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Universidade Federal da Pará

Instituto de Ciência e Tecnologia do Mar e Petróleo (ICT – MP)

Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo

Química do Petróleo

Fluidos de Completação

Prof. Edson de Andrade Araújo – 2017.4 1


Fluidos de completação

➢ Fluidos

➢ Uma vez atingido a profundidade final (TD – total depth), uma avaliação da formação é
realizada, com o objetivo de estimar se o poço está apto a produzir hidrocarbonetos suficientes
para dar retorno financeiro;

✓ A fase de completação irá começar ou, caso contrário, o poço será tamponado (plugged) e
abandonado;

➢ Fluidos de completação e intervenção (workover) são projetados especialmente para ajudar na


completação e nas operações de intervenção para corrigir algo, tendo como principais funções:

✓ Controlar a pressão da formação – com densidade;


✓ Minimizar o dano à formação;

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Fluidos de completação

➢ Fluidos

➢ As diferenças entre as operações de completação e intervenção são:

✓ Operação de completação – começa logo que a perfuração do poço é encerrada e ele será
preparado para produzir pela primeira vez;
✓ Operação de intervenção – operação de correção realizada em um poço que já foi produzido
anteriormente; (Na maioria dos casos, os fluidos para completação e intervenção serão os
mesmos).

➢ Existem várias possibilidades de fluidos de completação e intervenção que podem ser


selecionados dependendo da aplicação:
✓ Salmouras limpas e livres de sólidos (os fluidos mais comumentes uitlizados são as salmouras
limpas);
✓ Salmouras viscosificadas por polímeros;
✓ Outros fluidos que podem ser base óleo, base água, etc.
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Fluidos de completação

➢ Fluidos

➢ Salmouras limpas são soluções verdadeiras que incorporam sais dissolvidos em uma massa de
água, com o objetivo de não permitir a incorporação de quaisquer sólidos;

✓ Elas precisam ser estáveis e ter um desempenho adequado para uma grande faixa de
operações: canhoneio, controle de areia (gravel-packing), pescaria e também perfuração;

➢ Essas salmouras podem ser compostas de um tipo de sal dissolvido ou uma mistura de dois ou
três tipos de componentes salgados que sejam compatíveis entre si;

➢ Para garantir que essas salmouras limpas trabalhem em alto nível, é necessário que elas sejam
livres de sólidos; inibam os folhelhos; sejam aptas ao reuso; e estejam disponíveis em uma
ampla faixa de densidades.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos

➢ Os poços são geralmente canhoneados e as completações ocorrem em um fluido obturador


(packer fluid), que é projetado para proteger o poço durante a produção;

➢ Fluidos de completação devem ser projetados para serem inofensivos à formação, de maneira
que não comprometam sua produtividade;

✓ Além de serem compatíveis com o reservatório química e fisicamente, o conteúdo de sólidos do


fluido deve ser mantido o mais baixo possível;

✓ Quaisquer sólidos devem ser removíveis por ácido ou outros tratamentos;

✓ Sólidos prejudiciais podem se precipitar ou pode haver formação de emulsões no poço através
da reação entre os fluidos da formação e o fluido de perfuração ou o filtrado das salmouras, o
que também precisa ser prevenido;
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Fluidos de completação

➢ Fluidos

✓ A reologia e propriedades de perda do fluido podem ter que ser controladas;

✓ Aditivos inofensivos ou aqueles que possam ser facilmente removidos são necessários para
adaptar as propriedades do fluido;

✓ Carbonato de cálcio, graduado por tamanho, dependendo do tamanho dos poros da formação,
pode servir como um agente efetivo contra a perda de fluido, mas que também é solúvel em
ácido;

✓ O limite de escoamento e a força gel devem ser suficientes para prevenir os sólidos se
estabelecerem, a menos que seja adotada uma salmoura livre de sólidos;

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ Podem oferecer sistemas livres de sólidos, com densidades de até 1,07 psi/ft (20,5 ppg);

➢ Outra possibilidade é a adoção de materiais sólidos para dar peso, mas que sejam solúveis em
ácido, tais como o carbonato de cálcio e o carbonato de ferro;

➢ Ao mesmo tempo que são aptas a contrabalancear (overbalance) as pressões das formações,
as salmouras também são projetadas para não criar dano à formação, sem obstruir o
reservatório com sólidos não removíveis, nem causar reações com os fluidos ou sólidos das
formações;

