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Ao encontrar no livro estes códigos, você terá


acesso a conteúdos multimídia e em RA (Realidade
F ÍSICA
Aumentada).
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Liane Grassma
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Curitiba, 2022
O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas.
As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com os temas
(Angela Giordani / CRB 9-1262 / Curitiba, PR, Brasil) de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:
Coloração artificial Escala numérica

U85 Usinger, Liane Grassmann. Coloração semelhante à natural Fora de escala numérica
Conquista : Solução Educacional : ensino médio : formação
geral básica : módulo 2 : ciências da natureza e suas tecnologias : Fora de proporção Imagem ampliada
física : mecânica da força / Liane Grassmann Usinger. – Curitiba :
Cia Bras. de Educação e Sistemas de Ensino, 2022. Formas em proporção Representação artística
160 p. : il.
Imagem microscópica
ISBN 978-65-5984-178-3 (Livro do professor)

1. Educação. 2. Ensino médio. 3. Física – Estudo e ensino.


I. Título.

CDD 370
2022
© Copyright – Todos os direitos reservados à Companhia
Brasileira de Educação e Sistemas de Ensino S.A.

Diretor-Geral Daniel Gonçalves Manaia Moreira


Diretor de Conteúdo Fabrício Cortezi de Abreu Moura
Gerente Editorial Júlio Röcker Neto
Gerente de Produção Editorial Wagner Augusto Krelling
Coordenação Editorial de Ensino Médio Milena dos Passos de Lima
Coordenação de Arte Flávia Vianna e Rafaelle Moraes (Superv.)
Coordenação de Iconografia Susan R. de Oliveira Mileski
Coordenação de Conteúdo Digital Karla Simon Franco

Autoria Livro Didático


Liane Grassmann Usinger. Reformulação dos originais de
Guilherme Andre Dal Moro, Halina dos Santos França e Euler de
Freitas Silva Junior
SUMÁRIO
5 LEIS DE NE W TON E SUA S
Autoria Livro de Atividades
APLIC AÇÕES .......................................... 3
Liane Grassmann Usinger
Força .................................................................... 4
Equipe Editorial Cia. Bras. de Educação e Sistemas de Ensino S.A. Leis de Newton................................................ 8
Projeto Gráfico Denise Meinhardt e Kely Copruchinski Bressan
Imagens ©Shutterstock Africa Studio, Aleks Melnik, Alex Rockheart, Alex74, Principais forças da Mecânica e aplicações
Alexander_P, Alfa Photostudio, All kind of people, Andy0man, Artur Balytskyi, Ava Bitter,
Babich Alexander, Billion Photos, Bodor tivadar, Bogusana75, Bborriss.67, Canicula, das leis de Newton ....................................... 11
Channarong Pherngjanda, Charles Whitefield, Ddok, Dean Drobot, Dotshock, Eivaisla,
EKATERINA ZVYAGINTSEVA, Elnur, Evgeniy yatskov, Evgeny Turaev, File404, Fizkes,
Flamingo Images, FocusStocker, Fran_kie, Freeda, GalapagosPhoto, GaudiLab, Grop, 6 ESTÁTIC A DOS SÓLIDOS ................... 31
HelenField, Jacek Chabraszewski, James.Pintar, Joey Chung, Jolygon, Jumpingsack, K3Star,
Kate Macate, Komleva, Leigh Prather, Lemonade serenade, Luis Molinero, MANDY
GODBEHEAR, Martyshova Maria, Melok, MisterStock, Moopsi, Mtsaride, Myvisuals, Natalia Estática do ponto material ........................ 32
Mikhalchuk, Olesia Misty, Ollyy, Orangevector, Ostill is franck camhi, Paulista, Prachaya
Roekdeethaweesab, Pakhnyushchy, Prostock-studio, PV productions, Rainbow Black,
Rangizzz, Rawpixel.com, Rohappy, Roman Samborskyi, Samuel Borges Photography,
Estática do corpo extenso .......................... 38
Subbotina Anna, Tatchai Mongkolthong, Vangelis_vassalakis, Veres Production, Veronica
Louro, Viktoria Kurpas, Violetkaipa, Vipman, Wayhome Studio, Yuliya Derbisheva VLG e
=D\DWVBDUWb3UL:
7 TR ABALHO E ENERGIA ...................... 57
Ilustrações Todas as ilustrações presentes no livro são Trabalho de uma força ................................. 58
acompanhadas de crédito
Energia ................................................................ 62
Produção Teoremas que relacionam trabalho e
Companhia Brasileira de Educação e Sistemas de Ensino S.A.
Avenida Nossa Senhora Aparecida, 174 – Seminário
energia ............................................................... 71
80440-000 – Curitiba – PR Sistemas conservativos e não
Tel.: (0xx41) 3312-3500
Site: www.conquistaeducacao.com.br conservativos .................................................. 78
Impressão e Acabamento
8 IMPUL SO E QUANTIDADE DE
Gráfica e Editora Posigraf Ltda.
Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC MOVIMENTO ......................................... 89
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Impulso............................................................... 94
2022
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OBJETIVOS DO CAPÍTULO
X Estudar as leis de Newton,
relacionando agentes físicos da
Mecânica com aplicações práticas
observadas no cotidiano.
X Estudar o agente físico chamado força,
que é capaz de causar um movimento
ou de modificar suas características.
X Explorar as características e
aplicações científicas das principais
forças da Mecânica.
X Resolver situações-problema que
promovam a relação entre força e sua
aplicação às leis de Newton.
5
FORÇA
É possível dizer que força é o resultado da interação
entre corpos. Dessa forma, para que uma força possa
atuar, é necessário haver um corpo que a aplique e
um corpo que receba sua atuação. Qualquer força está
associada a atos, como esfregar, puxar, empurrar, atrair
ou repelir. Além disso, as forças têm módulo, direção e
sentido, pois são grandezas vetoriais.
©Shutterstock/StunningArt
Pessoas exercendo força sobre uma corda,
Representação e classificação puxando-a, ilustrando uma situação de
interação de forças de contato.

Da mesma forma que fazemos com qualquer


grandeza vetorial, no momento de representar uma
força, devemos utilizar vetores. A direção e o sentido
de uma força ficam visualmente determinados pela
representação do vetor, e a sua intensidade é sempre
dada por um valor numérico acrescido de uma unidade
de medida. No caso das forças, a unidade é o newton
(N), em homenagem ao cientista inglês Isaac Newton
(1643-1727), que, além de físico, era matemático,
astrônomo, filósofo e teólogo.

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A figura a seguir mostra uma força de

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para cima, sendo aplicada sobre um bloco por
intermédio de uma corda. A intensidade dessa
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força poderia ter qualquer outro valor, dependendo


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Ra

apenas da vontade ou capacidade de quem a aplica.


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1 Conceito de
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força em
Física.

F = 20 N
©Shutterstock/Dkn0049

Entre o satélite e a Terra, existe uma força de interação


gravitacional, fazendo com que o instrumento
permaneça em órbita em torno do planeta, mesmo não
As forças podem ser classificadas como forças de existindo contato entre ambos.
contato (em que a aplicação depende diretamente do
contato entre corpos) e forças de campo, cuja aplicação
independe do contato entre corpos.

4• • FÍSICA
Efeitos produzidos por forças

©Shutterstock/Aerial-motion
Alteração no movimento
Quando um conjunto de forças é aplicado simultaneamente a um
mesmo corpo, dizemos que o corpo está sujeito aos efeitos de um sistema
de forças. A força resultante (FR) de um sistema de forças é a única força
capaz de produzir um efeito equivalente ao do sistema de forças aplicado
ao corpo. Forças são agentes físicos capazes de produzir alguns efeitos
variados sobre os corpos nos quais atuam. É importante, no entanto, ter
em mente que há uma enorme diferença entre a grandeza que produz
determinado efeito e a grandeza que quantifica esse efeito. Esse tipo Forças intensas atuando sobre o jet
ski fazem com que ele acelere e saia
de confusão comum ocorre demasiadamente entre força e aceleração.
do repouso. Depois disso, essas forças
Para evitar esse tipo de erro conceitual, é necessário conhecer quais são podem continuar atuando, provocando
exatamente os efeitos que as forças podem causar em corpos quaisquer. o aumento do módulo da velocidade.

No estudo da Cinemática, a aceleração é a grandeza que tem como


função quantificar variações no módulo, direção e sentido do vetor
velocidade de um corpo. A aceleração apenas expressa matematicamente
as alterações sofridas por essa velocidade, pois quem realiza essas
modificações é sempre uma força resultante. Assim, concluímos que a força
resultante é responsável por provocar variações no vetor velocidade de um
corpo, podendo alterar o módulo, a direção e/ou o sentido da velocidade.

Deformação
©Shutterstock/Milos Muller

Sempre que uma força é aplicada a um corpo, ela provoca


deformação nele. Essa afirmação pode parecer absurda, mas não Para que um caminhão possa realizar
é! Por exemplo: duas bolas de sinuca sofrem uma colisão. Nesse uma curva, alterando a direção de
momento, cada uma delas exerce uma força sobre a outra. Apesar seu vetor velocidade, o solo exerce
forças sobre seus pneus.
de aparentemente nada ocorrer com as bolas, se elas pudessem ser
observadas microscopicamente e em câmera lenta, seria possível notar
que elas se deformam sim, durante o choque mecânico que sofrem.
et
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Quando uma bola de tênis toca o chão, no momento da colisão,


forças muito intensas são exercidas sobre ela. Inevitavelmente,
ela se deforma, mas, por causa da sua capacidade elástica, acaba
retomando sua forma original.

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • •5


Conceitos fundamentais
Resultante das forças Equilíbrio estático e dinâmico
A adição de vetores fornece um resultado Para a Física, um ponto material (partícula) se
específico, ou seja, um vetor resultante. Dessa forma, encontra em equilíbrio sempre que a resultante
podemos calcular a resultante de qualquer grandeza das forças exercidas sobre ele for nula. Para os
do tipo vetorial. Na figura a seguir, por exemplo, chamados pontos materiais (corpos com dimensões
quatro forças agem simultaneamente sobre um corpo. desprezíveis), duas são as possibilidades de
equilíbrio: estático ou dinâmico.


F1
→ Equilíbrio estático: quando o corpo estiver em repouso.
F4
Equilíbrio dinâmico: quando o corpo estiver em

F3
movimento retilíneo e uniforme (MRU).


F2 Os chamados corpos extensos (corpos com
dimensões não desprezíveis) também estão em
equilíbrio quando realizam movimento de rotação
A resultante das forças aplicadas sobre
G esse
G uniforme. Um típico exemplo disso é a roda de um
corpo
G éG igual à soma vetorial das forças F1 , F2 , automóvel quando ele está se movimentando com
F3 e F4 . Isso pode ser representado pela seguinte velocidade de módulo constante. Enquanto gira
equação vetorial: ao redor de um eixo central, o movimento que ela
realiza é de rotação uniforme.

G G G G G Massa e inércia 2 Intuição em ciências.


FR = F1 + F2 + F3 + F4
Inércia é a tendência natural que os corpos têm
de manter seu estado de movimento (ou de repouso)
se não forem forçados a modificá-lo. Incorretamente,
a inércia era denominada força inata da matéria
É importante perceber que uma simples soma
(vis insista), e Newton a definiu da seguinte forma:
algébrica das forças anteriores não corresponde à
“a vis insista ou força inata da matéria é um poder
resultante dessas forças. Logo, é necessário realizar
de resistir, pelo qual todo corpo, estando em um
uma soma vetorial. Pensando G noG desenho
G G anterior, determinado estado, mantém esse estado, seja
em que atuavam as forças F1 , F2 , F3 e F4 , a força
ele de repouso, seja de movimento uniforme
resultante delas pode ser representada por um vetor
em linha reta”. Logo, concluímos que inércia é a
único, como o mostrado a seguir.
tendência natural que os corpos têm de se manter
em equilíbrio – estático (em repouso) ou dinâmico

FR (movimento retilíneo uniforme).
Considerando um corpo em equilíbrio, seja ele
estático ou dinâmico, dizemos que, quanto maior
a massa desse corpo, mais difícil é tirá-lo do seu
estado de equilíbrio, ou seja, maior é a sua inércia.
Portanto, é possível compreender que a massa de
um corpo é a medida da sua quantidade de inércia.

6• • FÍSICA
ATIVIDADES
1. A grandeza física responsável por provocar 4. Classifique as forças F1 e F2, aplicadas sobre os
variações de velocidade em um corpo é blocos da figura, quanto a intensidade, direção
denominada aceleração. Classifique essa frase e sentido.
como verdadeira ou falsa e justifique sua F1 = 15 N
resposta.
Essa frase é falsa. A grandeza física responsável por provocar
variações de velocidade em um corpo é denominada força. A
aceleração apenas mede matematicamente as alterações na velocidade. F2 = 15 N

©Shutterstock/Tersetki
2. Cite um exemplo em que forças causam
variação no módulo e um exemplo em que
causam variação na direção da velocidade de
um corpo. Cite também um exemplo em que F1: intensidade 15 N; direção horizontal; sentido para a direita.
forças causam deformação de um corpo. F2: intensidade 15 N; direção vertical; sentido para cima.

Variação no módulo: um objeto que cai do alto de uma construção 5. (UEMG) “Kimbá caminhava firme, estava
(a força gravitacional denominada peso provoca o aumento do
módulo da sua velocidade). chegando. Parou na porta do prédio, olhando
Variação da direção: um veículo fazendo uma curva (a força
tudo. Sorriu para o porteiro. O elevador
de atrito entre o chão e os pneus desvia a trajetória do veículo, demorou.”
permitindo que ele descreva uma curva).
Ao ler o texto, dois candidatos fizeram as
Deformação de um corpo: uma mola sendo distendida ou
seguintes afirmações:
comprimida (ela sofre deformação).
Candidato 1: Kimbá caminhava firme, mas
3. (UFPR) O Sistema Internacional de Unidades diminuiu sua velocidade, pois estava chegando.
(SI) tem sete unidades básicas: metro (m), Enquanto ele parava, a força resultante e a
quilograma (kg), segundo (s), ampere (A), aceleração de Kimbá tinham a mesma direção e
mol (mol), kelvin (K) e candela (cd). Outras sentido, mas sentido contrário à sua velocidade.
unidades, chamadas derivadas, são obtidas Candidato 2: Kimbá parou em frente à porta
a partir da combinação destas. Por exemplo, do prédio. Nessa situação, a velocidade e a
o coulomb (C) é uma unidade derivada, e a aceleração dela são nulas, mas não a força
representação em termos de unidades básicas resultante, que não pode ser nula para manter
é 1 C = 1 A.s. A unidade associada a forças, no Kimbá em repouso. A variação da velocidade está
SI, é o newton (N), que também é uma unidade associada à ação de uma
Fizeram afirmações corretas: força resultante. Quando o
derivada. Assinale a alternativa que expressa módulo do vetor velocidade
a) os candidatos 1 e 2.
corretamente a representação do newton em sofre uma redução, podemos
unidades básicas. X b) apenas o candidato 1. concluir que a aceleração e a
força resultante estão atuando
x a) 1 N = 1 kg · m/s .
2
d) 1 N = 1 kg/s. c) apenas o candidato 2. na mesma direção e no

FIS
b) 1 N = 1 kg · m2/s2. e) 1 N = 1 kg · m2. d) nenhum dos dois candidatos. mesmo sentido,
mas no sentido contrário ao do
c) 1 N = 1 kg/s2. vetor velocidade.
6. (UFAC) As duas forças que agem sobre uma
De acordo com a 2.ª lei de Newton, a equação fundamental da
dinâmica é dada por: FR = m · a.
gota de chuva são: a força peso e a força devido
No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de força é o à resistência do ar. Estas têm a mesma direção e
newton (N). sentidos opostos. A 250 m acima do solo, a gota
Mas, escrevendo em termos de unidades básicas para massa está com uma velocidade de 144 km/h, e essas
(kg) e aceleração (a = Δs/Δt ⇒ m/s2), N pode ser equivalente a: forças passam a ter o mesmo módulo. Qual a
[N] = [kg] · [m/s2]. velocidade da gota ao atingir o solo?
a) 20 m/s d) 50 m/s
b) 30 m/s e) 60 m/s
O enunciado afirma que as forças, em determinado momento, passam a
apresentar o mesmo módulo, ou seja, a força resultante passa a ser nula. X c) 40 m/s
v da
e a ativi d
d de
Isso significa que o corpo começa a se deslocar com velocidade constante e Ag p de fazer
gora, você po
quista Enem.
ão Conq
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encontra-se em equilíbrio dinâmico. Portanto, chegará ao solo com a mesma
velocidade de 144 km/h ou 40 m/s.
5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • •7
LEIS DE NEWTON

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1.ª lei de Newton

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A 1.ª lei de Newton é também conhecida como lei da inércia. Como vimos
anteriormente, inércia é a tendência natural que os corpos apresentam de
se manter em equilíbrio, estático ou dinâmico. Logo, de acordo com a 1.ª lei
de Newton, observando um ponto material tendendo a permanecer em
equilíbrio, a resultante das forças que atuam sobre ele é nula.
Em corridas de motos, por exemplo, é comum ocorrer acidentes
em que elas tombam nas curvas. Você já reparou a trajetória que elas
seguem enquanto rolam e quicam no solo? Elas escapam pela tangente, pois
tendem, por inércia, a manter o estado de movimento que tinham. Como a sua
velocidade é sempre tangente às curvas que descrevem, ao tombarem, as motos
tendem a realizar um movimento uniforme na mesma reta que continha o vetor
velocidade no momento do acidente. 3 Centrifugação.

De acordo com Newton, como

©Shutterstock/Dziurek
a resultante das forças que agem
em um corpo tem módulo igual
a zero, ele tende, por inércia,
a permanecer em repouso
ou em movimento retilíneo e
uniforme. A força resultante é
o agente físico responsável por
variações de velocidade de um
corpo. Dessa forma, se a soma
vetorial das forças sobre uma
partícula é nula, a velocidade
dela obrigatoriamente permanece
constante (repouso ou MRU).
Ao cair em uma curva e se desprender
da moto, o motociclista tende a manter,
por inércia, sua trajetória retilínea.

EM13CNT306
CONECTADO

Cinto de segurança: dispositivo cada vez mais avançado


Você sabe para que serve o cinto de segurança? Consegue ver alguma relação com a Física?
Quando um automóvel é freado, a tendência de uma pessoa em seu interior é continuar em
movimento, por causa da inércia. No caso de um acidente, isso poderia arremessar uma pessoa em
direção ao volante e ao para-brisa do carro, podendo até mesmo causar a sua morte. O cinto de
segurança serve para aplicar uma força sobre o corpo no sentido contrário ao da sua tendência de
movimentação. De maneira similar, quando um carro está parado e sofre uma colisão traseira, uma
pessoa em seu interior tem a tendência de permanecer como estava, ou seja, em repouso. Assim, o cinto
de segurança é um acessório essencial, que ajuda a salvar vidas.

8• • FÍSICA
3.ª lei de Newton Nesse trecho, quando Newton
diz que a corda puxará o cavalo
No livro Philosophiae na direção da pedra, na
Naturalis Principia Mathematica realidade, ele pretende dizer
(Princípios matemáticos da que a corda puxará o cavalo
Filosofia natural), Newton no sentido oposto ao que ela
enunciou a sua terceira lei foi puxada, ou seja, no sentido
(também conhecida como lei da que vai do cavalo para a pedra.
ação e reação) da seguinte forma:
Quando uma pessoa rema em um caiaque, ela empurra
a água para trás e a água a empurra para a frente,
fazendo com que o caiaque se movimente.

A toda ação há sempre oposta


uma reação igual ou as ações
mútuas de dois corpos, um
sobre o outro, são sempre de ©Shutterstock/Rock and Wasp
mesma intensidade e mesma
direção, mas de sentidos
opostos.

Para poderem voar, os pássaros batem


suas asas, aplicando uma força no ar e
empurrando-o para baixo. Essa massa
Para explicar essa lei, Newton
de ar, instantaneamente, reage e aplica
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completou: uma força para cima nas asas dos


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pássaros, sustentando-os.
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Seja o que for que puxe


©S

ou empurre alguma coisa é,


Agora que você já viu como Newton enunciou sua terceira lei
da mesma forma, puxado ou
e também exemplos de aplicação dela, observe a seguir algumas
empurrado por ela. Se você
características das forças que constituem um par de ação e reação.
empurra uma pedra com
seu dedo, o dedo é também a) Para um corpo que exerce uma força, sempre existirá outro
empurrado pela pedra. Se recebendo a atuação dela.
um cavalo puxa uma pedra b) Para cada força considerada ação, sempre existirá a respectiva reação.
amarrada a uma corda, o c) As forças que constituem um par de ação e reação sempre têm
cavalo (se posso dizer assim) a mesma intensidade, a mesma direção e sentidos opostos.
vai ser igualmente puxado
d) As forças que constituem um par de ação e reação sempre
de volta na direção da pedra,
atuam sobre corpos diferentes.

FIS
pois a corda distendida, pela
mesma tendência a relaxar ou e) As forças que constituem um par de ação e reação sempre
distorcer-se, puxará o cavalo na apresentam a mesma natureza (são ambas de contato ou de campo).
direção da pedra, tanto quanto De agora em diante, serão estudados diversos casos em que forças
ela puxa a pedra na direção do serão representadas em corpos. Assim, desde já, é preciso saber como
cavalo, e obstruirá o progresso representar as forças que constituem qualquer par de ação e reação.
de um tanto quanto promove Observe a figura:
o do outro.

→ F
–F
NEWTON, Isaac. Principia – princípios
matemáticos de Filosofia Natural. Tradução de
Trieste Ricci, Leonardo G. Brunet, Sônia T. Gehring
e Maria H. C. Célia. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2020.
Livro I. O homem exerce uma força sobre a caixa e a caixa exerce uma força sobre o homem,
constituindo, assim, um par de ação e reação.

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • •9


2.ª lei de Newton
Por uma questão didática, foram abordadas A equação fundamental da Dinâmica tem, em
primeiramente a 1.ª e a 3.ª leis de Newton. Agora, sua estrutura, uma grandeza
G escalar (m) e duas
G
estudaremos a chamada equação fundamental grandezas vetoriais ( FR e a ). Na representação
da Dinâmica, também conhecida como 2.ª lei de destacada anteriormente, ela está apresentada em
Newton. forma escalar. Mas é importante notar que, para
fazer análisesGmais completas, a maneira ideal de
Equação fundamental da Dinâmica
G
escrevê-la é: FR b bPbyb a . Como a massa de um corpo
é um número positivo, a resultante das forças que
Como força é uma grandeza vetorial, a resultante
atuam sobre ele e a aceleração adquirida por ele
das forças que agem sobre um corpo pode ser nula
terão sempre a mesma direção e o mesmo sentido.
ou não, dependendo do módulo, da direção e do
Observe esse fato nas próximas figuras.
sentido dessas forças. Se ela for nula, o corpo ficará
em equilíbrio; caso contrário, sofrerá uma variação →
a
em sua velocidade. → →
FR a
Depois de chegar a essas conclusões, Newton →
FR
queria também estabelecer não só uma equação
matemática que relacionasse as forças que agem em
um corpo, como também outras grandezas físicas.
Então, temos que a força resultante (FR) fica
Após muitas observações e análises, ele enunciou:
definida por:
“A mudança de movimento é proporcional à força
resultante e é produzida na direção da linha reta na • módulo: FR PyD
qual aquela força é imprimida”. • direção: mesma da aceleração;
Nesse enunciado, “a mudança de movimento” • sentido: mesmo da aceleração.
a que Newton se referia estava associada a uma
variação de velocidade, ou seja, à aceleração
adquirida por um corpo sujeito a uma resultante de Agora que já analisamos a equação fundamental
forças não nula. No fragmento “produzida na direção da Dinâmica tanto escalar quanto vetorialmente,
da linha reta na qual aquela força é imprimida”, é possível enunciar a 2.ª lei de Newton da seguinte
notamos a preocupação de Newton com a descrição forma:
vetorial, mesmo que, em sua época, a noção de vetor
ainda não estivesse completamente desenvolvida.
A resultante das forças que atuam sobre um
De acordo com a 2.ª lei de Newton, a aceleração corpo e a aceleração a que ele fica submetido
adquirida por um corpo é diretamente proporcional têm mesma direção, mesmo sentido e
à resultante das forças que atuam sobre ele e intensidades diretamente proporcionais, sendo
inversamente proporcional à sua massa. Com isso, a massa dele a constante de proporcionalidade.
foi possível propor uma equação para relacionar
essas grandezas. Essa equação ficou conhecida como
2.ª lei de Newton ou equação fundamental
da Dinâmica:

FR: Força resultante em N (SI)

m: Massa em kg (SI)

FR = m · a

a: Aceleração em m/s2 (SI)

10 • • FÍSICA
PRINCIPAIS FORÇAS DA

DKO Estúdio
MECÂNICA E APLICAÇÕES
DAS LEIS DE NEWTON –

Força peso
Ao aproximar dois corpos,
Ao soltar um corpo qualquer de determinada observamos a existência de um par
altura (livre da ação de forças que atuam para cima), de forças de atração, chamadas de
como uma caneta de plástico, notamos que ele cai forças gravitacionais.
instantaneamente em direção ao solo. Da mesma
forma, ao tentarmos sustentar um corpo de grande A força peso é o resultado da interação a distância entre
massa, também podemos sentir a sua tendência corpos que têm grande massa. Essa interação pode
de cair em direção ao solo. Esse movimento é produzir, como efeito, uma aceleração, denominada de
provocado pela ação de uma força conhecida como aceleração da gravidade. Como toda força, a força peso
força gravitacional, que produz como efeito uma é uma grandeza vetorial (representada por P) e, por ser
aceleração vertical, também para baixo: a aceleração uma força, é medida em newton (N) no SI.
da gravidade.
Determinação da força peso
©Shutterstock/Jacob Lund

Na Terra, a aceleração da gravidade – a


aceleração de um corpo submetido somente à força
SHVRȡWHPXPYDORUP«GLRLJXDODbPV2. A fim
de facilitar as operações matemáticas, esse valor
SRGHVHUDUUHGRQGDGRSDUDbPV2.
Qualquer corpo nas proximidades do solo
adquire a mesma aceleração durante a queda livre,
isto é, a aceleração da gravidade não depende
da massa do corpo, o que foi demonstrado
experimentalmente por Galileu Galilei (1564-1642).
Com base na 2.ª lei de Newton, temos que uma
força resultante FR aplicada a um corpo de massa m
produz uma aceleração a. Considerando um corpo
de massa m próximo à superfície da Terra, sujeito
somente à força peso P, ele adquire aceleração com
módulo igual
g à da g
gravidade,, g
g. Assim:

FIS
G G
P =m· g

A força gravitacional também é conhecida como Então, a força peso P fica definida por:
força peso. É comum adotarmos a expressão força
peso quando nos referimos a um corpo que está nas • módulo: P = m · g;
proximidades de um planeta (ou outro corpo celeste • direção: da linha que une os centros de
de grande dimensão) e que pode ser acelerado massa do corpo (m) e do astro (M) (de forma
pela ação dessa força. Por outro lado, a expressão simplificada, dizemos que a direção da força
força gravitacional geralmente é empregada em peso é vertical);
situações mais genéricas, para nos referirmos à força
• sentido: para o centro do astro (de forma
de atração que surge da interação entre corpos de
simplificada, dizemos que o sentido da força
grandes dimensões, como no caso da atração entre a
peso é para baixo).
Terra e a Lua.

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 11


Lei da gravitação
universal de Newton
Você já ouviu algo a respeito de uma célebre
história segundo a qual Newton estaria sentado sob
uma macieira quando uma fruta dessa árvore caiu
em sua cabeça, levando-o a formular toda a teoria
clássica da gravitação?
Pela lei da inércia, caso nenhuma força agisse
sobre a fruta, ela deveria permanecer em repouso
(flutuar) ao se desprender da árvore. Analogamente,
caso nenhuma força agisse sobre a Lua, ela não

©Shutterstock/Photobank Gallery
descreveria uma trajetória curvilínea em torno da
Terra e, portanto, deveria manter-se em movimento
retilíneo (e uniforme). Com isso, Newton constatou
que quaisquer duas massas (corpos) sempre se
atraem com uma força que depende de suas massas
+80,6Ǵ2&20(†$$(;3/,&$52
e da sua distância.
)$72'($/8$3(50$1(&(5(0
’5%,7$$25('25'2126Ǵ2
O peso de um corpo é uma força (grandeza 3/$1(7$
vetorial). Já a massa é a medida de inércia desse
corpo (grandeza escalar).

Todos os objetos no Universo atraem todos os outros objetos com uma força

©Shutterstock/Fargon
direcionada ao longo da linha que passa pelos centros dos dois objetos e que
é proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre os dois objetos.

Matematicamente, essa lei pode ser expressa F: Força de atração gravitacional


em N (SI)
pela equação a seguir, em que G representa uma
constante de proporcionalidade. G: Constante da gravitação
universal em N · m2/kg2 (SI)
©Shutterstock/Sergey Merkulov

G Ј m1 Ј m2
F=
m2 d2 m1 e m2: Massa dos corpos em
kg (SI)
d: Distância em m (SI)

F


F O cientista Henry Cavendish (1731-1810)
d
determinou experimentalmente a constante da
gravitação universal (G), encontrando um valor de
N Ј m2
byb–11bb .
kg2

m1

12 • • FÍSICA
Força normal

Divo Padilha

N

Quando uma reta é perpendicular a uma N →


–N
superfície qualquer, geometricamente, dizemos que
ela é normal a essa superfície. Em Física, usamos → →

a palavra normal em algumas situações em que P P

forças, raios de luz ou outros entes que podem ser


representados por segmentos (orientados ou não) →
–N
são perpendiculares a um plano, por exemplo.
Nesse caso:
Em Mecânica, quando dois corpos se encostam, G
havendo compressão entre eles, surge uma P é o peso da pessoa;
G
força que é chamada de normal, justamente por N é a força da ação, respectivamente, do pódio e
apresentar uma direção que forma 90° com a do armário sobre as pessoas;
G
superfície de contato entre os corpos.  N é a força de reação das pessoas sobre o
pódio e o armário.
Determinação da força normal
Plano inclinado
Diferentemente do peso de um corpo, que
é uma força de campo, a chamada força normal Como a força normal é sempre perpendicular à
é tipicamente de contato. A seguir, observe a superfície de apoio, se essa superfície for inclinada,
existência dessa espécie de força em duas situações a direção da normal também será.

Jack Art
casuais. →
N
a) Atletas sobre um pódio para receber a
premiação referente a uma competição
esportiva.
Quando um atleta sobe ao pódio, seus pés o →
P
empurram para baixo em virtude do contato entre α

as superfícies. No mesmo instante, o pódio reage →

e empurra o atleta verticalmente para cima. Como N

o plano do pódio é horizontal, essa força vertical



é perpendicular à sua superfície. E, como são dois →
Pt
corpos que se encostam e há compressão entre eles, Pn
α
essa força é, então, chamada de normal. →
P α
b) Uma pessoa tenta deslocar um armário
Observe, a seguir, a decomposição da força peso.
pesado, empurrando-o com as mãos. G G
As componentes tangencial ( Pt ) e normal ( Pn ) da
No momento em que a pessoa se encosta no
força peso podem ser determinadas pelas relações
FIS
armário para empurrá-lo, ela exerce uma força
trigonométricas do triângulo retângulo, cuja
horizontal sobre ele. Simultaneamente, o móvel
hipotenusa é a força peso. Logo, temos:
doméstico reage e empurra a pessoa no sentido
contrário. É possível pensar que essa reação aplicada Pt = P · sen Į e Pn = P · cos α
pelo armário é uma espécie de resistência à
penetração, pois, se ela não fosse exercida, as mãos
da pessoa atravessariam a sua superfície. Mais uma Conforme as definições iniciais, a força normal N
vez, temos um caso de força normal (vale notar que é determinada por:
essa força horizontal é realmente perpendicular à • módulo: igual à da força de compressão recebida
parede vertical do armário). pela superfície;
De acordo com as situações acima, podemos • direção: perpendicular à superfície de apoio;
representar a força normal conforme ilustrado na
imagem a seguir. • sentido: do apoio para o corpo.

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 13


Elevadores
Mesmo que nem sempre a gente perceba,

quando estamos dentro de um elevador, podemos
N ter sensações de aumento, diminuição ou até
ausência de peso.
Analisando a situação ao lado, em que uma
pessoa encontra-se no interior de um elevador,
percebemos que o peso e a normal são as únicas
forças que agem sobre ela. Vamos analisar o que
©Shutterstock/Bro.Vector

ocorre com o módulo dessas forças nas mais


variadas situações.

P

a) Elevador subindo
Nesse caso, pode haver duas situações, como ilustrado a seguir.

N
N

v a FR
v a FR N<P
N>P Movimento retardado
P
Movimento acelerado P

Logo, utilizando a 2.ª lei de Newton, podemos descrever as duas


situações ilustradas da seguinte maneira:
• movimento acelerado (aceleração e velocidade apresentam o
mesmo sentido) – o elevador é acelerado a partir do repouso,
iniciando o movimento de subida:
FR PyD⇒1ȡ3 PyD⇒1 3PyD∴ (N > P)
• Movimento retardado (aceleração e velocidade apresentam
sentidos opostos) – o elevador é freado na subida, até atingir
o repouso:
FR PyD⇒3ȡ1 PyD⇒1 3ȡPyD∴ (N < P)

14 • • FÍSICA
b) Elevador descendo d) Elevador caindo em queda livre
Nesse caso, também pode haver duas situações, Caso os cabos de um elevador arrebentem
como ilustrado a seguir. acidentalmente e ele despenque, o elevador
(e tudo o que estiver dentro dele) passará a cair
com aceleração igual à gravitacional. Nessa situação
pouco comum, os passageiros terão a sensação
N surpreendente de não ter peso algum, porque a
N
força normal que agia sobre eles passará a ser nula.

v a FR
v a FR
N>P
N<P
P Movimento retardado
Movimento acelerado
P

v a=g FR = P
Logo, conforme a 2.ª lei de Newton, as duas N=0
situações ilustradas podem ser descritas da seguinte
Movimento acelerado
maneira:
P
• Movimento acelerado (aceleração e velocidade
apresentam o mesmo sentido) – o elevador FR PyD⇒3ȡ1 PyJ⇒1 3ȡ3∴ (N = 0)
é acelerado a partir do repouso, iniciando o
movimento de descida:
Como a força normal sobre pessoas e objetos
FR PyD⇒3ȡ1 PyD⇒1 3ȡPyD∴ (N < P) torna-se nula, isso significa não haver mais força de
• Movimento retardado (aceleração e velocidade contato entre eles e o chão do elevador. Se fosse
apresentam sentidos opostos) – o elevador é possível observar um caso desses, notaríamos algo
freado na descida, até atingir o repouso: muito curioso: dentro do elevador, passageiros e
outros corpos ficariam flutuando.
FR PyD⇒1ȡ3 PyD⇒1 3PyD∴ (N > P)
Em situações como essa (quando um corpo
c) Elevador subindo ou descendo com fica sujeito somente à força peso), dizemos
velocidade constante ou em repouso que as pessoas se encontram em estado de
imponderabilidade. É a mesma sensação que os
Como o elevador está em repouso ou em
astronautas experimentam quando estão na órbita
movimento retilíneo uniforme, a resultante das
da Terra.
forças que agem sobre o passageiro é nula. Nesse
caso, peso e normal precisam ter o mesmo módulo
e, consequentemente, a pessoa não tem qualquer
alteração em sua sensação de peso.
FIS

v = constante
ou v = 0
N=P

Assim, concluímos que:


FR  HTXLO¯EULR ∴ N = P

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 15


EM13CNT204
EM13CNT306
ATIVIDADES

7. (UDESC) Em uma bola pesada são conectadas 9. (UERJ) Em uma fábrica, caixas são colocadas no
†—ƒ•…‘”†ƒ•ǡ…‘‘‘•–”ƒƒ ‹‰—”ƒ͵Ǥ‘•‹†‡”‡ ponto A de uma rampa e deslizam até o ponto
as duas cordas iguais e as seguintes situações: Ǥ”ƒ’ƒˆ‘”ƒ—Ÿ‰—Ž‘Ʌ…‘‘•‘Ž‘
I. Um puxão rápido na corda inferior fará com horizontal, conforme indica o esquema.
que ela se parta.
II. Um puxão lento na corda inferior fará com
que a corda superior se parta. A

B
solo

ƒ„‡Ǧ•‡“—‡Ͳǡ͵•ƒ’ו‘‹À…‹‘†‘‘˜‹‡–‘‡
A, a caixa alcança o ponto B com velocidade de
ͳǡʹȀ•Ǥ‡Œƒ‘‰”žˆ‹…‘ƒ˜ƒ”‹ƒ­ ‘†ƒ˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡
da caixa em função do tempo.

v (m/s)

Assinale a alternativa que explica por que


1,2
ocorre a situação I.
a) Terceira lei de Newton.
b) A força é muito pequena para mover
a bola. 0,1 0,2 0,3 t (s)
c) O atrito do ar com a bola a empurra
de volta.
Considerando a inexistência de atrito entre as
d) A bola tem muita energia. superfícies da caixa e da rampa e desprezando a
X e) A inércia da bola. resistência do ar, determine o valor do seno do
8. Uma criança puxa um brinquedo em uma Ÿ‰—Ž‘ɅǤ
superfície irregular, no parquinho do
condomínio onde mora. O sistema de forças 10. ˜‡À…—Ž‘†‡ͳԜʹͲͲ‰‡•–ž‡•–ƒ…‹‘ƒ†‘‡
que atua sobre o brinquedo em determinado —ƒ•—„‹†ƒ“—‡–‡‹…Ž‹ƒ­ ‘†‡͸Ͳι…‘ƒ
instante está ilustrado a seguir. Determine o vertical. Determine a intensidade da reação
×†—Ž‘†ƒˆ‘”­ƒ”‡•—Ž–ƒ–‡’ƒ”ƒ‡••‡•‹•–‡ƒ normal que age sobre o veículo. Considere a
nesse instante. ƒ…‡Ž‡”ƒ­ ‘†ƒ‰”ƒ˜‹†ƒ†‡‹‰—ƒŽƒͳͲǡͲȀ•ʹ.
F1 = 7 N

F4 = 6 N F3 = 9 N

F2 = 3 N

Força resultante na horizontal: Fx = F3 – F4 = 9 – 6 = 3 N


Força resultante na vertical: Fy = F1 – F2 = 7 – 3 = 4 N
FR2 = 32 + 42 ⇒ FR2 = 25 ⇒ FR2 = 5 N

ativi
e ass at
zer da
ida
ivid es
des
de
ad
cê po

oc faz
d faz
p de
gora, vo
Ag
ção Conqquissta E em.
ta En
17 a 20 da seç

16 • • FÍSICA
Força elástica Com os testes realizados por Hooke, umaG
mola puxada primeiramente por uma força Fel
Em Física, a palavra “elástica” é empregada apresentou uma deformação xG1. Em seguida, a
1

sempre que se trata de corpos que têm a capacidade


mola puxada por outra força ( Fel ) apresentou uma
de se deformar e voltar, total ou parcialmente, 2
deformação x2.
ao seu formato natural. Isso ocorre com qualquer
material ou objeto que apresente certa elasticidade. Tamanho natural da mola x2
Apesar de haver inúmeros exemplos de corpos
elásticos, estudaremos, nas aulas de Mecânica, x1
apenas as chamadas molas helicoidais, o tipo mais
comum de mola que se conhece.
Imagine uma mola helicoidal presa ao teto de
um lugar qualquer. Depois de ser abandonada nessa Fel
1

situação, se for considerada desprezível a sua massa,


ela ficará em repouso com seu tamanho inicial.
Agora, se um objeto de massa m for preso à Fel
2

extremidade dessa mola e ele for paulatinamente


baixado, uma nova situação de equilíbrio será
atingida após certo intervalo de tempo. Na Hooke percebeu que, se dividisse o valor da força
situação final de equilíbrio, para que a resultante aplicada a determinada mola pela deformação sofrida
das forças seja nula, além do peso do objeto de por ela, o resultado obtido seria sempre o mesmo.
massa m, outra força deve atuar sobre ele. Essa
força deve ser também vertical, mas voltada para Pelo fato de a razão entre o módulo da força
cima, sendo denominada de elástica. A deformação elástica (Fel) e a deformação (x) sofrida por uma
da mola (diferença entre seu tamanho inicial e PRODVHUXPDFRQVWDQWH . +RRNHHVFUHYHXTXH
final) depende da massa do objeto suspenso e de Fel
características geométricas e materiais da mola. b b.5HDUUDQMDQGRHVVDHTXD©¥RWHPRV
x
Observe a figura a seguir:
Mola com tamanho inicial Mola deformada
Fel: Força elástica em N (SI)

Fel = K · x K: Constante elástica da mola


em N/m (SI)
x: Deformação da mola em m (SI)
Jack Art

m
Fel Lei de Hooke
Deformação
P m A chamada lei de Hooke (Felb b.b⋅b[ WDPE«P
pode ser escrita na forma vetorial. Para isso, analise
agora uma situação em que uma mola presa a um

FIS
bloco é comprimida, como na figura a seguir.

Para que o objeto de massa m fique em


Divo Padilha

Mola inicialmente com seu tamanho natural


equilíbrio (repouso), seu peso e a força elástica
que atua sobre ele precisam, necessariamente, ter
módulos iguais (Felb b3 QDVLWXD©¥RPRVWUDGD

Determinação da força elástica →


x (deformação)
O físico inglês Robert Hooke (1635-1703) foi
um dos pioneiros no estudo da elasticidade de

corpos. Depois de realizar inúmeros experimentos, Fel (força elástica)
ele percebeu que a deformação sofrida por molas
helicoidais depende do módulo da força elástica
nela exercida. Mola comprimida, depois de sofrer deformação

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 17


Para comprimir essa mola, um agente externo
qualquer empurra o bloco para a esquerda; esse
bloco, por sua vez, também empurra a mola para
a esquerda. Pela 3.ª lei de Newton, a mola reage e
empurra
G o bloco para a direita. Como a força elástica
( Fel ) que atua sobre o bloco e a deformação da
mola têm sentidos contrários, vetorialmente, a lei de
Hooke deve ser escrita com a inclusão de um sinal
negativo. Assim:

ro
mi
ani
G G

k /R
Fel =  K Ј x

c
s to
te r t
hu
©S
Força de tração
A palavra “tração” deriva do verbo “tracionar”, que significa esticar
ou puxar. Dessa forma, quando um corpo sofre um puxão, a força que é
aplicada em suas extremidades é chamada de tração.
Nas imagens ao lado, temos alguns exemplos de atuação da força de
tração.

