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Engenharia Mecânica

CMCA-0036 - PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA

Turma: 2022/2

Prof.(a) Sheila Medeiros

Email:sheila.m.carvalho@ufes.br

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Conformação por Deformação Plástica

2
Mecanismo de Deformação Plástica

Agenda
• Deformação por Deslizamento;
• Deformação por Maclação;
• Estrutura dos Materiais Deformados Plasticamente;
• Deformação em Elevadas Temperaturas.

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO A célula unitária é escolhida para
representar a simetria da estrutura cristalina
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária

A célula unitária
É o menor volume repetido no interior de um cristal

(a) Representação esquemática de um cristal formado a partir de um empilhamento de cubos.


(b) O mesmo cristal, onde átomos estão colocados nos nós do empilhamento. O conjunto de
átomos de cor azul forma a célula unitária do sistema cúbico simples.
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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais

• A descrição das estruturas cristalinas por meio de


células unitárias tem uma vantagem importante.

• Todas as estruturas possíveis se reduzem a um


pequeno número de geometrias básicas de células
unitárias;

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais

• Redes de Bravais: refere-se ao


posicionamento dos átomos na
estrutura cristalina

• Os cristais cúbicos têm modelos


idênticos ao longo de três direções
perpendiculares.

• A maioria dos metais e um grande


número de materiais cerâmicos
são cúbicos.

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia CFC
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas

• O reticulado é uma repetição nas três dimensões do modelo CCC


desenvolvido no interior do cristal.
• O FEA define a fração de volume da célula unitária que é
ocupada pelos átomos.

CCC CFC HC HC
N 2 4 6
NC 8 12 12
FEA 0,68 0,74 0,74

FEA= Volume dos átomos ( número de átomos * volume do átomo)/ Volume da célula
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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia CCC CFC
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas

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Mecanismo de Deformação Plástica

DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO


• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas
• Ìndices de Miller

Notação cristalográfica:

Para uma direção: [hkl]


Para uma família de direções: <hkl>

Para um plano: (hkl)


Para uma família de planos: {hkl}

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas
• Ìndices de Miller

Procedimento para Determina as Direções Cristalográficas

• Um vetor com comprimento conveniente é posicionado de maneira tal


que ele passe através da origem do sistema de coordenadas;
• 2- São determinados os comprimentos das projeções do vetor
sobre cada um dos três eixos; esses são medidos em termos das
dimensões a, b e c da célula unitária; Índices de Miller para direções cristalográficas.
• 3- Esses três números são multiplicados ou divididos por um fator
comum, para reduzi-los aos menores valores inteiros;
• 4- Os três índices, sem separação por vírgulas, são colocados entre
11 colchetes: [uvw].
Mecanismo de Deformação Plástica

DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO


• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas
• Ìndices de Miller

Procedimento para Determinar os Planos

1- Escolher um plano que não passe pela origem (0,0,0);


2- Determinar as interseções do plano com os eixos Índices de Miller para planos cristalográficos
cristalográficos x, y e z do cubo unitário;
3- Obter os inversos destas interseções;
4- Reduzir as frações ao mesmo denominador e determinar o
menor conjunto de números inteiros que estejam na mesma
proporção das interseções.
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Mecanismo de Deformação Plástica

DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO


• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas
• Ìndices de Miller

CFC CCC CFC

Índices de Miller de alguns planos importantes em cristais cúbicos (a) (100), (b) (110) e (c) (111).
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DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas Família de Planos Dodecaédricos {110}
• Ìndices de Miller

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas
• Ìndices de Miller Família de Planos Octaédricos {111}

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Elementos da Cristalografia
• Célula unitária
• Redes de Bravais
• Estruturas Metálicas
• Ìndices de Miller

Densidade atômica dos planos de baixo índice

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Mecanismo de Deformação Plástica
Exercícios FEA= Volume dos átomos ( número de átomos * volume do átomo)/ Volume da célula

Calcular o FEA para as seguintes estruturas:

a) CCC b) CFC

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a) HC

c/a=

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DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Natureza cristalográfica da deformação plástica

Trabalho pioneiro de EWING e ROSENHAIN (1899):


a)Monocristal com superfície polida, deformado plasticamente.

b)Aparecimento de bandas de deslizamento, resultantes de movimento cisalhante ao longo de planos cristalográficos


bem definidos.

