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TOPOGRAFIA

Wendell Amorim

1
Planimetria
1. Unidades de Medida
Medida de Comprimento (Metro)

A origem do metro ocorreu em 1791 quando a Academia de Ciências de Paris


o definiu como unidade padrão de comprimento. Sua dimensão era
representada por 1/10.000.000 de um arco de meridiano da Terra.
Em 1983, a Conferência Geral de Pesos e Medidas estabeleceu a definição
atual do “metro” como a distância percorrida pela luz no vácuo durante o
intervalo de tempo de 1/299.792.458 s.
O metro é uma unidade básica para a representação de medidas de
comprimento no sistema internacional (SI).

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Medida Angular (Sexagesimal, Centesimal e Radianos)
Radiano

Um radiano é o ângulo central que subentende um arco de circunferência de


comprimento igual ao raio da mesma. É uma unidade suplementar do SI para
ângulos planos.
2πR — 360º arco = R = raio

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Unidade Sexagesimal

Grau
1 grau = 1/360 da circunferência
grau ° 1° = (π /180) rad
minuto ’ 1’ = 1°/60= (π/10800) rad
segundos ” 1” = 1°/3600= (π/648000) rad
Unidade Decimal

Grado
1 grado =1/400 da circunferência
Um grado é dividido em 100’ e cada minuto tem 100”.

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Exercícios:

1) Transformação de ângulos:
Transforme os seguintes ângulos em graus, minutos e segundos para graus e
frações decimais de grau.
a) 32º 28’ 59” = 32 = 32, 48305556º
b) 17º 34’ 18,3” = 17 = 17,57175º
c) 125º 59’ 57” = 125 = 125,9991667º

2) Soma e subtração de ângulos:


30º20’ + 20º 52’ = 51º12’
28º41’ + 39°39’ = 68°20’
42º30’ – 20°40’ = 21°50’
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Teoria dos Erros

Todas as observações topográficas se reduzem na medida de uma distância, de


um ângulo ou de uma diferença de nível as quais podem ser afetadas de erros
ocasionados pelos aparelhos, pelas condições exteriores e pelo observador.
Procura-se eliminar algumas das causas dos erros e reduzir os valores dos que
restam, mas como não é possível faze-los desaparecer completamente, torna-se
necessário calcular o valor mais provável da grandeza, o qual é obtido através
dos resultados das observações efetuadas.
Todas as grandezas que nos interessam são medidas ou observadas por
intermédio de nosso sentidos e com o auxílio de instrumentos. Efetuando-se uma
série de medidas de uma mesma grandeza, a prática revela que essas medidas
ou observações nunca são absolutamente concordantes.
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Se considerarmos uma dessas medidas ou observações como valor exato da
grandeza que se está a medir, comete-se erro.
Os erros podem ser classificados em duas grandes categorias: sistemáticos
e acidentais.
a) Erros Sistemáticos: são os erros que aparecem numa medida com absoluta
constância ou variando segundo uma lei determinada. Este erro poderá ser
eliminado quando sua causa for definida. Os erros sistemáticos apresentam
sempre o mesmo sinal, que poderá ser positivo ou negativo, considerando-se
a mesma grandeza medida, mesmo equipamento e mesmo operador.
Exemplos:
• efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com medidor
eletrônico de distância;
• correção do efeito de dilatação de uma trena em função da temperatura.
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b) Erro Acidental: são os erros devidos às ações simultâneas e independentes
de causas diversas e desconhecidas. Poderão apresentar ora valor positivo,
ora valor negativo para a mesma situação. A ciência se conforma com estes
erros e institui métodos para escolher o valor mais representativo da série de
grandeza medida.

Exemplo de erros acidentais:


• Inclinação da baliza na hora de realizar a medida;
• Erro de pontaria na leitura de direções horizontais.

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A Teoria dos Erros tem por finalidade estabelecer um método seguro e
conveniente, segundo o qual sempre se possa estabelecer o valor mais
aceitável de uma grandeza, uma vez que se reconhece ser impossível tornar
as medidas isentas de erros. Além disso, a teoria dos erros se preocupa em
determinar o erro mais tranquilizador que se pode cometer a respeito do
valor de uma determinada grandeza que se mede.
Erro Verdadeiro é o afastamento ε, que existe entre o verdadeiro valor de
uma grandeza X (desconhecida) e uma medida qualquer l que se obtenha
dessa grandeza.
ε=X−l

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Erro Aparente ou resíduo é o afastamento v, que existe entre o valor mais
aceitável e mais conveniente x, que se tomou para definir uma grandeza (de
valor real X desconhecido) e uma medida qualquer l.
v=x−l
Para n medidas efetuadas de uma mesma grandeza (l1, l2, l3,....,ln), o valor
mais aceitável é o que se obtém através da média aritmética dos valores
dessas medidas.

e serão erros aparentes:

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Erro Médio Aritmético é o valor ε0, obtido através do somatório modular
dos erros aparentes (v) dividido pelo número de observações ou medidas.

Método dos Mínimos Quadrados

A soma dos quadrados dos erros deve ser um mínimo, isto é,


v1v1+v2v2+....+vnvn=mínimo. O quadrado de qualquer quantidade positiva
ou negativa é sempre um valor positivo o que tranqüiliza a respeito da co-
participação dos sentidos dos erros no critério a adotar, sem os prejuízos
oriundos de um mínimo pouco expressivo.

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Valor mais plausível x de uma grandeza desconhecida X , em torno da qual
se efetuam medidas diretas, inspirando todas o mesmo grau de confiança é a
média aritmética simples destas medidas (l).

Erro Médio Quadrático de uma Observação Isolada é o afastamento mais


adequado, expresso por um número ε1, entre o valor real X da grandeza
que se mede e o seu valor mais plausível x.

onde Σvv representa a soma dos quadrado dos resíduos (v) que são obtidos
pela diferença entre a média aritmética (x) e cada uma das medidas (l)
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Erro Médio Quadrático da Média Aritmética, εm, de uma grandeza X
cujo valor mais plausível seja definido por uma média aritmética simples
entre os valores das observações é:

Se utilizarmos a equação do erro médio quadrático da média aritmética (εm) e


considerarmos o erro médio quadrático de uma observação isolada (ε1) igual
a 1 e variarmos o número de observações efetuadas sobre uma mesma
grandeza (n), obteremos valores para εm .
Se considerarmos estes valores como y e os valores de (n) como x, podemos
construir um gráfico que nos mostrará o grau de diminuição do erro médio
com o aumento do número de repetições da grandeza medida.
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Gráfico da variação do erro
médio quadrático com o
aumento do número de
observações

A curva obtida, como pode ser vista na figura , é uma curva assintótica, o que
significa que o erro médio tende para zero à medida que se aumenta
indefinidamente o número de observações.

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Exercício

1) Mediu-se uma grandeza angular com quatro equipamentos e equipes


diferentes e obteve-se os seguintes resultados:

Pede-se:
1. Qual é o valor angular mais provável em relação às quatro séries de
medidas?

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1ª Série de Medidas:

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Erro médio aritmético:

Erro médio quadrático de uma observação

Erro médio quadrático da média aritmética:

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2ª Série de Medidas:

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Erro médio aritmético:

Erro médio quadrático de uma observação:

Erro médio quadrático da média aritmética:

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3ª Série de Medidas:

Valor Angular Médio (xIII)

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Erro médio aritmético:

Erro médio quadrático de uma observação:

Erro médio quadrático da média aritmética:

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4ª Série de Medidas:

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Erro médio aritmético:

Erro médio quadrático de uma observação:

Erro médio quadrático da média aritmética:

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O valor da média aritmética por série de medida com seu respectivo erro
médio é:

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Métodos de Medida com Trena
Lance Único

Na medição da distância horizontal entre os pontos A e B, procura-se, na


realidade, medir a projeção de AB no plano horizontal, resultando na medição
de A’B’.

