados na Tabela a seguir. Determine o volume e a
densidade aparente dos CPs, bem como os outros parâmetros para determinação do
seu teor ótimo (Vv, VCB, VAM e RBV).

142
Exercício

143
Exercício

Volume (cm³) = Peso no ar (g) - Peso imerso (g) do CP.

CP1 ➔ V = 1182,2 – 674,7 = 507,5 cm³


CP2 ➔ V = 1178,7 – 673,6 = 505,1 cm³
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9 CP3 ➔ V = 1185,9 – 681,0 = 504,9 cm³
Densidade aparente
Volume de vazios (%)
Vazios com Betume (%)
Vazios do agregado mineral (%)
Relação betume/vazios (%)

144
Exercício

Densidade aparente = Peso no ar (g) / Volume (cm³)

CP1 ➔ Gmb = 1182,2 / 507,5 = 2,329 g/cm³


CP2 ➔ Gmb = 1178,7 / 505,1 = 2,334 g/cm³
CP3 ➔ Gmb = 1185,9 / 504,9 = 2,349 g/cm³
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9
Densidade aparente 2,329 2,334 2,349
Volume de vazios (%)
Vazios com Betume (%)
Vazios do agregado mineral (%)
Relação betume/vazios (%)

145
Exercício
DMT − Gmb
VV =
DMT

CP1 ➔ Vv = (2,438 – 2,329) / 2,438 = 4,5 %


CP2 ➔ Vv = (2,421 – 2,334) / 2,421 = 3,6 %
CP3 ➔ Vv = (2,403 – 2,349) / 2,403 = 2,2 %
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9
Densidade aparente 2,329 2,334 2,349
Volume de vazios (%) 4,5 3,6 2,2
Vazios com Betume (%)
Vazios do agregado mineral (%)
Relação betume/vazios (%)

146
Exercício
Gmb 𝑥 %𝑎
VCB =
𝐺𝑎

CP1 ➔ Vcb = (2,329 x 5,5) / 1,020 = 12,6 %


CP2 ➔ Vcb = (2,334 x 6,0) / 1,020 = 13,7 %
CP3 ➔ Vcb = (2,349 x 6,5) / 1,020 = 15,0 %
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9
Densidade aparente 2,329 2,334 2,349
Volume de vazios (%) 4,5 3,6 2,2
Vazios com Betume (%) 12,6 13,7 15,0
Vazios do agregado mineral (%)
Relação betume/vazios (%)

147
Exercício
VAM = VV + VCB

CP1 ➔ Vam = 4,5 + 12,6 = 17,1 %


CP2 ➔ Vam = 3,6 + 13,7 = 17,3 %
CP3 ➔ Vam = 2,2 + 15,0 = 17,2 %
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9
Densidade aparente 2,329 2,334 2,349
Volume de vazios (%) 4,5 3,6 2,2
Vazios com Betume (%) 12,6 13,7 15,0
Vazios do agregado mineral (%) 17,1 17,3 17,2
Relação betume/vazios (%)

148
Exercício
VCB
RBV =
VAM

CP1 ➔ RBV = 12,6 / 17,1 = 73,6 %


CP2 ➔ RBV = 13,7 / 17,3 = 79,2 %
CP3 ➔ RBV = 15,0 / 17,2 = 87,2 %
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9
Densidade aparente 2,329 2,334 2,349
Volume de vazios (%) 4,5 3,6 2,2
Vazios com Betume (%) 12,6 13,7 15,0
Vazios do agregado mineral (%) 17,1 17,3 17,2
Relação betume/vazios (%) 73,6 79,2 87,2

149
Exercício
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9
Densidade aparente 2,329 2,334 2,349
Volume de vazios (%) 4,5 3,6 2,2
Vazios com Betume (%) 12,6 13,7 15,0
Vazios do agregado mineral (%) 17,1 17,3 17,2
Relação betume/vazios (%) 73,6 79,2 87,2

150
Exercício
Volume (cm³) 507,5 505,1 504,9
Densidade aparente 2,329 2,334 2,349
Volume de vazios (%) 4,5 3,6 2,2
Vazios com Betume (%) 12,6 13,7 15,0
Vazios do agregado mineral (%) 17,1 17,3 17,2
Relação betume/vazios (%) 73,6 79,2 87,2

151
Exercício

152
5.4 - PAVIMENTOS RÍGIDOS

153
5.4 - PAVIMENTOS RÍGIDOS

São aqueles cuja camada de rolamento (ou revestimento) é


elaborada com concreto (produzido com agregados e ligantes
hidráulicos), o que pode ser feito com diversas técnicas de
manipulação e elaboração do concreto (BALBO, 2009).

154
5.4 - PAVIMENTOS RÍGIDOS

Principais tipos de pavimento de concreto:

➢ Concreto Simples
➢ Concreto Armado
➢ Concreto com Barras de Transferência
➢ Concreto Protendido
➢ Concreto Pré-moldado
➢ Whitetopping
155
Pavimento de Concreto Simples

156
Pavimento de Concreto Armado

157
Pavimento de Concreto com Barras de Transferência

158
Pavimento de Concreto Protendido

159
Pavimento de Concreto Pré-moldado

160
Whitetopping

161
5.4 - PAVIMENTOS RÍGIDOS

Materiais:

➢ Cimento Portland (I, II, III, IV ou V)


➢ Agregado graúdo
➢ Agregado miúdo
➢ Água
➢ Aditivo plastificante e minerais
➢ Aço e fibras
162
Agregado graúdo (NBR 7211):

➢ Torrões de argila ≤ 2% (NBR 7218)


