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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

PAULA BEATRIZ RODRIGUES HERDT


SAMUEL GONÇALVES MOTTA

PROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA RESIDÊNCIA PRÉ-MOLDADA


VISANDO A CERTIFICAÇÃO DO SELO CASA AZUL CAIXA

Tubarão / SC
2019
PAULA BEATRIZ RODRIGUES HERDT
SAMUEL GONÇALVES MOTTA

PROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA RESIDÊNCIA PRÉ-MOLDADA


VISANDO A CERTIFICAÇÃO DO SELO CASA AZUL CAIXA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Prof. Vivian Mendes da Silva Martins, Msc.

Tubarão / SC
2019
Scanned by CamScanner
Dedicamos esta conquista, primeiramente, a
Deus por nos garantir coragem e persistência
necessária para ir em busca deste sonho. A
nossa orientadora que nos ajudou com muito
carinho. Aos nossos pais que não mediram
esforços para que chegássemos até essa etapa
de nossas vidas. E aos nossos amigos do curso
onde convivemos e compartilhamos
experiências durante a formação acadêmica.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus que permitiu a concretização deste sonho nos auxiliando,


não somente, nestes anos como universitários, mas estando presente em todos os momentos
de nossas vidas.
A nossa querida orientadora Vivian Mendes, por todo o carinho e dedicação em
auxiliar-nos na elaboração deste trabalho, e que nos deu todo apoio e direcionamento para que
pudéssemos alcançar um ótimo resultado.
Aos nossos pais, por acreditar nos nossos sonhos, pelo apoio e por estar conosco
nesta caminhada.
A nossa família e amigos por todo apoio direto ou indiretamente para elaboração
desse trabalho e pela compreensão das ausências.
Agradecemos a todos os nossos professores que nos proporcionaram o
conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e afetividade da educação,
ensinando o caminho a ser percorrido.
Aos nossos professores Gilson Rocha e Rennan Medeiros, que nos guiaram para
desenvolver este trabalho dentro das normativas e conceitos teóricos.
A nossos chefes que nos liberaram durante o horário de trabalho, para
desenvolvermos a pesquisa.
Agradecemos aos amigos que a universidade nos presenteou durante uma
caminhada intensa e difícil, e que apesar dos obstáculos, aprendemos muito com eles, dentro e
fora da sala de aula, por isso queremos agradecer pelas conversas e cervejas compartilhadas
durante esses 5 anos. Ao lado desses amigos a caminhada se tornou mais suave, e que são
essas as amizades que serão levadas para a vida toda.
A todos que participaram direta e indiretamente sobre nossa formação, muito
obrigado.
“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo” (Winston
Churchill).
RESUMO

O presente trabalho foi realizado com o intuito de projetar uma residência unifamiliar,
agregando a ela elementos que, diferentemente do método convencional, possuem caráter
mais sustentável. Para tanto, foram apresentados os conceitos e elementos de uma obra
realizada com concreto pré-moldado, de acordo com a norma vigente, bem como de
elementos de gesso acartonado, alternativa que combinada ao concreto pré-moldado fornece à
obra um caráter sustentável e de qualidade. Também foram apresentadas as vantagens e
desvantagens deste sistema construtivo. Paralelo ao já exposto realizou-se, também, a análise
do Selo de Construção Sustentável - Casa Azul da Caixa, visando à obtenção do mesmo para
a residência. Foi realizado o projeto de uma residência unifamiliar agregando os elementos
supracitados, no município de Tubarão/SC, acrescentando ao mesmo, práticas sustentáveis e
de acordo com a legislação vigente. Durante a análise do Selo e adequação do projeto ao
mesmo, foram encontrados alguns impasses, que impossibilitariam a obtenção do Selo ao
projeto. Contudo, constatou-se que seria necessário escolher o terreno ideal antes de projetar,
mas entende-se que a realidade não ocorre desta forma, afinal, na maioria das vezes, as
empresas e órgãos públicos ou proprietários de terrenos particulares, já possuem o terreno. Tal
situação aponta a necessidade de se realizar uma revisão no manual Selo Casa Azul CAIXA,
criado em 2010, visando analisar os critérios obrigatórios, tornando-os mais viáveis de serem
atendidos perante a realidade das cidades. Conclui-se que apesar dos impasses encontrados, o
projeto atingiu a graduação em nível ouro, atendendo 34 critérios e independente de não
conseguir a certificação, comprovou-se a importância de sua aplicação para qualquer tipo de
edificação, visto os benefícios que o mesmo proporciona não apenas em incentivar o uso
racional de recursos naturais e reduzir os impactos ambientais, mas também, proporcionar a
economia de água, energia e otimizar o conforto do usuário.

Palavras-chave: Pré-moldado. Selo Casa Azul CAIXA. Impactos ambientais. Construção


Civil. Projeto Arquitetônico.
ABSTRACT

The presente work was realized with the objective to project a single family residence, adding
to it elements that, differently the conventional method, have character more sustainable.
therefore, were shown the concepts and elements of a construction built with precast concrete,
according with the current standard, as well as of elements of plasterboard, combined
alternative with precast concrete create to construction a character sustainable and quality.
Also were shown the advantages and disadvantages this building system. Parallel to the
already exposed also realized the analyze of Sustainable Building Seal – Blue House of Box,
aiming to have the same to a single family residence adding the elements above, on city
Tubarão/SC, increasing to the same, sustainable practices and according with the current
legislation. During the Seal analysis and adequacy of project at the same, were found some
difficulties that would make it impossible to get the Seal to the project. However, it was found
that would be necessary to choose the ideal terrain before to design, but it is understood that
doesn’t happen this way, because mostly the companies and public agencies or owners of
private land, already have the terrain. Such a situation indicates to the need for it realize a
review on manual of Seal Blue House CAIXA, created in 2010, aiming to analyze the
mandatory criterion, turning it most viable to be allowed, before reality of cities. It is
concluded that although of difficulties founded, the projetc reached the graduation in gold
level, attending 34 criterions and regardless of can’t the certification, it is proved the
importance of your application for any kind of building, seen the advantages that the same
provides don’t only in encourage the rational use of natural recourses and reduce the
environmental impacts, but also give the economy in water, energy and optimize the user
comfort.

Key words: Precast. Seal Blue House CAIXA. Environmental Impacts. Civil Construction.
Architectural Project.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Seções de pilares ...................................................................................................... 24


Figura 2 - Características e elementos de um pilar ................................................................... 25
Figura 3 - Seções da viga.......................................................................................................... 26
Figura 4 - Laje TT .................................................................................................................... 26
Figura 5 - Laje alveolar ............................................................................................................ 27
Figura 6 - Tipos de vigota e lajota ............................................................................................ 28
Figura 7 - Terça em concreto .................................................................................................... 29
Figura 8 - Fachada com painéis pré-moldado .......................................................................... 31
Figura 9 - Formas das escadas .................................................................................................. 32
Figura 10 - Aparelho de apoio .................................................................................................. 32
Figura 11 - Junta de dilatação horizontal ................................................................................. 33
Figura 12 - Junta de dilatação vertical ...................................................................................... 33
Figura 13 - Vista frontal - Residência de Collonges ................................................................ 37
Figura 14 - Vista de fundos - Residência Collonges ................................................................ 38
Figura 15 - Fachada no inverno - Residência de Collonges ..................................................... 39
Figura 16 - Fachada no verão - Residência de Collonges ........................................................ 39
Figura 17 - Planta baixa do pavimento térreo - Residência de Collonges ................................ 40
Figura 18 - Planta baixa pavimento inferior - Residência de Collonges .................................. 40
Figura 19 - Planta baixa cobertura - Residência de Collonges ................................................. 40
Figura 20 - Fachada frontal e de fundos - Residência de Collonges ........................................ 41
Figura 21 - Fachada lateral 1 - Residência de Collonges ......................................................... 41
Figura 22 - Fachada lateral 2 - Residência de Collonges ......................................................... 41
Figura 23 - Corte 1 e 2 - Residência de Collonges ................................................................... 42
Figura 24 - Corte 3 - Residência de Collonges ......................................................................... 42
Figura 25 - Corte 4 - Residência de Collonges ......................................................................... 42
Figura 26 - Módulo de concreto sendo erguido - Residência de Collonges ............................. 43
Figura 27 - Módulo de concreto sendo encaixado - Residência de Collonges ......................... 43
Figura 28 - Execução e montagem - Residência de Collonges ................................................ 43
Figura 29 - Perfil metálico e placa de gesso acartonado .......................................................... 44
Figura 30 - Fachada do Residencial Bonelli ............................................................................. 58
Figura 31 - Área de lazer infantil.............................................................................................. 59
Figura 32 - Espaço gourmet ..................................................................................................... 59
Figura 33 - Planta Baixa Residencial Bonelli........................................................................... 60
Figura 34 - Fachadas Residencial Bonelli ................................................................................ 60
Figura 35 - Localização do município de Tubarão/SC ............................................................. 67
Figura 36 - Localização do Terreno no município de Tubarão ................................................ 68
Figura 37 - Orientação Solar .................................................................................................... 69
Figura 38 - Rosas dos Ventos ................................................................................................... 70
Figura 39 - Relevo no entorno do terreno................................................................................. 71
Figura 40 - Relevo do terreno ................................................................................................... 71
Figura 41 - Perfis Transversais do terreno................................................................................ 72
Figura 42 - Visuais do terreno .................................................................................................. 73
Figura 43- Condicionantes físicos do terreno ........................................................................... 74
Figura 44 - Sistema Viário no entorno imediato ...................................................................... 76
Figura 45 - Mapa do Sistema Viário em Tubarão .................................................................... 77
Figura 46 - Mapa de uso e ocupação do solo ........................................................................... 78
Figura 47 - Mapa de gabarito das edificações .......................................................................... 78
Figura 48 - Localização do terreno em relação ao zoneamento urbano ................................... 79
Figura 49 - Recuos para o terreno ............................................................................................ 82
Figura 50 - Fachada Frontal ..................................................................................................... 85
Figura 51- Fachada Direita ....................................................................................................... 86
Figura 52 - Fachada Fundo ....................................................................................................... 86
Figura 53 - Fachada Esquerda .................................................................................................. 87
Figura 54 - Qualidade do entorno - infraestrutura .................................................................... 89
Figura 55 - Qualidade do entorno - impactos ........................................................................... 90
Figura 56 - Lixeira .................................................................................................................... 92
Figura 57 - Planta Baixa Térreo - vento predominante nordeste .............................................. 93
Figura 58 - Planta Baixa Piso Superior - vento predominante nordeste................................... 94
Figura 59 - Planta Baixa Térreo - ventos predominantes sul e sudoeste .................................. 95
Figura 60 - Planta Baixa Piso Superior - ventos predominantes sul e sudoeste ....................... 96
Figura 61 - Lâmpada de LED e Selo PROCEL ........................................................................ 97
Figura 62 - Aquecedor a gás ..................................................................................................... 98
Figura 63 - Esqueleto da residência proposta frente................................................................. 99
Figura 64 - Esqueleto da residência proposta fundo................................................................. 99
Figura 65 - Modelos dos dispositivos economizadores .......................................................... 100
Figura 66 - Tratamento da água da chuva .............................................................................. 101
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Critérios de avaliação - categoria QUALIDADE URBANA .................................. 51


Tabela 2 - Critérios de avaliação - categoria PROJETO E CONFORTO ................................ 52
Tabela 3 - Critérios de avaliação - categoria EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ........................... 53
Tabela 4 - Critérios de avaliação - categoria RECURSOS E MATERIAIS ............................ 54
Tabela 5 - Critérios de avaliação - categoria GESTÃO DE ÁGUA ........................................ 55
Tabela 6 - Critérios de avaliação - categoria PRÁTICAS SOCIAIS ....................................... 56
Tabela 7 - Empreendimentos certificados pelo Selo Casa Azul ............................................... 57
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Critérios atendidos - Residencial Bonelli - Joinville/SC........................................ 61


Quadro 2 - Uso do solo para o terreno...................................................................................... 80
Quadro 3 - Parâmetros urbanísticos para o terreno .................................................................. 81
Quadro 4 - Nível de ruído ......................................................................................................... 91
Quadro 5 - Critérios atendidos pelo projeto proposto ............................................................ 102
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A seguir uma lista com todos os significados das siglas utilizadas nesse trabalho:

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABESCO – Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia
AMUREL – Associação dos Municípios da Região de Laguna
AQUA – Alta Qualidade Ambiental
BEPAC – Building Environmental Performance Assessment Criteria
CP – Cimento Portland
CPM – Concreto Pré-moldado
FTC – Ferrovia Tereza Cristina
HIS – Habitação de Interesse Social
HQE – Haule Qualité Environmental e dês Bâtiments
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
LED – Light Emitting Diode
LEED – Leadership in Energy e Environmental Design
MIT – Instituto Tecnológico de Massachussets
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MPT – Minipainéis Treliçados
NBR – Norma Técnica
ONU – Organização das Nações Unidas
PBQP – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade
PIB – Produto Interno Bruto
PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PT – Painéis Treliçados
RCD – Resíduo da Construção e Demolição
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
VC – Vigotas Pré-moldada Concreto Armado
VP – Vigotas Pré-moldada Concreto Protendido
VT – Vigotas Pré-moldada Treliçada
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - Área de Projeção................................................................................................... 82


Equação 2 - Área Edificável ..................................................................................................... 83
Equação 3 - Coeficiente de permeabilidade ........................................................................... 101
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 18
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 19
1.2 OBJETIVO ...................................................................................................................... 20
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 20
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 20
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 21
2.1 NBR 9062 – ESTRUTURAS DE CONCRETO PRÉ- MOLDADO............................... 21
2.1.1 Elementos de uma edificação pré-moldada .............................................................. 22
2.1.1.1 Fundação..................................................................................................................... 23
2.1.1.2 Pilares ......................................................................................................................... 23
2.1.1.3 Vigas ........................................................................................................................... 25
2.1.1.4 Lajes: Elemento de seção TT ..................................................................................... 26
2.1.1.5 Lajes: Elementos de seção alveolar ............................................................................ 26
2.1.1.6 Vigotas pré-moldadas ................................................................................................. 27
2.1.1.7 Elementos de pré-laje ................................................................................................. 28
2.1.1.8 Cobertura .................................................................................................................... 29
2.1.1.9 Paredes ........................................................................................................................ 30
2.1.1.10 Escadas ....................................................................................................................... 31
2.1.1.11 Juntas e aparelhos de apoio ........................................................................................ 32
2.1.2 Vantagens e desvantagens de construir com pré-moldados .................................... 34
2.1.3 Referencial projetual de residência pré-moldada .................................................... 36
2.1.3.1 Residência de Collonges, Suíça.................................................................................. 37
2.2 GESSO ACARTONADO ................................................................................................ 44
2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................. 45
2.3.1 Sustentabilidade na construção civil ......................................................................... 46
2.3.2 Selo casa azul CAIXA ................................................................................................. 50
2.3.2.1 Categoria 1 – Qualidade Urbana ................................................................................ 50
2.3.2.2 Categoria 2 – Projeto e Conforto ................................................................................ 51
2.3.2.3 Categoria 3 – Eficiência Energética ........................................................................... 53
2.3.2.4 Categoria 4 – Conservação de Recursos e Materiais.................................................. 54
2.3.2.5 Categoria 5 – Gestão de Água .................................................................................... 55
2.3.2.6 Categoria 6 – Práticas Sociais .................................................................................... 56
2.3.3 Referencial projetual selo Casa Azul ......................................................................... 57
2.3.3.1 Residencial Bonelli – Joinville/SC ............................................................................. 58
2.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PROJETOS REFERENCIAIS ................................... 62
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 64
4 PARTIDO GERAL DE PROJETO ................................................................................ 66
4.1 ANÁLISE DO TERRENO .............................................................................................. 66
4.1.1 Localização do terreno ................................................................................................ 66
4.1.2 Condicionantes físicos do terreno .............................................................................. 68
4.1.3 Entorno do terreno e Infraestrutura ......................................................................... 75
4.2 LEGISLAÇÃO ................................................................................................................ 79
4.2.1 Parâmetros urbanísticos do terreno .......................................................................... 79
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................... 84
5.1 PROJETOS ARQUITETÔNICOS .................................................................................. 84
5.2 GRADUAÇÃO DA RESIDÊNCIA NO SELO CASA AZUL DA CAIXA ................... 87
5.2.1 Categoria 1 – Qualidade Urbana ............................................................................... 88
5.2.2 Categoria 2 – Projeto e Conforto ............................................................................... 91
5.2.3 Categoria 3 – Eficiência Energética........................................................................... 97
5.2.4 Categoria 4 – Conservação de Recursos Materiais .................................................. 98
5.2.5 Categoria 5 – Gestão da Água .................................................................................. 100
5.2.6 Categoria 6 – Práticas Sociais .................................................................................. 101
5.2.7 Graduação da residência .......................................................................................... 102
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 105
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 108
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA) .................................................................... 111
APÊNDICES ......................................................................................................................... 115
APÊNDICE A – PLANTA DE LOCALIZAÇÃO, SITUAÇÃO E IMPLANTAÇÃO ... 116
APÊNDICE B – PLANTA BAIXA TÉRREO E PISO SUPERIOR ................................ 117
APÊNDICE C – PLANTA BAIXA COBERTURA E FACHADAS................................ 118
APÊNDICE D– FACHADAS E CORTES ......................................................................... 119
18

1 INTRODUÇÃO

A construção civil é uma das áreas industriais mais importantes para o


desenvolvimento econômico e social de um país, porém, é uma das que mais causam
impactos ambientais perante a extração da matéria prima e geram grande quantidade de
resíduos de construção.
Diante desta problemática, iniciou-se um processo de conscientização em busca
de novas soluções para reduzir os impactos que são gerados durante a construção de uma
obra, além de novos sistemas construtivos que garantem maior rapidez construtiva e reduzem
a geração de resíduos, tais como: estruturas pré-moldadas de concreto, gesso acartonado,
estrutura metálica, de madeira, dentre outros. Paralelo a isto surgiram diversos tipos de
certificações sustentáveis aplicadas em edificações, visando a redução dos impactos
ambientais.
O surgimento dos selos de certificação sustentável ocorreu em diversos países,
como resultado das conferências sobre meio ambiente e dos compromissos da Agenda 21, que
definem diretrizes para orientar os países e os municípios a buscar soluções para preservar o
meio ambiente e o desenvolvimento sustentável social, econômico e ambiental.
Dentre os diversos tipos de certificação utilizados para a realidade brasileira, foi
escolhido como base para esta pesquisa, o Selo Casa Azul CAIXA – Construção Sustentável,
elaborando um projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar, utilizando o sistema
estrutural com peças pré-moldadas de concreto, visando alcançar a certificação.
Para melhor entender o desenvolvimento da pesquisa, foi realizado uma análise da
NBR 9062 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado, sobre cada elemento
que compõe o sistema construtivo e uma análise sobre as categorias e critérios a serem
seguidos em função do Selo Casa Azul CAIXA.
A fim de complementar as pesquisas foram estudados dois referenciais projetuais,
o primeiro, para demonstrar o uso do sistema pré-moldado em projeto residencial unifamiliar
e o segundo, mostrando a graduação obtida no selo de um edifício multifamiliar, visto que o
Selo Casa Azul é mais voltado a grandes empreendimentos habitacionais.
Nesse contexto, o projeto arquitetônico residencial unifamiliar, objeto desta
pesquisa, será elaborado no município de Tubarão/SC, seguindo os parâmetros da construção
com estrutura pré-moldada, visando não somente a possibilidade de conseguir a certificação
do Selo Casa Azul CAIXA, mas também, comprovar a importância da sua aplicação em
19

qualquer tipo de edificação, visto os benefícios que o mesmo proporciona não apenas para o
conforto do usuário, mas principalmente, na minimização dos impactos ambientais.

