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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

FERNANDO CORRÊA CUSTÓDIO


GUILHERME SANUTO DE AGUIAR

APLICAÇÃO ESTRUTURAL DO VIDRO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:


FACHADAS ESTRUTURAIS COM PILARES DE VIDRO

Tubarão
2017
FERNANDO CORRÊA CUSTÓDIO
GUILHERME SANUTO DE AGUIAR

APLICAÇÃO ESTRUTURAL DO VIDRO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:


FACHADAS ESTRUTURAIS COM PILARES DE VIDRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Esp. Charles Mendes de Souza.

Tubarão
2017
Eu Guilherme Sanuto dedico este trabalho
acadêmico a minha família, sendo meus pais
Marlise e Tarciso e a minha irmã Gabriela,
pessoas que foram muito importantes para a
conclusão desta etapa de minha vida.
Eu Fernando dedico este trabalho a meus pais
João e Maria Gorete e a Minha esposa Beatriz
AGRADECIMENTOS

Os meus agradecimentos serão primeiramente voltados para minha família, cuja,


me proporcionou todo o apoio necessário para que eu pudesse chegar até este momento de
grande importância na minha vida pessoal e profissional.
Agradeço também aos meus colegas e amigos que conquistei nesta jornada e que
me contribuíram de alguma maneira para meu progresso, ficando eternizado em mim, os
momentos de convívio e jornadas acadêmicas.
Gostaria de destacar meu agradecimento para todas as pessoas ligadas a
universidade que me auxiliaram e orientaram para que eu pudesse prosseguir em minha vida
acadêmica.
Enfim finalizo agradecendo ao meu amigo e parceiro de TCC Fernando Correa por
seu convite para elaborarmos este tema juntos, e também a nosso Professor e orientador Charles
Mendes de Souza por aceitar a proposta de nos orientar no que fosse necessário para a conclusão
deste trabalho acadêmico.
AGRADECIMENTOS

Eu Fernando Corrêa Custódio agradeço primeiramente a Deus, que sempre me deu forças
para seguir em frente, quando havia dificuldades e também pela oportunidade de estar
concluindo o curso de engenharia civil.
Especiais agradecimentos aos meus pais, Maria Gorete e João, e a minha irmã Susana,
pelo apoio e carinho.
A minha esposa Beatriz por me apoiar, por estar sempre presente nos momentos mais
difíceis desta caminhada e ainda por ser muito compreensiva.
Aos grandes amigos que fiz na faculdade, Guilherme, Luiza, kayon, Richard, João, Alex,
Vilma e em especial Emerson de Abreu Luiz que infelizmente não está mais entre nós e que foi
uma pessoa cativante e apoiadora nos momentos em que esteve entre nós, entre outros pelos
momentos inesquecíveis que passamos juntos, pelo apoio e dedicação, pessoas essas que
sempre vou querer ter como amigos.
Agradeço ainda ao meu orientador Charles pela atenção e que sempre esteve à disposição
para ajudar nas inúmeras dúvidas que surgiram no decorrer deste trabalho.
E por fim, meus sinceros agradecimentos a todos que direta ou indiretamente
contribuíram para a conclusão deste trabalho.
“O mundo é suficientemente grande para satisfazer a necessidade de todos, mas
demasiadamente pequeno para a ganância de alguns.” (Mahatma Gandhi)
RESUMO

Apresentando um caráter bibliográfico o seguinte estudo formata-se de maneira a construir um


conteúdo no qual busque o aprofundamento específico do vidro numa dimensão estrutural, algo
pouco empregado na construção civil brasileira, dando possibilidades para o desenvolvimento
de novas pesquisas onde as mesmas consigam aquecer um setor pouco explorável em nosso
mercado atual. Desta forma a informação contida neste trabalho de conclusão de curso será
amplamente voltada para a concepção de fachadas de vidros sendo estas estruturais e com
auxílio de pilares de vidro, este formando a base estrutural de todos os elementos que conectam
a fachada envidraçada. Não apenas evidenciando o aspecto técnico do respectivo tema, a
pesquisa também destacará um conjunto de informações que forneçam dados esclarecedores
em cima dos princípios normativos e de todo mercado que englobe o âmbito vidreiro, criando
assim, um maior conjunto de informações para compor um enriquecimento teórico do que seja
abordado dentro das delimitações impostas ao trabalho. Além disso, tornar-se-á indispensável
destacar as características em torno do material, num estudo onde se proporcionará um
esclarecimento no desenvolvimento histórico chegando até suas principais propriedades que lhe
atribuem suas vantagens de emprego no setor construtivo. Devido às normas brasileiras ainda
não abordarem de maneira objetiva em relação a este tipo de aplicação, houve a necessidade de
recorrer às normas internacionais para obter mais informações para a elaboração desse tipo de
projeto. De maneira geral o tema destaca-se pelo objetivo de esclarecer e de fornecer
informações de uma técnica construtiva que efetue um bom desempenho ao que será imposto
como as consequentes solicitações de esforços que estará sendo submetido e também
demonstrar que o vidro pode ser usado para fins estruturais desde que se tome cautela no
processo de formulação de projeto e execução. Obtendo estes conceitos espera-se um possível
aumento desta área de estudo para nosso mercado, este que não possui muitos critérios para
uma boa elaboração de um projeto, onde grande parte do mesmo se orienta em normas
estrangeiras. Conclui-se que ao término de todo corpo escrito do trabalho com suas delimitações
propostas ao tema, tenhamos a possibilidade de fornecer um conteúdo que gere o conhecimento
para os cálculos e métodos necessários para a proposta da idealização de uma fachada estrutural
com base no vidro, esta que obteve um enriquecimento teórico onde se acrescentou um grau de
discernimento a respeito das definições do material vítreo.

Palavras-chave: Vidro. Estrutural. Projeto.


ABSTRACT

By presenting a bibliographical character, the following study is designed to construct a content


in which it seeks the specific deepening of the glass in a structural dimension, something little
used in the Brazilian civil construction, giving possibilities for the development of new
researches where they can heat a sector in our current market. In this way the information
contained in this work will be largely focused on the design of glass facades being these
structural and with the help of glass pillars, this forming the structural basis of all the elements
that connect the glazed facade. Not only will the technical aspect of the respective theme be
highlighted, the research will also highlight a set of information that provides enlightening data
on normative principles and on any market that encompasses the glass field, thus creating a
greater set of information to compose a theoretical enrichment of what is addressed within the
delimitations imposed on the work. In addition, it will become indispensable to highlight the
characteristics of the material in a study where a clarification will be provided in the historical
development, reaching its main properties that give it its advantages of employment in the
construction sector. Due to the Brazilian standards still do not approach in an objective way in
relation to this type of application, it was necessary to resort to the international norms to obtain
more information for the elaboration of this type of project. In general, the theme stands out for
the purpose of clarifying and providing information of a constructive technique that performs a
good performance to what will be imposed as the consequent requests of efforts that will be
submitted and also demonstrate that the glass can be used for purposes as long as care is taken
in the process of project design and execution. Obtaining these concepts is expected a possible
increase of this area of study for our market, this one that does not have many criteria for a good
elaboration of a project, where much of it is oriented in foreign standards. It is concluded that
at the end of each written body of the work with its delimitations proposed to the subject, we
have the possibility to provide a content that generates the knowledge for the calculations and
methods necessary for the proposal of the idealization of a structural façade based on glass,
which obtained a theoretical enrichment where a degree of discernment regarding the
definitions of the vitreous material was added.

Keywords: Glass. Structural. Project.


LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AMN Associação Mercosul de Normalização
ASME American Society of Mecanical Engineers
ASTM American Society of Tesing and Materials
DIN Deutsch Industrie Normen
DTU Documents Techniques Unifiés
EVA Acetato-Vinilo de Etileno
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEC International Electrotechnical Commission
ISSO International Organization for Standardization
JISC Japonese Industrial Standards Committee
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
NEMA Nacional Eletrical Manufacture’s Association
NF Norme Française
PVB Polivinil Butiral
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Cadeia Ramificada de Serviços ............................................................................... 12


Figura 2 - Vaso fenício elaborado a partir da técnica de sopragem ......................................... 17
Figura 3 - Lustre de Cristais ..................................................................................................... 18
Figura 4 - Vitrais ...................................................................................................................... 19
Figura 5 - Capacidade Nominal de Produção de Vidros Planos............................................... 20
Figura 6 - Cadeia Produtiva ...................................................................................................... 22
Figura 7 - Pirâmide com níveis de exigências normativas ....................................................... 24
Figura 8 - Gráfico indicativo elementos que compõem um vidro ............................................ 26
Figura 9 - Comparação com outros materiais, coeficientes de dilatação linear. ...................... 29
Figura 10 - Comparativo de deslocamento ao longo do tempo entre laminados com PVB e
Sentyglass ................................................................................................................................. 30
Figura 11 - Comportamento Sentryglass e pvb tradicional ...................................................... 30
Figura 12 - Muro com vidro temperado ................................................................................... 31
Figura 13 - Escada de vidro temperado .................................................................................... 32
Figura 14 - Fachada com vidro laminado ................................................................................. 33
Figura 15 - Vidro laminado ...................................................................................................... 33
Figura 16 - Vidro aramado ....................................................................................................... 34
Figura 17 - Fachada de vidro estrutural .................................................................................... 36
Figura 18 - Fachada com pilares de vidro estrutural ................................................................ 36
Figura 19 - Selante de silicone ................................................................................................. 38
Figura 20 - Neoprene ................................................................................................................ 38
Figura 21 - Guarnição de borracha ........................................................................................... 38
Figura 22 - Vidro fixado por spider glass em barbatana de vidro ............................................ 40
Figura 23 - Tipos de rotulas disponível para aplicação ............................................................ 40
Figura 24 - Imagem prolongadores .......................................................................................... 42
Figura 25 - Cobertura de vidro com tirantes de cabo de aço .................................................... 43
Figura 26 - Imagem vidro blindado com delaminação por higroscopia ................................... 44
Figura 27 - Detalhe técnico de vidro insulado .......................................................................... 46
Figura 28 - Isopleta dos ventos ................................................................................................. 53
Figura 29 - Critério para determinação do coeficiente de forma C .......................................... 54
Figura 30 - Mais alto do que largo (fachada) ........................................................................... 58
Figura 31 - Mais largo do que alto (fachada) ........................................................................... 58
Figura 32 - Condição estabilizadores ....................................................................................... 59
Figura 33 - Estabilizador para vidraças quadradas ou maiores que a altura............................. 62
Figura 34 - Exemplo de base para fixação de estrutura para fixação de pilares de vidro ........ 64
Figura 35 - Exemplo de ligação tipo rótula ............................................................................. 65
Figura 36 - Projeto de fachada com barbatanas de vidro para estabilização dos vidros a estrutura
da edificação ............................................................................................................................. 66
Figura 37 - Esboços de possíveis tipos de fixação para barbatanas de vidro em cantilever usadas
em fachadas .............................................................................................................................. 66
Figura 38 - Esboços de barbatanas de vidro em cantilever usado em fachadas e modelos
simplificados para o uso em análise estrutural primeira figura representando à condição de
fixação pontual e a segunda a ligação por junta linear com carga distribuída. ........................ 67
Figura 39 - Mapa com zoneamento dos ventos (região francesa) ............................................ 68
Figura 40 - Ilustração dimensões da vidraça acima do solo ..................................................... 70
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensões máximas de chapa de vidro temperado................................................. 22


