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04/12/2012

CONSTRUÇÕES METÁLICAS

Profa. Regina Célia Guedes Leite

Disciplina
 45 horas/aula
 Horário: 3ª feira 20:50 às 22:30h
sábado 8:50 às 10:30h (datas específicas)
 Presença exigida 75% da carga horária
(34 horas/aula)
 Avaliações:
 4 provas (25 pontos cada prova):
(15/12, 02/02, 09/03, 13/04)
 Suplementar 16/04
 Exame especial 20/04

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Conteúdo
 Aços estruturais;
 Propriedades físicas e geométricas de perfis estruturais;
 Ações e segurança das estruturas;
 Dimensionamento de elementos submetidos a tração e à compressão
centradas;
 Dimensionamento de barras submetidas a flexão simples (resistência
ao momento fletor);
 Dimensionamento de barras sujeitas forças cortantes (resistência da
alma);
 Dimensionamento de barras à flexão reta composta (interação
força normal e momento fletor);
 Verificação das flechas segundo a norma ANT NBR-8800;
 Fundamentos de estruturas mistas aço e concreto.

Bibliografia
 NBR 8800:2008 – Projeto de estruturas de aço e de
estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
 FAKURY, R. H., SILVA, A. L. R. C., CALDAS, R. B.,
“Dimensionamento básico de elementos estruturais de
aço e mistos de aço e concreto ”. UFMG, Belo
Horizonte, versão 4, parte 1, 2011.
 Pfeil, W., Pfeil, M. Estruturas de Aço – Dimensionamento
prático segundo a NBR 8800:2008
 Notas de aula e materiais disponibilizados no sistema
acadêmico

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O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL


 Os aços utilizados na fabricação de perfis de seção aberta
e barras redondas lisas têm qualidade estrutural:
possuem propriedades mecânicas adequadas para uso
em sistemas submetidos a tensões e deformações.

 Possuem um custo competitivo para o setor da


construção civil (envolve o material e as operações a que
ele é submetido na fabricação de estruturas, como a
soldagem)

 A durabilidade necessária para atender aos requisitos de


vida útil, geralmente igual a um mínimo de 50 anos.

PROPRIEDADES MECÂNICAS
 Ensaios de tração: comportamento dos aços sob
tensão normal

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
• Fase Elástica
– Corresponde ao trecho reto da origem até o material
atingir a tensão fy, chamada de resistência ao escoamento.
– O material obedece à lei de Hooke (as tensões σ são
proporcionais às deformações ε:
σ=Eε
– E = constante, módulo de elasticidade, modulo de Young
ou ainda módulo de deformação longitudinal
– E = tangente do ângulo de inclinação β do trecho reto.
– E = 200000 MPa

PROPRIEDADES MECÂNICAS
• Fase elástica
– Deformação atinge valores da ordem de 0.12% a 0.20%
– O descarregamento ocorre segundo o mesmo caminho do
carregamento, apenas com sentido inverso.
– A deformação desaparece totalmente.

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
• Fase plástica
– Corresponde ao trecho do diagrama em que o material fica
com tensão constante, igual a fy, enquanto a deformação
aumenta consideravelmente, atingindo valores entre 1,4%
e 2,1%.

– Esse trecho é conhecido como patamar de escoamento.

– O descarregamento nesta fase ocorre segundo uma reta


praticamente paralela ao segmento reto inicial. Assim,
sempre restará uma deformação residual (εr).

PROPRIEDADES MECÂNICAS

• Fase de Encruamento
– Após o escoamento, o material sofre um revigoramento, que recebe a
denominação de encruamento ou endurecimento.

– A tensão volta a crescer com a deformação, porém sem


proporcionalidade.

– O material atinge sua tensão mais elevada, denominada resistência à


ruptura, representada por fu.

– A deformação correspondente varia de 13% a 20%.

– Depois de alcançar fu , a área da seção transversal na região central do


corpo de prova começa a se reduzir rapidamente, em um fenómeno
conhecido como estricção e ocorre uma queda no valor da força de
tração aplicada, até o rompimento do material, sob deformação da
ordem de15% a 25%

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
• Compressão
– caso o corpo de prova fosse submetido à compressão, as resistências
teriam aproximadamente os mesmos valores absolutos do ensaio de
tracão
– Ao invés do aumento de comprimento, da estricção e do rompimento,
ocorreriam redução do comprimento, aumento da área da secão
transversal e esmagamento por compressão, respectivamente.