1.1 JUSTIFICATIVA

A indústria da construção civil possui suas particularidades quando relacionada a


outros ramos industriais. Por exemplo, ao se executar uma obra in loco, que é a execução de
elementos de concreto em seu próprio local de uso, o canteiro de obras da edificação torna-se,
metaforicamente, uma fábrica. Comparando ainda o sistema construtivo moldado in loco com
os elementos pré-moldados e pré-fabricados, que são os elementos executados fora de seu
local de uso, nota-se que o primeiro é considerado obsoleto, muitas vezes, reflexo de técnicas
arcaicas, junto ao descaso com o controle de qualidade que gera uma produtividade
relativamente baixa e pouca sustentabilidade.
Com o avanço da tecnologia, a qualidade e o tempo de execução passaram a ser
uma preocupação maior e, diante deste contexto, iniciou-se uma busca por novas técnicas e
produtos, e a produção em larga escala, passou a ser uma realidade a partir da segunda fase da
Revolução Industrial.
A indústria da construção civil buscou também técnicas e produtos menos
primitivos. Uma das formas criadas para diminuir o atraso na construção civil foi a criação e a
utilização de elementos pré-moldados.
A preocupação com o meio ambiente é um aspecto mais recente na construção
civil, essa preocupação ocorreu por causa do rápido aumento populacional nas áreas urbanas e
pelo fato que ao longo do ciclo de vida de uma construção são gerados aproximadamente 40%
de todos os resíduos produzidos pela sociedade (GONZÁLES,2008).
Atualmente é um objetivo quase inalcançável construir um empreendimento
(residência, prédio e entre outras construções) que seja 100% sustentável. Contudo, existem
soluções para mitigar esse impacto ambiental, como: instalação de energia solar, reutilização
da água da chuva, aproveitamento da luz solar e da ventilação natural, etc. Como também
existem programas que incentivam a construção sustentável como o Procel Edifica, PBQP do
Habitat, Selo Casa Azul CAIXA e entre outros.
Em suma, pergunta-se: como desenvolver um projeto de uma residência
unifamiliar com a adoção de práticas sustentáveis e utilizando elementos pré-moldados,
com aplicação do Selo Casa Azul, atendendo aos requisitos mínimos exigidos pela
CAIXA?
20

1.2 OBJETIVO

A seguir serão apresentados os objetivos geral e específicos, a fim de melhor


complementar a essa monografia.

1.2.1 Objetivo geral

Elaborar um projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar com peças pré-


moldadas de concreto e adoção de práticas sustentáveis, a fim de verificar a possibilidade de
obter o Selo Casa Azul CAIXA.

1.2.2 Objetivos específicos

Para atingir os escopos do objetivo geral, uma série de atividades faz-se


necessárias. Dentre elas:
a) Analisar a NBR 9062 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-
moldado;
b) Analisar um referencial projetual residencial executado com peças pré-
moldadas de concreto;
c) Analisar o Selo Casa Azul CAIXA, estudando as categorias e seus
critérios;
d) Analisar um referencial projetual residencial que recebeu a certificação do
Selo Casa Azul;
e) Elaborar o projeto arquitetônico, seguindo os critérios do Selo Casa Azul.
21

2 REVISÃO DE LITERATURA

A flexibilidade das construções atuais tem surpreendido o mercado da construção


civil. A modernidade trouxe consigo qualidades importantes e uma diversidade de produtos
que vai além das convencionais construções a que estão habituados. Como alternativa, surgem
as construções pré-moldadas, um nicho de mercado, ainda pouco explorado, e que ainda tem
muito a oferecer, como será exposto a seguir.

2.1 NBR 9062 – ESTRUTURAS DE CONCRETO PRÉ- MOLDADO

Segundo a NBR 9062 (2017, p. 2), “as estruturas pré-moldadas de concreto são
aquelas em que os elementos estruturais (peças) são moldados previamente e fora do local de
utilização definitiva na estrutura”, no entanto, esse tipo de construção não se limita
unicamente ao concreto, podendo ser também de elementos de madeira, metálicos e outros.
Tendo em vista que o concreto necessita de um tempo para que haja a cura
adequada e posterior desforma, a utilização de elementos pré-moldados de concreto surge
para que este tempo seja minimizado, sem que haja perda de qualidade da obra.
A norma ainda regulamenta que, dentro desta modalidade construtiva, uma obra
pode ser inteiramente de peças pré-moldadas, ou também, de elementos preparados in loco
mesclados com peças pré-moldadas, caracterizando uma obra mista. É possível, ainda,
incorporar outros materiais nas obras pré-moldadas, como os itens supracitados.
A utilização dos pré-moldados ainda resulta em uma diminuição significativa de
formas e escoras, redução no desperdício de concreto na obra e de insumos armazenados no
canteiro. Com a utilização adequada dos materiais é possível reduzir, consideravelmente, os
resíduos de construção gerados, tornando a obra ainda mais sustentável. (SIRTOLI, 2016)
No contexto histórico, segundo Vasconcelos (2002, p. 13), “não se pode expressar
a data em que começou a pré-moldagem. O próprio nascimento do concreto armado ocorreu
com a pré-moldagem de elementos, fora do local de seu uso”, ou seja, a pré-moldagem
iniciou-se juntamente com o surgimento do concreto armado.
Segundo El Debs (2017, p. 45), “as primeiras peças de concreto armado - o barco
de Lambot, em 1848, e os vasos de Monier, em 1849 – foram elementos pré-moldados”. A
partir de então, a pré-moldagem passou a ser usada nas construções, sendo que a pioneira,
22

ainda conforme El Debs (2017, p. 45) foi “provavelmente, o Cassino de Biarritz, na França,
em 1891”.
O auge dos pré-moldados deu-se com o fim da Segunda Guerra Mundial. Com a
destruição em massa que resultou deste conflito histórico, tanto de pessoas como de
edificações, o concreto pré-moldado (CPM) tornou-se uma técnica construtiva capaz de suprir
estes quesitos, que demandava menos tempo e mão de obra.
No Brasil, segundo Vasconcelos (2002, p. 13), a primeira grande obra que utilizou
o CPM foi o hipódromo da Gávea, no ano de 1926, realizada pela construtora dinamarquesa
Christiani-Nielsen. Os principais elementos pré-moldados da obra foram as estacas utilizadas
na fundação.
O autor cita ainda, que a primeira obra com elementos pré-moldados que
englobou edifícios de vários pavimentos foi o conjunto da Cidade Universitária Armando
Salles de Oliveira, em São Paulo, constituído de doze prédios, cada qual com doze
pavimentos. Dos doze edifícios, seis foram construídos com elementos pré-moldados,
executados pela Construtora Ribeiro Franco, que era inexperiente neste ramo.
Com os avanços tecnológicos, principalmente com o surgimento do concreto
protendido, o concreto pré-moldado passou a ser mais utilizado, havendo a incorporação
também de peças mistas, que agregam o concreto moldado in loco ao CPM (EL DEBS, 2017).

2.1.1 Elementos de uma edificação pré-moldada

Segundo El Debs (2017), uma edificação pré-moldada possui os mesmos


elementos de uma edificação construída da forma tradicional, o que difere uma da outra seria,
principalmente, o tempo, pelo fato de uma obra com elementos pré-moldados ser construída
em um período de tempo mais curto do que uma edificação executada da forma tradicional.
Para base desta pesquisa serão adotadas as etapas construtivas do livro Concreto
Pré-Moldado: Fundamentos e Aplicações, elaborado por Mounir Khalil El Debs, no ano de
2017, onde o autor dividiu a edificação por elementos, começando pelo esqueleto do edifício:
fundações, vigas, pilares, lajes, elementos de parede, cobertura e outros componentes.
23

2.1.1.1 Fundação

Segundo El Debs (2017), fundação é o elemento mais importante de uma


edificação, pois é o alicerce do empreendimento. Em função disto, é imprescindível saber o
tipo de solo onde será executada. Para que a fundação exerça seu papel corretamente, o solo
precisa ter resistência para suportar as cargas de uma edificação.
As fundações de concreto são responsáveis por transmitir as cargas provenientes
da edificação para o solo, e podem ser divididas em rasas e profundas, conforme NBR 6122
(ABNT, 1996). A escolha do tipo de fundação a ser utilizada é em relação aos parâmetros do
solo onde será executado. No caso das fundações rasas podem ser de quatro tipos: sapata,
bloco de fundação, radier e viga de fundação. Já no caso das fundações profundas são três
tipos: estacas, tubulões e caixões.
As peças pré-moldadas podem ser utilizadas em ambos os casos, sendo, portanto,
mais utilizadas em estacas. As seções das estacas podem variar, sendo as mais comuns:
retangulares, quadradas e circulares, e a escolha pelo projetista deve se basear nas
peculiaridades de cada tipo de solo e projeto.

2.1.1.2 Pilares

Pilar é um elemento da construção civil, executado na vertical e tem como função


transmitir as cargas das vigas e laje para a fundação. Além de transmitir a carga, ajuda a
manter a edificação estável (FERREIRA, et al, [s.d.]).
Os pilares são elementos estruturais em concreto armado ou concreto protendido
(no caso de pilares com momento fletor muito alto) com seção quadrada, cilíndrica, retangular
e seções especiais. Existem também modelos de pilares com apoio de viga e duto para escoar
a água da chuva, conforme Figura 1, a seguir (EL DEBS,2017).
24

Figura 1 - Seções de pilares

Fonte: EL DEBS (2017, p. 224).


A figura 1 ilustra as diferentes seções transversais de pilares, sendo que deve ser
adotada aquela que melhor atende às necessidades da obra, sendo sua escolha,
responsabilidade do projetista.
Segundo Acker (2002, p. 65):

[...] Geralmente, os pilares requerem uma seção transversal mínima de 300 mm, não
apenas por motivos de manuseio, mas também para acomodar as ligações pilar-viga.
A largura mínima de 300 mm fornece uma resistência ao fogo para cerca de duas
horas, tornando possível a aplicação destes elementos em edificações com diferentes
usos.

Conforme El Debs (2017) em relação ao comprimento do pilar, pode-se chegar


mais ou menos a 30 metros, porém é sugerido utilizar esse comprimento próximo dos 20
metros. Deve-se manter um alinhamento vertical dos pilares por toda a extensão da edificação
ou possuir viga de transição para pilares recuados, a fim de atender ao projeto arquitetônico.
É possível notar na Figura 2, que, diferentemente, dos pilares convencionais, nos
pilares pré-moldados, faz-se necessário executar apoios e aparelhos de ligação para as vigas.
Para tanto, é preciso ter o projeto pré-determinado, evitando improvisações durante a obra. A
figura em questão apresenta os elementos do pilar pré-moldado.
25

Figura 2 - Características e elementos de um pilar

Fonte: EL DEBS (2017, p. 225).

2.1.1.3 Vigas

Vigas são elementos lineares e seu comprimento longitudinal supera até três vezes
sua maior seção. São elementos que recebem as cargas da laje, transferindo-as para os pilares
(BASTOS, 2017).
Assim como os pilares, as vigas são elementos estruturais em concreto armado ou
em concreto protendido, dependendo dos esforços atuantes. Normalmente é utilizado o
sistema laje-viga-pilar, para transmitir os esforços da edificação (SB PRÉ-FABRICADOS,
[s.d.]; PREMONTA, 2014).
Em relação ao formato da viga, as mais usuais são a de seção retangular, seção I,
seção T e seção L, conforme apresentadas na figura abaixo. Mas existem outras formas, a viga
seção caixão e a tipo Vierendeel, que não são muito utilizadas (EL DEBS, 2017).
A Figura 3 a seguir apresenta as seções de viga mais populares nas obras de
engenharia, ou seja, as mais comumente utilizadas.
26

Figura 3 - Seções da viga

Fonte: EL DEBS (2017, p. 225).


A viga de seção I é mais indicada para situações onde não haverá a presença da
laje, que seria o caso de galpões, por exemplo. Em situações onde a edificação possui mais de
um pavimento ou laje é indicado utilizar a viga de seção retangular ou T. Em relação ao seu
comprimento, as vigas de seção retangular são usadas em vãos de até 10 metros e as de seção
I na faixa de 10 a 40 metros (EL DEBS,2017).

2.1.1.4 Lajes: Elemento de seção TT

Os elementos de seção TT, são painéis utilizados para lajes, podendo ser aplicados
com ou sem uma capa de concreto moldado no local, originando elementos compostos
(mistos). Esse tipo de laje geralmente é executada em concreto protendido e vence grandes
vãos. Podem ser empregados na faixa de 5 a 30 metros, e em casos especiais chegam a 40
metros de vão (EL DEBS, 2017).
Na figura 4 é possível verificar que o nome da laje “TT” dá-se pela forma
apresentada e a semelhança com as letras que lhe dão o nome é notável.
Figura 4 - Laje TT

Fonte: Lajes Patagonia, 2019.

2.1.1.5 Lajes: Elementos de seção alveolar

Os painéis alveolares são produzidos industrialmente, fora do local definitivo de


uso. Possuem armadura longitudinal ativa e seção alveolar e podem ser utilizados para lajes,
27

com ou sem capa de concreto moldado no local, formando um elemento composto (NBR
14861/2011).
Esses painéis possuem seções transversais vazadas ao longo de seu comprimento,
podendo variar sua geometria de acordo com o que mais se adequa ao projeto. Geralmente é
executado em concreto protendido e vence vãos na casa dos 20 metros (EL DEBS, 2017).
É possível notar na imagem da Figura 5, que as seções vazadas podem variar de
geometria, comumente sendo circulares ou sextavadas. Segundo a NBR 14861 (2011, p. 8),
“A geometria dos alvéolos deve ser definida em projeto, conforme fabricante e equipamentos
utilizados.”
Figura 5 - Laje alveolar

Fonte: BPM Pré-moldados, [s.d.].


Também são utilizados como fechamento de alvenaria, substituindo os
convencionais tijolos, sendo que o fato de serem vazados reduz consideravelmente o peso da
estrutura e, consequentemente, o custo da obra.
Estes elementos são vantajosos devido à racionalização de materiais, diminuição
do aço e concreto, economia de formas e velocidade de montagem (COSTA, 2009).

2.1.1.6 Vigotas pré-moldadas

As vigotas pré-moldadas são constituídas por concreto estrutural, executadas fora


do local de uso e sob rigorosas condições de controle de qualidade. Podem ser classificadas
em três tipos: a) de concreto armado (VC); b) de concreto protendido (VP) e c) treliçada (VT).
28

Existem ainda outros dois elementos semelhantes, os minipainéis treliçados (MPT) e os


painéis treliçados (PT). (NBR 14859-1, 2016)
As vigotas, ilustradas na figura 6, são utilizadas no sistema de laje pré-moldada,
que é bastante utilizada no Brasil, por serem peças leves de fácil manuseio, o que acaba
agilizando a obra.
As vigotas são trilhos maciços com seção transversal “T” que servem de encaixe
para as tavelas, que são blocos utilizados para o revestimento da laje. Após execução
das vigotas, as tavelas são encaixadas sobre elas, sendo que a distância entre as
vigotas depende do tamanho das tavelas (PEREIRA, 2017).

Figura 6 - Tipos de vigota e lajota

Fonte: Axion Construções, 2012.

Esse tipo de laje consegue atingir vãos de 5 metros com o uso de concreto
armado, e vãos de 10 metros com o uso de concreto protendido ou com armação treliçada
(DEBS, 2017).

2.1.1.7 Elementos de pré-laje

Segundo a NBR 14860 (2002, p. 2), “as pré-lajes são placas com espessura entre
3,0 cm e 5,0 cm e larguras padronizadas”. São compostas por concreto estrutural, executadas
fora do local de uso, sob controle de qualidade rigoroso.
Os elementos de pré-laje, são painéis pré-moldados em concreto e podem ser
maciços ou vazados. Por se tratar de elementos pré-moldados agilizam o andamento da obra,
que muitas vezes tem um cronograma apertado.

Os painéis podem ser do tipo unidirecionais, correspondentes a elementos em forma


de faixas que se apoiam em dois lados, ou do tipo bidirecionais, correspondentes a
elementos de forma quadrada ou retangular, normalmente apoiados em quatro lados.
Os elementos unidirecionais podem ser de largura padronizada, ao passo que os
elementos bidirecionais são executados para aplicações específicas (EL DEBS, 2017
p.228).
29

Em razão dos elementos pré-moldados necessitarem de um controle maior no


momento em que está sendo executado, inúmeros problemas futuros podem ser evitados.
Contudo, ainda são elementos pouco utilizados na construção de edifícios.

2.1.1.8 Cobertura

Segundo Azeredo (1997, p. 153), “a cobertura de uma edificação tem por


finalidade principal abrigá-la contra intempéries, e deve possuir propriedades isolantes”. Este
elemento é formado por superfícies inclinadas, com valor variante de projeto para projeto.
Deve ser levado em consideração o tipo de intempérie a ser suportada por essa cobertura. Por
exemplo, algumas coberturas necessitam de uma inclinação bem mais alta em função de haver
nevascas, onde não pode ficar acumulada nos telhados, o que danificaria a edificação. A
inclinação também varia quanto ao produto a ser utilizado na cobertura.
A cobertura pode ser executada de duas maneiras, a primeira seria utilizando os
elementos de cobertura citados acima, como vigotas, pré-laje, elementos de seção T e
elementos de seção alveolar. A segunda maneira é utilizando terças de concreto e telha (EL
DEBS, 2017).
Em relação à segunda maneira, não é muito utilizada na construção de casas ou
edifícios, sendo mais empregada na construção de galpões pré-moldados, como demonstra a
figura na sequência.
Figura 7 - Terça em concreto

Fonte: Concreta, [s.d.].


30

É possível verificar na figura anterior que os elementos, conforme já exposto, não


estão sendo utilizados para composição de uma residência, mas sim de uma obra com maior
porte, semelhante a um galpão.

2.1.1.9 Paredes

As paredes de uma edificação possuem a função principal de separar ambientes e


proteger a parte interna contra uma série de fatores como: vento, poluição sonora, temperatura
etc. São estruturas dispostas verticalmente, possuindo capacidade vedante. Podem ou não ter
função estrutural, variando conforme especificação em projeto.
Em relação aos elementos do sistema de fechamento de parede, podem ser painéis
maciços, vazados, nervurados ou sanduíches, podendo ser também, utilizados como elemento
estrutural (EL DEBS,2017).
Os painéis maciços são elementos que podem ser executados em concreto simples
(mesmo assim possui armadura), concreto armado ou em concreto protendido. Os painéis
vazados são elementos alveolares, que foi mostrado no tópico 2.1.1.5 deste trabalho. Os
painéis nervurados são elementos de seção T, TT ou U, que foi citado nos tópicos referentes a
laje. E por último os painéis sanduíches que são executados com duas camadas de concreto e
um material de enchimento interno, muito utilizado quando se quer um isolamento térmico ou
acústico que transmita melhor resultado (EL DEBS,2017).
Em relação a ligação entre os painéis, este é executado através de armaduras de
ligação, para melhorar a estabilidade e vedação, sendo necessário ter juntas de dilatação nos
painéis, para que as peças consigam trabalhar de forma que não haja atrito entre elas e,
conforme El Debs (2017, p. 231):

Merece salientar que, via de regra, as ligações, mesmo quando projetadas para
permitir movimentos, podem introduzir certas restrições. Com isso, ocorrem
solicitações adicionais nos painéis, mas por outro lado, há um enrijecimento na
estrutura principal.

É possível verificar na figura seguinte que os painéis foram utilizados na fachada,


simulando movimento, havendo então necessidade de prever as solicitações adicionais. Sendo
o descolamento de placas de fachada um problema bem recorrente, o cuidado para que não
ocorra esse tipo de problema com os painéis pré-moldados deve ser maior, em função do peso
e tamanho do elemento. Outro ponto seria a questão arquitetônica, onde os painéis podem
receber qualquer tipo de acabamento, como pintura ou revestimento cerâmico.
31

Figura 8 - Fachada com painéis pré-moldado

Fonte: Revista Vitruvius, 2008.

Como podemos observar na figura acima, os painéis pré-moldados podem ser


executados com diversos formatos, assim conseguindo atender o objetivo que foi projetado
pelo arquiteto ou engenheiro.

2.1.1.10 Escadas

As escadas são elementos estruturais com a função de, através de uma série de
degraus, unir dois ambientes com diferença de nível entre eles. Em edifícios verticais, é a rota
de fuga em caso de ocorrência de incêndio, não podendo ser negligenciada na hora de se
realizar um projeto (NBR 9077/2001).
As escadas pré-moldadas ajudam a diminuir o transtorno de executá-las na obra,
agilizando sua montagem. Em relação ao material pode ser de madeira, alumínio, ferro,
concreto armado, entre outros, como podemos observar, existe uma variedade de materiais
onde o cliente pode optar pelo material que mais lhe agrade ou mais viável economicamente.
As formas geométricas mais utilizadas são: escada reta, em forma de U, caracol e
etc. De acordo com El Debs (2017), em relação aos degraus da escada podem ser de placa
maciça, com paramento inferior seguindo os degraus e com vigas laterais ou viga central,
como mostra a figura seguinte.
32

Figura 9 - Formas das escadas

Fonte: El Debs (2017, p. 234).

2.1.1.11 Juntas e aparelhos de apoio

Os aparelhos de apoio possuem a função de associar as peças estruturais,


permitindo a mobilidade prevista entre estas, podendo ser de rotação, translação ou ambas. As
juntas de dilatação são elementos dotados de flexibilidade, ligados à estrutura, com a função
de vedar as aberturas das juntas estruturais, fazendo com que o elemento trabalhe como um
todo, conforme apresentado na Figura 10. (DER, 2006).
Figura 10 - Aparelho de apoio

Fonte: Empresa Top Tec, [s.d.]


