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BELÉM
2021
KEZIA TEIXEIRA GRIPP
BELÉM
2021
KEZIA TEIXEIRA GRIPP
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profa. MSc. Tatiane Torres de Madeiro (Orientadora)
Faculdade Faci
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Prof. MSc. Rafael Luis Lobato Lima (Examinador)
Faculdade Faci
__________________________________________________
Prof. MSc. Evaristo Rezende dos Santos Júnior (Examinador)
A meus pais, por seu amor e apoio
constante em minha vida e meu irmão
que tanto se espelha em mim.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por estar ao meu lado ao longo dessa caminhada e ter
me dado força e perseverança para continuar superando as dificuldades.
Aos meus pais, que não me permitiram desistir mesmo nos momentos mais
difíceis, que acreditaram e confiaram em minha capacidade. Eles foram, junto de meu
irmão, os pilares de sustentação não apenas de minha caminhada acadêmica e
profissional, mas também de minha vida.
Agradeço à Faci, que proporciona um ambiente de educação de excelente
qualidade. À professora orientadora Tatiane por todos os ensinamentos ao longo do
período da graduação, e paciência durante as orientações do trabalho de conclusão
de curso.
Aos meus professores, que não mediram esforços em apresentar o
conhecimento necessário para dar início a minha jornada profissional.
Aos meus amigos, que sempre estiveram presentes e deram tanto apoio para
seguir em frente.
“...Ebenézer: até aqui o Senhor nos ajudou e por isso estamos
alegres”.
1 Samuel 7:12
RESUMO
Since the industrial revolution, with the beginning of the mass migration of the
population to the cities, there has been an increase in the construction of buildings in
urban areas, however, without the proper concern for the environment, which has
caused several negative impacts over the years. Over time, the need was felt to seek
new practices for the development of civil construction in a way that would not bring
irreversible future consequences. In this context, sustainable construction emerged
and, as a way to help and maximize the sustainability processes in the constructions,
the certifications were created; understanding the topic is important for a greater
dissemination of knowledge and the correct application of the systems. This work,
therefore, aimed to make a comparison of LEED and EDGE certifications, which are
international systems present in Brazil, seeking to understand the operation of both as
well as the realities to which they are possible of adequation, common characteristics
and also bringing information about advantages and disadvantages when applying one
of the systems.
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido utilizando-se métodos de pesquisa exploratória
e qualitativa de revisão da literatura, tendo o objetivo de proporcionar maior
entendimento do tema; buscou-se então realizar uma comparação dos métodos
aplicados por duas das certificações existentes no Brasil, as certificações LEED e
EDGE, para isso, os primeiros capítulos do trabalho levantam questões pertinentes
ao que é uma certificação, características encontradas, alguns dos sistemas
presentes no país, além de algumas das atuais inovações que podem ser aliadas às
construções sustentáveis. Por fim, foi feito um breve estudo de ambos os sistemas,
de modo a compreender melhor o funcionamento de cada um de forma separada,
para, então, realizar uma análise comparativa onde foi possível verificar as
semelhanças e diferenças entre si, além das principais vantagens e desvantagens.
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4 AS CERTIFICAÇÕES DE SUSTENTABILIDADE
abrangidos, possuindo subcritérios anexados a cada um dos citados acima, que serão
compreendidos conforme as demandas avaliadas em cada sistema.
Em seu artigo Datta et al. (2017) explica que sejam em escritórios, escolas,
universidades, edifícios comerciais, edifícios industriais ou residências privadas, mais
de 90% da vida diária pessoal é passada dentro de ambientes internos. Mesmo assim,
foi apenas nos últimos anos, que as preocupações sobre a qualidade do ar interno
começaram a surgir. A má qualidade do ar interno é particularmente insegura para
crianças, idosos e pessoas com infecções cardiovasculares e respiratórias
persistentes (como asma). Além de ter um impacto negativo no bem-estar, a poluição
do ar interno também pode reduzir o conforto e a eficiência dos moradores do prédio.
Nos edifícios de escritórios, o conforto dos ocupantes está relacionado à
qualidade do ambiente construído (térmica, visual, auditiva e qualidade do ar), assim
como o espaço de trabalho e elementos de construção como tamanho, aparência
estética, móveis e limpeza. (Frontczak et al., 2012).
Consoli, Andrade e Tabalipa (2019) classificaram em 9 critérios inseridos nessa
categoria, que variam apenas em terminologia dependendo do sistema em questão,
sendo úteis para avaliar de forma holística os edifícios, em relação a saúde, conforto,
satisfação e os aspectos essenciais de funcionalidade interna, são eles:
1. Acessibilidade
3. Conforto olfativo
4. Desempenho acústico
5. Desempenho térmico
8. Qualidade interna do ar
Local sustentável
Eficiência energética
No quadro 2 Kibert (2016) apresenta passos que deverão seguir não apenas
a ordem exibida, mas deverão fazer parte de todo o processo do projeto energético.