Tabela 2 - Valores coeficiente de forma C ............................................................................... 54
Tabela 3 - Tipo de vidro x Coeficientes de correção ................................................................ 57
Tabela 4 – Dimensões máximas de chapa de vidro comum ..................................................... 57
Tabela 5 – Espessura mínima de estabilizadores de vidro recozidos ....................................... 59
Tabela 6 – Condição mais alta do que larga – estabilizadores de 15mm (Valores de V) ........ 61
Tabela 7 – Condição mais alta do que larga de vidro – estabilizadores de 19mm (Valores de V)
.................................................................................................................................................. 62
Tabela 8 – Gelo mais largo do que a altura – Estabilizadores 15mm (Valores de V) .............. 63
Tabela 9 – Gelo mais largo do que a altura – estabilizadores de 19mm (valores de V) .......... 64
Tabela 10 – Pressão do vento em Pa ........................................................................................ 71
Tabela 11 – Tabela de conversão das velocidades do vento sob pressões dinâmicas .............. 72
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 TEMA .............................................................................................................................. 12
1.2 ASPECTOS GERAIS ...................................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 14
1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 15
1.5.1 Estrutura do trabalho ................................................................................................. 15
2 CONTEXTO LITERÁRIO.............................................................................................. 17
2.1 HISTÓRIA GERAL DO VIDRO .................................................................................... 17
2.1.1 Surgimento na construção civil .................................................................................. 19
2.1.1.1 Demanda industrial para nosso mercado .................................................................... 20
2.1.1.2 Limites e capacidades de fabricação .......................................................................... 21
2.1.1.3 Normas regulamentadas para uso em estruturas ........................................................ 23
2.2 CARACTERÍSTICAS DO VIDRO ................................................................................. 25
2.2.1 Definição....................................................................................................................... 25
2.2.1.1 Composição química .................................................................................................. 25
2.2.2 Propriedades físicas..................................................................................................... 26
2.2.2.1 Quanto sua densidade ................................................................................................. 26
2.2.2.2 Quanto sua dureza ...................................................................................................... 26
2.2.2.3 Resistência a abrasão .................................................................................................. 27
2.2.3 Propriedades mecânicas ............................................................................................. 27
2.2.3.1 Quanto sua elasticidade .............................................................................................. 27
2.2.3.2 Resistência a tração .................................................................................................... 27
2.2.3.3 Resistência a compressão ........................................................................................... 28
2.2.3.4 Resistência a flexão .................................................................................................... 28
2.2.4 Propriedades térmicas ................................................................................................ 28
2.2.4.1 Coeficiente de dilatação linear ................................................................................... 28
2.2.4.2 Tensões térmicas ........................................................................................................ 29
2.3 CLASSIFICAÇÃO PARA VIDROS ESTRUTURAIS ................................................... 29
2.3.1 Vidros de segurança .................................................................................................... 31
2.3.1.1 Vidro temperado ......................................................................................................... 31
2.3.1.2 Vidro laminado ........................................................................................................... 32
2.3.1.3 Vidro aramado ............................................................................................................ 33
3 CRITÉRIOS DE PROJETO ........................................................................................... 35
3.1 FACHADAS DE VIDROS ESTRUTURAIS .................................................................. 35
3.2 EXPOSIÇÕES TÉRMICAS ............................................................................................ 37
3.2.1 Vedações ....................................................................................................................... 37
3.3 COMPONENTES PARA FIXAÇÃO.............................................................................. 39
3.3.1 Principais características dos fixadores .................................................................... 39
3.3.1.1 FIXADORES .............................................................................................................. 39
3.4 FATORES EXTERNOS A SEREM CONSIDERADOS ................................................ 43
3.4.1 Patologias ..................................................................................................................... 43
3.4.1.1 Intempéries provenientes ao clima: ............................................................................ 44
3.4.1.2 Delaminação: .............................................................................................................. 44
3.4.1.3 Quebra espontânea: .................................................................................................... 44
3.4.1.4 Pressão causada por diferença de altitude .................................................................. 45
4 CÁLCULOS PARA DIMENSIONAMENTOS ............................................................. 47
4.1 DIMENSIONAMENTO DAS PLACAS DE VIDRO DE ACORDO COM NORMA NF
DTU 39 ..................................................................................................................................... 47
4.2 CÁLCULO DE ESPESSURA ......................................................................................... 52
4.3 DIMENSIONAMENTO DE ESTABILIZADORES (PILARES DE VIDRO)............... 57
4.4 BASE PARA ESTRUTURA E FIXAÇÕES ................................................................... 64
4.5 DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E FIXADORES ................................... 67
4.5.1 Peso próprio ................................................................................................................. 68
4.5.2 Vento............................................................................................................................. 68
4.5.3 Sobrecargas .................................................................................................................. 72
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 74
5.1 SUGESTÕES DE TEMAS PARA PRÓXIMOS TRABALHOS .................................... 76
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 78
12

1 INTRODUÇÃO

De maneira abrangente o mercado da construção civil no Brasil perante suas


oscilações provenientes de uma instabilidade sócio econômica, se manteve relutante mesmo
com índices de crescimento baixo, com isso torna-se absolutamente formidável a reformulação
de concepções construtivas, mas não por necessidade de mudança do ramo e sim por ampliar
novos métodos e serviços para o setor. No que se refere ao mercado da construção civil em
nosso país é que o mesmo por ser uma área diversificada acaba englobando grandes campos de
gerações de emprego, sendo uma cadeia ramificada de serviços, isto torna a construção civil
para a economia brasileira uma espécie de termômetro sócio econômico.
Para melhor esclarecimento observe a seguinte figura:

Figura 1 - Cadeia Ramificada de Serviços

Fonte: Portal da Construção Civil – ConstruFacil RJ 2013

Por conseguir prover e interligar uma grande quantidade de serviços paralelos ao


setor, salienta-se que a construção civil gera para si um Macro complexo da construção. De
acordo com a publicação do ConstruFacil RJ (2013), “Macro complexo é um conjunto de
atividades econômicas, diferentes e interligadas umas às outras. É possível ter uma visão geral
desse conjunto e das suas principais atividades, [...].”.

1.1 TEMA

O tema proposto para o seguinte estudo bibliográfico sugere a introdução didática


a respeito do vidro e suas possibilidades como elemento alternativo no conceito de estruturas
13

para edificações, onde o mesmo estará delimitado para a aplicabilidade de fachadas estruturais,
que estarão integradas por pilares de vidro com seus respectivos componentes que abrangem
toda a estrutura proveniente do material usado.

1.2 ASPECTOS GERAIS

Tendo em vista todos esses índices que envolvem o setor construtivo o tema de
estudo sugere o aprofundamento do vidro como elemento estrutural para fachadas envidraçadas
onde o material terá a função de suportar as cargas através dos pilares compostos por vidro,
pois, o vidro tem um emprego desde elementos estruturais tradicionais como pilares e vigas,
atingindo até estruturas específicas como piscinas, pisos, escadas, dentre outros. Como
fundamento para o desenvolvimento do estudo em cima do material, idealiza-se que o vidro por
possuir características de alto desempenho a resistência sob esforços, e também unindo isso ao
fator estético e sustentável, terá uma enorme aceitação em nosso mercado, a expectativa é que
por existir empresas já consolidadas em território nacional para o fornecimento de peças
adequadas, lembrando que o setor vidreiro está muito evoluído com produtos específicos para
estruturas, as técnicas para execução do vidro para este fim serão cada vez mais utilizadas pelo
setor construtivo. No qual não apenas se desenvolverá a intenção de evoluir como uma estrutura
num todo mais sim criar a possibilidade de também aplicá-lo parcialmente com procedimentos
bem definidos pela construção civil, sendo estes os procedimentos para estruturas de concreto
armado e o aço.
De acordo com a avaliação de Margarittelli em relação ao vidro estrutural estima-se que:
Esse sistema construtivo incorpora, a um só tempo, tecnologia e resultado estético
sem igual. Uma construção toda em vidro é incomparável em leveza, transparência e
sofisticação. Para o empreendedor, é a valorização do imóvel: ele tem em mãos, uma
joia. Está se tornando uma prática a construção de todo o prédio de acordo com as
exigências das certificações de impacto ambiental, como o LEED, e o lobby com
envidraçamento estrutural, verdadeiro palácio. E que pode utilizar, também, vidro de
controle solar. Temos feito vários prédios comerciais de alto padrão seguindo essa
premissa, como o Rec Berrini, projeto de Aflalo & Gasperini, executado pela
Hochtief. (AECWEB, [201-?])
Para melhor compreensão o seguinte título será desenvolvido com a intenção de
detalhar de forma mais definida os conceitos que se pretende abordar neste trabalho, criando
um entendimento mais lógico do tema.
14

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O tema proposto se delimitou sobre a empregabilidade do vidro para o cumprimento


de uma função estrutural, onde o mesmo apresentará um conjunto de informações para a
composição de cálculos direcionados para as fachadas de vidros estruturais. Para atingir o
objetivo geral deste trabalho notam-se os objetivos específicos podendo assim seguir uma
ordem interativa, sendo listada uma sequência lógica do que se propõe:

 Breve introdução aos conhecimentos gerais do vidro e suas características que


o definem;
 Correlação do mesmo ao mercado atual, de maneira a enxergar os possíveis
caminhos do seu emprego no setor construtivo com fins estruturais;
 Mensurar suas possibilidades dentro do objetivo proposto tendo de forma bem
detalhada suas aplicações e definições ao âmbito de fachadas estruturais;
 Demonstrar através de cálculos e utilizando materiais bibliográficos
específicos para o tema o seu desempenho técnico e metodologia para
concepção de projeto;
 Analisar possíveis desdobramentos a respeito do estudo oferecido, com o
intuito de gerar um novo nicho de serviços, tentando acrescentar essa ideia a
cultura preestabelecida de nosso mercado;

1.4 JUSTIFICATIVA

O mercado construtivo oferece um grande leque de opções para se ofertar serviços


que apresentem qualidade e exclusividade, tem um setor praticamente inteiro nacionalizado,
pois apenas 2% das necessidades providas do setor, sejam máquinas, matérias-primas, dentre
outros aspectos, são importadas. Dados que nos encorajam a inovar dentro do ramo.
Conforme ConstrufacilRJ (2013), se ligarmos esses pareceres para desenvolvermos
a ideia estrutural em cima do vidro, percebemos que existem imensas vantagens em desenvolver
este setor, o vidro já possui uma base bem ampla e estável na indústria, ele se caracteriza por
sua facilidade de aplicação e consegue adequar-se à muito do que se exige a respeito de
restrições e adequações de mercado.
15

Contudo o que nos inspira a elaborar o estudo está na sugestão de desenvolver


materiais complementares para aprofundamento do tema, pois são poucas pesquisas
relacionadas com essa proposta de emprego do material.

1.5 METODOLOGIA

O trabalho se desenvolvera em cima de estudos teóricos e técnicos obtidos por


revisões de literaturas, estas nas quais estarão dispostas através de livros técnicos de congressos,
artigos, trabalhos acadêmicos, sites especializados no tema, dentre outros meios com a mesma
pauta de pesquisa. Pelo fato de ser um estudo específico e não muito comum devido aos hábitos
construtivos que temos, e de ainda não termos na prática um grande número de construções
com o uso do vidro estrutural, acaba-se ficando um tema delimitado ao teor bibliográfico, sendo
que no âmbito regional onde este trabalho foi elaborado não existem projetos relevantes para a
inserção de um conteúdo prático (estudo de caso). Contudo se estabeleceu um estudo
exploratório e qualitativo onde se procurou sempre pela obtenção de referências de
confiabilidade, para mais clareza a respeito do método de pesquisa. Define-se que uma pesquisa
exploratória apresenta os seguintes conceitos:
[...]. O objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda
pouco conhecido, pouco explorado. Ao final de uma pesquisa exploratória, você
conhecerá mais sobre aquele assunto, e estará apto a construir hipóteses. [...]. Como
qualquer pesquisa, ela depende também de uma pesquisa bibliográfica, pois mesmo
que existem poucas referências sobre o assunto pesquisado, nenhuma pesquisa hoje
começa totalmente do zero. (GIL apud SANTOS, [201?])