PROPRIEDADES MECÂNICAS
 Cisalhamento

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
• Tensão de Cisalhamento
– Submetendo-se um corpo de prova à tensão de cisalhamento, obtém-
se um diagrama tensào-deformação similar àquele relacionado às
tensões normais de tracão.

– A tangente do ângulo de inclinação do segmento reto inicial (βv)


denomina-se módulo de elasticidade transversal ou módulo de rigidez,
sendo representado por G.

– O seu valor pode ser obtido do diagrama ou da teoria da elasticidade,


que relaciona o módulo de rigidez ao módulo de elasticidade E pela
equação:

– ν é o coeficiente de Poisson do aço = 0,3 em regime elástico.


– G ≈ 77000 MPa

PROPRIEDADES MECÂNICAS
– A resistência ao escoamento por cisalhamento, fvy, obtida no
diagrama, varia entre a ½ e 5/8 da resistência ao escoamento à tensão
normal (fy).

– Teoricamente à:

– Os resultados dos ensaios de cisalhamento simples indicam ainda que


a resistência à ruptura ao cisalhamento (fvu) situa-se entre 2/3 e ¾ da
resistência à ruptura à tensão normal (fu). Por simplicidade e a favor
da segurança, na prática fus é muitas vezes tomado igual a 60% de fu

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
• Massa específica
ρ = 7850 kg/m3

• Peso específico
γ = 77 kN/m3

• Dilatação térmica
α = 12 x 10-6°C-1

AÇOS ESTRUTURAIS
 Os aços estruturais usados no Brasil, em função da
composição química, são classificados em aços-carbono e
aços de baixa liga e alta resistência mecânica. Esses aços
podem possuir resistência à corrosão atmosférica normal ou
superior à normal, sendo neste último caso denominados
aços resistentes à corrosão atmosférica.

 Os aços-carbono e os aços de baixa liga e alta resistência


mecânica podem ser resistentes ao fogo (apresentam
degenerescência das propriedades mecânicas inferior a dos
demais aços sob altas temperaturas).

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AÇOS ESTRUTURAIS
 Todos os aços supracitados possuem diagramas tensão-
deformação com patamar de escoamento

 Deve-se destacar que, para que todas as prescrições da norma


brasileira NBR 8800 relacionadas ao dimensionamento
estrutural sejam válidas, exige-se que os aços estruturais
utilizados possuam resistência ao escoamento máxima de 450
MPa e relação mínima entre as resistências à ruptura e ao
escoamento (fu/fy) de 1,18.

TIPOS DE AÇO

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AÇOS ESTRUTURAIS
 Aços carbono
 São os tipos mais usuais, sendo que o aumento de
resistência é obtido com o carbono (entre 0,15% e
0,29% ) e com a adição de manganês (porcentagem
máxima de 1,5%).
 Teor de carbono aumenta a resistência e a dureza
(reduz a ductilidade).
 aços de média resistência mecânica, apresentam
resistência ao escoamento mínima entre 230 MPa e
380 MPa e resistência à ruptura mínima entre 310
MPa e 480 MPa.
 Aços mais usados: ASTM A36, A570.

AÇOS ESTRUTURAIS
 Aços de baixa liga
 São aços-carbono com adição de alguns elementos de liga
(silício, nióbio,cromo, cobre, níquel, manganês, titânio....)
sendo que estes elementos provocam um aumento da
resistência do aço, tanto mecânica (ASTM A572) com à
corrosão atmosférica (ASTM A588).

 Os aços de baixa liga e alta resistência mecânica


apresentam resistência ao escoamento mínima situada entre
290 MPa e 450 MPa e resistência à ruptura mínima entre
415 MPa e 550 Mpa.

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AÇOS ESTRUTURAIS
 Aços Patináveis ou Aclimáveis
 Apresentam como principal característica a resistência à
corrosão atmosférica, muito superior ao do aço-carbono
convencional, conseguida pela adição de pequenas
quantidade de elementos de liga.

 Tais aços não são imunes à corrosão, mas apresentam uma


velocidade de corrosão (perda de espessura com o tempo)
pelo menos quatro vezes inferior a dos demais aços

 Quando expostos ao clima (aclimáveis), desenvolvem em


sua superfície uma camada de óxido compacta e aderente,
que funciona como barreira de proteção contra o
prosseguimento do processo corrosivo, possibilitando, assim,
a utilização desses aços sem revestimento.