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Eficiência hídrica
Além disso, Montoya (2011) ainda acrescenta que quando bem projetados os
edifícios conseguem reduzir o desperdício ao utilizar a água de maneira eficiente,
através de sistemas de fornecimento que utilizam ferramentas para reduzir a
quantidade de água utilizada mantendo um alto padrão de desempenho. Um exemplo
disso são as torneiras de baixo fluxo, que conseguem utilizar menos água que uma
torneira comum, mas permanece fornecendo pressão de água suficiente para lavar as
mãos.
Têm-se também as águas que podem ser reutilizadas para fins que não sejam
de consumo, como a água da chuva que normalmente se perde, ou mesmo
proveniente dos chuveiros ou outras instalações sem resíduos alimentares ou fezes
(conhecida como água cinza) e proveniente de banheiros (águas negras) que já
podem conter resíduos como fezes, que como ele pontua podem servir para outros
fins como irrigação ou dentro dos edifícios para descargas de banheiros com os
tratamentos adequados.
De acordo com Kubba (2017) o homem tem usado materiais naturais para
construir seu habitat por milhares de anos, mas também os desenvolveu e
complementou com produtos feitos pelo homem. O reparo e a reutilização de um
edifício em vez de demoli-lo e construir uma nova estrutura é uma estratégia eficaz
para minimizar o impacto ambiental. A reforma e a reabilitação dos componentes
existentes ajudam a minimizar qualquer risco de impacto negativo sobre o meio
ambiente e economizam recursos naturais.
Os materiais podem ser considerados como sustentáveis ou “verdes” quando
produzem pouco ou nenhum impacto ao meio ambiente podendo algumas vezes gerar
impactos positivos. Para Kubba (2017) é necessário compreender que nenhum
material sustentável é perfeito, mesmo que na prática haja no mercado um número
crescente de materiais capazes de reduzir ou eliminar os impactos negativos sobre as
pessoas e o meio ambiente, para tanto, muitos dos insumos utilizados na construção
sustentável são produzidos a partir de materiais reciclados (isso influencia no meio
ambiente e apresenta uma nova função ao lixo), outra característica é a sua
durabilidade, podendo ser considerado como sustentável por ser muito durável.
Partindo disso, há os benefícios adicionais que são alcançados quando um produto
durável é produzido de materiais ecologicamente corretos, como resíduos reciclados.
Resíduos e poluição
4.1.3 Implementação
comprovação de que o mesmo cumpre com critérios mais sustentáveis tanto ao meio
ambiente quanto para os usuários.
É valido verificar que uma edificação para ser sustentável não necessariamente
exige uma certificação. Compreender os impactos causados ao meio ambiente e
então buscar soluções para reverter ou ao menos minimizar seus efeitos é o primeiro
passo para uma construção mais sustentável. Por isso, esses sistemas possibilitam
que não apenas soluções sejam propostas, mas que ao longo de todo seu ciclo de
vida hajam planejamentos integrados para maximizar a eficiência dos materiais,
energia e água, reduzindo desperdícios e garantindo que o processo seja interligado
para beneficiar o meio ambiente.
Porém, o que vem tornando as certificações um fator importante para as
construções sustentáveis são seus diversos benefícios, fazendo com que arquitetos,
‘designers’, engenheiros e evidentemente o público em geral, começasse uma alta
demanda por esses produtos. Dentre alguns desses benefícios conforme afirma
Kubba (2017), estão a redução do consumo de energia, redução da poluição do
ecossistema, melhora no conforto e saúde dos usuários e a diminuição de resíduos
de aterros sanitários.
Independente dos sistemas de certificação utilizado, desde que forneça uma
verificação mais sustentável do projeto, torna-se uma valiosa ferramenta educacional
e de ‘marketing’ tanto para o proprietário quanto para as equipes de projeto e
construção, o que torna uma edificação inclusive mais valorizada no mercado
imobiliário. (Vierra, 2019)
1. 717 edifícios, sendo 430 edifícios residenciais, 231 edifícios não residenciais
em construção e 56 edifícios não residenciais em operação;
2. 5 Empreendedores AQUA;
3. 10 bairros e loteamentos;
4. 1 infraestrutura portuária;
5. 1 projeto de interiores.
1. Edifícios em construção;
2. Edifícios em operação;
3. Bairros e Loteamentos;
4. Infraestruturas;
5. Condomínios Residenciais em Operação.
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“Criado pela CAIXA em 2009, o Selo Casa Azul foi o primeiro sistema de
classificação do índice de sustentabilidade de projetos habitacionais desenvolvido
para a realidade da construção habitacional brasileira.” (CAIXA, 2021, p. 1).