Medida de Distância
em lance único.

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Na figura é possível identificar a medição de uma distância horizontal utilizando
uma trena, bem como a distância inclinada e o desnível entre os mesmos
pontos.

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Vários Lances - Pontos Visíveis

Quando não é possível medir a distância entre dois pontos utilizando somente
uma medição com a trena (quando a distância entre os dois pontos é maior
que o comprimento da trena), costuma-se dividir a distância a ser medida em
partes, chamadas de lances. A distância final entre os dois pontos será a
somatória das distâncias de cada lance. A execução da medição utilizando
lances é descrita a seguir.
Analisando a figura , o balizeiro de ré (posicionado em A) orienta o balizeiro
intermediário, cuja posição coincide com o final da trena, para que este se
mantenha no alinhamento AB.

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Depois de executado o lance, o balizeiro intermediário marca o final da trena
com uma ficha (haste metálica com uma das extremidades em forma de cunha
e a outra em forma circular). O balizeiro de ré, então, ocupa a posição do
balizeiro intermediário, e este, por sua vez, ocupará nova posição ao final do
diastímetro. Repete-se o processo de deslocamento das balizas (ré e
intermediária) e de marcação dos lances até que se chegue ao ponto B.
É de máxima importância que, durante a medição, os balizeiros se mantenham
sobre o alinhamento AB.

Topografia 30
Erros na Medida Direta de Distâncias

Dentre os erros que podem ser cometidos na medida direta de distância,


destacam-se:
- erro relativo ao comprimento nominal da trena;
- erro de catenária.
- falta de verticalidade da baliza quando posicionada sobre o ponto do
alinhamento a ser medido, o que provoca encurtamento ou alongamento
deste alinhamento.
Este erro é evitado utilizando-se um nível de cantoneira.

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Falta de verticalidade da baliza.

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Bússolas

A bússola é um instrumento idealizado para determinar a direção dos


alinhamentos em relação a meridiana dada pela agulha magnética.
Uma bússola consiste essencialmente de uma agulha magnetizada,
livremente suportada no centro de um círculo horizontal graduado, também
conhecido como limbo.
A figura apresenta um modelo de bússola utilizada em conjunto com
teodolitos.

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Topografia 34
Inversão dos Pontos “E” E “W” da Bússola

No visor da bússola, além da indicação dos valores em graus e minutos,


variando de 0º à 360º, encontram-se gravados também os quatro pontos
cardeais (Norte “N”, Sul “S”,Leste “E”, Oeste “W”).
Uma questão importante deve ser observada: para determinados tipos de
bússolas os pontos cardeais E e W, estão invertidos na representação
gravada no limbo. Estas bússolas são denominadas de bússolas de rumo.
Para tanto se alinha a marcação da direção Norte, dada pela agulha da
bússola, com o alinhamento e, onde a agulha estabilizar, faz-se a leitura do
rumo da direção.

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Utilização da Bússola

Normalmente antes de utilizar qualquer instrumento deve-se realizar uma


checagem no mesmo. No caso da bússola, as seguintes precauções
devem ser tomadas:
Quanto à sensibilidade: quando solta-se a agulha de uma bússola de boa
qualidade, a mesma realiza aproximadamente 25 oscilações até estabilizar;
Quanto à centragem: duas leituras opostas devem diferir de 180º, caso
contrário a agulha ou o eixo provavelmente estão tortos ou o eixo está
inclinado;
Quanto ao equilíbrio: ao nivelar-se o prato da bússola, a altura dos
extremos da agulha deve ser igual.

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Como já foi visto anteriormente, a bússola contém uma agulha imantada,
portanto,deve-se evitar a denominada atração local, que é devido a influência de
objetos metálicos como relógios, canivetes, etc., bem como de certos minerais
como pirita e magnetita.
Também a proximidade de campos magnéticos anômalos gerados por redes de
alta tensão, torres de transmissão e retransmissão, sistemas de aterramento,
entre outros, podem causar variações ou interferências na bússola.
Uma das maneiras de se determinar a influência da atração local consiste em se
efetuar diversas observações ao longo de um alinhamento.
Um alinhamento qualquer no terreno forma um ângulo com a ponta Norte da
agulha. Portanto, em qualquer posição deste alinhamento o rumo ou azimute
magnético deve ser igual.
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Ângulos Horizontais e Verticais

Uma das operações básicas em Topografia é a medição de ângulos


horizontais e verticais. Na realidade, no caso dos ângulos horizontais,
direções são medidas em campo, e a partir destas direções são calculados
os ângulos. Para a realização destas medições emprega-se um
equipamento denominado de teodolito.

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Algumas definições importantes:
• ângulo horizontal: ângulo formado por dois planos verticais que contém as
direções formadas pelo ponto ocupado e os pontos visados. É medido
sempre na horizontal, razão pela qual o teodolito deve estar devidamente
nivelado.

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Conforme pode ser visto na figura, o ângulo entre as direções AO-OB e CO-
OD é o mesmo, face que os pontos A e C estão no mesmo plano vertical π e
B e D no plano π’. Em campo, quando da colimação ao ponto que define a
direção de interesse, deve-se tomar o cuidado de apontar o retículo vertical
exatamente sobre o ponto, visto que este é que define o plano vertical.
Sempre que possível a pontaria deve ser realizada o mais próximo possível
do ponto, para evitar erros na leitura, principalmente quando se está utilizando
uma baliza, a qual deve estar perfeitamente na vertical.

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Topografia 41
Métodos de Medida Angular

Em Topografia, normalmente deseja-se determinar o ângulo horizontal


compreendido entre duas direções, conforme exemplo abaixo.

Topografia 42
Aparelho não Orientado

Neste caso, faz-se a leitura da direção AB(L1) e AC(L2), sendo que o ângulo
será obtido pela diferença entre L1 e L2. O teodolito não precisa estar
orientado segundo uma direção específica.

Se α for negativo soma-se 360º.

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Aparelho Orientado Pelo Norte Verdadeiro ou Geográfico

As leituras L1 e L2 passam a ser azimutes verdadeiros de A para B e de A


para C.

Aparelho Orientado pela Bússola

Caso semelhante ao anterior e denominam-se as leituras de azimutes


magnéticos.

Aparelho Orientado na Ré

Neste caso, zera-se o instrumento na estação ré e faz-se a pontaria na


estação de vante. No caso de uma poligonal fechada, se o caminhamento do
levantamento for realizado no sentido horário, será determinado o ângulo
externo compreendido entre os pontos BÂC.
Topografia 44
Aparelho Orientado na Vante

Semelhante ao caso anterior, somente que agora o equipamento será


zerado na estação de vante.

Topografia 45
Ângulos Topográficos no Plano Horizontal:

Os ângulos topográficos podem ser observados ou calculados, sendo que se


entende como observados os ângulos medidos através de instrumentos no
campo e os calculados aqueles deduzidos através de cálculo de escritório.
Os ângulos topográficos no plano horizontal podem ser:
Geométricos: - Internos;
- Deflexão;
- Irradiados.
Geográficos: - Azimute;
- Rumo.