33

Por se tratar de peças pré-moldadas é necessário prever juntas e aparelho de apoio


na estrutura, para que não ocorra atrito entre as peças, o que acaba gerando danos a mesma e
com isso, reduzindo o tempo útil da peça. A figura anterior ilustra a necessidade de colocação
de aparelhos de apoio nas junções de pilares e vigas, para que estes trabalhem de maneira
individual, evitando problemas futuros.

Aparelhos de apoio são elementos fundamentais à movimentação natural existente


em algumas estruturas. São necessários para atender às condições de estabilidade e
movimentação prevista em projeto ao longo de toda a vida útil destas estruturas.
(EMPRESA RUDLOFF, [s.d.]).

A junta de dilatação é um espaçamento (corte) entre as peças, para que estas


consigam trabalhar de forma a não causar fissuras ou rachaduras na estrutura, conforme
podem ser observadas as linhas horizontais do fechamento com placas, nas Figuras 11 e 12
seguintes (EMPRESA POLIPOX, [s.d.]).

Figura 11 - Junta de dilatação horizontal

Fonte: Empresa Polipox, [s.d.]


Figura 12 - Junta de dilatação vertical

Fonte: Empresa Polipox, [s.d.]


34

Como podemos notar nas figuras acima, a junta e o aparelho de apoio têm a
mesma função, conforme já supracitado ambos servem para que as peças possam trabalhar de
forma individual sem causar danos à estrutura.

2.1.2 Vantagens e desvantagens de construir com pré-moldados

A construção de edificações com elementos pré-moldados apresenta diversas


vantagens, mas também, algumas desvantagens que devem ser levadas em consideração no
momento da elaboração do projeto. Um dos pontos positivos é a isenção do uso de formas e
escoras, pois em função do elemento - seja ele uma laje, pilar ou outro - poder ser colocados
em sua posição final, já com o concreto endurecido, faz com que não haja a necessidade da
utilização de cimbramento e, reduzindo também, o tempo de execução in loco (SIRTOLI,
2016).
Quando se trata de uma obra, seu gerenciamento pode se tornar um problema,
quando negligenciado. Em grandes obras, o controle de garantia dos produtos torna-se ainda
mais difícil, em decorrência das muitas atividades que ocorrem simultaneamente. Os
elementos de concreto pré-moldado, por simular uma linha de produção, resultam em uma
maior facilidade de controlar as atividades recorrentes. Isso é obtido pelo uso de
equipamentos mais modernos e de procedimentos cuidadosamente elaborados (ACKER,
2002).
A utilização de estruturas pré-moldadas ainda permite a obtenção de uma obra
eficiente e racional, incorporando, com maior facilidade, estruturas mais esbeltas. Também é
possível atingir maiores vãos livres, diminuindo consideravelmente o número de vigas
convencionais, deixando a obra mais “limpa” e reduzindo consideravelmente o peso da
estrutura. Ao minorar o peso próprio, há também uma redução dos esforços solicitados, dos
materiais utilizados, resultando em um menor custo estrutural da obra (PINHEIRO, 2014).
A pré-moldagem incorpora noções de linha de montagem de indústrias, como por
exemplo, da automotiva, onde as atividades são setorizadas e organizadas. Não somente a
setorização, bem como a automação da mão de obra, torna a obra mais rápida na execução e
com maior qualidade (IGLESIA, 2006). Segundo MAMEDE (2011), um trabalho que é
executado diversas vezes, em quantidade elevada e sem interrupções, resulta em ganho de
experiência, e, consequentemente, na melhoria do desempenho e da produtividade. Tal fato
pode ocorrer com a utilização do pré-moldado.
35

A flexibilidade permitida ao se desenvolver um elemento pré-moldado permite


que haja um controle das técnicas e especificações necessárias, utilizando sistemas e produtos
menos primitivos. Com este controle, inúmeras manifestações patológicas podem ser evitadas.
Este sistema construtivo ainda permite uma obra menos agressiva ao meio
ambiente. Apesar de o ramo da construção civil ocupar a posição entre as mais poluidoras à
natureza, o pré-moldado apresenta-se como uma alternativa viável, reduzindo o consumo de
materiais em 45% e o consumo de energia em 30%, em relação a obras em estrutura
convencional (ACKER, 2002).
No método tradicional de construção de alvenarias, nota-se que nas obras, a
passagem do sistema hidráulico e elétrico é comumente feito por dentro dos blocos cerâmicos,
através de aberturas realizadas nestes. Este método além de requerer mais tempo, gera maior
número de resíduos. Com os painéis pré-moldados de concreto, é possível, por exemplo, nos
painéis alveolares, passar a tubulação pelos vazios. Segundo Mamede (2011), é possível, com
a utilização de pré-moldados, aperfeiçoar a execução da obra e do produto final, reduzindo até
25% nos custos de alvenaria, se comparado ao método tradicional.
O emprego do concreto pré-moldado permite um aumento do grau de
desenvolvimento do país, pois acarreta na valorização da mão de obra e maior oferta de
equipamentos. No Brasil, caracterizado como um país subdesenvolvido, suas aplicações ainda
“caminham a passos e lentos”, pois, em comparação com outros países desenvolvidos,
apresenta uma difusão do concreto pré-moldado relativamente baixa. (EL DEBS, 2017).
Incorporando algumas técnicas construtivas mais atuais, como, por exemplo, a
utilização do concreto protendido, há a possibilidade de vencer grandes vãos, reduzindo a
altura de lajes e vigas, permitindo espaços mais flexíveis e gerando uma vida útil da
edificação maior, em função da ascendente adaptabilidade para outras situações de uso
(SPADETO, 2012).
Como aspectos negativos, tem-se a falta de mão de obra especializada, que pode
resultar em obras sem qualidade e com anomalias. Um projeto de concreto pré-moldado em
tese é semelhante ao moldado in loco, contudo possui suas particularidades construtivas (EL
DEBS, 2017).
Uma das peculiaridades e das grandes dificuldades projetuais e executivas são as
ligações dos elementos. Existem diferentes tipos de ligações e suas escolhas resultam em
características próprias para cada caso. Ao se optar por ligações mais simples, as estruturas
tornam-se mais solicitadas aos momentos fletores. Optando por ligações mais rígidas,
36

requerem mais insumos, e a obra torna-se mais cara. Para elementos moldados fora do
canteiro de obras, o fator do transporte também deve ser considerado (EL DEBS, 2017).
Diante do contexto, a falta de incentivo de pesquisa e um mercado dominado por
grandes empresas tradicionalistas dificulta a inserção de novas técnicas menos arcaicas no
ramo da construção civil. Produtos mais tecnológicos que poderiam abrir portas para melhorar
o sistema construtivo são deixados de lado por causa de uma mentalidade voltada ao
comodismo por parte dos responsáveis técnicos.
Já a dificuldade de inserção de produtos internacionais se dá em motivo dos
impostos de importação serem ainda muito altos, inviabilizando alguns casos. Outro motivo é
a falta de incentivo por parte do Governo, em programas voltados para esse tipo de método
construtivo. Segundo Vasconcelos (2002, p. 34), “com a crença errada, ou politicamente
conveniente, de que a industrialização da construção traria o desemprego à mão de obra não
qualificada, a atitude de repudiar a pré-fabricação atrasou o desenvolvimento do país por
várias décadas.”
Ou seja, o Governo não só deixou de incentivar, como também rejeitou a pré-
fabricação na construção civil, gerando um certo preconceito notado até nos dias de hoje em
construções deste método. A grande dificuldade é de mostrar às pessoas que os elementos pré-
moldados podem ser utilizados em construções residenciais, sejam elas edifícios ou
residências, e não somente em galpões, ginásios e obras desse porte. Que ao se utilizar
elementos pré-moldados acarreta em benefícios ao meio ambiente, gerando ainda uma obra
mais rápida de ser executada e com maior qualidade do produto final.

2.1.3 Referencial projetual de residência pré-moldada

Como podemos notar nos tópicos acima o pré-moldado não é só utilizado para
construir galpões ou obras especiais, também pode ser utilizado para construir edificações
residenciais. Não necessariamente o pré-moldado deve ser de concreto, podendo ser de outros
materiais, tais como: madeira, vidro, estrutura de aço, contêineres, entre outros.
Ao pesquisar sobre residências construídas com o sistema de pré-moldado de
concreto, o site ArchDaily apresenta diversas e interessantes obras arquitetônicas, das quais,
será analisada nos capítulos subsequentes, a Casa Pré-fabricada Collonges, localizada em
Collonges / Suíça, construída no ano de 2012.
37

Esta obra foi escolhida como referencial projetual, visando entender seu desenho
arquitetônico, o sistema pré-moldado de concreto utilizado e sua forma construtiva projetada
pelo arquiteto, Pierre-Alain Dupraz, que traz outras informações sobre o projeto, em seu blog
internacional, que também tem como foco a área da arquitetura.

2.1.3.1 Residência de Collonges, Suíça

A obra escolhida para a análise do referencial de residência pré-moldada, foi a


residência de Collonges, localizada em Collonges, Suíça, projetada pelo arquiteto Pierre-Alain
Dupraz em 2012, conforme apresentada a seguir.
Figura 13 - Vista frontal - Residência de Collonges

Fonte: ArchDaily, 2012.


38

Figura 14 - Vista de fundos - Residência Collonges

Fonte: ArchDaily, 2012.


A residência foi projetada para uma única família, construída em módulos de
concreto retangulares, encaixados uns sobre os outros, na base de uma montanha, adaptando-
se a topografia do terreno (ARCHDAILY, 2012), conforme figuras 13 e 14.
Pesquisando um pouco mais sobre o sistema construtivo da residência, o blog
Daily Tonic, 2012, descreve a relação do posicionamento da casa no terreno e suas cores:

O eixo do sul que repousa sobre uma plataforma geográfica contém a entrada,
cozinha, refeitório e áreas de estar e quarto principal. Os quartos das crianças são
encontrados no nível inferior, embutidos na inclinação com vistas sobre o vale, o
cinza neutro da fachada de concreto exposto, interrompidos por moldura de madeira
clara e janelas quadradas, permite que a casa se misture naturalmente ao ambiente,
nos verões verdes e invernos brancos.

Como citado acima, a residência possui uma cor cinza (cor do concreto) que se
integra ao ambiente que ela se encontra, sem tirar a beleza da paisagem ao seu redor, tanto no
inverno, quanto no verão, conforme pode ser observado nas figuras a seguir.
39

Figura 15 - Fachada no inverno - Residência de Collonges

Fonte: ArchDaily, 2012.


Figura 16 - Fachada no verão - Residência de Collonges

Fonte: ArchDaily, 2012.

A residência foi dividida em três pavimentos e conforme descrito acima, possui o


térreo, que é o módulo principal da casa; andar inferior que se adequou à topografia e outro
andar superior que não descreve qual a função do ambiente, mas parece ser uma área de
mirante para contemplação da paisagem natural externa, conforme mostra as plantas baixas:
40

Figura 17 - Planta baixa do pavimento térreo - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 18 - Planta baixa pavimento inferior - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 19 - Planta baixa cobertura - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Sua volumetria possui características horizontais com linhas retas em um sistema


modular, porém, alguns módulos possuem recuos para dar uma forma à residência, mas
41

caracterizando um volume geral assimétrico, conforme apresentado nas fachadas e cortes


abaixo.
Figura 20 - Fachada frontal e de fundos - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 21 - Fachada lateral 1 - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 22 - Fachada lateral 2 - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.


42

Figura 23 - Corte 1 e 2 - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 24 - Corte 3 - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 25 - Corte 4 - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Como é possível notar, a residência foi projetada não apenas para acompanhar a
declividade do terreno, mas também com grandes aberturas que permitem aos proprietários
terem uma vista privilegiada (pela sua localização), além disso, as aberturas permitem a
entrada de luz e ventilação natural.
A escolha do método construtivo se deu pelo fato que o arquiteto queria causar o
mínimo de danos possíveis ao meio ambiente, onde seria construída a edificação. É possível
verificar nas figuras a seguir a execução e montagem da estrutura.
43

Figura 26 - Módulo de concreto sendo erguido - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 27 - Módulo de concreto sendo encaixado - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.

Figura 28 - Execução e montagem - Residência de Collonges

Fonte: Dupraz, 2012.


44

O sistema pré-fabricado por módulos em concreto, que foi escolhido para o


projeto foram moldados fora do terreno, depois transportados e encaixados no terreno com a
ajuda de um guindaste, evitando assim, danificar a vegetação ao redor do terreno e a redução
da quantidade de resíduos que uma construção tradicional causaria no local.

2.2 GESSO ACARTONADO

Conforme a norma técnica NBR 14.715-1 (2010, p. 2), gesso acartonado “são
chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma
mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, onde uma é virada sobre as
bordas longitudinais e colada sobre a outra”.
Figura 29 - Perfil metálico e placa de gesso acartonado

Placa de gesso

Perfil metálico

Fonte: Os autores (2019).

Este material chegou ao Brasil desde o ano de 1974, porém, passou a ser
amplamente utilizado na segunda metade da década de 90. Por ser um material relativamente
leve, foi muito aceito pelos técnicos e consumidores.
As vantagens fornecidas pelo material vão ao encontro do pré-moldado: pois,
também, pode ser executado fora do local de uso, requer menos tempo de execução que a
alvenaria convencional; é um material leve, que gera uma economia na estrutura da
edificação, e, consequentemente, um menor custo na mesma; há também a diminuição no
desperdício de materiais e retrabalho; proporciona uma obra com uma flexibilidade de layout
superior, não havendo necessidade das paredes serem locadas sobre vigas; há um ganho de
área útil, em função de se utilizar paredes com espessura inferior ao da alvenaria convencional
45

e, mesmo sendo de material leve, proporciona um isolamento acústico alto (LOSSO E


VIVEIROS, 2004).
Segundo Côrtes (2018), esse sistema também possui algumas desvantagens: por
serem placas finas e leves, há certo receio tanto dos técnicos que utilizam da alvenaria
convencional, quanto dos usuários, se as placas possuem a resistência mecânica adequada e se
desempenhará de maneira satisfatória às necessidades. Por se tratar de um sistema ainda
pouco difundido, há uma carência de mão de obra especializada, e pouco uso por parte das
empresas.
O sistema de alvenaria de gesso acartonado é composto, basicamente, pelas placas
e pelos perfis metálicos, ou de madeira, onde o gesso é afixado. As placas possuem uma
superfície lisa e homogênea, podendo também receber outros tipos de acabamento, como
pintura, papel de parede, etc. Atualmente não se limitam a locais secos, havendo no mercado
placas resistentes à água, permitindo o uso em qualquer lugar da edificação (SILVA, 2000).
Portanto, pela semelhança com o concreto pré-moldado em trabalhar com
modulação de ambientes e pelas inúmeras vantagens que o gesso acartonado propõe, este foi o
segundo sistema estrutural escolhido pelos autores, para complementar o projeto proposto em
divisórias internas da edificação, de maneira sustentável.

2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil é uma das indústrias mais importantes para o desenvolvimento


econômico e social de um país e, de acordo com Souza et al (2004, p.34), “destaca-se também
o grande contingente de mão de obra direta empregada, que corresponde a 3,92 milhões de
empregos, sendo o maior setor empregador da economia nacional”.
Em 2016, a construção civil representou 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do
país, porém, é uma das que mais geram resíduos quando comparadas a outras indústrias. De
acordo com Spadotto et al (2011), a indústria da construção civil é responsável por causar
danos ao local onde será instalada a obra (de forma direta e indireta), impactos visuais,
resíduos gerados e até mesmo na extração de matéria prima.
Em uma matéria para Rede Globo em 2014, o Professor Vahan Agopyan da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, alegou que a construção civil é encarregada
por 40% a 75% de toda matéria-prima gerada no mundo. O mesmo, também afirma que o
46

consumo de cimento no mundo é superior ao consumo de muitos alimentos, só ficando atrás


da água.
Segundo Santos (2017), outra característica muito comum na construção civil é o
uso de mão de obra de baixa qualidade, o que resulta em um serviço de baixa qualidade e alto
retrabalho, fato que culmina em desperdícios de materiais.
A indústria da construção civil está sempre se desenvolvendo/crescendo, mas
devido a estes fatores, ocorre um aumento do impacto ambiental. Entretanto, não há a
possibilidade de cessar a construção de casas, prédios, escolas, hospitais, dentre outras obras,
já que, como foi citado anteriormente, a construção civil é de suma importância para o
desenvolvimento do país.
Desta forma se faz necessário buscar novas alternativas e tecnologias que tragam
soluções que possam amenizar os impactos ambientais, a partir de programas e normas
técnicas que incentivam a construir obras mais sustentáveis.

2.3.1 Sustentabilidade na construção civil

Como foi visto no tópico anterior a construção civil é atualmente a indústria que
mais consome matéria-prima e gera resíduos no mundo. Por esse motivo começaram a criar
soluções para reduzir os impactos que são gerados durante a construção de uma obra.
No ano de 1968, um evento foi promovido na cidade de Roma, com trinta
pesquisadores, dentre eles economistas, cientistas e educadores, vindos de dez diferentes
países, com o intuito de discutir sobre os problemas que a humanidade causa no planeta. A
partir deste evento, surgiu o Clube de Roma, uma organização informal, que estabeleceu
como finalidade: promover o entendimento de componentes políticos, econômicos e
ecológicos que formam o sistema global e chamar a atenção para uma nova maneira de
entender e promover iniciativas e planos de ação para preservação do meio ambiente (MOTA
et al, 2008).
Em 1972, o Clube já contava com mais de 100 pessoas, que produziram um
documento de nome “The Limits to Growth”, em português traduzido como “Limites do
Crescimento”. De acordo com Oliveira (2012), o relatório foi produzido pelo MIT (Instituto
Tecnológico de Massachussets) contendo um resumo não técnico, delegado pelo Clube de
Roma, com o intuito de surpreender as pessoas com relação aos crescentes problemas
ambientais. Ainda de acordo com o autor, a finalidade do documento era, também, repensar
47

no quesito ambiental da ótica industrial dominante. A partir disto, passaram a serem sugeridas
algumas mudanças que deveriam ser implementadas para que o pior fosse evitado.
As propostas descritas pelo documento “Limites do Crescimento” foram alvo de
severas críticas, imediatamente contestada quanto à veracidade dos resultados apresentados. O
relatório, de certa forma, colocou os países de terceiro mundo em um subdesenvolvimento
eterno, com os ideais girando em torno do crescimento zero, ideia completamente adversa ao
capitalismo (LEMOS, [s.d.])
Também no ano de 1972, entre 5 e 16 de junho, ocorreu a Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Nesta Conferência foram discutidas
soluções para os problemas expostos no The Limits to Growth e definidas diretrizes para
orientar os países na melhoria do meio ambiente. O documento, que ficou conhecido como a
Declaração de Estocolmo contribuiu amplamente para conceituar a sustentabilidade:

A realização da conferência foi uma das maiores contribuições ao surgimento do


conceito de desenvolvimento sustentável: mesmo que as relações entre
desenvolvimento e meio ambiente não houvessem recebido maior atenção,
observaram-se indicações de que o padrão de desenvolvimento econômico vigente
deveria ser alterado (MOTA et al, 2008).