Determinação da força de tração


Nas férias de fim de ano, duas pessoas resolvem ir à praia, onde
alugam um apartamento. Quando chegam ao destino pretendido,
começam a descarregar as malas do carro e se surpreendem com o
fato de o prédio não ter elevadores. Como o apartamento que alugaram
fica no terceiro andar, elas têm uma ideia: usar uma corda que estava no
apartamento para amarrar às malas que precisam transportar para cima e,
em seguida, puxá-las até o apartamento – como mostra a ilustração a seguir.
lajn
iko
/M
ock
rst
tte
hu
Divanzir Padilha

©S

→ Levando em consideração que a corda utilizada é


–T
ideal (inextensível e de massa desprezível), podemos

representar os pares de ação e reação relativos às
forças de tração conforme a figura. Nesse desenho,
T

é possível notar que existem dois pares de ação e


reação: entre mala e corda e entre corda e pessoa,
ambos apresentando o mesmo módulo.
Generalizando esse caso particular, podemos

–T

→ concluir que a força de tração que age sobre um


T
corpo qualquer puxado por um cabo, corda ou fio
apresenta as seguintes características:
• módulo: idêntico ao da força exercida sobre
a corda;
• direção: coincidente com a da corda esticada;
• sentido: de forma que puxe o corpo ao qual a
corda está presa.
18 • • FÍSICA
Roldanas e polias Nesse exemplo, as forças aplicadas em cada um dos corpos
participantes ficam assim marcadas:
Polias são dispositivos que
PXGDPDGLUH©¥RHRXRVHQWLGR → → → → → → →

de forças exercidas em cordas ou T T T T T N 2T

cabos. Se elas forem instaladas


adequadamente, podem dar mais →
Pmala
conforto a quem deseja puxar um

Jack Art
objeto por intermédio de uma → →
–T –T
corda ou podem, ainda, diminuir →
Ppessoa
a intensidade da força necessária
para puxar algo preso a um
cabo, quando ao menos uma das
roldanas for móvel. b) O uso de uma associação de polias fixas e móveis diminui
a força necessária para elevar determinada carga.
Polias são usadas em motores
de automóveis, bicicletas (nesse →
P
caso, são polias dentadas, pelas
quais passa a correia), elevadores
de pessoas ou de carga, tirolesas, →
P/2

P/2
portas e gavetas com corrediças,
etc. Observe os exemplos a seguir. → →
P/2 P/2

a) O uso de uma polia →


→ P/2
confere maior conforto P

para quem puxa um

P P/2

objeto usando uma corda.


P
Jack Art

Nessa figura, há uma polia fixa, uma polia móvel e um objeto


GHSHVR3&RPH[FH©¥RGDIRU©DGHLQWHQVLGDGH3PDUFDGDQD
extremidade da corda puxada pela pessoa, nenhuma outra força
marcada atua sobre a corda (elas estão no corpo a ser levantado,
na pessoa que o suspende, no teto e nas polias).

FIS
De cada lado da polia móvel, deve ser exercida uma força de
PµGXOR3SDUDFLPDSDUDTXHDIRU©D3TXHDWXDVREUHHODSDUDEDL[R
seja equilibrada. Como a corda, por meio da polia, transmite essa força
até a pessoa que deseja manter o objeto suspenso, cabe a ela exercer
Jack Art

XPDIRU©DGHPµGXOR3SDUDUHDOL]DUHVVDWDUHID$VVLPSDUDPDQWHU
em equilíbrio um corpo, a pessoa precisa aplicar uma força com metade
do módulo do peso desse corpo.

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 19


EM13CNT306
ATIVIDADES
11. Em uma aula de Física, foi realizado um 12. Uma caixa de massa 12 kg está sobre um plano
experimento para determinar a constante perfeitamente liso, que tem uma inclinação de
elástica de uma mola. Inicialmente, o professor 30° com a horizontal. A caixa é presa a uma
pediu aos alunos que prendessem à mola um mola, de constante elástica K = 4,0 · 103 N/m,
corpo 1, com peso de módulo 40, em unidades por um cabo inextensível, de massa desprezível,
do SI, obtendo assim uma deformação x, em que passa por uma roldana ideal e mantém a
cm. Na segunda etapa, o professor solicitou caixa em equilíbrio. Qual a deformação sofrida
que prendessem à mesma mola um corpo pela mola?
2, cujo peso apresentava módulo 80, na
mesma unidade do peso anterior. Com isso,
a deformação obtida aumentava em 4 cm em
relação à primeira medição. As duas etapas são
mostradas na figura a seguir. A

θ 30˚

Dados:
m = 12 kg
x1 = x cm
x2 = (x + 4) cm g = 10 m/s2
K = 4,0 · 103 N/m
©Shutterstock/Dkn0049


| P1 | = 40 Calculando a deformação:
Fel = PAx ⇒ K · x = P · sen 30° ⇒ K · x = m · g · sen 30°

| P2 | = 80 4 · 103 · x = 12 · 10 · 0,5 ⇒ 4 · 103 · x = 60 ⇒ x = 0,015 m
∴ x = 1,5 cm.

Com base no exposto, assinale a alternativa que


contenha a intensidade da constante elástica da 13. (UDESC) Um objeto colocado em uma balança
mola determinada pelos alunos. de pratos é equilibrado por uma massa de
a) 10 N/m 13 kg. Quando o objeto é colocado em uma
balança de mola, o mostrador indica 13 kg.
b) 20 N/m
Todo o conjunto (objeto, balança de pratos,
X c) 10 N/cm pesos da balança de pratos e balança de mola)
d) 10 kgf/m é transportado pela empresa SpaceX para o
e) 10 kgf/cm planeta Marte, onde a aceleração em queda
livre é 2,6 vezes menor que a aceleração em
De acordo com a lei de Hooke: Fel = K · x. queda livre na Terra. As leituras da balança de
Sabendo que, para obter o equilíbrio, a força elástica deve ser pratos e da balança de mola, em Marte, são,
igual, em módulo, à força peso dos corpos presos à mola, as respectivamente:
equações para as duas situações são as seguintes:
1) 40 = K · x a) 13 kg e 13 kg.
2) 80 = K · (x + 4) X b) 13 kg e 5 kg.
Dividindo a equação 2 pela equação 1, temos: c) 5 kg e 5 kg.
(x + 4)
2= d) 5 kg e 13 kg.
x
2 · x = x + 4 ⇒ x = 4 cm e) 13 kg e 34 kg.
dees
Voltando à equação 1, por exemplo, podemos determinar a
gora, você po
Ag d fazer as ativida
p de
quista En em .
ção Conq
constante elástica:
40 = K · 4 ∴ K = 10 N/cm. 21 e 22 da seç

20 • • FÍSICA
Força de atrito
Imagine um automóvel estacionado em uma que ela dá, seus pés empurram o chão para
ladeira íngreme. A figura mostra as forças que agem trás. Pela lei da ação e reação, o chão reage
sobre um carro nessa situação. e empurra os pés dessa pessoa para a frente,
Como é comum fazer em exemplos que proporcionando o movimento desejado. Se a
apresentam planos inclinados, o desenho mostra superfície fosse muito lisa, como uma pista
o peso decomposto do automóvel. Os efeitos da de gelo, a pessoa tentaria se deslocar, mas
componente peso normal (Pn) e da força normal (N) ficaria patinando, ou seja, escorregando no
se anulam. Isso impede que o carro penetre no chão mesmo lugar.
ou se movimente para cima perpendicularmente ao
solo. A componente peso tangencial (Pt) deveria ser a

Divo Padilha
responsável por provocar movimento, mas, como foi
mencionado, o automóvel permanece em repouso.

b) Quando um carro faz uma curva, para


Pt
não deslizar no asfalto e escapar pela
tangente, a resultante das forças que
agem sobre o veículo deve ser diferente
Pn de zero. Como consequência da tendência
Jack Art

de escorregamento entre os pneus do


P
automóvel e o chão, uma força de atrito atua
sobre eles, empurrando-os para o centro da
Para manter o carro parado, a resultante das curva. É ela que impede o carro de fazer um
forças que agem sobre ele dever ser nula. Assim, na movimento retilíneo, escapando da pista.
mesma direção do peso tangencial, precisa existir Mais uma vez, a força de atrito se mostra
outra força, com a mesma intensidade e sentido benéfica e essencial para a realização do
contrário. Essa força é denominada força de atrito. movimento pretendido.
Acompanhe, a seguir, alguns exemplos e c) Quando uma espaçonave retorna do espaço,
aplicações referentes ao atrito. ao entrar na atmosfera terrestre (manobra
conhecida como reentrada), sua fuselagem
É muito comum as pessoas pensarem no atrito
colide com as moléculas que compõem o ar.
como uma força que sempre atrapalha. Situações
FIS
A velocidade da nave é tão grande que esse
cotidianas permitem perceber que, em alguns casos,
atrito com o ar gera uma enorme quantidade
o atrito é realmente prejudicial, mas há também
de calor, elevando sua temperatura externa
muitos casos em que essa força é benéfica ou
DDW«br&3DUDHYLWDUTXHDQDYHFKHJXH
até indispensável para que um movimento possa
a temperaturas ainda maiores e queime
ocorrer, como exemplificado a seguir.
completamente, computadores controlam o
a) Quando uma pessoa caminha sobre uma ângulo com que ela realiza a reentrada.a.
superfície qualquer, a força de atrito entre
os pés dela e o chão é a grande responsável
por permitir que isso ocorra. A cada passo

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 21


Definição da força de atrito
Como vimos, a força de atrito (FA) é aquela que
surge no sentido contrário ao do escorregamento
ou da tendência de escorregamento entre duas
superfícies quaisquer. As figuras a seguir mostram
essas duas situações.

Força de atrito

a
on
oB
aol
k/P
Divo Padilha

oc
rst
tte
hu
©S
Quando um objeto escorrega, em virtude da
O curling é uma modalidade esportiva
rugosidade das superfícies em contato, ele acaba integrante das Olimpíadas de Inverno.
empurrando o chão para a frente. Por sua vez, o Nessa modalidade, os atletas varrem o
chão reage e empurra o objeto para trás. Essas duas piso de gelo para provocar a sua fusão.
Isso diminui o atrito entre a pedra e o
forças constituem o par de ação e reação de atrito. chão, permitindo que ela deslize por
Nesse caso, o atrito atua no sentido contrário ao da distâncias maiores.
velocidade de escorregamento do objeto.
©Shutterstock/Songquan Deng

efetivo entre superfícies sem que haja atuação


de uma força normal. Atrito e normal podem ser
considerados componentes de Guma única força
chamada de força de contato ( C ).
Normal e atrito – as componentes da força
de contato – têm fisicamente origem muito
semelhante: o escorregamento ou a tendência de
escorregamento entre duas superfícies em contato.
A normal evita ou tenta evitar escorregamentos para
dentro de uma superfície (penetração), enquanto o
atrito evita ou tenta evitar escorregamentos sobre
a superfície. Na figura abaixo, na qual um corpo
desliza sobre uma superfície áspera, a força de
Quando um carro permanece estacionado em contato e suas componentes podem ser observadas.
uma ladeira, por causa da natural tendência de
escorregamento, ele empurra o chão para baixo.
Por sua vez, o chão reage e empurra o carro

para cima. Essas duas forças constituem o par C →

de ação e reação de atrito. Nesse caso, o atrito N

atua no sentido contrário ao da tendência de


escorregamento do carro. →
FA Movimento

As forças normal e de atrito, na realidade, não


são exatamente forças, mas componentes de uma →
P
força. Essa afirmação se justifica pelos seguintes
fatos: não existe atrito entre duas superfícies se
elas não estiverem em contato. E não existe contato

22 • • FÍSICA
Determinação da força de atrito cinético
Como vimos, a força de atrito surge em duas situações: quando há
escorregamento ou quando há tendência de escorregamento entre duas
superfícies. Para cada um desses casos, a força de atrito recebe uma
denominação diferente.
Pensando no radical grego “kinetics”, que significa movimento, os
físicos deram o nome de atrito cinético à força que atua contrariamente ao
escorregamento efetivo (e não apenas à tendência) entre duas superfícies.
A figura a seguir mostra um corpo deslizando sobre uma superfície.
G A
ampliação ajuda a entender a origem da força de atrito cinético ( FAc ).

A força de atrito depende, além


Divo Padilha

de outros fatores, das condições e


características dos materiais que
estão em contato.

A essa força contrária ao escorregamento do corpo é que se dá o nome


de atrito cinético ou atrito dinâmico.
Obviamente, quanto maior a aspereza das superfícies, maior a
intensidade dessa força. Para mensurar a rugosidade das partes em contato,
os físicos criaram o que se chama de coeficiente de atrito cinético (ȝc).
Apesar de existirem tabelas com valores aproximados para uma grande
quantidade de materiais, é muito difícil conhecê-los com certa precisão,
pois dependem das condições das superfícies em contato.
A força de atrito depende também da compressão que o corpo exerce
sobre a superfície. Quando maior a compressão, maior o módulo da força
normal e, consequentemente, mais intensa é a força de atrito cinético.
Já sabemos que a intensidade da força de atrito cinético depende de
dois fatores: o coeficiente de atrito cinético e o módulo da força normal.
A realização de inúmeros experimentos permitiu descobrir que a força de
atrito cinético é diretamente proporcional a esses dois fatores, o que nos

FIS
permite escrever a seguinte equação:

FAc = μc · N

Dessa forma, a força de atrito cinético pode ser completamente


determinada assim:
• módulo: FAc = μc · N;
• direção: paralela à superfície de apoio;

• sentido: contrário à velocidade do corpo apoiado sobre a superfície.

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 23


©Shutterstock/DedMityay
4 Atrito estático em situações do cotidiano.

Determinação da força de atrito estático estático e a força F (que têm mesma direção
e sentidos contrários) necessitam ter mesma
A fotografia mostra uma esteira usada para intensidade (FAe = F).
transportar produtos dentro de uma fábrica. Ela
só consegue cumprir adequadamente sua função Se o módulo da força F começar a aumentar
porque os produtos colocados sobre ela não gradativamente, o módulo da força de atrito estático
escorregam, e eles só não escorregam porque uma FAe também aumentará. Assim, essas duas forças
força paralela à superfície de apoio permite que a sempre têm valores iguais em módulo, mantendo
resultante das forças que agem sobre eles seja nula. o corpo em repouso. No entanto, se o módulo de F
continuar a aumentar, em algum instante ele ficará
Já sabemos que atrito cinético é a força que
prestes a se movimentar. Nesse momento, a força
se opõe ao efetivo escorregamento entre duas
de atrito estático terá atingido o seu valor máximo
superfícies. No caso da esteira, porém, não há
(FAemáx).
movimento relativo entre eles, ou seja, há apenas
uma tendência de escorregamento. Em casos assim, v = 0 (iminência de movimento)

em que um corpo apenas tende a escorregar (mas



F
permanece em repouso) sobre uma superfície, a →
FAemáx
força de atrito que age sobre ele, impedindo seu
deslizamento, é denominada força de atrito estático
G
( FAe ). Se o módulo da força F ainda continuar
A figura a seguir mostra um corpo que tenta ser aumentando, ela naturalmente atingirá um valor
movimentado pela ação de uma força de módulo F. superior ao da força de atrito estático máximo.
Nesse momento, o corpo, que estava prestes a entrar
v = 0 (repouso)
em movimento, iniciará o escorregamento. Agora,

deslizando sobre a superfície, o atrito que age sobre
F ele deixará de ser estático, passando a ser do tipo

FAe cinético (FAe). Depois disso, se a intensidade da força
F aumentar ainda mais, o corpo ficará cada vez
mais rápido. Apesar disso, o valor da força de atrito
Como o corpo apoiado sobre a superfície cinético permanecerá constante, pois ele independe,
horizontal permanece em repouso (apesar de estar por exemplo, da velocidade com que o corpo se
sendo puxado), é possível concluir que a resultante movimenta (é importante nos lembrarmos de que
das forças que atuam sobre ele é, necessariamente, FAcb bwcbyb1 
nula. Assim, no caso apresentado, a força de atrito

24 • • FÍSICA
Em qualquer situação, para determinar a Para entender o motivo dessa diferença entre os
intensidade da força de atrito estático, precisamos coeficientes, imagine que um corpo está sobre uma
nos lembrar de que, em repouso, a resultante superfície sem deslizar. Nesse caso, suas rugosidades
das forças deve ser nula. No entanto, no caso e as da superfície ficam microscopicamente
exclusivo de a força de atrito estático atingir seu encaixadas. Isso provoca certa resistência ao início
valor máximo, seu módulo pode ser calculado pela de um deslizamento. Agora, se um escorregamento
seguinte equação, em que N é o valor da força começar, esses encaixes se rompem, e a resistência
normal entre o corpo e a superfície de apoio e ȝe mencionada naturalmente diminui. Traduzindo essas
representa o que se chama de coeficiente de atrito resistências, respectivamente, como a força máxima
estático: de atrito estático e a força de atrito cinético,
é possível escrever:
FAe = μe · N

FAemáx > FAc ⇒ μe · N > μc · N ⇒ μe > μc


De modo semelhante a o que ocorre com
o coeficiente de atrito cinético (ou dinâmico), o
coeficiente de atrito estático também depende da
rugosidade das superfícies em contato. Apesar disso,
esses dois coeficientes apresentam valores distintos,
valendo a seguinte desigualdade: ȝe > ȝc.

EM13CNT306
FIQUE POR DENTRO

FREIOS ABS
mais eficiente que os freios convencionais, pois não
Quando um motorista percebe um obstáculo à sua frente,
trava as rodas, evitando, assim, o escorregamento
ele pisa nos freios, esperando que o atrito entre os pneus
dos pneus sobre o asfalto. Nesse caso, as rodas não
e a pista faça o veículo parar. No entanto, dependendo do
travam porque o atrito estático passa a atuar na
tipo de piso, as rodas travadas causam um escorregamento
situação. As rodas do veículo continuam girando
(em que atua o atrito cinético ou atrito dinâmico), o que
sem que ocorra deslizamento entre elas e o solo,
pode ocasionar um movimento descontrolado do carro,
permitindo que o condutor tenha maior controle
provocando graves acidentes.
sobre o veículo. Além disso, quando o carro está
No entanto, acidentes dessa natureza podem ser evitados equipado com esse sistema de freios ABS, a distância
por meio do sistema de freios do tipo ABS (Antilock Brake que ele percorre enquanto está sendo freado torna-
System – sistema de freio antibloqueio). Esse sistema é
FIS
-se menor.
©Shutterstock/Toa55

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 25


EM13CNT306
ATIVIDADES
14. Existe um jogo no qual dois oponentes ficam em lados opostos de uma mesa, protegendo com um
objeto de madeira buracos com função de gol. Sobre a mesa, os jogadores rebatem um disco com a
intenção de vencer a defesa adversária. Quando golpeados, esses discos podem sofrer colisões com
as paredes laterais, dificultando as ações do outro jogador. Ganha, obviamente, quem fizer mais
gols durante o intervalo de tempo de uma partida. Para que o disco escorregue mais rapidamente, a
mesa apresenta inúmeros furinhos pelos quais fica saindo ar o tempo todo. Qual a função do ar que é
expelido pelos furinhos?
Ao sair pelos furinhos, o ar forma uma camada entre o disco e a superfície da mesa, impedindo ou reduzindo o contato direto entre eles.

Dessa forma, a força de atrito cinético diminui, e o disco, após ser golpeado por um dos jogadores, consegue praticamente manter o mesmo módulo

de velocidade até ser atingido novamente pelo adversário. O ar torna menor também a força de contato (normal) entre o disco e a superfície da mesa,
contribuindo para diminuir ainda mais a força de atrito.
15. (UFPA) Sobre uma mesa plana alguns estudantes conseguiram montar um experimento simples,
usando dois corpos cujas massas são: m = 3 kg e M = 7 kg, em que simulam duas situações distintas,
conforme a descrição e a figura a seguir.
I. Não existe o atrito.
II. š‹•–‡‘ƒ–”‹–‘…‘—…‘‡ˆ‹…‹‡–‡†‡ƒ–”‹–‘ɊαʹȀ͹Ǥ

Tendo em vista as duas situações (I - sem atrito e II - com atrito) e admitindo-se que o atrito na polia e
a sua massa são desprezíveis e a aceleração da gravidade é g = 10 m/s2, então, pode-se afirmar que as
acelerações a1 e a2 nos casos I e II são, em m/s2, iguais respectivamente a
a) 2 e 1. b) 3 e 2. c) 4 e 2. X d) 3 e 1. e) 4 e 1.

Dados: m = 3 kg; M = 7 kg; g = 10 m/s2. l. Sem atrito


Observe, a seguir, a ilustração das forças que atuam sobre Aplicando a 2.ª lei de Newton, FR = m · al, obtemos as seguintes equações:
os corpos, sem atrito (l) e com atrito (ll). • corpo M: T = M · al;


• corpo m: Pm – T = m · al

N al Somando as equações, obtemos a equação geral:

T Pm + T – T = (M + m) · al ⇒ m · g = (M + m) · al
M
m · g 3 · 10 30

→ →
al = = = ∴ a = 3 m/s2.
N al M + m 7 + 3 10
PM
m
ll. Com atrito (μ = 2/7)

PM Aplicando a 2.ª lei de Newton, FR = m · all, obtemos as seguintes equações:
• corpo M: T – Fat = M · all
→ →
N all • corpo m: Pm – T = m · all
→ Somando as equações, obtemos a equação geral:
→ T
Fat M Pm + T – T – Fat = (M + m) · all ⇒ m · g – μ · M · g = (M + m) · all
→ →

N all 2
PM m · g − μ · M · g 3 · 10 − 7 · 7 · 10 30 − 20 ∴ a = 1 m/s2.
a lI = = =
m M+m 7+3 10

dades
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PM
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ção Conqquista En
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26 • • FÍSICA
EM13CNT306, EM13CNT304
CONQUISTA ENEM

16. ENEM Em 1543, Nicolau Copérnico publicou um Assinale a alternativa correta.


livro revolucionário em que propunha a Terra a) Somente as afirmativas II e IV
girando em torno do seu próprio eixo e rodando são verdadeiras.
em torno do Sol. Isso contraria a concepção
aristotélica, que acredita que a Terra é o centro do b) Somente as afirmativas I, II e IV
Universo. Para os aristotélicos, se a Terra gira do são verdadeiras.
oeste para o leste, coisas como nuvens e pássaros, c) Somente as afirmativas I, III e V
que não estão presas à Terra, pareceriam estar são verdadeiras.
sempre se movendo do leste para o oeste, X d) Somente as afirmativas I, II e III
justamente como o Sol. Mas foi Galileu Galilei são verdadeiras.
que, em 1632, baseando-se em experiências,
e) Somente as afirmativas III, IV e V
rebateu a crítica aristotélica, confirmando
assim o sistema de Copérnico. Seu argumento, são verdadeiras.
adaptado para a nossa época, é: se uma pessoa,
18. ENEM Em uma colisão TEMA
dentro de um vagão de trem em repouso, solta
frontal entre dois
uma bola, ela cai junto a seus pés. Mas se o vagão
automóveis, a força que QUENTE
estiver se movendo com velocidade constante, a
bola também cai junto a seus pés. Isto porque a o cinto de segurança exerce sobre o tórax e
bola, enquanto cai, continua a compartilhar do abdômen do motorista pode causar lesões
movimento do vagão. graves nos órgãos internos. Pensando na
segurança do seu produto, um fabricante de
O princípio físico usado por Galileu para
automóveis realizou testes em cinco modelos
rebater o argumento aristotélico foi
diferentes de cinto. Os testes simularam uma
X a) a lei da inércia.
colisão de 0,30 segundo de duração, e os
b) ação e reação. bonecos que representavam os ocupantes
c) a segunda lei de Newton. foram equipados com acelerômetros.
d) a conservação da energia. Esse equipamento registra o módulo da
e) o princípio da equivalência. desaceleração do boneco em função do
tempo. Os parâmetros como massa dos
17. (UDESC) Analise as proposições, com relação às bonecos, dimensões dos cintos e velocidade
aplicações das leis de Newton. imediatamente antes e após o impacto foram os
I. A mesma força em dois corpos de massas mesmos para todos os testes. O resultado final
diferentes produz uma aceleração de obtido está no gráfico de aceleração por tempo.
módulo diferente em cada corpo.
II. Um corpo em estado de repouso ou
movimento retilíneo uniforme, em relação

FIS
a um dado referencial, só muda de estado
a partir de uma força resultante não nula
impressa sobre ele.
III. Uma força resultante sobre um corpo
pode ser quantificada como a variação da
quantidade de movimento linear desse
corpo em um dado intervalo de tempo.
IV. O módulo da velocidade de um corpo é
sempre constante quando submetido a uma Qual modelo de cinto oferece menor risco de
força centrípeta. lesão interna ao motorista?
V. A força gravitacional que um objeto em a) 1 d) 4
queda livre exerce sobre a Terra tem X b) 2 e) 5
módulo diferente e sentido oposto à força
que a Terra exerce sobre este objeto. c) 3

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 27


19. ENEM Conhecer o movimento das marés é a 100 N. Os fios e as polias, iguais, são ideais.
de suma importância para a navegação, pois O valor do peso do corpo X e a deformação
permite definir com segurança quando e onde sofrida pela mola são, respectivamente,
um navio pode navegar em áreas, portos ou
canais. Em média, as marés oscilam entre alta
e baixa num período de 12 horas e 24 minutos.
No conjunto de marés altas, existem algumas
que são maiores do que as demais.
A ocorrência dessas maiores marés tem como causa
a) a rotação da Terra, que muda entre dia e
noite a cada 12 horas.
b) os ventos marítimos, pois todos os corpos
celestes se movimentam juntamente.
X c) o alinhamento entre a Terra, a Lua e o
Sol, pois as forças gravitacionais agem na
mesma direção. a) 800 N e 16 cm. X d) 800 N e 8 cm.
d) o deslocamento da Terra pelo espaço, pois b) 400 N e 8 cm. e) 950 N e 10 cm.
a atração gravitacional da Lua e do Sol são c) 600 N e 7 cm.
semelhantes.
e) a maior influência da atração gravitacional 22. (EEAR – RJ) Uma mola está suspensa
do Sol sobre a Terra, pois este tem a massa verticalmente próxima à superfície terrestre,
muito maior que a da Lua. onde a aceleração da gravidade pode ser
adotada como 10 m/s2. Na extremidade livre
20. (FAMEMA – SP) Em um parque temático, um
da mola é colocada uma cestinha de massa
trator traciona dois vagões idênticos, 01 e 02,
desprezível, que será preenchida com bolinhas
de massa M cada um. Os eixos das rodas desses
de gude, de 15 g cada. Ao acrescentar bolinhas
vagões são livres de atritos.
à cesta, verifica-se que a mola sofre uma
elongação proporcional ao peso aplicado.
Sabendo-se que a mola tem uma constante
elástica k = 9,0 N/m, quantas bolinhas é preciso
acrescentar à cesta para que a mola estique
Em uma das viagens, o vagão 01 seguiu exatamente 5 cm?
completamente vazio enquanto o vagão 02
a) 1 X b) 3 c) 5 d) 10
estava completamente ocupado por turistas
que, juntos, somavam uma massa m. No início
dessa viagem, o trator imprimiu ao vagão 01 23. ENEM Uma pessoa
uma força constante F, conferindo ao conjunto necessita da força de TEMA
trator-vagões uma aceleração a. Nessa situação, atrito em seus pés para QUENTE
a intensidade da força de tração T sobre o se deslocar sobre uma
engate entre os dois vagões era superfície. Logo, uma pessoa que sobe uma
rampa em linha reta será auxiliada pela força
2m · F M+m de atrito exercida pelo chão em seus pés. Em
a) d)
M+m M·F relação ao movimento dessa pessoa, quais
são a direção e o sentido da força de atrito
(M + m)· F (M + m)· F mencionada no texto?
b) X e)
M+m 2M + m a) Perpendicular ao plano e no mesmo
2M sentido do movimento.
c)
m·F b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao
movimento.
21. (ESPCEX – SP) O sistema de polias, sendo uma X c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do
fixa e três móveis, encontra-se em equilíbrio movimento.
estático, conforme mostra o desenho. A
d) Horizontal e no mesmo sentido do
constante elástica da mola, ideal, de peso
movimento.
desprezível, é igual a 50 N/cm e a força F na
extremidade da corda é de intensidade igual e) Vertical e sentido para cima.

28 • • FÍSICA
24. ENEM O curling é um dos 26. ENEM O freio ABS é um sistema que evita que
esportes de inverno mais TEMA as rodas de um automóvel sejam bloqueadas
antigos e tradicionais. QUENTE durante uma frenagem forte e entrem em
No jogo, dois times com derrapagem. Testes demonstram que, a
quatro pessoas têm de deslizar pedras de partir de uma dada velocidade, a distância de
granito sobre uma área marcada de gelo e frenagem será menor se for evitado o bloqueio
tentar colocá-las o mais próximo possível das rodas.
do centro. A pista de curling é feita para ser O ganho na eficiência da frenagem na ausência
o mais nivelada possível, para não interferir de bloqueio das rodas resulta do fato de:
no decorrer do jogo. Após o lançamento, a) o coeficiente de atrito estático tornar-se
membros da equipe varrem (com vassouras igual ao dinâmico momentos antes da
especiais) o gelo imediatamente à frente da derrapagem.
pedra, porém sem tocá-la. Isso é fundamental X b) o coeficiente de atrito estático ser maior
para o decorrer da partida, pois influi que o dinâmico, independentemente da
diretamente na distância percorrida e na superfície de contato entre os pneus e o
direção do movimento da pedra. Em um pavimento.
lançamento retilíneo, sem a interferência c) o coeficiente de atrito estático ser menor
dos varredores, verifica-se que o módulo que o dinâmico, independentemente da
superfície de contato entre os pneus e o
da desaceleração da pedra é superior se pavimento.
comparado à desaceleração da mesma pedra
d) a superfície de contato entre os pneus
lançada com a ação dos varredores. e o pavimento ser maior com as rodas
A menor desaceleração da pedra de granito desbloqueadas, independentemente do
ocorre porque a ação dos varredores diminui o coeficiente de atrito.
módulo da: e) a superfície de contato entre os pneus
a) força motriz sobre a pedra. e o pavimento ser maior com as rodas
desbloqueadas e o coeficiente de atrito
X b) força de atrito cinético sobre a pedra. estático ser maior que o dinâmico.
c) força peso paralela ao movimento da pedra. 27. ENEM Com um dedo, um garoto pressiona contra
d) força de arrasto do ar que atua sobre a pedra. a parede duas moedas, de R$ 0,10 e R$ 1,00,
e) força de reação normal que a superfície uma sobre a outra, mantendo-as paradas. Em
exerce sobre a pedra. contato com o dedo está a moeda de R$ 0,10
e contra a parede está a de R$ 1,00. O peso da
25. (IFSUL – RS) Na figura [...], está representado
moeda de R$ 0,10 é 0,05 N e o da de R$ 1,00 é
um bloco de 2,0 kg sendo G pressionado contra a 0,09 N. A força de atrito exercida pela parede é
parede por uma força F . O coeficiente de atrito
suficiente para impedir que as moedas caiam.
estático entre as superfícies de contato vale 0,5,
e o cinético vale 0,3. Considere g = 10 m/s2. Qual é a força de atrito entre a parede e a
moeda de R$ 1,00?
a) 0,04 N
b) 0,05 N

FIS
c) 0,07 N
d) 0,09 N
X e) 0,14 N

28. (EFOMM – RJ) Um bloco de massa m é


colocado sobre um disco que começa girar
a partir do repouso em torno de seu centro
geométrico com aceleração angular constante
igual a α. Se o bloco está a uma distância d do
G centro, e o coeficiente de atrito estático entre
A força mínima F que pode ser aplicada ao o objeto e a superfície vale μ, considerando
bloco para que este não deslize na parede é a aceleração da gravidade igual a g, quanto
a) 10 N c) 30 N tempo levará até que o bloco comece a
b) 20 N X d) 40 N
deslizar sobre o disco?

5. LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES • • 29


g  g 2 1 
14 Desprezando a resistência do ar e o atrito entre
a) X d) o carrinho e o solo, calcule:
 2d  2
2 
  d    a) o módulo da força, em N, aplicada pela
g caixa B sobre a caixa A, na situação da
b) 2
14
 d e) 1 +  g   figura 1. FBA = 7,5 N
2
2  2
   d   b) ‘×†—Ž‘†ƒƒ‹‘”ƒ…‡Ž‡”ƒ­ ‘ǡ‡ȀԜ•2,
c) g
com que o conjunto carrinho-caixas
d
pode se mover na situação da figura 2,
considerando que não haja movimento
29. ENEM Num sistema de freio convencional, as relativo entre as caixas A e B, que o
rodas do carro travam e os pneus derrapam
coeficiente de atrito estático entre ambas
no solo, caso a força exercida sobre o pedal
seja igual a 0,6 e que g = 10 m/s2. amáx = 6 m/s2.
seja muito intensa. O sistema ABS evita o
travamento das rodas, mantendo a força de 31. (ESPCEX – SP) Um bloco homogêneo A de peso
atrito no seu valor estático máximo, sem 6 N está sobre o bloco homogêneo B de peso
derrapagem. O coeficiente de atrito estático 20 N ambos em repouso. O bloco B está na
da borracha em contato com o concreto vale iminência de movimento.
μe = 1,0 e o coeficiente de atrito cinético O bloco A está ligado por um fio ideal
para o mesmo par de materiais é μc = 0,75. tracionado ao solo no ponto X, fazendo um
Dois carros, com velocidades iniciais iguais a Ÿ‰—Ž‘Ʌ…‘ƒŠ‘”‹œ‘–ƒŽ‡“—ƒ–‘“—‡‘
108 km/h iniciam a frenagem numa estrada bloco B está sendo solicitado por uma força
perfeitamente horizontal de concreto no horizontal F, conforme o desenho abaixo.
mesmo ponto. O carro 1 tem sistema ABS Os coeficientes de atrito estático entre o bloco
e utiliza a força de atrito estática máxima A e o bloco B é 0,3 e do bloco B e o solo é 0,2.
para a frenagem; já o carro 2 trava as rodas, G
de maneira que a força de atrito efetiva é a A intensidade da força horizontal | F | aplicada
cinética. Considere g = 10 m/s2. ao bloco B nas condições abaixo, capaz de
tornar iminente o movimento é:
As distâncias, medidas a partir do ponto em
que iniciam a frenagem, que os carros 1 (d1) e Dados: cos θ = 0,6 e sen θ = 0,8
2 (d2) percorrem até parar são, respectivamente,
X a) d1 = 45 m e d2 = 60 m.
b) d1 = 60 m e d2 = 45 m.
c) d1 = 90 m e d2 = 120 m.
d) d1 = 5,8 · 102 m e d2 = 7,8 · 102 m.
e) d1 = 7,8 · 102 m e d2 = 5,8 · 102 m.
30. (FAC. ALBERT EINSTEIN – SP) As figuras
mostram um trabalhador transportando a) 2,0 N
duas caixas, A e B, de massas mA = 30 kg e X b) 9,0 N
mB = 40 kg, sobre um carrinho de massa 10 kg,
c) 15,0 N
em linha reta. Na situação representada na
figura 1, ele está empurrando o carrinho para d) 18,0 N
frente com uma força horizontal constante de e) 20,0 N
intensidade 20 N. Na situação representada na
figura 2, ele está puxando o carrinho para trás,
com uma força horizontal e constante.

30 • • FÍSICA
DO
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OBJETIVOS DO CAPÍTULO
X Estabelecer a condição de equilíbrio
de um ponto material e de um corpo
extenso.
X Relacionar as condições de equilíbrio
de um ponto material e de um corpo
extenso com situações práticas do
cotidiano.
X Definir o conceito de momento de
uma força.
X Resolver situações-problema que
envolvam pontos materiais e corpos
extensos.
6
ESTÁTICA DO PONTO MATERIAL
ESTÁT Centro de gravidade
O termo “está
“estático” é usado para nos referirmos a algo
que se encontra par
parado. Do ponto de vista da Física, um objeto
Centro de gravidade é o lugar
é considerado estático se permanece em repouso em relação a um
geométrico no qual se pode
referencial, ou seja, se a força resultante sobre esse corpo for nula.
considerar que todo o peso de um
Essa situação é classif
classificada como equilíbrio estático.
corpo está concentrado, ou seja, é o
O estudo do equilíbrio depende das dimensões dos corpos envolvidos. ponto de aplicação da força peso.
Com relação às dimensões, os corpos podem ser classificados como: ponto
material ou corpo extenso. Um corpo pode ser considerado um ponto Na maioria das situações
material quando suas dimensões não influenciam no fenômeno analisado. estudadas no Ensino Médio, a
3RUH[HPSORXPFDUURTXHUHDOL]DXPDYLDJHPGHbNPSRGHWHUVHX aceleração da gravidade tem pouca
tamanho desprezado para o estudo do movimento. Por outro lado, o corpo variação e, por isso, considera-se
deve ser considerado um corpo extenso quando suas dimensões devem ser que ela é constante. Além disso, o
levadas em consideração. Por exemplo: um carro que está estacionando centro de gravidade coincide com o
entre dois outros veículos. centro de massa. Mas é importante
diferenciar os conceitos de centro
Citando um exemplo real de aplicação do equilíbrio estático, de gravidade e de centro de massa.
tanto as pontes sustentadas por arcos romanos quanto as estaiadas
utilizam basicamente os mesmos conhecimentos físicos que garantem O centro de massa (CM)
e explicam o equilíbrio. Entre esses conhecimentos físicos destacam-se representa o ponto onde podemos
o centro de gravidade e a estática do ponto material. supor que toda a massa de um
Deixar clara a ideia da diferença entre centro de massa e centro de gravidade. corpo está concentrada e sobre
Sustentada por de 37 arcos romanos e com o qual todas as forças externas
30 metros de altura, a ponte da imagem à esquerda atuam. O centro de gravidade (CG)
cruza o Rio Ouse, em West Sussex, na Inglaterra, e
representa o ponto em que a força
suporta uma estrutura ferroviária de 450 metros
de extensão sobre o vale do rio. Muito peso do corpo atua.
admirado pela elegância arquitetônica,
o viaduto do Vale do Ouse teve sua
Corpos com simetria
inauguração em 1841. Grande parte geométrica e cuja massa
dos aproximadamente 11 milhões esteja distribuída de maneira
de tijolos usados na ponte original homogênea têm seu centro de
foram substituídos já na década de gravidade coincidente com seu
1890 para fortalecer a estrutura.
centro geométrico.
©Shutterstock/By Drone Photos Videos
©Shutterstock/Flyby Photography

CG

Cem anos depois, outras


reformas permitiram que esse CG
símbolo da história ferroviária
do país continuasse a ser uma
parte essencial e funcional do dia
a dia. Já a arquitetura da imagem
da direita expressa modernidade e
apresenta tecnologia em sua construção.

CG

32 • • FÍSICA
Determinação da posição do centro
de massa de sistemas de corpos
Quando temos dois corpos com massas iguais
e com as mesmas dimensões, separados por uma
distância qualquer, podemos dizer, de modo intuitivo,
que o centro de massa está situado entre eles,
equidistante do centro de massa de cada um dos Quando todos os segmentos do
corpos. Contudo, se um dos corpos tiver maior massa, corpo estão combinados e o corpo é
o centro de massa estará próximo dele. Essa ideia pode dado como um objeto único e sólido

Divo Padilha
na posição anatômica, o centro de
ser expressa de modo mais preciso por meio de uma
gravidade está localizado numa
equação que permite determinar a posição do centro posição aproximadamente anterior
de massa, na direção X, por exemplo, com base em uma à segunda vértebra sacral. A posição
média ponderada. precisa do centro de gravidade
para uma pessoa depende de suas
Generalizando, para um sistema formado por proporções e da sua anatomia.
n partículas ou corpos em um plano cartesiano,
adotando a origem do plano – (x;y) = (0;0) –
como referencial, temos que:

Divo Padilha
x1 Ј m1 + x2 Ј m2 + x3 Ј m3 + ... + xn Ј mn
XCM =
m1 + m2 + m3 + ... + mn
y1 Ј m1 + y2 Ј m2 + y3 Ј m3 + ... + yn Ј mn
YCM =
m1 + m2 + m3 + ... + mn

Nas equações acima, x e y representam as distâncias


do centro de massa de cada partícula ou corpo até o
referencial adotado, nas direções x e y, respectivamente,
e m é a massa de cada partícula ou corpo.
Para equilibrar um objeto qualquer com apenas
Durante a gravidez, à medida que o feto se desenvolve, a
um ponto de apoio, a força aplicada nesse ponto barriga aparece e o centro de gravidade se desloca para a
deverá ter valor igual ao peso do corpo e ser frente. Isso altera o ponto de equilíbrio da mulher, que será
aplicada no centro de gravidade ou, pelo menos, ajustado graças a outros mecanismos. Na tentativa de manter o
centro de gravidade na mesma posição, a postura do corpo pode
na direção dele. Se a distribuição de massa não for ser ajustada.
uniforme, o CG ficará deslocado para o lado em que
houver maior massa.
©Shutterstock/Anatoli Styf

FIS

Essa foto não mostra um


©Shutterstock/Viacheslav Zhedankov

truque de mágica!
O centro de gravidade do
conjunto (garfos, apoio, A imagem mostra um conjunto de pedras dispostas umas
palito) está na direção do sobre as outras de uma forma que conseguem se manter em
ponto de apoio, que está equilíbrio. Observe que, quando a distribuição da massa não é
localizado na borda uniforme, o centro de gravidade fica deslocado para o lado que
do frasco. tiver maior massa.

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 33


©Shutterstock/Adil Celebiyev StokPhoto

Equilíbrioo ddo ponto material


te
O foco principal
pr deste capítulo é a estática
est RResolução pelo método
do da decomposição
decompos
decompo
do ponto material. O termo “estática” faz parte do G
cotidiano. É uma palavra é usada para nos referirmos Considere que TG1 é a tração na corda que une os
a algo que se encontra parado. É possível, por pontos A e B e que T2 é a tração na corda que une os G
exemplo, que você já tenha ouvido alguém relatar pontos
G B e C. Na ilustração a seguir, são mostradas T1
que ficou estático diante do perigo, ou seja, ficou e T2 , assim como suas componentes ortogonais e a
sem ação, sem iniciativa. tração na corda vertical, cujo módulo é igual ao peso
do bloco.
Para que um ponto material permaneça em
y
equilíbrio, é necessário que a resultante das
forças seja nula. De modo geral, a condição de
equilíbrio de um ponto material pode ser definida T2y T2
matematicamente por:
G G G G G G G
FR = 0 Ÿ F1 + F2 + F3 + ... + Fn = 0 T1y
T1
Para entender melhor o que estudaremos, 30o 60o
considere um exemplo prático de equilíbrio de um T1x T2x x
ponto. Por exemplo, há lustres e luminárias presas
ao teto por apenas uma corda ou corrente. Em tais
situações, o peso do objeto é sustentado pela força
de tração. Em outras palavras, o valor da tração é
P
igual ao do peso.
Há situações, porém, em que objetos são
sustentados por mais de uma corda. Veja esta
ilustração:

A 30º 60º C

P = 100 N

34 • • FÍSICA
Da condição de equilíbrio aplicada ao eixo horizontal, temos: Resolução pelo
teorema de Lamy
3 1
T1x = T2x ⇒ T1 · cos 30° = T2 · cos 60° Ÿ T1 · = T2 ·
2 2
T2 = T1 · 3 (l) A figura a seguir mostra as
Da condição de equilíbrio aplicada ao eixo vertical, temos: forças que atuam sobre o ponto B.