Linhas de Deslizamento num monocristal de alumínio


Linhas de Deslizamento retas no cobre (500X)
19 deformado em tração na temperatura ambiente.
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Natureza cristalográfica da deformação plástica
As bandas de deslizamento são constituídas
por linhas de deslizamento, muito finas e
muito próximas umas das outras.

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Natureza cristalográfica da deformação plástica

Quanto maior for a deformação


plástica imposta ao corpo-de-prova,
maior será o desnivelamento entre as
diversas bandas de deslizamento e o
número das bandas de deslizamento.

(a) cristal antes do teste.


(b) decomposição da tensão aplicada numa componente normal σ e numa componente cisalhante τ no plano de cisalhamento xx’.
(c) cristal após a deformação plástica.
21 (d) representação esquemática de um detalhe estrutural do deslizamento.
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Natureza cristalográfica da deformação plástica

Formas distintas para que uma rede cúbica simples possa ser cisalhada, mantendo-se a simetria da rede.

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(A) cristal antes do deslizamento; (B) deslizamento numa direção densa; (C) deslizamento numa direção não densa.
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Natureza cristalográfica da deformação plástica

Sistema de Deslizamento
a)Direção de deslizamento (mais compactas)
b)Plano de deslizamento (mais densos => espaçados entre si) CFC HC CCC

HC CFC Sistema Planos Direções Total


CFC 4 planos {111} 3 direções <110> 12 sistemas

HC 1 plano {0001} 3 direções<1120> 3 sistemas

CCC 6 planos {110} 2 direções <111> 12 sistemas

12 planos {211} 1 direções <111> 12 sistema

24 planos {321} 1 direção<111> 24 sistemas

23 CCC CCC CCC


Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
Deslizamento adicional com o aumento da temperatura
• Natureza cristalográfica da deformação plástica

Metal Estrutura Plano Direção


Al CFC {111} {110} <110>
Cu CFC {111} <110>
Au CFC {111} <110>
Ni CFC {111} <110>
Ag CFC {111} <110>
Cd HC {0001} <1120>
Mg HC {0001} {1011} <1120>
Zn HC {0001} <1120>
Fe CCC {110} <111>
{112} <111>
24 {123} <111>
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Deslizamento numa Rede Perfeita
Modelo de FRENKEL (1926)

Modelo:
a) Nesta estrutura os planos de deslizamento são separados por uma distância
interplanar a, e os átomos possuem uma distância interatômica b.
b)Supõe-se que a metade superior do cristal desliza sobre a sua metade inferior, sob o
efeito de uma tensão cisalhante τ.
c) Quando uma tensão cisalhante é aplicada ao cristal, a mesma força de
oposição ao movimento atua sobre todos os átomos;
d)Sob o efeito desta tensão todo átomo desloca-se de sua posição de equilíbrio, com
energia potencial mínima, para um nível de energia mais elevado.
e) 3 Posições que a tensão cisalhante é zero: τ0= 0 ; τb= 0 e τb/2= 0
f) Nestes pontos, cada átomo é atraído em direção ao seu vizinho mais próximo da
outra fileira; Variação da tensão cisalhante τ em função do
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deslizamento x na direção cristalográfica b do Cr
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO Como explicar esta
diferença?
• Deslizamento numa Rede Perfeita

Modelo de FRENKEL (1926)

Fazendo uma aproximação a=b, temos:

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Discordâncias
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Discordâncias

Discordância: São defeitos de linha

Discordâncias em uma amostra de titânio


• Discordâncias existem em materiais cristalinos. observada em um MET. Plichta, 1990

• A movimentação de discordâncias é o principal fator envolvido na


deformação plástica de metais e ligas
• A mobilidade de discordâncias pode ser alterada por diversos
fatores (composição, processamento…)
• Discordâncias afetam outras propriedades do material, além das
mecânicas (p. ex. propriedades elétricas de semicondutores)
Discordâncias em um aço inoxidável,
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observadas em um MET.
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Discordâncias

• Nos materiais cristalinos o principal mecanismo de deformação plástica geralmente consiste no escorregamento
de planos atômicos através da movimentação de discordâncias.
• A movimentação das discordâncias se dá preferencialmente através de planos específicos e, dentro desses
planos, em direções específicas, ambos com a maior densidade atômica de um dado reticulado cristalino.