➢ Material pulverulento ≤ 1% (NBR NM 46)
➢ Materiais carbonosos ≤ 1% (ASTM C 123)
➢ Abrasão “Los Angeles” ≤ 50% (NBR NM 51)
➢ Índice de forma dos grãos ≤ 3 (NBR 7809)
➢ Granulometria - Limites (NBR NM 248)
➢ Dim.Máx. entre 1/4 e 1/5 da espessura da placa e inferior a 50 mm
163
Agregado miúdo (NBR 7211):

➢ Torrões de argila ≤ 1,5% (NBR 7218)


➢ Material pulverulento ≤ 3%, admitindo-se até 5 % quando se tratar
de areia artificial (NBR NM 46)
➢ Materiais carbonosos ≤ 1% (ASTM C 123)
➢ Impurezas orgânicas < 300 p.p.m. (NBR NM 49).
Caso não se atenda a esse requisito, realizar o ensaio de qualidade de agregado miúdo (NBR 7221)

➢ Granulometria (NBR NM 248)


164
Água de amassamento (NBR 15900):

165
Concreto:

➢ Consumo mínimo de cimento - 320 kg/m³


➢ Relação A/C - 0,40 a 0,56
➢ Abatimento: compatível com os processos de mistura, transporte,
lançamento e adensamento
➢ Resistência de projeto:
Tração na flexão (fctM,k)
Compressão (fck)
166
Concreto:

➢ Consumo mínimo de cimento - 320 kg/m³


➢ Relação A/C - 0,40 a 0,56
➢ Abatimento: compatível com os processos de mistura, transporte,
lançamento e adensamento
➢ Resistência de projeto:
Tração na flexão (fctM,k) ➔ 3,5 a 5,0 MPa
Valores usuais (BALBO, 2009)
Compressão (fck) ➔ 30,0 a 35 MPa
167
Concreto:

➢ Lançamento
➢ Adensamento
➢ Nivelamento e acabamento
➢ Texturização
➢ Cura

168
Concreto:

➢ Lançamento

169
Concreto:

➢ Adensamento

170
Concreto:

➢ Nivelamento e acabamento

171
Concreto:

➢ Nivelamento e acabamento

172
Concreto:

➢ Texturização mecânica

173
Concreto:

➢ Texturização manual

174
Concreto:

➢ Cura (úmida, química ou com materiais selantes)

Cura química. 175


Aço:

➢ Barras transversais: CA-25 lisas


➢ Barras longitudinais: CA-50 corrugadas ou CA-60
➢ Armadura: telas soldadas

176
Aço:

Tela de aço nervurada.


177
Aço:

Barra de transferência.
178
Aço:

Comportamento das juntas na ausência e presença de Barra de Transferência.


179
Selantes:

➢ Recomenda-se selantes industrializados de alta qualidade e/ou


pré-formadas.

Fundamental sua colocação após a execução das juntas! 180


Selantes:

A selagem da junta tem a função de impedir a penetração de água


(chuvas) que favorecem um eventual bombeamento de finos, e
impedir a entrada de materiais incompressíveis nos cortes que com a
movimentação entre as placas.

181
Selantes:

Corte de junta.
182
Selantes:

Colocação de corpo de apoio.


183
Selantes:

Aplicação de selante. 184


Selantes:

185
EXECUÇÃO DE PAVIMENTO RÍGIDO

186
ROTEIRO DE DOSAGEM DE CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO

ETAPA 1
• Fixar os agregados ➔ Em função de taxas e cobrimentos de
armaduras e da espessura da placa de concreto (Dimensão
máxima).

• Fixar o abatimento ➔ Em função do método construtivo.

• Fixar a resistência de dosagem ➔ Em função da resistência


característica de projeto (Critérios estatísticos).

187
ROTEIRO DE DOSAGEM DE CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO

ETAPA 2
• Determinar, em laboratório, um traço-piloto para o abatimento
Pc Pa Pp PH
desejado ➔ : : :
Pc Pc Pc Pc

• Determinar o traço-piloto, variando o valor do teor de argamassa


seca no concreto.

• Preparar a mistura completa com água de amassamento, não


superando a/c = 0,55 (concreto convencional) e a/c = 0,40
(concreto de alto desempenho). 188
ROTEIRO DE DOSAGEM DE CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO

ETAPA 3
• Preparar corpos de prova para medidas de resistências dos traços-
limite.

• Calcular o consumo de cimento (C) de cada um dos traços


estudados para a mistura.

189
ROTEIRO DE DOSAGEM DE CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO

ETAPA 4
• O diagrama de dosagem indica que
para cada traço de uma mesma
família de concretos (mesmos
agregados e tipo de cimento)
ocorrem diferentes relações a/c, que
levam a resistências diferentes.
190
ROTEIRO DE DOSAGEM DE CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO

191
ROTEIRO DE DOSAGEM DE CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO

Lembrando que...

Considerada no projeto pelo


engenheiro calculista através de
um valor característico: fck

O valor do fck deve ser superado


por 95% ou mais do concreto fck = fcm – 1,65 x Sd
produzido e lançado na
estrutura.
192
Referências
BALBO, J.T.B. Pavimentação asfáltica: materiais, projetos e restauração. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

BALBO, J.T. Pavimentos de concreto. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.

BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro: PETROBRAS: ABEDA,
2006.

CERATTI, J.A.P.; REIS, R.M.M. Manual de dosagem de concreto asfáltico. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES. Diretoria de Planejamento e Pesquisa.


Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de Pavimentação. 3ª Edição. Rio de Janeiro. 2006.

SENÇO, W. Manual de técnicas de pavimentação. São Paulo: PINI, 2001. v. 2.

193
Dúvidas

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