1.5.1 Estrutura do trabalho

O trabalho será determinado pela seguinte ordem de estrutura temática:

 Capitulo 1= INTRODUÇÃO
Iniciação do estudo descrevendo de forma pessoal os interesses e ideais que
alimentam esta proposta de estudo;
 Capitulo 2= CONTEXTO LITERÁRIO
Revisão de temas essenciais para entendimento do material;
 Capitulo 3= CRITÉRIOS DE PROJETO
Detalhamento de todo utensílio voltado para fachadas estruturais de vidro, com
intuito de fornecer detalhes específicos do material para o seu emprego em
fachadas;
16

 Capitulo 4= CÁLCULOS PARA DIMENSIONAMENTOS


Esse capítulo fornecerá os dados técnicos para executar o que se oferece na
concepção de um projeto estrutural para fachadas, sendo o tema de relevância
do trabalho;
 Capitulo 5= CONCLUSÃO
Fechamento de estudo, onde será exposto todo o entendimento do tema referido,
com nossas respectivas expectativas do futuro do vidro sendo utilizado
constantemente em obras estruturais;
17

2 CONTEXTO LITERÁRIO

Neste capítulo será pautado um estudo diversificado do vidro com o objetivo de


prover uma melhor concepção de suas características, tendo em vista toda sua história de
desenvolvimento e contextualização em cima do respectivo tema a ser discutido.

2.1 HISTÓRIA GERAL DO VIDRO

A história que introduz o vidro na sociedade pode ser descrita com base nas mais
diversas teorias e contos existentes, mas, contudo, sempre terá um ponto em comum, pois no
que se acredita ao assunto é que o surgimento do material tenha sido por acaso, em uma época
onde os povos com uma cultura simples e rudimentar formularam a composição deste material
acidentalmente ocasionando a criação do vidro (BARROS, 2010).
De acordo com alguns estudos, a origem do material se deu por volta de 4000 a.C.
no oriente médio, de início eram usados como adornos e acessórios para ferramentas. Sua
evolução ocorreu por volta do primeiro século a.C. tendo a tecnologia do sopro sido
desenvolvida, gerando uma maior quantidade de peças produzidas, antes disso poucos tinham
acesso sendo apenas os indivíduos mais nobres agraciados com o uso do material. (ZANNOTO,
1989)

Figura 2 - Vaso fenício elaborado a partir da técnica de sopragem.

Fonte: Jornal do Vidro, 2015.


18

Com o descobrimento da técnica do sopro obteve-se uma grande variedade de peças


e com o império romano em ascensão a técnica se diversificou ainda mais. Os primeiros vidros
na era romana eram coloridos e sem transparência, supõe-se que em torno do primeiro século
d.C. foi que se obteve um aspecto mais límpido ao vidro, além disso com as cruzadas dando
ênfase a era cristã o vidro chegou em regiões da Europa onde os primeiros cristais foram
desenvolvidos na cidade de Veneza, que na época era considerada o centro bélico do mundo.
(ZANNOTO, 1989)

Figura 3 - Lustre de Cristais

Fonte: Corretora de valores e Cambio Hoya 2017.

A respeito das novas técnicas de produção e o seu emprego cada vez mais
aprofundado na cultura dos povos, a utilização do material teve seu êxito na idade média onde
se tornou parte da identidade cultural com seus vitrais e janelas empregados a templos e
moradias. Consta-se que naquela época por grande parte da população não dominar a leitura o
emprego dos vidros foi de suma importância para a hegemonia cristã, o que gerou a
possibilidade de alcançar a todos com as crenças da igreja grifadas nos vitrais.
19

Figura 4 - Vitrais

Fonte: Obviousmag, 2017.

O emprego do material vítreo no Brasil ocorreu por volta do ano de 1624, período
no qual ocorreram as invasões holandesas ao país, seu uso inicial restringiu-se a utensílios como
potes, janelas e jarras, visto que nessa época o Brasil era meramente uma colônia e suas vilas
eram simples e arcaicas, tornando o material muito difícil de ser adquirido (BARROS, 2010).
Segundo Contempla Barros (2010), apenas a alta sociedade da época tinha acesso
ao uso do vidro de forma demasiada, era algo basicamente exclusivo às igrejas, casarões e as
principais cidades. A grande transformação veio pela chegada da corte portuguesa na virada do
século XX, onde a ordem era repaginar a arquitetura das vilas tornando-as mais agradáveis e
adequadas à família real.
Segundo Verçoza (apud BARROS, 2010, p.4) “no Brasil a indústria vidreira surgiu
no fim do século XIX e no século XX, era dominada pela vidraria São Paulo de propriedade da
firma portuguesa. Em 1896 surgiu a vidraçaria Santa Maria, e em 1941 começaram a surgir
outras fábricas no Brasil”.

2.1.1 Surgimento na construção civil

O desenvolvimento do material vítreo na construção civil ocorreu gradativamente


com sua evolução tecnológica, pois conforme seu emprego avançava no cotidiano das
civilizações, o mesmo apresentava limitações nas quais exigiam procedimentos para torná-lo
um material mais resistente, sendo assim, de acordo com muitos estudos, afirma-se que a
respeito de sua evolução e modernização:
20

Mesmo tendo os materiais necessários para sua fabricação, era necessário produzi-lo
em grandes escalas e tamanhos amplos, largos. Sua essência estava em sua
transparência e cor, mas a necessidade era que fosse produzido de forma chapada, mas
não haviam tecnologias suficientes para que se mantivesse firme. O material ainda
era extremamente fraco, sendo fácil de quebrar. Desenvolvimentos químicos
proporcionaram melhoras em sua resistência e aparência. Os bizantinos
desenvolveram artifícios para colorir e melhorar os aspectos dos vidros, enquanto os
venezianos tornaram-se grandes fabricantes de espelhos ao aplicar uma fina camada
de mercúrio em uma das faces do vidro. (BERGAMO e MOTTER, 2014, p.3).

2.1.1.1 Demanda industrial para nosso mercado

Segundo o que afirmam grandes executivos do setor vidreiro, atualmente este setor
requer uma maior sensibilidade de mercado e organização processual, características estas que
estão diretamente ligadas com a atual instabilidade econômica do país, pois ambas servem como
uma ferramenta de compatibilização e modernização das exigências atuais, transformando o
ramo de atuação proposto sempre diversificado e atualizado, no que se diz, enquanto não
ocorrer o equilíbrio dos índices econômicos do Brasil, será impossível desenvolver conceitos e
metas dentro do setor a passos largos.
A maioria das pessoas ligadas a essa indústria ressaltam que perante aos números
obtidos em 2016, as expectativas formuladas para o ano posterior, são de índices baixos com
projeções tímidas para o segundo semestre anual. (ABRAVIDRO, 2017).

Figura 5 - Capacidade Nominal de Produção de Vidros Planos

Fonte: Abravidro, 2017.


21

Contudo, a indústria do vidro nas últimas décadas se mostrou forte e numa constante
crescente, mesmo que de maneira desorganizada teve um corpo de mercado construído e bem
fixado, e, diga-se de passagem, essa evolução se concebeu mais nas décadas atuais do que no
seu passado inteiro, de acordo com a matéria da revista.
O Vidro Plano (2016) divulgada pela Abravidro, no que salienta seu entrevistado:

O vidro plano acompanhou o desenvolvimento do País e cresceu intensamente nos últimos


dez anos — em algumas ocasiões de forma abrupta e, de certa maneira, desorganizada. Ao
lado de grandes oportunidades e valores, somos também reféns de um modo espontâneo e
pouco sistematizado de fazer as coisas. Nosso atual momento é de ajustes, quando estamos
desfazendo alguns excessos cometidos nesses anos de prosperidade. Precisamos de
reformas estruturais e exigimos posturas éticas, imprescindíveis para a retomada do
desenvolvimento — isso vale para o Brasil de forma geral e também para o setor vidreiro.

Assimilando esses preceitos e analisando o modo como o mercado reage diante das
perspectivas impostas ao momento socioeconômico que o país enfrenta, pode-se concluir que
o setor vidreiro nacional possui uma vasta demanda para cobrir as exigências de um mercado
tão diversificado como o nosso.

2.1.1.2 Limites e capacidades de fabricação

O vidro por se tratar de um produto industrializado acaba passando por uma cadeia
produtiva que vai desde a extração de minerais até o processo de instalação, sua sequência de
produção avança de acordo com o que se exige sobre o produto final, ou seja, conforme o tipo
de material que se necessita, o mesmo terá que estar submetido a um processo adequado para
sua formulação final. Voltado à construção civil, existem três setores da cadeia que são mais
destacados na parte de fornecimento dos produtos:

 A fabricação do vidro float (principal tipo de vidro para a construção civil) é


produzida por usinas de base onde se dá o fornecimento das chapas de vidro
para o beneficiamento.
 As dimensões finais onde se originará os formatos, medidas, furações, recortes
e os tipos de vidros (laminados, temperados, duplos, entre outros), serão feitas
pelas beneficiadoras de vidro que por sua vez trabalham nas chapas de vidro as
dimensões e exigências solicitadas pela empresa responsável pela instalação
(vidraçarias ou esquadrias de alumínio).
22

 As medições in loco, projeto e instalação dos itens de vidro são elaboradas por
vidraçarias ou esquadrias de alumínio, que entram na execução final dos
trabalhos atuando em conjunto com seu cliente, o consumidor final.
(ABRAVIDRO, 2017).

Figura 6 - Cadeia Produtiva

Fonte: Elaborado e adaptado pelos autores, 2017.

As dimensões limites para cada tipo de produto podem variar de empresa para
empresa de acordo com seus recursos disponíveis.
Mas de acordo com a NBR 7199 (1989), segue abaixo, as dimensões máximas da
chapa de vidro temperado. A norma tem por objetivo no caso do vidro temperado, buscar manter
a qualidade do produto fabricado, que por sua vez possui características de empenamento e
fragmentação após quebra, buscando assim garantir a segurança do usuário, e também o
momento de instalação.
Tabela 1- Dimensões máximas de chapa de vidro temperado

Fonte: NBR 7199, (1989).


23

2.1.1.3 Normas regulamentadas para uso em estruturas

Atualmente não existe nenhum tipo de norma brasileira onde seu foco esteja na
concepção direta do vidro como elemento estrutural, apesar da indústria vidreira já contar com
uma alta gama de produtos compatíveis com as exigências técnicas em volta do uso em projetos
de estruturas, no máximo o que se dispõe são revisões de normas não muito efetivas para o
enfoque estrutural. Em entrevista à AECweb ([2017-?]) Margaritelli afirma que “No Brasil,
ainda não existem normas técnicas específicas para vidro vidro estrutural. Utilizamos a ABNT
NBR 7199 – Projeto Execução e Aplicações de Vidros na Construção Civil – e a ABNT NBR
11706 – Vidros na construção civil”.
Para a concepção de um projeto bem detalhado e voltado para o âmbito estrutural
será necessário o auxílio de normas que não se restringem apenas ao alcance de resoluções
nacionais, o provável é o uso recorrente de normas internacionais como a International
Organization for Standardization (ISO), sendo a principal organização normativa usada entre
nações. Tendo em vista que o foco da Organization for Standardization (ISO) é estabelecer um
padrão normativo compatível entre nações, é possível que se necessite afunilar mais ainda a
busca da norma, pois muitos países membros não possuem normas para estruturas de vidros,
influenciando diretamente nos critérios estabelecidos da ISO. Assim, alguns projetistas
recorrem ao uso de normas que vão desde estrangeiras até mesmo a regionais, como exemplo
as normas criadas a partir de conglomerados de países.

As normas conhecidas como internacionais são a ISO (International Standard


Organization) – e a IEC (International Electrotechnical Commission). Há também as
normas estrangeiras, que podem ser usadas na ausência de normas nacionais ou
internacionais. As normas estrangeiras são normas de outros países que são usadas no
seu país, por exemplo uma norma DIN (elaborada na Alemanha) sendo usada no
Brasil ela se torna estrangeira, o mesmo com as normas NEMA (Americana), JISC
(Japão) entre outras. Mesmo a norma da ABNT se for usada como parâmetro em outro
país ela se tornará estrangeira para este país, por exemplo a norma da ABNT no
Uruguai. (ABRACOPEL, 2015)

De maneira a demonstrar o nível de exigência, segue a ilustração com a hierarquia das


normativas estabelecidas:
24

Figura 7 – Pirâmide com níveis de exigências normativas

Fonte: Abracopel, 2015.