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Deflexão

O ângulo de deflexão é aquele obtido a partir do prolongamento do


alinhamento até o alinhamento seguinte, portanto podendo estar a direita ou
esquerda, usados em poligonais abertas, porém para averiguação de sua
precisão a poligonal terá que ser fechada.

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Ângulos Internos

São os ângulos voltados para dentro da poligonal fechada. Esses ângulos


variam de zero à 360° e seu somatório em uma poligonal fechada deve ser
igual a 180° ( n - 2 ), sendo n o número de vértices dessa poligonal.
Resumindo: Σ Ai = 180° (n - 2)
Porém ao medirmos os ângulos no campo estamos sempre sujeitos a cometer
erros e como limite de tolerância para ângulos medidos com teodolitos usamos
T= 1’ n , sendo n o número de vértices e T a tolerância.
OBS.: Quando os levantamentos apresentam erros iguais ou menores do que a
tolerância se faz a distribuição desses erros, e para erros acima desse limite,
deve-se repetir a obtenção dos dados de campo.

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A distribuição pode ser de várias maneiras, o técnico pode usar aquela que
julgue mais lógica. Indicaremos aqui uma maneira simples e rápida, que é
compensar até um minuto por vértice, a partir do vértice que corresponde a
menor distância.

Método de Levantamento Planimétrico, com ângulos internos:

O método de levantamento planimétrico que usa os ângulos internos é o


caminhamento perimétrico. Esse método consiste em andarmos em todo o
perímetro do polígono, medindo a distância horizontal de cada alinhamento e
os ângulos internos de cada vértice. Por uma questão de comodidade
andamos sempre no sentido anti-horário. Para a orientação de nossa planta
precisamos ainda medir pelo menos o azimute de um alinhamento.
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Ângulos Irradiados

Os ângulos irradiados normalmente são medidos no campo de forma


acumulada, zerando-se o aparelho somente no vértice 1, e medindo-se
posteriormente nos demais vértices.
Método de Levantamento Planimétrico, com ângulos irradiados

O método de levantamento planimétrico que usa os ângulos irradiados é a


irradiação ou coordenadas polares.
Esse método consiste em instalar o aparelho num ponto onde possamos
enxergar todos os vértices.
Zeramos o aparelho no primeiro vértice após medimos os demais vértices
sempre da esquerda para direita, portanto no sentido horário. Medimos a
distância do aparelho, até cada um dos vértices.
Topografia 50
Para a orientação de nossa planta, precisamos ainda medir pelo menos o
azimute de um alinhamento.

Topografia 51
Ângulos Geográficos

Azimute

Azimute de uma direção é o ângulo formado entre a meridiana de origem


que contém os Pólos, magnéticos ou geográficos, e a direção considerada.
É medido a partir do Norte, no sentido horário e varia de 0º a 360º.
OBS.: O azimute de um alinhamento deve vir do campo, os demais
azimutes se calcula a partir dos ângulos geométricos

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Topografia 53
Rumo

É o menor ângulo formado do Norte ou do Sul, o mais próximo, até o


alinhamento, portanto contando no sentido horário ou anti-horário, varia de
zero à 90° e deve sempre vir acompanhado das letras que lhe dão
orientação.
Assim:
1o quadrante - R NE
2o quadrante - R SE
3o quadrante - R SW
4o quadrante - R NW

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Conversão entre Rumo e Azimute

Sempre que possível é recomendável a transformação dos rumos em


azimutes, tendo em vista a praticidade nos cálculos de coordenadas, por
exemplo, e também para a orientação de estruturas em campo.
Para entender melhor o processo de transformação, observe a seqüência
indicada a partir da figura

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Topografia 56
Conversão de Azimute para Rumo
No Primeiro quadrante:
R1 = Az1

No Segundo quadrante:
R2 = 180º - Az2

No Terceiro quadrante:
R3 = Az3 - 180º

No Quarto quadrante:
R4 = 360º - Az4
Topografia 57
Conversão de Rumo para Azimute

No Primeiro quadrante (NE):


Az1 = R1

No Segundo quadrante (SE):


Az2 = 180º - R2

No Terceiro quadrante (SW):


Az3 = 180º + R3 No

Quarto quadrante (NW):


Az4 = 360º - R4
Topografia 58
Exercícios
1) Transforme os seguintes rumos em azimute e vice versa.

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Topografia 60
2) Você é o responsável técnico pela divisão de “sistemas transmissores de
sinais eletromagnéticos” de uma grande empresa. A mesma foi contratada
para implantar quatro antenas com as seguintes características:

Painel 01 azimute = 45º 15’


Painel 02 azimute = 156º 30’
Painel 03 azimute = 230º 25’
Painel 04 azimute = 310º 20’

A bússola disponível na empresa só apresenta a orientação em forma de


rumo. Como você faria para transformar os azimutes em rumos? Represente
o resultado nas figuras abaixo.

Topografia 61
Topografia 62
3) Sua empresa foi contratada para montar quatro painéis de transmissão
em uma antena de telefonia celular com a seguinte característica:

Painel 01 rumo magnético = 45º 15’ NE


Painel 02 rumo magnético = 24º 30’ SE
Painel 03 rumo magnético = 40º 25’ SW
Painel 04 rumo magnético = 25º 20’ NW

A bússola disponível na empresa só apresenta a orientação em forma de


azimute. Como você faria para transformar os rumos dados em azimute?
Represente o resultado nas figuras abaixo.

Topografia 63
Topografia 64
Declinação Magnética

Declinação magnética é o ângulo formado entre o meridiano verdadeiro e


o meridiano magnético; ou também pode ser identificado como desvio
entre o azimute ou rumo verdadeiros e os correspondentes magnéticos.
Varia com o tempo e com a posição geográfica, podendo ser ocidental
(δW), negativa quando o Pólo magnético estiver a Oeste (W) do
geográfico e oriental (δE) em caso contrário.
Atualmente, em nosso país a declinação é negativa, logo ocidental.

Topografia 65
Topografia 66
A representação da declinação magnética em cartas é feita através de
curvas de igual valor de variação anual em graus (curvas isogônicas) e
curvas de igual variação anual em minutos (curvas isopóricas). A
interpolação das curvas do grau e posteriormente no minuto,
para uma dada posição na superfície física da Terra, nos permite a
determinação da declinação magnética com precisão na ordem do minuto.
No Brasil o órgão responsável pela elaboração das cartas de declinação é o
Observatório Nacional e a periodicidade de publicações da mesma é de 10
anos.

Topografia 67
Cálculo da Declinação Magnética

Para que se possa calcular a declinação magnética para um determinado


ponto da superfície física da terra são necessários alguns dados
preliminares, tais como:
- Latitude geográfica (φ);
- Longitude geográfica (λ);
- Carta de declinação magnética da região em questão.
De posse destes dados, listados a cima e utilizando a equação, é possível
obter a declinação magnética para a região em questão.

D = Cig + [(A + fa) . Cip]

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Onde:
D = Valor da declinação magnética;
Cig = Valor interpolado da curva isogônica;
Cip = Valor interpolado da curva isopórica;
A = Diferença entre o ano de confecção do mapa de declinação magnética e
o ano da observação (Ex. observação em 2003. O valor de “A” será dado
por A = 2003-2000 =3);
fa = Fração de ano, ver tabela

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Topografia 70
Exemplos

1) Baseado nas informações contidas na figura calcular a declinação magnética


para Curitiba (φ = 25° 25' 48'' S, λ = 49° 16' 15'' W), no dia 27 de Outubro de
2003.
D = Cig + [(A + fa) . Cip]
a) Cálculo de Cig
a.1) Interpolação das Curvas Isogônicas
Com a régua ortogonal a uma das curvas, mede-se a distância linear entre as
curvas que compreendem a cidade que se deseja calcular a declinação.
Neste caso a distância linear entre as curvas -17º e -18º é 2,4 cm.
Com a régua ortogonal à curva -17º, mede-se a distância linear entre a curva e
a localidade que se deseja determinar a declinação magnética.