AÇOS ESTRUTURAIS
 Aços Patináveis ou Aclimáveis
 O tempo necessário para a formação da pátina varia em
função do tipo de atmosfera a que o aço está exposto,
sendo em geral de 18 meses a 3 anos.

 Após um ano o material já apresenta a coloração marrom-


clara. A tonalidade definitiva, uma gradação escura do
marrom, será função da atmosfera predominante e da
freqüência com que a superfície do material se molha e se
seca.

 Em determinados ambientes extremamente agressivos, como


os industriais onde a concentração de dióxido de enxofre
supera 250 µg/m3 e os marinhos com taxa de deposição
de cloretos superior a 300 µ g/m3 /dia, a patina não se
desenvolve adequadamente

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Aços estruturais normatizados pela


ABNT que atendem à NBR 8800

Aços estruturais de
especificação ASTM
((American Society for Testing
and Materials) permitidos
pela NBR 8800

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Aços das siderúrgicas brasileiras

• Além dos aços estruturais normalizados pela ABNT e pela


ASTM, as usinas siderúrgicas brasileiras produzem outros aços
estruturais, baseados em especificações próprias, que
obedecem às exigências anteriormente citadas, e que são
utilizados normalmente nas construções.

• Alguns desses aços, fornecidos na forma de chapas,


produzidos pela USIMINAS, CSN e COSIPA, muito utilizados na
prática na construção civil.

Aços das siderúrgicas brasileiras


• - Aços estruturais próprios produzidos por
USIMINAS, CSN e COSIPA

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VALORES DAS PROPRIEDADES


MECÂNICAS
• Os valores das resistências ao escoamento e à ruptura dos
acos estruturais fornecidos pelas normas ou pelas usinas
siderúrgicas são os chamados valores nominais, admitidos
como sendo valores com uma probabilidade muito pequena,
que não supera 5%, de não serem atingidos em um dado lote
de material.

• Os valores nominais são obtidos a partir de ensaios, que toma


possível a confecção de curvas de distribuição de
probabilidade.

VALORES DAS PROPRIEDADES


MECÂNICAS
• Esboço da curva de uma determinada resistência, representada por
f, que pode ser a resistência ao escoamento ou a resistência à
ruptura, com indicação de seu valor médio (fm) e seu valor nominal
(fk). Similar à curva de Gauss.

• A área total sob a curva é igual à unidade e a probabilidade da


resistência ser inferior ao valor nominal é dada pela área
hachurada, à esquerda de fk.

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PERFIS ESTRUTURAIS
• Os perfis estruturais utilizados na construção
metálica podem ser classificados segundo o
modo de obtenção em:

– perfis laminados;
– perfis tubulares;
– perfis soldados;
– perfis formados a frio.

PERFIS LAMINADOS

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PERFIS LAMINADOS
•Os perfis laminados são aqueles obtidos por
meio de um processo de transformação mecânica
de metais, chamado de laminação, cujos
objetivos principais são:

• mudar a forma de um corpo metálico de


modo a torná-lo adequado para uma
determinada aplicação;
• melhorar as propriedades do material.

PERFIS LAMINADOS
• Laminação: modificar continuamente, a frio
ou a quente, a seção transversal de um
produto metálico pela sua passagem entre
dois cilindros.

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PERFIS LAMINADOS
• Chapas
– Grossas (>5mm) em forma de placas
– Finas (<=5mm) placas ou bobinas

PERFIS LAMINADOS
• Perfis de seção
aberta

– perfil I de faces
inclinadas,
– perfil I e H de faces
paralelas,
– perfil U e
cantoneira de abas
iguais

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PERFIS LAMINADOS

PERFIS LAMINADOS
• Perfis I de faces inclinadas
– Alturas entre 76,2 mm (3") e 152,4 mm (6").
– largura das mesas entre 66% e 35% da altura.
– A cada altura de perfil, tem-se mais de uma seçâo
transversal distinta, em função da variação da
espessura da alma e da largura das mesas.
– Apropriado para uso sob solicitação de flexão simples
em relação ao eixo x. Sua resistência à flexão em
relação ao eixo y é reduzida
– É especificado por meio de seu símbolo (I), seguido da
altura (d) em milímetros e da massa por unidade de
comprimento (kg/m) (exemplo: l 127 x 14,8).