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ Interações potenciais das salmouras no reservatório incluem:

✓ “Scale” da reação de uma salmoura divalente com dióxido de carbono dissolvido, produzindo
um carbonato insolúvel (salmouras divalentes contendo sais de cálcio ou zinco, ou seja, o íon
metálico tem uma valência dupla);
✓ Precipitação de cloreto de sódio da água da formação quando é exposto a algumas salmouras;
✓ Precipitação de componentes de ferro na formação, resultando da interação com ferro solúvel
no fluido de perfuração (mais comum com brometo de zinco, ZnBr2);
✓ Reação das argilas da formação com a salmoura;
✓ Corrosão dos revestimentos e tubulares (não é um problema com salmouras monovalentes);
✓ Para fluidos que fiquem no poço por muito tempo, é necessário considerar a corrosão e as
propriedades de biodegradabilidade;

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ É possível encontrar vários inibidores de corrosão compatíveis com vários fluidos e salmouras;

➢ O pH também não pode ser muito alto ou muito baixo, para prevenir danos aos tubos, cimento,
e elastômeros;

➢ Para a seleção de um sistema de salmouras para um poço particular, existem três critérios
principais:

✓ Densidade – diferentes salmouras possuem faixas diferentes de densidades possíveis:

✓ A densidade da salmoura no poço pode ser significativamente diferente da densidade em


superfície, devido aos efeitos de pressão e temperatura; Essa diferença é maior com salmouras
mais pesadas; A densidade desejara irá restringir a escolha da salmoura aplicável.

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

✓ Compatibilidade – o sistema de salmouras deve ser compatível com os sólidos do reservatório e


fluidos, para garantir que não se formem aditivos sólidos, precipitados, ou emulsões que
possam bloquear o reservatório e para minimizar problemas com o poço (corrosão, por
exemplo);

✓ Custo – configurações diferentes de salmouras são possíveis para atender os dois critérios
anteriores, mas o custo pode variar significativamente, dependendo do(s) sal(is) utilizado(s);

✓ Conforme já dito anteriormente, aditivos podem ser utilizados em um sistema de salmouras para
permitir o controle de outras propriedades, a exemplo da perda de fluido;

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ Os sais mais comumente utilizados no campo de óleo para formulação da salmoura incluem
cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio, brometo de sódio, brometo de cálcio e
brometo de zinco;
✓ Sais que são menos utilizados incluem cloreto de magnésio, cloreto de amônia, formiato de
sódio e formiato de potássio;

✓ Alguns desses sais podem ser misturados para produzir receitas de melhor custo em
determinadas densidades;
o Essa medida é comumente adotada quando a mistura de sais de alta densidade requer
brometos caros;
o Muitos sais, especialmente o cloreto de cálcio, são fabricados com purezas variadas;
o Quando for comparar o custos dos sais para formulação das salmouras, o cálculo tem que ser
baseado na pureza do sal que será fornecido.

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ Embora geralmente negligenciado durante o planejamento da salmoura, o efeito da temperatura


e pressão do poço na densidade da coluna de salmoura deve ser considerado, especialmente
quando utilizadas salmouras de alta densidade;

✓ Esse efeito depende de muitos fatores:

o Tipo de salmoura;
o Densidade da salmoura;
o Profundidade do poço;
o Temperatura ambiente;
o Temperatura no fundo do poço;

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ Algumas companhias especialistas nesse tipo de atividade utilizam programas de computador


específicos que traçam gráficos do efeito da temperatura na densidade da salmoura em função
da profundidade;
✓ Abaixo um exemplo de um relatório gerado por computador:

✓ Esse tipo de ferramenta permite o cálculo de uma densidade média em qualquer profundidade
do poço, bem como determinar a densidade que deve ser obtida em superfície para resultar na
densidade desejada no poço;
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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ O ponto de cristalização da salmoura é a temperatura em que os cristais de sal começam a


decantar da solução, reduzindo a densidade da mistura;
✓ As temperaturas em que a salmoura será transportada e armazenada devem exceder o ponto
de cristalização por um mínino de 10°F (6°C);
✓ A cristalização também pode plugar linhas ou danificar bombas.
✓ O ajuste da densidade da salmoura utilizando sais secos afeta o ponto de cristalização.
➢ O ponto eutético da salmoura é a mais baixa temperatura do ponto de cristalização de uma
solução;

✓ Para uma salmoura de dois sais, com ponto de


cristalização de 30°F (-1°C), a adição de sais secos
aumenta a temperatura do ponto de cristalização.