Para uma boa compreensão a respeito das questões normativas, devemos considerar
que para a construção de um projeto eficaz se faz necessário o complemento de outras
exigências, que irão abranger os elementos que auxiliam na execução da estrutura. De acordo
com a revista Setor Vidreiro (2015) estas são as normas brasileiras voltadas para o universo
vidro:

 ABNT NBR 16259 – Envidraçamento de sacadas;


 ABNT NBR NM 293 – Termologia de vidro plano e dos componentes
acessórios e suas aplicações;
 ABNT NBR 6120 – Cálculo de estrutura em edificações;
 ABNT NBR 7199 – Projeto, execução e aplicação do vidro na construção civil;
 ABNT NBR 9607 – Prova de carga em estrutura de concreto armado e
protegido;
 ABNT NBR10821 – Esquadrias externas para edificações;
 ABNT NBR 12609 – Alumínio e suas ligas, tratamento de superfície –
anodização para fins arquitetônicos;
 ABNT NBR 12613 – Alumínio e suas ligas, tratamento de superfície –
determinação de selagem da camada anódica;
 ABNT NBR 14125 – Alumínio e suas ligas, tratamento de superfície –
revestimentos orgânicos para fins arquitetônicos;
 ABNT NBR 14697 – Vidro Laminado;
 ABNT NBR 14698 – Vidro Temperado;
25

 ABNT NBR 14718 – Guarda-corpos para edificação;


 ABNT NBR 15737 – Perfis de alumínio para acabamento superficial –
colagem de vidro com selante estrutural;
 ABNT NBR 11706 – Vidros na construção civil.

Dentre as diversas normas relacionadas acima destaca-se como a mais efetiva e


criteriosa em relação a projeto estrutural de vidro a ABNT NBR 7199, onde a mesma define a
disposição de projeto, execução e aplicação do vidro na construção civil. (VIDRO IMPRESSO,
2015)

2.2 CARACTERÍSTICAS DO VIDRO

2.2.1 Definição

A respeito da definição do vidro, pode-se afirmar que:


O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida através do
resfriamento de uma massa em fusão. Suas principais qualidades são a transparência
e a dureza. O vidro tem incontáveis aplicações nas mais variadas indústrias, dada suas
características de inalterabilidade, dureza, resistência e propriedades térmicas, ópticas
e acústicas, tornando-se um dos poucos materiais ainda insubstituível, estando cada
vez mais presente nas pesquisas de desenvolvimento tecnológico para o bem-estar do
homem. (CEBRACE, 2015)

A partir deste conceito do vidro em relação a suas características será apresentado


para os próximos títulos todas as propriedades relevantes deste material para que se chegue num
entendimento mais amplo e claro.

2.2.1.1 Composição química

O vidro é um material que apresenta características interessantes para o emprego na


construção civil, não é um material poroso e possui uma alta resistência mecânica, segundo
Pinheiro (2007, p.17) “O vidro distingue-se de outros materiais por várias características: não
é poroso nem absorvente e é ótimo isolador (dielétrico). Possui baixo índice de dilatação e
condutividade térmica, suporta pressões de 5.800 a 10.800 kg/cm2”. A composição química do
vidro é formada pelo conjunto de elementos representados na seguinte ilustração:
26

Figura 8 - Gráfico indicativo elementos que compõem um vidro

Fonte: Recicloteca, 2017.

Levamos em consideração que nos processos de fabricações atuais já existem


técnicas diversificadas para a adição de novas matérias-primas sendo assim a possibilitar diante
dos avanços tecnológicos uma ampla evolução do material. Estas composições ilustradas se
baseiam como o básico da formulação do vidro.

2.2.2 Propriedades físicas

2.2.2.1 Quanto sua densidade

O vidro possui uma densidade que corresponde a 2,5 kg de massa por m² para sua
superfície junto a espessura do material. Vale destacar que esse valor corresponde para vidros
planos, no caso da massa volumétrica para o mesmo designamos um valor de 2500 kg/m³.
(SETOR VIDREIRO, 2012)

2.2.2.2 Quanto sua dureza

De acordo com sua natureza, o vidro se apresenta de forma impenetrável de maneira


a possuir um alto grau de dureza na Escala de mohs, índice cujo objetivo se dá na mensuração
de propriedades dos materiais e no qual se atribui de 1 a 10 a dureza do material. Para uma
melhor compreensão um vidro com base de soda-cal obtém uma dureza na escala de 5,4-5,8.
(GIACOMINI, 2007).
Esta característica do material demonstra o quanto sua propriedade pode influenciar
num bom desempenho para resistir aos esforços que estará sendo submetido, podemos afirmar
que o vidro tem as mesmas condições de resistir a esforços como aço, corroborando com a
27

afirmativa Giacomini (2007) “O vidro é um material naturalmente duro, comparável com o aço,
a sua dureza é uma das propriedades mais importantes e a base do envidraçado”.

2.2.2.3 Resistência a abrasão

De acordo com Barros (2010) o vidro pode ser até 16 vezes mais resistente em
relação ao granito, algo que influência muito por optar na escolha de um projeto com base em
elementos estruturais onde o vidro supra as necessidades de suporte estrutural, uma esbelta
fachada poderá ter um fluxo grande de elementos que ocasionem um risco a este critério.

2.2.3 Propriedades mecânicas

2.2.3.1 Quanto sua elasticidade

O vidro possui um alto índice de elasticidade não se deformando e resistindo bem


a zona plástica, mas é preciso saber que apesar dessa vantagem ele apresenta um
comportamento perante os esforços que é submetido no qual não apresenta sinais de fadiga ou
de suposto início de ruptura, quando chega ao seu limite se rompe sem aviso prévio. (MANUAL
DO VIDRO, 2000)
De acordo com o livro técnico Manual do vidro (2000), o modulo de Young, cuja
função determina analisar o alongamento provido de uma força de tração, e desta maneira
verificar a força necessária para seu estiramento igual ao comprimento original, orienta-se que
o mesmo seja dado pela sua unidade de área, desta maneira sendo: E= 7x10¹°pa =70Gpa.
Quando o vidro está submetido a um esforço mecânico, o mesmo obtém um
alongamento de sua estrutura, isto gera um estreitamento de seção, com base nos preceitos do
Manual do vidro (2000), para razões de correlações deste fenômeno ocorrido se utiliza o
coeficiente de Poisson, onde se atribui o valor indicado de u = 0,22.

2.2.3.2 Resistência a tração

No que se diz a tração do vidro, essa pode variar de 300 a 700 N/cm², de acordo
com Barros (2010) para isso depende:
28

 Duração da carga para cargas permanentes, a resistência à tração diminui em cerca de


40%;
 Umidade; diminui em cerca de 20%;
 Temperatura: a resistência diminui com o aumento de temperatura;
 Estado da sua superfície, função de polimento;
 Corte e estado dos bordos;
 Os componentes e suas proporções.

2.2.3.3 Resistência a compressão

O desempenho em relação a compressão para o vidro é muito elevado, ele possui


resistência suficiente para suportar 1000 Mpa. No mais, isto “significa que para quebrar um
cubo de vidro de 1cm de lado, a carga necessária será na ordem de 10 toneladas” (MANUAL
DO LIVRO, 2000, p.5).

2.2.3.4 Resistência a flexão

Um vidro flexionado terá ao decorrer do mesmo tempo esforços de tração e


compressão, em termos de números isso se implica que:

 40 MPa (N/mm²) para vidro polido recozido;


 120 a 200 Mpa (N/mm²) para um vidro temperado (segundo a espessura,
manufactura [sic] dos bordos e tipo de fabrico[sic]; (MANUAL DO VIDRO,
2000, p.5)

2.2.4 Propriedades térmicas

2.2.4.1 Coeficiente de dilatação linear

Para sabermos a dilatação linear do vidro, ou seja, o quanto ele se alonga perante
uma exposição de temperatura, correlacionamos por exemplo uma situação que “um vidro de 2
m de comprimento (expresso em mm) aquecido a 30°C sofrerá um alongamento de: 2000x9.10-
6x30= 0,54 mm. (MANUAL DO VIDRO, 2000, p.6)
Abaixo, coeficientes de dilatação linear de outros materiais:
29

Figura 7 - comparação com outros materiais, coeficientes de dilatação linear.

Fonte:(MANUAL DO VIDRO, 2000, p.6).

2.2.4.2 Tensões térmicas

Ocorrem pelo fato do vidro não ser um bom condutor térmico, isso promove uma
contribuição do mesmo em situações específicas de causar rompimento térmico no material,
pois o fato de fazer as trocas calorificas parcialmente em seções diferentes do vidro acarretam
no desequilíbrio e seguida fratura do mesmo. (MANUAL DO VIDRO, 2000)

2.3 CLASSIFICAÇÃO PARA VIDROS ESTRUTURAIS

Entre os tipos de vidro aplicados no mercado, para aplicação em estruturas como


pilares de vidro, são necessariamente aplicados vidros laminados, tendo assim, por objetivo,
evitar o colapso da estrutura em caso de quebra do material.
O processo de laminação pode ser feito com etileno-vinil-acetato (EVA), resina de
poliéster líquida ou polivinil butiral (PVB) este último mais adequado para aplicações
estruturais. A laminação por PVB é a mais adequada para aplicação estrutural, onde além de
sua resistência tradicional, também está disponível para o mercado uma linha exclusiva de PVB
para aplicação estrutural, tendo suas melhores características a fim de obter maior desempenho
com relação à estabilidade após uma ruptura.
No que afirma a empresa Saflex do Brasil (2017), o filme de PVB estrutural
Saflex® DG XC é uma película resistente e elástica produzida em polivinil butiral (PVB). Ela
foi criada para aplicação onde há necessidade de maior rigidez das peças e alta aderência do
vidro quando comparado ao PVB tradicional. É ideal para aplicações estruturais, laminados
com borda exposta, escadas, pisos, varandas, coberturas, sistemas spider glass, conjuntos
clipados, fachada tipo pele de vidro, coberturas inclinadas envidraçadas, e basicamente
30

qualquer local onde o vidro possa oferecer risco de quebra causando danos materiais ou até
mesmo perigo a vida. (SAFLEX DO BRASIL, 2017).
A Saflex é uma das fabricantes deste material, também está disponível no mercado
a fabricante SentryGlass ionoplast, ambos possuem o mesmo princípio e objetivo de aplicação.
Segundo a empresa Kuraray, o PVB SentryGlass ionoplast, possui uma resistência até 5 vezes
maior e uma rigidez até 100 vezes maior que os materiais comuns, podendo desempenhar uma
função estrutural.

Figura 10 - comparativo de deslocamento ao longo do tempo entre laminados com


PVB e Sentyglass

Fonte: adaptado pelos autores, 2017.

Figura 11 - Comportamento Sentryglass e pvb tradicional

Fonte: adaptado pelos autores, 2017.


31

Através da figura pode-se observar que apesar de o vidro estar completamente


quebrado o material com PVB estrutural manteve uma considerável integridade em comparação
ao vidro com aplicação de PVB tradicional.

2.3.1 Vidros de segurança

Segundo a norma NBR 7199, são considerados vidros de segurança: vidro


temperado, vidro aramado e o vidro laminado. Vidros de segurança são vidros em que não
oferecem riscos de ferimentos graves aos usuários.

2.3.1.1 Vidro temperado

O processo de criação do vidro temperado se faz por meio de altas temperaturas


onde estas proporcionaram o ponto de amolecimento do material, logo após este processo o
vidro (float) passa por um resfriamento instantâneo através de jatos de ar lhe dando uma
resistência característica que chega a ser até 5 vezes maior em relação a um vidro comum, além
disso cria-se um material de segurança, pois caso o mesmo atinja seu colapso total, tende-se a
estilhaçar em fragmentos pequenos não pontiagudos. (ABRAVIDRO, 2016)

Figura 12 - muro com vidro temperado

Fonte: Providros, 2006.

