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PÓS-GRADUAÇÃO

Ciência dos Materiais


PÓS-GRADUAÇÃO

Direções e planos
cristalográficos.
Imperfeições nos
sólidos
Bloco 1
Luiz Henrique Martinez Antunes
O que são imperfeições?

 São descontinuidades da estrutura cristalina


perfeita, portanto, todos os materiais possuem
imperfeições.
 As descontinuidades são comumente chamadas
de defeitos, mas isso não significa que o material
esteja falho.
Tipos de imperfeições

 Pontuais.

 Lineares.

 Planares.
Imperfeições pontuais - lacunas

Ocorrem pela falta de um átomo no arranjo atômico e são


dependentes da temperatura.
As lacunas determinam a taxa de movimentação dos átomos na
estrutura.
O número de lacunas é:

Figura 1 - Defeito do
tipo lacuna
 Q 
N l  N .exp   l 
 k .T 

Fonte: Askeland (2010).


Imperfeições pontuais - intersticiais

Ocorre quando um átomo ocupa uma posição da estrutura


cristalina anteriormente vazia.
Materiais com FEA maiores apresentam maiores distorções.

Figura 2 - Defeito do
tipo intersticial

Fonte: Askeland (2010).


Imperfeições pontuais - substitucionais
Ocorre quando um átomo da estrutura cristalina é substituído
por um átomo diferente na mesma posição do átomo original.

Figura 3 - Defeito do tipo substitucional

Fonte: Askeland (2010).


Imperfeições em linha - discordâncias

Ocorrem durante a solidificação do metal ou


durante sua conformação plástica.
As discordâncias explicam mecanismos de
deformação e ganho de resistência mecânica.
Figura 4 - Imagem de discordâncias obtidas
por microscopia eletrônica de transmissão

Fonte: imagem disponível em:


<ttps://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6421-
defeitos-em-linha-nos-materiais-cristalinos#.XRkEDHsh3OQ>.
Acesso em: 25 jul. 2019.
Imperfeições em linha - discordâncias

Figura 5 – Discordância Figura 6 – Discordância


em cunha em hélice

Fonte: <https://www.nde-
Fonte: Guy (1976). ed.org/EducationResources/Com
munityCollege/Materials/Structur
e/linear_defects.htm>. Acesso em:
25 jul. 2019.
Movimentação de discordâncias
Figura 7 – Deformação Figura 8 – Deformação
de um cristal ideal de um cristal real

Fonte:
Fonte: Padilha (2000). <https://gfycat.c
om/sprysmoothd
unnart>. Acesso
em: 252 jul.
2019.
Imperfeições planares

Defeitos bidimensionais são aqueles que ocorrem na


superfície do material ou na interface entre regiões com
diferentes orientações, como contornos de grãos.
Figura 9 – Defeito na
superfície do material Figura 10 – Contornos de grão

Fonte: Askeland (2010). Fonte: Colpaert (2008).


PÓS-GRADUAÇÃO

Direções e planos
cristalográficos.
Imperfeições nos sólidos
Bloco 2
Luiz Henrique Martinez Antunes
Direções cristalográficas
 Definimos as direções cristalográficas, utilizando
os índices de Miller [h k l] e seguindo os passos
abaixo:
• Um vetor é posicionado de maneira a passar
por meio da origem do sistema de
coordenadas.
• São determinados os comprimentos das
projeções do vetor sobre cada um dos três
eixos.
• Esses três números são multiplicados ou
divididos por um valor comum para reduzi-los
ao menor inteiro.
• Os três índices são colocados entre colchetes,
sem separação por vírgula, na ordem x, y, z.
Direções cristalográficas

Figura 11 – Direção na célula unitária

Fonte: elaborado pelo autor.


Direções cristalográficas

Figura 12 – Direção na célula


unitária

y
x

Fonte: elaborado pelo autor.