A preocupação das nações com o meio ambiente deixou de ser algo comentado
pelos governantes somente em palanques e coletivas de imprensa e passou a ser uma
preocupação real e, senão, quase palpável.
Já no ano de 1987, um relatório foi publicado, intitulado de “Relatório de
Brundtland: Our Common Future” traduzido para o português como “Nosso Futuro Comum”.
Diferentemente do “Limites do Crescimento” que realizou a separação entre economia
ecologia, o Relatório de Brundtland alinhou as questões ambientais com o interesse
econômico. Enquanto o primeiro apresentou uma visão completamente pessimista de
crescimento zero, o segundo mostrou um olhar mais otimista através do desenvolvimento
sustentável (OLIVEIRA, 2012)
O Relatório agregou ao desenvolvimento sustentável três fundamentais pilares:
social, econômico e ambiental. Temas como o aquecimento global e degradação da camada de
ozônio e diretrizes para se obter um desenvolvimento sustentável foram expostas no decorrer
de todo o documento, que ainda salientou que é imprescindível haver harmonia entre natureza
e ser humano (ONU, [s.d.]).
Apesar de vários pontos fortes, alguns autores consideraram que o relatório
possui algumas contradições, tornando-o vulnerável a críticas e transformando o
48

desenvolvimento sustentável em algo inalcançável. Em determinados pontos, a pobreza é


caracterizada como uma das principais responsáveis pela degradação do meio ambiente,
sendo que há diversos outros pontos que são mais significantes, como, por exemplo, a
poluição das indústrias (SOBRINHO, 2008).
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento reuniu-se entre os dias 3 e 14 de junho, no Rio de Janeiro. Esta Conferência
recebeu o nome de Eco-92, mais conhecida como Rio-92, possui uma significância para o
quesito sustentabilidade e uma grande relevância a níveis sociais, econômicos e ecológicos.
Na ocasião, reuniram-se 114 chefes de estado e cerca de 40 mil militantes de 3.200 ONGs
(MOTA et al, 2008).
Como resultado desta conferência, foram elaboradas: a Agenda 21 e a Declaração
do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Dois documentos que proporcionaram um
impulso na implementação de políticas públicas voltadas para a conscientização do meio
ambiente.
A Agenda 21 foi um plano de ação formulado a nível global, mas que pode ser
adotado a níveis locais ou nacionais, a fim de melhor atender às peculiaridades que possam
existir. Mesmo que alguns quesitos possam ser generalizados, outros são relativos aos países,
ou, até, às localidades destes. Para tal, necessita-se de estudos locais e nacionais a fim de se
obter um plano de ação condizente com a realidade (BASSANI, CARVALHO, 2004).
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), (1992, p. 5), a Agenda
21 tem o objetivo de “[...] preparar o mundo para os desafios do próximo século”, e ainda diz
que “o êxito de sua execução é de responsabilidade, antes de mais nada, dos Governos”.
Estipulou ainda que para alcançar o sucesso necessitaria de planejamento, estratégias e
políticas nacionais que girassem em torno da sustentabilidade.
O plano Global conta com 40 capítulos que agregam quesitos sociais econômicos
e de recursos naturais, que se implementados, contribuiriam positivamente para a diminuição
da degradação do meio ambiente. Contudo, não pode ser considerado um plano acabado. O
documento serviria para nortear pesquisadores e educadores para formular uma agenda de
consenso a partir de esforços interpretativos (BASSANI, CARVALHO, 2004).
Já a Declaração do Rio estabeleceu 27 princípios que, além de tratar da parte
ambiental, coloca o ser humano como peça principal. A sustentabilidade é alcançada através
de um modelo de desenvolvimento que busca agregar o equilíbrio sociocultural, econômico e
ambiental ao bem-estar humano (MOTTA, AGUILAR, 2009).
49

Para conceituar a construção sustentável é preciso entender que não é


ecologicamente possível realizar uma obra de engenharia, por menor que seja, sem gerar
impactos ambientais, também, por menores que sejam. O essencial é minimizar o possível a
geração de resíduos.
De acordo com Corrêa (2009, p.21):
A incorporação de práticas de sustentabilidade na construção é uma tendência
crescente no mercado. Sua adoção é um caminho sem volta, pois diferentes agentes
– tais como governos, consumidores, investidores e associações – alertam,
estimulam e pressionam o setor da construção a incorporar essas práticas em suas
atividades.

Portanto, atualmente, as indústrias da área da construção civil estão alterando os


métodos construtivos e preocupando-se mais com o gerenciamento de obras, analisando em
cada uma delas possíveis soluções mais sustentáveis para aplicação em outras obras.
Paralelo à relevância gerada com a sustentabilidade na construção ocorreu o
surgimento de certificados sustentáveis em edificações, visando à diminuição dos impactos
gerados no meio ambiente.
O surgimento dos selos sustentáveis ocorreu em diversos países: o LEED
(Leadership in Energy & Environmental Design) nos Estados Unidos, o BEPAC (Building
Environmental Performance Assessment Criteria) no Canadá, o HQE (Haule Qualité
Environnementale dês Bâtiments) na França, o AQUA (Alta Qualidade Ambiental) no Brasil,
etc. As certificações mais utilizadas no Brasil são o LEED e o AQUA (FRANCE, 2013)
A certificação sustentável pioneira no Brasil foi a AQUA, seguida pelo Programa
Nacional de Eficiência Energética em Edificações (PROCEL EDIFICA) e pelo Selo Azul da
Caixa Econômica Federal. O selo LEED também foi aplicado no cenário brasileiro, inclusive,
amplamente utilizado (GRÜNBERG, et al, 2014)
Atualmente, há uma grande quantidade de selos verdes existentes no país, cada
um com suas peculiaridades, sendo escolhido como base para a elaboração deste projeto de
pesquisa, o manual do Selo Casa Azul, disponibilizado pela Caixa Econômica Federal, que:

[...] embora tenha sido desenvolvido com o foco nos critérios para a obtenção do
Selo Casa Azul, voltado a empreendimentos habitacionais, pretende também ser útil
a todos os estudantes, profissionais e empresas da área de construção que busquem
contribuir para o desenvolvimento sustentável, melhorando de forma progressiva e
contínua suas práticas de projeto e construção, e desenvolvendo novas soluções
(JOHN e PRADO, 2010).

Segundo o manual, “o selo se aplica a todos os tipos de projetos de


empreendimentos habitacionais apresentados à CAIXA para financiamento ou nos programas
de repasse”, podendo se candidatar ao Selo, “as empresas construtoras, o Poder Público,
50

empresas públicas de habitação, cooperativas, associações e entidades representantes de


movimentos sociais”, porém, sua importância de aplicação pode ir além e, atender também
edificações unifamiliares privadas, objeto desta pesquisa (JOHN e PRADO, 2010).

2.3.2 Selo casa azul CAIXA

O selo Casa Azul foi criado no ano de 2010 pela Caixa Econômica Federal, com o
intuito de minimizar a geração de resíduos provenientes da construção civil e disseminar as
práticas sustentáveis que são cabíveis neste ramo, desta forma:

O Selo Casa Azul é um instrumento de classificação socioambiental de projetos de


empreendimentos habitacionais, que busca reconhecer os empreendimentos que
adotam soluções mais eficientes aplicadas à construção, ao uso, à ocupação e à
manutenção das edificações, objetivando incentivar o uso racional de recursos
naturais e a melhoria da qualidade da habitação e de seu entorno (JOHN e PRADO,
2010, p.21).

Todos os tipos de projetos de empreendimentos habitacionais apresentados à


CAIXA para financiamento ou para programas de repasse podem receber o selo. Para a
concessão deste, a Caixa realiza uma análise de viabilidade técnica do empreendimento, que
se atender aos critérios obrigatórios, recebe uma determinada graduação. A análise possui 53
critérios de avaliação, divididos em 3 níveis de graduação: bronze, prata e ouro.
Para que um empreendimento receba o Selo Bronze, precisa atender a, no mínimo,
18 critérios, sendo estes obrigatórios. Para que receba o Selo Prata, são necessários os
critérios obrigatórios do Selo Bronze e são acrescidos mais 6 critérios de livre escolha. Para
obter o Selo Ouro, o empreendimento deve atender aos requisitos do Selo Bronze e mais 12
critérios de livre escolha.
Esses critérios que precisam ser atendidos são divididos em 6 categorias,
conforme apresentados a seguir.

2.3.2.1 Categoria 1 – Qualidade Urbana

Esta categoria fala sobre o planejamento de uma comunidade, afinal, hoje em dia
as pessoas buscam por uma infraestrutura mais planejada, inteligente e que possua segurança
e conforto.
51

Os princípios de qualidade urbana referem-se, principalmente, ao bom


dimensionamento da trama urbana, que reduz a ocupação do solo por usos
construtivos permitindo sua utilização para fins mais nobres e que minimizem
impactos socioambientais. (JOHN e PRADO, 2010, p.42).

Isto significa, não apenas utilizar adequadamente o espaço onde o


empreendimento será construído, mas ao mesmo tempo analisar se o local possui dentre
outros serviços, o serviço de transporte público, que reduz o congestionamento e a poluição
do ar; se possui rede de abastecimento; rede de esgoto sanitário e iluminação pública.
Para Nahas e outros (2004, p.2):
O conceito de “qualidade de vida urbana” vem se construindo, historicamente, a
partir dos conceitos de bem-estar social, qualidade de vida, qualidade ambiental,
pobreza, desigualdades sociais, exclusão social, vulnerabilidade social,
desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, e, desta maneira, sua história
encontra-se estreitamente vinculada à história dos indicadores formulados com base
nestes enfoques.

Conforme Santos (2017, p.24):


Qualidade urbana defende as questões necessárias à qualidade de vida da população
inserida na malha urbana, em locais planejados e, que contenham um crescimento
inteligente. Estas questões devem atender as necessidades das pessoas, como a
garantia por infraestrutura, provisão de serviços e segurança, proporcionando-lhes
uma vida saudável.

Na categoria qualidade urbana, os requisitos necessários para a avaliação do


projeto estão descritos na Tabela 1 e, somente dois critérios são exigidos para obtenção do
certificado, que são a “qualidade do entorno – infraestrutura” e “qualidade do entorno –
impactos” esses dois critérios estão relacionados ao local onde será construída a obra. Os
outros critérios estão relacionados as melhorias ao entorno da obra.

Tabela 1 - Critérios de avaliação - categoria QUALIDADE URBANA


1. Qualidade urbana
1.1 Qualidade do entorno – infraestrutura Obrigatório
1.2 Qualidade do entorno – impactos Obrigatório
1.3 Melhoria do entorno
1.4 Recuperação de áreas degradadas
1.5 Reabilitação de imóveis
Fonte: JOHN e PRADO (2010, p.43).

2.3.2.2 Categoria 2 – Projeto e Conforto

Essa categoria trata de como projetar um empreendimento usando as condições


climáticas a favor da edificação, como por exemplo, analisar a posição dos ventos
52

predominantes em relação ao terreno e projetar aberturas na edificação, que aproveitem essa


condição, reduzindo assim, o uso de ventilação artificial, gerando uma redução no consumo
de energia elétrica.
De acordo com Pimenta e outros (2014), a definição de conforto térmico é quando
um indivíduo não sente nem calor e nem frio no ambiente em que ele se encontra, ou seja, o
indivíduo está em equilíbrio com o meio envolvente.
No ponto de vista da John e Prado (2010, p.57):
A arquitetura deve ser tratada como uma envoltória reguladora, permeável e
controlada entre os ambientes externo e interno, considerando-se o desempenho
térmico da edificação por meio de soluções adotadas em projeto e com vistas a
propiciar maior conforto térmico [...].

Como se pode notar um projeto bem elaborado consegue aproveitar as condições


climáticas do local, orientação solar, paisagismo, umidade, iluminação natural e entre outros,
a favor do empreendimento.
Na categoria projeto e conforto os requisitos necessários para a avaliação do
projeto estão descritos na Tabela 2, onde são obrigatórios cinco critérios para obtenção do
certificado, que são o paisagismo, local com coleta seletiva, equipamentos de lazer, sociais e
esportivos, desempenho térmico de vedações e orientação ao sol e ventos. Os critérios não
obrigatórios, podem ser escolhidos para trazer benefícios para a vizinhança.

Tabela 2 - Critérios de avaliação - categoria PROJETO E CONFORTO


2. Projeto e conforto
2.1 Paisagismo Obrigatório
2.2 Flexibilidade de projeto
2.3 Relação com a vizinhança
2.4 Solução alternativa de transporte
2.5 Local para coleta seletiva Obrigatório
2.6 Equipamentos de lazer, sociais e esportivos Obrigatório
2.7 Desempenho térmico - vedações Obrigatório
2.8 Desempenho térmico - orientação ao sol e ventos Obrigatório
2.9 Iluminação natural de áreas comuns
2.10 Ventilação e iluminação natural de banheiros
2.11 Adequação às condições físicas do terreno
Fonte: John e Prado (2010, p.62).
Na opinião de Santos (2017), o paisagismo ajuda na melhoria da paisagem externa
do empreendimento. Os outros critérios obrigatórios colaboram para o bem-estar e o conforto
dos moradores do empreendimento.
53

2.3.2.3 Categoria 3 – Eficiência Energética

A categoria 3, descreve que na elaboração do projeto faz-se necessário pesquisar


soluções para redução de no consumo de energia elétrica, gás e lenha (não é muito utiliza na
nossa região). A Caixa Econômica Federal (2010), descreve que os empreendimentos
residenciais e comerciais brasileiros consomem quase que 50% do consumo total de energia
elétrica.
Conforme a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de
Energia (ABESCO) eficiência energética é o uso racional de energia elétrica, de forma que
reduza esse consumo no empreendimento.
Na categoria eficiência energética os requisitos necessários para a avaliação do
projeto estão descritos na Tabela 3, exigindo três critérios obrigatórios para obter o
certificado, sendo que o critério lâmpadas de baixo consumo é obrigatório somente para
empreendimentos que possui Habitação de Interesse Social (HIS) abaixo de três salários, os
outros dois critérios obrigatórios são dispositivos economizadores e medição individualizada.
Os outros critérios estão relacionados a melhorar o consumo de energia, utilizando outra
forma de geração de energia e equipamentos mais eficientes.

Tabela 3 - Critérios de avaliação - categoria EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


3. Eficiência energética
3.1 Lâmpadas de baixo consumo - áreas Obrigatório para HIS até três salários
privativas mínimos
3.2 Dispositivos economizadores - áreas Obrigatório
comuns
3.3 Sistema de aquecimento solar
3.4 Sistemas de aquecimento a gás
3.5 Medição individualizada – gás Obrigatório
3.6 Elevadores eficientes
3.7 Eletrodomésticos eficientes
3.8 Fontes alternativas de energia
Fonte: John e Prado (2010, p.107).

Utilizando sensores em ambientes de uso comum e lâmpadas de LED, é possível


reduzir o consumo de energia elétrica. Em relação ao consumo de gás, utilizando medidores
individuais os moradores estão cientes do seu consumo e com isto acabam economizando.
54

2.3.2.4 Categoria 4 – Conservação de Recursos e Materiais

Atualmente as pessoas se preocupam cada vez mais com as questões ambientais,


isso não é diferente na construção civil, já que a mesma gera muitos resíduos tanto durante
sua construção, como depois da obra finalizada.

O exercício da construção depende de um fluxo constante de materiais, da atividade


de preparação de terreno com sua limpeza, seus cortes e aterros, passando pelas
inevitáveis operações de correção de patologias, até o fim da vida útil do edifício ou
de suas partes, onde grandes quantidades de resíduos serão gerados (JOHN e
PRADO, 2010 p.129).

A gestão dos resíduos das obras na construção civil, atualmente, está verificando
proposta de implantar desenvolvimento sustentável, como a técnica dos 3Rs da
sustentabilidade que significa reduzir, reutilizar e reciclar resíduos, e tem como objetivo
diminuir o desperdício. (FERREIRA, et al, 2014).
Na categoria recursos e materiais os requisitos necessários para a avaliação do
projeto estão descritos na Tabela 4, sendo obrigatórios três critérios para obtenção do
certificado, que são qualidade de materiais e componentes, fôrmas e escoras reutilizáveis e
gestão de resíduos de construção e demolição. Os critérios não obrigatórios ajudam na
redução do desperdício dos materiais durante a construção e depois da obra finalizada.

Tabela 4 - Critérios de avaliação - categoria RECURSOS E MATERIAIS


4. Conservação de recurso materiais
4.1 Coordenação modular
4.2 Qualidade de materiais e componentes Obrigatório
4.3 Componentes industrializados ou pré-fabricados
4.4 Fôrmas e escoras reutilizáveis Obrigatório
4.5 Gestão de resíduos de construção e demolição Obrigatório
4.6 Concreto com dosagem otimizada
4.7 Cimento de alto-forno (CP III) e pozolânico (CP IV)
4.8 Pavimentação com RCD
4.9 Madeira plantada ou certificada
4.10 Facilidade de manutenção da fachada
Fonte: John e Prado (2010, p.135).

Em relação aos critérios obrigatórios a qualidade de materiais e componentes


ajudam na racionalização do desperdício de resíduos futuros, por conseguinte, quando usados
insumos de baixa qualidade, acabam causando problemas futuros (onde ocorrem os
desperdícios). O critério fôrma e escoras reutilizáveis visa reduzir o consumo de madeira, que
é um dos materiais mais utilizados na construção civil, porém, atualmente existem outros
55

sistemas construtivos que reduzem o uso de madeira, como os pré-moldados. E o critério,


gestão de resíduos de construção e demolição reduz a quantidade de resíduos gerados.

2.3.2.5 Categoria 5 – Gestão de Água

A água é um insumo finito e como podemos notar atualmente, muitas regiões


estão sujeitas a secas em determinadas estações do ano, que é um recurso natural básico para
sobrevivência de qualquer ser vivo. Por esse motivo existem programas que buscam
incentivam a economia de água.

A gestão da água em edifícios é indispensável para um uso mais sustentável deste


insumo, pois contribui para mitigar os problemas de escassez, amenizar a poluição
em águas superficiais e profundas e, ainda, reduzir os riscos de inundação em
centros urbanos. Assim, a gestão do uso da água em edifícios deve contemplar,
fundamentalmente: o suprimento de água potável, a gestão de águas pluviais e o
esgotamento sanitário (JOHN E PRADO, 2010 p.157).

Na categoria gestão de água os requisitos necessários para a avaliação do projeto


que estão descritos na Tabela 5, são obrigatórios três critérios para obtenção do certificado,
que são medidores individualizados – água, dispositivos economizadores – bacia sanitária e
áreas permeáveis. Os critérios não obrigatórios ajudam na redução do consumo de água do
empreendimento e reduz o risco por inundações.

Tabela 5 - Critérios de avaliação - categoria GESTÃO DE ÁGUA


5. Gestão da água
5.1 Medição individualizada – água Obrigatório
5.2 Dispositivos economizadores - bacia sanitária Obrigatório
5.3 Dispositivos economizadores - arejadores
5.4 Dispositivos economizadores - registro reguladores de vazão
5.5 Aproveitamento de águas pluviais
5.6 Retenção de águas pluviais
5.7 Infiltração de águas pluviais
5.8 Áreas permeáveis Obrigatório
Fonte: John e Prado (2010, p.158).

A utilização de medidores individuais e dispositivos economizadores reduzem o


consumo, pelo fato de que cada morador tem noção do que gastou e no critério áreas
permeáveis, como foi citado acima, ajuda a reduzir os riscos por inundações.
56

2.3.2.6 Categoria 6 – Práticas Sociais

Essa categoria relata que o empreendedor deve tomar ações no projeto, durante a
construção e depois da entrega da obra, conscientizando práticas sustentáveis e melhorando a
desigualdade social, através de curso ou incentivando os trabalhadores a voltarem à escola, já
que, hoje em dia, a maioria dos profissionais da construção civil ainda não possui
escolaridade completa.
Dessa forma, o proponente de projeto candidato ao Selo Casa Azul Caixa deixa de
ser apenas um fornecedor de bens e serviço, e passa a ser um agente de
transformação social, que contempla na sua atuação também as questões
socioambientais (JOHN e PRADO, 2010 p.175).

Há um impasse nessa situação, pois existe uma rotatividade na mão de obra da


construção civil, o que acaba dificultando o investimento do empreendedor nessa área, pois
empreendedores assimilam o fato como sendo um investimento sem retorno (SANTOS,2017).
Na categoria práticas sociais os requisitos necessários para a avaliação do projeto
estão descritos na Tabela 6, são obrigatórios três critérios para obtenção do certificado, tais
como: educação para a gestão de resíduos da construção e demolição (RCD), educação
ambiental dos empregados e orientação aos moradores. Os critérios não obrigatórios ajudam
na conscientização dos envolvidos a práticas sustentáveis.