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Neste caso a distância linear entre a curva -17º e Curitiba é 0,5 cm.

Logo:
xº = 0,3333º
1º → 2,4 cm
Cig = -17º - Xº
xº → 0,8 cm
Cig = -17,33333º

b) Cálculo de Cip Mesmo processo utilizado para Cig. O valor obtido é de -


7,054’.
D = -17,3333º + [(3 + 0,8)] . (-7,054’)
D = -17º46’48,19”

Topografia 72
02) Idem ao anterior para Foz do Iguaçu (φ = 25° 32' 45'' S, λ = 54° 35' 07''
W), no dia 14 de maio de 2001.
D = Cig + [(A + fa).Cip]
a) Cálculo de Cig
a1) Interpolação das Curvas Isogônicas
Com a régua ortogonal a uma das curvas isogônicas, medir a distância linear
entre as curvas que compreendem a cidade que se deseja calcular a
declinação.
Neste caso a distância linear entre as curvas -13º e -14º é 2,0 cm.
Com a régua ortogonal à curva -13º, medir a distância linear entre a curva e a
localidade que se deseja determinar a declinação magnética.
Neste caso a distância entre a curva -13º e Foz do Iguaçu é 0,8 cm.
Topografia 73
Logo:
1º → 2,0 cm
xº → 0,75 cm
xº = 0,375º
Cig = -13º - xº ; Cig = -
13,375º
b) Cálculo de Cip
Mesmo processo utilizado para Cig. O valor obtido é de - 8’,3571.
D = -13,375º + [(1 + 0,4)] . (-8,3571’ )
D = -13,375º - 11º 42’ ; D = -13º 34’
12”

Topografia 74
Transformação de Norte Magnético em Geográfico e Vice-versa

A transformação de elementos (rumos, azimutes) com orientação pelo Norte


verdadeiro ou magnético é um processo simples, basta somar ou subtrair da
declinação magnética a informação disponível.
Como já foi visto, atualmente no Brasil a declinação magnética é negativa.
Logo, o azimute verdadeiro é igual ao azimute magnético menos a
declinação magnética, conforme será demonstrado a seguir.
A figura ilustra o caso em que a declinação magnética é positiva e o azimute
verdadeiro é calculado por:
Azv = Azm + D
Para o caso do Brasil, onde a declinação magnética é negativa, o
azimute verdadeiro será obtido da seguinte forma:
Azv = Azm + (-D) Topografia 75
Topografia 76
Exemplo:
1) Sabe-se que o azimute verdadeiro do painel de uma antena em Curitiba
(φ = 25º25’S , λ = 49º13’W) é 45º 21’ no dia 14 de maio de 2001 e a
correspondente declinação magnética é 17º32’ W. Calcular o azimute
magnético para a direção em questão, tendo em vista que a empresa só
dispõe de bússola para a orientação.

Azm = Azv + D
Azm = 45º 21’ - (-17º 32’)
Azm = 62º 53’

Topografia 77
Exercício

Az01=30°10’15”
α1=210°15’13”
α2=78°40’10”
α3=310°12’44”
α4=250°26’18”
α5=280°10’44”

1) Calcular os azimutes em função dos ângulos horizontais medidos

Topografia 78
Cálculo de Coordenadas na Planimetria

Nesta fase, será detalhado o desenvolvimento necessário para a


determinação das coordenadas planas, ou seja, as coordenadas x e y. As
projeções planas são obtidas em função da distância entre os vértices de
um alinhamento e o azimute ou rumo, magnético ou geográfico, deste
mesmo alinhamento. De uma forma mais simples, pode-se dizer que a
projeção em “X” é a representação da distância entre os dois vértices do
alinhamento sobre o eixo das abscissas e a projeção em “Y” a
representação da mesma distância no eixo das ordenadas

Topografia 79
Representação da projeção da distância D em X (ΔX) e em Y (ΔY).

Topografia 80
Considerando a figura e utilizando os conceitos de Trigonometria plana, é
possível calcular as projeções em “X” e “Y” da seguinte forma:

Considerando a poligonal representada na figura a seguir, as


coordenadas dos vértices da mesma são obtidas através da soma
algébrica das projeções.

Topografia 81
Logo:
Xi = Σ X’i
Yi = Σ Y’i

Topografia 82
Técnicas de Levantamento Planimétrico

A poligonação é um dos métodos mais empregados para a determinação de


coordenadas de pontos em Topografia, principalmente para a definição de
pontos de apoio planimétricos. Uma poligonal consiste em uma série de
linhas consecutivas onde são conhecidos os comprimentos e direções,
obtidos através de medições em campo.
O levantamento de uma poligonal é realizado através do método de
caminhamento, percorrendo-se o contorno de um itinerário definido por uma
série de pontos, medindo-se todos os ângulos, lados e uma orientação inicial.
A partir destes dados e de uma coordenada de partida, é possível calcular as
coordenadas de todos os pontos que formam esta poligonal.

Topografia 83
Levantamento de uma poligonal.

Utilizando-se uma poligonal é possível definir uma série de pontos de apoio


ao levantamento topográfico, a partir dos quais serão determinadas
coordenadas de outros pontos, utilizando, por exemplo, o método de
irradiação a ser visto posteriormente.

Topografia 84
As poligonais levantadas em campo poderão ser fechadas, enquadradas
ou abertas.
• Poligonal fechada: parte de um ponto com coordenadas conhecidas e
retorna ao mesmo ponto. Sua principal vantagem é permitir a verificação
de erro de fechamento angular e linear.

Topografia 85
• Poligonal enquadrada: parte de dois pontos com coordenadas conhecidas
e acaba em outros dois pontos com coordenadas conhecidas. Permite a
verificação do erro de fechamento angular e linear.

Poligonal Enquadrada

Topografia 86
• Poligonal aberta: parte de um ponto com coordenadas conhecidas e acaba
em um ponto cujas coordenadas deseja-se determinar. Não é possível
determinar erros de fechamento, portanto devem-se tomar todos os
cuidados necessários durante o levantamento de campo para evitá-los.

Poligonal aberta

Topografia 87
Como visto anteriormente, para o levantamento de uma poligonal é
necessário ter no mínimo um ponto com coordenadas conhecidas e uma
orientação. Segundo a NBR 13133 (ABNT, 1994 p.7), na hipótese do apoio
topográfico vincular-se à rede geodésica (Sistema Geodésico Brasileiro –
SGB), a situação ideal é que pelo menos dois pontos de coordenadas
conhecidas sejam comuns. Neste caso é possível, a partir dos dois pontos
determinar um azimute de partida para o levantamento da poligonal.