P = T1y + T2y ⇒ P = T1 · sen 30° + T2 · sen 60°


1 3
100 = T1 · + T2 · ⇒ 200 = T1 + T2 · 3 (ll) T2
2 2
Substituindo (l) em (ll): T1
90o
200 = T1 + T1 · 3 · 3 ⇒ 200 = 4 · T1 ∴ T1 = 50 N 30o 60o
B
T2 = T1 · 3 ∴ T2 = 50 · 3 N
Vantagem do método da decomposição: resolve qualquer problema
de equilíbrio do ponto material, independentemente do número de
forças envolvido e dos ângulos formados. P
Desvantagem do método da decomposição: resolução trabalhosa,
envolvendo maior número de cálculos.

Resolução pelo método poligonal Como o sistema está em


Uma vez que a resultante das forças que atuam em um sistema em equilíbrio, é válida a relação:
equilíbrio é nula, os vetores das forças que atuam sobre o ponto B formam P T1 T2
um polígono: = =
sen 90b sen 150 b sen 120 b

Considerando que sen 150° =


sen 30° e que sen 120°= sen 60°,
30o temos:
100 T1 ∴ T = 50 N
T2 = 1
1 0, 5
P 100 2 Ј T2 ∴ T = 50 · 3 N
= 2
1 3
90o
Vantagem do teorema
60o de Lamy: resolução simples,

FIS
T1
envolvendo poucos cálculos.
Desvantagem do teorema de
Logo, temos que:
Lamy: resolve apenas problemas
que tenham três forças em
T1 1 T
cos 60° = Ÿ = 1 ∴ T1 = 50 N equilíbrio.
P 2 100
T2 3 T2 ∴ T = 50 ·
sen 60° = Ÿ = 2 3 N
P 2 100
Vantagem do método poligonal: resolução simples, envolvendo
poucos cálculos.
Desvantagem do método poligonal: só é útil para cálculos quando
resulta em algum tipo específico de polígono, como o triângulo
retângulo.

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 35


EM13CNT306
ATIVIDADES
1. (UERJ) Em um pêndulo, um fio de massa desprezível sustenta
uma pequena esfera magnetizada de massa igual a 0,01 kg.
O sistema encontra-se em estado de equilíbrio, com o fio de
sustentação em uma direção perpendicular ao solo.
Um ímã, ao ser aproximado do sistema, exerce uma força
horizontal sobre a esfera, e o pêndulo alcança um novo estado de
equilíbrio, com o fio de sustentação formando um ângulo de 45°
com a direção inicial.
Admitindo a aceleração da gravidade igual a 10 m · s–2 a
magnitude dessa força, em newtons, é igual a:
X a) 0,1 c) 1,0
b) 0,2 d) 2,0

2. (UECE) Na figura a seguir, o peso P1 é de 500 N e a corda RS é


horizontal:

Os valores das tensões T1, T2 e T3 e o peso P2, em newtons, são,


respectivamente:
X a) 500 2 ǡͷͲͲǡͳԜͲͲͲȀ 3 ‡ͷͲͲȀ 3 .
b) ͷͲͲȀ 2 ǡͳԜͲͲͲǡͳԜͲͲͲ 3 e 500 3 .
c) 500 2 ǡͳԜͲͲͲǡͳԜͲͲͲȀ 3 ‡ͷͲͲȀ 3 .
d) ͷͲͲȀ 2 ǡͷͲͲǡͳԜͲͲͲ 3 e 500 3 .
nia
Ma
oto
ph
ock
/St
ock
rst
tte
hu
©S

36 • • FÍSICA
3. (UNESP) Num jato que se desloca sobre uma pista horizontal, em
movimento retilíneo uniformemente acelerado, um passageiro
decide estimar a aceleração do avião. Para isto, improvisa um
pêndulo que, quando suspenso, seu fio fica aproximadamente
‡•–ž˜‡Žǡˆ‘”ƒ†‘—Ÿ‰—Ž‘Ʌαʹͷι…‘ƒ˜‡”–‹…ƒŽ‡‡”‡’‘—•‘
em relação ao avião. Considere que o valor da aceleração da
‰”ƒ˜‹†ƒ†‡‘Ž‘…ƒŽ˜ƒŽ‡ͳͲȀ•2, e que sen 25° ≅ 0,42;
…‘•ʹͷι؆ͲǡͻͲǢ–ƒʹͷι؆ͲǡͶ͹Ǥƒ•ƒŽ–‡”ƒ–‹˜ƒ•ǡ“—ƒŽˆ‘”‡…‡‘
módulo aproximado da aceleração do avião e melhor representa
a inclinação do pêndulo?

X a)

b)

c)

FIS
d)

e)

es
dade
p de fazer as ativi
gora, você po
Ag
quista En em .
19 a 21 da seçção Conq

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 37


ESTÁTICA DO CORPO EXTENSO
Momento de força
Muitas vezes, quando pretendemos soltar ou apertar
parafusos, mover ou levantar objetos, podemos utilizar
ferramentas com diferentes tamanhos e formatos.

io d
Stu
Nas imagens a seguir, uma pessoa solta o parafuso de

et
lan
eP
uma roda de automóvel com uma chave de roda em L

lu
k/B
oc
e, em outra situação, alguém tenta mover um bloco de

rst
u tte
h
madeira com o uso de um pé de cabra.

©S
Se fossem utilizadas ferramentas de braço maior,
será que seria mais fácil soltar o parafuso ou remover
o bloco?

©Shutterstock/Mezzotint

©Shutterstock/Akimov Igor
Definição de momento de força
Tanto nessas situações quanto em diversas
outras de nosso cotidiano, o conceito de momento F
de força dá suporte para analisá-las. Essa grandeza
física, também conhecida como torque, está
relacionada ao fato de uma força poder provocar
©Shutterstock/Freedom Life

d
a rotação ou variação da rotação de um corpo.
O
Dependendo da maneira como uma força é aplicada
sobre um corpo, ela produz uma tendência de girar o
objeto, e a grandeza física momento de força –
ou torque – é capaz de quantificar essa tendência.
O
A ilustração a lado apresenta duas ferramentas, d
conhecidas como chaves de boca. Elas recebem dois
torques diferentes: um no sentido horário (chave
de cima) e outro no sentido anti-horário (chave de F
baixo), em torno do eixo de rotação O.

38 • • FÍSICA
O torque, ou momento de força, pode ser Observações importantes
definido pelo produto da força (F) pela distância
1. O torque será nulo em duas situações: se a força
(d) equivalente ao comprimento do segmento
for nula ou se ela for aplicada sobre qualquer reta
perpendicular à linha de aplicação da força que
que passe pelo eixo de rotação. Sobre esse último
passa pelo eixo de rotação.
caso, observe o exemplo a seguir.

Divo Padilha
Divo Padilha
A equação que permite calcular tal grandeza é:

Forças aplicadas sobre retas que passam pelo


MF = F · d
eixo de rotação não produzem torque.

2. Para diferenciar torques que fazem o corpo


girar no sentido horário daqueles que giram
no sentido anti-horário, basta adotar uma
convenção de sinais, considerando positivo o
torque anti-horário e negativo o torque horário.
3. A unidade de medida do torque pode ser
qualquer unidade de força multiplicada por
qualquer unidade de distância. No SI, adota-se o
1b⋅bP

EXEMPLOS RESOLVIDOS
Ao trocar o pneu de um automóvel, o dono de da chave, essa força deve ser perpendicular ao
um veículo aplica uma força F de intensidade igual braço da chave.

FIS
Db1VREUHDH[WUHPLGDGHGHXPDFKDYHGH
Portanto α = 90°.
rodas, com o objetivo de soltar um dos parafusos.
Considere uma chave de rodas com braço que mede A imagem ilustra essa situação:
bFPXWLOL]DGDSDUDDVROWXUDGRSDUDIXVR

F
'HWHUPLQHRPRPHQWRP£[LPR HP1bybP TXH
a força aplicada pelo dono pode exercer sobre a  = 90°
chave e o ângulo α entre a linha de ação dessa
força e o braço da chave para que esse momento
seja máximo.

RESPOSTA 6HQGRDIRU©DLJXDODb1HRFRPSULPHQWRGR
Para que o momento produzido pela força F braço igual a 0,5 m, temos:
seja máximo, além de ser exercida na extremidade M = F · d ⇒ M = 100 · 0,5 ∴ M = 50 N · m

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 39


Momento resultante Momento de um binário
Considere
G G Guma Gbarra na qual se aplicam diversas Definição
forças: T , P , F1 e F2 . Cada qual é aplicada em uma
posição diferente, exercendo, portanto, um momento
diferente em relação ao eixo de rotação, situado no Um binário refere
U refere-se
se à açã
ação
ão de duas forças de
ponto C. m
mesma intensidade, não colineares, de mesma
ddireção, mas de sentidos contrários, aplicadas em
uuma barra, por exemplo.

CM

Momento resultante de um binário


O momento resultante de um binário é dado
pela soma dos momentos gerados pelas duas forças
atuantes sobre ele em relação a um ponto (O) ou
O momento resultante é definido pela soma de eixo de rotação. Observe o binário a seguir.
todos os momentos que atuam sobre determinado
corpo: d
→ 2
F
G G G G G G n G + +
O →
MR = M1 + M2 + M3 + ... + Mn ou MR = ¦ Mi d F
i =1 2
d
Como essa grandeza é do tipo vetorial, para
efetuar a soma, é fundamental diferenciar, por meio Adotando a convenção de sinais apresentada
da convenção de sinais, o momento de força em um anteriormente, podemos representar o momento
e em outro sentido. Nesse caso, podemos observar resultante desse exemplo, em relação ao ponto O, por:
que, em relação ao eixo de rotação C:
G
F1 tende a girar a barra no sentido anti-horário d d
MR = F · +F·
(momento positivo); 2 2
G
T não produz momento, já que a linha de
ação da força passa pelo ponto de rotação: ponto C Portanto, a resultante do momento do binário,
(momento nulo); fica representada por:
G
P tende a girar a barra no sentido horário
(momento negativo); MR: Momento resultante em
G N · m (SI)
F2 tende a girar a barra no sentido horário
(momento negativo). MR = F · d F: Força em N (SI)

d: Distância em m (SI)
Desse modo, o momento resultante pode ser
determinado pela soma aritmética:

MR = + MF – MP – MF
1 2

40 • • FÍSICA
ATIVIDADES
EM13CNT306

4. (UECE) Desejando-se montar uma árvore de Considere um monjolo composto de uma cuba
natal usando um pinheiro natural e de pequeno de massa 3 kg (quando vazia), com um volume
porte, será necessário removê-lo de uma interno correspondente a um tronco de seção
floresta. Assim, optou-se por realizar a extração transversal trapezoidal, equivalente ao volume
dessa planta, mediante o tombamento de seu de um cubo de aresta a igual a 20 cm. A água
tronco. Assumindo-se que o caule pode ser escoa para dentro dessa cuba com uma vazão Z
tratado como uma haste rígida, a força para …‘””‡•’‘†‡–‡ƒʹԜͲͲͲ…3/s. No instante em
que haja maior torque em relação ao ponto de que o recipiente se encontra completamente
fixação no solo deverá ser aplicada, nesse caule, cheio, inicia-se o movimento de descida.
a) o mais próximo possível do solo. O torque de Considere também que o centro de massa do
conjunto (cuba + água) está a uma distância de
b) na altura média da árvore. uma força é
dado por: 80 cm do eixo de rotação e que o equipamento
c) em qualquer ponto. M = F · d. encontra-se na horizontal, até que a cuba esteja
X d) o mais distante possível do solo. Nessa totalmente cheia.
equação, F é a força perpendicular ao braço do movimento e d, a
distância até o ponto de fixação. Portanto, para que se tenha o maior O tempo para que ela esteja completamente
torque, a força deve ser aplicada no ponto mais distante do solo (que cheia e o momento de força produzido por ela
é o ponto de fixação).
sobre o braço do monjolo nesse instante, em
5. A figura ilustra um tipo de monjolo, uma relação ao eixo fixo de rotação ao qual o braço
ferramenta hidráulica simples, que se usava encontra-se fixado, são, respectivamente:
antigamente para moer grãos de milho e café,
(Dados: g = 10 m/s2 e dágua = 1 g/cm3.)
por exemplo.

a) 4 s e 8,8 N · m.
b) 240 min e 88 N · m.
c) ʹͶͲ‹‡ͺԜͺͲͲȉ…Ǥ
Divo Padilha

d) 4 s e 880 N · m.
X e) 4 s e 88 N · m.

Para descobrir o tempo necessário para que a cuba fique


A força da queda-d’água movimenta o completamente cheia, devemos determinar o volume de água
equipamento como se fosse uma gangorra. De que corresponde ao seu volume interno. De acordo com o
enunciado, esse volume é equivalente ao volume de um cubo
um lado, há uma cuba que recebe a água até
de aresta a igual a 20 cm, e a vazão Z da água equivale a
se encher completamente. Isso faz com que a 2 000 cm3/s. Portanto, o volume do cubo é dado por:
outra parte do monjolo, onde há uma estaca, se V = 203 = 8 000 cm3
levante. Quando a cuba esvazia, o movimento Dessa forma, podemos determinar o tempo t dividindo o
se inverte. Nesse sobe-e-desce, os grãos vão volume total pela vazão:
sendo socados e moídos dentro de um pilão.
FIS
t = 8 000/2 000 ∴ t = 4 s
Na imagem a seguir, temos um esquema de Determinação da massa de água:
montagem simples de um monjolo: d = m/V
Como d = 1 000 kg/m3 e V = 0,008 m3, temos:

1 000 = m
Ÿ m = 8 kg
0, 008
O peso total do conjunto cuba + água pode ser calculado por:
Pt = Pc + Pa
Portanto:
Pt = (mc + ma) · g ⇒ Pt = (3 + 8) · 10 = 110 N
O momento provocado pela força peso do conjunto equivale
Divo Padilha

ao produto dessa força pela distância d da linha de ação dessa


força ao eixo de rotação, que é equivalente a 0,8 m:
M = Pt · d = 110 · 0,8 ∴ M = 88 N · m

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 41


6. (UFSCar – SP) Quando novo, o momento Para abrir o portão, uma pessoa exerce uma
total do binário de forças mínimas, iguais, força perpendicular de 20 N no ponto B,
constantes e suficientes para atarraxar o produzindo um momento resultante MB. O
regulador ao botijão de gás, tinha intensidade menor valor da força que deve ser aplicada no
2 · F · d, em N · m. Agora, quebrado como está, ponto A para que o momento resultante seja
a intensidade das novas forças mínimas, iguais igual a MB, em newtons, corresponde a:
e constantes, capazes de causar o mesmo efeito, a) 15 Avaliando o equilíbrio de rotação em relação ao ponto
deve ser maior que F em: O, para a condição imposta pelo enunciado, temos que:
b) 30 M = M ⇒ F · d = F · d
A B A A B B
c) 45 Inserindo os dados do enunciado nessa equação, temos:
X d) 60 FA = FB · dB = 20 · 2, 4 ∴ FA = 60 N
dA 0, 8

8. (UP – PR) Os guindastes de torre, muito usados


em grandes construções, são constituídos
de uma torre vertical que suporta uma haste
horizontal distribuída de maneira assimétrica.
De acordo com o O braço mais curto possui um contrapeso de
enunciado, concreto que auxilia a equilibrar a torre, e o
MR = 2 · F · d.
braço mais longo é o que suporta as cargas que
Então, podemos
concluir que a soma
serão suspensas, como o ferro e o concreto.
dos momentos gerados pelas forças de mesma Apesar de aparentar desiquilíbrio, o sistema
intensidade (binário), aplicadas em cada braço do é bem equilibrado e seguro. Para içar com
1 regulador, representa o momento resultante MR, já
segurança, quanto maior o peso, mais próximo
a) que, com um braço quebrado, o efeito causado deve
4 ser o mesmo. da torre ele deve ser levantado. O torque
1 d 3 (ou momento) máximo que o guindaste pode
X b) F’ · d + F’ · =2·F·d⇒ · F’ · d = 2 · F · d
3 2 2 •—’‘”–ƒ”‘„”ƒ­‘Ž‘‰‘±†‡ͳԜͲͲͲȉǤ
1 4 3 1
c) F’ =
3
·F=
3
·F+
3
· F.
2 1
Portanto, as novas forças são maiores que F em .
2 3
d)
3
3
e)
4

7. (UERJ) Um portão fixado a uma coluna está


articulado nos pontos P1 e P2, conforme ilustra
a imagem a seguir, que indica também três
outros pontos: O, A e B. Sabe-se que OB = 2,4 m
e OA = 0,8 m.
Sabendo que o braço longo tem 50 m, se o
operador do guindaste precisa levantar uma
carga de 8 toneladas, qual é a maior distância
d, em metros, do ponto de apoio da torre que
ele pode fazer isso com segurança? (Considere
g = 10 m/s2‡ͳ–‘‡Žƒ†ƒαͳԜͲͲͲ‰ȌǤ
a) 7,5 c) 18,0 e) 50
X b) 12,5 d) 25

42 • • FÍSICA
Equilíbrio do corpo extenso
Ao tratar da condição de repouso de
um corpo cujas dimensões não podem ser
desprezadas, além de exigir que sua velocidade
escalar permaneça nula (força resultante sobre
o corpo deve ser nula), é preciso evitar que o
corpo gire. Mas, caso o equilíbrio seja dinâmico, a
velocidade do corpo deve ser constante e diferente
de zero (força resultante continua sendo nula) e ele
pode estar girando de modo uniforme. Assim, para
que corpos extensos permaneçam em equilíbrio,
G G
além de a resultante das forças ser nula ( FR = 0), o
G G
momento resultante deve ser nulo ( MR = 0). Nessa
situação, o corpo mantém sua velocidade escalar
©Shutterstock/Niroworld

e sua velocidade angular constantes. Logo, corpos Equilíbrio do corpo extenso


extensos em equilíbrio não têm aceleração escalar
nem aceleração angular.
sobre um apoio
Um brinquedo muito comum em parquinhos
Para que um corpo extenso permaneça em
infantis é a gangorra, semelhante à da situação
equilíbrio, é necessário que seja satisfeita a condição
representada a seguir.
de equilíbrio de translação e equilíbrio de rotação.
Logo, as condições de equilíbrio de um corpo

©Shutterstock/K Satdamrong
extenso são:
Equilíbrio de translação
G G G G G G G
FR = 0 ou FR = F1 + F2 + F3 + ... + Fn 0
Equilíbrio de rotação
G G G G G G G
MR = 0 ou MR = M1 + M2 + M3 + ... + Mn 0
Quando um corpo está em equilíbrio, a soma dos
momentos que tendem a fazê-lo girar no sentido
horário é igual à soma dos momentos que tendem
a fazê-lo girar no sentido anti-horário. Assim, na
resolução de problemas, esse modo de pensar pode Para essa situação, o sistema encontra-se em
ser uma forma interessante para chegarmos mais equilíbrio. Considere que as forças que
G as crianças
facilmente aos resultados desejados. aplicam sobre a gangorraGde pesoG Pg equivalem

FIS
aos seus próprios pesos ( P1 e P2 ) e que
G o apoio
exerça sobre a gangorra uma força F . Sendo assim,
¦ MAnti-horário = ¦ MHorário podemos obter a seguinte ilustração:


F

d1 d2

A

P1


P2
Pg

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 43


Analisando o equilíbrio em relação ao ponto de apoio
A, podemos notar que as forças F e Pg não provocam
tendência de rotação sobre a gangorra, já que a linha de
ação dessas forças passa pelo ponto de rotação. Então,
como a distância da linha de ação dessas forças até o
ponto A vale zero, elas apresentam momento nulo. Sendo
assim, temos a seguinte equação:

¦ MAnti-horário = ¦ MHorário
1 Experimento
prático. M P1 = M P2 ⇒ P1 · d1 = P2 · d2

Equilíbrio do corpo extenso


sobre dois ou mais apoios
A Física dá suporte para que possamos entender
muito daquilo que vemos ao redor. A construção
civil, por exemplo, utiliza muitos dos conhecimentos
estudados neste capítulo para garantir a
estabilidade das edificações. Um edifício ou uma
©Shutterstock/Tmlau

ponte devem permanecer em repouso e, por isso, as


condições de equilíbrio de um corpo extenso devem
ser rigorosamente obedecidas.

EXEMPLOS RESOLVIDOS
Considere uma situação em que um esportista RESPOSTA
GHQDGRDUW¯VWLFRFRPbNJGHPDVVDYDLVDOWDU Para a resolução, vamos considerar que a
de um trampolim, que é uma barra homogênea força que o nadador exerce sobre o trampolim
GHSHVRb1HFRPPHWURVGHFRPSULPHQWR é sua própria força peso. Assim, marcando as
O trampolim é sustentado pelos apoios situados forças exercidas sobre o trampolim, bem como as
em A, B e C, que representam os pontos de distâncias da linha de ação dessas forças até o
contato entre os suportes e a barra. A figura a suporte B, obtemos a ilustração a seguir.
seguir ilustra o momento em que o nadador
está em repouso sobre o trampolim, antes do
salto. Os centros de massa da barra e do nadador →
FB Nadador
HQFRQWUDPVHUHVSHFWLYDPHQWHDbPHDbPGR

VXSRUWH%HRDSRLR$HVW£DbPGHGLVW¤QFLDGH% FC
e B se encontra DbPGH&&RQVLGHUDQGRTXH
o apoio C exerce sobre o trampolim uma força de CM
LQWHQVLGDGHb1GHWHUPLQHDVLQWHQVLGDGHVGDV A B C
forças que os suportes A e B exercem sobre o ele.


PN

P
FA
1,0 m 1,5 m
Nadador 2,5 m
5,0 m

A B C

44 • • FÍSICA
G Aplicando o equilíbrio de rotação para a barra
FA : Força que o suporte A exerce sobre
o trampolim. (trampolim) e tomando o ponto B como o ponto
G de rotação, temos:
FB : Força que o suporte B exerce sobre
o trampolim. ¦ MAnti-horário = ¦ MHorário
B B

G FA · 1 + FC · 1,5 = P · 2,5 + PN · 1,5


FC : Força que o suporte C exerce sobre
o trampolim (1 600 N). FA + 1 600 · 1,5 = 800 · 2,5 + 600 · 5
G FA + 2 400 = 2 000 + 3 000
P : Força peso do trampolim (800 N).
G FA = 5 000 – 2 400 ∴ FA = 2 600 N
PN : Força peso do nadador, e que ele exerce sobre
o trampolim. Aplicando o equilíbrio de translação, temos que:

mN NJJ PV2. ¦Fy = 0


FA + P + PN = FB + FC
PN = mN · g = 60 · 10 = 600 N.
2 600 + 800 + 600 = FB + 1600 ∴ FB = 2 400 N

EM13CNT306
ATIVIDADES
9. (FAMERP – SP) O pai de uma criança 10. (MACKENZIE – SP) Uma cancela manual é
pretende pendurar, no teto do quarto de constituída de uma barra homogênea AB de
seu filho, um móbile constituído por: seis comprimento L = 2,40 m e massa M = 10,0 kg,
carrinhos de massas iguais, distribuídos em está articulada no ponto O, onde o atrito é
dois conjuntos, A e B; duas hastes rígidas de desprezível. A força F tem direção vertical e
massas desprezíveis, com marcas igualmente sentido descendente, como mostra a figura [...].
espaçadas; e fios ideais. O conjunto A já está
preso a uma das extremidades da haste
principal do móbile.

Considerando a aceleração da gravidade


g = 10,0 m/s2, a intensidade da força mínima
que se deve aplicar em A para iniciar o
movimento de subida da cancela é
a) 150 N d) 125 N
b) 175 N e) 100 N

FIS
X c) 200 N
Sabendo que o móbile será pendurado ao
teto pelo ponto P, para manter o móbile em
equilíbrio, com as hastes na horizontal, o pai da
criança deverá pendurar o conjunto B, na haste
principal, no ponto
a) 5 Para resolver a questão, vamos utilizar a condição de
equilíbrio de um corpo extenso: MA = MB
b) 1 Em MA, temos quatro carrinhos pendurados, e a Para resolver a questão, vamos tomar o ponto O como eixo de
G G
distância do ponto P é d = 2. Já em MB, temos dois articulação entre os pontos MF e MP .
X c) 4
carrinhos e precisamos descobrir a que distância d eles Aplicando a condição de equilíbrio, temos:
d) 3 precisam ser pendurados para que o móbile permaneça MF = MP ⇒ F · dA = F · dB ⇒ F · 0,4 = P · 0,8
em equilíbrio. Vamos chamar essa distância de x.
e) 2 F · d = F · d ⇒ 4 · m · g · 2 = 2 · m · g · x A distância do centro de massa até ponto O é o dobro da distância
A A B B
de onde a força F é aplicada até o ponto O. Assim, para que a barra
8=2·x⇒x= 8 ⇒x=4 permaneça em equilíbrio, a força F deve ser o dobro da força peso.
2
F = 2P ⇒ F = 2 · m · g ⇒ F = 2 · 10 · 10 ⇒ F = 200 N

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 45


11. (UFPR) Uma prancha PQ, apoiada sobre o a) as forças normais nos dois pontos de
suporte A, está em equilíbrio estático quando contato formam um ângulo de 60° entre si.
vista por um observador inercial. Ela está X b) as forças normais nos dois pontos de
sujeita à ação de forças produzidas por contato são perpendiculares entre si.
alguns agentes, conforme mostra a figura
c) a força normal sobre a escada no ponto de
a seguir. No ponto B, um objeto de massa
apoio com a parede forma um ângulo de
m = 1,0 kg é preso por um cabo inextensível
60° com a vertical.
e de massa desprezível, ficando suspenso sob
a ação gravitacional. Para manter a prancha d) a força normal sobre a escada no ponto de
em equilíbrio na posição horizontal, no apoio com a parede forma um ângulo de
ponto C age uma mola de constante de mola 30° com a vertical.
K = 60 N/m, também de massa desprezível. N2
O peso da prancha PQ pode ser desprezado em Considerando as forças sobre
comparação com as forças produzidas pelos a escada, podemos construir o
esquema ao lado.
outros agentes atuando sobre ela. Para efeitos
de cálculo, se necessário use g = 10 m/s2 para o Pela imagem, percebemos que as
N1
forças normais, da parede sobre a
valor do módulo da aceleração gravitacional no escada e do chão sobre a escada,
local, suposta constante. são perpendiculares entre si. P
60°

13. (FUVEST – SP) Em uma academia de


musculação, uma barra B, com 2,0 m de
comprimento e massa de 10 kg, está apoiada
de forma simétrica em dois suportes, S1 e
S2, separados por uma distância de 1,0 m,
como indicado na figura. Para a realização de
exercícios, vários discos, de diferentes massas
a) A mola agindo no ponto C está esticada M, podem ser colocados em encaixes, E, com
por um comprimento ΔL. Determine ΔL, seus centros a 0,10 m de cada extremidade da
supondo que a lei de Hooke seja válida barra. O primeiro disco deve ser escolhido com
nesse caso. cuidado, para não desequilibrar a barra. Dentre
Para que haja equilíbrio estático, a barra não deve sofrer rotação. Assim, o os discos disponíveis, cujas massas estão
momento da massa deve ser igual ao momento da força elástica. Usando indicadas a seguir, aquele de maior massa e que
como eixo de rotação a posição do apoio no ponto A, temos:
pode ser colocado em um dos encaixes, sem
¦ MAnti-horário = ¦ MHorário desequilibrar a barra, é o disco de:

P · d1 = Fel · d2 ⇒ m · g · d1 = K · ΔL · d2 ⇒ 1 · 10 · 3 = 60 · ΔL · 5
30 = 300 · ΔL ∴ ΔL = 0,1 m

b) O suporte em A exerce uma força de


módulo F sobre a prancha. Determine F.
Com o valor de ΔL, podemos calcular a força elástica:
Fel = K · ΔL = 60 · 0,1 ⇒ Fel = 6 N
O peso da massa é dado por:
P = m · g = 1 · 10 ⇒ P = 10 N
Para manter o equilíbrio de translação da barra, as forças que a
puxam para baixo devem ser iguais à força normal no ponto de apoio
em A. Portanto, temos que: a) 5 kg d) 20 kg
NA = P + Fel ⇒ NA =10 + 6 ∴ NA = 16 N
X b) 10 kg e) 25 kg
12. (UECE) Uma escada, em equilíbrio estático, c) 15 kg
é apoiada em uma parede vertical e repousa
formando um ângulo de 60° com uma calçada dades
horizontal. Sobre as forças de contato atuando Ag p de fazer as ativi
gora, você po
quista En em.
na escada, é correto afirmar que: 22 a 29 da seçção Conq

46 • • FÍSICA
EM13CNT306, EM13CNT303

FIQUE POR DENTRO

Trabalho e segurança
Os guindastes são equipamentos robustos
e com alta capacidade para transportar
cargas pesadas. São utilizados para içamento
(levantamento) e movimentação de peças ou
estruturas a alturas e distâncias elevadas. Operar
esses equipamentos requer planejamento apurado,

ckk
dimensionamento criterioso, estrita obediência às

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normas e regulamentações existentes, bem como

Un
ck/ to
o envolvimento de profissionais qualificados.

ers t
hut
©S
[...] o planejamento da 2. Pessoas – Elas estão aptas a • Riscos e medidas de prevenção
movimentação de guindastes deve operar os equipamentos? A na operação de guindaste
focar três pontos prioritariamente: experiência dos colaboradores • Técnica de amarração de cargas
está de acordo com o nível de
1. Equipamentos – Os • Estudo do manual do fabricante
dificuldade da operação? As
equipamentos têm capacidade
pessoas são certificadas? • Estudo sobre as tabelas de cargas
adequada para a operação? Eles
estão em condições seguras de 3. Procedimentos – Eles estão • Estudo da influência do vento na
operação, foram inspecionados bem definidos e cobrem operação de guindaste com carga
e testados? Existe um todos os pontos da operação?
Os colaboradores têm • Sinalização manual e via rádio
responsável técnico legalmente
habilitado? conhecimento e aplicam esses • Interpretação do plano de
procedimentos? rigging
[...] • Prática operacional com
Além do planejamento, uma operações de movimentação do
operação segura de movimentação transportador e operações de
de cargas não pode prescindir de içamento de carga.
profissionais com aptidão, saúde A operação de guindastes
avaliada através de exames médicos quase sempre envolve uma

FIS
conforme programa de controle equipe composta por um
médico de saúde ocupacional supervisor de movimentação de
(PCMSO), capacitado em curso cargas, um operador para cada
ministrado por profissionais com equipamento e auxiliares de
proficiência no assunto. [...] tal movimentação de cargas (sinaleiros
formação deve englobar, no mínimo: amarradores). Todos eles devem
©Shutterstock/Billion Photos

• Conhecimento da máquina e ter pleno conhecimento de suas


suas inovações tecnológicas responsabilidades e atribuições.
Além disso, sempre deve haver um
único líder, pré-definido, que será o
responsável pela operação.
NAKAMURA, Juliana. Saiba como garantir a segurança na operação de guindastes. Disponível em:
https://www.aecweb.com.br/revista/materias/saiba-como-garantir-a-seguranca-na-operacao-de-
guindastes/16935. Acesso em: 4 maio 2021.
6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 47
Associação Brasileira de Normas Técnicas
As principais normas técnicas brasileiras que abordam a montagem
e a operação de guindastes são: ABNT NBR 16463-1: guindastes; ABNT
1%5JXLQGDVWHVȡJXLQGDVWHDUWLFXODGRKLGU£XOLFRȡUHTXLVLWRV;
ABNT NBR ISO 2408: cabos de aço para uso geral – requisitos mínimos;
e ABNT NBR ISO 4309: equipamentos de movimentação de carga –
cabos de aço – cuidados, manutenção, instalação, inspeção e descarte.

Alavanca
Alavanca é todo objeto utilizado para multiplicar o efeito de uma
força por meio do momento de força. Normalmente esse dispositivo é
constituído por uma barra que pode girar em torno de um eixo, uma
força que provoca rotação e outra força que se opõe à rotação. Observe
a imagem a seguir e a descrição subsequente de cada um dos itens
nela indicados.
FP

PF

FR
G
FP : Força potente, exercida pelo operador da alavanca. Essa é a
força aplicada com o objetivo de levantar, sustentar e equilibrar.
G
FR : Força resistente, exercida pelo objeto a ser levantado,
sustentado e equilibrado.
PF: Ponto fixo, em torno do qual a alavanca pode girar. Na
ilustração anterior, o apoio em torno do qual a barra pode girar é
chamado de cunha, cutelo, fulcro ou, simplesmente, ponto de apoio.
Em geral, uma alavanca é usada para que o operador faça um
esforço menor do que faria caso tentasse levantar ou sustentar
determinado objeto diretamente. Isso significa que utilizar uma
alavanca pode trazer certa vantagem, a qual é expressa por meio de
uma relação chamada de vantagem mecânica VM. Para calcular essa
vantagem, basta dividir o módulo da força resistente pelo módulo da
força potente. Assim:

VM: Vantagem mecânica

FR FR: Força resistente em N (SI)


VM =
FP
FP: Força potente em N (SI)

Nessa equação, VM mostra quantas vezes a força de resistência é


maior que a força de potência. Por exemplo, caso certa alavanca permita
que o operador sustente com determinada força um objeto de peso
quatro vezes maior, dizemos que o sistema oferece uma vantagem
mecânica de quatro vezes ou, simplesmente, VMb b

48 • • FÍSICA
Tipos de alavanca 2 Aprofundamento do conteúdo. Agora, veja alguns exemplos
de aplicações práticas de alavancas
As alavancas são classificadas em três tipos:
do cotidiano. Tente identificar
©Shutterstock/Zenobillis

interfixa, interpotente e inter-resistente.


que tipo de alavanca (interfixa,
Interfixa: é aquela em que o ponto fixo está em interpotente e inter-resistente)
alguma posição entre a força potente e a força resistente. cada ferramenta representa.
EM13CNT301

a
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Kav
©Shutterstock/Apisit Hrpp
©Shutterstock/Fotokolia

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a
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Interpotente: é aquela em que a força potente
está em alguma posição entre o ponto fixo e a força
resistente.

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©Shutterstock/Kaew Liver

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Inter-resistente: é aquela em que a força
resistente está em alguma posição entre o ponto
fixo e a força potente.

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©Shutterstock/Steve

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hu

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©Shutterstock/Allstars

Para entender como atuam as forças nos


exemplos de alavancas mostrados, observe as
va

ilustrações a seguir, de uma pinça (interpotente)


o
rat

na
nd

Ele
Ko

e de um alicate (interfixa), respectivamente.

ova
ina

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©Shutterstock/Can Desing

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M
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©S

©Shutterstock/StrDr stock


FP

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 49


Observe a imagem ao lado, em que uma

©Shutterstock/Grandpa
barra e um pedaço de madeira são utilizados
para mover uma pedra pesada.
Que tipo de alavanca está sendo
utilizada? A pedra seria removida com mais
facilidade se a madeira estivesse mais
próxima ou mais afastada dela?
3 Comentário da questão.

EXEMPLOS RESOLVIDOS

A ilustração a seguir representa a mão de uma G


FR – força resistente, representada pelas
pessoa segurando uma esfera de material bastante forças peso do conjunto antebraço e esfera;
denso. G
FU – força de contato, aplicada pelo úmero,
©Shutterstock/FisBioFacil

Úmero sobre o antebraço. É onde se situa o ponto fixo


Bíceps
ou ponto contido no eixo de rotação, em torno do
qual o antebraço pode girar;
→ A – representa o ponto de aplicação de FU, da
FP articulação.
Esse sistema ilustra um exemplo de alavanca.
Que tipo de alavanca ele representa?

A RESPOSTA
O exemplo ilustra uma alavanca interpotente.

FU Suponha que FU esteja aplicada sobre o ponto
de rotação A e que as linhas de ação de FP e FR
HVWHMDPUHVSHFWLYDPHQWHDbFPHbFPGRHL[RGH
→ rotação. Considere também que o antebraço precise
FR VXSRUWDUXPDIRU©DGHUHVLVW¬QFLDLJXDODb11HVVH
sentido, determine a força potente necessária para
De acordo com a situação ilustrada, o bíceps sustentar o antebraço na horizontal.
(músculo) tenta sustentar o antebraço, sendo ele
o responsável pelo surgimento da força potente RESPOSTA
sobre o antebraço. Por outro lado, o peso do Simplificadamente, podemos entender que o
conjunto antebraço e esfera, é responsável pela antebraço é uma barra e que as forças mostradas
força resistente. na ilustração são aplicadas sobre ela, com A sendo
Então, simplificadamente, temos: o ponto em torno do qual essa barra rotaciona.
G
FP – força potente, aplicada pelo bíceps sobre
o antebraço;

50 • • FÍSICA
Sendo assim, podemos esquematizar essa Como a linha de força de FU passa pelo ponto
situação da seguinte maneira: de rotação A, o momento de FU é nulo.
Então, aplicando o equilíbrio de rotação para a

FP barra, temos:


A
¦ MAnti-horário = ¦ MHorário
A A

FU dP →
FR
FP · dP = FR · dR
dR
FPy y
1HVVHHVTXHPDGPb bbFPHGRb bbFP
representam, respectivamente, as distâncias das FP · 3 = 1 800 ∴ FP 1
linhas de ação de FP e de FR até o ponto A.

EM13CNT301, EM13CNT307
ATIVIDADES
14. (ACAFE – SC) Para cortar galhos de árvores a) Como é classificada essa alavanca,
um jardineiro usa uma tesoura de podar, como interfixa, interpotente ou inter-resistente?
mostra a figura 1. Porém, alguns galhos ficam Por quê?
na copa das árvores e como ele não queria subir
nas mesmas, resolveu improvisar, acoplando à
tesoura cabos maiores, conforme figura 2.
O torque ou tesoura, terá
momento que fazer uma
linear é força menor
determinado para produzir
pela o mesmo
expressão torque que É uma alavanca interfixa, pois o ponto fixo está localizado entre a
MF = F · d. produziria
Logo, como utilizando a força potente e a resistente.
o jardineiro tesoura sem
aumentou os esses braços. b) Onde está o ponto fixo?
braços da
No ponto C.
Assim, assinale a alternativa correta que
completa as lacunas da frase a seguir. c) Qual é a força resistente?
Utilizando a tesoura da __________ o rapaz teria O peso do objeto.
que fazer uma força __________ a força aplicada
na tesoura da __________ para produzir o mesmo d) Qual é a força potente?

FIS
torque. A força F.
X a) figura 2 – menor do que – figura 1
b) figura 2 – maior do que – figura 1 e) Considerando que a massa do objeto
c) figura 1 – menor do que – figura 2 apoiado na extremidade esquerda seja
d) figura 1 – igual – figura 2 de 100 kg, determine o módulo da força
F para que o conjunto permaneça em
15. Para sustentar um pesado objeto, uma pessoa
equilíbrio.
utiliza uma alavanca constituída por uma
barra de peso desprezível apoiada sobre um ¦ MAnti-horário = ¦ MHorário
fulcro, conforme indica a figura a seguir. Com
A A

base nesse esquema, responda às questões F · 0,8 = PO · 0,2 ⇒ F ∙ 0,8 = mO · g · 0,2 ⇒ F ∙ 0,8 = 100 ∙ 10 ∙ 0,2
propostas e, quando necessário, para a F ∙ 0,8 = 200 ∴ F = 250 N
aceleração da gravidade, adote 10 m/s2.

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 51


16. (ACAFE – SC) Pedro foi com a namorada em um Sendo o módulo do peso P = 50 N e o módulo
restaurante para comer sushi. Entretanto, não do peso do antebraço Pa = 20 N, qual é o
sabia utilizar os palitos tradicionais para pegar módulo da força FB? Em relação ao eixo de rotação, para o
equilíbrio de rotação, temos que:
o alimento. O garçom, então, forneceu palitos a) 70 N
alternativos, presos em uma das extremidades ¦ MAnti-horário = ¦ MHorário
b) 370 N
(A), assim podia utilizá-los, como mostra a
A A

figura abaixo. c) 450 N FB · 4 = Pa · 16 + P · 36


d) 460 N FB · 4 = 20 · 16 + 50 · 36
X e) 530 N FB · 4 = 320 + 1 800
FB · 4 = 2 120 ∴ FB = 530 N

18. A ilustração a seguir, representando o pé


de um adulto de porte médio, mostra as
forças aplicadas sobre a estrutura óssea
que o compõe. O sistema de forças pode ser
comparado a uma alavanca. Nesse caso, trata-
-se de uma alavanca do tipo inter-resistente,
em que a força resistente (FR) está localizada
entre o ponto fixo e a força potente. Suponha
que a força potente exercida pelo tendão
sobre o calcanhar tenha uma intensidade
de 30 N. Sendo assim, estime a intensidade
Com base no exposto, assinale a alternativa que
aproximada de FR para um adulto de porte
completa, corretamente, as lacunas da frase
médio. Considere que bR corresponde a 70% da
a seguir. O conjunto de palitos dado a Pedro
medida de bP.
funciona como uma alavanca ___________, dessa
forma, a força aplicada __________ é maior que a

©Shutterstock/FisBioFacil
força aplicada ___________.
X a) interpotente – por Pedro nos palitos –
pelos palitos no sushi
b) inter-resistente – por Pedro nos palitos – →
FP
pelos palitos no sushi
→ →
c) interpotente – pelos palitos no sushi – por FrC FR
Pedro nos palitos
d) inter-resistente – pelos palitos no sushi –
por Pedro nos palitos F bR

17. (UFRGS – RS) A figura abaixo representa bP


esquematicamente, o braço e o antebraço de Considerando o pé de um adulto de porte médio, podemos estimar
uma pessoa que está sustentando um peso P. que a distância bp ≅ 18 cm.
O antebraço forma um ângulo de 90° com o Portanto, podemos calcular bR da seguinte maneira:
braço. FB é a força exercida pelo bíceps sobre bR = 0,7 · bP
o antebraço, e FC é a força na articulação do bR ≅ 12,6 cm
cotovelo. Considerando o equilíbrio de rotação em relação ao apoio P, temos que:

¦ MAnti-horário = ¦ MHorário
A A

FP · bP = FR · bR ⇒ 30 · 18 = FR · 12,6 ⇒ 540 = FR · 12,6 ∴ FR ≅ 43 N

dades
p de fazer as ativi
gora, você po
Ag
quista En em.
30 a 34 da seçção Conq

52 • • FÍSICA
que g = 10 m/s2, que cos 60° = sen 30° = 0,5 e
CONQUISTA ENEM considerando as informações da figura, pode-se
TEMA afirmar que a frequência fundamental de ondas
QUENTE estacionárias no trecho AB da corda é
19. ENEM Slackline é um esporte no qual o atleta a) 56 Hz c) 35 Hz e) 40 Hz
deve se equilibrar e executar manobras X b) 50 Hz d) 48 Hz
estando sobre uma fita esticada. Para a prática
do esporte, as duas extremidades da fita 21. (ACAFE – SC) A tecnologia tem ajudado
são fixadas de forma que ela fique a alguns na realização de nossas atividades diárias
centímetros do solo. Quando uma atleta dando-nos objetos que dão mais praticidade e
de massa igual a 80 kg está exatamente no conforto. A cadeira é um desses objetos. Hoje
meio da fita, essa se desloca verticalmente, há cadeiras construídas com vários materiais
formando um ângulo de 10° com a horizontal, e objetivos, e que apresentam mais tecnologia
como esquematizado na figura. Sabe-se que a incorporada que antigamente. Recentemente,
aceleração da gravidade é igual a 10 m · s–2, apareceu no mercado a cadeira gamer para
cos (10°) = 0,98 e sen (10°) = 0,17. quem deseja ficar muito tempo sentado,
jogando vídeo game ou estudando. As figuras 1,
2, 3 e 4 mostram uma pessoa sentada e imóvel
em uma cadeira gamer, em quatro posições
distintas e com os pés sem tocar no chão.