É cabível salientar que após seu processo de têmpera estar totalmente concluído
será impossível o ajuste no material, segundo o que afirma a Abravidro ([201?]) “Depois de
32

temperado, o vidro não pode ser beneficiado, cortado, furado etc. Portanto, qualquer processo
de transformação tem de ser feito antes do processo de têmpera”.

Figura 13- Escada de vidro temperado

Fonte: Providros, 2006.

2.3.1.2 Vidro laminado

Vidros laminados são compostos de duas ou mais chapas de vidros, podendo estes
serem comuns, temperados, dentre outros. Escolha que estará associada a especificação de seu
projeto. Estas chapas serão fundidas por meio de um material polimérico (PVB) ou com resina,
para seu processo de fabricação aplica-se calor e pressão onde se estabelecerá a união dos
materiais. Possui características de alto desempenho e resistência a esforços no qual é
submetido. (ABRAVIDRO, [201?])
33

Figura 14- Fachada com vidro laminado

Fonte: Glassecviracon, 2011.

Figura 15- vidro laminado

Fonte: Arquitetura em vidro, 2011.

Conforme ressalta a Abravidro ([201?]):

Em caso de quebra da placa laminada, os cacos permanecem presos. Com a aplicação


do laminado, eventuais ferimentos são evitados. Conforme a necessidade da proteção
— segurança de pessoas e/ou de bens patrimoniais —, o laminado pode resistir a
diferentes níveis de impacto e ataques por vandalismo.

2.3.1.3 Vidro aramado

Este tipo de vidro é composto por uma malha quadriculada de aço, no qual a mesma
é colocada no processo de fabricação dentro do material vítreo, assim deixando o material
resfriar gradativamente. É considerado um vidro de segurança porque impede que os pedaços
34

de vidro, caso haja rompimento, se espalhem, agindo como um bloqueio de segurança e também
possui características de boa resistência a esforços e ao fogo. (ABRAVIDRO, [201?])

Figura 16 - vidro aramado

Fonte: Ehow Brasil, 2011.


35

3 CRITÉRIOS DE PROJETO

Para concepção de uma construção de vidro que seja capaz de desempenhar as


funções nas quais será projetada, se faz necessário a análise em diversas situações relacionadas
as abrangentes áreas da engenharia. Neste capítulo serão apresentadas ações que devem levar
em conta no cálculo estrutural de fachadas bem como sua determinação com base nas normas
nacionais e em normas europeias. Nas estruturas de vidro as ligações apresentam concentrações
de tensões em virtude de o material possuir características de altíssima rigidez e baixa
plasticidade, e por isto, são aspectos que condicionam de maneira geral a estrutura. Com a
demanda atual de eficiência energética dos edifícios, seja por exigências normativas ou por
decisão de projeto, há uma necessidade de aplicação com materiais mais eficientes para redução
de ruídos e de calor dentro da edificação, obrigando assim a aplicação do ponto de vista
estrutural, materiais mais espessos como vidros duplos ou triplos para se obter estruturas mais
eficientes nestes quesitos. Dependendo do local de aplicação do vidro, podem surgir certas
exigências na parte de segurança contra intrusão e da parte de incêndios.

3.1 FACHADAS DE VIDROS ESTRUTURAIS

As fachadas de vidros podem atuar não apenas como suporte para concepções
arquitetônicas, dando ênfase na estética contemporânea e auxiliando para fins de vedação e
iluminação, as mesmas podem exercer uma funcionalidade estrutural, empregando assim uma
nova opção para os projetistas. Com os avanços tecnológicos em cima do setor vítreo
estabeleceu-se novos parâmetros para a execução deste tipo de estrutura, afirma Margaritelli
([201?]) que “o envidraçamento é classificado como estrutural quando substitui as estruturas de
suporte padrão das fachadas em concreto e aço. O vidro se comporta estruturalmente, resistindo
aos esforços de vento e de peso, próprios da fachada”. As vantagens em cima dessas fachadas
estão dispostas nas opções construtivas, pois permitem uma vedação contínua e limpa sem o
uso de caixilhos, e também se adequam como estruturas para coberturas, pisos e fechamentos
de laterais. (AECWEB, [201?]).
36

Figura 17- Fachada de vidro estrutural

Fonte: Glasspool, 2011.

Figura 18- fachada com pilares de vidro estrutural

Fonte: Polodivisorias, [201?].


37

Conforme a ASWweb ([201?]) descreve, os critérios para o nível de segurança em


cima deste tipo de estrutura se baseiam no fator de segurança de 60% em relação ao peso que
será submetido, assim, adverte Margaritelli ([201?]) que:
Em uma obra de piscina em vidro, onde há grande pressão sobre o material, trabalha-
se com fator de segurança 4, ou seja, há uma resistência quatro vezes maior à tensão
a que está submetido. Para fachada convencional, é possível pensar em fator de
segurança de 60%. Já para as colunas, o mínimo tem que ser 100% e estarão
submetidas à metade da força a que resiste.

3.2 EXPOSIÇÕES TÉRMICAS

A temperatura não pode ser desconsiderada, pois em fachadas o vidro fica sujeito a
exposição solar e condições das intempéries, que podem causar variações de temperaturas
internas para a parte externa da edificação que no caso de vidros laminados, podem sofrer
alterações diferentes entre si sendo a parte externa mais quente e a parte interna mais fria
induzindo nestes casos, tensões de tração e compressão que podem gerar a ruptura do vidro.
Um tratamento térmico complementar permite ao vidro suportar diferenças de
temperatura de 150 a 200°C. (MANUAL DO VIDRO, 2000).

3.2.1 Vedações

O elemento mais usual nas vedações é o selante de silicone, podendo ele possuir
compostos diferentes de acordo com a necessidade de aplicação.
A exemplo disto a Dow Corning possui selante 983 para envidraçamento estrutural
que foi projetado para a aplicações estruturais e de vedação, sendo este idealizado para
aplicação fabril em produção de fachada de cortina de vidro, conhecida também como
estrutural glasing. Este tipo de selante de silicone tem capacidade de fixação do material
garantindo as vedações das bordas da laminação, efeito este importante para o processo
evitando assim patologias no vidro como higroscopia (Dow Corning, 2011).
A escolha do silicone correto para cada tipo de aplicação é essencial, principalmente
nos casos de vidros laminados, que devem ser vedados apenas com silicones de cura neutra. Os
silicones de cura acética eliminam vapores ácidos que reagem com a lâmina de PVB (polivinil
butiral) entre as camadas de vidro podendo causar manchas no material (Techne, 2005).

Outros tipos de vedações utilizadas são os materiais poliméricos como Neoprene


muito aplicados para vedação de coberturas evitando o contado do vidro com a estrutura onde
38

o vidro se apoia e guarnições de borracha ou de espuma geralmente utilizadas em caixilhos de


esquadrias de alumínio e vidros temperados. (Techne, 2005)

Figura 19- selante de silicone

Fonte: Day Brasil, 2017.

Figura 20- Neoprene

Fonte: Thomasnet, 2017.

Figura 21- Guarnição de borracha

Fonte: Mercado livre, 2017.


39

3.3 COMPONENTES PARA FIXAÇÃO

O vidro possui particularidades que requerem técnicas e cuidados especiais de


acordo com cada aplicação. O vidro para aplicação estrutural deve ser trabalhado com fixadores
geralmente metálicos, que servem para fazer a ligação entre as peças de vidro na elaboração de
um projeto.

3.3.1 Principais características dos fixadores

Em um projeto onde irá se aplicar uma estrutura com vidro, deve-se analisar todos
os pontos de atrito da estrutura, o vidro não pode sofrer contato direto com materiais de alta
dureza como o concreto ou aço. Principalmente suas extremidades. (MANUAL DO VIDRO,
2000). De acordo com a empresa fornecedora dos fixadores Itamaracá, para evitar o contato
direto do vidro com outros materiais deve-se sempre prever isolantes poliméricos para estas
situações, como por exemplo, fixadores que se prendem a furações no vidro devem sempre estar
revestidos por borracha, cortiça ou plástico rígido para evitar o atrito direto do vidro com o
metal, e em casos onde o parafuso irá sofrer tensão de cisalhamento, este deve ser revestido por
uma bucha plástica, afim de evitar o atrito da rosca do parafuso com a parte de vidro.

3.3.1.1 FIXADORES

a) Fixação por spider glass:


O Spider Glass é um produto disponível no mercado muito utilizado na aplicação
de fachadas envidraçadas, seu nome vem da característica principal deste produto que possui
geralmente quatro pontas lembrando um formato de uma aranha. Cada ponta tem função de
ligar as peças da fachada junto as colunas ou vigas da edificação.
É um material de alta resistência feitos de aço1020, inox ou alumínio, sendo
disponível com capacidades de carga e dimensões bastante variáveis de acordo com cada
fornecedor.
Dentre seus formatos temos modelos aplicáveis para ligações em colunas de aço e
placas de vidro, colunas de cabos de aço (sustentação de fachadas por tirantes) e placas de vidro,
e colunas de vidro com placas de vidro.
Spider glass com aplicação em coluna de vidro com placas de vidro.
40

Figura 8- vidro fixado por spider glass em barbatana de vidro

Fonte: Vidrado [2017].

Segundo o portal Metálica Construção Civil (2017), o que faz o sistema de Spider
Glass ser especial é sua flexibilidade, obtida por um dispositivo especial, a rótula, que permite
que o plano de vidros flexione livremente sob ação dos ventos.
Para limitar as tensões os parafusos articulam em todas as direções fazendo com
que os vidros flexionem. Deste modo é possível vencer planos maiores do que com vidros da
mesma espessura fixados em pontos rígidos, permitindo assim a aplicação de grandes vãos
envidraçados e com alta transparência.
Estes parafusos podem possuir rótulas que tem formato específico conforme o tipo
de vidro a ser utilizado no projeto.
Figura 23- tipos de rótulas disponível para aplicação

Fonte: Portal Metalica, 2017.


41

A empresa Itamaracá é uma fornecedora de fixadores e é especializada neste


fornecimento de material no mercado nacional. Em sua gama de produtos possuem peças do
sistema que podem suportar de 80kg até 1000kg de acordo com o modelo e a necessidade de
cada projeto.
Segundo a empresa Itamaracá em áreas não litorâneas pode-se utilizar as ligas AISI
303, 304 ou 304L (com maior quantidade de carbono em relação a liga 316). Em áreas
litorâneas, o ideal é utilizar sempre as ligas AISI 316 ou 316L.
É sempre recomendado a utilização de vidro laminado temperado para este sistema
de fachada. A espessura do vidro depende de vários estudos; dimensionais, localização da
edificação e quando forem fachadas sinuosas, obrigatoriamente, é necessário a aplicação de
rótulas, independente de qualquer outro fator preponderante.
Os monoblocos poderão ser fabricados em aço inox e alumínio. Os parafusos
“rotulados” são fabricados somente em aço inox. Alguns modelos de parafusos são fabricados
em aço carbono com tratamento antioxidante.
Para a execução do sistema é necessário a elaboração de um projeto específico
deste, para definição do tipo e dimensional da estrutura primária que ancoram os spiders. Estas
estruturas poderão ser em aço carbono, aço inox, alumínio, concreto com seção reta ou
cilíndrica, extensores e cabos de aço ou vidro laminado.
Para melhor estanqueidade do sistema, a Itamaracá recomenda a aplicação de
gaxetas de vedação com silicone estrutural nas juntas dos vidros de modo a evitar o rompimento
destas. (Itamaracá, 2006)

b) Fixação por prolongadores:


O prolongador (afastador) é um acessório que serve para efetuar ligações diretas do
vidro na estrutura, seja ele de aço, concreto, alumínio ou madeira, evitando assim o contato
direto do vidro com outros materiais. Não costuma possuir articulação, sendo mais aplicado em
divisórias e pequenas fachadas, onde não há influência do vento na estrutura, muito utilizado
também na aplicação de vidro em guarda corpo e em peças decorativas.
42

Figura 24- Imagem prolongadores

Fonte: Real vidros, 2017.