Densidade
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Fluidos de completação

➢ Fatores de Correção de Densidade - Salmouras

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Fluidos de completação

➢ Efeito da Temperatura - Salmouras

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Fluidos de completação

➢ Efeito da Temperatura - Salmouras

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ Um fluido com teor de sólidos melhorado é necessário para operações de completação e


intervenção (workover), quando o uso de uma salmoura limpa pode resultar em perda de
grandes volumes de fluidos para a formação;
✓ São geralmente utilizados grãos selecionados de carbonato de cálcio, por ser completamente
solúvel em ácido.

➢ É recomendável o tratamento da salmoura pronta com inibidores de corrosão, sequestrante de


oxigênio e bactericida;
✓ Dependendo das condições do poço, outros tratamento podem ser necessários: inibidor de
incrustações (scale), sequestrante de sulfeto de hidrogênio, dentre outros;
✓ Como a adição do sequestrante de oxigênio será feita no ambiente atmosférico, ele deve ser
adicionado à salmoura exatamente antes dela ser bombeada para o poço; Em condições ideias,
a adição deve ser feita utilizando uma bomba de injeção diretamente na linha de sucção das
bombas;
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Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ A corrosão afeta e deteriora os metais da indústria do óleo e gás, desde o início do poço até o
estágio de abandono: tubos, revestimento, ferramentas, etc.;
✓ A corrosão pode aparecer em qualquer ponto do sistema, desde os equipamentos de superfície
(linhas, bombas, tubos, etc.) até os equipamentos do fundo do poço.
➢ O oxigênio, introduzido através de fluidos contaminados, bem como os gases da formação
(CO2, H2S) desempenham um papel importante na corrosão dos metais;
✓ Da mesma forma, fluidos de perfuração base água e
salmouras têm um efeito corrosivo em todos os tipos de
equipamentos metálicos de perfuração e colunas de
revestimentos.

➢ A taxa de corrosão irá depender da condição atual do campo:


temperatura, pressão, temperatura de fundo do poço,
quantidade de água produzida, etc.;
✓ Ferramentas especiais foram desenvolvidas para monitorar a
corrosão no fundo do poço e ajudar os engenheiros na
compreensão do estado físico dos revestimentos e colunas de
produção, na hora de decidir sobre os reparos e mudanças. 19
Fluidos de completação

➢ Salmouras

➢ Muito dinheiro é investido anualmente no combate à corrosão, bem como no planejamento e


técnicas de prevenção para manter a taxa de corrosão em patamares mínimos;

✓ O controle de corrosão é um fator importante não apenas para a escolha do sistema de


salmouras, mas pela importância de se conhecer os efeitos adversos que o sistema pode sofrer
nas partes metálicas da sonda.

➢ Os sais e salmouras também possuem propriedades químicas que podem ferir as pessoas que
realizam o seu manuseio;

✓ Alguns são extremamente higroscópicos – possuem a habilidade de absorver água de todos os


tipos de fontes (botas de couro, pele, ar, etc.) e em contato com a pela podem causar
queimaduras.

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Fluidos de completação

➢ Salmouras

✓ Sais de cálcio seco são extremamente exotérmicos – liberam calor quando recebem água (em
torno de 180 a 200ºF), tornando obrigatórias medidas especiais nos locais em que se manuseia
essas salmouras, a exemplo do uso de EPIs (equipamentos de proteção individual).

✓ Se entrarem em contato com a pele ou os olhos, devem ser lavados com água fresca
imediatamente e o profissional ser levado para atendimento médico.

✓ Em caso de derramamento, o sal deve ser rapidamente contido e diluído antes da remoção.