Qual é a força que a fita exerce em cada uma


das árvores por causa da presença da atleta?
a) 4,0 · 102 N 3
X d) 2,4 · 10 N
2
b) 4,1 · 10 N e) 4,7 · 103 N
c) 8,0 · 102 N

20. (FAC. ALBERT EINSTEIN – SP) Um bloco


de massa m = 4 kg é mantido em repouso, Com base no exposto, analise as afirmativas a
preso a uma corda de densidade linear de seguir.
massa μ = 4 · 10–3 kg/m, que tem sua outra l. A força total aplicada pela pessoa sobre a
extremidade fixa no ponto A de uma parede cadeira é maior na figura 1 que na figura 4.
vertical. Essa corda passa por uma roldana ideal ll. Se considerarmos o centro de massa da pessoa
presa em uma barra fixa na parede, formando sempre na mesma posição em relação ao

FIS
um ângulo de 60° com a barra. Considere que assento, a pressão de um dos pés da cadeira
um diapasão seja colocado para vibrar próximo sobre o solo é a mesma, nas quatro figuras.
desse sistema e que ondas estacionárias se
lll. Se a área de contato da pessoa com o encosto
estabeleçam no trecho AB da corda.
da cadeira não se alterar nas quatro figuras,
Sabendo que a então a pressão sobre o encosto da cadeira é
velocidade de a mesma nas quatro figuras.
propagação de uma lV. A força aplicada por um dos pés da cadeira
onda por uma corda sobre o solo depende somente do peso da
de densidade linear de pessoa.
massa μ, submetida a V. Nas quatro figuras a força resultante sobre
a cadeira é nula.
uma força de tração T,
A opção contendo apenas afirmações corretas é:
T
é dada por v = , a) I – III – IV c) III – IV
P X b) II – V d) I – II – III

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 53


22. (UNIOESTE – PR) Um semáforo, em equilíbrio 24. (UECE) Uma chaminé de 30 m de altura pende,
estático, está instalado em uma via urbana, e sem se quebrar, até uma inclinação de 30° com
é sustentado por uma a vertical. Considere a aceleração da gravidade
haste horizontal fixa em como 10 m/s2 e o diâmetro da chaminé muito
um poste vertical e por menor que sua altura. Suponha que nessa
um cabo com inclinação configuração haja uma força vertical de 1 N
de 30° conforme a puxando rumo ao solo a ponta da chaminé.
figura [...]. Em relação Nesta situação, o torque exercido por essa força
à distribuição e no topo da chaminé vale, em N · m:
intensidade das forças
que atuam no ponto X, é a) 150 c) 300 2
correto afirmar: b) 50 2 X d) 15

a) o semáforo é mantido em equilíbrio devido à 25. (UDESC) Ao se fechar uma porta, aplica-se uma
atuação exclusiva de duas forças no ponto X: força na maçaneta para ela rotacionar em torno
uma força vertical representada pelo vetor de um eixo fixo onde estão as dobradiças.
força peso do semáforo e outra de tração Com relação ao movimento dessa porta, analise
orientada ao longo do cabo. as proposições.
b) a força peso e a componente vertical da I. Quanto maior a distância perpendicular
força de tração orientada ao longo do cabo entre a maçaneta e as dobradiças, menos
formam um par ação/reação conforme a efetivo é o torque da força.
terceira lei de Newton.
II. A unidade do torque da força no Sl é o N · m,
c) para o sistema da figura, o aumento do
podendo também ser medida em Joule (J).
ângulo entre o cabo e a haste horizontal
de 30° para 40° gera acréscimo na III. O torque da força depende da distância
intensidade da componente vertical perpendicular entre a maçaneta e as
da força de tração com o consequente dobradiças.
aumento na força peso do semáforo. IV. Qualquer que seja a direção da força, o seu
d) em relação a um eixo horizontal paralelo à torque será não nulo, consequentemente a
haste e que passa pelo ponto X, o somatório porta rotacionará sempre.
das forças é diferente de zero, pois atua
somente a componente horizontal da Assinale a alternativa correta.
força de tração responsável por manter o a) Somente a afirmativa II é verdadeira.
semáforo fixo à haste horizontal. b) Somente as afirmativas I e II são
X e) no sistema mostrado na figura, as verdadeiras.
componentes das forças que atuam em c) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
relação a um eixo horizontal que passa
pelo ponto X têm soma igual a zero, assim X d) Somente a afirmativa III é verdadeira.
como as componentes das forças que e) Somente as afirmativas II e III são
atuam em relação a um eixo vertical que verdadeiras.
passa pelo ponto X.
26. ENEM O mecanismo que
23. ENEM A figura mostra uma balança de braços permite articular uma TEMA
iguais, em equilíbrio, na Terra, onde foi porta (de um móvel ou QUENTE
colocada uma massa m, e a indicação de uma de acesso) é a dobradiça.
balança de força na Lua, onde a aceleração da Normalmente, são necessárias duas ou mais
gravidade é igual a 1,6 m/s2, sobre a qual foi
colocada uma massa M. dobradiças para que a porta seja fixada no móvel
ou no portal, permanecendo em equilíbrio e
podendo ser articulada com facilidade.
No plano, o diagrama vetorial das forças que as
dobradiças exercem na porta está representado em
a) b)
A razão das massas M/m é
a) 4,0 c) 0,4 e) 0,25
X b) 2,5 d) 1,0

54 • • FÍSICA
c) e) Nessa situação, qual foi a massa da barra obtida
pelos alunos?

X d)

a) 3,00 kg d) 6,00 kg
27. (UEL – PR) Um pedreiro precisa transportar
b) 3,75 kg X e) 15,00 kg
material para o primeiro piso de uma construção.
Para realizar essa tarefa, ele utiliza um sistema do c) 5,00 kg
tipo elevador mostrado na figura a seguir. 29. (UPE) O BMX, também conhecido como
bicicross, é o caçula do ciclismo. A origem
da modalidade data das décadas de 1960
e 1970, época em que as vertentes mais
tradicionais do esporte — estrada e pista —
já faziam parte dos Jogos Olímpicos. O BMX
surgiu graças à admiração de jovens norte-
-americanos pelo motocross. A vontade de
imitar as manobras dos ídolos, aliada à falta de
equipamento, fez bicicletas serem utilizadas
em pistas de terra. Nasceu, então, o Bicycle
Moto Cross, ou simplesmente BMX. O BMX
fez sua primeira aparição olímpica nos Jogos
Olímpicos de Pequim 2008, com disputas
tanto no masculino quanto no feminino. No
O peso máximo que pode ser levantado pelo Rio de Janeiro-2016, foi a terceira vez em que
sistema é limitado pelo peso do pedreiro e não o BMX distribuiu medalhas em uma edição
pelo suporte ou pela corda. O pedreiro pesa 800 N. dos jogos.
A partir dessas informações, responda aos itens Fonte: http://tecnologia.hsw.uol.com.br/fibras-opticas5.htm, acessado
a seguir. em: 14 de julho de 2016. (Adaptado).

a) Construa um diagrama de forças para Na montagem de uma estrutura de uma pista


o sistema e, considerando g = 10 m/s2 de BMX, uma barra de comprimento 2R e peso
calcule o peso máximo que poderia ser P está em equilíbrio, dentro de uma superfície
levantado pelo pedreiro. semiesférica de raio R, conforme mostra a
Pmáx = 1 600 N figura a seguir. Considerando-se que não há
b) Considerando o elevador com peso atrito no ponto de apoio A, ponto mais baixo
máximo, calcule o módulo do torque no da pista, qual é o valor do coeficiente de atrito

FIS
ponto A. estático no ponto de apoio B, na condição de
M = 2 400 N · m
deslizamento iminente?
28. ENEM Em um experimento, um professor levou a) 1,7
para a sala de aula um saco de arroz, um b) 1,4
pedaço de madeira triangular e uma barra X c) 1,0
de ferro cilíndrica e homogênea. Ele propôs
que fizessem a medição da massa da barra d) 0,7
utilizando esses objetos. Para isso, os alunos e) 0,5
fizeram marcações na barra, dividindo-a em
oito partes iguais, e em seguida apoiaram-na 30. (UECE) Considere uma gangorra defeituosa,
sobre a base triangular, com o saco de arroz em que o ponto de apoio não está no centro.
pendurado em uma de suas extremidades, até É possível que, mesmo assim, haja equilíbrio
atingir a situação de equilíbrio. estático, com a gangorra na horizontal e uma
criança em cada extremidade, desde que

6. ESTÁTICA DOS SÓLIDOS • • 55


a) a soma dos torques sobre a gangorra seja Considerando todas as partes da arara
oposta à força peso das crianças. homogêneas e o módulo da aceleração da
b) o torque exercido sobre a gangorra em gravidade igual a 10 m/s2, assinale a alternativa
uma das extremidades seja igual à força correta que apresenta os módulos das forças,
peso na outra extremidade. em newtons, que a parte C aplica sobre a parte
c) as crianças tenham a mesma massa. A e B, respectivamente.
X d) a soma dos torques sobre a gangorra seja X a) 20,5 e 19,5 c) 24,5 e 15,5
nula.
b) 20,0 e 20,0 d) 29,5 e 10,5
33. (EFOMM – RJ) Uma régua escolar de
31. (MACKENZIE – SP)
massa M uniformemente distribuída com o
comprimento de 30 cm está apoiada na borda
de uma mesa, com 2/3 da régua sobre a mesa.
Um aluno decide colocar um corpo C de massa
2M sobre a régua, em um ponto da régua que
está suspenso (conforme a figura). Qual é a
distância mínima x, em cm, da borda livre da
régua a que deve ser colocado o corpo, para que
A barra homogênea, de peso desprezível, o sistema permaneça em equilíbrio?
está sob a ação de três forças de intensidades
F1 = 20 N, F2 = 40 N e F3 = 60 N. A rotação
produzida na barra em torno do ponto x é
X a) no sentido anti-horário com um momento
resultante de 1,2 · 102 N · m.
b) no sentido horário com um momento a) 1,25 c) 5,00 e) 10,0
resultante de 1,2 · 102 N · m.
b) 2,50 X d) 7,50
c) no sentido anti-horário com um momento
resultante de 1,6 · 102 N · m. 34. (EPCAR) Em feiras livres ainda é comum encontrar
d) no sentido horário com um momento balanças mecânicas, cujo funcionamento é baseado
resultante de 1,6 · 102 N · m. no equilíbrio de corpos extensos. Na figura a seguir
tem-se a representação de uma dessas balanças,
e) inexistente. constituída basicamente de uma régua metálica
32. (ACAFE – SC) Em uma loja três peças de homogênea de massa desprezível, um ponto de
roupas estão em uma arara (suporte para apoio, um prato fixo em uma extremidade da régua
pendurar roupas), conforme mostra a e um cursor que pode se movimentar desde o
figura. A arara é constituída por três partes, ponto de apoio até a outra extremidade da régua. A
duas verticais (parte A e B) e uma na distância do centro do prato ao ponto de apoio é de
horizontal (parte C), todas de mesma massa 10 cm. O cursor tem massa igual a 0,5 kg. Quando
(m = 1,00 kg). Cada peça de roupa e seu o prato está vazio, a régua fica em equilíbrio na
cabide formam um conjunto, então temos horizontal com o cursor a 4 cm do apoio.
o conjunto 1
(m = 1,00 kg)
que está 0,10 m
da parte A,
o conjunto 2
(m = 0,50 kg)
que está a 0,20 m
do conjunto 1
e o conjunto 3 Colocando 1 kg sobre o prato, a régua ficará em
(m = 1,50 kg) que equilíbrio na horizontal se o cursor estiver a
está a 0,20 m da uma distância do apoio, em cm, igual a
parte B.
a) 18 c) 22
b) 20 X d) 24

56 • • FÍSICA
DO
BR
EN
AL
IN
HA
7
PO

LHO E
NT
I LH
AD
A

OBJETIVOS DO CAPÍTULO
X Conhecer as noções de conceitos
iniciais relacionados a trabalho e
energia.
X Determinar o trabalho de forças
constantes e variáveis.
X Relacionar as diferentes modalidades
de energia com trabalho e teoremas
rs
Tou

do trabalho e de energia.
val a
/Vi ck

Compreender sobre sistemas


sto

X
r
tte

conservativos e não conservativos.


hu
©S

X Resolver situações-problema,
referentes a trabalho e energia, que
permitam uma contextualização com
o cotidiano.
7
Assim como força, energia também que compartilham a mesma

©Wikimedia
pode ser tratada como um conceito unidade de medida, que, no
intuitivo, que não tem uma definição capaz 6,«RMRXOHb - 2QRPHGHVVD
de reunir todas as características de suas várias unidade é uma homenagem a
modalidades nas diversas teorias em que é utilizada. -DPHV3UHVFRWW-RXOH 
Apesar das dificuldades de definir essa grandeza  ȡLQGXVWULDOLQJO¬V
de uma maneira única, na Mecânica, é relativamente que desenvolvia atividades
simples determinar em que situações um corpo científicas.
ou uma partícula tem energia, pois isso ocorre em
apenas dois casos: Trabalho é o resultado -DPHV3UHVFRWW-RXOH
• quando esse corpo ou essa partícula está em de uma construção teórica
movimento; desenvolvida para calcular quanta energia uma força
• quando esse corpo ou essa partícula, colocado(a) aplicada em um corpo fornece a ele ou retira dele. Em
em certa posição, tem possibilidade de iniciar Física, o que conhecemos atualmente a respeito de
movimento espontaneamente. trabalho foi teorizado por diversos cientistas ao longo
de séculos.
Mesmo que a pessoa não tenha noção ou
O veículo, por estar em
conheça a definição de trabalho para a Física, ela
movimento, tem uma
quantidade específica já aplica essa grandeza em seu cotidiano. Para
de energia. A bola, que as tarefas na agricultura,
está na mão da pessoa, por exemplo, o uso de
apesar de estar em
repouso, ferramentas manuais ou
motorizadas, permite a
realização de trabalho.
©Shutterstock/Fujji

também apresenta
certa quantidade de ©Shutterstock/Everett Collection

energia, pois tem


v
po

a possibilidade de
po
/Ss

entrar em movimento
ock
rst

espontaneamente a
tte
hu

qualquer instante (basta ser


©Shutterstock/Efks

©S

solta, para que isso ocorra).


Na agricultura familiar, pode-se preparar a terra utilizando-se
um arado manual, que exige força animal e humana. Nesse caso,
tanto a força aplicada pelo ser humano quanto pelo animal
sobre a ferramenta realizam trabalho.

TRABALHO DE UMA FORÇA


©Shutterstock/Pavlo Baliukh

Por causa de costumes que adquirimos na Na agricultura moderna, o trabalho de preparo da terra e
o plantio são realizados por meio da aplicação de forças,
linguagem do dia a dia, é comum cometermos com o auxílio de equipamentos modernos.
alguns equívocos quando tratamos de assuntos
que exigem rigor científico. Um exemplo de erro
comum é dizer que um corpo, uma partícula ou
uma substância realizou determinado trabalho.
Cientificamente, trabalho é atributo de uma força.
Assim, um corpo pode estar sob ação de uma força, e
ela é que pode ser capaz de realizar trabalho.
Trabalho e energia são grandezas distintas,
mas mantêm uma íntima relação entre si, tanto

58 • • FÍSICA
Trabalho de uma força constante
Suponha uma situação corriqueira no dia a dia Considerando que F é a intensidade da força
de qualquer pessoa: uma caixa em repouso sobre constante aplicada sobre a caixa, Δs é o módulo do
o solo plano e horizontal deve ser colocada em deslocamento sofrido pelo corpo e α representa
G
movimento e se deslocar durante algum tempo. Com o ângulo formado entre os vetores força ( F ) e
G
esse
G intuito, aplica-se sobre esse objeto uma força deslocamento ( 's ), podemos concluir que o trabalho
F constante, cuja direção forma determinado ângulo (τF) realizado por uma força constante é obtido pela
G
em relação à direção do deslocamento 's sofrido seguinte equação:
pela caixa, conforme mostra a figura a seguir.

F τF: Trabalho em J (SI)
F: Força em N (SI)
τF = F · Δs · cos α Δs: Deslocamento em m (SI)
α cos α: Cosseno do ângulo α

Δs
A determinação do trabalho de uma força
constante depende do cosseno do ângulo formado
entre essa força e o deslocamento realizado pelo
corpo no qual ela está aplicada. Dessa forma, é
Sempre que um corpo está se movimentando possível fazer uma análise trigonométrica da
ou tem possibilidade de entrar em movimento equação do trabalho de uma força constante.
espontaneamente, ele apresenta certa quantidade
de energia. Isso significa que a caixa, inicialmente Como trabalho é uma grandeza escalar, mas
parada, não continha energia relacionada ao força e deslocamento são vetoriais, essas duas
movimento. No entanto, após a aplicação da força grandezas físicas, envolvidas na equação usada para
G
F , como ela adquiriu movimento, é possível concluir calcular o trabalho de uma força constante, devem
que passou a ter essa energia. Mas como ocorreu a ser usadas em módulo. Assim, o trabalho de uma
transferência de energia para essa caixa? força sempre apresenta o mesmo sinal do cosseno
do ângulo formado entre a força e o deslocamento
Quando uma pessoa aplica uma força sobre FRVbα). Acompanhe, a seguir, os casos possíveis.
a caixa, a energia acumulada bioquimicamente
na musculatura dessa pessoa é despendida e • 6HrbɆbαbbrFRVα é positivo. Nesse caso,
transferida ao objeto empurrado. Fisicamente, a o trabalho também tem sinal positivo (τFb!b 
força que é aplicada sobre a caixa fornece energia
a ela, realizando o trabalho que provoca o seu
deslocamento.
Pensando nessa situação, podemos levantar
a seguinte questão: se uma força for aplicada
FIS
por alguém contra uma parede, tentando, sem
êxito, movimentá-la, estará fornecendo energia Isso ocorre quando ao menos parte da força que
a essa parede? Nesse caso, novamente, a energia realiza o trabalho é favorável ao deslocamento do
acumulada nos músculos é usada para contraí-los corpo. Nesse caso, dizemos que essa força fornece
ou distendê-los com a intenção de movimentar a energia ao corpo, ajuda ou provoca o seu movimento
parede sobre a qual a força foi aplicada. Nesse caso, e realiza um trabalho denominado motor.
como o corpo empurrado não adquire movimento, a
força exercida não realiza trabalho. Assim, a parede
não recebe nada da energia despendida, pois a
energia química antes armazenada na musculatura
transforma-se, por exemplo, em energia térmica.
Um dos objetivos da alimentação é a reposição energética para
o organismo por meio dos nutrientes ingeridos. No processo de
um esforço físico, ocorre transformação de energia química em
mecânica ou térmica.
7. TRABALHO E ENERGIA • • 59
• 6HrbbαbɆbrFRVα é negativo. Nesse caso, Se calcularmos a área do retângulo presente no
o trabalho também tem sinal negativo (τFbb  gráfico do módulo da força pelo eixo que representa
os espaços ocupados pelo corpo, chegaremos ao
seguinte resultado:
Área = F · Δs
Como o que está sendo representado no
Isso ocorre quando ao menos parte da força diagrama é a componente de uma força na direção
que realiza o trabalho é contrária ao deslocamento do deslocamento, o cosseno ângulo entre F e Δs vale
do corpo. Nesse caso, dizemos que essa força retira um. Assim, ao calcular o trabalho dessa força, temos:
energia do corpo, atrapalha o seu movimento e τF = F · Δs · cos α = F · Δs
realiza um trabalho denominado resistente.
1 Encaminhamento do conteúdo. Comparando os resultados do trabalho da força
• Se αb brFRVα é nulo. Nesse caso, o trabalho e da área do diagrama, podemos concluir que:
também vale zero (τFb b 

N
τF Área

Assim, para determinar o trabalho de uma


força variável, basta calcular a área formada no
Confirmando o raciocínio matemático anterior, gráfico da componente dessa força na direção do
devemos nos lembrar de que forças perpendiculares à deslocamento pelo eixo que representa o espaço.
velocidade de um corpo não realizam trabalho. Nesse 2 Encaminhamento do conteúdo.
caso, dizemos que essa força não está fornecendo
nem retirando energia do corpo, que não ajuda nem
atrapalha o seu movimento e que o trabalho é nulo.

Trabalho de uma força variável


A equação τFb b)b·bΔVb·bFRVbα é válida apenas
para determinar o trabalho realizado por forças
constantes. No entanto, na maioria das situações
práticas, as forças que atuam sobre um corpo
apresentam valor variável ao longo do seu
movimento. Em situações assim, como podemos
Mesmo que a força aplicada em um corpo tenha
calcular o trabalho dessas forças?
intensidade variável, é possível calcular o trabalho
Para responder a essa pergunta, imagine a por ela realizado pelo método gráfico. Para isso,
situação em que uma força ainda de módulo constante somamos todas as áreas acima do eixo dos espaços
é aplicada sobre um corpo qualquer. A seguir, podemos e subtraímos todas as áreas abaixo desse eixo.
observar o diagrama do módulo da componente dessa
Para o diagrama apresentado anteriormente,
força na direção do movimento descrito em função do
determinamos o trabalho realizado pela força da
deslocamento do corpo.
seguinte maneira:
N
τF Aȡ$2

60 • • FÍSICA
Trabalho da resultante das forças No caso apresentado na ilustração, verticalmente,
a resultante é nula e, por esse motivo, o corpo se
A resultante das forças é o resultado da soma vetorial desloca apenas na horizontal.
de todas as forças que agem sobre um corpo. Outra Portanto, para descobrir o trabalho da
maneira de defini-la é dizer que ela é a força fictícia que, resultante, basta apenas aplicarmos a equação
se agisse sobre um corpo, causaria o mesmo efeito das do trabalho de uma força constante (τFb b)b·bΔs).
forças que verdadeiramente atuam sobre ele. Desenvolvendo esse cálculo, chegamos a uma
conclusão interessante: o trabalho da resultante
A figura a seguir mostra um exemplo em que um das forças coincide com a soma algébrica dos
objeto se desloca sob a ação de diversas forças. trabalhos individuais de cada uma das forças que
efetivamente atuam sobre o corpo que sofre o
N deslocamento. Observe os cálculos a seguir, que
F comprovam isso:

Ds
WFR = FR · Δs ⇒ WFR = (F · cos αȡ)A) · Δs
a
FA WFR = F · Δs · cos αȡ)A · Δs
WFR = F · Δs · cos αȡ)A · ΔVyFRVr
WFR = WF + WFA
P
Como os trabalhos das forças peso e normal
Quando precisamos descobrir o valor do são nulos, pois essas forças são perpendiculares
trabalho da resultante das forças que atuam sobre ao deslocamento do corpo, nada modifica se a
um objeto, podemos fazer isso determinando, expressão matemática anterior for escrita assim:
primeiramente, qual o módulo dessa resultante. WFR = WF + WFA + WP + WN

ATIVIDADES Como a força de reação da escada apresenta direção radial, ela é


perpendicular ao vetor deslocamento (tangente ao círculo) em todos os
pontos do arco. Logo, o trabalho realizado por ela é nulo, pois cos 90° = 0.
1. (UECE) Considere um sistema massa mola 2. (UECE) Uma pessoa, ao realizar um serviço na
cuja massa pode se deslocar horizontalmente fachada de uma casa, fica apoiada pelos dois pés
sobre uma mesa também horizontal e com no topo de uma escada. Suponha que a escada
atrito. Assuma que a mola esteja inicialmente perde o equilíbrio e tomba para trás, sem deslizar
comprimida. No início da observação do o ponto de apoio com o solo. Suponha também
sistema a massa está em repouso e passa a se que a escada é indeformável, e que a trajetória
deslocar sob a ação da mola. Imediatamente do ponto de contato da pessoa com a escada
antes de se deslocar, a massa sofre ação da seja um arco de círculo. Considere que a escada
força de atrito estática até iniciar o movimento, exerce sobre o usuário uma força de reação que
depois passa a sofrer ação da força de atrito tem direção radial nesse arco de círculo. Sobre o
dinâmica até que a massa pare. Note que o trabalho realizado pela força de reação da escada

FIS
sistema perde energia na forma de calor e sobre os pés do usuário durante a queda,
que a força de atrito estática, na iminência do é correto afirmar que
deslizamento, é maior que a dinâmica. X a) é nulo pois a força de reação é
Assim, é correto afirmar que, em módulo, o perpendicular ao deslocamento.
trabalho realizado pela força de atrito estático é b) é dado pelo produto da força de reação
X a) zero. pelo comprimento do arco de círculo da
b) maior que o realizado pela força de atrito trajetória.
dinâmica. c) é dado pelo produto da força peso do
c) menor que o realizado pela força de atrito usuário pelo comprimento do arco de
dinâmica. círculo da trajetória.
d) igual ao realizado pela força de atrito d) é nulo pois a força peso é constante.
dinâmica. Odotrabalho de uma força depende da força,
deslocamento escalar e do cosseno ativ
p de fazer a at vidade
ivi
do ângulo formado entre os vetores força e deslocamento. Na situação gora, você po
Ag
quista Enem .
exposta, a força de atrito estático atua sobre um corpo em repouso. Sendo
24 da seç ão Conq
ção
assim, o deslocamento escalar é nulo e, portanto, o trabalho dessa força
também é nulo.
7. TRABALHO E ENERGIA • • 61
ENERGIA
A energia está presente no Universo de diversas formas. Temos, por
exemplo, a energia mecânica, a elétrica, a nuclear e a térmica, entre
outras modalidades.
©Shutterstock/Milkovasa

©Shutterstock/Plukaaom
A modalidade de energia
©Shutterstock/Vlastas

©Shutterstock/Industryviews
estudada neste capítulo será
a energia mecânica. Ela está
presente em diversas situações do
dia a dia. Suas aplicações, assim
como sua relação com o cotidiano,
são importantes para entendermos
seu conceito e seu significado.

EEMOÇÕES EM PAUTA
EM13CNT101, EM13CNT304,
problemas que contribuem para a redução desse
ENERGIA E CONSCIÊNCIA EM13CNT305, EM13CNT309,
EM13CNT310 importante recurso. E isso já não é mais apenas
uma preocupação de ambientalistas e técnicos
A crise de energia no mundo sempre gera
alarmistas, mas um problema reconhecido pelas
muitas discussões. Portanto, é válido destacar que os
autoridades da maioria dos países.
recursos energéticos são disputados por interesses
estatais desde a Primeira Revolução Industrial. Nesse 1R%UDVLOPDLVGHGDHQHUJLD«
sentido, a expansão da demanda energética mundial produzida nas hidrelétricas, que dependem de
provocou mudanças climáticas, impactos ambientais água em níveis adequados em seus reservatórios
e a escassez de recursos em diversos países. para gerar energia. Infelizmente, a ausência
de chuvas que vem ocorrendo recentemente,
©Shutterstock/Lassedesignen

uma das mais graves das últimas décadas,


está prejudicando a oferta de energia. Por isso,
os consumidores devem se conscientizar da
necessidade de reduzir o consumo de energia.

O período de escassez de chuvas


tem deixado os níveis de água
em rios e, consequentemente, em
hidrelétricas bem abaixo do ideal
para um abastecimento regular.

O principal recurso natural que vem sendo


comprometido ao longo de décadas é a água.
A crise energética evidenciou um problema que
Shutterstock/Maila Facchini

até então era encarado com certa indiferença pelo


poder público em todos os níveis: a iminente crise
de água, resultado da superexploração e da falta
de preocupação ambiental. Má distribuição da
água, desmatamento e desperdício são alguns dos Hidrelétrica de Itaipu, Foz do Iguaçu, Paraná

62 • • FÍSICA
O impacto potencial no setor energético merece um
ENERGIA E SOCIEDADE cuidado especial. Em primeiro lugar, é fundamental
A energia desempenha papel singular nas sociedades impedir que a crise sanitária se transforme também
do planeta. De um lado, é o sangue da vida econômica, em uma crise energética, com problemas na segurança
que fornece os serviços e infraestrutura essenciais do abastecimento de combustíveis e energia elétrica.
para a civilização, tais como transporte, comunicações, Em segundo lugar, é necessário impedir que as
alimento, produtos industriais e recreação. De outro, consequências da crise ameacem a sustentabilidade
sua abundância ou carência determinam a segurança da indústria, os interesses nacionais e a política
nacional, a competitividade industrial, o meio energética nacional.
ambiente, a economia e a estrutura social. Em 1989,
os EUA consumiram 81 quads b™bXQLGDGHV ALMEIDA, Edmar. $FULVHGD&RYLGHRVHWRUGHHQHUJLDQR
Brasil. Disponível em: https://petroleohoje.editorabrasilenergia.
térmicas britânicas) de energia. Isso equivale à FRPEUDFULVHGDFRYLGHRVHWRUGHHQHUJLDQREUDVLO
HQHUJLDTXHSRGHVHUIRUQHFLGDSRUPLOK·HVGH $FHVVRHPPDLR
barris de petróleo por dia em um ano. Significa um
JDVWRGH86bELOK·HVVHPFRQVLGHUDURVFXVWRV
Uma questão bastante preocupante em relação
de manutenção da segurança do fornecimento. Algum
à crise sanitária presente é o fato de a pandemia de
fornecimento de energia é crucial para manter a
coronavírus ter agravado o problema da fome em
segurança nacional.
muitos países. Segundo a Organização das Nações
O objetivo de uma estratégia energética nacional Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a crise
sólida é fornecer fontes de energia, conversão de SRGHWHUGHL[DGRPDLVGHPLOK·HVGHSHVVRDV
energia e tecnologias de utilização que satisfaçam às desnutridas no mundo em 2020.
necessidades nacionais de maneira economicamente
eficiente e segura para o meio ambiente. Não
existem fontes energéticas perfeitas. O petróleo
Energia mecânica
tem disponibilidade limitada. Todos os combustíveis Os tipos de energia mecânica abordados aqui
fósseis causam danos ambientais. As opções pela serão representados pelas energias cinética e
energia nuclear despertam preocupação com potencial, apresentadas a seguir.
segurança e destino de rejeitos. A energia solar é
relativamente cara e, em muitas áreas, pouco prática. E Energia cinética
mesmo a conservação exige larga participação social.
A palavra “cinética” tem o mesmo radical
O desafio lançado à ciência é o de melhorar nossas
“cine-” (derivado do grego) utilizado nas palavras
técnicas de aproveitamento de energia e atingir
“cinemática” e “cinema”. Você sabe o que esse radical
conquistas que nos deem novas opções.
significa? Trata-se de um prefixo usado para indicar
HAHN, Sookap. Os papéis da ciência dos materiais e da engenharia para uma
movimento. Assim, Cinemática é a parte da Física
sociedade sustentável. Estudos Avançados6¥R3DXORYQS que estuda os movimentos. Energia cinética é,

FIS
S então, o tipo de energia que um corpo tem quando
está efetivamente em movimento. Logo, a energia
cinética não pode ser armazenada por um corpo.
©Shutterstock/Denis Belitsky

Um impacto bastante relevante no setor


HQHUJ«WLFRQDFLRQDOIRLDFULVHVDQLW£ULDGD&RYLG
Enquanto não houver uma solução definitiva para
o problema sanitário (vacina), teremos que conviver
com restrições para atividades econômicas que
possam aumentar o risco de novos surtos dessa
doença.

7. TRABALHO E ENERGIA • • 63
Quando um corpo se encontra em movimento Um objeto qualquer, colocado, por exemplo,
com velocidade constante de módulo v, podemos a certa altura do solo, tem potencial para cair
dizer que ele tem energia do tipo cinética. Mas espontaneamente. Assim, ele apresenta energia
como podemos calcular essa energia? Calculando o potencial. Da mesma forma, molas esticadas
trabalho necessário para fazer com que esse corpo, ou comprimidas e uma flecha apoiada na corda
inicialmente em repouso, adquira uma velocidade de tracionada de um arco também têm essa forma
módulo v. de energia.
Vamos considerar um corpo de massa m Nesses três últimos exemplos mencionados,
inicialmente em repouso.
G Então, aplicamos sobre ele existe uma importante coincidência: em todos os
uma força horizontal F constante. Supondo que não casos, antes de os corpos citados terem potencial
haja
G atrito, a única força que atua sobre esse corpo é para adquirir movimento, em algum instante, alguma
F . Sendo a a sua aceleração, teremos: força foi aplicada sobre eles para fazer com que esse
potencial passasse a se manifestar. Para levantar
F
F=m·a⇒a= um objeto até certa altura, é preciso jogá-lo para
m cima ou suspendê-lo; para esticar ou comprimir
uma mola, é necessário puxar ou empurrar suas
De acordo com a equação de Torricelli, temos: extremidades; para colocar uma flecha na posição
v2 = v 0 + 2 · a · Δs de ser lançada, é preciso puxá-la com a corda de
2

um arco.
Considerando v0b bWHPRV
Enquanto essas forças são aplicadas e os
v2 = 2 · F · Δs corpos envolvidos nesses casos se deslocam, elas
m realizam trabalho. Assim, quem aplica essas forças
2
m˜ v transfere energia aos corpos, que têm suas posições
= F · Δs = IJ
2 modificadas. Parte dessa energia é cinética e existe
Dessa forma, para um corpo de massa m que apenas enquanto há deslocamento. A outra parcela
se movimenta com uma velocidade de módulo v, dessa energia é potencial e pode ser armazenada
a energia cinética deve ser calculada conforme a pelo corpo mesmo que ele esteja em repouso.
seguinte equação: Depois de algumas noções a respeito de energia
potencial, para que ela possa ser determinada, é
EC: Energia cinética em J (SI) necessário saber o que são forças conservativas e
m · v2 v: Velocidade em m/s (SI) quais são elas.
EC =
2
m: Massa em kg (SI)
ka

Em aplicações usuais, outras unidades de


pti
/Po
ock

energia são bastante frequentes, como caloria (cal) e


rst
tte
hu

TXLORZDWWKRUD N:bybK 
©S

Energia potencial
Quando um corpo contém energia? Um carro
em movimento em uma estrada tem energia? E
se ele estiver parado? Um livro em repouso em
cima de uma mesa tem energia? Conforme vimos
anteriormente, um corpo pode ter energia em duas
situações: quando ele está em movimento (energia
cinética) ou quando ele apresenta possibilidade,
ou seja, potencial para adquirir movimento
espontaneamente. Por esse motivo, a modalidade de
energia relacionada a esse segundo caso é chamada
de energia potencial.

64 • • FÍSICA
Forças conservativas
Em quase tudo aquilo que estudamos,
encontramos classificações e regras de nomenclatura.
Em Biologia, por exemplo, o ser humano é classificado
como um animal vivíparo, pelo fato de seus

g
Pan
embriões se desenvolverem completamente dentro

l ka
Bel
do organismo da mãe. Segundo outro critério de

ck/
rsto
utte
classificação, o ser humano é um animal onívoro, pelo

h
©S
fato de se alimentar de substâncias de origem animal
e vegetal. De forma similar, em Física, as muitas forças
que existem podem ser classificadas segundo diversos
Considerando que o
critérios: podem ser de campo ou de contato, internas
deslocamento do objeto de
ou externas e, como interessa analisar neste momento,
massa m durante a descida
podem ser conservativas ou não conservativas.
ocorreu na mesma direção da
Para entender o conceito de força conservativa, superfície inclinada, temos que:

to
info
podemos usar como exemplo o cálculo do trabalho

gic
τP = P · Δs · cos α

/Ma
da força peso para deslocar um corpo de um ponto A

ck
rsto
(situado a uma altura h) até um ponto B (situado no h

tte
Como cos α = , temos:

Shu
chão). Observe, na sequência, os resultados obtidos 's
quando isso é feito com trajetórias distintas. h
τP = P · 's · ⇒ τP = m · g · h
1) Por exemplo, uma ferramenta solta, por 's
descuido, do alto de uma construção (ponto A) Analisando os cálculos desses dois casos, cujos
até o chão (ponto B): resultados são idênticos, é possível dizer que o
trabalho da força peso não depende da trajetória
VHJXLGDQHVVHVH[HPSORVȡGHSHQGHDSHQDVGDV
posições inicial e final do corpo que é deslocado.
(VVDFDUDFWHU¯VWLFDȡW¯SLFDGDVFKDPDGDVIRU©DV
FRQVHUYDWLYDVȡ«DSUHVHQWDGDVRPHQWHSRUDOJXPDV
forças, como o peso, a força elástica (que atua sobre
molas) e a força elétrica (que atua sobre cargas
elétricas). Dessa forma:

Nesse caso, devemos calcular o trabalho da força


peso para que o corpo percorra a distância h até o chão.
Força conservativa é toda força cujo
τP = P · Δs · cos α ⇒ τP = P · h · cos 0° ⇒ τP = m · g · h trabalho independe da trajetória.
2) Agora, imagine um objeto descendo a escada
FIS
de saída de um avião (superfície inclinada), da
porta do avião (ponto A) até o solo (ponto B). Pela definição de força conservativa, concluímos
Considere que a altura h, de A em relação a B, que a maioria das forças existentes pode ser
é a mesma da situação anterior. classificada como não conservativa. Podemos citar,
como exemplo, a normal, o atrito, a resistência do ar,
m A g
a tração, etc.
P As forças conservativas são três: força peso,
s
força elástica e força elétrica.
h
Mas, se o assunto original era energia potencial,
por que é importante saber o que é uma força
m m B
conservativa? Para responder a essa pergunta, é
P P necessário conhecer a definição matemática de
energia potencial.

7. TRABALHO E ENERGIA • • 65
Energia potencial gravitacional Energia potencial elástica
Para que exista energia potencial em uma Suponha que uma mola colocada sobre o solo
situação qualquer, é necessário que haja a atuação tenha uma de suas extremidades presa a uma
de alguma força conservativa, conforme demonstra parede, conforme mostra a figura a seguir. Considere
a definição matemática de energia potencial. Como que PR seja o ponto de referência (referencial
estudaremos três forças conservativas, também serão adotado).
abordados três tipos diferentes de energia potencial:

Jack Art
a gravitacional (relacionada à força peso); a elástica
(relacionada à força elástica); e a elétrica (relacionada
à força elétrica, estudada em Eletrostática).
Como o próprio nome sugere, energia potencial Se um objeto de massa m for encostado na
gravitacional é aquela que surge em decorrência extremidade livre da mola e, depois, for empurrado
da interação gravitacional entre dois corpos. Dessa contra a parede (até uma posição A), a mola sairá
forma, quando um objeto que se encontra no solo de sua posição relaxada (ponto de referência) e
terrestre é elevado até certa altura, a força que é sofrerá uma deformação (compressão). Na figura, o
G
exercida realiza trabalho. O resultado disso é que vetor ( x ), de sentido para a esquerda,
G representa
o sistema Terra-objeto adquire energia potencial essa deformação da mola, e Fel «DIRU©DHO£VWLFDȡ
gravitacional. FRQVHUYDWLYDȡTXHDPRODDSOLFDVREUHRFRUSR

Observe a figura a seguir, que mostra um corpo

Jack Art
de massa m colocado em um ponto A a certa altura
h em relação ao chão.

A →
m g


P

PR
Quando o corpo é deslocado para a esquerda
(retirando a mola de seu ponto de referência), a
A energia potencial do sistema (massa m e força que é aplicada sobre ele realiza trabalho. O
planeta Terra) é expressa matematicamente por resultado disso é que o sistema constituído pela
F
EPA = WAcons , em relação a um referencial. Nesse massa m e pela mola adquire energia potencial
caso, a força conservativa é o peso, então podemos elástica. Para determinar o valor dessa energia
P
dizer que EPA = WA , em relação ao referencial. potencial, é necessário calcular o trabalho
Como o cálculo do trabalho da força peso já foi realizado pela força conservativa para deslocar a
feito anteriormente, esse resultado pode ser massa m da posição A até a posição de referência.
F
reaproveitado. Assim, concluímos que: Matematicamente, EPA = WAcons , em relação ao
3 Sobre o ponto de referência. referencial adotado.
EP: Energia potencial gravitacional
em J (SI)
m: Massa em kg (SI)
EP = m · g · h g: Aceleração da gravidade em
m/s2 (SI)
h: Altura em m (SI)

66 • • FÍSICA
No caso abordado, a força conservativa é a
F
elástica. Então, podemos dizer que: EPA = WAel ,
em relação ao referencial.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES!
Assim como ocorre com qualquer outra força, o trabalho
de uma força conservativa (peso, elástica ou elétrica)

Jack Art
também pode ser classificado como motor (quando
apresenta valor positivo) ou resistente (quando
apresenta valor negativo).
Analisando, por exemplo, o caso de um objeto caindo, o
trabalho do peso é motor, pois o ângulo formado entre o
peso (vertical para baixo) e o deslocamento do corpo (para
EDL[R «PHQRUTXHr3HQVDQGRTXHDTXHGDGHREMHWRV
é espontânea, é possível generalizar e afirmar que:
3RVL©¥R$Vb bH)elb b.byb[3RVL©¥RGHUHIHU¬QFLD 35 
• quando o trabalho das forças conservativas que agem
Vb b[H)elb b sobre um corpo é motor, o movimento é espontâneo;
• quando o trabalho das forças conservativas que agem
O módulo da força elástica varia linearmente sobre um corpo é resistente, o movimento é forçado.
com a deformação da mola, sendo calculado pela lei
de Hooke (Felb b.byb[ &RPRRWUDEDOKRUHDOL]DGRSRU
uma força de módulo variável pode ser calculado
pela área compreendida entre o eixo horizontal e o EM13CNT301
gráfico dessa força em função do espaço (posição)
da massa m, é indispensável que esse gráfico seja
CIÊNCIA EM PRÁTICA
desenhado.
Com o experimento proposto, vamos verificar
Construindo o diagrama Fel × s, temos: como ocorre a transferência de energia. Ele não
requer qualquer arranjo especial para ser posto em
prática, pois sua realização é extremamente simples.
Materiais
• bolinha de pingue-pongue
• HVSLUDOGHFDGHUQRRXDSRVWLOD GHSUHIHU¬QFLD
de plástico)
• tesoura
Para concluir o cálculo da energia potencial
elástica armazenada pelo sistema massa-mola na Como fazer
posição A, devemos recorrer à seguinte relação: 1. Coloque os materiais sobre uma superfície

FIS
x ·K · x horizontal.
EpA = Área ⇒ EpA = .
2
2. Corte um pedaço de 6 cm da espiral.
Assim, a energia potencial elástica para uma 3. Pressione a bolinha contra a espiral apoiada na
mola helicoidal pode ser calculada pela seguinte mesa, comprimindo metade da espiral.
equação: 4. Solte a bolinha.
Conclusão
Ep: Energia potencial elástica
em J (SI) 3. Depois de soltar a bolinha, o que ocorre de
K · x2 K: Constante elástica em N/m (SI) inusitado com ela?
Ep =
2 x: Deformação em m (SI) 4. Por que isso aconteceu?