A CAIXA (2010) considera o Selo Casa Azul CAIXA como uma ferramenta de
classificação socioambiental de empreendimentos habitacionais que visa reconhecer
a utilização das soluções mais eficazes para construção, uso, ocupação e execução
de manutenção da edificação, com o objetivo de incentivar o uso razoável de recursos
naturais e moradia de qualidade e envolvente.
Pode-se aplicar o selo a todo e qualquer tipo de empreendimento habitacional
que sejam apresentados à CAIXA para financiamento ou programas de repasse,
podendo ser candidatas empresas construtoras, o poder público, empresas públicas
de habitação, cooperativas, associações e entidades representantes de movimentos
sociais.
“O Selo Casa Azul possui 53 critérios de avaliação, distribuídos em seis
categorias que orientam a classificação de projeto”. (CAIXA, 2010, p. 22).
De acordo com a Caixa (2021) as seguintes categorias são avaliadas:
1. Novas construções;
2. Design de interiores;
3. Edifícios existentes;
4. Bairros.
Já na categoria QAI, de acordo com o GBC Brasil (2018), o projeto contou com
diversas estratégias, dentre elas:
Em meados dos anos 1990 foi criado a entrega de projeto integrada, mas foi
apenas em 2007 que uma equipe formada por diferentes profissionais como
arquitetos, engenheiros, construtores, advogados, entre outros, se reuniu para de fato
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5.1.2 O custo-benefício
este conceito em seus modelos de negócios logo serão deixados para trás.
Segundo Yudelson (2009), assim como acontece nos outros tipos de projeto,
compreender os aspectos econômicos da situação e incluí-los no processo de tomada
de decisão tem importância crucial. Desenvolvedores e proprietários descobriram que,
por meio do uso de métodos de projetos integrados e outras medidas "não
tradicionais", a economia de custos pode ser alcançada no projeto e construção de
edifícios. Além do mais, pode-se incluir a introdução de empreiteiros gerais e
subempreiteiros principais no início do processo para ajudar com abordagens
alternativas de preço para atingir o nível de conforto exigido do edifício.
chaves são soluções mais práticas voltadas para as áreas mais necessárias e onde
há mais desperdício nesses locais.
O primeiro, pouco se adequa à realidade de outros países tendo como base a
normatização americana (que deve ser considerada a do país em questão apenas se
for mais rigorosa), já o segundo busca tomar como base toda a realidade local,
considerando na avaliação o ambiente, clima e outros fatores que possam interferir
no projeto. Por exemplo, um projeto no Brasil terá como modelo um referencial
adaptado com valores que se adequem à realidade do local.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o trabalho desenvolvido foi possível compreender a função de uma
certificação de sustentabilidade, seus requisitos e metodologias aplicadas. Observou-
se também que nos últimos anos a relevância de haver uma maior preocupação
ambiental na área da construção civil é alta e deve ser um ato conjunto de todos os
envolvidos no processo, para que haja uma redução significativa de desperdícios, que
muitas vezes poderiam ser evitados através de práticas simples como o controle dos
materiais.
Apesar disso, na última década houve uma crescente preocupação de
arquitetos e engenheiros para aumentar e melhorar essas ações na busca de
edificações mais sustentáveis, o que levou a uma mudança no mercado imobiliário,
gerando até mesmo no consumido final maior interesse por empreendimentos mais
ecológicos.
Dessa forma, o que antes era visto apenas pelo olhar econômico, que se fazia
acreditar ser pouco vantajoso, já que muitas das estratégias eram e ainda são mais
caras que as tradicionalmente utilizadas, passou a ser visto com uma nova
perspectiva, mostrando que mesmo possuindo inicialmente custos mais onerosos, os
investimentos futuros que essas práticas irão proporcionar são muito mais
significativos. Por exemplo, um dos principais pontos avaliados são as escolhas de
materiais que devem ser de alta qualidade para que pouca manutenção seja
necessária em um curto espaço de tempo, o que representa para o usuário final uma
economia significativa.
Além disso, o surgimento de novas ferramentas tecnológicas, como é o caso
do BIM, foram expressivamente úteis para um melhor desenvolvimento da
sustentabilidade. Tendo em vista que, ao integrar os sistemas, as informações e as
equipes tornando as atividades mais dinâmicas e acessíveis para as diferentes áreas
envolvidas no processo, é possível poupar um ativo precioso, o tempo.
Considerando o exposto, as certificações surgiram a fim de medir os impactos
causados pelas construções ao meio ambiente, aplicando metodologias que buscam
minimizar os mesmos e tornar as edificações mais eficientes e sustentáveis. Apesar
disso, não necessariamente é possível prática sustentável somente ao se aplicar uma
certificação, mas ela serve para maximizar as medidas que serão aplicadas, além de
trazer mais valorização ao imóvel principalmente em caso de venda.
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Acesso em: 01 de nov. de 2021.