São normalmente produzidos em aço inox, alumínio ou zamak. Suas características


com relação a resistência variam conforme o tipo de material e o fornecedor.

c) Fixação por tirantes no vidro:


O tirante é um acessório comumente utilizado em coberturas de vidro possui uma
vasta gama de modelos e formatos no mercado, existem com tubos maciços ou vazados ou por
cabos de aço podendo ser conectados diretamente no vidro ou junto com outro componente de
ligação, como por exemplo, Spider Glass.
Tirantes fixados por cabo de aço são comumente utilizados em locais internos onde
não há ação do vento, já que sua função estrutural tende a resistir apenas a ação da carga do
vidro pela ação da gravidade, sendo que uma ação devido a uma força de vento, tende a efetuar
uma força contrária, o que pode comprometer a estrutura. Em casos onde a cobertura de vidro
fica exposto ao vento é indicado a aplicação de tirantes com barras rígidas evitando assim força
contrária da ação dos ventos.
43

Figura 25- cobertura de vidro com tirantes de cabo de aço

Fonte: Vidrado 2017.

d) Fixação por colagem UV:


Além dos fixadores metálicos para a união de peças de vidros possuímos também a
ligação de peças por colagem UV. Este tipo de fixação não costuma ter alta resistência estrutural
devido as ligações sofrerem com a exposição constante a intempérie o que pode gerar
descolamento das peças. Este produto é muito utilizado em aplicação decorativa e interiores,
onde se requer melhor acabamento.

3.4 FATORES EXTERNOS A SEREM CONSIDERADOS

3.4.1 Patologias

Como qualquer outro material, este também pode ocorrer imperfeições e gerar
problemas na edificação, apesar de ser um produto duradouro e se comportar bem a ações
intempéries, como sol intenso, chuva e maresia, uma manutenção eventual é necessária para
assim estar evitando problemas com relação a qualidade do produto.
De acordo com o tipo de vidro, estes podem sofrer alterações que não condizem
com a qualidade do produto, sendo assim, segue algumas patologias, geradas muitas vezes por
aplicação incorreta do material ou por questões de qualidade do processamento, conforme é
apresentado a seguir:
44

3.4.1.1 Intempéries provenientes ao clima:

A Cebrace (2017), indústria de vidros que produz em seus seguimentos também


para a construção civil, afirma que o vidro é um material que se comporta bem em relação às
ações do tempo. Porém para que haja a durabilidade do produto é necessário estar efetuando
limpeza para evitar manchas que possam surgir devido a poeira e a poluição. Alguns vidros
requerem cuidados especiais que é o caso dos vidros refletivos monolíticos, que por sua vez
possuem em um dos lados, uma camada metalizada que pode manchar ou riscar se expostas a
condições externas e a materiais abrasivos.

3.4.1.2 Delaminação:

Outra condição importante, é que no caso do vidro laminado, suas bordas não
devem ficar expostas em locais de condições intempéries, sendo assim deve-se sempre isolar
as bordas deste material em um caixilho ou no caso de necessidade de exposição as bordas
devem ser vedadas com silicone. O motivo desta vedação vem pela característica do PVB que
é um material higroscópico, e ao absorver a água do ambiente começam a gerar bolhas de ar no
material e em casos mais extremos causando delaminação. (ABRAVIDROS, 2016)

Figura 26- Imagem vidro blindado com delaminação por higroscopia

Fonte: Centigon vidros blindados, 2017.

3.4.1.3 Quebra espontânea:

A quebra de um vidro pode ocorrer por diversos fatores, alguns são apresentados a
seguir:
45

Defeitos pontuais e lineares na chapa de vidro – de acordo com a norma NBR NM


294 – vidro float. Dependendo do formato tamanho e local onde se encontram estas
imperfeições, estas podem contribuir para uma quebra espontânea.
Durante o beneficiamento- De acordo com a revista O VIDRO PLANO, as atividades de
corte, destaque, lapidação, furação e entre outras atividades de processamento do vidro podem
ocorrer a formação de trincas, que após o processo de tempera a área que fica sob pressão
permanente e tensões aumentadas, podendo esta trinca posteriormente gerar a ruptura do
produto. (VIDRO PLANO, 2015). De acordo com o diretor de especificações técnicas da
Abravidro, Cláudio Lúcio da Silva, o que pode ser dito a respeito da quebra espontânea é:
Na fabricação: Ainda na indústria de base, são dois os problemas que podem
favorecer a quebra: Inclusão de sulfureto de níquel (NiS) na massa do vidro — Um
grande forno de fabricação de vidro plano pode produzir de 600 a 900 t de float por
dia. Desse total, o número de peças que sofre quebra posteriormente devido a
inclusões de NiS é muito baixo. Apesar disso, sua eliminação total é extremamente
difícil [...]. Defeitos pontuais e lineares — Fendas ou bolhas são algumas das
imperfeições possíveis na fabricação do vidro, segundo a norma NBR NM 294 —
Vidro float. Dependendo do seu tamanho, formato e localização no vidro, esses
defeitos podem contribuir para a quebra da peça posteriormente. No pré-
processamento: A formação de trincas em profundidade no corte, destaque,
lapidação, furação e em outras atividades de processamento também pode levar à
quebra. Após a têmpera, a área interna do vidro está em tensão permanente de tração
aumentada — com isso, as trincas, já presentes na peça e que se expandem para seu
interior, aumentam a probabilidade de ruptura posterior. Algumas causas para seu
surgimento incluem: Cortes e destaques inadequados do vidro; Erros na especificação
de ferramentas abrasivas ou no seu uso; Erros na lapidação, furação e acabamento das
peças; Lixamento e acabamento do vidro sem uso de água; Uso de parâmetros
técnicos, regulagens e ajustes inadequados de processo; Inadequação no uso,
manuseio ou métodos na operação de máquinas e equipamentos. Cláudio Lúcio ensina
ser possível visualizar a ocorrência de trincas ou microtrincas na peça processada
antes de o vidro seguir para a têmpera. Se o defeito for constatado, o vidro não deve
ser temperado. Na têmpera: O processo de têmpera também pode ser um dos
causadores ou contribuir para a suposta quebra espontânea. Erros nessa etapa incluem:
Condução inadequada do processo geral e da montagem da carga; Falhas no perfil
térmico (responsável pelo monitoramento da temperatura do forno); Peças enviadas
da têmpera para a expedição quando ainda estão quentes; Temperatura da massa do
vidro abaixo de 620 ºC ou acima de 640 ºC ao sair do aquecimento para o resfriador.
No armazenamento e transporte: Nas áreas de armazenamento da processadora ou
da vidraçaria, no veículo de transporte ou na própria obra, diversos erros devem ser
evitados para não afetar a integridade estrutural do temperado. Vejam-se:
Armazenamento do vidro encostado na parede; Colocação de vidro com vidro, sem o
uso de intercalários adequados; Disposição das peças em posição horizontal no
armazenamento ou no transporte; Transporte do vidro sem proteção (como cobertura
de lona). Na instalação: Alguns dos problemas nessa etapa são: Bater, lascar, riscar
e arranhar durante o manuseio do vidro; Contato direto do vidro com alvenaria ou
ferragens, sem aplicação de materiais flexíveis adequados (como borracha, plástico
ou cortiça) entre eles; Especificação e montagens inadequadas de sistemas e ferragens;
Instalação das peças com pouca folga, não considerando a dilatação que elas podem
sofrer com variações térmicas. (ABRAVIDRO, 2017)

3.4.1.4 Pressão causada por diferença de altitude

No caso de aplicação de vidros insulados (vidros duplos) em fachadas, deve-se levar


também em consideração, o fator de pressão atmosférica, sendo que um material produzido em
46

regiões litorâneas e transportado para regiões de grandes altitudes podem sofrer com a diferença
de pressão gerando ondulações no material e também o rompimento do mesmo. Nestes casos
deve-se prever a utilização de um ventil em cada placa de vidro insulado a ser transportado para
uma região com uma condição especial de pressão. Este ventil tem por objetivo regular a
diferença de pressão da área interna da peça para o ambiente externo onde a mesma se encontra.
(SCREENLINE, 2011).

Figura 27- detalhe técnico de vidro insulado

Fonte: Abravidro, 2017.

a) Vidros insulados:
Para melhor esclarecimento do vidro insulado (vidro duplo), o mesmo pode ser
caracterizado como sendo um vidro de função termo-acústica, não apenas
designado a isso pode ser eficiente também para inibição da luminosidade e possuir
uma persiana entre as chapas de vidro (ABRAVIDRO, 2017).
De acordo com as especificações da Abravidro (2017):
O sistema de envidraçamento duplo pode ser composto por qualquer tipo de vidro
(temperado, laminado, colorido, incolor, metalizado e de baixa emissividade),
destacando as qualidades entre eles. Ou seja, é possível combinar vidros de
propriedades diferentes, como a resistência (externa) dos temperados com a proteção
térmica (interna) dos laminados. O vidro duplo também pode conter uma persiana
interna (entre vidros). Esse sistema reúne todas as vantagens resultantes do vidro
duplo, como controle de luminosidade e privacidade.
47

4 CÁLCULOS PARA DIMENSIONAMENTOS

Para o dimensionamento do material devem-se levar em consideração as condições


do projeto, onde se devem prever cargas de vento se utilizado em ambientes externos, suas
tensões, e suas reações de apoio, cargas permanentes, sobrecarga. Seguindo assim normas
vigentes nacionais como qualquer projeto estrutural.
Carga permanente
Trata-se do peso próprio da estrutura.

Sobrecarga
Segundo a norma NBR 8800 em condições de cobertura de vidro deve-se considerar
sobrecarga igual a 0,25KN/m² ou 25Kgf/m².

Pressão de vento
Os carregamentos devem ser calculados de acordo com a NBR 6123.

4.1 DIMENSIONAMENTO DAS PLACAS DE VIDRO DE ACORDO COM NORMA NF


DTU 39

A norma francesa DTU 39 menciona a aplicação de vidros duplos em uma condição


separada de cálculo, possibilitando assim, a verificação das espessuras com resultados
diferentes em suas camadas. Este tipo de aplicação é mais comum em regiões onde o frio é
intenso, e em locais com ruídos muito altos.
A espessura total do envidraçado deverá ser para o caso de um vidro duplo (duas
camadas de vidros separados por perfil de alumínio com uma camada de gás ou de oxigênio),
onde um dos planos é monolítico e o outro é laminado.

Tal que:
et = espessura total
h1 = espessura vidro monolítico
h2 = espessura primeira camada de vidro laminado
48

h3 = espessura segunda camada de vidro laminado


𝜀1 = Fator de equivalência para vidros isolantes (1,5 para vidros duplos e 1,7 para
vidros triplos)
𝜀2 = Fator de equivalência para vidros laminados (1,3 para vidros laminados de
duas lâminas).
e1 = espessura inicial
Para vidros apoiados em duas bordas,

Tal que:
L – Comprimento do vão em metros;
W – Pressão de cálculo em Pa;
𝜀1 – Fator de equivalência para vidros isolantes (1,5 para vidros duplos e 1,7 para
vidros triplos);
𝜀2 - Fator de equivalência para vidros laminados (1,3 para vidros laminados de
duas lâminas).