Topografia 88
Dois pontos com coordenadas conhecidas e vinculadas ao SGB
comuns a poligonal

Estes dois pontos não necessitam ser os primeiros de uma poligonal,


conforme é ilustrado

Topografia 89
Como caso mais geral e menos recomendado, são atribuídas coordenadas
arbitrárias para um vértice e determinado o Norte geográfico por Astronomia
ou utilizando um giroscópio. Se isto não for possível, determina-se a
orientação através do Norte magnético.
É possível ainda ter o eixo Y orientado segundo uma direção qualquer como o
alinhamento de um meio fio. Deve ser indicada a direção do Norte geográfico
ou magnético.

Topografia 90
Eixo Y orientado segundo um alinhamento de meio fio

Topografia 91
Levantamento e Cálculo de Poligonais Fechadas

Levantamento da Poligonal

Um dos elementos necessários para a definição de uma poligonal são os


ângulos formados por seus lados. A medição destes ângulos pode ser feita
utilizando técnicas como pares conjugados, repetição ou outra forma de
medição de ângulos. Normalmente são determinados os ângulos externos ou
internos da poligonal. Também, é comum realizar a medida dos ângulos de
deflexão dos lados da poligonal.

Topografia 92
Topografia 93
Ângulos de deflexão de uma poligonal fechada (sentido horário e anti-horário)

Topografia 94
No texto a seguir, o sentido de caminhamento para o levantamento da
poligonal será considerado como sendo o sentido horário. Dois conceitos
importantes a saber: estação ré e estação vante. No sentido de
caminhamento da poligonal, a estação anterior a estação ocupada
denomina-se de estação RÉ e a estação seguinte de VANTE

Topografia 95
Neste caso os ângulos determinados são chamados de ângulos horizontais
horários (externos) e são obtidos da seguinte forma: estaciona-se o
equipamento na estação onde serão efetuadas as medições, faz-se a
pontaria na estação ré e depois faz-se a pontaria na estação vante. O
ângulo horizontal externo será dado por:

ângulo = leitura de vante – leitura de ré

A figura a seguir ilustra a determinação deste ângulo. Deve-se tomar o


cuidado de posicionar exatamente sobre o alvo o fio de retículo vertical,
visto que este será a referência para a medida do ângulo horizontal.

Topografia 96
Topografia 97
Os comprimentos dos lados da poligonal são obtidos utilizando-se trena,
taqueometria ou estação total, sendo este último o método mais
empregado atualmente. Não se deve esquecer que as distâncias
medidas devem ser reduzidas a distâncias horizontais para que seja
possível efetuar o cálculo das coordenadas. A orientação e as
coordenadas de partida da poligonal serão obtidas conforme visto
anteriormente.

Topografia 98
Cálculo da Poligonal

A partir dos dados medidos em campo (ângulos e distâncias), orientação


inicial e coordenadas do ponto de partida, é possível calcular as
coordenadas de todos os pontos da poligonal. Inicia-se o cálculo a partir do
ponto de partida (costuma-se empregar a nomenclatura OPP para designar
o ponto de partida). A figura a seguir ilustra o processo de cálculo.

Topografia 99
Onde:
Az: Azimute da direção OPP-P1;
d: distância horizontal entre os pontos OPP e P1;
Xo e Yo: Coordenadas do ponto OPP;
X1 e Y1: Coordenadas do ponto P1.
As coordenadas do ponto P1 serão dadas por
Topografia 100
X1 = Xo + ΔX
Y1 = Yo + ΔY

Onde ΔX e ΔY são calculados por:

ΔX = d . sen (Az)
ΔY = d . cos (Az)

A partir da coordenada do ponto P1 será possível calcular a coordenada do


próximo ponto e assim por diante.

Topografia 101
Verificação do Erro de Fechamento Angular

Para a poligonal fechada, antes de calcular o azimute das direções, é


necessário fazer a verificação dos ângulos medidos. Uma vez que a poligonal
forma um polígono fechado é possível verificar se houve algum erro na
medição dos ângulos. Em um polígono qualquer, o somatório dos ângulos
externos deverá ser igual a:

Somatório dos ângulos medidos = (n + 2) . 180º


onde n é o número de estações da poligonal.
O erro angular (ea) cometido será dado por:

ea = Somatório dos ângulos medidos – (n+2).180º


Topografia 102
Para ângulos internos o somatório dos mesmos deverá ser igual ao número
de estações menos dois, multiplicado por 180º.
Este erro terá que ser menor que a tolerância angular (εa), que pode ser
entendida como o erro angular máximo aceitável nas medições. Se o erro
cometido for menor que o erro aceitável, deve-se realizar uma distribuição do
erro cometido entre as estações e somente depois realizar o cálculo dos
azimutes. É comum encontrar a seguinte equação para o cálculo da tolerância
angular:

εa = p. m1/2

onde m é o número de ângulos medidos na poligonal e p é precisão nominal


do equipamento de medição angular.
Topografia 103
Caso o erro cometido seja maior que o erro tolerável é necessário refazer
as medições angulares.
Quando a pontaria for realizada sobre uma baliza deve-se tomar o
cuidado de posicionar o retículo vertical exatamente sobre o eixo da
baliza, considerando-se que a mesma encontra-se perfeitamente na
vertical. Do ponto de vista prático, quando a baliza está próxima
ao equipamento, a chance de cometer um erro de pontaria é maior.

Topografia 104
Assim, um critério utilizado para a eliminação do erro angular cometido é
distribuí-lo nos ângulos formados pelos menores lados da poligonal. Outro
critério empregado é distribuir proporcionalmente o erro para cada estação.
Em qualquer um dos casos, a correção calculada não deve ser inferior à
precisão com que foram realizadas as medições.

Topografia 105
Cálculo dos Azimutes

Como a orientação é determinada apenas para uma direção da poligonal, é


necessário efetuar o cálculo dos azimutes para todas as demais direções da
poligonal. Isto é feito utilizando os ângulos horizontais medidos em campo.
A partir do azimute inicial da direção OPP-P1 e ângulo horizontal externo
OPP-P1-P2 (aqui denominado de α, medido no sentido horário) é
possível calcular o azimute da direção P1-P2 a partir da equação.

AzP1-P2 = AzOPP-P1 + α – 180º

Topografia 106
Expressão genérica para o cálculo do azimute:

Azi,i+1 = Azi-1,i + αi – 180º

Sendo:
- i variando de 0 a (n-1), onde n é o
número de estações da poligonal.;
- se i + 1 > n então i = 0;
- se i – 1 < 0 então i = n.
Topografia 107
Se o valor resultante da equação anterior for maior que 360º deve-se subtrair
360º do mesmo, e se for negativo deverá ser somado 360º ao resultado.
Quando se trabalhar com ângulos medidos no sentido anti-horário, deve-se
somar 180º e subtrair o valor de α do azimute.
Se o caminhamento for à direita ou no sentido anti-horário, a fórmula fica:
Azn =(Azn-1 + Ai ) +-180°
Se o caminhamento for à esquerda ou no sentido horário a fórmula fica:
Azn =(Azn-1 -Ai ) +-180°.
Se Azn-1 + Ai < 180º, a fórmula fica: Azn =(Azn-1 + Ai ) + 180°, porém, se
Azn-1 + Ai > 180º, a fórmula fica: Azn =(Azn-1 + Ai ) -180°.

Topografia 108
Cálculo das Coordenadas Parciais

Após todos os ângulos terem sido corrigidos e os azimutes calculados é


possível iniciar o cálculo das coordenadas parciais dos pontos, conforme as
equações a seguir.