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Fluidos de completação

➢ Mecanismos de danos

➢ Podem ser separados em duas categorias principais, dependendo do tipo de dano relacionado
com o estilo da completação: dano de completação e dano de formação;

✓ Dano de completação – refere-se a todo o tipo de material, contaminante, lixo ou resíduo que
possa fazer seu caminho em poço aberto e causar dano à formação do reservatório.

o A reatividade dos folhelhos é um dos maiores mecanismos de dano de completação, que pode
ser resultado da seleção de um fluido inadequado;
o Esse efeito pode fazer o fluido ser contaminado com argilas reativas, que podem levar a um
tratamento químico agressivo e à contaminação do reservatório;
o Outra causa de dano na completação é o resíduo deixado para trás pela operação de
perfuração, que se não for adequadamente removido, pode levar ao tamponamento da
formação por sólidos.

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Fluidos de completação

➢ Mecanismos de danos

➢ Dano da formação – se refere à deterioração da permeabilidade da rocha reservatório.

✓ Dos tipos de danos a formação, a invasão de fluidos pode ser mencionada;

o Para prevenir o dano à formação, a invasão de fluido na formação deve ser minimizada, e o
fluido de completação deve ter uma química semelhante à dos fluidos da formação, o que pode
minimizar o dano.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos de Perfuração x Fluidos de Completação

➢ Os fluidos de perfuração podem ter alta viscosidade, para limpar o poço dos cascalhos;

✓ Fluidos com peso elevado podem ser utilizados porque formam reboco (filter cakes) e têm
aditivos para prevenir perda de fluido para a formação;

➢ Os fluidos de completação, por outro lado, são fluidos tipicamente limpos, com baixa
viscosidade e filtrados para remover partículas que possam danificar a formação:

✓ Geralmente, quando fluidos limpos são utilizados, não há nada para minimizar as perdas de
fluido, o que pode contribuir para perda de circulação;

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Fluidos de completação

➢ Fluidos de Perfuração x Fluidos de Completação

➢ Salmouras (brines) são sais ou uma combinação de sais, que geralmente se dissolvem em
solução;

✓ O ponto onde nenhum sal adicional se dissolve é chamado de ponto de saturação, ou seja, a
partir desse ponto, qualquer sal que seja adicionado não irá ser dissolvido e decantará para o
fundo do recipiente;

✓ Adição de sais diferentes pode ser necessária para alcançar pesos específicos da solução;

✓ O cloreto de sódio é o sal mais frequentemente utilizado em salmouras de único sal. Contudo, a
água salgada ainda pode inchar certos tipos de folhelhos e argilas;

✓ Algumas salmouras, tais como as misturas de cálcio e potássio, podem reduzir a hidratação de
argilas;
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Fluidos de completação

➢ Fluidos de Perfuração x Fluidos de Completação

➢ Alguns sais podem ser acidificados e causar corrosão em altas densidades;

✓ Esse tipo de fluido irá demandar a introdução de inibidores de corrosão para ser utilizado;

➢ “Cristalização” é o ponto em que um fluido começa a congelar;

✓ A cristalização reduz a densidade do fluido e a sua capacidade de ser bombeado


eficientemente;

✓ A temperatura tem diferentes efeitos em diferentes soluções porque cada solução tem uma
tolerância diferente à temperatura;

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Fluidos de completação

➢ Fluidos de Perfuração x Fluidos de Completação

➢ Os packer fluids são fluidos que permanecem entre o revestimento (casing) e a coluna de
produção (tubing) para prevenir o colapso do revestimento e a ruptura da coluna de produção;

✓ Um bom packer fluid tem que ser estável com o tempo e temperatura, não-corrosivo e
econômico;

✓ O fluido também deve ser possível de bombear e não pode danificar a selagem do packer;

✓ Um plugue (plug) é uma mistura de aditivos que é destinada a permanecer no poço;

✓ Um “pilli” é uma mistura de aditivos que é colocada em um ponto do poço para realizar uma
tarefa determinada.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos de Perfuração x Fluidos de Completação

➢ Plugues ou “pills” são utilizados para problemas no poço, tendo como principais usos;

✓ Bloquear a escoamento de água salgada, óleo e gás;


✓ Selar ou fechar fraturas;
✓ Selar vazamentos no revestimento;
✓ Parar a perda de circulação em zonas permeáveis;
✓ Consertar o perfil de injeção na injeção de água;
✓ Estabilizar zonas de gravel pouco consolidadas;
✓ Redirecionar o ácido durante a limpeza do poço ou estimulação.