Adicionalmente, a norma obriga a controlar a deformação do vidro. Para a


verificação da flecha é necessário determinar uma espessura equivalente, 𝑒2

E,

Tal que:
49

α – Coeficiente que depende das condições de apoio e da relação de vãos (para o


caso simplesmente apoiado em dois vãos, de acordo com a norma DTU 39, o valor a adotar é
sempre 2,1143);
c – Comprimento do bordo livre.
Para vidros duplos a deformação máxima deve respeitar a seguinte condição:

Abaixo apresentamos três situações modelo, para exemplo de cálculo, sendo a


primeira situação (condição A), onde, temos um vão com dois apoios na parte inferior e
superior a uma distância de 2,5m, a (condição B) com dois apoios na parte inferior e superior
a uma distância de 3m, e uma (condição C), onde temos dois apoios a uma distância de 3,5m
todos a uma pressão de vento 1500 Pa:

Condição A (exemplo)
L=2,5 m e W=1500 Pa
Sendo L altura painel de vidro e W pressão de vento adotada

Admitindo que o vidro monolítico tem uma espessura (A norma aconselha que o
cálculo leve em consideração um desvio da espessura real em relação à espessura nominal,
considerando-se assim um desvio de 0,2 mm para cada vidro). De 10 mm, e que os laminados
têm a mesma espessura:
50

Não sendo aconselhável ter diferenças acentuadas de espessura entre panos que
compõem um vidro duplo e tendo em conta as soluções disponíveis, a solução a adotar será:

Verificação da deformação

Solução B (exemplo)
L=3,0 m e W=1500 Pa

Admitindo que o vidro monolítico tem uma espessura de 12 mm, e que os panos
que compõem o vidro laminado têm a mesma espessura,
51

As espessuras devem ser igualmente ajustadas, tendo-se:

Verificação da deformação

Solução C (exemplo)

L=3,5 m e W=1500 Pa

Admitindo que o vidro monolítico tem uma espessura de 15 mm,

Assim,
52

Verificação da deformação

4.2 CÁLCULO DE ESPESSURA PARA VIDROS DE ACORDO COM A NORMA NBR


7199 (1989)

O cálculo de espessura geralmente é feito a partir da chapa de vidro que apresenta


a situação mais crítica de instalação, considerando assim suas dimensões e pressões
condicionadas ao apoio. Em geral o resultado crítico é adotado para todos os vidros da fachada,
até por motivos estéticos, já que variações de espessura influenciam também na tonalidade do
material. Além de gerar dificuldades de instalação se gerar espessuras e características diversas
de fixação na mesma obra inviabilizando o mesmo.
O cálculo pode ser efetuado pela fórmula de TIMOSHENKO, de acordo com as
especificações do Manual do Vidro (2000), conforme abaixo.
O início do cálculo consiste em definir a pressão de vento que incide na edificação
a ser dimensionada, de acordo com as orientações da norma NBR 6123. Inicialmente, calcula-
se a velocidade característica do vento (Vk), em m/s, de acordo com a equação

Onde:
Vk = Velocidade característica do vento, em m/s.
V0 = Velocidade básica do vento, em m/s. A NBR 6123 estabelece a velocidade
básica do vento, dividida em regiões, para todo o Brasil figura abaixo:
53

Figura 9- isopleta dos ventos

Fonte: ABNT NBR 6123/1988


S1 = Fator topográfico, sendo que cada tipo de topografia está relacionado a um
fator específico. A NBR 6123 estabelece três tipos de topografia:

 Plano e pé de morro;
 Pico de morro;
 Vales Profundos.

S2 = Fator que considera a influência da rugosidade do terreno, levando em


consideração os obstáculos existentes. A NBR 6123 estabelece os seguintes tipos de
rugosidade:

 Mar, rios, lagos ou campos sem vegetação;
 Zona costeira plana, região com baixos obstáculos (< 1m);
 Subúrbios ou bairros residenciais (altura média dos obstáculos 3m);
 Cidades pequenas (altura média dos obstáculos 10m);
 Grandes centros (altura média dos obstáculos 25m)

S3 = é um fator probabilístico encontrado na norma NBR 6123.

Na sequência, determinar a pressão dinâmica do vento (q), em Pa, de acordo com a


seguinte Equação.
54

q 0,613Vk²

Para finalizar, determina-se a pressão do vento, pela equação:


Pv C q

Onde:

C = é o coeficiente aerodinâmico ou coeficiente de forma, que considera a posição


do vidro e as medidas da edificação. Para a determinação do coeficiente de forma C estão
ilustrados na figura a seguir e apresentados na tabela a subsequente:

Figura 29- critério para determinação do coeficiente de forma C

Fonte: NBR 7199 (1989, p.10)

Tabela 2- valores coeficiente de forma C

FONTE: NBR 7199 (1989, p. 10)

Conforme a NBR 7199 (1989), para placas de vidro não verticais ou suscetíveis de
se inclinarem em relação à horizontal durante os movimentos das folhas dos caixilhos, deve-se
considerar o peso próprio da peça de vidro por unidade de área de peso próprio.
Após determinado a pressão do vento, agora deve-se encontrar a pressão de cálculo.
55

Através da seguinte equação:

P 1,2(Pv pp cos)

Onde:
P = Pressão de cálculo em Pa;
Pv = Pressão devida ao vento, em Pa;
pp = Peso próprio por unidade de área, em Pa;
= Menor ângulo que a placa de vidro pode formar com a horizontal;
1,2 = Coeficiente para levar em conta os esforços devidos à limpeza e
manutenção.

De acordo com NBR 7199 (1989), os envidraçamentos que não possuem esforços
devido a ação dos ventos, considera-se uma pressão de cálculo mínima de 600 Pa.
A seguir as fórmulas de Timoshenko para o cálculo da espessura de vidros comuns
utilizados em caixilhos móveis, nas quais:

e = Espessura do vidro, em milímetro;


L = Maior lado do vidro, em metro;
l = Menor lado do vidro, em metro;
S = Área do vidro, em metro quadrado;
P = Pressão de cálculo, em Pa;
bl = Comprimento da borda livre.

Placa de vidro com apoio em 4 lados:

Se:

Então:

Se:

Então:
56

Placa de vidro com apoio em 3 lados:



Se borda livre = Lado menor

Se borda livre = Lado maior e L/l < 9

Se borda livre = Lado maior e L/l > 9

Placa de vidro com apoio em 2 lados:

Para vidros fixados em caixilho, os caixilhos móveis devem-se multiplicar por um


coeficiente de redução 0,9, com exceção nos casos de cobertura.
A equivalência da espessura para outras situações pode se obter através da
multiplicação do valor encontrado em cálculo, por um coeficiente de correção de acordo com
o tipo de vidro. Conforme tabela abaixo:
57

Tabela 3- Tipo de vidro x Coeficientes de correção

FONTE: Manual do Vidro (2000, p. 370)

Vidros duplos e vidros laminados sua espessura equivale à soma da espessura de


seus componentes.
De acordo a NBR7199 a espessura nominal mínima para vidros comuns é de 3mm.
Segue abaixo dimensões máximas por espessura recomendadas pela norma NBR
7199:

Tabela 4 – Dimensões máximas de chapa de vidro comum

FONTE: NBR 7199 (1989, p. 13)

4.3 DIMENSIONAMENTO DE ESTABILIZADORES (PILARES DE VIDRO)

Estabilizadores são pilares que servem para equilibrar a estrutura e suportar cargas
aplicadas, principalmente a pressão de vento. A norma NF DTU 39 (2008) leva em
consideração cargas de gelo, condição esta que em nosso país não se aplica, porém estaremos
mencionando neste capítulo a fim de mantermos os detalhes da norma.
58

De acordo com a norma NF DTU 39 P1-1 (CTC), menciona que só um estabilizador


duplo pode ser suporte de vidro de fachada, ou seja, a aplicação de vidros laminados é
necessária para este tipo de aplicação.
A distribuição das cargas nas seguintes condições:

Condição mais alto do que largo:


Figura 30- mais alto do que largo (fachada)

Fonte: DTU 39, 2006

O esforço total é o esforço em que o estabilizador é tomado como uniformemente


distribuídas ao longo da altura e aplicado a ½ gelo localizado ambos os lados da junta.
Condição quadradas ou mais largo do que alto:
Figura 31- mais largo do que alto (fachada)

Fonte: DTU 39, 2006

No caso do vão quadrado ou mais largo do que as folhas de altura, o esforço total
aplicado ao estabilizador é o total de ambos os lados triangulares da junta. É independente da
largura (dimensão horizontal).
59

A definição da espessura (e) do estabilizador depende da espessura e altura de gelo


acumulado. Devendo este ser pelo menos igual a metade da sua espessura, o que conduz aos
seguintes valores:

Tabela 5 – espessura mínima de estabilizadores de vidro recozidos

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

Para a definição da largura do estabilizador em vidros maiores na altura que na


largura:

Figura 32- condição estabilizadores

Fonte (NF DTU 39, 2006)

Onde:
 H = a altura de montagem, (em milímetros).
 P = pressão do vento em (Pa),
 L 1 e L 2 as larguras de gelo e de outro lado da junta em mm (L 1 e L 2 sendo
igual),
Ficando assim:

 Sendo a espessura do estabilizador escolhido, tal como indicado acima.


Para encontrar a largura total do estabilizador, mm.
60

As fórmulas são os seguintes:

Para espessura = 15mm

Para espessura = 19mm

Estas equações vão dar a largura total necessária. Esta média, é adotada como a
largura do estabilizador quando ele é aplicado no interior da edificação, sendo dividida sua
largura quando for um estabilizador duplo (por dentro e por fora).
Abaixo temos duas tabelas para a espessura de 15 mm e 19 mm, tendo a altura de
uma folha de vidro em metros.
Para se encontrar a largura total Lt estabilizador, deve-se multiplicar o valor
de V da tabela encontrada na intersecção da linha L e coluna P pela altura H da planta em
milímetros:

Lt = H x V
61

Tabela 6 – condição mais alta do que larga – estabilizadores de 15mm (Valores de V)

Fonte :( NF DTU 39 P4, 2006, p.29)


62

Tabela 7 – condição mais alta do que larga de vidro – estabilizadores de 19mm (Valores de V)

Fonte : (NF DTU 39 P4, 2006, p29)

Para definição de estabilizadores na condição das vidraças quadradas ou mais largas


do que altas
Figura 33- estabilizador para vidraças quadradas ou maiores que a altura

Fonte :( NF DTU 39 P4, 2006, p. 30)

Sendo:
63

P= é a pressão do vento em Pa (N / m) de acordo com DTU 39;


 H = a altura de montagem, em milímetros;
 E= a espessura do estabilizador selecionado como acima;
 Lt = a largura total procurada, em milímetros.
Sendo as fórmulas as seguintes:

Para espessura = 15 mm

Para espessura = 19 mm

Como inicialmente estas equações vão dar a largura total de Lt necessário, este
resultado será adotado como a largura do estabilizador e dividido em duas partes se aplicada
em ambos os lados da vidraça.

Tabela 8 – gelo mais largo do que a altura – Estabilizadores 15mm (Valores de V)

Fonte :(NF DTU 39 P4, 2006, p. 30)


64

Tabela 9 – gelo mais largo do que a altura – estabilizadores de 19mm (valores de V)

Fonte :( NF DTU 39 P4, 2006, p. 30)

4.4 BASE PARA ESTRUTURA E FIXAÇÕES

As sustentações da base dos pilares de vidro devem possuir uma sustentação rígida,
podendo ser produzida um berço de aço com ou sem furação para apoio. Sua sustentação deve
ser envolvida por material polimérico de modo a impedir o atrito com as partes metálicas.

Figura 34- exemplo de base para fixação de estrutura para fixação de pilares de vidro

Fonte: Lívia Maria Osterne Torres, 2015.


65

O apoio da base metálica deve ser ligado a vigas ou sapatas de modo tradicional de
aplicação a uma estrutura metálica convencional, considerando os carregamentos do projeto em
sua fundação.
A ligação deste tipo de estrutura trabalha-se considerando as fixações como rótulas
sendo que a tensão é concentrada nas furações de fixação e as limitações de giro dos elementos
metálicos, mas de modo a permitir a movimentação da estrutura evitando atuação de momento
nas ligações.
Figura 10- exemplo de ligação tipo rótula

Fonte: Lívia Maria Osterne Torres, 2015.