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PERFIS LAMINADOS
• Perfis U
– com alturas entre 25,4 mm (l") e 152,4 mm (6")
– A cada altura de perfil, tem-se mais de uma seçâo
transversal distinta, em função da variação da espessura
da alma e da largura das mesas.
– Empregado quando a solicitação, de qualquer tipo, é
pequena, como por exemplo, nos pilares de estruturas
pouco carregadas, em componentes de treliças, em terças
e travessas de tapamento e em degraus e longarinas de
escadas.
– É especificado por meio de seu símbolo (U), seguido da
altura (d) em milímetros e da massa por unidade de
comprimento (kg/m) (exemplo: U 152 x 12,2).

PERFIS LAMINADOS
• Cantoneiras
– abas iguais com largura variando entre 12,7 mm (1/2")
e 127 mm (5V).
– São perfis relativamente menos pesados, usados
principalmente como componentes de treliça e como
elementos de contraventamento, situações em que a
solicitação predominante é de tração ou compressão
axial.
– Especificação se faz pelo seu símbolo (L), seguido pelo
comprimento das abas (a) e pela espessura (t), em
milímetros (exemplo: L 76 x 6,4).

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PERFIS LAMINADOS
• Perfis I de faces paralelas
– os perfis I são mais apropriados para uso sob
solicitação de flexão simples em relação ao eixo x, já
que sua resistência à flexão em relação ao eixo y é
relativamente pequena.
– Possui alturas variando entre 152 mm e 360 mm
– Especificados pela letra W (de "wide" - antigamente
WF.de "wide flange" - quando derivado de padrão
americano) ou letras HP (quando derivado de padrão
europeu) seguidas da altra (d) em milímetros e da
massa por unidade de comprimento (kg/m) (exemplo:
W 200 x 46.1; HP 250 x 85);

PERFIS LAMINADOS
• Perfis H de faces paralelas
– os perfis H são mais apropriados para trabalhar como
barras comprimidas, especialmente como pilares
– possuem a largura das abas próxima da altura da
seçào transversal e boa resistência à flexão também
em relação ao eixo y
– são fabricados com alturas variando entre 150 mm e
610 mm
– especificados pela letra W (são derivados de padrão
americano) seguida da altura (d) em milímetros e da
massa por unidade de comprimento (kg/m) (exemplo:
W 310 x 38,7).

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PERFIS LAMINADOS
• Barras
– barras redondas com diâmetro entre 6,35 mm a 88,9
mm
– empregadas como tirantes ou como elementos de
contraventamento, situações em que a solicitação
atuante é de tração axial.
– Barras com outras formas de seção transversal, como
as chatas e as quadradas são também fabricadas, mas
como possuem uso estrutural bastante restrito,
– Produção principalmente em aço ASTM A36.
– Especificação: símbolo ϕ seguido do diâmetro em
mm (ϕ50,8)

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PERFIS SOLDADOS
• Perfis soldados por arco elétrico
– obtidos por meio de ligação contínua, por solda
elétrica, de dois ou mais perfis laminados,
– mais comuns são do tipo I ou H duplamente
simétricos, constituídos por três chapas cortadas
nas dimensões apropriadas.
– NBR 5884 de 2005 (Perfil I Estrutural de Aço
Soldado por Arco Elétrico) fixa os requisitos para
sua fabricação e que também fornece tabelas de
dimensões usuais.

PERFIS SOLDADOS
• Perfis soldados por arco elétrico
– Geralmente são usados perfis soldados por arco
elétrico quando se necessita de perfis mais
resistentes que os perfis laminados disponíveis, ou
então para se ter uma forma especial de seção
transversal por exigências estruturais ou
arquitetônicas.