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Fluidos de completação

➢ Funções do Fluido de Completação (Resumidas)

✓ Controlar as pressões existentes;


✓ Impedir a invasão dos fluidos da formação para o poço;
✓ Manter a estabilidade do poço;
✓ Minimizar os danos da formação;
✓ Minimizar a corrosão dos equipamentos do poço durante o tempo de contato;
✓ Promover o carreamento de materiais, tais como: areia, cascalhos, entre outros.

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Fluidos de completação

➢ Principais Tipos

✓ Água do mar – para limpeza do poço, não pode entrar em contato com a formação produtora
(formação de precipitados);
✓ Água do mar adensada – para limpeza;
✓ Solução salina – fluido padrão: água industrial + adensante;
✓ Colchão de limpeza – a base de bentonita, para carreamento de sólidos (corte de cimento), não
deixar entrar em contato com canhoneados;
✓ Colchão viscoso – a base de polímeros, para carreamento de sólidos e combate a perda. Pode
entrar em contato com canhoneados;
✓ Colchão lavagem – a base de detergente para remoção de lama a base de óleo;
✓ Tampões de perda – para combater a perda de circulação, fabricado a base de polímeros, entre
outros.

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Fluidos de completação

➢ Soluções Salinas

✓ Limpos

✓ Livre de Sólidos

o Simples – NaCl; KCl; CaCl2; KBr; NaBr; CaBr2

o Composta – NaCl + CaCl2; CaCl2 + CaBr2

✓ Observação: As salmouras são preparadas com a utilização de cartas empíricas disponíveis na


litreratura.

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Fluidos de completação

➢ Soluções Salinas x Massa Específica

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Adensantes

o Solúveis em Água (sais) – NaCl; KCl; CaCl2; KBr; NaBr; CaBr2

o Solúvel em Ácido – CaCO3 (agente obturante)

✓ Soluções salinas podem conduzir finos para dentro da formação, por isso a necessidade de
filtrar os fluidos e controlar através de medidas de turbidez (< 30 UNT);
✓ Se na argila presente em um arenito prevalece os íons Ca+2, e esta é colocada em contato com
uma solução de NaCl, esta será convertida na forma sódica e o subsequente contato com água
doce, tampona os poros.
✓ Mas se a salmoura de NaCl contém cátions polivalentes na proporção suficiente para manter a
argila na forma polivalente, a dispersão é inibida. É provado que a razão 1:10 de CaCl2/NaCl
previne o bloqueio por argilas em arenito.
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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Adensantes

✓ São utilizados com intuito de dotar-lhe de um gradiente hidrostático suficiente para conter a
pressão exercida pelos fluidos do reservatório, impedindo a sua movimentação.

✓ A seleção dos adensantes é feita em função do peso específico requerido, da compatibilidade


com a formação e de fatores de ordem econômica.

✓ O CaCO3 é utilizado como agente obturante em fluidos de completação para controlar a perda
de fluido em formações de alta permeabilidade. Pode ser utilizado quando necessitar.

✓ Como o CaCO3 é praticamente insolúvel em água, a utilização do mesmo requer o uso de


polímero no fluido, para manter suas partículas em suspensão. Os mais utilizados são a CMC e
a poliacrilonitrila.
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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Controladores de pH

✓ Algumas propriedades do fluido de completação requerem um pH adequado.

✓ Filtrado com pH muito elevado dissolve a sílica, liberando partículas finas que podem bloquear
os poros.

o Hidróxido de sódio (NaOH)


o Bicarbonato de Sódio (NaHCO3)
o Óxido de Cálcio (CaO)
o Óxido de Magnésio (MgO)
o Ácido Bórico (H3BO3)
o Entre outros

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Viscosificantes (polímeros degradáveis)

o CMC - Carboximetilcelulose
o HEC - Hidroxietilcelulose
o GG – Goma Guar
o HPG - Hidroxipropilguar
o GX – Goma Xantana

✓ Nos fluidos de completação uma característica comum aos gelificantes é a existência da ligação
acetal entre as unidades monoméricas que compõem a macromolécula do polímero. Esta
ligação é muito instável e facilmente quebrada por enzimas, soluções fracamente ácidas,
radicais livres ou agenes oxidantes.

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Viscosificantes (polímeros degradáveis)

✓ CMC é um polímero natural modificado de caráter aniônico, resultado da carboximetilação da


celulose de diversos pesos moleculares.