Tabela 6 - Critérios de avaliação - categoria PRÁTICAS SOCIAIS


6. Práticas sociais
6.1 Educação para a Gestão de RCD Obrigatório
6.2 Educação ambiental dos empregados Obrigatório
6.3 Desenvolvimento pessoal dos empregados
6.4 Capacitação profissional dos empregados
6.5 Inclusão de trabalhadores locais
6.6 Participação da comunidade na elaboração do projeto
6.7 Orientação aos moradores Obrigatório
6.8 Educação ambiental dos moradores
6.9 Capacitação para gestão do empreendimento
6.10 Ações para mitigação de risco sociais
6.11 Ações para a geração de empregos e renda
Fonte: John e Prado (2010, p.176).
57

2.3.3 Referencial projetual selo Casa Azul

Como se pode observar, a Caixa Econômica Federal possui um selo de


certificação ambiental para edifícios financiados por ela. Esse selo é conhecido como Selo
Casa Azul, que possui três níveis de certificação, como já foi descrito acima.
De acordo com o site oficial da Caixa Econômica, atualmente no Brasil, já
existem 14 empreendimentos que possuem o selo reconhecido pela Caixa, tais como: Solar
Imperial/Santa Maria, Residencial Lazise/Maringá, Casa Azul Multiporto/Caruaru,
Residencial Di Pietra/São Paulo, Arthe Azul/Teresina, BC Bela Cintra/São Paulo, Residencial
Perola da Pedra/Palhoça, Ville Barcelona/Betim, Condomínio E/Condomínio G -
Paraisópolis/São Paulo, Edifício HAB2/Rio de Janeiro, Guaratinguetá/Santo André,
Residencial Bonelli/ Joinville, Residencial Brahma/ Garanhuns e Residencial Parque
Jequitibá/Vitória.
Na tabela que segue são apresentados os empreendimentos certificados e seus
níveis:
Tabela 7 - Empreendimentos certificados pelo Selo Casa Azul
Nome do Empreendimento Estado Programa Nível
Arthe Azul PI PEC SBPE Ouro
BC Bela Cintra SP PEC SBPE Ouro
Residencial Pérola da Pedra SC APOIO À PRODUÇÃO - SBPE Ouro
Villa Barcelona MG MCMV Prata
Condomínio E / Condomínio G SP PAC - Urbanização de Favelas Ouro
Edifício Hab2 - Chapéu Mangueira/ RJ Pró-moradia - Urbanização de Favelas Ouro
Babilônia
Guaratinguetá SP MCMV Ouro
Residencial Bonelli SC Imóvel na planta SBPE Ouro
Residencial Brahma PE Alocação de Recursos Ouro
Residencial Parque Jequitibá ES Financiamento à Produção - MPE-SBPE Ouro
Residencial Solar Imperial RS APOIO À PRODUÇÃO Ouro
Condomínio Residencial Lazise PR FGTS Ouro
Multiporto Indianópolis PE APOIO À PRODUÇÃO - SBPE Ouro
Residencial Di Petra SP Apoio à produção com financiamento PJ- Ouro
Recursos FGTS
Fonte: Santos, 2017; atualizada por autores, 2019.
Para análise do referencial projetual foi escolhido o empreendimento Residencial
Bonelli, que foi lançado em 2010, na cidade de Joinville/SC pela Rôgga Empreendimentos.
Esse residencial atingiu nível ouro na certificação.
58

2.3.3.1 Residencial Bonelli – Joinville/SC

O Residencial Bonelli fica localizado na Rua Pres. Prudente Morais, no bairro


Santo Antônio, em Joinville/SC e, foi o primeiro edifício a receber o selo de certificação ouro
no município, lançado em 2010 e entregue em 2011, a ideia era projetar o empreendimento
sem interferir no seu entorno, já que ficaria localizado em uma área urbana.
(CIMENTOITAMBE, [s.d.]).
Figura 30 - Fachada do Residencial Bonelli

Fonte: Santos, [s.d.].


O empreendimento foi construído pela construtora Rôgga empreendimentos, que
foi fundada em 2006 em Joinville e atua em cinco cidades: Joinville, Balneário Piçarras, Barra
Velha, Jaraguá do Sul e Penha. Atualmente, está entre as 20 maiores construtoras do Brasil.
(RÔGGA EMPREENDIMENTOS, [s.d]).
O edifício residencial de médio padrão, possui uma área total de 4.418,46m²,
distribuído em 9 pavimentos sendo térreo, 7 pavimentos tipo e cobertura. São 45 apartamentos
no total, divididos em 3 tipos de planta baixa: tipo A que possui uma área privativa de
73,63m², apartamento com três dormitórios; tipo B que possui uma área privativa de 61,35m²
e o tipo C que possui uma área privativa de 63,41m², o tipo B e C são apartamentos com dois
dormitórios. O empreendimento possui um salão de festas, espaço gourmet, hall de entrada,
jardim e deck descoberto, como mostra as imagens a seguir (REVISTA CONSTRUÇÃO
MERCADO, 2011).
59

Figura 31 - Área de lazer infantil

Fonte: Caixa econômica, [s.d.].


Figura 32 - Espaço gourmet

Fonte: Caixa econômica, [s.d.].


Segue a planta baixa do pavimento de apartamentos e duas fachadas, indicados
nas Figuras 33 e 34. As demais plantas não foram encontradas.
60

Figura 33 - Planta Baixa Residencial Bonelli

Fonte: Revista Construção Mercado, 2011.


Figura 34 - Fachadas Residencial Bonelli

Fonte: Revista Construção Mercado, 2011.


O empreendimento atendeu 32 critérios do selo, possuindo um bicicletário, coleta
e armazenamento de materiais recicláveis, área de lazer, áreas verdes, sistema de economia de
água e energia, redução e controle de qualidade nos materiais usados durante a construção,
serviços essenciais próximos, os apartamentos foram projetados para receber ventilação e luz
natural. A construtora também teve um plano de gestão de resíduos de construção e
demolição, e orientação de uso aos proprietários do empreendimento (PINI WEB, 2011).
Segue quadro, com os critérios atendidos pelo Residencial Bonelli:
61

Quadro 1 - Critérios atendidos - Residencial Bonelli - Joinville/SC

RESIDENCIAL BONELLI - JOINVILLE /SC


Nível obtido: Ouro
Quantidade de critérios atendidos: 32
Categorias CLASSIFICAÇÃO
1. QUALIDADE URBANA Critérios
Avaliação
São 5 critérios de avaliação para esta categoria: Atendidos
1.1 Qualidade do entorno - Infraestrutura obrigatório Atendido
1.2 Qualidade do entorno - Impactos obrigatório Atendido
1.3 Melhorias no Entorno livre escolha Atendido
1.4 Recuperação de Áreas Degradadas livre escolha -
1.5 Reabilitação de Imóveis livre escolha -
2. Projeto e Conforto
São 11 critérios de avaliação para esta categoria:
2.1 Paisagismo obrigatório Atendido
2.2 Flexibilidade de Projeto livre escolha Atendido
2.3 Relação com a Vizinhança livre escolha -
2.4 Solução Alternativa de transporte livre escolha -
2.5 Local para Coleta Seletiva obrigatório Atendido
2.6 Equipamento de Lazer, Social e Esportivos obrigatório Atendido
2.7 Desempenho Térmico - Vedações obrigatório Atendido
2.8 Desempenho Térmico - Orientação ao Sol e Ventos obrigatório Atendido
2.9 Iluminação Natural de Áreas Comuns livre escolha -
2.10 Ventilação e Iluminação Natural de Banheiros livre escolha -
2.11 Adequação às Condições Físicas do Terreno livre escolha Atendido
3. Eficiência Energética
São 8 critérios de avaliação para esta categoria:
obrigatório p/
3.1 Lâmpadas de Baixo Consumo - Áreas Privativas HIS - 0 a 3 -
s.m.
3.2 Dispositivos economizadores - Áreas Comuns obrigatório Atendido
3.3 Sistema de Aquecimento Solar livre escolha -
3.4 Sistema de Aquecimento a Gás livre escolha -
3.5 Medição Individualizada - Gás obrigatório Atendido
3.6 Elevadores Eficientes livre escolha Atendido
3.7 Eletrodomésticos Eficientes livre escolha Atendido
3.8 Fontes Alternativas de Energia livre escolha -
4. Conservação de Recursos Materiais
São 10 critérios de avaliação para esta categoria:
4.1 Modulação de Projeto livre escolha -
4.2 Qualidade de Materiais e Componentes obrigatório Atendido
4.3 Componentes Industrializados ou Pré-Fabricados livre escolha -
4.4 Formas e Escoras Reutilizáveis obrigatório Atendido
(continua na próxima página)
62

(continuação)
4. Conservação de Recursos Materiais
São 10 critérios de avaliação para esta categoria:
4.5 Gestão de Resíduos de Construção de Demolição - RCD obrigatório Atendido
4.6 Concreto com Dosagem Otimizada livre escolha Atendido
4.7 Cimento de Alto Forno (CPIII) e Pozolânico (CP IV) livre escolha -
4.8 Pavimentação com RCD livre escolha -
4.9 Facilidade de Manutenção da Fachada livre escolha Atendido
4.10 Madeira Plantada ou Certificada livre escolha Atendido
5. Gestão da Água
São 8 critérios de avaliação para esta categoria:
5.1 Medição Individualizado - Água obrigatório Atendido
5.2 Dispositivos Economizadores - Sistema de Descarga obrigatório Atendido
5.3 Dispositivos Economizadores - Arejadores livre escolha Atendido
5.4 Dispositivos Economizadores - Outros Reguladores de Vazão livre escolha -
5.5 Aproveitamento de Águas Pluviais livre escolha -
5.5 Retenção de Águas Pluviais livre escolha -
5.7 Infiltração de Águas Pluviais livre escolha -
5.8 Áreas Permeáveis obrigatório Atendido
6. Práticas Sociais
São 11 critérios de avaliação para esta categoria:
6.1 Educação para a Gestão de Resíduos de Construção e Demolição -
RCD obrigatório Atendido
6.2 Educação Ambiental dos Empregados obrigatório Atendido
6.3 Desenvolvimento Pessoal dos Empregados livre escolha Atendido
6.4 Capacitação Profissional dos Empregados livre escolha Atendido
6.5 Inclusão de Trabalhadores Locais livre escolha Atendido
6.6 Participação da Comunidade na Elaboração do Projeto livre escolha -
6.7 Orientação aos Moradores obrigatório Atendido
6.8 Educação Ambiental dos Moradores livre escolha Atendido
6.9 Capacitação para Gestão do Empreendimento livre escolha Atendido
6.10 Ações para Mitigação de Riscos Sociais livre escolha -
6.11 Ações para a Geração de Emprego e Renda livre escolha -
Total 32
Nível Obtido OURO
Fonte: Caixa econômica, [s.d.].

2.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PROJETOS REFERENCIAIS

Os dois referenciais projetuais foram escolhidos para análise e entendimento,


tanto do uso dos elementos pré-fabricados, na Residência de Collonges, na Suíça, quanto de
como se aplicam as estratégias sustentáveis para aquisição do Selo Casa Azul, analisando o
63

Residencial Bonelli, em Joinville/SC, que servirão de base para a elaboração do projeto


arquitetônico que será resultado deste Trabalho de Conclusão de Curso.
A residência de Collonges foi escolhida não somente por ser uma residência pré-
moldada, mas também pelo fato desta encontrar-se em um terreno com declividade em meio a
uma paisagem natural, ideia esta, que condiz com as características do terreno escolhido para
a proposta dos autores da pesquisa, que será desenvolvida na segunda etapa deste trabalho,
nas próximas páginas.
Além do sistema pré-moldado e a elaboração do projeto a partir dos critérios do
Selo Casa Azul, o terreno escolhido possui uma declividade, e a intenção dos pesquisadores é
preservar ao máximo a topografia do mesmo, fazendo com que a obra se integre a ele, e por
questões estéticas do edifício, também projetar aberturas que permitam o proprietário
observar a paisagem ao seu redor, que foi o mesmo cuidado que o arquiteto Pierre-Alain
Dupraz teve, quando projetou a residência Collonges.
Com relação ao referencial certificado pelo Selo Casa Azul, primeiramente, foi
realizado uma visita à Caixa Econômica de Tubarão/SC, para buscar informações sobre o
assunto, com o gerente geral do banco e que o mesmo não soube informar se existia alguma
residência unifamiliar certificada com o Selo no Brasil, mas afirmou que no município de
Tubarão, não havia nenhuma residência unifamiliar certificada pela Caixa.
Diante disso, realizou-se uma pesquisa no site oficial da Caixa – Selo Casa Azul,
para encontrar residências unifamiliares já reconhecidas, no entanto, foram encontrados
apenas 14 empreendimentos certificados pela Caixa para edifícios residenciais
multifamiliares, entre os quais, foi escolhido para a análise o Residencial Bonelli, que recebeu
o Selo Ouro, visto que o resultado do trabalho final deste TCC será a elaboração de um
projeto arquitetônico de residência unifamiliar, visando alcançar esta certificação.
Deste modo, o projeto de residência unifamiliar será desenvolvido em peças pré-
moldadas, buscando-se aplicar nele estratégias sustentáveis que viessem a atender aos
critérios do Selo Casa Azul.
64

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Diante do questionamento levantado no trabalho de como se projetar uma


residência de concreto pré-moldado com a adoção de práticas sustentáveis, uma série de
etapas foram seguidas para chegar ao resultado. Inicialmente, buscou-se identificar a tipologia
da pesquisa, a qual mais identificou-se com a pesquisa de abordagem qualitativa, com método
de procedimento baseado no estudo de caso.
Para tanto, elegeu-se “um projeto arquitetônico de residência unifamiliar com
peças pré-moldadas de concreto e adoção de práticas sustentáveis” como o fenômeno a ser
investigado, suas inter-relações e, posteriormente, cotejar o projeto com os critérios para a
obtenção do Selo Azul da Caixa. Pode-se afirmar que, este estudo foi fenomenológico
porquanto tratou de um evento (fenômeno) como projeto pré-moldado e sustentável para ser
utilizado por famílias (pessoas), que determinam a subjetividade envolvida no processo.
Um estudo de caso é caracterizado por possuir grande abrangência e, na grande
maioria dos casos, define-se como um trabalho empírico. Necessita de um rigoroso
planejamento, com determinação prévia dos instrumentos de coleta e análise de dados.
Existem ainda, estudos de caso únicos ou múltiplos, com abordagens qualitativas e
quantitativas, todas em função da pergunta de pesquisa a ser respondida (YIN, 2005).
Simultaneamente, a fenomenologia está presente enquanto definiu-se
(TRIVIÑOS, 2006) “esferas de essência” para o estudo. Estas constituem-se em fenômenos
considerados e isolados que serão o objeto do estudo. No caso específico desta investigação,
pretende enfocar uma situação pontual, “Projeto de construção unifamiliar a partir de peças
pré-moldadas de cimento e com características sustentáveis.”
O nível do estudo efetuado foi exploratório. Isso porque, os envolvidos
necessitavam de um aprofundamento na temática determinada. Também, busca evidências de
uma dada situação buscando a construção do conhecimento da realidade evidenciada,
descrevendo a razão e o porquê dos fenômenos que envolvem a relação entre Projeto
unifamiliar x sustentabilidade x peças pré-moldadas de cimento.
Gil (1999, p. 43) nos afirma que, nesse nível, as pesquisas, “são desenvolvidas
com o objetivo de proporcionar visão geral de tipo aproximativo acerca de determinado fato”.
Esse tipo de pesquisa é realizado quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil
sobre ele formular hipóteses precisas e operacionais.
Araújo e Oliveira (1997, p. 11), quando tratam de pesquisas de abordagem
qualitativa afirmam que esta:
65

[...] se desenvolve numa situação natural, é rico em dados descritivos, obtidos no


contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do
que o produto, se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes, tem um plano
aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada.

Para responder a principal questão do trabalho, procurou-se adquirir


conhecimento através da leitura de: artigos científicos, livros e e-books, outras monografias e
por referenciais de projetos já existentes, com características semelhantes às buscadas pelos
autores. Além dos já citados, o Guia do Selo Casa Azul da Caixa foi essencial para a obtenção
do resultado final.
Os dois principais autores que contribuíram para o desenvolvimento do presente
trabalho foram El Debs e Vasconcelos, por meio de seus livros com temáticas relacionadas ao
pré-moldado. Este trabalho buscou descrever os elementos que caracterizam uma residência
pré-moldada, bem como suas vantagens e desvantagens, baseado na literatura supracitada.
Descreveu, também, a Guia do Selo Azul da Caixa de maneira clara e objetiva.
Optou-se por um terreno localizado no município de Tubarão, no Bairro Oficinas,
com os requisitos acima descritos atendidos. Após, analisou-se a legislação pertinente, o plano
diretor e o código de obras do município. Seguiu-se com a efetuação do projeto da residência,
levando em consideração as particularidades do Concreto pré-moldado.
A última etapa caracterizou-se pela análise do Selo Casa Azul, onde foi realizada
a tentativa de implementação deste, no projeto residencial unifamiliar, tendo como meta o
nível bronze. Diante da dificuldade encontrada, tendo em vista que o selo se aplica a
empreendimentos habitacionais, os autores teceram críticas ao selo, levantando a
possibilidade de revisão deste, visto ter sido elaborado no ano de 2010 e não possuir novas
edições. Foi sugerida também uma situação de contorno com justificativas e soluções para
problemas encontrados, que impedem a conquista do Selo.
Para a realização dos projetos foram utilizados softwares gráficos, sendo eles:
AutoCad, da Autodesk; SketchUp e VRay; para a obtenção das imagens de satélite, o
software utilizado foi o Google Earth Pro; Para a confecção das tabelas utilizou-se o software
Microsoft Excel; Para a medição dos ruídos foi utilizado um decibelímetro da marca
Benetech.
66

4 PARTIDO GERAL DE PROJETO

Subsequentemente serão apresentados alguns condicionantes físicos do terreno


proposto, tais como: localização, clima, orientação solar, ventos predominantes, relevo, dentre
outros e, identificar os parâmetros urbanísticos da legislação vigente, a fim de desenvolver o
anteprojeto arquitetônico.

4.1 ANÁLISE DO TERRENO

Para realizar a análise do terreno foram levantados os dados relativos à


localização do mesmo, os condicionantes físicos e o entorno no qual o terreno se encontra. Os
resultados encontrados serão expostos a seguir.

4.1.1 Localização do terreno

O município de Tubarão localiza-se no Sul do Estado de Santa Catarina, sobre as


coordenadas geográficas 28°28’00” de latitude Sul e 49°00’25” de longitude Oeste e possui
uma área territorial de 300,335 km² (quilômetros quadrados) (PMT, 2019).
Segundo dados do IBGE, possui uma população estimada para 2019, de 105.686
habitantes, visto que o último censo realizado foi em 2010 (IBGE, 2019). Emancipado em
1870, é a sede da Associação dos Municípios da Região de Laguna - AMUREL.
Conforme apresentado na Figura 35, limita-se territorialmente, com os seguintes
municípios: ao sul com Treze de Maio e Jaguaruna; ao norte com Gravatal e Capivari de
Baixo; ao leste com Laguna; a oeste com São Ludgero e Pedras Grandes. Está distante 140km
da capital do estado, Florianópolis (PMT, 2019).
67

Figura 35 - Localização do município de Tubarão/SC

Fonte: SILVA (2015).


De acordo com Silva (2015), o município é cortado pelo rio Tubarão no sentido
oeste-leste, importante via de transporte de mercadorias durante os séculos XIX e XX e, pela
Ferrovia Tereza Cristina (FTC), construída em 1880, que trouxe novo impulso econômico
para a região sul do estado, com o transporte de carvão.
É cortado também, pela BR-101, no sentido sudoeste-nordeste, principal via de
transporte rodoviário de ligação deste, com o restante do país, sendo estas, as fases marcantes
de sua evolução urbana, mantendo sua base econômica voltada para o comércio (SILVA,
2015).
O terreno escolhido para a elaboração do projeto proposto situa-se na Rua Manoel
A. Corrêa, bairro Oficinas, conforme indicação na Figura 36, a seguir.
68

Figura 36 - Localização do Terreno no município de Tubarão

Fonte: Google Earth (2018).

4.1.2 Condicionantes físicos do terreno

De acordo com dados encontrados no site da Prefeitura Municipal, o município


possui uma altitude média de nove metros acima do nível do mar e o ponto mais alto é o
Morro do Martinelli, com 540 metros. O clima é subtropical, com temperatura média máxima
de 23,6º C chegando a 36º e, média mínima de 15,5º C e a precipitação média anual é de
1.493 centímetros cúbicos, sendo os meses de abril e maio os de maior precipitação (PMT,
2019).
Estes dados são importantes para a análise e o entendimento dos condicionantes
físicos sobre o terreno em estudo, em relação a orientação solar e os ventos predominantes,
visto que o município se encontra sobre as coordenadas geográficas 28°28’00” de latitude Sul
e 49°00’25” de longitude Oeste.
Conforme imagens da figura 37, para realizar a análise de insolação e ventilação
sobre o terreno em estudo, foram adotados os dados bioclimáticos de Florianópolis, sendo
69

esta, a cidade mais próxima da realidade de Tubarão e que possui arquivo climático da carta
solar e das rosas dos ventos, retiradas do Programa Analysis Sol-Ar (FOLHAAZERO, 2019).

Figura 37 - Orientação Solar

Fonte: Carta Solar para Florianópolis, Programa Analysis SOL-AR, 2019.


De acordo com Ribeiro (2003), as cartas solares são “representações do percurso
do Sol na abóbada celeste, nas diferentes horas do dia e períodos do ano”. Ou seja, trata-se do
caminho que o sol faz representado graficamente, em datas geralmente pré-definidas: os
solstícios e equinócios, também identificadas com latitude e longitude.
Conforme a Figura 37, anterior, a carta solar para Florianópolis, mostra a variação
da incidência solar de acordo com os solstícios e equinócios para as temperaturas de verão até
21 de junho, e de inverno após 21 de junho, que corresponde aos dados de Tubarão, conforme
apresentado anteriormente, com média máxima de 23,6º C chegando a 36º e, média mínima
de 15,5º C.
A rosa dos ventos é uma representação gráfica, em forma de estrela, onde são
indicadas as direções conhecidas como pontos cardeais, Norte, Sul, Leste e Oeste, e os pontos
colaterais e subcolaterais. É utilizada para localizar um determinado objeto ou corpo em
relação a outro.
Conforme a Figura 38, seguinte, a rosa dos ventos para Florianópolis, mostra as
velocidades predominantes por direção e a frequência de ocorrências dos ventos,
correspondendo aos dados apresentados no site da Prefeitura Municipal de Tubarão, o qual
descreve da seguinte forma:
 37,5% de ocorrência dos ventos nordeste, com predominância maior no verão;
 15,6% de ocorrência dos ventos sul, com predominância maior durante o inverno;
70

 13,2% de ocorrência dos ventos sudoeste, com predominância maior no inverno.