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PERFIS SOLDADOS
• Perfis da USIMINAS MECÂNICA (UMSA)
– série CS (coluna soldada):
• perfis do tipo H duplamente simétricos,
• apropriados para serem usados em barras
predominantemente comprimidas axialmente como é o
caso dos pilares.
• largura das mesas é sempre igual à altura da seção da
transversal
• altura varia de 350 mm a 600 mm;

PERFIS SOLDADOS
• Perfis da USIMINAS MECÂNICA (UMSA)
– série VS (viga soldada):
• perfis do tipo I duplamente simétricos,
• apropriados para serem usados em barras predominantemente
fletidas como vigas.
• Altura = 2 x a 4x a largura das mesas
• altura varia de 500mm a 1000 mm;
– série CVS (coluna-viga soldada):
• perfis intermediários entre I e H duplamente simétricos,
• Para barras submetidas a esforçoes combinados de flexçao e
compressão axial como pilares de pórticos submetidos a ação
vertical e lateral
• Altura = 1x a 1,5x a largura das mesas
• altura varia de 300mm a 600 mm;

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PERFIS SOLDADOS
• Perfis da USIMINAS MECÂNICA (UMSA)
– série VMS (viga soldada mista):
• perfis do tipo I monosimétricos (mesas com mesma largura mas
espessuras diferentes)
• apropriados para barras predominantemente fletidas com tensão
na mesa de menor área inferior àquela da mesa de maior área
como vigas.
• Altura = 1x a 3x a largura das mesas
• altura varia de 400mm a 995 mm;

PERFIS SOLDADOS
• Perfis soldados por árco elétrico
– Os perfis do tipo I ou H devem ser especificados por meio do
símbolo (CS, VS, CVS ou VSM no caso dos perfis padronizados
ou, por exemplo, PS no caso de um outro perfil), seguido da
altura, em milímetros e da massa por unidade de comprimento
(kg/m) (exemplos: CS 500 x 253, VS 400 x 49, CVS 350 x 98, VSM
600 x 100, PS 500 x 147).
– outra forma de especificar,é colocar o símbolo I ou H
precedendo as dimensões, em milímetro, na seguinte
sequência: altura x largura da mesa superior x largura da mesa
inferior x espessura da mesa superior x espessura da mesa
inferior x espessura da alma (exemplo: I 500 x 300 x 200 xl6 x
12,5 x 8).
– Se as duas mesas forem iguais, basta colocar altura x largura das
mesas x espessura das mesas x espessura da alma (exemplo: I
500x300x16x8).

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PERFIS SOLDADOS
• Perfis soldados por árco elétrico

Corte, pré-montagem e soldagem de chapas para composição de perfis

PERFIS SOLDADOS
Perfis soldados por Eletrofusão
• constituídos por chapas ligadas por eletrofusão à alta
frequência, em um processo contínuo e automático de
grande produtividade, que pode chegar a 30 metros de perfil
por minuto.
• A ligação por eletrofusão se baseia no uso de uma corrente
elétrica com alta frequência (400000 Hz), que flui pela
superfície metálica, gerando uma potência de alta densidade
concentrada, permitindo unir peças em grande velocidade
com baixo consumo de calor.
• A norma brasileira NB R 15279 de 2005 (Perfis Estruturais de
Aço Soldados por Alta Frequência (Eletrofusão) - Perfis I, H e
T) estabelece os requisitos necessários para a fabricação
desses perfis e fornece tabelas usuais para os mesmos.

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PERFIS SOLDADOS
• Perfis da USIMINAS MECÂNICA (UMSA)
– série CE:
• perfis do tipo H duplamente simétricos,
• apropriados para serem usados em barras
predominantemente comprimidas axialmente.
• A largura das mesas é sempre igual à altura da seção da
transversal, que varia de 100 mm a 300 mm;
– Série VE:
• perfis do tipo I duplamente simétricos,
• apropriados para serem usados em barras
predominantemente fletidas.
• A altura varia de 150 mm a 500 mm e fica entre 1,5x e 2x a
largura das mesas;

PERFIS SOLDADOS
• Perfis da USIMINAS MECÂNICA (UMSA)
– série CVE:
• perfis intermediários entre o I e o H duplamente simétricos,
• apropriados para serem usados em barras submetidas a
esforços combinados de flexão e compressão axial
• A altura varia de 200mm a 300 mm e fica entre 1,5x a
largura das mesas;

– Os perfis eletro-soldados devem ser especificados por


meio do símbolo (CE, VÊ ou CVE), seguido da altura,
em milímetros e da massa por unidade de
comprimento (kg/m) (exemplos: CE 250 x 49, VÊ 250 x
18, CVE 250 x 38).

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TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS


• Tensões normais ou de cisalhamento que aparecem
durante o resfriamento não-uniforme de um perfil,
decorrentes do processo de fabricação.