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO Modelo:
• Deslizamento por Movimento de Discordâncias 1) O movimento de discordâncias através da rede requer uma tensão
menor do que a tensão cisalhante teórica.
Átomos dispostos2) O movimento de discordâncias produz degraus, ou bandas de
simetricamente ao lado do
deslizamento, na superfície livre.
semi-plano extra, forças
iguais e opostas se opõem
e ajudam o movimento, e a
tensão para movimentar a
discordância é zero.

Quando o semi-plano extra


atinge a superfície, é
formado um degrau de
deslizamento, vetor de
Burgers.

Esquema espacial de uma estrutura com


29 discordância. Discordância em cunha se movendo no interior de um cristal
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Deslizamento por Movimento de Discordâncias

Segundo COTTRELL (1967), o processo de deslizamento


pode ser encarado como uma transição de estados de
energia:

Para minimizar a energia do processo, o material


deslizado “crescerá” às custas da região não deslizada,
através do avanço de uma região interfacial
(discordância), que é uma discordância de largura w.

W => Enregia interfacial baixa


Tensão de Peierls-Nabarro –
Tensão para movimentar a
30 discordância na rede cristalina
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Tensão Resolvida para o Deslizamento

Tensão de cisalhamento
resolvida:

R= σys senχ cosλ = σys cosφ cosλ

cosφ cosλ: fator de Schmid

Pergunta: o que acontece quando?

a) λ = 90 0 ou φ= 900
P: carga de tração aplicada;  : Tensão normal ao plano de deslizamento;
λ: ângulo entre a direção de deslizamento e o eixo de tração; b) λ= φ= 450
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φ: ângulo entre a normal ao plano de deslizamento e o eixo de tração.
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Deslizamento por Movimento de Discordâncias

Pergunta: qual a orientação mais


favorável para o deslizamento?
Equação de Schmid e Boas

• Condição para início do deslizamento


• Atingir valor crítico  ys (tensão crítica de cisalhamento)
R: λ= φ= 450

R = σ ys cosφ ys cos λys


Pergunta: Quanto vale σ ys quando
 R é máximo?

σ ys = 2  R

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Comparação entre a Deformação nos
Monocristais e Policristais

Deformação Plástica

Monocirstais Policristais

• São elástica e plasticamente isotrópicos;


• São elástica e plasticamente anisotrópicos;
• A deformação dos diversos grãos tem de ser
• Podem deformam-se em um único sistema
compatível para que esta situação ocorra;
de deslizamento;
• A deformação é inerentemente não homogênea (varia
• A deformação é homogênea.
em cada grão);

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Comparação entre a Deformação nos
Monocristais e Policristais

Alteração na estrutura dos grãos de um policristal metálico como resultado da deformação plástica.

(a) Antes da deformação os grãos são equiaxiais.


34 (b) A deformação produz grãos alongados.
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO
• Ductilidade em Policristais metálicos

Célula Nº de sistemas de Nº de sistemas


deslizamento independentes
Condição para deformação segundo Von Mises
CFC 12
HC 3
CCC 48
Ativação de cinco sistemas de
deslizamento independentes são a) Os metais CFC são facilmente deformáveis.
requeridos.
b) Os metais HC tem sua ductilidade limitada.
c) A estrutura CCC é menos compacta do que a
estrutura CFC, dificultando o deslizamento dos seus
átomos.
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Mecanismo de Deformação Plástica

DEFORMAÇÃO POR MACLAÇÃO

• A macla;
• Comparação entre maclação e deslizamento;
• Tipos de maclas;

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR MACLAÇÃO
São imperfeições bidimensionais que separam
duas regiões do cristal ou do contorno de grão
• A Macla
que são imagens especulares uma da outra.

A maclação:

• Rotação da rede;
• Imagem especular;

Maclação no plano (120) num cristal cúbico simples.


Os círculos cinza representam a posição original dos átomos;
Os círculos pretos representam a posição final dos átomos.
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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR MACLAÇÃO

• A macla

• A maclação ocorre em um plano cristalográfico determinado


segundo uma direção cristalográfica específica. Tal conjunto
plano/direção depende do tipo de estrutura cristalina.
• Deformação por maclação é um mecanismo importante na
deformação plástica de metais HC e CCC, principalmente a baixas
temperaturas e em altas velocidades de deformação.

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR MACLAÇÃO

• Comparação entre maclação e deslizamento; Diferenças entre a Diferenças entre


distância da região a orientação do
deformada? cristal?