Figura 38 - Rosas dos Ventos

Fonte: Rosas dos Ventos para Florianópolis, Programa Analysis SOL-AR, 2019.

Outro condicionante a ser analisado são as características físicas de relevo que o


terreno e seu entorno apresentam, com o intuito de verificar o melhor aproveitamento deste,
para o projeto. Neste caso, o terreno escolhido encontra-se em terreno de declividade e possui
em seu entorno um morro com declividade acentuada, conforme pode ser observado na Figura
39, que forma uma barreira dos ruídos em geral, inclusive da rodovia BR-101.
71

Figura 39 - Relevo no entorno do terreno

Fonte: Planta Cadastral (PMT, 2016), com adaptações dos autores.


Com relação ao terreno, o mesmo, apresenta-se também, com declividade
acentuada, conforme pode ser observado nas Figuras 40 e 41.
Figura 40 - Relevo do terreno

Fonte: Planta Cadastral (PMT, 2016).


72

Figura 41 - Perfis Transversais do terreno

Fonte: Os autores (2019).


73

Para melhor entender a configuração da declividade foram realizados dois perfis


transversais sobre o terreno, Perfil AA’ e Perfil BB’, conforme imagens da Figura 41,
anterior. Esta análise é necessária para identificar qual a melhor posição da locação da
residência no terreno, visando assentá-la, na parte mais plana, entre as curvas 62 e 60.
Figura 42 - Visuais do terreno

Fonte: Os autores (2019).


A escolha foi intencional, pois busca-se, além do desafio de elaborar um projeto
com estrutura pré-moldada em terreno de declividade, visando evitar grandes movimentações
de terra, proporcionar, também, um local que pudesse oferecer um visual da paisagem natural
e urbana, conforme imagens da Figura 42.
Para melhor entender a configuração da declividade foram realizados dois perfis
transversais sobre o terreno, Perfil AA’ e Perfil BB’, conforme imagens da Figura 41,
anterior. Esta análise é necessária para identificar qual a melhor posição da locação da
residência no terreno, visando assentá-la, na parte mais plana, entre as curvas 62 e 60.
A Figura 43, apresentada a seguir em forma de croqui, mostra os condicionantes
físicos descritos acima, tais como: a variação da incidência de luz solar de acordo com os
solstícios e equinócios, para inverno e verão; os ventos predominantes e, as barreiras naturais
do relevo em relação ao terreno.
74

Figura 43- Condicionantes físicos do terreno

Fonte: Os autores (2019).


75

Estes fatores são de suma importância durante a elaboração do projeto, pois


busca-se o melhor aproveitamento do terreno não apenas físico, mas dos visuais da paisagem,
além do melhor aproveitamento da iluminação natural e do uso de ventilação cruzada entre os
ambientes internos, aumentando o conforto do usuário e reduzindo o consumo de energia.

4.1.3 Entorno do terreno e Infraestrutura

Conforme critérios levantados sobre as categorias de atendimento ao selo Casa


Azul da CAIXA, um dos fatores de suma importância é a escolha do local para a implantação
do projeto em relação ao seu entorno imediato. Além dos condicionantes físicos identificados,
anteriormente, é necessário realizar um levantamento do sistema viário e do uso do solo em
relação ao terreno.
De acordo com o Selo, durante a escolha do terreno, faz-se necessário que se evite
locais ecologicamente sensíveis, e que haja a preservação, restauração e melhoramento dos
sistemas naturais, visando à vitalidade do entorno. Com a finalidade de proporcionar
qualidade de vida aos moradores, fez-se a análise do entorno, evidenciando a existência de
pontos de comércio, áreas de lazer, serviços, dentre outros fatores positivos.
De acordo com a Lei Complementar nº 89, de 20 de dezembro de 2013, que
dispõe sobre o Sistema Viário do Município de Tubarão, foi possível verificar que a via de
acesso ao terreno e do entorno imediato são caracterizadas como vias locais, que possuem as
seguintes características:
As vias locais são aquelas que se destinam a servir diretamente os lotes urbanos,
permitindo uma baixa velocidade de percurso. São caracterizadas por interseções em
nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.
§ 1º As vias locais devem ter dimensão mínima de 12,00 (doze) metros, sendo:
I - Calçada: 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros) de cada lado;
II - Faixa de rolamento: 7,00 m (sete) metros.
§ 2º Nas vias locais, a velocidade máxima permitida será de 30 Km/h (trinta
quilômetros por hora) (PMT, 2013).

A via frontal do lote possui um fluxo viário baixo e ainda não possui
pavimentação, como é o caso da maioria das vias locais na cidade e, sua configuração urbana,
de rua sem saída, indo ao encontro da barreira de aclive da encosta, com inclinação acentuada,
impede sua conexão com outras vias, conforme pode ser observado na Figura 44.
76

Figura 44 - Sistema Viário no entorno imediato

Fonte: Lei 89/2013, PMT (2013a); Google Earth (2019); com adaptações dos autores.
Conforme figura acima, foram indicadas na imagem aérea, as vias arteriais,
coletoras e as vias locais de acesso ao terreno, sendo que as demais vias, também são todas
locais, conforme mapa anexo, da Lei do Sistema Viário, que descreve no corpo da Lei, que
todas as vias na cor branca, são locais.
77

Figura 45 - Mapa do Sistema Viário em Tubarão

Fonte: Lei 89/2013, PMT (2013a), com adaptações dos autores.

Foram analisados também, a configuração de uso e ocupação do solo e de gabarito


das edificações no entorno imediato, conforme apresentado nos mapas das Figuras 46 e 47. O
local apresenta predomínio de uso residencial unifamiliar, com alguns comércios pontuais,
tais como: mercados de pequeno e médio porte, farmácia, restaurante, escola, restaurante,
dentre outros, sendo todos com distância inferior a um quilômetro.
A área correspondente está em crescente desenvolvimento, apresentando ainda
vários lotes vazios, e a altura das edificações apresenta predomínio de construções do nível
térreo a dois pavimentos, não ultrapassando cinco pavimentos. Nos lotes ao lado do terreno
escolhido, já existem duas residências, mas as mesmas, não interferem na insolação e
ventilação o local.
78

Figura 46 - Mapa de uso e ocupação do solo

Fonte: Planta Cadastral, PMT (2016), com adaptações dos autores.


Figura 47 - Mapa de gabarito das edificações

Fonte: Planta Cadastral, PMT (2016), com adaptações dos autores.


79

4.2 LEGISLAÇÃO

Anterior à implantação do projeto, há a necessidade de averiguar as legislações


pertinentes, e segui-las. A seguir, serão apresentados os parâmetros urbanísticos do terreno,
em que foi seguida a legislação municipal vigente.

4.2.1 Parâmetros urbanísticos do terreno

Para iniciar a elaboração de um projeto é necessário identificar quais são os


parâmetros urbanísticos de zoneamento urbano do local onde o terreno está inserido. Estes
dados são encontrados na Lei Complementar nº 87, de 20 de dezembro ano de 2013, que
dispõe sobre o zoneamento do uso e ocupação do solo urbano de Tubarão e dá outras
providências.
De acordo com a supracitada Lei, o terreno escolhido encontra-se na Zona
Residencial 3, conforme apresentado no mapa da Figura 48. PMT (2013b).
Figura 48 - Localização do terreno em relação ao zoneamento urbano

Fonte: Lei 87/2013, PMT (2013b), com adaptações dos autores.


80

A Lei apresenta em anexo, quadros com os parâmetros urbanísticos que devem ser
seguidos na elaboração do projeto. O Anexo 2 traz o quadro de uso do solo por zona, que
descreve quais edificações e atividades podem ser construídas no local, caracterizando-as em
usos permitidos, tolerados e proibidos, conforme o quadro seguinte.
Quadro 2 - Uso do solo para o terreno
Uso Permitido
Zonas Permitido Tolerado Proibido
Comércio e serviço
Habitação unifamiliar; Habitação
ZR1 vicinal; Usos Todos os demais.
multifamiliar horizontal.
Institucionais.
Habitação unifamiliar; Habitação
ZR2 multifamiliar vertical e horizontal; Comércio e Usos Institucionais. Todos os demais.
serviço vicinal.
Habitação unifamiliar; Habitação Comércio Especial do
ZC3 multifamiliar vertical e horizontal; Comércio e Tipo A e B; Usos Todos os demais.
serviços vicinal; Comércio e serviços gerais. Institucionais.
Fonte: Lei 87/2013, PMT (2013b), com adaptações dos autores.
Como a proposta deste trabalho é a elaboração de uma residência unifamiliar,
pode-se observar no quadro acima, que é permitido construir no local, além das habitações
unifamiliares, também, multifamiliares – vertical e horizontal, comércio e serviços vicinais,
usos institucionais e indústrias do tipo A. PMT (2013b).
O Anexo 3, traz o quadro de parâmetros urbanísticos por zona, que informa a
medida mínima padrão de lotes para o local, recuos - frontal, lateral e de fundos, taxa de
ocupação máxima do terreno, coeficiente de aproveitamento máximo, altura máxima das
edificações e a taxa de permeabilidade, conforme apresentado no quadro.
81

Quadro 3 - Parâmetros urbanísticos para o terreno


Parâmetros Urbanísticos por Zona
Coeficiente
Taxa de Altura
Lote Mínimo/ de Taxa de
Ocupação Máx.
Zonas Frente Mínima Recuo Mínimo (m) Aproveitam Permeabilidade
Máx.-TO (Pavim
(m²/m) ento Máx.- Mín.-TP(%)
(%) entos)
CA
Frontal: 4,00; Lateral e
ZR1 360/12 Fundos: 1,50 quando 60 2 2 20
houver aberturas.
Frontal: 4,00; Lateral e
Fundos: até o 2ºpav.
1,50 quando houver Básico 5 e
ZR2 360/12 70 H/8 -**
aberturas; a partir do Máx. 6
3ºpav. H/8, sendo no
mín. 2,50.
250/10 Frontal: 4,00; Lateral e
Fundos: até o 2º pav.
1,50 quando houver
ZR3 80 5 H/8 10 ou -**
aberturas; a partir do
3ºpav. H/8, sendo no
mín. 2,50.
Fonte: Lei 87/2013, PMT (2013b), com adaptações dos autores.
Nota: ** É obrigatório que a edificação possua dispositivo para retenção e retardo de águas pluviais.
Para melhor entender o quadro acima, será apresentado um resumo dos
parâmetros urbanísticos para a Zona Residencial 3, necessários para o início da elaboração do
projeto, tais como:
 Testada Frontal: 15,00m
 Testada Lateral: 41,50m
 Área total do lote: 622,50m²
 Altura máxima da edificação: H/8, (onde “H” é o somatório das alturas de todos os
pavimentos, medidos do nível térreo até a última laje útil). Neste caso, não será
necessário utilizar esta regra, pois a edificação será de apenas 2 pavimentos.
 Recuo Frontal: 4,00m, no mínimo
 Recuo Lateral e de fundos: até dois pavimentos 1,50m quando houver aberturas
 Taxa de Ocupação (TO): 80%
 Coeficiente de Aproveitamento Básico (CA): 5
 Taxa de Permeabilidade: 10%
82

Figura 49 - Recuos para o terreno

Fonte: Os autores.

Segundo a Lei, a Taxa de Ocupação é definida como sendo “o valor expresso em


porcentagem que define a porção de área do terreno que pode ser ocupada pela projeção, em
planta, da totalidade das edificações sobre o terreno” (PMT, 2013b). Ou seja, é a projeção da
edificação sobre o terreno, calculada da seguinte forma:

Equação 1 - Área de Projeção


Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒çã𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 𝑥 𝑇𝑂
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒çã𝑜 = 622,50 𝑥 0,80 = 498, 00 𝑚²
Fonte: PMT, 2013.

O Coeficiente de Aproveitamento “é um número que, multiplicado pela área do


lote, indica a quantidade máxima de metros quadrados que podem ser construídos em um lote,
somando-se as áreas de todos os pavimentos” (SABOYA, 2007).
Segundo a Lei, o Coeficiente de Aproveitamento Básico é a relação entre a área
total do terreno e a área edificável. Já o Coeficiente de Aproveitamento Máximo é a relação
entre o coeficiente de aproveitamento básico e a área máxima do terreno, utilizado apenas,
quando há a necessidade de aumentar a edificação, no caso de edifícios multifamiliares
verticais (PMT, 2013b).
83

Equação 2 - Área Edificável


Á𝑟𝑒𝑎 𝑒𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐á𝑣𝑒𝑙 𝑏á𝑠𝑖𝑐𝑜 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 𝑥 𝐶𝐴
Á𝑟𝑒𝑎 𝑒𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐á𝑣𝑒𝑙 𝑏á𝑠𝑖𝑐𝑜 = 622,50 𝑥 5 = 3112,50 𝑚²
Fonte: PMT, 2013.

De acordo com os cálculos da TO e CA, realizados acima, a edificação poderia


ocupar em projeção sobre o terreno, uma área de 498,00m² e chegar a um dimensionamento
de área construída total, de no máximo 3.112,50 m² e, como a edificação será de apenas 2
pavimentos, sua dimensão total, não deverá ultrapassar estes limites.
Outro parâmetro que deve ser observado é a relação entre a retirada dos recuos -
frontal e lateral, no valor de A=426,50m², conforme apresentado na Figura 49 e, o valor da
TO=498,00m², devendo ser respeitado o valor da área total útil dos recuos.
A Taxa de Permeabilidade se refere à porcentagem da área do terreno que deve
permanecer permeável, permitindo a absorção da água no solo (SABOYA, 2007). Para o
terreno em estudo é necessário apenas deixar livre 10% da área do terreno, neste caso, uma
área de 62,25m².
84

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente trabalho propõe desenvolver o projeto arquitetônico de uma residência


com estrutura pré-moldado, adotando estratégias sustentáveis, com o intuito de conseguir uma
classificação do Selo Casa Azul da CAIXA. A ideia de criar uma residência com essas
características surgiu, pelo fato de a construção civil ainda ser muito atrasada em relação aos
seus métodos construtivos tradicionais.
Já existem novos métodos que podem ajudar na evolução da construção civil, um
deles é a utilização de peças de estrutura pré-moldada, a qual já está sendo implantada em
diversas obras do tipo comercial e industrial. Entretanto, ainda não é muito utilizado para a
concepção de projetos residenciais unifamiliar e multifamiliares. Esse novo sistema pode ser
utilizado na estrutura geral externa da edificação e complementada nas divisórias internas,
com paredes gesso acartonado, steel frame ou outros materiais, favorecendo uma obra limpa e
de rápida execução.
O uso das estratégias sustentáveis deve-se ao fato de que o ser humano,
atualmente, está destruindo o ambiente em que vive, o que resulta em problemas como efeito
estufa, extinção de algumas espécies da fauna e flora, variação climática e entre outros, que
são noticiados a todo o momento pelas redes sociais ou jornais. Contudo, ainda é possível
tentar amenizar os problemas, utilizando-se de novas alternativas e soluções sustentáveis,
principalmente na área da construção civil.

5.1 PROJETOS ARQUITETÔNICOS

Com o auxílio da pesquisa teórica e de campo, descritas anteriormente, foi


desenvolvido o projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar com práticas sustentáveis,
cumprindo todos os critérios da legislação estabelecidas pelo município e utilizando o método
construtivo de estrutura pré-moldada de concreto e inserindo estratégias de sustentabilidade
visando a conquista da certificação do Selo Casa Azul da CAIXA.
O terreno escolhido pelos autores possui uma declividade acentuada, no entanto,
tentou-se tirar proveito deste condicionante para criar desníveis nos ambientes internos,
encaixando a obra na área mais plana, tentando cortes no terreno, adaptando-a à topografia do
terreno. Outro motivo da escolha do mesmo foi no intuito de mostrar que o sistema pré-
moldado, pode ser utilizado no projeto de residência e também se adaptar a qualquer tipo de
terreno.
85

O projeto da residência contém dois pavimentos e uma área total construída de


388,27 m², sendo: pavimento térreo com 198,00 m² e pavimento superior com 190,27 m².
O pavimento térreo, possui garagem para 2 carros, cozinha, espaço gourmet, área
de serviço, lavabo, hall, salas de convivência, jantar e estar. Ainda possui uma área de lazer
com churrasqueira e piscina com borda infinita.
No pavimento superior, encontra-se a área íntima da casa com sala de TV, quarto,
escritório, banheiro social, suíte com closet e sacada. Nesse pavimento foi necessário utilizar
divisórias em placas de gesso acartonado, a fim de deixar a estrutura mais leve e dar
volumetria para residência, deixando área de sacadas.
Sua volumetria possui linhas retas, porém o pavimento superior possui recuos
para dar forma à residência e assim caracterizando um volume assimétrico. Tal fato é
totalmente diferente da maioria das obras de pré-moldado, que sempre remete-se a uma
residência quadrada ou retangular. As figuras a seguir mostram a volumetria do projeto:

Figura 50 - Fachada Frontal

Fonte: Os autores.
86

Figura 51- Fachada Direita

Fonte: Os autores.
Figura 52 - Fachada Fundo

Fonte: Os autores.
87

Figura 53 - Fachada Esquerda

Fonte: Os autores.
Com relação às cores, decidiu-se deixar a cor própria da estrutura de concreto,
visando destacar as aberturas em vidro e alguns detalhes da volumetria, sem interferir na
paisagem natural.
Outra condicionante do projeto foi de aproveitar a vista privilegiada do seu
entorno, com o auxílio de janelas em vidro que permitem a entrada de luz e ventilação natural.
Outra vantagem deste método construtivo é a rapidez na execução e a redução de
resíduos de obra, evitando afetar o meio ambiente e ainda conseguindo finalizar a obra de
forma rápida, diferente da maioria das obras de engenharia.

5.2 GRADUAÇÃO DA RESIDÊNCIA NO SELO CASA AZUL DA CAIXA

Como foi descrito no tópico 2.2.2 desse trabalho, o Selo Casa Azul da CAIXA foi
criado com o foco nos critérios para a obtenção da certificação sustentável, voltado a
empreendimentos habitacionais, mas pretende também ser útil a todos os estudantes,
profissionais e empresas da área de construção que busquem contribuir para o
desenvolvimento sustentável.
Porém, a obtenção do selo, ainda é oferecida apenas para empresas construtoras, o
Poder Público, empresas públicas de habitação, cooperativas, associações e entidades
representantes de movimentos sociais, limitando seu uso, em projetos residenciais
unifamiliares de propriedade particular.
88

Diante do contexto, a proposta desse trabalho é incentivar a utilização do manual


Selo Casa Azul, em projetos de residências unifamiliares ou estender seu uso a todos os tipos
de edificações, não apenas com o intuito de preservar o meio ambiente, mas também
pensando nas vantagens que o proprietário poderá ter em economia de energia, água, IPTU e a
valorização do imóvel, bem como no conforto dos usuários da edificação.
Como já foi citado a residência fica localizada na cidade de Tubarão/SC, e de
acordo com site do município (2019), o mesmo possui desconto de 2% a 6% no IPTU para
imóveis que possuam estratégias sustentáveis, esse programa se chama IPTU verde.
Portanto, o projeto arquitetônico, objeto da proposta será elaborado seguindo os
critérios do manual, adotando estratégias sustentáveis em busca da obtenção do selo e sua
classificação na graduação bronze, prata ou ouro, demonstradas a seguir.

5.2.1 Categoria 1 – Qualidade Urbana

Essa categoria possui 5 critérios de avaliação, contendo dois de atendimento


obrigatório, a Qualidade do entorno – infraestrutura e a Qualidade do entorno – Impactos.
Com relação à Qualidade do entorno – infraestrutura, o empreendimento fica
localizado em uma região que possui rede de abastecimento de água potável e futuramente
rede de esgoto e drenagem, pois o município está em fase de implantação destes sistemas. A
rua frontal do lote ainda não é pavimentada, mas todos os acessos à rua são pavimentados,
possui iluminação pública, rede de água, de energia elétrica e transporte público.
No entorno imediato do empreendimento encontram-se serviços públicos e de
comércio local, tais como: escolas, clínica médica, posto de saúde, farmácia, padaria, praça,
supermercado, dentre outros de pequeno porte, conforme apresentado na figura a seguir:
89

Figura 54 - Qualidade do entorno - infraestrutura

Fonte: Google Earth, (2019), adaptado pelos autores.