✓ Comercializado sob a forma sódica (CMC – Na). Ele é particularmente sensível a cátions de um
modo geral e, por isso, tem o seu uso restrito em fluidos de completação.

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Viscosificantes (polímeros degradáveis)

✓ Goma guar é um polímero natural obtido da moagem do endosperma do feijão guar. Devido ao
seu caráter não-iônico é praticamente insensível a íons.
✓ Sua estrutura molecular, bastante linear lhe confere propriedades de reduzir perda de carga
durante o bombeio.
✓ O resíduo gerado após a sua quebra é elevado (~ 9%). A GG pode ser degradada se enzimas
forem adicionadas na formulação.

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Preventores de Emulsão (Desemulsificantes)

✓ O processo de desesmulsificação envolve o deslocamento dos agentes emulsificantes (tais


como os asfaltenos) da interface, por um desemulsificante (tensoativo), que também causa
mudança nas propriedades reológicas da interface.

✓ A interface torna-se mais líquida, com redução da elasticidade e viscosidade.

✓ Os asfaltenos possuem uma fração que é insolúvel em HC de baixa massa molar (n-alcanos), e
outra que é solúvel em tolueno, benzeno, etc (mostram características polares e apolares)

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Preventores de Emulsão (Desemulsificantes)

✓ Mais usados são os não-iônicos etoxilados. Estes compostos agem como dispersantes ou
estabilizadores do material coloidal presente no óleo, fornecendo ao sistema uma estabilidade
adicional que impede a formação da emulsão.

✓ Tensoativos etoxilados são obtidos da reação de um álcool graxo com óxido de eteno. O
aumento do n° de unidades de óxidos de eteno (grau de etoxilação), aumenta a hidrofilia da
molécula (maior HBL).

✓ (CH2CH2O)x  óxido de eteno

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Tensoativos ou Surfactantes

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Tensoativos x Molhabilidade

✓ As rochas são preferencialmente molháveis à água. A água flui na superfície dos grãos e
através de capilares menores, enquanto o óleo flui no centro dos poros e em canais de fluxo
maiores.

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ A emulsão do óleo com fluido de completação é indesejável, pois apresenta viscosidade muito
mais elevada que a de cada um dos fluidos considerados separadamente. O aumento na
viscosidade, pela lei de Darcy diminui a sua vazão:

✓ Com isso ocorre uma redução drástica da capacidade de produção do poço, pois a vazão (Q) é
inversamente proporciona a viscosidade (m)

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Estabilizadores de Argilas

✓ Praticamente todos os arenitos e calcários apresentam algum tipo de argila, porém é nos
arenitos que estas causam maiores problemas à produção de fluidos quando encontram-se na
garganta dos poros. Classicamente dividem-se as argilas em categorias: argilas incháveis e
argilas migráveis.

o Cátions: KCl e NH4Cl


o Polieletrolitos: RCOO-Na+
o Polímeros Catiônicos: R-NH3+

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Bactericidas

✓ Para evitar o ataque de microrganismos ao material orgânico polimérico (unidades de manose,


galactose, glicose, etc.) Exemplo: Glutaraldeído.

✓ A natureza bi-funcional do glutaraldeído, devido à existência dos dois grupos aldeído nas
extremidades da sua molécula, permite que cada grupo possa reagir com diferentes grupos
amina, pelo que o glutaraldeído pode formar uma ponte, ou ligação cruzada, entre esses dois
grupos.

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Fluidos de completação

➢ Componentes Básicos – Soluções Salinas

✓ Inibidores de Corrosão

✓ São substâncias que adicionadas ao meio corrosivo objetivam evitar, prevenir ou impedir o
desenvolvimento das reações de corrosão.
✓ Um programa eficiente de inibição de corrosão envolve a seleção do inibidor apropriado, uma
aplicação que garanta que o inibidor irá formar um filme.
✓ Existem muitos tipos de inibidores de corrosão, geralmente eles são agrupados em duas
categorias: inorgânicos ou orgânicos.
✓ Os inibidores inorgânicos são mais comumente empregados em águas de refrigeração, meios
aquecidos e processos de purificação de água doce.
✓ Os formadores de filmes orgânicos são usados em sistemas de gás, água e óleo, sendo os mais
empregados na indústria de petróleo.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos Poliméricos