(a) cubo não distorcido;

Ocorre em
(b) cubo deslizado com degrau; distâncias múltiplas
do espaçamento
atômico

(c) Cubo maclado revelando a


Os movimentos
reorientação após a maclação. atômicos são muito
inferiores a uma
distância atômica

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR MACLAÇÃO
• Comparação entre maclação e deslizamento

Amostras de zinco, polida e atacada a) linhas de


deslizamento e bandas de maclas; (b) idem a ,porém re-
polido e atacado, evidenciando bandas de maclas;

Amostras de TiA40 soldadas: a) laser; b) idem a, detalhe da macla na ZF; c)


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TIG; d) idem c, detalhes da ZF.
Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR MACLAÇÃO
• Tipos de Maclas

Maclas de deformação : são geradas como resultado da deformação plástica (CCC e HC , Alta taxa de
carregamento e baixa T). Não se extendem além do contorno de grão, lenticular.
Maclas de recozimento : são geradas num material pré-deformado, durante um tratamento térmico, em
associação com a recristalização e o crescimento de grãos. Acrescentam contornos mais retos do que as
malcas mecânicas. São mais largaas

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Mecanismo de Deformação Plástica
DEFORMAÇÃO POR MACLAÇÃO
• Tipos de Maclas

Micrografia da liga Co30Cr19Fe solubilizada. No


latão binário C260 Amostras de TiA40 soldadas a laser.
detalhe Maclas de recozimento no interior dos
grãos recristalizados. Aumento 100x. (Curbani, 2018

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Mecanismo de Deformação Plástica

Estrutura dos Materiais Deformados


Plasticamente

• Fibramento Mecânico
• Textura Cristalográfica

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Mecanismo de Deformação Plástica
Estrutura dos Materiais Deformados Plasticamente
Material policristalino equiaxial
• Fibramento Mecânico

É obtido pelo alinhamento de inclusões, cavidades e


constituintes de segunda fase na direção principal do
trabalho mecânico.

Conseqüência : anisotropia, variação razoável da mecânica do material conforme a orientação entre


esforço aplicado e estrutura.
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Mecanismo de Deformação Plástica
Estrutura dos Materiais Deformados Plasticamente

• Fibramento Mecânico

• Se as partículas e inclusões do material forem dúcteis e mais moles do que a matriz, as fibras assumem
forma alongada, elipsoidal (Ex.: MnS no aço);
• Se forem frágeis, quebram-se em fragmentos que se orientam paralelamente à direção principal de
trabalho (Ex.: Al2O3no aço);
• Se forem mais duras e mais resistentes do que a matriz, não se deformam (Ex.: SiO2no aço).
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Mecanismo de Deformação Plástica
Estrutura dos Materiais Deformados Plasticamente

• Fibramento Mecânico

Aço Carbono AISI 4140mod. Seção conformada


apresentando o fibramento do materal. Ataque: HCl.
Aumento: 5x

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Mecanismo de Deformação Plástica
Estrutura dos Materiais Deformados Plasticamente

• Textura Cristalográficas

É a descrição da distribuição de orientações cristalográficas dos cristais de um policristal em relação a


um sistema de referência.

Processo complexo : depende da restrição introduzida por grãos contíguos e é função da composição,
estrutura cristalina do metal e características do processo de deformação plástica. Como natureza,
extensão e temperatura.
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Mecanismo de Deformação Plástica
Estrutura dos Materiais Deformados Plasticamente

• Textura Cristalográficas

Motivos para ocorrer textura

Solidificação direcional: grãos crescem mais rápido em certas direções;


Epitaxia: grãos crescem com a orientação do substrato;
Deformação plástica: grãos sofrem rotação durante deformação;
Recristalização: novos grãos surgem com novas orientações;
Transformações de fase: idem ao anterior.

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Mecanismo de Deformação Plástica

Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura

• A Fluência;
O ensaio de fluência;
Mudanças estruturais durante a fluência
Mecanismo de deformação por fluência;
Mapas de Mecanismos de Deformação;
• Ligas utilizadas em altas Temperatura;
• Superplasticidades

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura
• A Fluência

É deformação progressiva e dependente do tempo de um material submetido a uma


elevada temperatura, sob carga ou tensão constante.