7. TRA
TRABALHO
B E ENERGIA • • 67
Shutterstock/Salienko Evgenii

Cálculo da energia mecânica


O bungee-jump é um esporte radical em que ©Shutterstock/Image Craft

uma pessoa é presa a uma corda elástica para saltar


de lugares extremamente altos. Fazendo uma
análise de um salto nessa situação, podemos
perceber as diferentes modalidades de energia

c k
Sto
presentes. Quando a corda começa a frear

ida
lor
k/F
a queda, a pessoa está em movimento,

toc
ers
encontra-se em certa posição em relação

utt
Sh
ao solo e a corda que a prende encontra-

ov
rl
Yu
-se deformada. Esse é um exemplo no qual

ey
ndr
podemos observar a presença das energias

k/A
toc
cinética, potencial gravitacional e potencial

ers
utt
elástica ao mesmo tempo.

Sh
As energias cinética e potencial dependem de
ak

fatores diferentes. Enquanto a energia cinética está


bac
alin

associada à velocidade de um corpo, a potencial


nK
vre
k/E

está associada à posição que ele ocupa em


toc
ers

relação a certo nível de referência.


utt
Sh

A soma das energias cinética e potencial


de um corpo é denominada energia
mecânica e pode ser calculada da seguinte
forma:
Em = Ec + Ep
Na equação acima, Ec representa a energia
cinética e Ep, a energia potencial, que está
associada a três modalidades: gravitacional, elástica
e elétrica (estudada na Eletrostática).
Ao lado, podemos observar algumas situações
do cotidiano envolvendo a energia mecânica,
principalmente em diferentes modalidades
esportivas.
Observando essas imagens e ©Shutterstock/Zeljko Matic
considerando o solo (chão) como
referencial, identifique as possíveis
modalidades de energia mecânica (cinética,
v
tso
rav

potencial gravitacional e potencial elástica) que


K
ex
l

estejam presentes em cada situação, envolvendo


k/A

EM13CNT301
c
sto
r

tanto os corpos quanto os objetos. 4 Encaminhamento da atividade.


tte
hu
©S

68 • • FÍSICA
ATIVIDADES
5. (UPF – RS) Sobre as leis da Mecânica, é correto Assinale a alternativa correta.
afirmar: a) Somente as afirmativas III e V
a) Quando uma força horizontal de valor são verdadeiras.
variável e diferente de zero atua sobre um b) Somente as afirmativas II e IV
corpo que desliza sobre uma superfície são verdadeiras.
horizontal sem atrito, sua aceleração
c) Somente as afirmativas I e IV
permanece constante.
são verdadeiras.
X b) A força resultante é nula sobre um corpo
X d) Somente as afirmativas I e II
que se movimenta, em linha reta, com
são verdadeiras.
velocidade constante.
e) Somente as afirmativas II e V
c) Todo corpo em queda livre, próximo da
são verdadeiras.
superfície terrestre, aumenta sua energia
potencial. 8. (UFRGS – RS) Em 16 de julho de 1969, o
d) Quando um corpo de massa m exerce uma foguete Saturno V, com aproximadamente
força F sobre um corpo de massa 2m, o ͵ԜͲͲͲ–‘‡Žƒ†ƒ•†‡ƒ••ƒǡˆ‘‹Žƒ­ƒ†‘
segundo corpo exerce sobre o primeiro carregando a cápsula tripulada Apollo 11,
uma força igual a 2F, uma vez que sua que pousaria na Lua quatro dias depois.
massa é maior.
e) Quando um corpo gira com velocidade
angular constante, a força que atua sobre
ele é nula.
6. (UECE) Assinale a opção que apresenta a
mesma unidade de medida de energia cinética.
2
X a) (movimento linear) /massa.
b) (movimento linear)/massa.
c) massa · comprimento.
d) massa · aceleração. Disponível em: < https://airandspace.si.edu/multimedia-
gallery/39526jpg> Acesso em: 29 ago. 2019.
O gráfico abaixo apresenta a posição vertical y
do foguete Saturno V durante os 15 primeiros
segundos após o lançamento (símbolos +).
A linha contínua ajusta esses pontos com a
função y(t) = 1,25 t2.

FIS
7. (UDESC) Um elevador está
descendo com velocidade TEMA
constante, analise as QUENTE
proposições.
I. A força exercida pelo cabo sobre o elevador
é constante.
II. A energia cinética do elevador é constante.
III. A aceleração do elevador é constante e
diferente de zero. Com base nesse gráfico, a energia cinética
IV. A energia mecânica do sistema Terra – ƒ†“—‹”‹†ƒ’‡Ž‘ˆ‘‰—‡–‡ƒ’וͳͲ•†‡˜‘‘±†‡ǡ
elevador é constante. aproximadamente,
V. E energia potencial gravitacional Terra – X a) 937,5 MJ d) 187,5 MJ
elevador é constante. b) ͵͹ͷǡͲ  e) 93,8 MJ
c) 234,4 MJ

7. TRABALHO E ENERGIA • • 69
9. (UFSM – RS) A história da maioria dos b)
municípios gaúchos coincide com a chegada
dos primeiros portugueses, alemães, italianos
e de outros povos. No entanto, através dos
vestígios materiais encontrados nas pesquisas
arqueológicas, sabemos que outros povos,
anteriores aos citados, protagonizaram a nossa
história. Diante da relevância do contexto e da c)
vontade de valorizar o nosso povo nativo, “o
índio”, foi selecionada a área temática CULTURA
e as questões foram construídas com base na
obra “Os Primeiros Habitantes do Rio Grande
do Sul” (Custódio, L. A. B., organizador. Santa
”—œ†‘—Žǣ Ǣ  ǡʹͲͲͶȌǤ
“Os habitantes das florestas subtropicais d)
sobreviviam da coleta de plantas, da caça e da
pesca realizada através de lanças.”
[...]
Em uma corrida com velocidade constante,
ͳԜ͸ͻͲ…ƒŽ†‡‡‡”‰‹ƒƒ„•‘”˜‹†ƒ•†ƒƒŽ‹‡–ƒ­ ‘
foram transformadas em energia cinética de
X e)
translação de um índio de 84 kg. Considerando
1 cal ≅ 4,2 J, o módulo da velocidade do índio
foi, em m/s, de:
a) 2 c) 6 X e) 13
b) 4 d) 9
Dados: Ec = 1 690 · 4,2 = 7 098 J; m = 84 kg.
11. (UNESP – SP) Uma criança está sentada no
A energia cinética é dada por:
topo de um escorregador cuja estrutura tem
Ec = m · v 2 .
a forma de um triângulo ABC, que pode ser
2
perfeitamente inscrito em um semicírculo de
Então, podemos determinar a velocidade da seguinte maneira:
2
diâmetro AC = 4 m. O comprimento da escada
7 098 = 84 · v ⇒ v2 = 2 · 7098 ⇒ v2 = 169 ⇒ v = 13 m/s do escorregador é AB = 2 m.
2 84

TEMA
10. (INSPER – SP) As leis
da gravitação universal, QUENTE
aplicadas ao movimento de planetas e satélites
em órbita estável, permitem concluir que a
energia cinética desses corpos depende de sua
massa, da massa do centro de forças em torno
do qual orbitam e da distância mútua entre
eles (raio orbital). Assim, o gráfico que melhor Considerando que a energia potencial
representa qualitativamente a energia cinética gravitacional da criança no ponto B, em relação
(Ec) de planeta ou satélite em órbita estável, em ao solo horizontal que está em AC , é igual a
função do raio orbital (r), é o ilustrado em: 342 joules, e adotando g = 5,7 3 m/s2,
a massa da criança é igual a:
a)
a) ͵Ͳ‰ X c) ʹͲ‰ e) 18 kg
b) 25 kg d) 24 kg

da
ivid
fazer as attivi dess
de
dad
Ag
A gora, você de faz
ê pode
ta
uiistta
Conquis Ene
En m
em .
33 da
27 a 33
27 ão Co
da seção

70 • • FÍSICA
TEOREMAS QUE

7
00
RELACIONAM TRABALHO

sya
/Ru
tock
ers
E ENERGIA

utt
Sh
O conceito de trabalho de uma força está
diretamente relacionado à aplicação de uma força, que,
por sua vez, pode transformar um tipo de energia em
outro ou transferir a energia entre diferentes corpos de
um sistema.
Agora que já foram abordadas as
grandezas trabalho e energia, elas precisam ser
matematicamente relacionadas. Para isso, serão
demonstrados e interpretados três importantes
teoremas, que são especialmente úteis na
Mecânica, mas que podem ser utilizados também Considerando que a resultante das forças que
na Eletrostática. Um dos motivos pelos quais agem sobre esse corpo é constante, o trabalho dela
é importante conhecermos os teoremas que pode ser calculado da seguinte forma:
relacionam trabalho e energia é que eles nos
WFR = FR · Δs · cos 0°
permitem fazer uma interpretação correta da
grandeza trabalho. Utilizando a 2.ª lei de Newton, podemos
reescrever essa equação substituindo o valor de FR:
Trabalho e energia cinética WFR = m · a · Δs (Equação I)

Quando uma força atua de forma favorável ou Como FR é constante, a aceleração adquirida
contrária ao movimento de um corpo, o trabalho pelo objeto em movimento também tem que ser
realizado por ela é dito motor ou resistente, constante. Conforme os estudos da Cinemática, o
respectivamente. Dessa maneira, parece lógico movimento em que a aceleração escalar é constante
imaginar que, se o trabalho de uma força pode é chamado de uniformemente variado e obedece à
ajudar ou atrapalhar o movimento de um corpo, equação de Torricelli, que relaciona velocidade
ele também pode ser associado ao aumento ou à e deslocamento:
v2  v20
diminuição da velocidade desse corpo. v2 = v20 + 2a · Δs ⇒ v2 – v 0 = 2a · Δs ⇒
2
= a · Δs
2
Multiplicando os dois termos dessa equação
Teorema da energia cinética pela massa m do corpo deslocado, temos:
A hipótese levantada no parágrafo anterior pode
m · v2 m · v20

FIS
ser comprovada por meio de uma demonstração  = m · a · Δs (Equação II)
matemática. Para isso, suponha um objeto de massa 2 2
m que se desloca em uma superfície horizontal sob
Igualando as equações I e II, temos:
a ação de forças que constituem uma resultante de
intensidade FR. Durante o movimento desse objeto, sua m · v2 m · v20
velocidade escalar, que começa com o valor v0, assume FR = 
2 2
o valor v após um deslocamento Δs. Observe a figura
a seguir: m · v2
Como é a energia cinética do corpo,
então: 2

F = Ec  Ec = Ec
R f i

(Teorema da energia cinética)

7. TRABALHO E ENERGIA • • 71
O trabalho da resultante das forças aplicadas Escrevendo a igualdade mencionada, temos:
sobre um corpo é igual à variação de sua energia
F F F
cinética. Acons
B = A PR + PRB
cons cons
(Equação I)

Utilizando o teorema da energia cinética, Mas o trabalho de uma força conservativa é


surgem três resultados possíveis para o trabalho da igual à energia potencial. Então, podemos concluir
resultante das forças que agem sobre um corpo: que:
F
F
Acons  cons =  EpB
PR = EpA e PRB
a) WFR > 0, ou seja, o trabalho é motor
(nesse caso, Ecf > Eci ); Substituindo esses dois resultados na equação l,
temos que:
b) WFR = 0, ou seja, o trabalho é nulo F
Acons
B = EpA  EpB
(nesse caso, Ecf = Eci );
Considerando que A e B são, respectivamente, os
c) WFR < 0, ou seja, o trabalho é resistente
pontos de partida e de chegada (inicial e final) do
(nesse caso, Ecf < Eci ).
corpo estudado, a equação anterior pode ser escrita
de uma maneira mais simples:
Trabalho e energia potencial
Como qualquer outro teorema, o da energia
potencial tem uma demonstração matemática, sendo  Fcons = Epi  Epf =  E
p
necessário apresentá-la para que seja perfeitamente
compreendido. Assim, observe a figura a seguir,
que representa um corpo deslocando-se entre dois
pontos quaisquer (A e B). A respeito das forças que O trabalho das forças conservativas aplicadas
agem sobre esse corpo, serão analisadas apenas as sobre um corpo é igual à variação de sua energia
consequências associadas às conservativas. potencial com o sinal oposto.
Utilizando o teorema da energia potencial,
Teorema da energia potencial surgem três resultados possíveis para o trabalho das
Como vimos, o trabalho da força peso, uma forças conservativas que agem sobre um corpo:
força conservativa, independe da trajetória descrita a) W Fcons > 0, ou seja, o trabalho é motor
(entre dois pontos) pelos corpos sobre os quais elas (nesse caso, Epf < Epi );
atuam. Assim, na situação a seguir, é possível igualar
o trabalho realizado por essas forças em duas b) W Fcons = 0, ou seja, o trabalho é nulo
situações: quando o corpo vai diretamente de A para (nesse caso, Epf = Epi );
B e quando o corpo vai primeiramente de A para PR
(ponto de referência) e, depois, de PR para B. c) W Fcons bbRXVHMDRWUDEDOKR«UHVLVWHQWH
(nesse caso, Epf > Epi ).

Trabalho e energia mecânica


As energias cinética e potencial dependem de
fatores diferentes. Enquanto a primeira é função
da velocidade de um corpo, a segunda é função
da posição que ele ocupa. Assim, um corpo pode
apresentar essas duas modalidades de energia
simultaneamente. A soma algébrica das energias
cinética e potencial de um corpo é denominada
energia mecânica.

72 • • FÍSICA
Shutterstock/Viaval Tours

A fotografia ao lado mostra um carrinho


descendo em uma montanha-russa. Por estar
em movimento, ele apresenta certa quantidade
de energia cinética. Além disso, por estar a certa
altura em relação ao solo (plano de referência), ele
também tem energia potencial (gravitacional). Não
apenas durante a descida, mas em qualquer ponto
da trajetória, é possível calcular a energia mecânica
desse carrinho da seguinte forma:
Em = Ec + Ep
Conhecendo a energia mecânica, é possível
relacioná-la com a grandeza trabalho utilizando o
teorema que será demonstrado a seguir.

Teorema da energia mecânica


Como vimos, as forças que atuam sobre um Como a soma das energias cinética e potencial é
corpo podem ser de dois tipos: definida como energia mecânica, a equação anterior
• conservativas – peso, elástica, elétrica, etc.; pode ser escrita assim:
• não conservativas – atrito, resistência do ar,
normal, tração, etc.
Em = Em + WF
Dessa forma, podemos dizer que a força resultante f i

ncons

equivale à soma das forças conservativas e não ou


conservativas que agem em um sistema de forças. WF = Em  Em = ΔEm

ncons f i

Como o trabalho da resultante das forças


aplicadas sobre um corpo é igual à soma algébrica O trabalho das forças não conservativas que
dos trabalhos de todas as forças que agem sobre ele, atuam sobre um corpo é igual à variação de sua
se elas forem agrupadas em conservativas (Fcons) e energia mecânica.

FIS
não conservativas (Fñ cons), podemos concluir que:
Utilizando o teorema da energia mecânica,
WFR = WFcons + WFncons
 surgem três resultados possíveis para o trabalho da
resultante das forças que agem sobre um corpo:
Substituindo, nessa equação, o teorema da
a) WFncons > 0, ou seja, o trabalho é motor
energia cinética ( F = Ec  Ec ) e o teorema da 

(nesse caso, Em > Em );


R f i

energia potencial ( F = Ep  Ep ), obtemos o f i

seguinte resultado:
cons f i
b) WFncons
 = 0, ou seja, o trabalho é nulo
(nesse caso, Emf = Emi );
Ecf  Eci = Epf  Epi + WFncons WFncons

c)  < 0, ou seja, o trabalho é resistente
Ecf + Epf = Eci + Epi + WFncons (nesse caso, Emf < Emi ).


5 Encaminhamento do conteúdo.

7. TRABALHO E ENERGIA • • 73
ORGANIZE AS IDEIAS
A tabela a seguir tem o objetivo sistematizar as ideias estudadas até aqui. Nos espaços
em branco, insira as equações e os conceitos que faltam para completá-la.

ENERGIA EQUAÇ ÃO TEOREMA


Teorema da energia cinética
Trabalho da força resultante
Cinética Ec =
m· v 2
FR = Ecf  Eci = Ec
2

Teorema da energia potencial


Potencial gravitacional Ep = m · g · h Trabalho das forças conservativas
F
 cons = Epi  Epf = –ΔEp gravit.

Teorema da energia potencial


K · x2
Potencial elástica Ep = Trabalho das forças conservativas
2 F
 cons = Epi  Epf = –ΔEp elást.

Teorema da energia mecânica


Mecânica Em = Ec + Ep Trabalho das forças não conservativas
WFncons
 = Emf  Emi = ΔEm

EXEMPLOS RESOLVIDOS

A figura seguir mostra um dispositivo de RESPOSTA


testes para molas utilizadas em equipamentos
industriais. Em um desses testes, solta-se um Dados: m = 20 kg; g = 10 m/s2; x = 0,8 m;
objeto com massa de 20 kg do topo do dispositivo h = 4 m; K = b1P
e ele atinge uma mola de constante elástica Considerando a base horizontal como referencial,
K = 500 N/m, localizada na base da rampa, podemos dividir os dados em duas situações:
deformando-a em 80 cm até ele parar. Esse objeto
1) inicial: vi = 0; hi = 4 m; xi = 0;
é solto de um ponto situado a 4 m de altura em
relação à base horizontal. Considerando que ela 2) final: vf = 0; hf = 0; xf = 0,8 m.
é rugosa, determine o trabalho realizado pela
Marcando as forças que atuam sobre corpo
força de atrito, em J, entre o objeto e a base do
na base horizontal, podemos obter a seguinte
escorregador.
ilustração:
©Shutterstock/Dkn0049
©Shutterstock/Dkn0049


N


Fat

74 • • FÍSICA P
Dessa forma, percebemos que atuam sobre o corpo as forças peso, normal e de atrito. Como existe a
atuação da força de atrito, uma força não conservativa dissipativa, podemos utilizar o teorema da energia
mecânica.
WFncons

= Emf  Emi = ΔEm = ( Ecf + Epf ) – ( Eci + Epi )
Com esses dados, podemos notar que, no início, há apenas energia potencial gravitacional e, no fim,
quando o objeto atinge o repouso, há apenas energia potencial elástica. Sabendo que, entre as forças que
atuam no sistema, normal e atrito não são conservativas, concluímos que:
IJat + IJN = Ep – Epg i
ef

K · xi2 2
IJat + IJN = – m · g · hi ⇒ IJat + 0 = 500 · 0, 8 – 20 · 10 · 4
2 2
500 · 0, 82
IJat + 0 = – 20 · 10 · 4 ⇒ IJat = 160 – 800 ⇒ IJat = –640 J.
2
Como a força de atrito cinético é uma força dissipativa, o trabalho dessa força é negativo.

7 Gabaritos.
ATIVIDADES
12. (UECE) Considere um objeto, que partiu do 14. (EBMSP – BA) O Sol, a água, o vento, o petróleo,
repouso e tem sua velocidade crescente, se o carvão e o átomo são fontes que suprem o
deslocando sem atrito e sob a ação de uma única consumo atual de energia no mundo, mas, à
força. Suponha que sua energia cinética, após um medida que a população do planeta cresce e
tempo t desde sua partida, seja E, e no instante os itens de conforto à disposição da espécie
2t seja 4E. Sobre o trabalho realizado pela força humana se multiplicam, aumenta também
atuando no objeto, é correto afirmar que a demanda por energia, exigindo novas
X a) vale 3E durante o intervalo entre t e 2t. alternativas e técnicas de obtenção.
DOCA, Ricardo Helou et al. Tópicos de Física, v. 1. São Paulo: Saraiva,
b) é nulo, tendo em vista que há apenas 2007, p. 302.
variação de energia cinética.
Sobre a aplicação e a conversão da energia, que
c) vale 5E durante o intervalo entre t e 2t.
desempenha um papel essencial em todos os
d) não é possível ser determinado, por não setores da vida, é correto afirmar:
haver informação sobre o valor da força
a) O Sol emite em cada metro quadrado da
nem sobre o deslocamento.
‡””ƒǡ‡±†‹ƒǡͳԜͶͲͲǡͲ †‡‡‡”‰‹ƒ
Dados: Eci = E; Ecf = 4E.
a cada segundo, portanto, em cada
Pelo teorema da energia cinética, temos que:
segundo, produz, aproximadamente,
WFR = ΔEc = Ecf – Eci = 4E – E ⇒ WFR = 3E
Ͳǡ͸ͷ‰†‡˜ƒ’‘”ƒͳͲͲιǡ‹’ƒ…–ƒ†‘ƒ
elevação da temperatura da atmosfera,

FIS
13. (UFTM – MG) Em uma
sendo o calor específico da água igual a
quermesse, um homem TEMA ͳǡͲ…ƒŽȀ‰ιǡ‘…ƒŽ‘”Žƒ–‡–‡†‡˜ƒ’‘”‹œƒ­ ‘
atira rolhas de cortiça QUENTE ‹‰—ƒŽƒͷͶͲ…ƒŽȀ‰‡ƒ–‡’‡”ƒ–—”ƒ‹‹…‹ƒŽ
com uma espingarda de ar †ƒž‰—ƒǡʹͷιǤ
comprimido, em pequenas caixas numeradas.
O objetivo é derrubar as caixas. Contudo, ao b) A energia potencial gravitacional de
acertar determinada caixa, a rolha de massa um corpo tem valor máximo igual a
5 g, transferindo toda sua energia, consegue GMT m
U( r ) = quando o corpo está
apenas empurrar a caixa sem a derrubar. Se r
a rolha atinge seu alvo com velocidade de infinitamente afastado da Terra, sendo G
28 m/s, o módulo do trabalho da força de a constante de gravitação universal, MT a
atrito, em J, é, aproximadamente: massa da Terra, m a massa do corpo e r
a) 1 c) 3 e) 5 a distância que os separa.
X b) 2 d) 4

7. TRABALHO E ENERGIA • • 75
X c) O trabalho realizado por um corpo Considerando g a aceleração da gravidade,
extenso, de massa m, lançado calcule o trabalho realizado pela força peso do
verticalmente de baixo para cima, que bloco, ao longo do percurso AB.
atinge uma altura máxima h, é igual a mgh,
sendo h a altura medida entre o centro de
A
massa do corpo e o plano horizontal de
referência e g o módulo da aceleração da
gravidade local. R
B
d) A variação da energia cinética associada a
R/3
um carro que acelera a partir do repouso
ƒ–±ƒ–‹‰‹”ƒ˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡†‡͵ͲǡͲȀŠ±
a) ۏ‰Ȁ͵
igual à energia cinética do mesmo carro
“—ƒ†‘ƒ…‡Ž‡”ƒ†‡͵ͲǡͲȀŠƒ–±ƒ–‹‰‹”ƒ b) Ͳ
˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡†‡͸ͲǡͲȀŠǤ c) mgR/3
e) A energia potencial elástica armazenada em X d) 2mgR/3
uma mola, quando um bloco de peso P se e) mgR
encontra fixo na extremidade livre da mola
vertical, de constante elástica k, estando o
sistema em equilíbrio, é igual a P .
2k
15. (UFRGS – RS) Na figura abaixo, um corpo de
massa M desliza com velocidade constante 17. (UNESP – SP) Uma das modalidades esportivas
sobre um plano inclinado que forma um ângulo em que nossos atletas têm sido premiados
Ʌ…‘‘’Žƒ‘Š‘”‹œ‘–ƒŽǤ‘•‹†‡”‡‰‘×†—Ž‘ em competições olímpicas é a de barco a vela.
da aceleração da gravidade e despreze a Considere uma situação em que um barco de
resistência do ar. ͳͲͲ‰ǡ…‘†—œ‹†‘’‘”—˜‡Ž‡Œƒ†‘”…‘ƒ••ƒ
†‡͸Ͳ‰ǡ’ƒ”–‹†‘†‘”‡’‘—•‘ǡ•‡†‡•Ž‘…ƒ•‘„
a ação do vento em movimento acelerado,
até atingir a velocidade de 18 km/h. A partir
desse instante, passa a navegar com velocidade
constante. Se o barco navegou 25 m em
movimento acelerado, qual é o valor da força
aplicada sobre o barco? Despreze resistências
ao movimento do barco.
FR = 80 N
Assinale a alternativa que preenche
18. (UNIPAR – PR) Na modalidade do salto em
corretamente as lacunas do enunciado abaixo,
na ordem em que aparecem. ƒŽ–—”ƒǡ—ƒ–Ž‡–ƒ†‡ƒ••ƒ‹‰—ƒŽƒ͸Ͳ‰…‘•‡‰—‡
saltar, com relativa facilidade, uma altura de
Quando o centro de massa do corpo desce uma ʹǡͲǡ…‘•‹†‡”ƒ†‘‰αͻǡͺȀ•2. Utilizando essa
altura h, os trabalhos realizados pela força peso mesma quantidade de energia, se esse salto fosse
e pela força de atrito entre corpo e plano são, realizado na Lua (g = 1,6 m/s2), a altura do salto
respectivamente, ........ e ........ . atingida por esse atleta seria de:
a) Mgh — Mgh X a) 12,25 m Dados: m = 60 kg; gT = 9,8 m/s2; hT = 2 m;
X b) Mgh — –Mgh 2
b) ͳͳǡͷͲ gL = 1,6 m/s .
c) ‰Š•‡ɅȄȂ‰Š O módulo do trabalho da força peso é dado
c) ͳͲǡͺͲ por: | WP |  = m · g · h.
d) ‰Š•‡ɅȄ‰Š…‘•Ʌ d) 9,75 m Igualando os módulos dos trabalhos da força
e) ‰Š…‘•ɅȄ‰Š•‡Ʌ e) 9,25 m
peso na Terra e na Lua, temos:

16. (UFPE) Um pequeno bloco de massa m é | WPT | = | WPL | ⇒ m · gT · hT = m · gL · hL ⇒ gT · hT = gL · hL


largado, a partir do repouso, do ponto A, 9,8 · 2 = 1,6 · hL ⇒ hL = 12,25 m
como mostrado na figura. O bloco desliza, com
atrito, dentro de uma semicalota esférica de
raio R até o ponto B, onde atinge o repouso.

76 • • FÍSICA
19. (ESPCEX) No plano inclinado abaixo, um 20. (UEL – PR) Suponha que o conjunto formado
bloco homogêneo encontra-se sob a ação de pelo satélite e pelo foguete lançador possua
uma força de intensidade F = 4 N, constante e ƒ••ƒ†‡ͳȉͳͲ3 toneladas e seja impulsionado
paralela ao plano. O bloco percorre a distância por uma força propulsora de aproximadamente
AB, que é igual a 1,6 m, ao longo do plano com ͷȉͳͲ7 N sendo o sentido de lançamento desse
velocidade constante. foguete perpendicular ao solo.
Desconsiderando a resistência do ar e a perda
Dados: adote a
de massa devido à queima de combustível,
aceleração da gravidade
assinale a alternativa que apresenta,
‰αͳͲȀ•2,
corretamente, o trabalho realizado, em joules,
3 pela força resultante aplicada ao conjunto nos
•‡͸Ͳια e
2 ’”‹‡‹”‘•ʹǡͲ†‡•—ƒ†‡…‘Žƒ‰‡Ǥ
1 Considere a aceleração da gravidade em todo o
…‘•͸Ͳια .
2 percurso descrito.
a) ͶǡͲȉͳͲ7 J
Desprezando-se o atrito, então a massa do b) ͺǡͲȉͳͲ7 J
bloco e o trabalho realizado pela força peso c) ͶǡͲȉͳͲͳͲ J
quando o bloco se desloca do ponto A para o ͳͲ
X d) ͺǡͲȉͳͲ J
ponto B são, respectivamente, e) ͳͲǡͲȉͳͲͳͲ J
4 3 Dados: m = 1 · 103 ton = 106 kg; Δs = 2 · 103 m; g = 10 m/s2;
a) kg e –8,4 J.
15 F = 5 · 107 N; θ = 0° (ângulo formado entre os vetores força F e
deslocamento).
4 3
X b) kg e –6,4 J. Considerando que as forças que atuam sobre o corpo na
15 direção do movimento (vertical) são as forças peso (P) e a
propulsora (F), podemos calcular o trabalho da resultante como
2 3 sendo a soma dos trabalhos dessas forças:
c) kg e –8,4 J.
5 WFR = τF + τP = F · Δs · cos(0°) ± m · g · h =
= F · Δs – m · g · h (subida)
8 3
d) kg e 7,4 J. WFR = 5 · 107 · 2 · 103 – 106 · 10 · 2 · 103
15
WFR = 10 · 1010 – 2 · 1010 ⇒ WFR = 8 · 1010 J.
4 3
e) kg e 6,4 J.
15

Dados: F = 4 N; g = 10 m/s2; Δs = 1,6 m; θ = 60°.


Como o corpo está equilíbrio (MRU), a força F é igual, em
módulo, à componente tangencial do peso:
d des
da
p de fazer as ativi
F = Pt ⇒ F = P · sen θ ⇒ F = m · g · sen 60°
gora, você po
FIS
Ag
C nqquis a Enem.
istta
3 ⇒ m = 4 3 kg. 34 d seção Co
4 a 38 da
4 = m · 10 ·
2 15
Podemos determinar a altura da seguinte maneira:

sen 60° = h ⇒ 3 = h ⇒ h = 0,8 3 m.


's 2 1, 6
O trabalho da força peso é dado por:
τP = ±m · g · h = –m · g · h (subida)

τP = 4 3 · 10 · 0,8 3 ⇒ τP = –6,4 J.
15

7. TRABALHO E ENERGIA • • 77
SISTEMAS CONSERVATIVOS

©Shutterstock/Xyz
E NÃO CONSERVATIVOS

Essa obra de Maurits Cornelis Escher, que


causa uma situação de ilusionismo, consiste
em traves retangulares que se sobrepõem
perpendicularmente. A água de uma
cascata coloca em movimento a roda de um
moinho. Depois, corre devagar para baixo,
numa calha inclinada entre duas torres, em
ziguezague, até o ponto em que a queda-
-d’água recomeça, proporcionando uma
falsa impressão de conservação de energia.
Entretanto, essa situação torna-se impossível
quando observamos que as torres, ambas
da mesma altura, estão dispostas em níveis
diferentes da construção.
ESCHER, Maurits C. Waterfall. 1961. 1 litografia, p&b, 38 × 30 cm.

Sistemas conservativos
Parece natural afirmar que um sistema Como podemos perceber nessa rápida
conservativo é aquele em que a energia mecânica demonstração, a causa de um sistema ser
se conserva ( Em = Em ). Entretanto, a conservação da conservativo reside no fato de o trabalho das
f i
energia mecânica é a consequência de um sistema forças não conservativas ser nulo, tendo como
ser conservativo, não a causa (ou condição de consequência a conservação da energia mecânica
ocorrência). A demonstração do chamado teorema da do sistema. Nesse sentido, é importante pensarmos
conservação da energia mecânica permite perceber na seguinte questão: é possível dizer que um
a diferença entre as causas e consequências de um sistema conservativo é aquele em que só atuam
sistema conservativo. forças conservativas? Apesar de a resposta parecer
ser claramente sim, em um sistema conservativo
Teorema da conservação de energia também podem atuar forças não conservativas,
Recordando o teorema da energia mecânica, bastando que o trabalho total realizado por elas seja
temos: WFncons
 b b Em f  Em i b bΔEm. Supondo uma nulo.
situação em que o trabalho das forças não A figura a seguir mostra um exemplo de
conservativas é nulo ( WFncons

b b HVVHWHRUHPDSRGH sistema conservativo em que atua uma força não
VHUHVFULWRDVVLPb b Em f  Em i , ou seja: conservativa:

Em i
Em f

78 • • FÍSICA
As duas únicas forças que atuam nessa situação aquele em que os seus objetos exercem, ou podem
são o peso do corpo e a normal: exercer, forças entre si, mas sobre os quais não há
ação de forças externas. Voltando ao exemplo de
• peso ⇒ força conservativa – por formar ângulo
jogo de sinuca, as bolas em movimento recebem a
agudo (menor que 90°) com o deslocamento do
ação de uma força externa: a força de atrito com a
corpo, realiza trabalho motor durante toda
mesa. Por isso, esse sistema se caracteriza como um
a descida;
sistema não isolado. Como consequência, após uma
• normal ⇒ força não conservativa – por ser tacada, as bolas trocam energia com o meio e, nesse
perpendicular ao deslocamento do corpo, caso, perdem energia para a mesa, até pararem.
não realiza trabalho.
Relembrando as modalidades de energia vistas,
Até o momento, examinamos diversos tipos de é possível fazer uma associação com as etapas de
sistemas e de situações físicas envolvendo a energia produção de energia em uma usina hidrelétrica.
mecânica. De modo geral, os sistemas definem o
Usinas hidrelétricas não podem ser instaladas
objeto de estudo em determinada situação. Tudo
em qualquer local. É necessário que o rio no qual
que está ao redor do sistema é conhecido como
elas são construídas apresente desníveis acentuados,
vizinhança, e o limite que separa um sistema da sua
ou seja, grandes quedas-d’água. Com a construção
vizinhança é denominado fronteira. Neste tópico,
de barragens, formam-se regiões de alagamento
vamos nos concentrar em um tipo de sistema
que armazenam uma gigantesca quantidade de
especial, para o qual o princípio da conservação de
água. Recordando a equação da energia potencial
energia mecânica é sempre válido: sistema fechado
JUDYLWDFLRQDO (Sb bPbybJbybK VHXPDJUDQGH
e isolado. Por definição, um sistema fechado é
massa de água está a uma grande altura, então
aquele em que não há troca de matéria ou energia
há uma enorme quantidade de energia potencial
com o ambiente externo, isto é, a quantidade de
gravitacional acumulada. Quando parte dessa água
matéria ou energia permanece constante ao longo
é liberada para escoar pelas barragens e começa a
do tempo.
cair (h diminui), sua energia potencial sofre variação
Em um jogo de sinuca, por exemplo, o sistema (diminuição), pois a força peso dessa massa de
formado pelas bolas do jogo permanece fechado água realiza trabalho motor. Como essa força é a
enquanto todas elas estiverem na mesa. A perda resultante, ocorre também variação (aumento) da
de matéria ou energia de um sistema o caracteriza energia cinética dessa massa de água. Ao atingir
como um sistema aberto, que, em geral, leva à as turbinas da usina hidrelétrica, a massa de água
variação de energia mecânica. Por exemplo, se que estava represada chega com grande energia
uma bola for encaçapada em um jogo de sinuca, cinética (velocidade). Depois de passar por processos
a quantidade de energia que ela tinha deixa de que envolvem eletromagnetismo, boa parte dessa
integrar o sistema, havendo assim uma mudança na energia é transformada em energia elétrica. As
quantidade da energia mecânica total. usinas hidrelétricas conseguem transformar energia
Além de fechado, um sistema mecânico potencial gravitacional em energia elétrica sem
conservativo deve ser isolado. Um sistema isolado é gerar resíduos tóxicos, como ocorre nas usinas

FIS
termelétricas ou nucleares.
Shutterstock/Bbearlyam

7. TRABALHO E ENERGIA • • 79
Observe a imagem, a seguir, que esquematiza
o funcionamento de uma usina hidrelétrica, e
Sistemas não conservativos
identifique as transformações de modalidades de De acordo com o princípio da conservação
energia envolvidas nas etapas I – II e II – III. da energia mecânica, se o valor do trabalho
8 Encaminhamento da atividade. realizado pelas forças externas ou não
conservativas que atuam sobre um corpo for
negativo (resistente), zero (nulo) ou positivo
(motor), ocorrerá, respectivamente, diminuição,
manutenção ou aumento no valor da energia
mecânica que ele tinha inicialmente.

©Shutterstock/Snapgalleria
II Considere o exemplo do lançamento de
um ônibus espacial (sistema). Em virtude da
ação da força de propulsão para cima (força
IIII externa exercida pela vizinhança sobre o
III sistema), ocorre um aumento de energia
mecânica do sistema. Inicialmente, por estar
em repouso no solo, o ônibus espacial não
tem energia cinética nem energia potencial
gravitacional em relação ao solo.
Ao realizar trabalho motor, a força
propulsora transfere energia para o sistema,
FIQUE POR DENTRO e o ônibus espacial ganha energia cinética
(aumenta sua velocidade) e também energia
ENGENHEIRO DE ENERGIA
EM13CNT301 potencial gravitacional (aumenta sua altura
O engenheiro de energia é um profissional em relação ao solo).
Shutterstock/Vaks-Stock Agency

capacitado para trabalhar em sistemas, projetos, Apesar de serem corriqueiras as situações


programas e unidades de geração de energia. Sua função em que ocorre acréscimo de energia mecânica,
compreende análise, desenvolvimento e planejamento deste ponto em diante, daremos ênfase a casos
logístico, de transporte, de distribuição e de utilização em que a quantidade de energia mecânica de
da energia. O engenheiro de energia pode trabalhar em: um sistema de corpos diminui.
usinas geradoras (como hidrelétricas, termelétricas

Shutterstock/Artsiom P
e termonucleares); estações e subestações de
distribuição de energia elétrica; refinarias de
petróleo ou etanol; plataformas e poços de
extração de petróleo; e postos de trabalho
administrativo de controle e gestão.
Esse profissional deve combinar habilidades
e conhecimentos dos principais ramos das
engenharias, como Engenharia
Civil, Mecânica e Elétrica, e ainda
as especificidades da produção
energética, com foco nos setores
locais e globais. Ele também deve ter
profundo conhecimento de vários
ramos da Física, como mecânica dos
sólidos e dos fluidos, Termodinâmica,
Eletromagnetismo e Eletrodinâmica,
além de conhecimento de normas
técnicas e de segurança dos sistemas com
os quais trabalha.

80 • • FÍSICA
Dissipação da energia mecânica
Em Física, a palavra “dissipar” indica a
transformação de qualquer modalidade de energia
útil em outra modalidade de energia.
Vamos analisar, por exemplo, o funcionamento
do motor de um carro do ponto de vista das
transformações de energia. A reação química de
combustão que ocorre em seu interior libera
energia térmica, que é parcialmente convertida
em energia de movimento das partes internas do
motor, o que faz com que o carro possa se mover
em relação ao solo. Mas nem toda a energia térmica
gerada na combustão é transformada em energia
de movimento, parte dela é liberada pelo sistema
de escapamento de gases. Assim, como a função
principal do carro é o movimento, a energia química da

a
hat
atc
combustão que foi aproveitada para gerar movimento

onr
rrik
é considerada energia útil. Já a energia térmica liberada

o
nB
iwa
pelo escapamento pode ser tratada como não útil.

Ap
ck/
sto
Nesse caso, a energia mecânica do motor não é

er
utt h
©S
conservada porque existe a realização de trabalho
de forças dissipativas que reduzem a quantidade
dessa energia do corpo, ou seja, a variação da
energia mecânica é negativa:
WFncons
  ΔEm ou WFncons   Em f  Em i Em processos mecânicos gerais, as principais
forças resistentes e, por isso, dissipativas são as forças


de arrasto do ar e de atrito entre superfícies sólidas.


Quando pensamos em dissipação de energia
mecânica, podemos associá-la a exemplos do
cotidiano. Ocorre dissipação de energia quando um
carro é freado, por exemplo. A força de atrito que
os freios proporcionam dissipa a energia cinética
associada ao seu movimento. É claro que a força
©Shutterstock/Avigator fortuner

de atrito realiza trabalho resistente, pois atua em


sentido contrário ao movimento das rodas do carro.
Mas isso não significa que, nesse caso, o atrito seja

FIS
prejudicial. Afinal espera-se justamente que essa
força possa dissipar energia quando o intuito é parar
o veículo em uma eventual situação de perigo.
Outro exemplo do cotidiano em que podemos
observar a atuação de forças dissipativas é o salto
de paraquedas – o paraquedista precisa que a força
de arrasto ou de resistência do ar atue para que ele
chegue ao solo em segurança. A força de resistência
©Shutterstock/Marina-Kruglyakova

do ar atua sobre o paraquedas em sentido oposto


ao da queda. Nesse caso, o paraquedas diminui
gradualmente sua energia potencial e também vai
diminuindo ou pelo menos mantendo constante a
sua energia cinética, até a aterrissagem.

7. TRABALHO E ENERGIA • • 81
FIQUE POR DENTRO

ENGENHARIA DE MATERIAIS
O engenheiro de materiais é
um profissional que pesquisa e
desenvolve produtos por meio de
processos químicos para atender
às demandas da indústria.
Essa área da engenharia pode

©Shutterstock/Pand P Studio
impactar diretamente no meio
ambiente, buscando, por exemplo,
melhorias em materiais que
propiciem o avanço tecnológico
do ciclo energético de forma
sustentável. EM13CNT307

A importância para a energia da ciência e engenharia dos materiais


A ciência e engenharia de materiais têm um papel basilar em todo o ciclo de tecnologia energética, desde a
melhoria das fontes primárias (petróleo, carvão, gás natural, energia nuclear, hidrelétrica etc.), até novos sistemas
para transmissão e conservação e novos produtos e serviços para o consumidor. Melhorias evolutivas em materiais
continuamente contribuem para aumentar a eficiência, confiabilidade e desempenho dos produtos finais; e o
desenvolvimento de novos materiais e sistemas de materiais é necessário para novas opções de energia. A importância
de ciência e engenharia de materiais pode ser melhor visualizada se considerarmos a demanda por novos materiais
nas seguintes áreas relacionadas a energia: conversão e conservação; opções nucleares; utilização elétrica; e opções
futuras, tais como energia solar.

HAHN, Sookap. Os papéis da Ciência dos Materiais e da engenharia para uma sociedade sustentável. Estudos Avançados, v. 8, n. 20, p. 36-42, abr. 1994. p. 40-41.

82 • • FÍSICA
Lei da conservação de energia
“Na natureza, nada se cria, nada se perde. Tudo A energia total de um sistema considerado
se transforma.” A lei de Lavoisier foi enunciada isolado e fechado sempre se conserva,
com base na comparação da massa de reagentes permanecendo constante ao longo do tempo.
e de produtos em reações químicas. Apesar de a Logo, enquanto um tipo de energia diminui, outro
aplicação original dessa lei se referir a massas de necessariamente tem que aumentar.
substâncias, sua essência pode ser estendida para Por exemplo, um avião, no início da
outras grandezas físicas, como a energia. aterrissagem, apresenta grande quantidade de
Em diversas situações do cotidiano, não notamos energia cinética. Ao frear, essa energia é dissipada
ganho ou perda de energia. O que percebemos são pela força de atrito e transformada em outras
transformações entre múltiplas modalidades de modalidades de energia – térmica, sonora, etc.
energia existentes. Assim, é possível enunciar que:
a energia não pode ser criada nem destruída, ela só
pode ser transformada ou transferida.
©Shutterstock/Roseed Abbas

Antoine L. Lavoisier (1743-


1794) foi um químico francês
©Shutterstock/Jag_cz

que comprovou que, em reações


químicas, a massa dos reagentes é
igual à massa dos produtos.