A estabilização de vidros não precisa necessariamente ser um pilar, desta maneira


na aplicação deste tipo de fachada pode – se estar utilizando também barbatanas de vidro ou
mão francesa como mais popularmente dita.
As barbatanas de vidro são usadas com o objetivo de atingir esta transparência, e
reduzindo assim as deformações resultantes das cargas em seu plano. Sua vantagem é que este
elemento não restringe a acessibilidade na parte inferior da fachada.
66

Figura 11- projeto de fachada com barbatanas de vidro para estabilização dos vidros
a estrutura da edificação

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

As barbatanas possuem dois aspectos de grande importância. O primeiro é o aperto


na extremidade superior, que deve considerar a transferência de ambos, carga morta na aleta e
dobra resultante de cargas fora do plano na fachada. (SILVESTRU, p. 373, 2015).
A realização do aperto é feita em condições em que é parafusado em todas as cargas
que ocorrem, conforme condição (a) na figura. Barbatanas suspensas apenas com dispositivo
de aperto de aço onde há transferência de todas as cargas, conforme condição (b) ou com
parafuso para as cargas mortas e suporte reto para fora do plano de cargas conforme condição
(c).

Figura 37 - esboços de possíveis tipos de fixação para barbatanas de vidro em


cantilever usadas em fachadas.

Fonte: (SILVESTRU, p. 374, 2015).

A barbatana pode ser carregada por um ponto de carga na extremidade inferior de


acordo com o tipo de fixação a ser usado, como a fixação usada em um método em carga
67

distribuída usando uma junta de fixação ao longo do comprimento ou por método de fixação
linear gerando uma carga pontual conforme a figura a seguir:

Figura 38- esboços de barbatanas de vidro em cantilever usado em fachadas e


modelos simplificados para o uso em análise estrutural, primeira figura representando à
condição de fixação pontual e a segunda a ligação por junta linear com carga distribuída.

Fonte: (SILVESTRU, p. 374, 2015).

4.5 DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E FIXADORES

Os pilares de vidro ou barbatanas de acordo com sua dimensão deve-se efetuar


emendas a estrutura a fim de atingir as dimensões desejadas.
De acordo com a fabricante Cebrace, vidro pode ser produzido atualmente no Brasil
dimensões de até 6m. Porém estas dimensões ficam em torno de 4m de acordo com as fábricas
de beneficiamento devido ao processo de laminação na qual é necessária para este tipo de
estrutura. Devido estas limitações projetos com vãos maiores que estas dimensões, necessitando
assim, uma ligação tipo metálica para a união destes componentes.
O dimensionamento dos fixadores é definido pelo fornecedor que especifica a carga
máxima de tração, compressão e cisalhamento de seus modelos de conectores onde é feita
análise de resistência dos materiais de acordo com o material empregado.
Segundo a revista Vidro Plano (2016), não há norma que especifique a aplicação e
a forma de produção destes fixadores, no entanto produtos elaborados para propósito estrutural
devem possuir anotação de responsabilidade técnica do fabricante garantindo assim suas
especificações e a correta aplicação do produto na obra.
68

4.5.1 Peso próprio

O vidro possui a densidade 2,5, ou seja, seu peso é de 2,5kgf/m² por milímetro de

espessura. Um vidro com dimensões 1000 x 1000 x 10mm tem peso igual à 25kg.

4.5.2 Vento

O vento é um fator importante a se levar em consideração no dimensionamento dos


elementos estruturais de uma fachada. A transferência de cargas da fachada para a estrutura da
edificação deve ser feita com ligações seguras através de fixações destinadas para esta função.
As regras abaixo possuem o mapa da França pela determinação da pressão de vento
baseadas na simplificação da norma DTU P 06-002 NV 65 e os valores de pressão aplicam-se
a construções do tipo padrão com base retangular e fachadas planas.

Figura 12- mapa com zoneamento dos ventos (região francesa)

Fonte: (NF DTU 39, 2006)


69

De acordo com a norma francesa DTU 39 (2006) vidros verticais a pressão de vento
em janelas de fachadas de até 10m de altura é de 2500 Pa.Vidros verticais considerando um
ângulo de inclinação entre 85° e 90°. Vidros acima desta altura deve-se especificar a pressão
de vento a ser considerada.

Existem 4 situações a serem consideradas nos ambientes de construção:


A) Dentro de grandes centros urbanos onde os edifícios ocupam em média a altura
geral de 15m;
B) Na ausência de um conhecimento preciso da localização, fora de centros
urbanos;
C) Pequenas cidades ou periferias de centros urbanos e áreas industriais e áreas
florestais;
D) Campos abertos
E) Na beira de rios e lagos onde a possibilidade de corredores de vento e a
distancias de pelo menos 5km do mar ou a beira mar

Altura H das vidraças acima do solo


Existem vidraças cuja parte superior está localizada a uma altura H:
• inferior a 6 m acima do solo;
• entre 6 m e 18 m;
• entre 18 m e 28 m;
• entre 28 m e 50 m;
• entre 50 m e 100 m.
A norma DTU 39 não menciona vidraças acima de 100m de altura.
70

Figura 40- ilustração dimensões da vidraça acima do solo

Fonte: (NF DTU 39, 2006).

Legenda:
H altura da parte da vidraça em relação ao pé da diferença de altura
H´ altura da parte da vidraça em relação ao solo externo
Z diferença de nível
d1 e d2 distância da fachada ao pé da diferença de nível

Pressão do vento
Na tabela a seguir temos expressado pressões em Pa (pascoal), a serem
considerados 1 Pa = N/m.
71

Tabela 10 – pressão do vento em Pa

Fonte: (NF DTU 39)

No Brasil temos como base a norma NBR 6123 forças devidas ao vento em
edificações onde podemos nos nortear com relação aos dados para cálculo de edificação.
conforme figura 28.
72

As pressões dinâmicas para aplicação em nosso mapa:


Tabela 11 tabela de conversão das velocidades do vento sob pressões dinâmicas

Fonte: (MANUAL DO VIDRO, 2000)

Outros condicionantes como a neve não serão levados em consideração em nossa


análise, sendo que para uma fachada elementos verticais não costumam sofrer alteração por
conta deste fenômeno.

4.5.3 Sobrecargas

Geralmente colunas de vidro para fachadas devem sustentar apenas seu peso
próprio e a ação dos ventos, já que por sua vez são de costume trabalhar individualmente com
relação as partes estruturais dos pavimentos, mas em casos em que os vidros trabalham como
pilares fazendo parte da estrutura deve-se levar em consideração as cargas excedentes que
podem existir em tal localização.
Nos pavimentos de encontro às fachadas, estas, a fachada deve suportar uma carga
permanente horizontal conforme especificações de norma como a NBR7199 e NBR 14718 ou
73

normas internacionais EM 1991-1-1-1 ou NP EM 13830. Devendo considerar esta sobrecarga


a uma altura 1,10m com o valor de sobrecarga de acordo com a categoria do edifício. Este
critério é considerado pelo motivo de a vidraça da fachada ter a função de guarda corpo, tendo
assim que levar em consideração esta sobrecarga horizontal. De acordo com a NBR 14718 o
guarda corpo deve suportar um impacto de 700J aplicado no centro geométrico do painel e sua
movimentação não deve ultrapassar a 50 mm de borda.
Com a atualização da norma NBR 7199 cálculos de dimensionamento de espessura
foram adicionados a norma nacional baseados na norma NF DTU 39. O vidro por ser um
produto de processo industrial sujeito a um alto controle de qualidade, não se faz necessário
calcular o peso próprio do vidro.
74

5 CONCLUSÃO

Em nosso país, o vidro ainda é pouco explorado como componente para aplicação
estrutural, apesar das novas tecnologias já estarem disponíveis em nossa região. Por mais que
nossos limites de fabricação nacional, não tenham um modelo industrial que atenda amplamente
as necessidades dimensionais em cima das chapas de vidro, pois existe ainda a necessidade de
se ampliar o setor referente à fornos de tempera, o país já possui grande quantidade de recursos
e técnicas para estar efetuando este tipo de aplicação. O seguimento vidreiro tem uma grande
capacidade de compatibilização para fornecer opções construtivas e viáveis, sendo o vidro um
material durável, resistente e sustentável. Com base nas referências analisadas pelos autores
deste trabalho, mesmo com a economia instável, e algumas projeções demonstrarem certa
timidez em índices de crescimento socioeconômico para os próximos anos, fator de influência
direta na construção civil, pode-se assegurar que temos um setor vidreiro amplamente
estruturado e com grande maturação, com isto, há uma necessidade de maior abrangência
técnica da norma de aplicação do vidro em projetos, tendo em vista, que atualmente as poucas
informações sobre dimensionamento e aplicação são baseadas em normas internacionais, não
havendo uma correta regulamentação de acordo com as condições reais de aplicação em nossa
região.
As aplicações são bem diversificadas e permitem o projetista elaborar projetos
ousados com este tipo de material, mas desde que tenha uma atenção adequada para fatores que
influenciam nas condicionantes de projeto, tais como ações de cargas de ventos, fator este,
importante a se considerar e critério determinante em certas condições de cálculo. No que se
diz ao tema delimitado a respeito das fachadas é que com base nos conhecimentos adquiridos
em cima do material vítreo e de forma a buscar um modelo de estrutura que demonstrasse bem
a função estrutural, que se ousou a trabalhar em cima de um modelo de fachadas onde o vidro
exercesse uma função não apenas estrutural em cima das placas vedantes, mas também para
exercer a tarefa de suportar esforços e conectar as mesmas placas por pilares compostos por
vidro, lembrando que grande parte dos projetos de fachadas estruturais se dá por suportes
metálicos.
Como conhecimento adquirido é empolgante saber que um material de aparência
frágil e com alta transparência, pode sim, ser um produto com finalidade estrutural. Com todo
o conteúdo explorado descobriu-se muitos conceitos e propostas de aplicação do vidro. Ainda
que este seja um produto pouco aplicado com finalidades estruturais, é possível adquirir com
75

facilidade na região sul. Foi apresentado também suas capacidades e propriedades físicas. Deste
modo passou-se a compreender melhor a aplicação deste produto.
Pode-se constatar através dos objetivos designados para o tema toda a consolidação
dos cálculos para as consequentes projeções e execuções dos elementos que constituíram as
fachadas e os pilares de vidro, estes que serão auxiliados por seus componentes fixadores que
transmitiram os esforços solicitantes para a base. Todavia preocupou-se em salientar sempre as
restrições em cima do material, principalmente ao contato direto com o mesmo. Aplicando
assim outros componentes, algo imprescindível para a segurança do material. Para finalizar,
compreende-se a este estudo, o vidro obtendo um grande valor como material para a construção
civil, e que o mesmo, pode ter uma aplicação específica para o âmbito estrutural, desde que seja
feito de forma criteriosa e bem detalhada, dando ênfase as suas restrições e condições de
suporte, na qual estará sendo empregado por si mesmo ou unido a outros elementos estruturais.

5.1 SUGESTÕES DE TEMAS PARA PRÓXIMOS TRABALHOS

Os autores deste trabalho de conclusão de curso (TCC) sugerem os seguintes temas


para segmentação e enriquecimento desta área pouco abrangente do vidro em nosso mercado:

 Trabalho científico, com intuito de abranger normas brasileiras vigentes


sobre vidros, delimitando ao foco estrutural;
 A possibilidade de estar gerando um estudo de caso com base nas pautas
levantadas deste trabalho acadêmico;
 Trabalho científico demonstrando a efetividade do vidro para outras
aplicações estruturais;
 Estudos sobre aplicação de pisos feitos de vidro, juntamente com
dimensionamento de visores de piscina;
 Análise de desempenho de vidros de proteção solar e proteção acústica
como vidros refletivos, vidros laminados, vidros termo acústicos;
 Estudo de aplicação de vidros curvos na construção civil, tipos de aplicação
e possibilidades de composições desde fechamentos de vãos fixos até
aplicação estrutural.
76

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