Planos cristalográficos

 Os planos cristalinos são representados de


maneira semelhante às direções, com a diferença
de os índices de Miller serem colocados entre
parênteses (h k ℓ).
• Caso o plano cruze a origem determinada,
deve ser trocada ou um plano paralelo deve
ser analisado.
• Determina-se o comprimento da interseção
planar.
• Obtém-se os inversos desses números.
• Ajuste dos números para o menor inteiro
(multiplicação ou divisão).
Planos cristalográficos

Figura 13 – Plano na célula unitária

Fonte: elaborado pelo autor.


PÓS-GRADUAÇÃO

Teoria em Prática
Bloco 3
Luiz Henrique Martinez Antunes
Mecanismo de deformação plástica

 A determinação das densidades linear e planar é


importante, pois ambas estão relacionadas com os
processos de deslizamento, ou seja, o mecanismo
pelo qual os metais se deformam plasticamente.
Esse deslizamento, geralmente, ocorre pelo plano
mais compacto. Quais são as densidades linear e
planar dos planos mais compactos de uma
estrutura CCC?
Estrutura cúbica de face centrada

Figura 14 – Estrutura cúbica de corpo centrado

Fonte: Shackelford (2012).

 Direção mais compacta: [111].


• Diagonal do cubo.
 Plano mais compacto: (110).
Direção cristalográfica CCC
Direção mais compacta [111].
Figura 15 – Direção
z

y
Fonte: elaborado pelo autor.
• Passa por 4 raios.
Distância pela qual o vetor passa pelos átomos
• dCCC 
Distância total do vetor
4r
• dCCC  1
4r
Plano cristalográfico CCC

Plano cristalográfico mais compacto (110):


• Plano corta 2 átomos – 1 no centro e 4 x 1/4 nas arestas.
• Área dos átomos – π.r².
• Área do plano – base x altura.
• Relação a-r:
Figura 16 z– Plano

a
4r
aCCC 
3 a 2
x

y
Fonte: elaborado pelo autor.
Plano cristalográfico CCC

Densidade planar :

área dos átomos pelo qual o plano passa


• dCCC 
área total do plano

•  
 2 x. .r ²   3
dCCC 
 16  2 r ²  8 2
 3 
PÓS-GRADUAÇÃO

Dica do Professor
Bloco 4
Luiz Henrique Martinez Antunes
Importância das direções e planos
cristalográficos
 Saber reconhecer as direções e os planos cristalográficos é
muito importante para o trabalho do engenheiro de
materiais.
 Conhecer os planos e direções preferenciais de deslizamento
dos materiais é fundamental para entender seu
comportamento mecânico.
 Ao relacionar estruturas cristalinas com direções e planos
mais compactos, ou preferenciais para o deslizamento,
conseguimos prever o comportamento dos materiais antes
mesmo de aplicá-los.
 Consulte a bibliografia para se aprofundar mais no tema.
Importância das direções e planos
cristalográficos
Tabela 1 – Sistemas de deslizamento das três
principais estruturas cristalinas

Número de
Estrutura Planos de Direções de
sistemas de
cristalina deslizamento deslizamento
deslizamento

{1 1 0}
CCC {1 1 2} <1 1 1> 48
{1 2 3}

CFC {1 1 1} <1 1 0> 12

{0 0 01}
HC {1 0 1ത 0} <1 1 2ത 0> 12
{1 0 1ത 1}

Fonte: elaborado pelo autor.


Referências Bibliográficas

ASKELAND, D R; WRIGHT, W J. Ciência e engenharia


dos materiais. 3 ed. Cengage Learning, 2015.
CALLISTER JR, W. D. Materials science and
engineering: an introduction. 7 ed. 2006.
COLPAERT, H; DA COSTA E SILVA A. L. V. Metalografia
dos produtos siderúrgicos comuns. 4ª ed. Blucher,
2008.
Referências Bibliográficas

PADILHA, A. F. Materiais de engenharia:


microestrutura e propriedades. 2000.
GUY, A.G. Essentials of Materials Science, McGraw-
Hill. 1976.
SHACKELFORD, J. F. Ciências dos materiais. 6 ed.
Pearson. 2012.
VAN VLACK, L. H. Princípios de ciências e tecnologia
dos materiais. 1964.

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