O segundo critério, Qualidade do entorno – Impactos, também é obrigatório e
busca o bem-estar, segurança e saúde dos proprietários, dessa forma o guia para obtenção do
selo demostra que o empreendimento deverá situar-se em um raio de 2,5km, longe de fontes
de ruído ou odores.
Conforme pode ser observado na imagem da Figura 55, foi indicado o raio de
2,5km em relação ao terreno, no qual abrange praticamente 50% de toda a área urbana do
município. Neste caso, o terreno encontra-se sobre a influência dos ruídos da BR-101, no
entanto, conforme apresentado anteriormente, no item 4.1.2 sobre os condicionantes físicos do
terreno, o mesmo possui uma grande barreira física contra os ventos predominantes,
proporcionado por um morro de alta declividade. Já em relação ao trecho ativo da ferrovia,
não é afetado.
90

Figura 55 - Qualidade do entorno - impactos

Fonte: Planta Cadastral, (2016), adaptado pelos autores.

O guia da CAIXA descreve que, caso o empreendimento esteja localizado


próximo de ruídos ou odores poderá tomar medidas para minimizar esses problemas, para que
possa atender esse critério. Para isso foi realizado no local, medições com o auxílio de um
decibelímetro, “aparelho que mede os níveis de intensidade sonora, de barulho” (DICIO,
2019), conforme descritos no quadro a seguir:
91

Quadro 4 - Nível de ruído


NÍVEL DE RUÍDO
Dados Coletados
Data Hora
mín. (dB) máx. (dB) média (dB)
18/out 08:00 21,07 54,63 33,29
18/out 18:05 26,54 69,20 34,85
19/out 11:30 25,96 78,04 38,22
19/out 17:00 27,01 61,10 37,16
19/out 19:20 25,95 53,16 34,62
20/out 08:30 19,84 48,60 28,09
20/out 17:15 21,01 62,01 38,67
20/out 21:20 20,24 64,39 27,66
21/out 11:40 21,00 51,55 35,12
21/out 15:55 21,73 42,17 26,98
21/out 21:05 22,31 49,28 33,67
Fonte: Autores, 2019.
De acordo Castaldon (2012), o nível de ruído quando ultrapassa 80 dB é
prejudicial a saúde, entretendo segundo Jornal do Senado 2009, a partir do nível de 56 dB, já
causa certo desconforto no usuário, mas de acordo com os valores coletados, a média dos
níveis de ruído no local do empreendimento é baixo. E, com relação a odores, a área não é
afetada.
De acordo com as análises realizadas, o projeto atende parcialmente, o primeiro
critério obrigatório, pois, depende da gestão pública, para realizar no local a execução dos
sistemas de infraestrutura de rede de esgoto, rede de drenagem e a pavimentação da rua. Com
relação ao segundo critério obrigatório, os ruídos no local são amenizados pela barreira
natural do morro, mas o projeto também utiliza paredes e revestimentos acústicos.

5.2.2 Categoria 2 – Projeto e Conforto

Nessa categoria são 11 critérios de avaliação, dos quais, 5 são obrigatórios e o


projeto conseguiu atender, além dos 5 obrigatórios, mais 4 de livre escolha.
Com relação ao Paisagismo e a Adequação das condições físicas do terreno, o
projeto apresenta um paisagismo frontal e preservou ao máximo a declividade do terreno,
evitando realizar grandes movimentações de terra e interferir na paisagem natural do mesmo,
favorecendo um microclima agradável de conforto térmico (refrigeração) e estético da
residência.
Foi indicado no projeto, um local para coleta seletiva do lixo orgânico e reciclável
com lixeiras separadas que, conforme especificações da CAIXA, esses locais precisam ser
92

revestidos com revestimento lavável, possuir ponto de água e ter ventilações e fácil acesso,
conforme projetado na Figura 56, a seguir:

Figura 56 - Lixeira

Fonte: Os Autores, 2019.

No critério equipamentos de lazer, sociais e esportivo, o empreendimento possui


uma área de festas com churrasqueira e piscina, visto ser uma residência unifamiliar
particular, onde não tem a obrigação de realizar benfeitorias para a comunidade local.
Para atender ao critério de desempenho térmico e acústico em relação as vedações
de paredes, foi escolhido como alternativa a lã de vidro. Esta seria colocada entre as placas de
gesso acartonado e de concreto pré-moldado. A lã de vidro além de servir como isolante
térmico auxilia como isolante acústico, proporcionado maior conforto aos usuários.
O projeto foi desenvolvido a partir da análise dos condicionantes físicos do
terreno em relação a orientação solar e dos ventos predominantes, posicionando as aberturas
em pontos que favorecem a ventilação cruzada e que permitam o melhor aproveitamento da
iluminação natural nos cômodos, favorecendo também, banheiros e áreas comuns, conforme
representação nas plantas baixas do térreo e piso superior das Figuras 57 e 58, em relação ao
vento predominante nordeste e das Figuras 59 e 60, em relação aos ventos predominantes sul
e sudoeste.
93

Figura 57 - Planta Baixa Térreo - vento predominante nordeste

Fonte: Os Autores, 2019.


94

Figura 58 - Planta Baixa Piso Superior - vento predominante nordeste

Fonte: Os Autores, 2019.


95

Figura 59 - Planta Baixa Térreo - ventos predominantes sul e sudoeste

Fonte: Os Autores, 2019.


96

Figura 60 - Planta Baixa Piso Superior - ventos predominantes sul e sudoeste

Fonte: Os Autores, 2019.

Outro critério atendido é a possibilidade de flexibilidade de projeto, onde foi


adotado o sistema estrutural com peças pré-moldadas de concreto, que permitem trabalhar
com a planta livre, favorecendo diversas alternativas de divisões internas dos ambientes,
conforme o programa de necessidades criado ou, em realizar mudanças para outros usos da
edificação.
97

Outro ponto positivo para o uso do pré-moldado nessa questão de flexibilidade no


projeto é a questão das instalações hidrossanitárias e elétricas que podem ser alteradas com
maior facilidade.

5.2.3 Categoria 3 – Eficiência Energética

Esta categoria possui 8 critérios de avaliação, dois quais, apenas 3 são


obrigatórios, no entanto, o projeto conseguiu atender aos obrigatórios e mais 3 critérios de
livre escolha. O primeiro critério: uso de lâmpadas de baixo consumo em áreas privativas, é
obrigatório apenas para famílias que recebem menos de três salários mínimos, sendo assim,
não seria necessário adotar na proposta.
Porém, pensando na economia do consumo de energia que este uso pode oferecer,
indica-se que seja especificado no projeto elétrico, a utilização de lâmpadas LED, com selo
PROCEL com nível de eficiência A, atendendo, também, a esse critério, conforme
especificações da Figura 61.
Figura 61 - Lâmpada de LED e Selo PROCEL

Fonte: Google imagens, 2019.


O critério “dispositivos economizadores – áreas comuns” é obrigatório, portanto,
a residência possuirá sensores de presença nas áreas comuns (escada e circulações), garagem
e na iluminação externa.
No guia para obtenção do selo está descrito que a residência pode possuir um
sistema de aquecimento solar, a gás ou não ter sistema de aquecimento, sendo de livre escolha
do proprietário, entretanto, pensando na economia do consumo de energia que este sistema
pode oferecer, optou-se por instalar um sistema de aquecimento a gás, conforme modelo
indicado na Figura 62:
98

Figura 62 - Aquecedor a gás

Fonte: Astra, 2019.

O aquecedor deverá ter o selo ENCE/Conper ou apresentar nível de eficiência A,


no PBE do Conper/Inmetro, conforme guia da CAIXA. Segundo o guia, por ser tratar de uma
residência unifamiliar, não é necessário a instalação de medidores de gás.
Com relação aos eletrodomésticos eficientes, estes deverão ser especificados junto
dos projetos complementares em memorial descritivo. Além disso, a residência ainda terá
uma fonte de energia renovável através de painéis fotovoltaicos instalados na cobertura com
seu posicionamento para o norte, assim garantindo maior rendimento, esse método possui
grandes vantagens como economia na fatura de energia elétrica, geração de créditos de
energia, valorização do imóvel, energia sustentável, dentre outros e, deverá ser elaborado
projeto específico junto ao projeto elétrico.

5.2.4 Categoria 4 – Conservação de Recursos Materiais

Esta categoria apresenta 10 critérios, dos quais, apenas 3 são obrigatórios, sendo
que o projeto conseguiu atender aos obrigatórios e mais 3 critérios de livre escolha. Por ser
uma residência construída com peças pré-moldadas, acaba atendendo os seguintes critérios:
modulação do projeto, qualidade de materiais e componentes, componentes industrializados
ou pré-fabricados, formas e escoras reutilizadas e concreto com dosagem otimizada.
Como as peças são executadas fora do local da obra, recebem todo o tratamento
de concretagem, atendendo normas específicas, proporcionando a otimização da qualidade
99

dos componentes, as quais são transportadas para o local de montagem, exigindo mão de obra
especializada, a utilização de formas de metal durante a execução das peças e não a utilização
de escoras durante a obra.
O projeto foi desenvolvido de forma modular nas dimensões, 6 x 6m, 6 x12m e 3
x 6m, dessa forma, não será necessário a utilização de armaduras protendidas e com isso o
custo para construir é mais baixo, conforme pode ser observado o esqueleto da edificação, nas
Figura 63 e 64.
Figura 63 - Esqueleto da residência proposta frente

Fonte: Elaboração dos Autores, 2019.


Figura 64 - Esqueleto da residência proposta fundo

Fonte: Elaboração dos Autores, 2019.


100

Em relação à redução dos resíduos resultantes da execução da obra, foi escolhido,


além do sistema pré-moldado de concreto, o sistema de gesso acartonado, que minimizam a
quantidade de resíduos na obra, possibilitando a gestão da obra limpa e a rapidez na
montagem, porém, ainda há a necessidade de elaborar um plano de gestão RCD, para outros
tipos de resíduos que possam surgir durante a construção.

5.2.5 Categoria 5 – Gestão da Água

Essa categoria abrange oito critérios, sendo 3 obrigatórios e 5 de livre escolha,


sendo que a residência proposta, atendeu aos 3 critérios obrigatórios, mais 2 de livre escolha,
conforme a seguir.
Como a residência é unifamiliar de propriedade particular, a mesma, precisará
apenas de um medidor de água individual que deverá ser instalado pela concessionária local.
Para atender o critério obrigatório dos dispositivos economizadores – bacia
sanitária e o critério de livre escolha, dispositivos economizadores – arejadores, será descrito
através do memorial descritivo e no projeto hidrossanitário, que as bacias sanitárias em todas
as dependências deverão possuir caixa acoplada e o sistema de descarga com duplo
acionamento (3/6 litros) e que todas as torneiras deverão ter arejadores, conforme modelos
apresentados na Figuras 65.
Figura 65 - Modelos dos dispositivos economizadores

Fonte: Delas. IG, 2010 e Google imagens, 2019.

De acordo com a CAIXA (2010), a utilização desses sistemas de descarga com


caixa acoplada com acionador duplo e arejadores nas torneiras, ajudam a economizar no
consumo de água e redução de esgoto a ser coletado e tratado.
A residência ainda reutilizará a água da chuva para reuso em vasos sanitários e
torneiras que não sejam utilizadas para consumo, dessa forma reduzindo o uso de água
potável e no custo da fatura de água. A seguir um esquema de como a água será tratada e
bombeada para a caixa d’água superior.
101

Figura 66 - Tratamento da água da chuva

Fonte: Elaboração dos Autores, 2019.

A Figura anterior mostra como deve funcionar o sistema de abastecimento: no


reservatório inferior a água da chuva será coletada, após passará pelo clorador para retirar as
impurezas e com o auxílio de uma bomba, a água será bombeada para o reservatório superior.
Caso ocorra falta de água no reservatório de água da chuva tratada, o mesmo será abastecido
automaticamente (será adotado uma válvula solenóide) através do reservatório de água
potável.
No critério áreas permeáveis que é obrigatório, é necessário que a área permeável
seja 10% acima da exigida pela legislação local, conforme cálculo abaixo:

Equação 3 - Coeficiente de permeabilidade


superfície permeável (m²)
𝐶𝑃 = 𝑥 100
área total do terreno (m²)
298,57 m²
𝐶𝑃 = 𝑥 100 = 47,96%
622,50 m²
Fonte: Guia da CAIXA, 2010.

A residência atende esse critério, pois pela legislação local a taxa de


permeabilidade mínima é de 10% e conforme cálculo, o resultado obtido foi de 47,96%.

5.2.6 Categoria 6 – Práticas Sociais

Na categoria 6, são 11 critérios de avaliação, sendo que a residência atente sete


critérios incluindo, obrigatórios e de livre escolha.
102

Será realizado um treinamento com os profissionais envolvidos na construção da


residência sobre a gestão dos resíduos sólidos, sua importância, como deverá ser separado,
armazenado e coletado os resíduos. Os mesmos, ainda receberão informações e orientações
sobre a utilização das práticas sustentáveis utilizadas no empreendimento e seus benefícios
para o meio ambiente e sociedade.
A empresa contratada para a execução deverá possuir colaboradores da própria
cidade e profissionais qualificados para executar uma obra com concreto pré-moldado. É
necessário oferecer treinamentos e incentivar os funcionários com escolaridade incompleta a
regressar aos estudos, assim melhorando suas condições socioeconômicas.
Na entrega da chave ao morador, propõe-se que sejam fornecidas orientações
quanto ao uso e manutenção do imóvel, junto a um memorial com todas as informações sobre
o mesmo. Durante essas informações e orientações, os moradores deverão ser conscientizados
sobre a questão ambiental, a importância de economizar os recursos naturais e outros pontos
já citados nesse trabalho.

5.2.7 Graduação da residência

Para melhor representar os critérios atendidos nos tópicos descritos acima,


segue abaixo um quadro, indicando os critérios atendidos em cada categoria.

Quadro 5 - Critérios atendidos pelo projeto proposto


Categorias CLASSIFICAÇÃO
1. QUALIDADE URBANA Critérios
Avaliação
São 5 critérios de avaliação para esta categoria: Atendidos
Não
1.1 Qualidade do entorno - Infraestrutura obrigatório atende
1.2 Qualidade do entorno - Impactos obrigatório Atendido
1.3 Melhorias no Entorno livre escolha -
1.4 Recuperação de Áreas Degradadas livre escolha -
1.5 Reabilitação de Imóveis livre escolha -
2. Projeto e Conforto
São 11 critérios de avaliação para esta categoria:
2.1 Paisagismo obrigatório Atendido
2.2 Flexibilidade de Projeto livre escolha Atendido
2.3 Relação com a Vizinhança livre escolha -
2.4 Solução Alternativa de transporte livre escolha -
2.5 Local para Coleta Seletiva obrigatório Atendido
2.6 Equipamento de Lazer, Social e Esportivos obrigatório Atendido
(continua na próxima página)
103

(continuação)
2. Projeto e Conforto
São 11 critérios de avaliação para esta categoria:
2.7 Desempenho Térmico - Vedações obrigatório Atendido
2.8 Desempenho Térmico - Orientação ao Sol e Ventos obrigatório Atendido
2.9 Iluminação Natural de Áreas Comuns livre escolha Atendido
2.10 Ventilação e Iluminação Natural de Banheiros livre escolha -
2.11 Adequação às Condições Físicas do Terreno livre escolha Atendido
3. Eficiência Energética
São 8 critérios de avaliação para esta categoria:
obrigatório p/
3.1 Lâmpadas de Baixo Consumo - Áreas Privativas HIS - 0 a 3 Atendido
s.m.
3.2 Dispositivos economizadores - Áreas Comuns obrigatório Atendido
3.3 Sistema de Aquecimento Solar livre escolha -
3.4 Sistema de Aquecimento a Gás livre escolha Atendido
3.5 Medição Individualizada - Gás obrigatório Atendido
3.6 Elevadores Eficientes livre escolha -
3.7 Eletrodomésticos Eficientes livre escolha Atendido
3.8 Fontes Alternativas de Energia livre escolha Atendido
4. Conservação de Recursos Materiais
São 10 critérios de avaliação para esta categoria:
4.1 Modulação de Projeto livre escolha Atendido
4.2 Qualidade de Materiais e Componentes obrigatório Atendido
4.3 Componentes Industrializados ou Pré-Fabricados livre escolha Atendido
4.4 Formas e Escoras Reutilizáveis obrigatório Atendido
4.5 Gestão de Resíduos de Construção de Demolição - RCD obrigatório Atendido
4.6 Concreto com Dosagem Otimizada livre escolha Atendido
4.7 Cimento de Alto Forno (CPIII) e Pozolânico (CP IV) livre escolha -
4.8 Pavimentação com RCD livre escolha -
4.9 Madeira Plantada ou Certificada livre escolha -
4.10 Facilidade de Manutenção da Fachada livre escolha -
5. Gestão da Água
São 8 critérios de avaliação para esta categoria:
5.1 Medição Individualizado - Água obrigatório Atendido
5.2 Dispositivos Economizadores - Sistema de Descarga obrigatório Atendido
5.3 Dispositivos Economizadores - Arejadores livre escolha Atendido
5.4 Dispositivos Economizadores - Outros Reguladores de Vazão livre escolha -
5.5 Aproveitamento de Águas Pluviais livre escolha Atendido
5.5 Retenção de Águas Pluviais livre escolha -
5.7 Infiltração de Águas Pluviais livre escolha -
5.8 Áreas Permeáveis obrigatório Atendido
(continua na próxima página)
104

(continuação)
6. Práticas Sociais
São 11 critérios de avaliação para esta categoria:
6.1 Educação para a Gestão de Resíduos de Construção e Demolição -
RCD obrigatório Atendido
6.2 Educação Ambiental dos Empregados obrigatório Atendido
6.3 Desenvolvimento Pessoal dos Empregados livre escolha Atendido
6.4 Capacitação Profissional dos Empregados livre escolha Atendido
6.5 Inclusão de Trabalhadores Locais livre escolha Atendido
6.6 Participação da Comunidade na Elaboração do Projeto livre escolha -
6.7 Orientação aos Moradores obrigatório Atendido
6.8 Educação Ambiental dos Moradores livre escolha Atendido
6.9 Capacitação para Gestão do Empreendimento livre escolha -
6.10 Ações para Mitigação de Riscos Sociais livre escolha -
6.11 Ações para a Geração de Emprego e Renda livre escolha -
Total 33
Nível Obtido Ouro
Fonte: Elaboração dos Autores, 2019.