• Tratam-se de tensões internas, ou seja, que não são


causadas por ações externas, e, portanto, com resultantes
de força e momento nulas.

• Nos perfis laminados, as tensões normais residuais se


originam dos seguintes fatos:
– o aço, quando se resfria ( da temperatura de laminação para a
temperatura ambiente), sofre uma redução de volume;
– certas partes da seção transversal, onde existe menor
quantidade de material concentrado, resfriam mais
lentamente que outras, onde se tem maior quantidade de
material concentrado.

TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS


• As partes que resfriam primeiro diminuem livremente
de volume e, solidificadas, passam a resistir à
diminuição de volume daquelas partes que ainda
permanecem aquecidas.

• Quando o resfriamento é completado, aquelas partes


que resfriaram primeiro ficam com tensões residuais
de compressão e as partes que se resfriaram mais
tarde ficam com tensões residuais de tração.

• A distribuição e a intensidade das tensões normais


residuais de uma barra dependem de vários fatores,
entre os quais o tipo e as dimensões da seção
transversal e a velocidade de resfriamento.

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TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS


• Hipótese simplificadora de que as regiões próximas das
bordas se resfriam uniformemente primeiro, tomando-
se comprimidas e a região central se resfria
uniformemente por último, tornando-se tracionada.

TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS


• Distribuição típica em um perfil I laminado: as regiões das extremidades
das mesas e do centro da alma, nas quais existe menor quantidade de
material concentrado, ficam comprimidas, e as regiões das junções entre
alma e mesas, nas quais existe maior quantidade de material, ficam
tracionadas.

• Distribuição típica em uma chapa com as bordas longitudinais laminadas.

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TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS


• Perfis soldados:
– cortam-se longitudinalmente as chapas a maçarico.
– as regiões das bordas das chapas ficam mais aquecidas, têm o resfriamento
completado por último, e ficam tracionadas.
– A região central fica comprimida.
– A soldagem entre as chapas aquecem com mais intensidade as regiões
próximas das soldas que, ao se resfriarem após todo o restante da seção,
ficam tracionadas.
– Tensões normais residuais típicas em uma chapa após o corte das bordas
longitudinais por maçarico, em um perfil I soldado e em um perfil caixão
soldado:

TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS


• Influência no diagrama Tensão x Deformação
– Em uma barra com tensões normais residuais, o
escoamento se inicia a uma tensão σp, inferior à resistência
ao escoamento fy obtido no ensaio de um corpo de prova
sem tensões residuais.

– Essa tensão em que o escoamento se inicia é a tensão


normal causada pela força externa que, somada ao máximo
valor da tensão normal residual (σr), fornece uma tensão
igual à resistência ao escoamento do aço (fy). Logo:

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TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS


• Influência no diagrama Tensão x Deformação
– Continuando a aumentar a força externa, o escoamento vai
atingindo gradativamente toda a seção transversal da barra, com
as deformações crescendo de forma não-proporcional às tensões
normais, até se completar, que se dá a uma tensão externa
aplicada igual à resistência ao escoamento do aço (fy).

TENSÕES RESIDUAIS NOS


PERFIS
• Influência no diagrama Tensão x Deformação
– A máxima tensão normal residual (σr) na maioria dos perfis é de
compressão, se situa entre 70 MPa e 140 MPa e, a rigor, é pouco
influenciada pelo valor da resistência ao escoamento do aço
– De maneira similar, em uma barra com tensões residuais de
cisalhamento, o escoamento por cisalhamento se inicia a uma
tensão de cisalhamento ip igual à diferença entre a resistência ao
escoamento por cisalhamento fvy e a máxima tensão residual de
cisalhamento:

– A máxima tensão residual de cisalhamento (τr ), na maioria dos


perfis usuais, apresenta valores relativamente baixos, situados
entre 20 MPa e 40 MPa, e dificilmente superiores a 20% da
resistência ao escoamento por cisalhamento do aço fvy

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Produtos siderúrgicos industriais


 Perfís de chapa dobrada

BIBLIOGRAFIA
• FAKURY, R. H., SILVA, A. L. R. C., CALDAS, R. B.,
“Dimensionamento básico de elementos
estruturais de aço e mistos de aço e concreto
”. UFMG, Belo Horizonte, versão 4, parte 1,
2011.

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