Xi = Xi−1+ di−1,i ⋅ sen(Azi−1,i)


Yi = Yi−1+ di−1,i ⋅ cos(Azi−1,i)

Topografia 109
Verificação do Erro de Fechamento Linear

A partir do ponto de partida (0PP), calculam-se as coordenadas dos demais


pontos até retornar ao ponto de partida. A diferença entre as coordenadas
calculadas e as fornecidas para este ponto resultará no chamado erro
planimétrico ou erro linear cometido.
Como os ângulos foram ajustados, este erro será decorrente de
imprecisões na medição das distâncias.

Topografia 110
O erro planimétrico pode ser decomposto em uma componente na direção
X e outra na direção Y .

Topografia 111
Os valores de eX e ey podem ser calculados por:

O erro planimétrico ep será dado por:

Topografia 112
É necessário verificar se este erro está abaixo de uma determinada
tolerância linear. Normalmente esta é dada em forma de escala, como por
exemplo, 1:1000. O significado disto é que, em uma poligonal com 1000 m
o erro aceitável seria de 1 m. Para calcular o erro planimétrico em forma
de escala utilizam-se as seguintes fórmulas:

onde Σd é o perímetro da poligonal (somatório de todas as distâncias da poligonal).

Topografia 113
Exercício

Dados os valores de erro de fechamento linear e tolerância linear,


verificar o levantamento efetuado. São dados:

Σd = 1467,434 m
ex = 0,085 m
eY = -0,094 m
tolerância = 1:10000

Topografia 114
Topografia 115
Correção do Erro Linear

Se o erro cometido for menor que o permitido, parte-se então para a


distribuição do erro. As correções às coordenadas serão proporcionais às
distâncias medidas. Quanto maior for a distância, maior será a correção.
Será aplicada uma correção para as coordenadas X e outra para as
coordenadas Y, conforme equações abaixo:

onde:
Cxi: correção para a coordenada Xi
Cyi: correção para a coordenada Yi
Σd: somatório das distâncias
di-1,i: distância parcial i-j

Topografia 116
As coordenadas corrigidas serão dadas por:

Topografia 117
Resumo do Cálculo da Poligonal Fechada

A seguir é apresentado um resumo da seqüência de cálculo e ajuste de uma


poligonal fechada.

• Determinação das coordenadas do ponto de partida;


• Determinação da orientação da poligonal;
• Cálculo do erro de fechamento angular pelo somatório dos ângulos
internos ou externos (sentido horário ou anti-horário);
• Distribuição do erro de fechamento angular;
• Cálculo dos Azimutes;
• Cálculo das coordenadas parciais (X, Y);
• Cálculo do erro de fechamento linear;
• Cálculo das coordenadas definitivas (XC, YC).
Topografia 118
Exercício

Dada a caderneta de campo abaixo, utilizada para o levantamento de uma


poligonal, determinar as coordenadas dos pontos que formam a mesma. São
dados:

Azimute da direção OPP-1 : 45º


Coordenadas da estação OPP:
XOPP = 0,00m
YOPP = 0,00m

Tolerâncias:
Angular: 2’ m1/2 (m = número de ângulos medidos na poligonal)
Linear: 1:1000

Topografia 119
Topografia 120
A correção se dará nos ângulos formados pelos menores lados da
poligonal. O sinal da correção dever ser contrário ao sinal do erro.

Verificando : Σ dos ângulos corrigidos – (n+2).180º = 0


Topografia 121
1260º - 1260º = 0
3 – Cálculo dos Azimutes

Az1-2 = AzOPP + α1 – 180º


Az1-2 = 45º + 215º 32´ - 180º
Az1-2 = 80º 32´
Az2-3 = 189º 26´
Az3-4 = 296º 33´
Az4-OPP = 258º 41´ Topografia 122
4 – Cálculo das coordenadas provisórias (os cálculos foram realizados
considerando-se três casas decimais após a vírgula).

Topografia 123
Topografia 124
5 - Verificação do erro linear

Topografia 125
expressando o erro em forma de escala

Topografia 126
6 – Cálculo das coordenadas corrigidas

Topografia 127
Topografia 128
Coordenadas finais dos pontos da poligonal (arredondadas para o centímetro):

O desenho da poligonal é apresentado na figura

Topografia 129
Topografia 130
Medição Eletrônica de Distâncias

A medição de distâncias na Topografia e na Geodésia, sempre foi um


problema, devido ao tempo necessário para realizá-la e também devido à
dificuldade de se obter boa precisão.
Baseados no princípio de funcionamento do RADAR, surgiram em 1948 os
Geodímetros e em 1957 os Telurômetros, os primeiros equipamentos que
permitiram a medida indireta das distâncias, utilizando o tempo e a
velocidade de propagação da onda eletromagnética.
Em 1968 surgiu o primeiro distanciômetro óptico-eletrônico. O princípio de
funcionamento é simples e baseia-se na determinação do tempo t que leva
a onda eletromagnética para percorrer a distância, de ida e volta, entre o
equipamento de medição e o refletor

Topografia 131
Princípio de medida de um MED

A equação aplicável a este modelo é:


2D = c . Δt
c: Velocidade de propagação da luz no meio;
D: Distância entre o emissor e o refletor;
Δt: Tempo de percurso do sinal.

Topografia 132
Logo, para obter a distância AB, usando esta metodologia é necessário
conhecer a velocidade de propagação da luz no meio e o tempo de
deslocamento do sinal.
Não é possível determinar-se diretamente a velocidade de propagação da luz
no meio, em campo. Em virtude disso, utiliza-se a velocidade de propagação da
mesma onda no vácuo e o índice de refração no meio de propagação (n), para
obter este valor.
Este índice de refração é determinado em ensaios de laboratório durante a
fabricação do equipamento, para um determinado comprimento de onda,
pressão atmosférica e temperatura.

Topografia 133
A velocidade de propagação da luz no vácuo (Co) é uma constante física
obtida por experimentos, e sua determinação precisa é um desafio constante
para físicos e até mesmo para o desenvolvimento de Medidores Eletrônicos
de Distância (MED) de alta precisão RÜEGER, (1990, p.06).
De posse dos parâmetros, Co e n, a velocidade de propagação da onda
eletromagnética no meio (C), é dada por:

C = Co / n

Topografia 134
Trenas Eletrônicas

Topografia 135
Distanciômetro Eletrônico

É um equipamento exclusivo para medição de distâncias (DH, DV e


DI). A tecnologia utilizada na medição destas distâncias é a do
infravermelho. A precisão das medidas depende do modelo de
equipamento utilizado.
A figura a seguir ilustra a vista posterior (teclado e visor) e anterior
(emissor e receptor do infravermelho) de um distanciômetro da marca
LEICA, modelo DI3000s.

Topografia 136
Topografia 137
É normalmente utilizado acoplado a um teodolito ótico-prismático
convencional ou a um teodolito eletrônico. O alcance deste equipamento varia
entre 500m a 20.000m e depende da quantidade de prismas utilizados para a
reflexão do sinal, bem como, das condições atmosféricas.
O prisma é um espelho circular, de faces cúbicas, utilizado acoplado
a uma haste de metal ou bastão e que tem por finalidade refletir o sinal emitido
pelo aparelho precisamente na mesma direção em que foi recebido.
O sinal refletor (bastão + prismas) deve ser posicionado sobre o ponto a medir,
na posição vertical, com a ajuda de um nível de bolha circular ou de um bipé; e,
em trabalhos de maior precisão, deverá ser montado sobre um tripé com prumo
ótico ou a laser.
A figura a seguir ilustra um bastão, um prisma e um tripé específico para
bastão, todos da marca SOKKIA. Topografia 138
Topografia 139
Nível Digital

É um nível para medição eletrônica e registro automático de distâncias


horizontais e verticais ou diferenças de nível, portanto, não mede ângulos.
O seu funcionamento está baseado no processo digital de leitura, ou
seja, num sistema eletrônico de varredura e interpretação de padrões
codificados. Para a determinação das distâncias o aparelho deve ser
apontado e focalizado sobre uma régua graduada cujas divisões estão
impressas em código de barras (escala binária), como mostra a
figura a seguir.