Temperatura homologa = Temperatura do teste


Temperatura de fusão do Material

temperatura homólogametais > 0,5

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura

• A Fluência
O Ensaio de Fluência

Considerações básicas para o ensaio


- Norma ASTM E139;
- Classificação dos ensaios:
- Ensaio com carga constante ;
- Ensaio com tensão constante;
- Ensaio de ruptura;
- Ensaio de Relaxação.

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura
• Fluência
O Ensaio de Fluência

Estágios da curva de fluência

ε0: aplicação instantânea da carga

Estágio I: estágio primário de fluência ou estágio transiente;


a) a taxa de fluência dε/dt é decrescente;
b) alterações na subestrutura de discordâncias, que dificultam o movimento de
discordâncias.

Estágio II: estágio secundário de fluência ou estágio estacionário;


a) a taxa de fluência dε/dt permanece constante;
b) subestrutura estável de discordâncias, balanço dinâmico entre endurecimento e recuperação.

Estágio III: estágio terciário de fluência;


a) ocorre para elevados níveis de carregamento e/ou de temperatura;
b) o balanço entre endurecimento e recuperação éperdido, devido a alguma instabilidade metalúrgica -estricçãolocalizada, corrosão, fratura
intergranular, formação demicrocavidades, precipitação de partículas frágeis de segunda fase, dissolução de partículasendurecedoras,
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recristalização de grãos, etc.
Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura

• Fluência
Mudanças estruturais durante a fluência
Resistência Mecânica
diminui ao se aumentar
a Temperatura

Fatores:
- Aumento da mobilidade dos átomos (difusão) e das discordâncias (escalagem)
- Operação de novos sistemas de deslizamento
- Deformação nos contornos de grão
- Alteração da estabilidade metalúrgica (exemplos: crescimento de grão, superenvelhecimento)
- Interação com o meio ambiente é favorecida

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura

• Fluência
Mecanismo de deformação por fluência

Fluência por difusão

Envolve o fluxo de lacunas e de intersticiais através dos


grãos, sob a influência da tensão aplicada.
Mecanismo de Nabarro-Herring (1950) : difusão dentro dos grãos.
Mecanismo de Coble (1963) : difusão pelos contornos de grãos.

Fluência por discordâncias

Envolve o movimento de discordâncias, que ultrapassam obstáculos através de mecanismos termicamente


ativados, envolvendo a difusão de lacunas e de intersticiais.

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura

• Fluência
Mecanismo de deformação por fluência

Deslizamento de discordâncias

Envolve movimento de discordâncias ao longo de planos de deslizamento, e


destravamento a partir de ativação térmica.

Escorregamento de contornos de grãos

Não desempenha um papel importante durante os estágios 1 e 2, mas na fluência


terciária contribui para a iniciação e a propagação de trincas intergranulares.

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura
• Fluência
Mapas de Mecanismos de Deformação

Mapas de Ashby(1972)

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Mapa de deformação para a prata, evidenciando o efeito do tamanho de grão.
Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura
• Fluência
Mapas de Mecanismos de Deformação

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Mapa de deformação para o tungstênio, evidenciando o efeito da taxa de deformação.
Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura
• Ligas utilizadas em altas Temperatura;

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura
• Superplasticidades

Um certo número de ligas, quando deformadas em tração em temperatura elevada, são capazes
de exibir deformação plástica livre de estricção, para valores que podem ultrapassar 1.000%.O
fenômeno é caracterizado por materiais com elevado valor de m, superior a 0,5 ⇒a deformação
plástica é dominada por escorregamento de contornos de grãos e por fluxo difusional.

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Mecanismo de Deformação Plástica
Respostas dos Materiais Aplicados em Elevadas Temperatura
• Superplasticidades

Pré-requisitos microestruturais:
➢ Tamanho de grão pequeno ( < 10μm, facilita fluência – mecanismos de Nabarro/Herring,Coble);
➢ Presença de uma segunda fase (eutética ou eutetóide, controle de tamanho de grão);
➢ Resistência da segunda fase (semelhante à matriz, dificulta cavitação);
➢ Tamanho (fino) e distribuição (homogênea) da segunda fase;
➢ Natureza do contorno de grão - alto ângulo (desordem, facilita escorregamento);
➢ Mobilidade dos contornos de grãos (para diminuir concentração de tensão em pontos triplos);
➢ Forma equiaxial dos grãos (para escorregamento dos contornos de grãos);
➢ Resistência dos contornos de grãos à separação por tração (clivagem) -diferença com cerâmicos.

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