Nas situações anteriores, estávamos tratando


da dissipação da energia mecânica, o que na
verdade está relacionado à transformação de uma Assim, podemos concluir que a energia total
modalidade de energia em outras modalidades. de um sistema corresponde à soma de todas
Quando um trem (sistema) está em movimento, as energias relevantes ao fenômeno analisado.
por exemplo, há energia cinética envolvida, pois há Em sistemas isolados, a energia total de um
velocidade em relação a um referencial. Durante sistema sempre é conservada.
a frenagem desse trem, a energia cinética diminui

FIS
em decorrência da ação de dissipação da energia
mecânica pelo trabalho da força de atrito. Essa
energia dissipada transforma-se, na realidade,
em energia térmica, sonora e em outras energias,
transferidas para as vizinhanças do sistema.
Se adicionarmos todas essas outras formas
de energia ao sistema, além da energia mecânica,
teremos que:

Etotal (mecânica + Etérmica + Equímica + Eoutras

7. TRABALHO E ENERGIA • • 83
EM13CNT301, EM13CNT307, EM13CNT309
ATIVIDADES A energia mecânica total é dada pela soma das energias cinética e
potencial: ET = EC + EP
21. (UNINOVE – SP) Um operário ergue uma carga Considerando-se essas informações, é correto
de 50 kg de massa trazendo-a do chão até uma afirmar que: Nos pontos N e P, a energia potencial é a
mesma. Com a perda de energia, temos que
altura de 6,0 m, onde ele se encontra. Para essa a) ECN = ECP e ETP = ETQ. ETN > ETP. Logo, isso implica
tarefa, o operário utiliza um moitão simples de perda de energia cinética.
b) ECN = ECP e ETP > ETQ. Então, E  > E .
uma roldana fixa e outra móvel, como ilustra a CN CP
c) ECN > ECP e ETP = ETQ. Da mesma forma, de P até Q,
figura. X d) ECN > ECP e ETP > ETQ. deve ocorrer perda de energia
total. Assim, ETP > ETQ.
23. (UNIFOR – CE) Uma bala de massa 50 gramas
incide com velocidade de 400 m/s numa
prancha de madeira, atravessa-a e sai com
velocidade de 200 m/s, na mesma direção.
A energia dissipada pela força resistente da
madeira sobre a bala tem módulo, em joules:
a) 4,0 · 103 c) 2,0 · 103 e) 8,0 · 102
3
X b) 3,0 · 10 d) 1,0 · 103
24. (UFPA) Um menino solta uma moeda, a
Desprezando a inércia das roldanas e do cabo e partir do repouso, sobre um plano inclinado.
considerando a aceleração da gravidade com o Desprezando-se o atrito, pode-se afirmar que a
valor 10 m/s2, pode-se afirmar que o trabalho velocidade, ao final da rampa, é
realizado: a) igual a de qualquer ponto anterior à do final.
a) ’‡Ž‘’‡•‘†ƒ…ƒ”‰ƒ±†‡͵ԜͲͲͲ Ǥ b) diretamente proporcional à altura do plano.
X b) ’‡Ž‘’‡•‘†ƒ…ƒ”‰ƒ±†‡Ȃ͵ԜͲͲͲ Ǥ
c) diretamente proporcional ao quadrado da
altura do plano.
c) pela força exercida pelo operário é de X d) diretamente proporcional à raiz quadrada da
ͳԜͷͲͲ Ǥ altura do plano.
d) pela força exercida pelo operário é de e) inversamente proporcional à altura do plano.
ȂͳԜͷͲͲ Ǥ
25. (UFRGS – RS) Um dispositivo de lançamento
e) pela força exercida pelo operário depende vertical de massas consiste em um tubo com uma
da velocidade constante com que a carga é mola sobre a qual são colocados objetos. Após a
erguida. mola ser comprimida, o sistema massa-mola é
liberado. Não há contato entre a massa e a parede
do tubo, e a resistência
do ar é desprezível.
22. (UFMG) Observe o perfil de uma montanha-
Na figura I, um objeto de
-russa representado nesta figura: massa m é colocado sobre
uma mola de constante
elástica k. A mola é então
comprimida por uma
distância X. Quando o
sistema é liberado, o
objeto é arremessado
Um carrinho é solto do ponto M, passa pelos verticalmente e atinge
pontos N e P e só consegue chegar até o uma altura h. Na figura II, um objeto de massa 2m é
ponto Q. Suponha que a superfície dos trilhos colocado sobre a mesma mola e esta é comprimida
apresenta as mesmas características em toda por uma distância 2X. Nesse caso, a altura H atingida
a sua extensão. Sejam ECN e ECP as energias pelo objeto, após a liberação do sistema, é
cinéticas do carrinho, respectivamente, nos a) h/2. c) h 2 . e) 4h.
pontos N e P e ETP e ETQ as energias mecânicas b) h. X d) 2h.
totais do carrinho, também respectivamente,
nos pontos P e Q. p de es
e fazer as atividades
Agora, você pod
quist
C qui
ã Con a Ene
sta m.
d seção
9 a 42 da
39
84 • • FÍSICA
CONQUISTA ENEM

26. ENEM Para que se faça a reciclagem das latas de que o disco desce, parte de sua energia
alumínio são necessárias algumas ações, dentre potencial gravitacional é transformada em
elas: energia cinética de translação e energia cinética
1) recolher as latas e separá-las de outros de rotação; etapa 2 - o cálculo da energia
materiais diferentes do alumínio por catação; cinética de rotação do disco no ponto mais
baixo de sua trajetória, supondo o sistema
2) colocar as latas em uma máquina que
conservativo. Ao preparar a segunda etapa,
separa as mais leves das mais pesadas por
ele considera a aceleração da gravidade igual
meio de um intenso jato de ar;
a 10 m · s–2 e a velocidade linear do centro de
3) retirar, por ação magnética, os objetos massa do disco desprezível em comparação
restantes que contêm ferro em sua com a velocidade angular. Em seguida, mede
composição. a altura do topo do disco em relação ao chão
As ações indicadas possuem em comum o fato de no ponto mais baixo de sua trajetória, obtendo
a) exigirem o fornecimento de calor. 1/3 da altura da haste do brinquedo. As
b) fazerem uso da energia luminosa. especificações de tamanho do brinquedo, isto
é, de comprimento (C), largura (L) e altura (A),
c) necessitarem da ação humana direta. assim como da massa de seu disco de metal,
d) serem relacionadas a uma corrente foram encontradas pelo estudante no recorte
elétrica. de manual ilustrado a seguir.
X e) ocorrerem sob a realização de trabalho de
uma força.
27. ENEM Um automóvel, em movimento uniforme,
anda por uma estrada plana, quando começa
a descer uma ladeira, na qual o motorista faz
com que o carro se mantenha sempre com
velocidade escalar constante.
Durante a descida, o que ocorre com as energias
potencial, cinética e mecânica do carro?
a) A energia mecânica mantém-se constante,
já que a velocidade escalar não varia e,
portanto, a energia cinética é constante.
b) A energia cinética aumenta, pois a energia
potencial gravitacional diminui e quando
uma se reduz, a outra cresce.

FIS
c) A energia potencial gravitacional mantém-
-se constante, já que há apenas, forças
conservativas agindo sobre o carro. Conteúdo: base de metal,
hastes metálicas, barra
X d) A energia mecânica diminui, pois a energia
superior, disco de metal.
cinética se mantém constante, mas a
energia potencial gravitacional diminui. Tamanho (C × L × A):
300 mm × 100 mm × 410 mm.
e) A energia cinética mantém-se constante, já
que não há trabalho realizado sobre o carro. Massa do disco de metal: 30 g.

28. ENEM Numa feira de ciências, um estudante


utilizará o disco de Maxwell (ioiô) para O resultado do cálculo da etapa 2, em joule, é:
demonstrar o princípio da conservação da a) 4,10 · 10–2 d) 8,20 · 104
energia. A apresentação consistirá em duas –2
X b) 8,20 · 10 e) 1,23 · 105
etapas: etapa 1 - a explicação de que, à medida
c) 1,23 · 10–1

7. TRABALHO E ENERGIA • • 85
29. (UEPG – PR) Em relação aos conceitos 31. ENEM Um projetista deseja construir um
envolvendo energia, assinale o que for correto. brinquedo que lance um pequeno cubo ao
(01) Energia cinética – uma moto à velocidade longo de um trilho horizontal, e o dispositivo
de 25 m/s tem menos energia cinética precisa oferecer a opção de mudar a velocidade
que movendo-se a uma velocidade de de lançamento. Para isso, ele utiliza uma mola
50 km/h. e um trilho onde o atrito pode ser desprezado,
conforme a figura.
(02) Energia mecânica – a energia não é criada
e nem destruída, mas sim transformada.
No caso de uma montanha-russa, durante
a subida que se processa lentamente,
os carrinhos armazenam energia
cinética até atingir o ponto mais alto da
Para que a velocidade de lançamento do cubo
montanha. Quando descem percorrendo
seja aumentada quatro vezes, o projetista deve
todo o trajeto até o ponto de partida,
a energia cinética vai sendo dissipada, a) manter a mesma mola e aumentar duas
transformando-se em energia potencial. vezes a sua deformação.
X b) manter a mesma mola e aumentar quatro
X(04) Energia potencial gravitacional – um
praticante de salto ornamental possui vezes a sua deformação.
no ponto de partida do trampolim uma c) manter a mesma mola e aumentar
certa quantidade de energia potencial dezesseis vezes a sua deformação.
gravitacional, significando que, desprezando d) trocar a mola por outra de constante
forças dissipativas, ao chegar à água, a força elástica duas vezes maior e manter a
peso exercida sobre ele terá realizado um deformação.
determinado trabalho motor que, de acordo e) trocar a mola por outra de constante
com o teorema da energia cinética, provoca elástica quatro vezes maior e manter a
um aumento no valor desta grandeza. deformação.
X(08) Energia potencial elástica – um arqueiro, TEMA
32. ENEM
ao distender seu arco, despende uma QUENTE
certa quantidade de energia. Parte desta
energia é armazenada na corda do arco e,
quando liberada, é convertida em energia
cinética da flecha.
30. ENEM Uma análise criteriosa do desempenho de
Usain Bolt na quebra do recorde mundial dos 100
metros rasos mostrou que, apesar de ser o último
dos corredores a reagir ao tiro e iniciar a corrida,
seus primeiros 30 metros foram os mais velozes
já feitos em um recorde mundial, cruzando essa
marca em 3,78 segundos. Até se colocar com o
corpo reto, foram 13 passadas, mostrando sua
potência durante a aceleração, o momento mais
importante da corrida. Ao final desse percurso,
Bolt havia atingido a velocidade máxima de
12 m/s. A figura representa o processo mais usado
Disponível em: http://esporte.uol.com.br. Acesso em: 5 ago. 2012 nas hidrelétricas para obtenção de energia
(adaptado). elétrica no Brasil. As transformações de energia
nas posições I → II e II → III da figura são,
Supondo que a massa desse corredor seja igual respectivamente,
a 90 kg, o trabalho total realizado nas
13 primeiras passadas é mais próximo de: a) energia cinética → energia elétrica e
energia potencial → energia cinética.
a) 5,4 × 102  d) 1,3 × 104 
3
b) energia cinética → energia potencial e
X b) 6,5 × 10   e) 3,2 × 104 energia cinética → energia elétrica.
c) 8,6 × 103 
86 • • FÍSICA
X c) energia potencial → energia cinética e Quando o carrinho se movimenta sozinho, sem
energia cinética → energia elétrica. deslizar, a energia potencial elástica é convertida
d) energia potencial → energia elétrica e em energia cinética pela ação da força de atrito:
energia potencial → energia cinética. a) dinâmico na roda, devido ao eixo.
e) energia potencial → energia elétrica e X b) estático na roda, devido à superfície rugosa.
energia cinética → energia elétrica. c) estático na superfície rugosa, devido à roda.
33. ENEM Uma das modalidades presentes d) dinâmico na superfície rugosa, devido à roda.
nas Olimpíadas é o salto com vara. As e) dinâmico na roda, devido à superfície rugosa.
etapas de um dos saltos de um atleta estão
representadas na figura. 35. (FUVEST – SP) Dois corpos de massas iguais
são soltos, ao mesmo tempo, a partir do
repouso, da altura h1 e percorrem os diferentes
trajetos (A) e (B), mostrados na figura, onde
x1 > x2 e h1 > h2.

Considere as seguintes afirmações:


I. As energias cinéticas finais dos corpos em
(A) e em (B) são diferentes.
Desprezando-se as forças dissipativas
(resistência do ar e atrito), para que o salto II. As energias mecânicas dos corpos, logo antes
atinja a maior altura possível, ou seja, o máximo de começarem a subir a rampa, são iguais.
de energia seja conservada, é necessário que III. O tempo para completar o percurso
a) a energia cinética, representada na etapa independe da trajetória.
I, seja totalmente convertida em energia IV. O corpo em (B) chega primeiro ao final da
potencial elástica representada na etapa IV. trajetória.
b) a energia cinética, representada na etapa V. O trabalho realizado pela força peso é o
II, seja totalmente convertida em energia mesmo nos dois casos.
potencial gravitacional, representada na
etapa IV. Note e adote: desconsidere forças
dissipativas.
X c) a energia cinética, representada na etapa I, seja
totalmente convertida em energia potencial É correto somente o que se afirma em
gravitacional, representada na etapa III. a) I e III. c) IV e V. e) I e V.
d) a energia potencial gravitacional, X b) II e V. d) II e III.
representada na etapa II, seja totalmente
36. (UFPA) Considere as seguintes situações: na
convertida em energia potencial elástica,
primeira, o menino deixa cair a moeda, do
FIS
representada na etapa IV.
ponto mais alto, a partir do repouso, e a moeda
e) a energia potencial gravitacional, chega à base do plano inclinado com uma
representada na etapa I, seja totalmente energia cinética Ec; na segunda, do ponto mais
convertida em energia potencial elástica,
alto, o menino lança a moeda ao longo do plano
representada na etapa III.
inclinado para baixo, com velocidade v = 2 m/s,
34. ENEM Um carrinho de e ela, nessa segunda situação, chega a base com
brinquedo funciona por TEMA uma energia cinética 20% maior do que na
fricção. Ao ser forçado QUENTE primeira situação.
a girar suas rodas para Considerando-se a aceleração da gravidade
trás, contra uma superfície rugosa, uma mola g = 10 m/s2, pode-se afirmar que a altura
acumula energia potencial elástica. Ao soltar vertical, em metros, desse plano é
o brinquedo, ele se movimenta sozinho para X a) 1 c) 2 e) 3
frente e sem deslizar.
b) 1,5 d) 2,5

7. TRABALHO E ENERGIA • • 87
TEMA
quiques. Uma bola de massa igual a 0,4 kg é
37. ENEM Um garoto foi à loja QUENTE solta verticalmente de uma altura inicial de
comprar um estilingue
e encontrou dois modelos: um com borracha 1,0 m e perde, a cada choque com o solo, 80%
mais “dura” e outro com borracha mais “mole”. de sua energia mecânica. Considere desprezível
O garoto concluiu que o mais adequado seria o a resistência do ar e adote g = 10 m/s2.
que proporcionasse maior alcance horizontal, D, O valor da energia mecânica final, em joule, após a
para as mesmas condições de arremesso, quando bola quicar duas vezes no solo, será igual a
submetidos à mesma força aplicada. Sabe-se que X a) 0,16 c) 1,60 e) 3,20
a constante elástica kd (do estilingue mais “duro”) b) 0,8 d) 2,56
é o dobro da constante elástica km (do estilingue
mais “mole”). 41. (UEFS – BA)
D
A razão entre os alcances d , referentes aos
Dm
estilingues com borrachas “dura” e “mole”,
respectivamente, é igual a

a) 1 X b)
1 c) 1 d) 2 e) 4
4 2
38. (IFCE) Um corpo de massa 4 kg é abandonado
de uma altura de 320 m em relação ao solo. A A figura representa um sistema massa-mola
aceleração da gravidade no local vale 10 m/s2. A ideal, cuja constante elástica é de 4 N/cm. Um
energia cinética ao atingir o solo, em J, é igual a corpo de massa igual a 1,2 kg é empurrado
contra a mola, comprimindo-a de 12,0 cm.
X a) 12 800 c) 3 200 e) 800
Ao ser liberado, o corpo desliza ao longo da
b) 6 400 d) 1 600 trajetória representada na figura. Desprezando-
39. ȋ ȂȌ…ƒ””‘†‡ͳԜͲͲͲ‰…‘‘‘–‘” -se as forças dissipativas em todo o percurso e
desligado é empurrado em uma rua plana e considerando a aceleração da gravidade igual a
horizontal por um grupo de pessoas que, juntas, 10 m/s2, é correto afirmar que a altura máxima
exercem uma força constante e horizontal de H atingida pelo corpo, em cm, é igual a
600 N sobre o veículo. A partir do repouso, o X01) 24 03) 28 05) 32
carro adquire uma velocidade de 2 m/s após 02) 26 04) 30
percorrer 10 m em linha reta.
42. (ITA – SP) Um bloco de massa m sustentado
por um par de molas idênticas, paralelas e de
constante elástica k, desce verticalmente com
velocidade constante e
de módulo v controlada
por um motor, conforme
ilustra a figura.
(http://estudio01. Se o motor travar
proj.ufsm.br) repentinamente,
ocorrerá uma força de
A energia dissipada ao final desses 10 m foi de: tração máxima no cabo
a) ͳԜͲͲͲ c) ͵ԜͲͲͲ e) ͷԜͲͲͲ com módulo igual a
b) ʹԜͲͲͲ X d) ͶԜͲͲͲ
a) mg + (mg )2 + 2kmv 2
40. ENEM Bolas de borracha, ao caírem no chão,
quicam várias vezes antes que parte da sua b) mg + (mg )2 + kmv 2
energia mecânica seja dissipada. Ao projetar uma
bola de futsal, essa dissipação deve ser observada X c) mg + 2kmv 2
para que a variação na altura máxima atingida
após um número de quiques seja adequada às d) mg + 4 kmv 2
práticas do jogo. Nessa modalidade é importante
que ocorra grande variação para um ou dois e) mg + kmv 2

88 • • FÍSICA
DO
BR
EN
AL
IN
HA
PO
8
NT

OE
I LH
AD
A

DE DE

OBJETIVOS DO CAPÍTULO
¤ Interpretar a quantidade
de movimento para uma
partícula e para um sistema de
partículas.
¤ Compreender o teorema do
impulso e suas aplicações.
¤ Entender a conservação da
quantidade de movimento e
em que situações um sistema é
considerado isolado.
¤ Estabelecer a relação entre
conservação da quantidade de
movimento e energia, para os
diferentes tipos de colisões.
cz

Resolver situações-problema
_
Jag

¤
ck/

que envolvam tipos de colisões


to
ers tt
hu

observados em eventos
©S

cotidianos.
8
Em ac
acidentes automobilísticos, nem sempre é fácil
quem foi o culpado pela ocorrência. Por esse
descobrir qu
motivo, é comu
comum peritos policiais serem chamados para fazer

©Shutterstock/Pretty Vectors
um parecer técnico a respeito. Ao chegar ao local em que ocorreu
a colisão, eles tentam avaliar a direção e o sentido dos movimentos
dos carros envolvidos (antes e depois do acidente), as massas
desses veículos, as dis
distâncias percorridas por eles durante
uma possível
í l ffrenagem (marcas de pneu deixadas no asfalto
podem ajudar nisso) e os danos causados nos automóveis.
Com base nessas informações, eles conseguem calcular
os valores aproximados das velocidades dos carros antes
da colisão. Isso pode servir como prova para acusar ou
inocentar os condutores dos veículos.
A Dinâmica Impulsiva é a parte da Mecânica que Durante a colisão de dois carros, as
apresenta os elementos necessários para estudar o que ocorre em massas e as velocidades de cada um
colisões e como se comportam corpos em explosões e empurrões, além são fatores determinantes para as
deformações ocorridas.
de outros fatos e fenômenos físicos.

QUANTIDADE DE MOVIMENTO
O estudo das leis de Newton mostra que todo corpo tem certa
inércia, ou seja, determinada dificuldade para alterar seu estado de
movimento. A medida da inércia de um corpo é sempre a sua massa.
Dessa forma, corpos com maior massa têm maior tendência a manter-
-se em repouso ou a efetuar movimento em linha reta e com
velocidade constante.
Complementando essa ideia, podemos afirmar que a
dificuldade para alterar o estado de movimento de um
corpo depende também de outro fator. Você perceberá
isso claramente respondendo à seguinte questão:
o que é mais difícil parar, um carro com velocidade de
10 km/h ou o mesmo carro movendo-se a
100 km/h? É simples perceber que, quanto maior
for o módulo de velocidade de um corpo,
mais complicado será freá-lo. Esse é um dos
motivos pelos quais é tão perigoso dirigir
em alta velocidade.

Um navio precisa começar a ser freado muito


antes do ponto em que se deseja que ele pare.
Você sabe qual o motivo disso?
no
g
sta
Roo
eric
Fed
ck/
sto
ter
hut
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90 • • FÍSICA
Quantidade de movimento de uma partícula
Reunindo os fatores massa e velocidade, Dessas observações, concluímos que, ao fazer
podemos definir uma nova grandeza, denominada determinada força atuar sobre um móvel, é possível
quantidade de movimento. De certa forma, é pará-lo ou não, dependendo da direção e do sentido
possível dizer que essa grandeza representa dessa força e da velocidade com que o móvel se
informalmente uma medida da dificuldade de parar movimenta. Assim, a dificuldade para frear um corpo
um corpo. Matematicamente, seu valor pode ser deve receber tratamento vetorial. Por esse motivo, a
calculado pela seguinte equação: Q = m · v. quantidade de movimento de um corpo fica descrita
completamente conforme a equação a seguir:
Como força resultante é o agente físico
responsável por provocar variações de velocidade
em um corpo, constatamos que:
Q: Quantidade de movimento em
a) uma força aplicada na mesma direção e no G G kg · m/s (SI)
mesmo sentido da velocidade de um corpo Q =m· v
m: Massa em kg (SI)
tende a deixá-lo mais rápido;
v: Velocidade em m/s
b) uma força aplicada na mesma direção, mas
no sentido contrário ao da velocidade de um Visto que qualquer massa é sempre expressa
corpo tende a deixá-lo mais lento; por um número positivo, o vetor quantidade
c) uma força aplicada perpendicularmente de movimento de um corpo tem as seguintes
à velocidade de um corpo não altera sua características:
rapidez (vale lembrar que o trabalho dela é • módulo: Q = m · v;
nulo, nesse caso), mas provoca variação na G
direção do movimento que ele realiza. • direção: mesma de v ;
G
• sentido: mesmo de v .
Quanto às unidades, no Sistema Internacional
(SI), usam-se kg para massa, m/s para velocidade
e, consequentemente, kg · m/s para quantidade
de movimento.
Observe que a quantidade de movimento de
um corpo é uma grandeza vetorial (diferentemente
da energia, que é escalar) e que ela tem a direção
e o sentido definidos pelo vetor velocidade. Logo,
se duas bolas de basquete de mesma massa e
mesma velocidade colidem frontalmente, elas têm,

FIS
antes e depois da colisão, vetores de quantidade
de movimento de sentidos contrários. A energia,
por outro lado, é igual para ambas, pois ela não
depende da direção e do sentido do movimento.


v

A quantidade de movimento de um corpo é proporcional à sua


velocidade e à sua massa.

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 91


Quantidade de movimento de um sistema de partículas
Em sistemas mecânicos nos quais vários corpos
se movimentam, cada qual detém uma quantidade de
movimento própria, determinada pelo produto entre m5
v2
a sua massa e a sua velocidade. A soma vetorial das v5
m2 v4
quantidades de movimento de todas as partículas
v1 m4
do sistema determina
G a quantidade de movimento m1
v3
resultante, QR, do sistema de partículas, tal que: m3
G G G G G
QR = Q1 + Q 2 + Q3 + ... + Qn
G G G G G A quantidade de movimento de um sistema é igual à soma da
QR = m1 · v1 + m2 · v2 + m3 · v3 + ... + mn · vn quantidade de movimento de todos os corpos desse sistema.

©Shutterstock/Studio 37

©Shutterstock/Yoran Fotografie
A soma da quantidade de movimento de cada uma das inúmeras partículas resultantes de uma explosão de fogos de artifício ou
provocada por uma bomba permite determinar a quantidade de movimento do sistema.

EM13CNT306
ATIVIDADES

1. (UECE) Considere um veículo de massa constante que se desloca em linha reta. Este veículo tem seu
momento linear dado por p = 4t, onde t é o tempo e a constante multiplicativa 4 tem a unidade de
medida apropriada. Assim, é correto afirmar que
a) sua velocidade é constante. c) sua energia cinética é constante.
X b) sua aceleração é constante. d) sua energia cinética é decrescente.

A quantidade de movimento ou momento linear é dada pelo produto da massa pela velocidade do corpo.
Examinando a constante multiplicativa 4, podemos notar que ela tem dimensão de força e, como a massa é constante, a aceleração também é.
A análise dimensional a seguir comprova esse fato:

p = m · v = kg 
m
s
Mas, como p = 4t, devemos analisar a unidade da constante multiplicativa 4:
p m
4 = = kg · 2 = m · a
t s

Logo, a constante multiplicativa representa força. Se a força é constante, a aceleração também é, de acordo com a 2.ª lei de Newton (F = m · a).

92 • • FÍSICA
2. (UECE) Considere um vagão com uma carga 4. (UECE) Considere duas massas iguais
líquida, que é puxado por uma locomotiva em penduradas por uma corda flexível e
uma via reta horizontal. Despreze os atritos e inextensível que passa por uma polia presa ao
considere que a força aplicada pela locomotiva teto. Desconsiderando-se todos os atritos, de
ao vagão seja constante. modo que as massas possam subir ou descer
Caso haja vazamento dessa carga, o momento livremente, e considerando, nesse arranjo, a
linear do conjunto formado pelo vagão e a situação em que uma das massas está subindo
carga no seu interior com velocidade constante, é correto afirmar
que o módulo da soma vetorial dos momentos
a) varia somente pela aplicação da força.
lineares das massas é
X b) varia pela aplicação da força e pela
a) o dobro do módulo do momento linear de
variação na massa.
uma das massas.
c) varia somente pela perda de massa do
b) o triplo do módulo do momento linear de
vagão.
uma das massas.
d) não varia mesmo com mudança na massa.
X c) zero.
O momento é dado por Q = m · v. A aplicação da força interfere na
aceleração diferente de zero e, consequentemente, na variação da d) igual ao módulo do momento linear de
velocidade adquirida. Nesse sentido, podemos dizer que o conjunto uma das massas.
depende da força aplicada e da variação de massa decorrente do
vazamento. Se uma das massas está subindo com velocidade constante, a outra
deve estar descendo com velocidade constante, de mesmo módulo e
3. (FATEC – SP) Em uma aula do curso de direção, mas de sentido oposto.
Logística Aeroportuária, o professor propõe Portanto: Q1 + Q2 = mv + m(–v) ⇒ Qres = 0.
aos alunos que determinem a quantidade de 5. (FATEC – SP) Uma esfera se move sobre uma
movimento da aeronave tipo 737–800 em voo superfície horizontal sem atrito. Num dado
de cruzeiro, considerando condições ideais. instante, sua energia cinética vale 20 J e sua
Para isso ele apresenta valores aproximados, “—ƒ–‹†ƒ†‡†‡‘˜‹‡–‘–‡×†—Ž‘ʹͲȉ•Ǥ
fornecidos pelo fabricante da aeronave. Nestas condições, é correto afirmar que sua
INFORMAÇÃO DADO a) ˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡˜ƒŽ‡ͳǡͲȀ•
b) ˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡˜ƒŽ‡ͷǡͲȀ•Ǥ
Massa máxima de decolagem ͹ͻԜͲͲͲ‰
c) ˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡˜ƒŽ‡ͳͲȀ•Ǥ
Velocidade média de cruzeiro ͹ʹͲȀŠ d) ƒ••ƒ±†‡ͳǡͲ‰Ǥ
X e) ƒ••ƒ±†‡ͳͲ‰Ǥ
Com base nos dados apresentados no quadro, o
Dados: E = 20 J; Q = 20 N · s.
”‡•—Ž–ƒ†‘ƒ’”‘š‹ƒ†‘‡•’‡”ƒ†‘±ǡ‡‰ȉȀ•ǣ
7 m · v2
X a) ͳǡ͸ȉͳͲ A quantidade de movimento ou momento Se Q = m · v e E =
2
, então:
7 linear (Q) é o produto da massa pela
b) ʹǡͲȉͳͲ velocidade. Assim, para a velocidade de 20
20 = m · v ⇒ v = (l)
c) ʹǡ͸ȉͳͲ7 cruzeiro (720 km/h = 200 m/s), temos que: m
2 2 2
Q = m · v ⇒ Q = 79 000 · 200 m 20  m 20
d) ͵ǡͲȉͳͲ7
m 2 20
˜ v ⇒ 20 =

FIS
20 = · = · 2 =
Q = 1,58 · 107 kg · m/s 2 2  m  2 m 2m
e) ͵ǡ͸ȉͳͲ7 Q ≅ 1,6 · 107 kg · m/s 20 · 2m = 202 ⇒ 2m = 20 ⇒ m = 10 kg

as atividades
Agora, você pode fazer
Conquista Enem.
28 e 29 da seção

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 93


IMPULSO
Em um arremesso de bola Da mesma forma, se você quiser saltar mais alto, intuitivamente
ao gol, no handebol, os atletas vai se abaixar um pouco antes de pular (você está “pegando impulso”).
podem correr por alguns metros Ao fazer isso, a intenção é exercer uma força contra o solo durante
para conseguir saltar o mais alto certo intervalo de tempo. E são exatamente essas as duas variáveis
possível. Comumente, dizemos relacionadas com o impulso físico adquirido por um corpo: a força
que, nessa etapa da corrida, o e o intervalo de tempo durante o qual essa força é aplicada. Quanto
atleta está “pegando impulso”. Em maior for a força sobre o corpo do atleta, maior será o impulso que ele
Física, a ideia de impulso está adquirirá; além disso, quanto maior for o tempo de aplicação dessa
presente nessa situação, mas não força, maior também será o impulso adquirido.
exatamente como a utilizamos
no cotidiano.
A corrida que o atleta faz Impulso de uma força
serve para chegar ao ponto Considere um corpo de massa m em repouso sobre uma superfície
de salto com a maior energia plana e horizontal. A partir de certo instante, esse corpo passa a receber
cinética possível, que depois será G
a ação de uma força F (constante), durante um certo intervalo de
convertida em energia potencial. tempo ǻt, conforme a figura a seguir:
O impulso, do modo como a
Física entende, se dá apenas no
momento em que ele flexiona v0 = 0 v
as pernas para sair do chão, →
F

F
exercendo uma força sobre o solo
e, por consequência, havendo uma
reação do solo sobre o atleta.
Nessas condições, essa força faz o corpo adquirir movimento,
ou seja, ela gera determinado efeito sobre o corpo. Dizemos que
essa força impulsionou o móvel, e o efeito gerado sobre ele foi a
variação do módulo de sua velocidade.
Se o corpo da figura anterior já estivesseG em movimento,
o que aconteceria caso a direção da força F fosse alterada,
atuando ainda na horizontal, mas perpendicularmente ao
movimento? Nesse caso, essa força não realizaria trabalho
e seria, portanto, incapaz de provocar variação no módulo
da velocidade do móvel. Mesmo assim, ela estaria
impulsionando o corpo, mas fazendo variar a direção da
sua velocidade. Além do módulo, a direção e o sentido
de uma força também são essenciais para determinarmos
a maneira como ela impulsiona um objeto.

©Shutterstock/
Master1305
As pernas flexionadas funcionam como
uma mola, que realiza uma força para
restituir o seu formato inicial.

94 • • FÍSICA
Caso o corpo já estivesse em movimento,
G o que
aconteceria se o sentido da força F fosse contrário a
esse movimento? Nesse caso, a velocidade seria reduzida,
e o impulso dessa força teria um sentido negativo.
Dessa forma, podemos concluir que impulso é uma
grandeza do tipo vetorial e que sua intensidade (IF) depende
diretamente de dois fatores, como foi exposto anteriormente. Assim, ©Shutterstock/Jianbing Lee

no caso de uma força constante, a equação do impulso é: Quando uma força é contrária ao
movimento, provoca um impulso
negativo. Nessa imagem, o chão (de
IF: Impulso em N · s (SI)
areia) exerce sobre o atleta uma força
G G F: Força em N (SI) contrária ao sentido do movimento,
I F = F · 't provocando um impulso negativo.
Δt: Intervalo de tempo em s (SI)

Como o intervalo de tempo (Δt) é sempre positivo,


as características do impulso de uma força são:
• módulo: IF = F · Δt;
G
• direção: mesma de F ; Área = F · Δt
G
• sentido: mesmo de F .
Quanto às unidades, no SI, usamos N (newton) Sabendo que IF = F · Δt, temos que o impulso
para força, s (segundo) para intervalo de tempo e, de uma força é numericamente igual à área do
consequentemente, N · s para impulso. gráfico da força em função do intervalo de tempo de
aplicação:
Impulso de uma força variável N
IF = Áreagráfico

A equação GparaGdeterminação do impulso Nessa equação, a pequena letra N colocada


de uma força ( I F = F · 't ) é válida somente acima do sinal de igual indica que essas grandezas
para determinar o impulso realizado por forças são somente iguais em número, afinal apresentam
constantes. Em várias situações práticas, porém, as unidades de medida diferentes. Assim, para
forças aplicadas em um corpo apresentam valor determinar o impulso de uma força, devemos calcular
variável ao longo do movimento. a área formada entre a curva dessa resultante e
o eixo que representa o intervalo de tempo (t).
Nesses casos, o impulso deve ser determinado
Mesmo que a força aplicada sobre um corpo tenha
com o auxílio do diagrama do módulo da força em
intensidade variável, podemos calcular o impulso
função do intervalo de tempo de sua aplicação.
pelo método gráfico. Observe o exemplo a seguir.
Considere, em um primeiro momento, uma força ©Shutterstock/Nasky

FIS
constante aplicada sobre um corpo durante um
intervalo de tempo Δt.
Movimento

Força

F Massa

Área

Força elástica
0 Δt Tempo
Note que, nessa ilustração, conforme o corpo vai
sendo impulsionado pela mola, a deformação vai
Se a área do retângulo presente no gráfico
diminuindo. Logo, a força elástica também diminui.
do módulo da força pelo intervalo de tempo for
Portanto, nesse caso, o corpo sofre um impulso
calculada, chegaremos ao seguinte resultado:
(aplicado pela mola) de uma força variável.

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 95


EXEMPLOS RESOLVIDOS
O gráfico a seguir representa uma força F RESPOSTA
aplicada sobre um corpo. Essa força é variável Nesse caso, determinamos o impulso
e atua na direção do movimento, em função do somando todas as áreas acima do eixo do tempo
tempo t. Para essa situação, determine o impulso (t) e subtraindo todas as áreas abaixo desse
exercido pela força F durante o intervalo de tempo eixo. Portanto, para esse diagrama, calculamos o
de 6 segundos. impulso realizado pela força desta maneira:

N
IF = A1 – A2
F (N)
20
A1 e A2 são figuras planas de triângulos. Logo,
essas áreas podem ser determinadas assim:
A1 A = base ˜ altura
0 2
4 A2 6 t(s)
Portanto, usando os valores numéricos (todos
–14 os valores devem ser aplicados em módulo)
indicados no gráfico (F × t), temos:
4 · 20 2 · 14
IF =  = 40 – 14 ∴ IF = 26 N · s
2 2

Teorema do impulso
Considere um corpo de Se a resultante dessas forças for diferente de zero, esse corpo
massa m que recebe a ação de será impulsionado por ela e sofrerá variações em sua velocidade.
várias forças, como mostra a Para relacionar essas e outras grandezas, é necessário demonstrar um
figura a seguir. importante teorema da Mecânica.
Para fazer essa dedução, suponha que a resultante das forças que agem
sobre o corpo seja constante. Aplicando a 2.ª lei de Newton (FR = m · a) e
utilizando a equação de definição da aceleração média, temos:
G G G
G G m · v m · ( v  v 0 )
FR = m · a = =
t t
G G
G m · ( v  v0 ) G G G
FR =  FR · t = m · v  m · v 0
t
G G G G
Como I FR = FR · 't e Q = m · v , a equação anterior pode ser escrita
assim:

G G G G O impulso da resultante das forças aplicadas


I F = Q  Q 0 = Q
R sobre um corpo é igual à variação da sua
quantidade de movimento.

Como na maioria das situações analisadas no Ensino Médio, os


movimentos das partículas ocorrem em linha reta (unidimensional).
Com isso, o tratamento vetorial dado ao teorema do impulso passa a ser
desnecessário. Assim, ele pode ser reescrito de forma simplificada:

I FR = Q  Q 0 = Q

96 • • FÍSICA
FIQUE POR DENTRO
EM13CNT306

A preservação da integridade física é uma Caso o veículo não esteja equipado com esse
preocupação bastante relevante quando se trata dispositivo de segurança, em uma colisão violenta, a
do desenvolvimento de tecnologias na produção pessoa será projetada para a frente, batendo a cabeça
de equipamentos e dispositivos de segurança. No rapidamente contra o para-brisa. Em situações como
setor automobilístico, o air bag é uma representação essa, a batida da cabeça contra o painel do veículo
importante das aplicações práticas do teorema ocorre em um intervalo de tempo tão pequeno que as
do impulso. forças envolvidas no processo passam a ter grandes
De uso obrigatório segundo o Código Nacional intensidades (capazes de causar traumatismos
de Trânsito, esse dispositivo tem como função cranianos ou até mesmo a morte).
aumentar o tempo de contato do passageiro com a Outro exemplo de dispositivo que apresenta o
superfície de impacto (em vez de ser, por exemplo, mesmo mecanismo físico de proteção é o cinto de
com o painel do carro, o contato será com o próprio segurança inflável ou com revestimento de material
air bag, que ficará entre a cabeça do ocupante do estofado, como espuma. Essas modalidades de cinto
veículo e o painel). amortecem o impacto contra o corpo graças à bolsa
Dessa forma, a força que o air bag aplica sobre inflável ou ao estofado que os envolve.
a cabeça da pessoa é distribuída ao longo de um Esse amortecimento da colisão representa
intervalo de tempo maior, apresentando, assim, uma vantagem em relação ao cinto comum – ele
menor intensidade. aumenta o tempo de contato entre o corpo e o
dispositivo, diminuindo a magnitude das forças
©Shutterstock/Phonlamai Photo

de interação entre o cinto e o corpo e causando


menores danos ou lesões aos passageiros.

©Shutterstock/Africa Studio

©Fotoarena/Zuma Press/Goodrich
Corporation
Cinto de segurança com Cinto de segurança inflável
revestimento estofado

ATIVIDADES

FIS
6. (UEL – PR) Uma funcionária de um a) αͳͲͺȉ•Ǣcα͵ԜͲ͸Ͳ
•—’‡”‡”…ƒ†‘ǡ…‘ƒ••ƒ…‘”’×”‡ƒ†‡͸Ͳ‰ǡ b) αͳͲͺͲȉ•Ǣcα͵Ԝ͸ͲͲ 
utiliza patins para se movimentar no interior
c) αͳͺͲȉ•ǢcαͳԜͺͲͲ 
da loja. Imagine que ela se desloque de um
ponto a outro, sob a ação de uma força F X d) α͵͸Ͳȉ•ǢcαͳԜͲͺͲ 
constante, durante um intervalo de tempo e) α͹ʹͲȉ•ǢcαʹԜͳ͸Ͳ
de 2,0 s, com uma aceleração constante de 7. (UFRGS – RS) Impulso específico é uma
͵ǡͲȀ•2. Assinale a alternativa que indica o medida da eficiência do uso do combustível
valor do impulso (I) produzido por esta força por motores a jato para produzir o necessário
F e a energia cinética (Ec) adquirida pela impulso. Ele é calculado pela razão entre os
pessoa (despreze a ação do atrito e considere módulos do impulso produzido pelo motor e
toda a massa corpórea concentrada no centro †‘’‡•‘†‘…‘„—•–À˜‡Ž—•ƒ†‘ǡ…ǡ‹•–‘±ǡ Ȁ…Ǥ
†‡ƒ••ƒ†‡••ƒ’‡••‘ƒȌǣ A figura abaixo representa a força produzida
por um motor a jato durante 30 s.

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 97


9.  ȋ Ȃ
Ȍ„Ž‘…‘†‡ʹ‰†‡ƒ••ƒ
desloca-se, inicialmente, ao longo de um plano
horizontal sem atrito com uma energia cinética
inicial de 100 J. Durante um intervalo de
tempo de 4 s, uma força variável, como mostra
o gráfico abaixo, é aplicada sobre o bloco,
na mesma direção e no mesmo sentido da
velocidade inicial.
F (N)
30
Sabendo que o impulso específico do motor
±†‡ʹԜͲͲͲ•‡…‘•‹†‡”ƒ†‘‘×†—Ž‘†ƒ
ƒ…‡Ž‡”ƒ­ ‘†ƒ‰”ƒ˜‹†ƒ†‡‹‰—ƒŽƒͳͲȀ•2, a
massa de combustível usado nesse intervalo de 10

tempo foi de
d) ͳԜ͵͹ͷ‰ t (s)
a) ͳ͵ǡ͹ͷ‰ 4
Após a aplicação dessa força (t = 4 s),
X b) ͳ͵͹ǡͷ‰ e) ʹԜ͹ͷͲ‰ ƒ˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡ˆ‹ƒŽ†‘„Ž‘…‘•‡”žǣ
c) ʹ͹ͷǡͲ‰ a) ͸ͲȀ• Dados: Ec0 = 100 J; m = 2 kg; Δt = 4 s.
Podemos determinar a velocidade inicial desta
8. (UFJF – MG) O sistema de air bag de um carro b) ͵ͲȀ• forma:
é formado por um sensor de aceleração, uma c) ͺͲȀ•
bolsa inflável e outros acessórios secundários. m ˜ v 20 2 ˜ v20 ⇒ v = 10 m/s
X d) ͷͲȀ• Ec0 = 2 ⇒ 100 = 0
O sensor, ao detectar uma grande desaceleração, 2
faz a bolsa inflar rapidamente, protegendo, O impulso da força, em um gráfico F × t, pode ser determinado
pela área do gráfico. Logo, usando os dados do gráfico, temos que:
assim, o motorista. Considere uma situação em
N N
“—‡—…ƒ””‘ǡ‹‹…‹ƒŽ‡–‡ƒͻͲȀŠȋʹͷȀ•Ȍǡ I = Área ⇒ I = (B + b) ˜ h = (30 + 10) ˜ 4 ⇒ IF = 80 N · s
2 2
±†‹”‹‰‹†‘’‘”—‘–‘”‹•–ƒ†‡ƒ••ƒͺͲ‰Ǥ
Pelo teorema do impulso, temos:
Esse carro sofre uma colisão frontal. Ao término
IF = Q – Q0 ⇒ IF = m · |Δv| ⇒ 80 = 2 · (v – 10) ⇒ 40 = v – 10
da interação do motorista com o air bag, o v = 50 m/s
motorista está em repouso. Despreze o intervalo
de tempo para a bolsa inflar. 10. (UNIFESP – SP) Uma menina deixa cair uma
a) Considerando que o tempo de colisão bolinha de massa de modelar que se choca
entre o motorista e o air bag foi de 0,5 s, ˜‡”–‹…ƒŽ‡–‡…‘‘…Š ‘‡’ƒ”ƒǢƒ„‘Ž‹Šƒ
calcule o módulo da força resultante tem massa 10 g e atinge o chão com velocidade
média exercida pelo air bag sobre o †‡͵ǡͲȀ•Ǥ‘†‡Ǧ•‡ƒˆ‹”ƒ”“—‡‘‹’—Ž•‘
motorista. exercido pelo chão sobre essa bolinha é
Observação: o air bag não desacelera todo o corpo do motorista, vertical, tem sentido para
mas apenas a cabeça e o pescoço! –2
X a) …‹ƒ‡×†—Ž‘͵ǡͲȉͳͲ ȉ•Ǥ
Considerando a massa do motorista, de 80 kg, e a velocidade inicial do
veículo, pelo teorema do impulso, temos que: b) „ƒ‹š‘‡×†—Ž‘͵ǡͲȉͳͲ–2ȉ•Ǥ
I = Fm · Δt = Q – Q0 ⇒ Fm · Δt = m · |Δv| c) …‹ƒ‡×†—Ž‘͸ǡͲȉͳͲ–2ȉ•Ǥ
Fm =
m 'v
=
80 · 0 – 25
⇒ Fm = 4 000 N. d) „ƒ‹š‘‡×†—Ž‘͸ǡͲȉͳͲ–2ȉ•Ǥ
't 0, 5
e) cima e módulo igual a zero.
b) Determine o trabalho realizado por essa
Dados: m = 0,01 kg; v0 = 3 m/s.
força resultante sobre o motorista durante
Pelo teorema do impulso, temos que:
a colisão e calcule que altura atingiria um IF = Q – Q0 ⇒ IF = m · |Δv| ⇒ IF = 0,01 · |0 – 3| = –0,03 N · s
‘„Œ‡–‘†‡͵‰•‡‡••‡–”ƒ„ƒŽŠ‘ˆ‘••‡—–‹Ž‹œƒ†‘
|IF| = 3 · 10–2 N · s
para lançá-lo verticalmente para cima.
A bolinha exerce sobre o chão uma força vertical para baixo. Logo, o
Pelo teorema da energia cinética, temos: impulso exercido tem mesma direção e sentido. No entanto, o chão
m v 2 m v 20 80  252 exercerá sobre ela um impulso de sentido contrário, vertical, mas de
FR =  =0  FR = –25 000 J. baixo para cima.
2 2 2
as atividades
Agora, você pode fazer
Podemos considerar que esse trabalho é transformado em energia
ão Conquista Enem.
30 e 31 da seç
potencial gravitacional. Então:
| WFR | = EPg = mgh ⇒ 25 000 = 3 · 10 · h ⇒ h = 833 m.