Topografia 140
Este tipo de régua, que pode ser de alumínio, metal ínvar ou fibra de
vidro, é resistente à umidade e bastante precisa quanto à divisão da
Graduação. Os valores medidos podem ser armazenados internamente
pelo próprio equipamento ou em coletores de dados. Estes dados
podem ser transmitidos para um computador através de uma
interface RS 232 padrão. A régua é mantida na posição vertical, sobre o
ponto a medir, com a ajuda de um nível de bolha circular.
As figuras a seguir ilustram dois modelos de nível digital de diferentes
fabricantes. O primeiro é da LEICA, modelo NA3000. O segundo é da
SOKKIA, modelo SDL30.

Topografia 141
Topografia 142
Equipamentos Motorizados, Automáticos e Robotizados

Podem ser teodolitos ou estações totais; são aparelhos destinados a


medições de precisão em Geodésia.
Os motorizados são indicados para medição em que não há necessidade de
contato com o objeto a ser medido e em tarefas que requerem valores
medidos a intervalos regulares de tempo.
Têm como principal característica o auto-nivelamento (eletrônico) e
o alinhamento automático. Os automáticos combinam a tecnologia dos
motorizados com o reconhecimento automático do alvo (estático ou dinâmico).
Os robotizados combinam a tecnologia dos automáticos com o
acionamento por controle remoto. A seqüência de figuras a seguir ilustra
como é o procedimento, em campo, para:
Topografia 143
Um levantamento utilizando uma estação total convencional com um
operador realizando as etapas de estacionamento, nivelamento,
prumo, pontaria e registro das leituras e um auxiliar para segurar
o sinal refletor na posição vertical.

Topografia 144
Um levantamento utilizando uma estação total com reconhecimento
automático do alvo com um operador realizando as etapas de
estacionamento, nivelamento, prumo, pontaria grosseira e
registro das leituras e um auxiliar para segurar o sinal refletor.

Topografia 145
Um levantamento utilizando uma estação total robotizada com um
operador realizando as etapas de estacionamento, nivelamento e prumo e
um auxiliar para segurar o sinal refletor e controlar remotamente a estação.
Neste caso, uma única pessoa poderia comandar o serviço sozinha.

Topografia 146
Os equipamentos mais modernos dispensam o sinal refletor para distâncias
inferiores a 80m. Acima desta distância e com um alcance de 300m, ao invés
de um sinal refletor, pode ser utilizada uma fita adesiva reflexiva. Com um
prisma somente, o alcance destes equipamentos pode chegar a 5.000m.
Como a base de funcionamento destes aparelhos é o infravermelho e
a comunicação é por telemetria, o sistema pode ser utilizado, com eficiência,
durante a noite e por uma única pessoa.
Alguns destes aparelhos funcionam com tecnologia de microondas, o que
permite um alcance superior a 50.000m.
São aplicados, principalmente, em trabalhos de controle e monitoramento de
obras, medição de deformações e deslocamentos de terras.

Topografia 147
Obs.: segundo alguns fabricantes, o raio infravermelho emitido pelos
equipamentos eletrônicos de medição, visível ou não, é inofensivo e enviado
por um diodo que pertence à classe dos laser 1. Este raio é normalmente
afetado pelas variações bruscas de temperatura, pressão atmosférica e
umidade. Portanto, é aconselhável que os levantamentos sejam efetuados
em dias de boas condições atmosféricas.

Topografia 148
Princípio da Leitura Eletrônica de Direções

Os limbos podem funcionar por transparência ou reflexão. A codificação é


feita sempre utilizando elementos que interrompem ou não o caminho óptico
entre a fonte emissora de luz e o fotodetector.
Nos casos gerais onde os limbos funcionam por transparência, os principais
componentes físicos da leitura eletrônica de direções são dois, a saber:
a) um círculo de cristal com regiões claras e escuras (transparentes e
opacas) codificadas através de um sistema de fotoleitura;
b) fotodiodos detectores da luz que atravessam o círculo graduado.
Existem basicamente dois princípios de codificação e medição, o absoluto
que fornece um valor angular para cada posição do círculo, e o incremental
que fornece o valor incremental a partir de uma origem, isto é, quando se
gira o teodolito a partir de uma posição inicial.
Topografia 149
Para se entender de maneira simplificada os princípios de funcionamento,
pode-se pensar num círculo de vidro com uma série de traços opacos
igualmente espaçados e com espessura igual a este espaçamento. Colocando
uma fonte de luz de um lado do círculo e um fotodetector do outro, é possível
“contar” o número de pulsos “claros/escuros” que ocorrem quando o teodolito é
girado, de uma posição para outra, para medir um ângulo. Esse número
de pulsos pode ser então convertido e apresentado de forma digital em um
visor.
O exemplo a seguir ilustra este raciocínio.

Topografia 150
Tomando um círculo graduado de 8 cm de raio, com um perímetro aproximado
de 500 mm, pode-se pensar em traços com espessura de 0,5 mm, de tal forma
que se tenha um traço claro e um escuro a cada milímetro, logo 1000 traços no
equivalente aos 3600 do círculo. Isso leva a concluir que cada pulso (claro ou
escuro) corresponderia a cerca de 20 minutos de arco, que seria a precisão, não
muito boa, do hipotético equipamento. O exemplo descrito seria o caso do
modelo incremental

Topografia 151
Num segundo modelo pode-se pensar em trilhas opacas dispostas
concentricamente e não mais na posição radial.
Neste caso o número de trilhas vem dado pelo raio e não pelo perímetro
como no exemplo anterior. Associa-se o valor 0 (zero) quando a luz não
passa e 1 (um) quando a luz passa. Para detectar a passagem ou não da luz
é montada uma série de diodos, neste caso, em forma radial. A posição do
círculo é associada a um código binário de “0” ou “1” em uma
determinada seqüência. Isso forneceria um novo modelo, de sistema
absoluto e não incremental como o anterior.

Topografia 152
Topografia 153
Sensor Eletrônico de Inclinação

Vale a pena acrescentar, que os teodolitos eletrônicos incluem outra


característica distinta em relação aos mecânicos: o sistema de sensores
eletrônicos de inclinação que permitem a horizontalização automática.
Além de facilitar a tarefa do operador e aumentar a precisão, esse sistema
permite corrigir diretamente uma visada simples de ângulos verticais, sem
ter que conjugar os pares de leituras nas posições direta e inversa.
O sistema é baseado na reflexão de uma luz sobre uma superfície líquida,
que sempre permanece horizontal e por isso pode ser usada como um
referencial.

Topografia 154
Uma luz gerada em (A) é refletida na superfície líquida (B) e após atravessar
alguns componentes ópticos atinge um fotodiodo (C). O valor da corrente,
induzida neste, permite determinar a posição da luz com relação ao ponto de
zero (Z), em que quadrante e qual o deslocamento com relação a esse ponto
central, ou seja, a inclinação do teodolito na direção do eixo de colimação
(horizontal) e na sua perpendicular (vertical).