Conforme tabela apresentada acima, o projeto residencial elaborado para esta


pesquisa, chegaria à graduação em nível ouro de qualidade sustentável. Porém, ocorreu um
impasse com relação a um critério obrigatório na categoria 1, sobre a qualidade do entorno –
infraestrutura, pois no momento, a rua frontal não é pavimentada e ainda não possui rede de
esgoto e drenagem, sendo necessário, aguardar a Prefeitura Municipal, visto que, estas
benfeitorias já estão em fase de projeto e execução, visando atender toda a área urbana.
Desta forma, para que a obra receba o Certificado com o Selo Casa Azul CAIXA
– Construção Sustentável, nível Ouro, será necessário a conclusão destes critérios faltantes,
para que o proprietário possa solicitar a obtenção da graduação.
105

6 CONCLUSÃO

Conforme foi apresentado ao longo da pesquisa, a construção civil representou


5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no ano de 2016, porém, é uma das áreas que
mais gera resíduos quando comparadas a outras indústrias, responsável também, por causar
danos ao local onde será instalada a obra de forma direta e indiretamente, provocando
impactos ambientais diante dos resíduos gerados e até mesmo, na extração de matéria prima.
Diante deste contexto, muitas empresas começaram a criar soluções mais
sustentáveis para reduzir os impactos que são gerados durante a construção de uma obra,
alterando os métodos construtivos e preocupando-se mais com seu gerenciamento.
Paralelo à relevância gerada em adotar estratégias de sustentabilidade na
construção civil, ocorreu o surgimento das certificações sustentáveis para edificações, visando
à diminuição dos impactos gerados no meio ambiente, no mundo todo.
Dentre as diversas certificações sustentáveis aplicadas para a realidade brasileira,
foi escolhido como base para a elaboração do projeto arquitetônico do residencial unifamiliar,
objeto desta pesquisa, o manual do Selo Casa Azul, criado em 2010, pela Caixa Econômica
Federal, visando não apenas verificar a possibilidade de obter uma graduação, mas usufruir
dos benefícios oferecidos pelo uso das estratégias sustentáveis na edificação.
Este sistema certifica os imóveis sustentáveis no país, em graduação bronze, prata
e ouro, de acordo com o número de critérios atendidos para as categorias de qualidade urbana,
projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e
práticas sociais.
Para tanto, a estratégia sustentável principal adotada no projeto, foi o sistema
estrutural pré-moldado de concreto, por ser uma ótima opção quando se trata de qualidade e
rapidez construtiva, possibilitando trabalhar com modulação e planta livre, reduzindo
consideravelmente, a geração de resíduos de obra e permitindo preservar ao máximo a
configuração atual do terreno.
Como o sistema pré-moldado permite a configuração de planta livre, outro
sistema de fechamento de paredes foi adotado para os ambientes internos da edificação,
utilizando o gesso acartonado, que, além de ser uma estrutura leve e de rápida montagem,
permite o uso de paredes acústicas onde for necessário e gera o mínimo de resíduos na obra.
Desta forma, após definir os sistemas estruturais construtivos, voltados a uma
construção sustentável, foi elaborado o projeto arquitetônico, seguindo os critérios das
106

categorias do Selo Casa Azul, podendo o mesmo ser classificado na graduação Ouro, sendo
possível aplicar o manual em projetos residenciais unifamiliares de propriedade particular.
No entanto, durante a elaboração do projeto, ocorreram 2 impasses com relação
aos critérios obrigatórios a serem atendidos na Categoria 1. Em relação a Qualidade Urbana -
Infraestrutura, a rua frontal do lote não possui pavimentação e a área ainda não é atendida
com rede de esgoto e drenagem, porém, estas benfeitorias não podem ser resolvidas pelo
proprietário, pois são executadas pela Prefeitura Municipal, as quais, já estão em fase de
execução e projeto, visando atender toda a área urbana do município.
Outro impasse ocorreu com relação a Qualidade do entorno – Impactos, onde o
manual exige que o empreendimento deve situar-se em um raio de 2,5km, longe de fatores de
risco, tais como: rodovias, ferrovias, aeroportos e outros tipos de indústrias, fontes de ruídos
excessivos e constantes, bem como estações de tratamento de esgoto, lixões e outros tipos de
indústrias, fonte de emissão de odores e poluição.
Com relação ao raio de abrangência, notou-se que o terreno seria afetado pela
proximidade com a BR-101, mas, após análise dos condicionantes físicos do terreno,
observou-se no local, a existência de morros com declividades acentuadas, que proporcionam
uma barreira física contra os ruídos gerados pela rodovia, sendo confirmados com as
medições realizadas com o decibelímetro no local, possibilitando atender o critério.
Diante destes impasses, torna-se necessário chamar a atenção sobre estes critérios,
especificamente, pois, visto que as benfeitorias de infraestrutura podem ser executadas apenas
pela Prefeitura Municipal e o raio de abrangência de 2,5km estendeu-se, sobre praticamente,
50% da área urbana do município, acabam inviabilizando a certificação ambiental de diversos
outros projetos, nesta primeira categoria, tanto para residências de propriedade particular,
quanto de empreendimentos residenciais públicos.
Percebeu-se que para poder atender os critérios obrigatórios é necessário escolher
o terreno ideal antes de projetar, mas entende-se que a realidade não é esta, pois na maioria
das vezes, as empresas construtoras, órgãos públicos, cooperativas, associações e entidades
representantes de movimentos sociais, já possuem o terreno.
Portanto, sugere-se que seja realizada uma revisão no manual, visto sua primeira
edição ter ocorrido em 2010, não havendo novas edições. Seria importante reavaliar os
critérios obrigatórios, tornando-os mais viáveis de serem atendidos, pois, esta certificação,
beneficiaria, não apenas empreendimentos habitacionais multifamiliares, mas também, a
todos os tipos de edificações que queiram adotá-lo em seus projetos, perante os benefícios que
107

ele oferece, tanto para o conforto e economia do usuário, quanto na mitigação dos impactos
ambientais.
Ao final, conclui-se também, que há a possibilidade de se realizar uma residência
com elementos pré-moldados, adotando estratégias sustentáveis, com alto grau de qualidade
do produto, desfazendo a ideia de que este sistema pode ser usado apenas para obras
comerciais ou industriais.
108

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Segue as referências desse trabalho.

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115

APÊNDICES
116

APÊNDICE A – PLANTA DE LOCALIZAÇÃO, SITUAÇÃO E IMPLANTAÇÃO


Mínimo 1.50
-4,50

Deck de madeira com piscina


-2,70

Corte CC'
07
06
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

Desce
05
1 SEM ESCALA
04
03
02
01

-1,65
Desce
Espaço Gourmet PD. 3,35m

51,59 m²
-4,70
PO
-1,125

19
PD. 3,00m
0102 03
18
17
16
15 Sala de Convivência
14 16,69 m²
PO
13
12
11
10

Desce
-2,70

09
.15 Legenda:
-5,485
0
15.0
08 Sala de Jantar
07 16,38 m² 22
06 Cozinha PO
21
PAREDE - DRYWALL PO PISO - PORCELANATO
26,91m²
05 20 PAREDE - PRÉ-MOLDADA
PO
04 19 LA PISO - LAMINADO
41.5

03 PILAR - PRÉ-MOLDADA
02 -4,75
01
0

18 Corte BB'
-1,125 Sala de Estar 17
Pergolado em madeira -1,30
PD. 3,00m -1,65 19,10 m²
16
A. Serviço PD. 3,35m PO
15
4,48 m² -1,475 02 14
PO Lavabo
13

Desce
1,80 m²
PO
-1,30 01 12
11
17 16 15 14 13 12 11 10 10
-1,125 09
PD. 3,00m

Hall Escada -2,80


6,13 m² 10,00 m²
PO PO

Sobe 08 Corte AA'


01 02 03 04 05 06 07 08 09 07
06
PO
05
04
PLANTA DE SITUAÇÃO 1.35

2 SEM ESCALA -1,125


03
02 1.50
01
03
Garagem -1,30
33,10 m²

Sobe
1.50 02
-1,30
-1,575
.15 PD. 3,175m
-1,475
1.35 Calha coleta água pluvial
01

RESIDÊNCIA PRÉ-MOLDADA
Mínimo 4.00

PROJETO ARQUITETÔNICO
i= 16,25%
Rampa

Proprietário:

Vivian Mendes da Silva Martins

Resp. Técnico: Especificações:

PLANTA LOCALIZAÇÃO
Paula Beatriz Rodrigues Herdt PLANTA SITUAÇÃO
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO
TABELA DE ÁREA
Samuel Gonçalves Motta

Endereço: Área:
Rua Manoel A. Corrêa, S/N, Oficinas - Tubarão/SC
2.50

388,27 m²

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO Unidade: Data: Escala: Folha:

0,15 3 ESCALA 1:75


METROS NOV/2019 INDICADA 01/04
0,00
117

APÊNDICE B – PLANTA BAIXA TÉRREO E PISO SUPERIOR


-4,50 -4,50

Deck de madeira com piscina Deck de madeira com piscina


-2,70 -2,70
Corte CC'

Corte CC'
.30
07 07
06 06

Desce

Desce
05 05
04 .15 .10 04 .15
03 2.10 3.40 .25 03 1.20 4.65
02 02
01.30 01
Pergolado suspenso por cabos
metálicos na cor preta
Material: Madeira e vidro (5mm)
Sacada 2,025

3.00

3.00
18,00 m² PD. 3,00m
3.45

2.45

-1,65 -1,65
Desce PO Desce
Espaço Gourmet PD. 3,35m PD. 3,35m

51,59 m²
-4,70 -4,70
PO
-1,125
PD. 3,00m
0102 03 02 03

.10
19 19

.15

.15
18 18
.15 .15

17 17
.70

16 16
15 Sala de Convivência 15
14 16,69 m² 14
13 PO
13 Closet

4.03
8,19 m²
1.55

12 12 LA
11 11
10 10

5.60
Desce

Desce
Suíte Master
.15

17,05 m² LA
-2,70 -2,70 2,025
3.70 PD. 3,00m
1.00

09 09

.10
-5,485 -5,485

15.00
08 08

8.85
Sala de Jantar
07 16,38 m² 22 07 BWC 22

1.50
5,40 m²
06 Cozinha PO 21 06 21
4.15

26,91m² PO
05 20 05 20
04 PO .50 .50 19 04 19

.10
18.00

03 03
02 -4,75 02 -4,75
01 -1,125 01
PD. 3,00m
.10 .10

3.23
2.80 1.50 18 18
Sala de Estar Corte BB' Sala de Estar Corte BB' Legenda:

3.30
2,025
.10

19,10 m² 17 12,06 m² 17
-1,30 -1,65
16 Pergolado em madeira PD. 3,00m
Circulação 16
Pergolado em madeira
.10

PO 18,48 m² LA
A. Serviço PD. 3,35m
15 15
1.60

4,48 m² Quarto LA
.25 .10

-1,475 02 14 14
1.20

PO Lavabo 13,38 m² PAREDE - DRYWALL PO PISO - PORCELANATO


13 13
Desce

Desce
1,80 m²
01 LA .10
PO
-1,30
12 3.10 .95 12 PAREDE - PRÉ-MOLDADA
.10

.10
.15

.10
11 11 LA PISO - LAMINADO
10 10 PILAR - PRÉ-MOLDADA
17 16 15 14 13 12 11 10 17 16 15 14 13 12 11 10
1.30
-1,125 09 PO
Desce
09
2,025
PD. 3,00m BWC Social PD. 3,00m
.30 4,03 m²
2.75

2.75
Hall Escada -2,80 Escada -2,80
.12

6,13 m² 10,00 m² 10,00 m²


PO PO PO

Sobe 08 Corte AA' -1,125


PD. 3,00m
08 Corte AA'
01 02 03 04 05 06 07 08 09 07 01 02 03 04 05 06 07 08 09 07
PO
06 06
2.84
.15

.15
5.85

Escritório
05 05
.40

11,84 m²
04 04
.25

LA Pergolado suspenso por cabos


03 2,025 metálicos na cor preta 03
-1,125 .15 .75 02 PD. 3,00m Material: Madeira e vidro (5mm) 02
.75 01 01
3.00

.10

03
.75

.25 Garagem -1,30 -1,30


2,025
1.50

33,10 m² Sacada
Sobe

Sobe
-1,30 02 PD. 3,00m 02
-1,575 19,99 m² -1,575
PD. 3,175m
.75

-1,475 -1,475
.55

PO

01 01
5.70 5.85
.15 .15 .15 1.50 4.15 5.85 RESIDÊNCIA PRÉ-MOLDADA
12.00 .10 .25 .15
12.00

PLANTA BAIXA - TÉRREO PLANTA BAIXA - PISO SUPERIOR PROJETO ARQUITETÔNICO


4 ESCALA 1:75 5 ESCALA 1:75
Proprietário:

Vivian Mendes da Silva Martins

Resp. Técnico: Especificações:

PLANTA BAIXA - TÉRREO


Paula Beatriz Rodrigues Herdt PLANTA BAIXA - PISO
SUPERIOR

Samuel Gonçalves Motta

Endereço: Área:
Rua Manoel A. Corrêa, S/N, Oficinas - Tubarão/SC
388,27 m²

Unidade: Data: Escala: Folha:


METROS NOV/2019 INDICADA 02 /04
118

APÊNDICE C – PLANTA BAIXA COBERTURA E FACHADAS


Revestimento em mármore
(Nero Marquina)
-4,50
Revestimento em mármore
(Nero Marquina)

Revestimento em placa de Glazing em vidro refletivo Chaminé


gesso 3D (Modelo em faixas) Perfil: Bronze 1002 Platibanda com
Vidro: Bronze telhado embutido

Deck de madeira com piscina Pergolado suspenso por cabos


metálicos na cor preta
-2,70 Material: Madeira e vidro (5mm)

Corte CC'
07 Glazing em vidro refletivo
06

Desce
Perfil: Bronze 1002
05 Vidro: Bronze
04
03
02 Guarda-corpo em
01 vidro incolor
Pergolado suspenso por cabos
metálicos na cor preta
Material: Madeira e vidro (5mm) Sacada Pergolado suspenso por cabos
-2,025 Guarda-corpo em
18,00 m² metálicos na cor preta
PD. 3,00m vidro incolor
-1,65 Material: Madeira e vidro (5mm)
Desce PD. 3,35m

-4,70

19 02 03
.10

.10
Revestimento em mármore
18 (Branco Carrara)
17 Chaminé
16
15
14
Área para instalar os painéis fotovoltaicos
13 Deck de madeira
12
11
10
Desce

Revestimento em pedra Pilar metálico


Cor: Vermelho
-2,70

09 -5,485

8.90
08 Revestimento em pedra
07 22
06 21 Escada revestida em
05 20 pedra
04 19

12.00
03
02 -4,75
01

18
17 Corte BB'
Pergolado em madeira
16
i=10%

i=10%
14.80
15.00

15
14
Calha

13 Desce

12

.15
11
10
Caixa d'água 09
8,27 m²

2.70
-2,80
Água da Água potável
chuva tratada
08 Corte AA' FACHADA DIREITA
07
06
.15 7 ESCALA 1:75

05
Pergolado suspenso por cabos 04
metálicos na cor preta 03
Material: Madeira e vidro (5mm) 02
01
-1,30
Sobe

02
-1,575
-1,475
.10

01
5.80 2.60 3.10
.10 .10 .15 .15
12.00
Legenda:
PLANTA BAIXA - COBERTURA Porta janela de correr 2 Janela maxim-ar PAREDE - DRYWALL PO PISO - PORCELANATO

6 ESCALA 1:75
folhas móveis em vidro.
Perfil: Amadeirado
Perfil: Amadeirado
Vidro: Mini Boreal
Revestimento em mármore
(Nero Marquina) PAREDE - PRÉ-MOLDADA
Vidro: Incolor
PILAR - PRÉ-MOLDADA
LA PISO - LAMINADO
Janela maxim-ar
Chaminé Perfil: Amadeirado
Vidro: Mini Boreal

Platibanda com
telhado embutido
Janela de correr 3 folhas
Vista com 10 cm na cor Vista com 10 cm na cor móveis em vidro.
Pergolado suspenso por cabos Perfil: Amadeirado
amadeirado amadeirado
metálicos na cor preta Vidro: Incolor
Material: Madeira e vidro (5mm)

Guarda-corpo em Guarda-corpo em
vidro incolor vidro incolor
Guarda-corpo em
vidro incolor

Janela maxim-ar
Perfil: Amadeirado Pergolado em madeira
Vidro: Incolor

Porta de abrir em madeira RESIDÊNCIA PRÉ-MOLDADA


Cor: Amadeirado

Muro em pedra

PROJETO ARQUITETÔNICO

Proprietário:

Vivian Mendes da Silva Martins

Resp. Técnico: Especificações:

PLANTA BAIXA -
Paula Beatriz Rodrigues Herdt COBERTURA
FACHADA DIREITA
FACHADA ESQUERDA
Samuel Gonçalves Motta

Endereço: Área:
Rua Manoel A. Corrêa, S/N, Oficinas - Tubarão/SC
388,27 m²

FACHADA ESQUERDA Unidade: Data: Escala: Folha:

8 ESCALA 1:75
METROS NOV/2019 INDICADA 03 /04
119

APÊNDICE D– FACHADAS E CORTES


.90

.15
Cobertura em telha Platibanda Calha
Chaminé i= 10%

1.56
.00 .28
.72
6.30
Reservatório

.15
.90
Porta de abrir em madeira
Janela de correr
3 folhas móveis

1.00
Janela fixa em vidro.

3.00
3.00
Guarda-corpo

2.10
Glazing em
Guarda-corpo

1.10

1.10
vidro refletivo
Pergolado suspenso por cabos
Revestimento em mármore 3.15 3.15 3.15
metálicos na cor preta Varanda Escritório Circulação

.20 .15

.15
(Nero Marquina)
Material: Madeira e vidro (5mm)

.50

.70 .40
Porta de pivotante em

1.45
Chaminé Vista com 10 cm na cor madeira
Pergolado em madeira
amadeirado Cor: Amadeirado
1.725

1.38
.30 Patamar

.35
Platibanda com

2.20
telhado embutido Muro em pedra

1.75

1.20
Guarda-corpo

1.10

.175
Porta janela de correr 2 0.175

.175
0.00 0.00 Hall
folhas móveis em vidro. Rua Garagem
Perfil: Amadeirado
Glazing em vidro refletivo
Vidro: Incolor

1.675
Perfil: Bronze 1002
Janela maxim-ar Vidro: Bronze
Perfil: Amadeirado CORTE AA
Vidro: Incolor -1.675
Escada externa 11 ESCALA 1:75
Guarda-corpo em
vidro incolor
Janela maxim-ar Porta de abrir Porta janela de correr 3
Janela maxim-ar
em madeira folhas móveis em vidro.
Perfil: Amadeirado
Vidro: Mini Boreal
Pergolado em madeira

Cobertura em telha Platibanda Calha Revestimento em placa de Revestimento em mármore


Porta de abrir em madeira Chaminé i= 10%
gesso 3D
Cor: Amadeirado

1.00

1.00
Muro em pedra
Revestimento em mármore

.15

.15
(Branco Carrara)

.90
Porta janela de correr
Janela fixa em vidro.
2 folhas móveis

3.00

3.00
Guarda-corpo Guarda-corpo

FACHADA FRONTAL

2.10
9

1.10

1.10
ESCALA 1:75
3.15 3.15 3.15
Varanda Quarto Circulação

.15

.15
Pergolado em madeira

.30
Janela maxim-ar

1.10
3.00

3.525
Muro em pedra

2.20

3.02
1.10
Porta janela de correr 2 Vista com 10 cm na cor .50
0.175
folhas móveis em vidro. amadeirado Chaminé

.175
0.00 0.00 Escada Ext.

.175
Perfil: Amadeirado Rua Escada Ext.
-0.35
Vidro: Incolor Sala de estar
Glazing em vidro refletivo
Perfil: Bronze 1002 Platibanda com
Vidro: Bronze telhado embutido

2.89
Pergolado suspenso por cabos
metálicos na cor preta
Material: Madeira e vidro (5mm)
Revestimento em mármore CORTE BB
(Nero Marquina)

Janela fixa em vidro.


Janela maxim-ar
Perfil: Amadeirado
Vidro: Incolor
-3.24
Escada Ext.
12 ESCALA 1:75

Perfil: Amadeirado Janela de correr 2 folhas Porta janela de correr Porta janela de correr 3
Vidro: Incolor Guarda-corpo em
móveis 2 folhas móveis folhas móveis em vidro.
vidro incolor

Porta janela de correr 2


Pergolado em madeira
Legenda:
folhas móveis em vidro.
Perfil: Amadeirado
Vidro: Incolor PAREDE - DRYWALL PO PISO - PORCELANATO

Porta janela de correr 3 PAREDE - PRÉ-MOLDADA


folhas móveis em vidro. Churraqueira revestida Janela de correr Cobertura em telha Platibanda Porta janela de correr Janela maxim-ar
Perfil: Amadeirado com tijolos a vista 3 folhas móveis i= 10% 2 folhas móveis Chaminé PILAR - PRÉ-MOLDADA
LA PISO - LAMINADO
Vidro: Incolor Janela maxim-ar
Janela de correr 2 folhas
móveis em vidro.
1.00

Perfil: Amadeirado
Vidro: Incolor
.15

Guarda-corpo em Guarda-corpo em
vidro incolor vidro incolor Pergolado suspenso por cabos
.90

.90
Porta de abrir em metálicos
Porta janela de correr madeira
Porta janela de correr
Muro em pedra 2 folhas móveis 2 folhas móveis

.70

.70
1.00
3.00

Guarda-corpo Guarda-corpo
Piscina com
2.10

2.10

2.10

2.10

2.10
Deck de madeira borda infinita

1.40

1.40
1.10

1.10
Guarda-corpo em
vidro incolor 3.15 3.15 3.15 3.15 3.15 3.15 3.15
Escada externa Varanda Escritório BWC Social Quarto BWC Suíte Varanda
.15

revestida em pedra

Revestimento em pedra Janela maxim-ar Churraqueira

1.10
Porta de correr em
3.175

madeira Porta janela de correr RESIDÊNCIA PRÉ-MOLDADA

2.40

.50
2.20
2 folhas móveis

1.10

1.10
1.00
Pilar metálico
Cor: Vermelho 0.175 0.175 0.175
0.00 0.00 Lavabo Cozinha Espaço Gourmet
Rua Rua
PROJETO ARQUITETÔNICO
.30
Proprietário:

0.175
Vivian Mendes da Silva Martins

Resp. Técnico: Especificações:

FACHADA FRONTAL
Paula Beatriz Rodrigues Herdt FACHADA FUNDO
-3.40
Rua
CORTE AA
CORTE BB
CORTE CC
FACHADA FUNDO Samuel Gonçalves Motta
10 ESCALA 1:75
Endereço: Área:
Rua Manoel A. Corrêa, S/N, Oficinas - Tubarão/SC
388,27 m²

Unidade: Data: Escala: Folha:


CORTE CC METROS NOV/2019 INDICADA 04 /04
13 ESCALA 1:75

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