✓ Indicados quando se necessita:


o Controle de filtração
o Controle da Viscosidade
o Carreamento de sólidos, pedaços de ferramentas e detritos

✓ Polímeros mais empregados:


o CMC – Carboximetilcelulose (aniônico)
o HEC – Hidroxietilcelulose (não-iônico)
o GG – Goma Guar (não-iônico)
o HPG – Hidroxipropilguar (não-iônico)
o GX – Goma Xantana (aniônico)

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Fluidos de completação

➢ Fluidos Poliméricos

✓ Fatores importantes durante o preparo do sistema água/polímero

o Dispersabilidade ou “Solubilidade”
o Capacidade de agitação
o pH ideal de hidratação
o Salinidade
o Temperatura

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Fluidos de completação

➢ Fluidos Poliméricos

✓ Fatores importantes durante o preparo do sistema água/polímero

o Dispersabilidade ou “Solubilidade”: deve ser um processo que antecede a solubilização do


polímero e a melhor maneira de preparar um fluido viscosificado é manter a agitação
vigorosa durante à adição do polímero;

o Após a dispersão, através da penetração das moléculas de água nas partículas do


polímero, acarretando inicialmente o seu inchamento e em seguida são rompidas as
ligações intermoleculares (pontes de hidrogênio, entre outras), favorecendo a formação de
camadas de hidratação em torno das cadeias do polímero.

o A velocidade de hidratação de um polímero depende fortemente dos seguintes fatores:


agitação, temperatura, pH e salinidade.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos Poliméricos

✓ Fatores importantes durante o preparo do sistema água/polímero

o Capacidade de agitação: quando ocorre o molhamento superficial das partículas de


polímero durante o processo de hidratação, geralmente devido a baixa dispersibilidade e a
elevada hidrofilicidade do polímero, associadas à agitação ineficiente, verifica-se a
formação de uma barreira de água imobilizada envolvendo a partícula.
o Como resultado há a interrupção do processo de hidratação e o aparecimento de partículas
semi-hidratadas, conhecidas por “olho de peixe”.
o A ocorrência de olho de peixe é um efeito indesejável, pois confere ao fluido viscosidade
menor que a esperada.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos Poliméricos

✓ Fatores importantes durante o preparo do sistema água/polímero

o pH ideal de hidratação: o efeito do pH do meio aquoso na hidratação é sentido em alguns


polímeros, tal como o HEC que melhor se hidrata em pH na faixa de 7 a 9, enquanto que a
goma guar é melhor hidratada em pH de 4 a 6.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos Poliméricos

✓ Fatores importantes durante o preparo do sistema água/polímero

o Salinidade: afeta a velocidade de hidratação de alguns polímeros e mais intensamente


daqueles que apresentam forte caráter iônico (inibindo a hidratação).

o CMC sob a sua forma sódica tem a sua hidratação afetada pela elevação da salinidade do
meio e mais fortemente na presença de sais metais alcalinos terrosos.

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Fluidos de completação

➢ Fluidos Poliméricos

✓ Fatores importantes durante o preparo do sistema água/polímero

o Temperatura: favorece a hidratação.

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Fluidos de completação

➢ Emulsões (O/A ou A/O)

o Faixa de massa específica: 7,5 a 20,0 lb/gal


o Elevado potencial de dano à formação
o Possibilidade de separação das fases
o Elevado potencial poluidor

✓ O excesso de emulsificante na formulação da emulsão pode reagir com os fluidos da formação,


originando uma emulsão in situ, bloqueando os poros da rocha.

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Fluidos de completação

➢ Packer Fluid

✓ Fluido que é deixado acima do packer, entre o tubing e o revestimento por longos períodos de
tempo, após completação ou qualquer outra operação no poço.

✓ Função: manter o controle de pressões no revestimento evitando que o mesmo entre em


colapso, protegendo os equipamentos dentro do poço da corrosão.

o Maior controle na corrosão – utilização de inibidores


o Baixas temperaturas (até 300°F) – inibidores orgânicos (ex: aminas).
o Altas temperaturas – inibidores inorgânicos (ex: tiocianatos).

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Fluidos de completação

➢ Exemplos - Packer Fluid

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Fluidos de completação

➢ Exemplos - Packer Fluid

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