Topografia 155
Topografia 156
Estações Totais

De maneira geral pode-se dizer que uma estação total nada mais é do
que um teodolito eletrônico (medida angular), um distanciômetro
eletrônico (medida linear) e um processador matemático, associados em
um só conjunto. A partir de informações medidas em campo, como
ângulos e distâncias, uma estação total permite obter outras informações
como:
- Distância reduzida ao horizonte (distância horizontal);
- Desnível entre os pontos (ponto “a” equipamento, ponto “b”refletor);
- Coordenadas dos pontos ocupados pelo refletor, a partir de uma
orientação prévia.

Topografia 157
Além destas facilidades estes equipamentos permitem realizar correções no
momento da obtenção das medições ou até realizar uma programação prévia
para aplicação automática de determinados parâmetros como:
-Condições ambientais (temperatura e pressão atmosférica);
-Constante do prisma.
Além disto é possível configurar o instrumento em função das necessidades
do levantamento, alterando valores como:
-Altura do instrumento;
-Altura do refletor;
-Unidade de medida angular;
-Unidade de medida de distância (metros, pés);
-Origem da medida do ângulo vertical (zenital, horizontal, nadiral, etc);
Topografia 158
Topografia 159
Sistema de Posicionamento Global (GPS)

O GPS (Global Positioning System) é um sistema de posicionamento de


cobertura global, isto é, possível de ser utilizado em qualquer ponto da
superfície da Terra ou nas suas imediações atmosféricas, e que se baseia na
medição de distâncias através de tempos de percurso e diferença de fase de
sinais eletromagnéticos emitidos por uma constelação de satélites artificiais.

Topografia 160
Este sistema desenvolvido pelos Estados Unidos da América, teve origem
num sistema análogo, iniciado em 1960 pela Força Aérea dos E.U.A. e pela
NASA, o sistema TRANSIT. Ele foi concebido para além dos interesses de
navegação e de estratégia militar, com o objetivo de estabelecer um datum
geodésico global e sua ligação aos data locais. Esta primeira aplicação no
campo da geodesia iniciou-se em 1967. Posteriormente em 1974, e com o
objetivo de melhorar o sistema, a Secretaria de Estado da Defesa Norte
Americana avança com a ideia do atual sistema GPS, designado por
NAVSTAR GPS (Navegation Satellite Timing and Ranging), mais
aperfeiçoado e mais preciso do que o sistema anterior. O sistema é
constituído por três componentes principais, a componente espacial, a
componente de controle e a componente utilitária.
Topografia 161
A componente espacial é composta por uma constelação de 24 satélites,
21 em utilização permanente e 3 de reserva. Estes satélites são emissores
de sinais eletromagnéticos portadores de informação e com características
mensuráveis. Estão munidos de relógios atômicos bastante estáveis, os
quais são responsáveis pela estabilidade e qualidade dos sinais emitidos.
A componente de controle é constituída por um conjunto de várias
estações de rastreio dos satélites, espalhadas ao longo do equador e por
uma estação de controle, situada nos Estados Unidos, junto a Colorado
Springs.

Topografia 162
Topografia 163
A componente de controle tem a função de :

- verificar o funcionamento dos satélites;


- enviar os dados necessários para os satélites;
- determinar e enviar as efemérides dos satélites (parâmetros orbitais para
uma dada época);
- determinar as correções dos relógios dos satélites;
- determinar as correções aproximadas devido ao atraso atmosférico
sofrido pelo sinal;
- controlar as manobras de substituição dos satélites;
- atualizar a mensagem de navegação.

Topografia 164
A componente utilitária é formada pelo conjunto de todos receptores usados
pelos variadíssimos utilizadores do sistema a nível global. Os receptores são
compostos por um processador, uma unidade de registro de dados e uma
antena receptora do sinal. Os receptores recebem e decodificam o sinal, ao
qual aplicando certos algoritmos de cálculo obtêm-se a posição e velocidade
do receptor (centro de fase da antena), e o tempo exato com a precisão
superior a 1mseg. O sinal pode também ser processado à posteriori, a fim de
serem obtidos melhores resultados de posicionamento.

Topografia 165
Vantagens do sistema GPS

- pode ser operado sob quaisquer condições atmosféricas, sem afetar a sua
precisão;
- não necessita de intervisibilidade entre os pontos no posicionamento relativo;
- alcances quase ilimitados no posicionamento relativo, é condicionado apenas
pelo número mínimo de satélites intervisíveis pelas duas estações;
- pode-se operar com o sistema em qualquer hora do dia, desde que
haja o número mínimo de satélites disponíveis;

Topografia 166
Desvantagens

- necessita de intervisibilidade com os satélites, i. é., o sinal dos


satélites, de propagação retilínea, não pode ser obstruído por
qualquer objeto;
- interferências sobre o sinal, provocadas por outros sinais ou campos
electromagnéticos; condições que podem prejudicar o acesso e a boa
recepção do sinal.

Topografia 167
A característica de intervisibilidade com os satélites dificulta a
operacionalidade e a eficácia do sistema em zonas urbanas e de vegetação
alta. É de fato um dos inconvenientes importantes no sistema GPS, que torna
a instrumentação e as técnicas clássicas imprescindíveis e complementares
ao GPS nos trabalhos de topografia.
Nos trabalhos de ligação de levantamentos topográficos à rede, bem como, no
apoio topográfico ao método fotogramétrico, o GPS é atualmente o sistema
mais adequado, proporcionando operações de campo a baixo custo.

Topografia 168
Efeitos atmosféricos na propagação do sinal

Os dois efeitos atmosféricos sobre a propagação do sinal são os efeitos


troposférico e ionosférico, provocados pela passagem respectiva nas camadas
da troposfera e ionosfera. O resultado destes efeitos é o atraso na fase do sinal.
A Troposfera é a camada atmosférica que vai desde a superfície terrestre até
aos 50Km de altitude. É um meio não dispersivo, o efeito de atraso provocado
no sinal é função da temperatura, da umidade relativa do ar e da pressão
atmosférica. O problema na modelação deste efeito é o fato de não ser possível
conhecer os valores de temperatura, umidade e pressão em todas as
subcamadas e ao longo da trajetória de propagação do sinal; esses valores são
conhecidos, normalmente, apenas à superfície. Dentro da precisão de 1 a 2ppm
e para bases pequenas (até 20Km), este efeito pode ser desprezado, a partir
daí já será necessário entrar com modelos de correção apropriados.
Topografia 169
A Ionosfera é a camada atmosférica que vai dos 100 aos 1000Km de altitude,
é composta por partículas ionizadas (elétrons livres), é um meio dispersivo e
tem um efeito semelhante de atraso no sinal. Este efeito é proporcional à
quantidade total de elétrons e pode ser quantificado pela seguinte expressão,
dada por Klobuchar em 1983

onde o TEC é o número de elétrons por metro cúbico, com valores que
variam entre 1016 e 1019.

Topografia 170
Método de cálculo de área analítico (Gauss)

1- Numerar seqüencialmente no sentido horário os vértices do polígono;


2- Determinar as coordenadas dos vértices;
3- Aplicar a fórmula “A área é igual à metade do somatório dos produtos
da ordenada de cada vértice pela diferença entre as abcissas dos
vértices seguinte e anterior”

Topografia 171
Topografia 172
Trena Eletrônica

Topografia 173
Topografia 174
Topografia 175
Topografia 176
Topografia 177
Topografia 178
Topografia 179
Topografia 180
Topografia 181

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