98 • • FÍSICA
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE
DE MOVIMENTO
Forças internas e externas
As forças aplicadas em um corpo podem ser classificadas
dependendo de critérios diversos. De acordo com a sua natureza,
elas podem ser de campo ou de contato e, dependendo de outros
fatores, elas também podem ser chamadas de conservativas ou não
conservativas.
©Shutterstock/Iurii Osadchi
Agora, veremos que as forças atuantes podem ser classificadas
como internas ou externas.
Em um sistema semelhante ao da imagem anterior, constituído por Considerando, obviamente, que
dois patinadores que se empurram, várias forças atuam sobre os corpos as forças internas atuam todas
pertencentes a esse sistema. Observe essas forças na figura a seguir, durante um mesmo intervalo de
que representa os dois patinadores em contato com o solo. tempo, o impulso total dessas
forças é sempre nulo em um
sistema qualquer:

Corel
N1 N2
G G
I Fint = F1,2 · 't + F2,1 · 't
F2,1 F1,2
Sistemas
mecanicamente
P1 P2
isolados
G G
Nessa situação, F1,2 e F2,1 constituem o parG de ação
G e reação das Para dar continuidade
forças que um patinador aplica sobre o outro; N1 e N2 são as ao estudo, é importante nos
G reações
G
do solo, ou seja, as forças normais em cada um dos atletas; P1 e P2 são lembrarmos do teorema do
os resultados das interações gravitacionais entre os patinadores e a impulso:
Terra, ou seja, o peso deles. G G G
G I FR = Q  Q 0
G Como o sistema é constituído apenas pelos dois patinadores, F1,2 Como em qualquer sistema,
e F2,1 são consideradas forças internas, pois são trocadas entre os
as forças só podem ser internas
próprios corpos G do sistema.
G Usando o mesmo tipo de raciocínio,
G G ou externas, esse teorema pode
os pares N1 e N2 e P1 e P2 são formados por forças externas, pois
ser reescrito assim:

FIS
todas essas forças são trocadas entre um dos corpos do sistema e G G G G
algum outro corpo qualquer que não faz parte do sistema (as normais I Fint + I Fext = Q  Q 0
são trocadas com o solo e os pesos, com a Terra). Assim: Já que o impulso total de
G
forças internas ( I F ) é sempre
int
nulo em todos os sistemas
Forças internas são trocadas entre os corpos constituintes de um possíveis, a equação anterior
sistema, e forças externas são trocadas entre um corpo do sistema pode ser sempre reduzida a:
e um corpo não pertencente a ele (agente externo). G G G
I Fext = Q  Q 0

Como as forças internas sempre constituem pares de ação e


reação (mesma intensidade, mesma direção e sentidos contrários),
em qualquer sistema analisado, a soma vetorial delas é sempre nula.

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 99


Diferentemente do impulso das forças internas, Colisões
o das forças externas pode ou não ser igual a zero.
Dizemos que um sistema é mecanicamente isolado Os métodos estudados na Dinâmica Impulsiva
quando o impulso das forçasG externas também são muito úteis na investigação e no esclarecimento
G
é nulo. Nesses casos, como IFext = 0 , partindo da de colisões automobilísticas. Prova disso é que,
última equação, chegamos à seguinte em situações em que há dúvida sobre o culpado
G G G G conclusão
G
matemática: 0 = Q  Q 0 ou, ainda: Q = Q 0 . de um acidente, peritos são contratados para fazer
estudos e apresentar laudos aos advogados das
Para que a utilização dessa equação seja mais partes envolvidas. Nos cálculos feitos por esses
simples e prática, é possível escrevê-la da seguinte profissionais, inúmeros fatores são levados em
forma: consideração, para que os resultados encontrados
sejam bastante precisos. No Ensino Médio, serão
G G estudados apenas alguns elementos básicos de
Q antes = Q depois colisões simples.
As figuras a seguir representam uma colisão
frontal de dois veículos (A e B) que se deslocam na
A equação anterior pode ser representada mesma direção, sendo mA e mB as suas massas, vA e
também pela seguinte afirmação: vB suas respectivas velocidades antes de colidirem e
v’A e v’B as velocidades deles depois da colisão.

A quantidade de movimento de um sistema


mecanicamente isolado se conserva, ou seja,
permanece constante.

Considerando que os corpos envolvidos em


colisões constituem sistemas isolados e que,
portanto, obedecem à conservação da quantidade de
movimento,
G para
G os corpos A e B, podemos concluir
que: Q antesb b Q depois. Como o caso abordado é de
um choque mecânico unidirecional, não existe a
necessidade de mantermos o tratamento vetorial
iak

para essa equação. Substituindo os dados dos


un
Zd

veículos que colidiram, ela pode ser reescrita da


l
icha
/M
ock

seguinte forma:
rst
tte
hu

mAbybYAbbPBbybYBb bPAbybYȤAbbPBbybYȤB
©S

Apesar de esse cálculo ser muito útil, normalmente,


ele não é capaz de descrever de forma completa uma
colisão entre dois corpos. Isso porque, na maioria
das situações analisadas, existirão duas incógnitas a
Explosões são processos tão rápidos que o
impulso de forças externas é praticamente serem descobertas. Com isso, uma única equação será
nulo (desprezível). Assim, considerando os insuficiente para que os cálculos possam ser concluídos.
instantes imediatamente antes e depois de Para resolver casos assim, é necessário um sistema em
uma explosão, a quantidade de movimento
do corpo que explodiu e a soma vetorial que o número de equações coincida com o número
das quantidades de movimento dos de incógnitas. Para isso, precisamos conhecer alguns
fragmentos gerados terão módulos iguais. outros conceitos, como do coeficiente de restituição
(apresentado mais adiante).
100 • • FÍSICA
E se a colisão não for unidimensional? Sabemos Seguindo um raciocínio semelhante, é possível
que quantidade de movimento é uma grandeza chegar à conclusão de que, após a colisão, os corpos
vetorial. Caso o problema envolva uma situação de A e B se afastam com uma velocidade relativa de
colisão em mais de uma direção, para chegarmos à afastamento (vafast) que também pode ser calculada
quantidade de movimento resultante, a conservação com uma subtração:
da quantidade de movimento deve ser avaliada em
vafast _YȤB_ȿ_YȤA_
todas as direções.
Após uma colisão, nem sempre ocorre uma fase
Velocidade relativa de afastamento, pois os corpos podem permanecer
grudados depois de sofrerem o choque. Nesse caso,
Antes de dois corpos sofrerem uma colisão, a velocidade de afastamento entre os corpos é nula.
obviamente, eles precisam se aproximar. Em nossos
estudos, será essencial calcular com que rapidez Coeficiente de restituição
isso ocorre. Para facilitar o entendimento, observe o
exemplo numérico a seguir.

©Shutterstock/Inked Pixels
B

Considerando que essas velocidades


permanecem constantes, o que realmente
significam? Se o corpo A tem uma velocidade de
bPVHQW¥RDFDGDVHJXQGRHOHSHUFRUUHbPSDUD
DGLUHLWD'HPDQHLUDVLPLODURFRUSR%SHUFRUUHbP
para a esquerda a cada segundo.
Então, analisando a situação ilustrada, podemos
desenvolver o seguinte raciocínio: no intervalo de
WHPSRGHbVFRPR$VHGHVORFRXbPSDUDDGLUHLWD
H%bPSDUDDHVTXHUGDHOHVVHDSUR[LPDUDPXP
WRWDOGHbP$VVLPDYHORFLGDGHGHDSUR[LPD©¥R
HQWUHHVVHVFRUSRVIRLGHbPV0DV«SRVV¯YHOREWHU 1 Texto complementar.
esse mesmo resultado de um jeito mais prático? A Em uma colisão em que os corpos permanecem
maneira ideal é somar os módulos das velocidades separados, podemos imaginar, pelo menos, duas
de A e B. Dessa forma, a velocidade de aproximação fases distintas: a de deformação e a de restituição.
entre os corpos A e B ficaria assim:
Na primeira, temos uma transformação de parte
vA,B ___ȡ_ PV da energia cinética dos corpos em energia potencial
Formalizando essa relação, antes do choque, elástica. Após cessar a deformação dos corpos, outra

FIS
os corpos A e B se aproximam com uma velocidade transformação está em curso: parte da energia
relativa de aproximação (vaprox) que pode ser obtida potencial elástica volta a ser cinética. É a fase de
desta forma: restituição.

vaproxb b_YAb_b_YB_ Em uma batida entre dois carros, a lataria


deles amassa e, normalmente, permanece assim.
Já quando alguém bate em uma bola com um
taco de golfe, ela sofre considerável deformação
e, depois disso, volta ao seu formato normal (ao
menos macroscopicamente). Essas duas situações
mostram que cada colisão apresenta certo nível (ou
percentual) de restituição. Para os carros, esse nível
seria de praticamente 0%; para a bolinha, seria de
quase 100%.

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 101


De forma geral, em qualquer tipo de choque,
existe um coeficiente de restituição que compara
dados dos corpos envolvidos antes e depois do v afast
e=
contato entre eles. Matematicamente, isso pode ser v aprox
representado pela seguinte equação:

EM13CNT307
307
CONECTADO
Uma das situações mais desagradáveis é surgiam vítimas fatais. A aplicação dos
sofrer algum acidente de trânsito. Fora o perigo conhecimentos físicos da Dinâmica Impulsiva
que isso pode oferecer à saúde das pessoas e o desenvolvimento de novos materiais
envolvidas, podem surgir complicações jurídicas possibilitaram a criação de carros mais seguros.
e, normalmente, prejuízos financeiros. É comum, A necessidade de carros que consumissem
por exemplo, motoristas ficarem irritados após menores quantidades de combustível e que
baterem seus veículos, uma vez que o estrago fossem eficientes e mais seguros, além de
causado no automóvel pode ser muito grande em confortáveis, surgiu entre 1973 e 1979, com as
comparação à intensidade da colisão sofrida. crises do petróleo. A partir dessa época, a indústria
automobilística começou a substituir grande parte
©Shutterstock/StockPhotoslv

de materiais tradicionais por materiais plásticos,


por exemplo.
O uso de material plástico está cada vez mais
difundido na indústria automobilística, passando
de 5% do peso total de um veículo há 30 anos para
até 25% de seu peso total na atualidade. Com as
inovações de polímeros de alto desempenho, a
maioria das necessidades foi atendida e, atualmente,
o plástico constitui parte essencial na fabricação de
automóveis.
O material plástico oferece vantagens como a
versatilidade para designs inovadores e, ao mesmo
tempo, a absorção de energia, contribuindo para
uma maior segurança dos passageiros. Atributos de
Apesar de os gastos com funilaria, pintura absorção de impacto nos para-choques, sistemas
e reposição de peças estragadas serem que evitam riscos de explosão nos tanques de
consideráveis, o fato de a lataria dos carros combustível, cintos de segurança, air bags e outros
atuais sofrer grandes deformações em uma acessórios de segurança, como a cadeirinha para
colisão é fundamental para a segurança dos crianças, fazem do plástico o material essencial para
passageiros. Com isso, a intensidade das forças criar veículos cada vez mais seguros. Além disso, o
envolvidas diminui, e as pessoas que estão plástico também ajuda a diminuir a emissão de CO2
dentro dos automóveis não são submetidas a para o ambiente em 30 milhões de toneladas em
acelerações muito intensas e perigosas. média.

Antigamente, como as latarias dos carros Os polímeros mais utilizados na fabricação


eram muito duras, elas pouco se deformavam de peças de carros geralmente apresentam
em uma colisão. Isso fazia com que o tempo boa resistência mecânica, térmica e química.
de contato entre os automóveis fosse muito São usados, por exemplo, o polietileno de alta
pequeno, mas as forças decorrentes da batida densidade (PEAD), o policarbonato (PC), as
fossem de grande intensidade. Assim, mesmo poliamidas (PA), o poli (metacrilato de metila)
em acidentes ocorridos em baixas velocidades, (PMMA), o politereftalato de etileno (PET) e o
polipropileno (PP), entre outros.

102 • • FÍSICA
ATIVIDADES A lei descrita é a da conservação do
momento linear ou da quantidade
de movimento, por meio da qual é
11. (UECE) Em 20 de julho de 1969, passados c) o princípio da conservação do momento
50 anos, o homem pôs os pés em solo lunar. A linear, aplicado ao sistema homem nave,
movimentação de naves espaciais como a Apolo não é válido, pois o astronauta executa
11, que fez o transporte rumo à lua, é feita pela uma força para sair da nave.
expulsão de gases do foguete em uma direção X d) no sistema composto pela nave e pelo
e movimento da nave na direção oposta. Há astronauta, o momento linear total é zero
uma lei de conservação envolvida nesse modo após a saída do tripulante.
de deslocamento que é denominada lei de Nessa situação, a ação de forças externas é desprezível em comparação à
possível que a nave se movimente após ejetar
conservação a massa dos gases no sentido contrário. A magnitude das forças internas trocadas entre o astronauta e a nave. Sendo
assim, considerando um sistema isolado, a quantidade de movimento (ou
a) da energia potencial. troca de forças internas entre momento linear total) para o sistema é nula.
as massas dos gases e da
b) da energia elástica. nave, desprezando a ação de 14. (UECE) Noticiou-se, recentemente, que duas
forças externas, permite que
c) do momento de inércia. a expulsão dos gases composições do VLT (veículo leve sobre trilhos)
X d) do momento linear. impulsione a nave em em Fortaleza colidiram frontalmente. Suponha
sentido oposto ao da ejeção.
que os dois trafegavam em uma única linha
12. (UESPI) Considere a situação em que um
reta antes do choque e que as composições
homem e uma caixa repousam frente a frente
eram idênticas, viajavam vazias e à mesma
sobre uma superfície horizontal sem atrito. A
velocidade. Assim, é correto concluir que, nesse
resistência do ar no local é desprezível. Sabe-se
trecho reto descrito, o centro de massa do
que a massa do homem é de 100 kg, enquanto
sistema composto pelos dois trens
que a massa da caixa é de 50 kg. Num dado
instante, o homem empurra a caixa, que passa a a) se deslocou somente antes da colisão e
se mover em linha reta com velocidade escalar com velocidade constante.
igual a 8 m/s. Nestas circunstâncias, qual é o b) se deslocou somente após a colisão e com
módulo da velocidade de recuo do homem após velocidade constante.
empurrar a caixa? X c) não se deslocou até a ocorrência da
X a) 4 m/s Dados: mH = 100 kg; vC = 8 m/s; mC = 50 kg colisão.
b) 5 m/s Pela conservação da quantidade de d) se deslocou com velocidade variável.
movimento, temos:
c) 8 m/s Qantes = Qdepois Ÿ 0 = mH · vH + mC · vC
Dado que as composições eram idênticas e trafegavam à mesma
velocidade, até o momento da colisão, o centro de massa do sistema
d) 10 m/s 0 = 100 · vH + 50 · 8 Ÿ –100 · vH = 400 manteve-se inalterado e estava localizado no ponto médio do segmento
vH = –4 m/s que unia ambas as composições.
e) 12 m/s
O sinal negativo indica que o homem se
desloca em sentido oposto ao da caixa. 15. (UDESC) Considere dois patinadores que
patinam juntos com a mesma velocidade v.
O patinador A tem massa m e o patinador B tem
massa 2 m. Em um dado momento o patinador
13. (UECE) Considere uma situação inicial em A empurra o B e, imediatamente, a velocidade

FIS
que um astronauta está inicialmente sem do A vai a zero. Desconsidere quaisquer
movimento em relação à sua nave, e esta forças de atrito, e assinale a alternativa que
também está parada em relação a um dado corresponde ao percentual de variação da
referencial inercial. Depois disso, o astronauta velocidade do patinador B, após o empurrão.
sai do transporte sem o uso de qualquer a) 25% c) –25% e) –33%
propulsão, apenas empurrando a nave. Assim, é b) –50% X d) 50%
correto afirmar que Dados: mA = m; mB = 2m.
a) no sistema composto pela nave e pelo Antes: vA = v; vB = v.
astronauta, o momento linear total é Depois: v’A = 0; v’B = ?
sempre maior que zero, pois o astronauta Pela conservação da quantidade de movimento, temos:
se move, sendo sua velocidade não nula. Qantes = Qdepois Ÿ (mA + mB) · v = mA · v’A + mB · v’B
b) após a saída do tripulante, a nave (m + 2m) · v = mA · 0 + 2m · v’B Ÿ 3m · v = 2m · v’B Ÿ 3v = 2v’B
v’B = 1,5 · v.
permanece parada, pois a força exercida
Logo, se a velocidade de B era v e passou a ser igual a 1,5 · v, ela
pelo tripulante para sair da nave atua aumentou em 0,5 · v, ou seja, em 50%.
somente nele mesmo.
8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 103
16. (UNICAMP – SP) Suponha Tipos de colisões
que o esquilo do filme TEMA
Em um sistema de corpos que sofre
A era do gelo tenha QUENTE
desenvolvido uma técnica uma colisão, pode haver perda de energia cinética
para recolher nozes durante o percurso para em virtude do aquecimento, de deformações e do som
sua toca. Ele desliza por uma rampa até atingir provocados no impacto. O que jamais ocorre como
uma superfície plana com velocidade de consequência de um choque mecânico é qualquer
10 m/s. Uma vez nessa superfície, o esquilo ganho de energia cinética para o sistema de corpos
passa a apanhar nozes em seu percurso. Todo o envolvido. Por esse motivo, o módulo da velocidade
movimento se dá sobre o gelo, de forma que o de afastamento entre corpos que se chocam é sempre
atrito pode ser desprezado. A massa do esquilo menor ou, no máximo, igual ao módulo da velocidade
é de 600 g e a massa de uma noz é de 40 g. de aproximação entre eles (vafastbɆbYaprox).
a) Qual é a velocidade do esquilo após colher Como foi visto, a razão entre essas velocidades
5 nozes?
determina um coeficiente de restituição
mE = 0,6 kg
mN = 0,04 kg FRPSUHHQGLGRHQWUH]HURHXP bɆbHbɆb 3RGHPRV
mE,N = mE + 5mN = 0,6 + 5 · 0,04 = 0,8 kg classificar diferentes tipos de colisão de acordo
vE = 10 m/s como o valor desse coeficiente.
Qantes = Qdepois Ÿ mE · vE = mE,N · v’ Ÿ 0,6 · 10 = 0,8 · v’ Ÿ 0,8v’ = 6

©Shutterstock/Nomad_Soul
v’ = 7,5 m/s

b) Calcule a variação da energia cinética do


conjunto formado pelo esquilo e pelas
nozes entre o início e o final da coleta das
5 nozes.
'Ec = Ecdepois – Ecantes
m E,N · v’2 m E · vE2 0,8 · 7,52 0,6 · 102
'Ec = – = – Em uma colisão entre duas bolas de sinuca, a quantidade de
2 2 2 2 movimento antes e depois da colisão é conservada.
'Ec = 22,5 – 30 Ÿ 'Ec = –7,5 J

17. Em uma partida de hóquei sobre o gelo, dois Colisão inelástica, anelástica ou plástica
jogadores se aproximam em sentidos opostos Esse tipo de colisão ocorre quando, após o
e mesma direção, para uma tentativa de tacada choque, os corpos seguem com a mesma velocidade
sobre o disco, peça que eles tentam levar até (v’Bb bYȤA), isto é, permanecem unidos.
o gol com o auxílio de tacos. O jogador A tem
velocidade de 5 m/s e o jogador B, 3 m/s. A velocidade de afastamento entre os corpos é
Logo após a colisão, o atleta A e o atleta B têm, definida por:
respectivamente, velocidades de 1 m/s e 3 m/s, vafast YȤBȡYȤA
ambas no mesmo sentido inicial do atleta A.
Considerando que a colisão é unidirecional, Nesse caso, ela é nula (vafastb b 3RUWDQWRR
determine o seu coeficiente de restituição. FRHILFLHQWHGHUHVWLWXL©¥RYDOH]HUR Hb b 
Convencionando o sentido da velocidade do atleta A como
©Shutterstock/Igor Kovalenko

positivo, temos os seguintes dados:


vA = 5 m/s; vB = –3 m/s; v’A = 1 m/s; v’B = 3 m/s.
O coeficiente de restituição é determinado pela razão entre as
velocidades relativas de afastamento e de aproximação:
v af v’ – v’A 31 2 1
e= = B = = = Ÿ e = 0,25
v ap v A – vB 5  (3) 8 4

Quando uma ave apanha um peixe e segue seu voo,


as atividades
Agora, você pode fazer segurando-o, ambos passam a se movimentar com mesma
ão Conqui sta Enem. velocidade. Nesse caso, podemos considerar a situação como
32 a 39 da seç uma colisão inelástica.

104 • • FÍSICA
Colisão parcialmente elástica CIÊNCIA EM PRÁTICA
Esse tipo de colisão ocorre quando, após EM13CNT301 2 Gabarito.
o choque, os corpos seguem com velocidades O experimento proposto na sequência nos
diferentes (v’BbɅbYȤA) e o coeficiente de restituição permite observar o tipo de colisão que ocorre
p
ILFDFRPSUHHQGLGRHQWUHH bbHbb  entre bolinhas de gude.
e
Materiais
M

©Shutterstock/Master1305
• bolinhas de gude (pelo menos duas)
GHbPHVPRWDPDQKRHPDFL©DV
Como fazer
Co
1. Pegue duas bolinhas de mesmo tamanho.
1
2. Em uma superfície horizontal, de preferência
2
lisa, jogue uma das bolinhas, rolando e sem
perder o contato com o chão, contra a outra,
em repouso. Procure rolar a bolinha em linha
Quando um lutador golpeia um saco de boxe, parte da energia reta e sem girá-la.
cinética do sistema se perde na colisão. Podemos perceber isso
porque a pancada produz energia sonora. Conclusão
Co
18. As duas bolinhas apresentam movimento
18
Colisão perfeitamente elástica após a colisão?
Esse tipo de colisão ocorre quando, após
o choque, os corpos seguem com velocidades
diferentes (v’BbɅbYȤA) e o sistema não perde energia
cinética (Ec b b(c ). Nesse caso, o coeficiente de
inicial final
UHVWLWXL©¥RYDOHH[DWDPHQWH Hb b  Colisões e energia
Para um sistema isolado, quando ocorre uma
©Shutterstock/R-Type

colisão, a quantidade de movimento do sistema


formado pelos corpos envolvidos
volvidos se conserva.
Entretanto, essa conservação
ação da quantidade de
movimento não implica necessariamente na
conservação de energia no sistema.
Para colisões inelásticas
cas ou
parcialmente elásticas, a energia
cinética não é conservada, a, ou
seja, o conjunto dos corposos

FIS
Em um pêndulo de Newton, podemos observar inúmeras envolvidos perde parte
colisões, nas quais as esferas retornam para alturas muito dessa energia. Para a
próximas às iniciais. Na natureza, não há ocorrência de colisões
perfeitamente elásticas, uma vez que sempre há, por menor que resolução de questões de e
seja, transformação de energia mecânica em outra modalidade vestibular, consideramos
de energia em uma colisão. que ocorre conservação
de energia cinética e
Em uma colisão perfeitamente elástica, temos da energia mecânica do
um caso especial: quando dois corpos idênticos, ou sistema somente se a
seja, de mesma massa e mesmo volume, colidem, colisão for perfeitamentee
ocorre a troca das velocidades. Por exemplo, para elástica.
dois corpos em que mAb bPB, temos que:
Antes da colisão Depois da colisão
vA YHYB ȡYYȤA ȡYHYȤB Y

8. IMPULSO E QUANTIDADE
NTIDADE DE MOVIMENTO • • 105
ORGANIZE AS IDEIAS
A tabela a seguir tem o objetivo sistematizar as ideias estudadas até aqui. Nos espaços em branco, insira
as equações e os conceitos que faltam para completá-la.

Coeficiente de Quantidade de
Colisão Energia cinética (Ec)
restituição movimento (Q)
Conserva Não conserva
Inelástica e=0
(Qantes = Qdepois) (Ec > Ec )
antes depois

Conserva Não conserva


Parcialmente elástica 0<e<1
(Qantes = Qdepois) (Ec > Ec )
antes depois

Conserva Conserva
Perfeitamente elástica e=1
(Qantes = Qdepois) (Ecantes = Ecdepois)

EM13CNT301, EM13CNT306
ATIVIDADES Se os automóveis permaneceram unidos após a colisão, temos uma colisão do
tipo inelástica. Nessa colisão, apenas a quantidade de movimento do sistema
19. (UECE) Em um dado jogo de sinuca, duas das a) EINICIAL > EFINAL e QINICIAL < QFINAL é conservada. A
perda de energia
bolas se chocam uma contra a outra. Considere b) EINICIAL > EFINAL e QINICIAL > QFINAL cinética é máxima
que o choque é elástico, a colisão é frontal, sem para esse tipo de
X c) EINICIAL > EFINAL e QINICIAL = QFINAL
rolamento, e despreze os atritos. No sistema colisão.
composto pelas duas bolas há conservação de d) EINICIAL = EFINAL e QINICIAL > QFINAL
Para a colisão
a) momento linear e força. perfeitamente elástica, e) EINICIAL = EFINAL e QINICIAL = QFINAL
b) energia cinética e força. tanto a quantidade de 21 . (UERJ) Considere um patinador X que colide
movimento quanto a
X c) momento linear e energia cinética. elasticamente com a parede P de uma sala.
energia cinética do Os diagramas abaixo mostram segmentos
d) calor e momento linear. sistema se conservam.
orientados indicando as possíveis forças que
20. (FAMERP – SP) Um automóvel trafegava com agem no patinador e na parede, durante e
velocidade constante por uma avenida plana após a colisão. Note que segmento nulo indica
e horizontal quando foi atingido na traseira força nula. Como o patinador colide com a parede, durante
por outro automóvel, que trafegava na mesma o intervalo de tempo de interação, existem
forças trocadas que obedecem ao princípio da
direção e sentido, também com velocidade
constante. Após a colisão, os automóveis
ficaram unidos e passaram a se mover com a
mesma velocidade.

Sendo EINICIAL e EFINAL, respectivamente, a


soma das energias cinéticas dos automóveis Supondo desprezível qualquer atrito, o
imediatamente antes e imediatamente depois diagrama que melhor representa essas forças é
da colisão, e QINICIAL e QFINAL, respectivamente, designado por: ação e reação. A força que o patinador
a soma dos módulos das quantidades de X a) I
exerce sobre a parede é, em módulo,
igual à força que a parede exerce sobre
movimento dos automóveis imediatamente ele. Após a colisão, essa interação cessa,
antes e imediatamente depois da colisão, pode- b) II
não existindo mais forças trocadas por
-se afirmar que: c) III causa do fim do contato. Assim, o único
diagrama que ilustra corretamente o
d) IV exposto, para antes e depois da colisão, é
106 • • FÍSICA o diagrama l.
22. (UECE) Duas esferas, A e B, de mesma massa e 24. (UNIOESTE – PR) Dois pêndulos sujeitos
de dimensões desprezíveis, estão inicialmente ao campo gravitacional terrestre estão
em repouso nas posições indicadas na figura. representados nas figuras abaixo.
Após ser abandonada de uma altura h, a O pêndulo A é composto por uma pequena
esfera A, presa por um fio ideal a um ponto esfera de massa m, presa a um fio de massa
fixo O, desce em movimento circular acelerado desprezível e comprimento L. Após ser liberada
e colide frontalmente com a esfera B, que está de uma altura h, medida em relação à posição
apoiada sobre um suporte fixo no ponto mais de equilíbrio, a esfera oscila em pequenos
baixo da trajetória da esfera A. Após a colisão, ângulos com a vertical. O pêndulo B é composto
as esferas permanecem unidas e, juntas, se por duas esferas de massas iguais m presas a
aproximam de um sensor S, situado à altura fios de massas desprezíveis e comprimento L.
0,2 m que, se for tocado, fará disparar um A esfera 1 encontra-se em repouso quando a
alarme sonoro e luminoso ligado a ele. esfera 2 é liberada da altura h. Após a colisão
inelástica entre as massas 1 e 2, essas passam
a se mover juntas formando um único corpo de
massa 2m. Despreze a resistência do ar. Assinale
a alternativa INCORRETA sobre esses dois
pêndulos.

Compare as situações imediatamente antes e


imediatamente depois da colisão entre as duas
esferas, indicando se a energia mecânica e a
quantidade de movimento do sistema formado
pelas duas esferas se conservam ou não nessa
colisão. Justifique sua resposta. Desprezando
os atritos e a resistência do ar, calcule o menor
valor da altura h, em metros, capaz de fazer o
conjunto formado por ambas as esferas tocar o a) Após a colisão no pêndulo B, o período
sensor S. de oscilação dos dois pêndulos, A e B, é o
23. (FUVEST – SP) Um caminhão, parado em mesmo.
um semáforo, teve sua traseira atingida por b) Após a colisão no pêndulo B, a frequência
um carro. Logo após o choque, ambos foram de oscilação dos dois pêndulos, A e B, é a
lançados juntos para frente (colisão inelástica), mesma.
com uma velocidade estimada em 5 m/s c) No pêndulo B, se v é o módulo da
(18 km/h), na mesma direção em que o carro velocidade da massa 2 imediatamente
vinha. Sabendo-se que a massa do caminhão era antes da colisão, a velocidade do
cerca de três vezes a massa do carro, foi possível corpo formado pelas duas massas
concluir que o carro, no momento da colisão,
FIS
imediatamente após a colisão é v/2.
trafegava a uma velocidade aproximada de:
d) A altura máxima que o pêndulo B atinge
X a) 72 km/h d) 36 km/h após a colisão é quatro vezes menor que a
b) 60 km/h e) 18 km/h altura máxima que o pêndulo A atinge nas
c) 54 km/h suas oscilações.
Dados: ma = m; mc = 3m; vc = 0; v’ = 18 km/h. X e) A energia potencial máxima que o pêndulo
Pela conservação da quantidade de movimento, temos que: A armazena é a metade da energia potencial
Qantes = Qdepois ⇒ ma · va + mc · vc = (ma + mc) · v’ máxima armazenada no pêndulo B.
m · va + mc · 0 = (m + 3m) · 18 ⇒ m · va = (4m) · 18 ⇒ va = 72 km/h

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 107


25. (UFJF – MG) Uma aranha radioativa de massa 27. (PUC – PR) A sonda espacial Rosetta realizou
ma = 3,0 g fugiu do laboratório e foi parar na um feito sem precedentes na história da
sala de aula. Ela está parada e pendurada no exploração espacial. Em 2014, quando viajava
teto através de um fio fino feito de sua teia, de com velocidade inicial v0†‡͸ͶԜͺͲͲȀŠ
massa desprezível. Um estudante, mascando ȋͳͺԜͲͲͲȀ•ȌǡŽƒ­‘—‘”‘„ØŠ‹Žƒ‡ǡ†‡ͳͲͲ‰ǡ
um chiclete com massa mc = 10,0 g, se apavora na direção da superfície de um cometa. A figura
e atira o chiclete contra a aranha com uma a seguir ilustra a situação.
velocidade de vc = 20 m/s. Considere que a
colisão entre o chiclete e a aranha é totalmente
inelástica e que possa ser tratada como
unidimensional. Com base nestas informações,
calcule:
a) Os módulos dos momentos lineares da
aranha e do chiclete imediatamente antes
da colisão.
Dados: ma = 3 · 10–3 kg; mc = 10 · 10–3 kg; vc = 20 m/s.
Qa = 0 (va = 0) Com efeito do lançamento do robô, as
Qc = mc · vc = 10 · 10–3 · 20 Ÿ Qc = 0,2 kg · m/s trajetórias foram alteradas de tal forma que
sen α = 0,8 e sen θ = 0,6. Sendo a massa da
b) A velocidade final do conjunto aranha- •‘†ƒ‘•‡––ƒ†‡͵ԜͲͲͲ‰ǡ‘×†—Ž‘†ƒ”ƒœ ‘
-chiclete imediatamente após a colisão. entre a velocidade com que o robô foi lançado
Por conservação da quantidade de movimento, temos que: em direção ao cometa (v2) e a velocidade final
mc v c
Qantes = Qdepois Ÿ mc · vc = (ma + mc) · v’ Ÿ v’ =
da sonda Rosetta (v1) é:
ma  mc X a) 22,5 c) 37,5 e) 52,5
v’ = 10 · 20 = 200 = 15,38 m/s Ÿ v’ # 15,4 m/s
 3 + 10  13 b) 30,0 d) 45,0
Para essa situação, como não temos uma desintegração
unidimensional, é possível avaliar a conservação da quantidade
26. Duas crianças brincam com bolinhas de massa de movimento nas direções horizontal e vertical, por exemplo, ou
de modelar, lançando bolinhas umas contra as escolher uma das direções, caso seja suficiente para obter o resultado
pretendido. Quantidade de movimento é uma grandeza vetorial. O
outras. Considere que, em um momento, duas somatório das quantidades de movimento do sistema, antes e depois,
bolinhas são lançadas em sentidos opostos em determinada direção, deve ser o mesmo. Logo, a direção escolhida
e mesma direção, até colidirem. Uma das deve ser a mesma avaliada, antes e após o lançamento do robô. Dessa
forma, podemos escolher a direção vertical (y), pois assim eliminamos
bolinhas tem massa igual a 200 g e a outra, G
igual a 100 g. A bolinha mais leve é lançada a componente Qantesy , já que antes do lançamento, v0 tem direção
horizontal x. Sendo assim, a figura a seguir, mostra as componentes
com uma velocidade de 2 m/s e a mais pesada, verticais das velocidades v1 e v2.
com velocidade de 3 m/s, até sofrerem uma
colisão unidimensional, parcialmente elástica,
de coeficiente de restituição e = 0,5. Determine
a intensidade das velocidades das bolinhas
após a colisão. Dados: m1 = 3 000 kg; m2 = 100 kg;
ms = 3 100 kg; v0 = 18 000 m/s.
a) V’1 = 5 m/s e V’2 = 3 m/s.
Pela conservação da quantidade de
b) V’1 = 1,5 m/s e V’2 = 2,5 m/s. movimento, para a direção vertical, temos
c) V’1 = 3 m/s e V’2 = 0,5 m/s. que:
G G G G
d) V’1 = 2 m/s e V’2 = 1 m/s. Qantesy = Qdepoisy ⇒ 0 = Q1y + Q2y

X e) V’1 = 0,5 m/s e V’2 = 3 m/s. Assim, para as intensidades das quantidades de movimento adquiridas
para a sonda Rosetta e o robô, adotando o sentido da velocidade v1
como positivo, temos que:
0 = m1 · v1y + m2 · v2y ⇒0 = m1 · v1 · sen θ + m2 · (–v2 · sen α)
0 = m1 · v1 · sen θ – m2 · v2 · sen α ⇒ m2 · v2 · sen α = m1 · v1 · sen θ
v 2 m1 · sen  3000 · 0, 6 18 ⇒ v 2 = 22,5
= = =
v1 m2 · sen  100 · 0, 8 0, 8 v1

as atividades
Agora, você pode fazer
sta Enem.
40 a 42 da seção Conqui
108 • • FÍSICA
EM13CNT101, EM13CNT204, EM13CNT301, EM13CNT306, EM13CNT307
CONQUISTA ENEM
28. (FAMERP – SP) Dois carros idênticos e de impulsiva média gerada por esse impacto
mesma massa, viajando no mesmo sentido, equivale ao peso de quantos tijolos iguais?
trafegam em uma estrada plana e retilínea, X a) 2
sendo que o carro da frente tem o dobro da
b) 5
velocidade do outro. Dessa forma, é correto
dizer que a distância de cada automóvel ao c) 10
centro de massa do sistema composto pelos d) 20
carros: e) 50
a) diminui com o passar do tempo. 31. (UPE) Em um experimento utilizando bolas
b) é constante. de bilhar, uma bola A é arremessada com
X c) aumenta com o passar do tempo. velocidade horizontal de módulo vA, em uma
d) é maior para o carro mais veloz. superfície horizontal fixa e sem atrito. A bola A
colide elasticamente com outra bola idêntica,
29. (UNIOESTE – PR) Considere as seguintes B. Sobre o movimento do centro de massa do
assertivas sobre quantidade de movimento conjunto de bolas, sabendo que a bola B está
linear (momento linear): sempre em contato com a superfície, assinale a
I. A lei de conservação da quantidade de alternativa correta.
movimento linear (momento linear) é
válida na Física Clássica e na Mecânica
Quântica e é um dos princípios
fundamentais de conservação na Física
devido a sua universalidade e generalidade;
II. A quantidade de movimento linear de um
sistema se conserva se a resultante das
a) Permanece em repouso, durante o
forças que atuam sobre ele for igual a zero;
movimento de A e B na plataforma.
III. A quantidade de movimento linear é uma
b) Permanece em repouso, durante o
grandeza vetorial, ou seja, caracteriza-se
movimento na rampa da partícula B.
por módulo, sentido e direção.
c) Está em movimento uniformemente
Assim, é correto afirmar que
variado, antes da colisão.
a) apenas as assertivas I, II são corretas.
X d) Está em movimento uniforme, depois
b) apenas as assertivas II e III são corretas. da colisão, enquanto B ainda está na
c) apenas a assertiva II é correta. plataforma.
X d) as assertivas I, II e III são corretas. e) Está em movimento uniforme, durante o
e) as assertivas I, II e III são incorretas. movimento descendente da partícula B.

FIS
30. ENEM Em qualquer obra 32. (UPE) Em uma aula de Educação Física,
de construção civil é TEMA o professor convida os estudantes para
fundamental a utilização QUENTE observar o movimento de uma bola de
de equipamentos de basquete de 500 g, arremessada contra o
proteção individual, tal como capacetes. Por solo. Nesse experimento, as velocidades da
exemplo, a queda livre de um tijolo de massa bola imediatamente antes e depois da colisão
2,5 kg de uma altura de 5 m, cujo impacto foram determinadas e estão mostradas na
contra um capacete pode durar até 0,5 s, figura a seguir. Três afirmações propostas pelo
resulta em uma força impulsiva média maior do professor acerca da colisão da bola com o chão
que o peso do tijolo. Suponha que a aceleração devem ser analisadas pelos estudantes como
gravitacional seja 10 m · s–2 e que o efeito verdadeiras (V) ou falsas (F). São elas:
de resistência do ar seja desprezível. A força

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 109


respectivamente. Se o passageiro do banco
de trás do veículo tem massa igual a 80 kg e é
arremessado contra o banco da frente, em uma
colisão de 400 ms de duração, a força média
sentida por esse passageiro é igual ao peso de:
a) 360 kg na superfície terrestre.
X b) 400 kg na superfície terrestre.
c) ͳԜͶͶͲ‰ƒ•—’‡”ˆÀ…‹‡–‡””‡•–”‡Ǥ
( F ) O impulso sobre a bola possui direção d) ʹԜͷͶͲ‰ƒ•—’‡”ˆÀ…‹‡–‡””‡•–”‡Ǥ
vertical e para baixo. e) ʹԜ͹ʹͲ‰ƒ•—’‡”ˆÀ…‹‡–‡””‡•–”‡Ǥ
( V ) O módulo da variação da quantidade de 34. (UEFS – BA) O impulso é uma grandeza física
movimento da bola é igual a 18 kg m/s. que estuda a interação de uma força aplicada
( F ) A terceira lei de Newton não se aplica a um corpo com o tempo de aplicação. A
nesse caso. aplicação do impulso determina a variação da
quantidade de movimento. Uma bola de 200,0 g
A sequência correta encontra-se na alternativa
colide com uma velocidade v1 igual a 4,0 m/s
a) F-V-V c) F-F-V X e) F-V-F em uma parede com um ânguloα igual a 37° e é
b) V-V-F d) V-F-V rebatida com uma velocidade v2 igual a 2,0 m/s
33. (UPE) “Ao utilizar o cinto de segurança no
a um ângulo β igual a 53°, como mostra a
banco de trás, o passageiro também está figura. Considerando-se sen 37° = cos 53° = 0,6;
protegendo o motorista e o carona, as sen 53° = cos 37° = 0,8 e que a bola fica em
pessoas que estão na frente do carro. O uso contato com a parede durante 12,0 ms, então a
do cinto de segurança no banco da frente e, força média que a bola exerce sobre a parede,
principalmente, no banco de trás pode evitar em N, é, aproximadamente, igual a
muitas mortes. Milhares de pessoas perdem
suas vidas no trânsito, e o uso dos itens de
segurança pode reduzir essa estatística. O
Brasil também está buscando, cada vez mais,
fortalecer a nossa ação no campo da prevenção
e do monitoramento. Essa é uma discussão que
o Ministério da Saúde vem fazendo junto com
outros órgãos do governo”, destacou o Ministro
da Saúde, Arthur Chioro.
Estudo da Associação Brasileira de Medicina
de Tráfego (Abramet) mostra que o cinto de
segurança no banco da frente reduz o risco de
morte em 45% e, no banco traseiro, em até
75%. Em 2013, um levantamento da Rede Sarah
X 01) 75 03)65 05)55
apontou que 80% dos passageiros do banco
da frente deixariam de morrer, se os cintos do 02)70 04)60
banco de trás fossem usados com regularidade. 35. (UFJF – MG) O poço do elevador é o espaço
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/1596- físico situado abaixo do nível do andar mais
metade-dos-brasileiros-nao-usa-cinto-de-seguranca-no-banco-de-tras baixo de um edifício. Neste poço, estão
Acesso em: 12 de julho de 2015.
instalados diversos equipamentos destinados
Em uma colisão frontal, um passageiro sem ao funcionamento e segurança dos elevadores,
cinto de segurança é arremessado para a entre eles uma mola. Por causa de um
frente. Esse movimento coloca em risco a vida problema técnico, este elevador cai pelo poço
dos ocupantes do veículo. Vamos supor que e colide com a mola situada no fundo do poço,
um carro popular com lotação máxima sofra comprimindo-a. Considere a constante elástica
uma colisão na qual as velocidades inicial e da mola como k = 1,8 · 106 N/m e a massa do
final do veículo sejam iguais a 72 km/h e zero, ‡Ž‡˜ƒ†‘”…‘‘•’ƒ••ƒ‰‡‹”‘•‹‰—ƒŽƒͳԜͲͲͲ‰Ǥ

110 • • FÍSICA
a) Sabendo que a compressão máxima da O percurso correto é o
mola nessa colisão foi de 10 cm. Calcule a a) B2 X c) B1 e) B5
velocidade do elevador no instante inicial
b) B3 d) B4
da colisão com a mola. v = 4m/s
b) Após iniciada a colisão, o elevador 38 . (ESPCEX) Uma granada de mão, inicialmente
para em 0,2 s. Calcule a força média em repouso, explode sobre uma mesa
resultante sofrida pelo elevador durante a indestrutível, de superfície horizontal e sem
compressão da mola. Fm = –20 kN atrito, e fragmenta-se em três pedaços de
massas m1, m2 e m3 que adquirem velocidades
36. (UECE) Um projétil disparado horizontalmente coplanares entre si e paralelas ao plano da
de uma arma de fogo atinge um pedaço de mesa.
madeira e fica encravado nele de modo que
Os valores das massas são m1 = m2 = m e
após o choque os dois se deslocam com mesma
m3 = m . Imediatamente após a explosão, as
velocidade. Suponha que essa madeira tenha a 2
mesma massa do projétil e esteja inicialmente G
em repouso sobre uma mesa sem atrito. A massas m1 e m2 adquirem as velocidades v1 e
G
soma do momento linear do projétil e da v 2 , respectivamente, cujos módulos são iguais
madeira imediatamente antes da colisão é a v, conforme o desenho abaixo.
igual à soma imediatamente depois do choque. Desprezando todas as forças externas, o
G
Qual a velocidade do projétil encravado módulo da velocidade v3 , imediatamente após
imediatamente após a colisão em relação à sua a explosão é
velocidade inicial?
a) O dobro. c) A mesma.
X b) A metade. d) O triplo.
37. (INSPER – SP) Sobre uma pista retilínea, lisa
e horizontal, dois móveis, A e B, de massas
mA = 100 kg e mB = 60 kg, são lançados em
sentidos opostos, indo colidir frontalmente.
O gráfico horário (1) mostra as posições que
A e B ocupam sobre a pista até colidirem
no instante t = 4,0 s. O gráfico (2) mostra as
posições ocupadas pelo móvel A após a colisão
e cinco possíveis percursos para o móvel B.

2 3
a) v d) · 2v
4 2

FIS
X e) 2 · 2v
b) 2
v
2
c) 2v

39. (ESPCEX) Dois caminhões de massa


m1 = 2,0 ton e m2 = 4,0 ton, com velocidades
v1 = 30 m/s e v2 = 20 m/s, respectivamente, e
trajetórias perpendiculares entre si, colidem
em um cruzamento no ponto G e passam a se
movimentar unidos até o ponto H, conforme
a figura abaixo. Considerando o choque
perfeitamente inelástico, o módulo da velocidade
dos veículos imediatamente após a colisão é:

8. IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO • • 111


Em um determinado momento, o caminhão
colide inelasticamente com um obstáculo fixo
no solo, e a esfera passa a oscilar atingindo o
ponto mais alto de sua trajetória quando o fio
forma um ângulo θ = 60° em relação à vertical.

a) 30 km/h d) 70 km/h
b) 40 km/h e) 75 km/h
X c) 60 km/h

40. (UDESC) Em uma colisão elástica frontal


(em uma dimensão) entre duas partículas
de massas m1 e m2, a partícula 2 estava
1
em repouso antes da colisão. Analise as Adotando g = 10 m/s2, cos 60° = sen 30° = e
proposições em relação à colisão. desprezando a resistência do ar, calcule: 2
I. A quantidade de movimento e a energia a) a intensidade da tração no fio, em N, no
cinética do sistema se conservam. instante em que a esfera para no ponto
II. Se as massas são iguais, a magnitude da mais alto de sua trajetória. T = 3 N
velocidade adquirida pela partícula 2, após b) a velocidade escalar do caminhão, em m/s,
a colisão, é igual à magnitude da velocidade no instante em que ele se choca contra o
da partícula 1, antes da colisão. obstáculo. v = 2 m/s
III. Se m1 é maior que m2, a magnitude da 42. (UNIFESP – SP) Uma esfera A desliza
velocidade adquirida pela partícula 2, após em movimento circular sobre uma mesa
a colisão, será maior que a magnitude da horizontal, sem atrito, presa a um pino
velocidade da partícula 1, antes da colisão. fixo no centro da mesa por um fio ideal de
IV. Se m1 é menor que m2, o vetor velocidade comprimento L = 1 m. A energia cinética dessa
da partícula 1, após a colisão, é igual ao esfera é constante e tem intensidade igual a
vetor velocidade que ela tinha antes da 4 J. Em um ponto P é colocada, em repouso,
colisão. uma segunda esfera B, idêntica à primeira, de
Assinale a alternativa correta: modo que ocorra uma colisão perfeitamente
inelástica entre elas, conforme indica a figura.
a) Somente as afirmativas I e III
são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, III e IV
são verdadeiras.
X c) Somente as afirmativas I, II e III
são verdadeiras.
a) Calcule a intensidade da tração, em N, no
d) Somente a afirmativa II é verdadeira. fio antes da colisão entre as esferas. T = 8 N
e) Somente a afirmativa IV é verdadeira. b) Determine a energia cinética, em J, do
41. (UNESP – SP) Um caminhão de brinquedo sistema formado pelas duas esferas juntas,
move-se em linha reta sobre uma superfície imediatamente após a colisão entre elas.
plana e horizontal com velocidade constante. Ecf = 2 J
Ele leva consigo uma pequena esfera de massa
m = 600 g presa por um fio ideal vertical de
comprimento L = 40 cm a um suporte fixo em
sua carroceria.

112 • • FÍSICA
LIVRO DE DO
BR
EN
CAPÍTULO AL
IN
HA

5
PO
NT
I LH

FÍSICA
AD
A

E SUUAS TE
T O OGIAS
CNOL
C AS DA NATUREEZA
CIIÊNCI

LEIS DE N EW TON E SUAS A PLICAÇÕES

LEIS DE NEWTON
1ª. lei de Newton ou princípio da inércia: todo corpo pontual continua em seu
estado de repouso ou de movimento em uma linha reta, a menos que seja forçado a
mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele.

2ª. lei de Newton ou princípio fundamental da 3ª. lei de Newton ou princípio da ação e reação:
Dinâmica: a aceleração que um corpo adquire a toda força de ação há sempre uma força
é diretamente proporcional à força resultante a oposta de reação, de mesma intensidade, mesma
que ele está sujeito. direção e sentido oposto; essas forças são
G G
FR = m · a aplicadas em corpos diferentes.

DKO Estúdio
Quanto maior a massa de um corpo, mais difícil será colocá-lo em movimento.

G
Campo Força peso (P )

PRINCIPAIS FORÇAS
DA MECÂNICA E
FÍS

Forças* G
Força normal (N )

APLICAÇÕES DAS G
LEIS DE NEWTON Contato
Força de tração (T )

G
Classificação das forças quanto *Além dessas, há ainda outras forças, que não
Força elástica (Fel )

ao tipo de interação entre os corpos: aparecem nesse mapa conceitual porque não
são abordadas nas questões selecionadas para G
este Livro de atividades. Força de atrito (FAT )

LIVRO DE ATIVIDADES • •1
F ÍS
IC A

Módulo: P = m · g
Direção: da linha que une os centros de massa do corpo (m) e do
G astro (M). De forma simplificada, costuma-se dizer que a direção
P
da força peso é vertical.
Sentido: para o centro do astro. De forma simplificada, costuma-
-se dizer que o sentido da força peso é para baixo.

DKO Estúdio
Módulo: condicionado pela ação das outras forças.
G
N Direção: perpendicular à superfície de contato.

DKO Estúdio
Sentido: depende da situação analisada.

Módulo: condicionado pela ação das outras


G forças e pela aceleração do sistema.
T
Direção: do segmento da corda.
Sentido: analisar que ação estica a corda.

Módulo: Fel = K · Δx
G Direção: do segmento de reta que passa
Fel
pelo eixo principal da mola.
Divo Padilha

Sentido: oposto à deformação da mola.


FIS

Módulo: FAT = μ · N
G Direção: paralela às superfícies de contato.
FAT
Sentido: oposto ao deslizamento ou à tendência de
Divanzir Padilha

deslizamento entre as superfícies.

Ao caminharmos, a força de reação do solo


sobre os pés (uma força de atrito) empurra
nosso corpo para a frente.

2• • FÍSICA
Polias e roldanas Elevadores
A associação de polias fixas e móveis diminui a Considere um corpo de massa m apoiado sobre
força necessária para movimentar uma carga. uma balança de molas no interior de um elevador.

P
Vantagem mecânica: F =
2n
Onde n é o número de polias móveis.

Sandra Ribeiro

F

Se o corpo estiver submetido apenas à ação de


duas forças (peso e normal), podemos esquematizar

P as seguintes relações:

Na imagem anterior, n = 2: Relação entre


R
P P P
F= n = 2 ∴F= módulos da normal e O elevador pode estar
4
2 2
do peso
Plano inclinado • em repouso;
• subindo em movimento
N = P, logo FR = 0 reto e uniforme;
Pt = P · sen αG → Componente • descendo em movimento
tangencial ( Pt ) da força peso. reto e uniforme.
Pn = P · cos
G α → Componente
normal ( Pn ) da força peso. • subindo em movimento
N > P, logo FR = N – P ou reto e acelerado;
N –P= m · a • descendo em movimento
reto e retardado.
FIS

• subindo em movimento
reto e retardado;
N < P, logo FR = P – N = m · a
• descendo em movimento
reto e acelerado.

N = 0, logo FR = P • caindo em queda livre.

LIVRO DE ATIVIDADES • •3
ATIVIDADES

LEIS DE NEWTON C1 H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações


baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes
culturas.
$6Ǵ,0,/$†‚2
$$6
6ǴǴ,0,/$†‚
Ǵ,0,/$
, 0 , /$ † ‚ 2
1. (1(0 Segundo Aristóteles, uma vez deslocados de seu local natural, os elementos
Em referenciais tendem espontaneamente a retornar a ele, realizando movimentos chamados de
inerciais, os corpos naturais.
em movimento
mantêm sua velocidade
Já em um movimento denominado forçado, um corpo só permaneceria em
constante, tendo o movimento enquanto houvesse uma causa para que ele ocorresse. Cessada essa
somatório das forças causa, o referido elemento entraria em repouso ou adquiriria um movimento
que atuam sobre
natural.
ele igual a zero.
Mesmo assim, por PORTO, C. M. A física de Aristóteles: uma construção ingênua? Revista Brasileira de Ensino de Física. V. 31, n°. 4 (adaptado).
inércia, ele mantém
seu movimento (no Posteriormente, Newton confrontou a ideia de Aristóteles sobre o movimento
caso, uniforme), forçado através da lei da:
contrariando a hipótese
de Aristóteles. Xa) inércia.
b) ação e reação.
c) gravitação universal.
d) conservação da massa.
e) conservação da energia.
Atividade 2: Para 2. (UPE) A figura a seguir representa um ventilador fixado em um pequeno barco, em
resolver essa questão, águas calmas de um certo lago. A vela se encontra em uma posição fixa e todo vento
vamos considerar
a vela fixa, reta e
soprado pelo ventilador atinge a vela.
inextensível.
O ventilador empurra
o ar para a frente, o
ar atinge a vela e, ao
mesmo tempo, recebe
uma reação para trás.
O sistema barco/vela/
ventilador está sob a
ação de duas forças
de mesmo módulo Nesse contexto e com base nas leis de Newton, é correto afirmar que o
e direção, mas com
sentidos opostos, que funcionamento do ventilador
se anulam. a) aumenta a velocidade do barco.
b) diminui a velocidade do barco.
c) provoca a parada do barco.
Xd) não altera o movimento do barco.
e) produz um movimento circular do barco.
FIS

O enunciado afirma
que, em determinado $3(5)(,†2$0(172
$$3(5)
3((5)
5)((,†2$0(1
(,†
, †22$$0((117
722
momento, as forças
passam a apresentar 3. (UFAC) As duas forças que agem sobre uma gota de chuva são: a força peso e a força
o mesmo módulo, ou
seja, a força resultante devido à resistência do ar. Estas têm a mesma direção e sentidos opostos. A 250 m
passa a ser nula. Isso acima do solo, a gota está com uma velocidade de 144 km/h, e essas forças passam a
significa que a gota ter o mesmo módulo. Qual velocidade da gota ao atingir o solo?
continua se deslocando
com velocidade a) 20 m/s Xc) 40 m/s e) 60 m/s
constante. Portanto, b) 30 m/s d) 50 m/s
chegará ao solo com a
mesma velocidade de
144 km/h, ou 40 m/s.

4• • FÍSICA
$352)81'$0(172
$3
$$352)
3552)
2)881'$0(17
1''$$0((117
722 FORÇA PESO E LEI DA GRAVITAÇÃO
4. (UFPI) As formigas costumam trabalhar
em grupo. Considere que a figura abaixo UNIVERSAL DE NEWTON
representa um grupo de formigas carregando
uma folha e que as forças mostradas, exercidas
$$6Ǵ,0,/$†‚2
6ǴǴ,0,/$†‚
Ǵ,0,/$
, 0 , /$ † ‚ 2
pelas formigas sobre a folha, sejam coplanares 5. (UFPI) Depois de analisar as afirmativas abaixo,
e de mesmo módulo F. É correto afirmar que a indique a opção correta.
folha: I. Massa e peso representam uma mesma
quantidade física expressa em unidades
Dados: diferentes.
3 1 1 II. A massa é uma propriedade dos corpos
sen 60° = , cos 60° = e cos 120° = –
2 2 2 enquanto o peso é o resultado da interação
entre dois corpos.
III. O peso de um corpo é proporcional à sua
massa.
a) Apenas a afirmativa I é correta.
b) Apenas a afirmativa II é correta.
c) Apenas a afirmativa III é correta.
d) As afirmativas I e II são corretas.
a) encontra-se em equilíbrio, ou seja, a Xe) As afirmativas II e III são corretas.
resultante das forças que atuam nela é
nula. $$3(5)(,†2$0(172
33(5)
((55)((,†
, †22$
2$0(1
$00(1
(1 7
722
b) desloca-se para a esquerda sob a ação de 6. (UFRGS – RS) Na preparação para executarem
uma força resultante de módulo 2F. tarefas na Lua, onde o módulo da aceleração
c) desloca-se para a esquerda sob a ação de da gravidade é cerca de 1/6 do módulo da
uma força resultante de módulo F. aceleração da gravidade na superfície da Terra,
Xd) desloca-se para cima sob a ação de uma astronautas em trajes espaciais praticam
força resultante de módulo F. totalmente submersos em uma piscina, em um
e) desloca-se para cima sob a ação de uma centro de treinamento.
força resultante de módulo 1,5F. Como um astronauta com um traje espacial
Para resolver a questão, basta analisar a força resultante em
tem peso de módulo P na Terra, qual deve ser o
cada eixo. módulo da força de empuxo para que seu peso
aparente na água seja igual ao peso na Lua?
Eixo x: F – F · cos 60° – F · cos 60° ⇒ F – F · 1 – F · 1 = 0
2 2 a) P/6
Eixo y: F + F · sen 60° – F · sen 60° ⇒ F + F · 3 –F· 3 =F b) P/3
2 2
Logo, podemos observar que a força resultante tem módulo F.
c) P/2
d) 2P/3
Xe) 5P/6
FIS

Aplicando a 2ª. lei de Newton, temos:


Paparente = P – E
1
Do enunciado, podemos concluir que Paparente equivale a P · .
5. I. Falsa. Peso é a força de interação gravitacional entre a 6
massa da Terra e a massa do corpo. Reescrevendo a equação, temos:

II. Verdadeira. O peso é uma força resultante da interação P P P


=P–E⇒E=P– ⇒E=5·
entre, no mínimo, dois corpos; já a massa é uma propriedade 6 6 6
intrínseca do corpo.
III. Verdadeira. Considerando que o peso é dado pelo produto
da massa pela aceleração da gravidade, podemos afirmar que o
peso é proporcional à massa.

LIVRO DE ATIVIDADES • •5
$352)81'$0(172
7. (UFRGS – RS) Em 16 de julho de 1969, o foguete Saturno
ǡ…‘ƒ’”‘š‹ƒ†ƒ‡–‡͵ԜͲͲͲ–‘‡Žƒ†ƒ•†‡ƒ••ƒǡˆ‘‹
lançado carregando a cápsula tripulada Apollo 11, que
pousaria na Lua quatro dias depois.
Em sua trajetória rumo à Lua, a espaçonave Apollo 11
esteve sujeita às forças de atração gravitacional exercidas
pela Terra e pela Lua, com preponderância de uma ou de
outra, dependendo da sua distância à Terra ou à Lua.
Considere ML = MT/81, em que ML e MT são,
respectivamente, as massas da Lua e da Terra.
Na figura abaixo, a distância do centro da Terra ao centro
da Lua está representada pelo segmento de reta, dividido Disponível em: <https://airandspace.si.edu/multimedia-
em 10 partes iguais. gallery/39526jpg> Acesso em: 29 ago. 2019.

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do enunciado abaixo.


Em sua viagem para a Lua, quando a Apollo 11 ultrapassa o ponto ........, o módulo da força gravitacional
da Lua sobre a espaçonave passa a ser maior do que o módulo da força gravitacional que a Terra exerce
sobre essa espaçonave.
a) I b) II c) III d) IV Xe) V
Considerando d como a distância entre os centros da Terra e da Lua, podemos dividi-la em duas partes, conforme a figura abaixo:
Espaçonave

Terra d–x x Lua


2 2
Aplicando a lei da gravitação universal de Newton para as forças 81· x = (d – x) ⇒ 9 · x = d – x
G G
de atração da Terra e da Lua sobre a espaçonave, F TE e FLE , res- d
pectivamente, devemos encontrar o ponto em que as duas forças 10x = d ⇒ ∴ x =
10
sejam iguais em módulo. Portanto, a distância em que as forças gravitacionais entre a
Fazendo FTE = FLE e considerando MT a massa da Terra, mE a Terra e a espaçonave e entre a Lua e a espaçonave são iguais
massa da espaçonave e ML a massa da Lua, temos: em módulo é a décima parte da distância entre os astros. Esse
ponto é representado pela marcação V. Após esse ponto, a força
MT ⋅ mE ML ⋅ mE gravitacional da Lua passa a ser maior que a da Terra sobre a
G =G
(d − x ) 2
x2 espaçonave.

MT MT 1 1
= ⇒ =
( d − x )2 81 ⋅ x 2 ( d − x )2 81 ⋅ x 2

8. (IFCE) O valor da aceleração da gravidade num ponto x em torno da Terra, a uma altitude equivalente a
4 vezes o raio da Terra, acima da superfície, m/s2, é igual a
Dado: gTerra = 10 m/s2
a) 1,0 b) 0,6 c) 0,8 Xd) 0,4 e) 1,2
FIS

Pela lei da gravitação universal de Newton, a M = massa da Terra; M


força gravitacional é representada pelo peso gA = G ·
h = altitude; 25 ˜ R2
do corpo:
R = raio da Terra.
Calculando a razão entre as expressões,
M⋅ m
P = FG ⇒ m · g = G · Equacionamento do corpo na superfície da obtemos:
(R + h)2
Terra:
M
Expressão que representa a aceleração da M M G˜
gravidade para qualquer altitude: gS = G · ⇒ gS = G · gA 25 ˜ R2 g 1 g
(R + 0 )2 R2 = ⇒ A= ⇒ gA = S
gS M gS 25 25
M G˜
g=G· Para o corpo na altitude informada, temos: R2
(R + h)2 10
M M
g = aceleração da gravidade; gA = G · =G· ⇒ gA =
G = constante da gravitação universal;
(R + 4 ⋅ R )2
(5 ⋅ R) 2 25
gA = 0,4 m/s2
6• • FÍSICA
FORÇAS NORMAL, ELÁSTICA, DE TRAÇÃO E DE
ATRITO E APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON
$6Ǵ,0,/$†‚2
9. (UECE) Um dos modelos para representar a dinâmica vertical de automóveis é Como a mola P suporta
conhecido como “quarto de carro”. Nesse modelo, há as seguintes aproximações: o pneu e a carroceria
acima dela, ela encontra-
a elasticidade do pneu é representada por uma mola vertical (mola P) com uma -se comprimida. A
mola S, que está sob
das extremidades em contato com o solo; o pneu é representado por uma massa a carroceria, também
presa a essa mola na outra extremidade; a carroceria é aproximada por uma massa está comprimida. Logo,
ambas devem estar
verticalmente acima do pneu e conectada a este por uma segunda mola (mola S) comprimidas na situação
que representa a suspensão do carro. Para simplificar ainda mais, adotaremos um de equilíbrio.
modelo de carro sem amortecedor. Com o carro parado em uma via horizontal,
nessa aproximação, as molas P e S permanecem:
a) com seus comprimentos oscilando em fase uma com a outra.
Xb) comprimidas.
c) distendidas.
d) com seus comprimentos oscilando fora de fase uma com a outra.
10. (FUVEST – SP) Considere as seguintes afirmações: I. Incorreta. No ponto
mais alto da trajetória,
I. Uma pessoa em um trampolim é lançada para o alto. No ponto mais alto de sua a velocidade é nula e a
trajetória, sua aceleração será nula, o que dá a sensação de “gravidade zero”. aceleração é constante.
II. Incorreta. Um
II. A resultante das forças agindo sobre um carro andando em uma estrada em movimento retilíneo e
linha reta a uma velocidade constante tem módulo diferente de zero. uniforme implica uma
força resultante nula.
III. As forças peso e normal atuando sobre um livro em repouso em cima de uma III. Incorreta. O par ação-
mesa horizontal formam um par ação-reação. -reação consiste em um
par de forças de mesma
De acordo com as leis de Newton:
direção e sentidos
a) Somente as afirmações I e II são corretas. opostos, aplicadas em
corpos distintos. Nesse
b) Somente as afirmações I e III são corretas. caso, as forças estão
c) Somente as afirmações II e III são corretas. atuando no mesmo
corpo. A reação da força
d) Todas as afirmações são corretas. peso encontra-se na
Terra; e a reação da força
Xe) Nenhuma das afirmações é correta.
normal, na superfície da
11. (UECE) Suponha que uma esfera de aço desce deslizando, sem atrito, um plano mesa.
inclinado. Pode-se afirmar corretamente que, em relação ao movimento da esfera,
sua aceleração
a) aumenta e sua velocidade Xc) é constante e sua velocidade
diminui. aumenta.
b) e velocidade aumentam. d) e velocidade permanecem
constantes.
FIS

Como o atrito é desprezível, agem sobre a esfera apenas as forças peso e normal. A figura a
seguir mostra a força normal e as componentes da força peso. N
Observando a ilustração, percebemos que a componente horizontal da força peso (P · sen θ) é a →
força resultante responsável pela aceleração. a

Aplicando a 2ª. lei de Newton, temos:


FR = m · a ⇒ P · sen θ = m · a
m · g · sen θ = m · a P · sen T
a = g · sen θ P · cos T
Observando a equação, podemos concluir que a aceleração permanece constante, uma vez que T
se trata da aceleração da gravidade.

LIVRO DE ATIVIDADES • •7
C5 H17 Relacionar 12. (1(0 A força de atrito é uma força que
informações
apresentadas em
depende do contato entre corpos. Pode
diferentes formas ser definida como uma força de oposição à
de linguagem e tendência de deslocamento dos corpos e é
representação usadas
nas ciências físicas,
gerada devido a irregularidades entre duas
químicas ou biológicas, superfícies em contato. Na figura, as setas
como texto discursivo, representam forças que atuam no corpo e o
gráficos, tabelas, ponto ampliado representa as irregularidades
relações matemáticas ou
linguagem simbólica. que existem entre as duas superfícies.
A força (F) aplicada sobre Na figura, os vetores que representam as forças que provocam o deslocamento e o
o corpo que pode provocar atrito são, respectivamente:
o deslocamento está
representada na figura Xa) d)
como uma seta de direção
horizontal, com sentido para
a direita. A força de atrito (FAt) b) e)
está representada na direção
horizontal e com sentido
oposto à força F, ou seja,
apontando para a esquerda. c)

$3(5)(,†2$0(172
13. (UDESC) A figura mostra dois blocos de massa m e M unidos por
um fio ideal, suspensos por uma polia ideal. Considere que o fio
está o tempo todo tensionado.
Analise as proposições com relação à figura [...].
I. A condição de equilíbrio é dada quando m = M, portanto a
aceleração do sistema é nula.
II. Para M > m a quantidade M – m é inversamente proporcional
à aceleração do sistema.
III. Para M > m a quantidade M + m é diretamente proporcional à
aceleração do sistema.
IV. Fora da condição de equilíbrio, a aceleração do sistema é diretamente
proporcional à aceleração gravitacional.
V. Fora do equilíbrio, o módulo das acelerações dos blocos são iguais, no entanto, as
acelerações têm sentidos opostos.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
FIS

d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.


Xe) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.

I. Verdadeira. Para a condição de equilíbrio (força resultante nula), o


(M − m) · g  = a
peso de cada bloco deve ter o mesmo módulo. Assim, suas massas
também terão o mesmo módulo. (M + m )
II. Falsa. Para M > m a quantidade M – m é diretamente proporcional à IV. Verdadeira. A equação demonstrada acima mostra que a aceleração
aceleração do sistema: do sistema é diretamente proporcional à aceleração gravitacional.
FR = mTotal · a ⇒ M · g – m · g = (M + m) · a ⇒ (M – m) · g = (M + m) · a V. Verdadeira. Como os blocos estão unidos pela corda sempre
estendida, na condição fora do equilíbrio um bloco terá aceleração para
III. Falsa. A quantidade (M + m) é inversamente proporcional à
cima e outro para baixo, mas seus módulos serão iguais.
aceleração do sistema:

8• • FÍSICA
14. (FAMERP – SP) Em um local em que a 15. (UERJ) A questão a seguir aborda situações
aceleração gravitacional vale 10 m/s2, uma relacionadas ao ambiente do metrô, referindo-
pessoa eleva um objeto de peso 400 N por meio -se a uma mesma composição, formada por
de uma roldana fixa, conforme mostra a figura, oito vagões de dois tipos e movida por tração
utilizando uma corda que suporta, no máximo, elétrica. Para seus cálculos, sempre que
uma tração igual a 520 N. necessário, utilize os dados e as fórmulas a
seguir.
CARACTERÍSTICAS DA COMPOSIÇÃO
velocidade máxima 100 km/h
aceleração constante 1,10 m/s2
desaceleração constante 1,25 m/s2
Gerais
quantidade tipo I 2
de vagões tipo II 6
massa média por passageiro 60 Kg
comprimento médio 22,0 m
largura 3,00 m
altura 3,60 m
tipo I ͵ͺԜͲͲͲ‰
massa
Por vagão tipo II ͵ͷԜͲͲͲ‰

(https://brasilescola.uol.com.br.) quantidade 4
motores potência por
140 kW
A máxima aceleração que a pessoa pode motor

imprimir ao objeto durante a subida, sem que a capacidade máxima 8 passageiros / m2

corda se rompa, é Em um dos vagões da composição do metrô,


a) 6,0 m/s2 d) 2,0 m/s2 um sistema formado por um objeto com
b) 13 m/s2 Xe) 3,0 m/s
2 massa de 0,2 kg e por um fio ideal de 1,00 m
de comprimento está fixado em uma barra de
c) 8,0 m/s2
apoio. Enquanto a composição se movimenta
Dados do enunciado:
com aceleração constante, observa-se que o
Tmáx = 520 N
objeto se desloca 0,10 m na direção horizontal,
P = 400 N
formando um ângulo θ em relação à direção
g = 10 m/s2
vertical, conforme ilustra o esquema.
Primeiramente, é necessário encontrar o valor da massa:
P = m · g ⇒ 400 = m · 10 ⇒ m = 40 kg
Substituindo o valor da massa na equação fundamental da Dinâmica,
temos:
FR = m · a ⇒ Tmáx – P = m · amáx
520 – 400 = 40 · amáx ⇒ 120 = 40 · amáx
amáx = 3 m/s2

Determine, em newtons, a tensão no fio.


Dados do enunciado:
m = 0,2 kg T
FIS

→ 2
T a = 1,10 m/s
T T · cos T
Sobre o corpo, atuam as forças peso e tração. A
figura ao lado mostra o diagrama dessas forças:
→ → T
a
FR O sen θ pode ser determinado com base nos T · sen T
dados da imagem do enunciado:
0, 1
→ sen θ = = 0,1
P 1
m·g
Observando a figura, é possível concluir que
a componente horizontal da tração representa a força resultante na
direção do movimento:
FR = m · a ⇒ T · sen θ = m · a
0, 22
T · 0,1 = 0,2 · 1,1 ⇒ T =
0, 1
T = 2,2 N LIVRO DE ATIVIDADES • •9
16. (ACAFE – SC) Um trenó de neve é puxado por
oito cachorros, realizando um movimento
retilíneo com velocidade de módulo constante
em uma estrada horizontal. Na figura [...],
pode-se vê-lo de cima. Sobre o trenó estão: um
homem, carnes sobre panos, alguns troncos de
árvore e uma caixa.
Com base no exposto e desconsiderando
as massas das cordas e a resistência do ar,
assinale a alternativa correta.
a) Sobre o trenó não existe força de atrito.
b) Todos os cachorros aplicam sobre o trenó forças de mesma intensidade.
Xc) Força normal sobre o trenó tem maior módulo que a força peso do trenó.
d) O módulo da força resultante sobre o trenó é a soma das forças aplicadas pelos cachorros sobre
as cordas.
a) Incorreta. A força atrito é contrária ao movimento do trenó. Ela deve existir para que o trenó se mantenha em movimento retilíneo uniforme
(MRU).
b) Incorreta. O trenó se desloca em MRU, sendo nula a intensidade da força resultante no eixo horizontal; logo, a força de atrito é igual à soma
das forças aplicadas pelos cães. No entanto, isso não significa que cada um deles esteja aplicando a mesma força.
c) Correta. A força normal, nesse caso, é numericamente igual à soma do peso do trenó e do peso da carga. Logo, seu módulo é maior que a
força peso que atua sobre o trenó.
d) Incorreta. A força resultante sobre o trenó é nula, uma vez que ele se move em MRU.

17. (1(0 A nanotecnologia pode ser caracterizada quando os compostos estão na ordem de milionésimos
de milímetros, como na utilização de nanomateriais catalíticos nos processos industriais. O uso desses
materiais aumenta a eficiência da produção, consome menos energia e gera menores quantidades
de resíduos. O sucesso dessa aplicação tecnológica muitas vezes está relacionado ao aumento da
velocidade da reação química envolvida. O êxito da aplicação dessa tecnologia é por causa da realização
de reações químicas que ocorrem em condições de: C5 H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de
produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a
a) alta pressão. O aumento da velocidade da Xd) maior superfície de contato. que se destinam.
reação química envolvida
b) alta temperatura. resulta no aumento da eficiência e) elevada energia de ativação.
c) excesso de reagentes. da produção. Isso acontece em virtude da existência de uma superfície de contato maior entre as
nanopartículas catalíticas com os reagentes e por conta da diminuição da energia de ativação.
18. (INSPER – SP) Uma pessoa está segurando um livro no interior de um elevador em movimento vertical,
uniforme e descendente. Em determinado instante, rompe-se o cabo de sustentação do elevador e ele
passa a cair em queda livre. De susto, a pessoa solta o livro. A ação dissipativa do ar ou de outro tipo de
atrito é desprezível.
A partir do momento em que é abandonado, e enquanto o elevador não tocar o chão, o livro:
a) cairá, atingindo o piso rapidamente, com aceleração maior que a do elevador, para um
observador em referencial não inercial, dentro do elevador.
b) manterá um movimento uniforme de queda em relação à pessoa, que está em referencial não
inercial, podendo até atingir seu piso.
FIS

Xc) cairá em queda livre também, com aceleração igual à do elevador, e não irá atingir seu piso, para
qualquer observador em referencial inercial.
d) deverá subir em relação aos olhos da pessoa, que está em um referencial não inercial, pois sua
aceleração será menor que a do elevador.
e) manterá um movimento uniforme de subida em relação aos olhos da pessoa, que está em
referencial não inercial, podendo até atingir seu teto.
Quando ocorrer o rompimento do cabo, o elevador e o livro iniciarão um movimento de queda livre. Então, ambos cairão com a mesma
aceleração – a da gravidade. E, como eles iniciaram a queda com a mesma velocidade inicial e estão sob a mesma aceleração, o livro não
atingirá o piso para qualquer observador em referencial inercial.

10 • • FÍSICA
19. (UESC – BA) Um homem que se encontra 20. (1(0 Os freios ABS são uma importante
no interior de um elevador em movimento medida de segurança no trânsito, os quais
lê, no dinamômetro, o peso de uma funcionam para impedir o travamento das
massa de 1,0 kg como sendo igual a 6,0 N, rodas do carro quando o sistema de freios é
conforme a figura. Considerando-se o acionado, liberando as rodas quando estão
módulo da aceleração da gravidade local, no limiar do deslizamento. Quando as rodas
10 m/s2, é correto afirmar que o elevador: travam, a força de frenagem é governada pelo
atrito cinético.
As representações esquemáticas da força de
atrito fat entre os pneus e a pista, em função
da pressão p aplicada no pedal de freio, para
carros sem ABS e com ABS, respectivamente,
são:
Xa)

X(01) desce acelerado, com aceleração de


b)
módulo igual a 4,0 m/s2.
(02) sobe acelerado, com aceleração de módulo
igual a 4,0 m/s2.
(03) desce retardado, com aceleração de
módulo igual a 4,0 m/s2.
(04) sobe com velocidade constante. c)
(05) desce com velocidade constante.
Para a massa igual a 1 kg, o peso é igual a 10 N. Como a leitura do
dinamômetro apresenta menor intensidade em relação à força peso,
podemos utilizar a seguinte equação:
FR = m · a ⇒ P – N = m · a
10 – 6 = 1 · a
d)
a = 4 m/s2

e)

C5 H17 Relacionar informações apresentadas em diferentes


FIS

formas de linguagem e representação usadas nas ciências


físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo,
gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem
simbólica.

A força de atrito que atua sobre as rodas é do tipo estático até o


momento em que se inicia o deslizamento, que aumenta com a
intensificação da pressão no pedal. Sem os freios ABS, quando a
pressão ultrapassa esse valor, a força de atrito é dinâmica, travando
as rodas. Mas os freios ABS impedem esse travamento, liberando
parcialmente as rodas quando a pressão se aproxima de seu valor
limiar. Fazendo isso sucessivas vezes, o atrito permanece estático.

LIVRO DE ATIVIDADES • • 11
$352)81'$0(172
21. (UDESC) Os blocos de massas m1 e m2 estão presos entre si por um fio de massa
desprezível, como mostra na figura [...]. Uma força horizontal e constante, F0, é
aplicada sobre a massa m2. Os coeficientes de atrito entre os blocos e a superfície
†‡ƒ’‘‹‘• ‘‹‰—ƒ‹•ƒɊǡ‡‡•–‡…‘Œ—–‘•‡‘˜‹‡–ƒ’ƒ”ƒƒ†‹”‡‹–ƒ…‘ƒ…‡Ž‡”ƒ­ ‘
constante.

Assinale a alternativa correta, em relação às leis de Newton.


a) A força que acelera m1 valem2F0 .
m1 + m2
F0
Xb) Os blocos possuem aceleração constante dada por ȂɊ‰Ǥ
m1 + m2
m1F0
c) A força que acelera m2 vale .
m1 + m2
d) A força que acelera o conjunto é F0.
F0
e) Os blocos possuem aceleração constante dada por .
m1 + m2

A figura a seguir representa as forças que atuam no bloco. Somando as duas equações, temos:
m1 m2 F0 F0 – Fat 1 – Fat 2 = (m1 + m2) · a
T T F0 – μ · m1 · g – μ · m1 · g = (m1 + m2) · a
F0 − μ ⋅ g ⋅ (m1 + m2 )
a=
Fat Fat m1 + m2
2 1

F0
Para determinar a aceleração, vamos utilizar a 2ª. lei de a= −μ⋅g
m1 + m2
Newton:
⎪⎧T − Fat1 = m1 ⋅ a

⎪⎩F0 − T − Fat 2 = m2 ⋅ a

TOME NOTA!
2
86((67((63$†
RA AN OTAR O QUE
PA
AQUI.
APREND EU ATÉ
FIS

12 • • FÍSICA
22. (PUCPR) A máquina de Atwood é um dispositivo utilizado para levantar carga,
comumente sendo visto na construção civil. O arranjo deste dispositivo é
bastante simples, consiste basicamente em dois recipientes presos cada um em
uma das pontas de uma corda que, por sua vez, passa para uma roldana presa ao
teto do ambiente onde será utilizado. Considere que o arranjo a seguir dispõe de
dois baldes iguais com massa de 3 kg cada um, ambos com certa quantidade de
areia. No primeiro momento, o balde 1 possui em seu interior 7 kg de areia e, ao
deixar o sistema se movimentar a partir do repouso, ele desce com aceleração
10
igual a m/s2.
9
Depois disso, 2 kg de areia que estavam presentes no balde 2 são transferidas para o balde 1.
Novamente o sistema é reposicionado e colocado em repouso. Considerando g = 10 m/s2, qual será o
valor da nova aceleração que o balde 1 adquire em m/s2?
Desconsidere todos os atritos e também a inércia da roldana.
10 5 7 9
Xa) b) 8 c) d) e)
3 3 3 4

A massa de cada corpo equivale à soma da massa de areia e do balde Situação final:
(mcorpo = mareia + mbalde). m’1 = (10 + 2) = 12 kg
Situação inicial: m’2 = (8 – 2) = 6 kg
m1 = 10 kg g = 10 m/s2
m2 = (m +3) kg Aplicando a 2ª. lei de Newton para os recipientes, temos:
10
ai = m/s2 ⎪⎧P1 − T = m ’1 ⋅ a f
9 ⎨
⎩⎪T − P2 = m ’2 ⋅ a f
g = 10 m/s2
Representando as forças que atuam sobre os corpos, temos: Somando as duas equações:
Aplicando a 2ª. lei de Newton para os recipientes, temos: P1 – P2 = (m’1 + m’2) · af
m1 · g – m2 · g = (m1 + m2) · af
g ⋅ (m ’1 − m ’2 )
→ →
af =
FR a m ’1 + m ’2
→ →
a FR
→ → 10 ⋅ (12 − 6) 60
T T af = =
12 + 6 18
10


P2
af = m/s2
P
3

⎧⎪P1 − T = m1 ⋅ ai

⎩⎪T − P2 = m2 ⋅ ai
Somando as duas equações:
P1 – P2 = (m1 + m2) · a
m1 · g – m2 · g = (m1 + m2) · ai

g ⋅ (m1 − m2 ) 10 10 ⋅ (10 − (m + 3))


ai = ⇒ =
FIS

m1 + m2 9 (10 + m + 3)
10 10 ⋅ (7 − m) 1 (7  m)
= ⇒ =
9 (13 + m) 9 (13 + m)
13 + m = 63 – 9 · m
m = 5 kg

LIVRO DE ATIVIDADES • • 13
23. (UEPG – PR) Um bloco, com uma massa de 24. (EFOMM – RJ) A figura que se segue mostra
100 g, encontra-se inicialmente em repouso uma plataforma, cuja massa é de 100 kg, com
sobre um plano inclinado de 30° em relação à um ângulo de inclinação de 30° em relação
horizontal. Ele é solto, a partir de uma altura à horizontal, sobre a qual um bloco de 5 kg
de 1 m em relação ao solo e movimenta-se ao de massa desliza sem atrito. Também não há
longo do plano. atrito entre a plataforma e o chão, de modo
Desprezando forças de atrito, assinale o que for que poderia haver movimento relativo entre
correto. o sistema e o solo. Entretanto, a plataforma é
mantida em repouso em relação ao chão por
(01) A força normal que o plano inclinado
meio de uma corda horizontal que a prende
exerce sobre o bloco é 0,5 N.
ao ponto A de uma parede fixa. A tração na
X(02) A aceleração do bloco durante seu referida corda possui módulo de:
movimento ao longo do plano inclinado é
5 m/s2.
(04) Quando o bloco encontrava-se em
repouso, a força peso do bloco e a força
normal exercida sobre ele eram iguais em
módulo.
X(08) O tempo que o bloco leva para percorrer
o plano inclinado, de modo que sua altura
25 25
se reduza para a metade em relação ao a) N d) N
2 4
10
solo, é s. b) 25 N 25
5 Xe) 3 N
2
Somatório: 10 (02 + 08) . c) 25 3 N
Diagrama de forças: Dados:
N mP = 100 kg
mB = 5 kg
g = 10 m/s2
Py A figura a seguir representa o diagrama de forças e a aceleração na
Px
direção horizontal e inclinada.
P N
o
30
a’
(01) Falsa. A força normal é igual, em módulo, à componente 30o
perpendicular da força peso: PBt.sen30o
3 3
N = Py = m · g · cos 30° = 0,1 · 10 · = ⇒ N = 0,866 N PBt.cos30o
2 2
a 30o
(02) Verdadeira. Aceleração do bloco durante a descida:
Px mg ⋅ sen 30° 1
a= = = 10 · ⇒ a = 5 m/s2 A aceleração a pode ser determinada da seguinte maneira:
m m 2
FR = PBt ⇒ m · a = PBt · sen30°
(04) Falsa. Nesse caso, a força normal era igual à componente
perpendicular da força peso. m · a = m · g · 0,5 ⇒ a = 10 · 0,5
(08) Verdadeira. O deslocamento no plano inclinado para o bloco a = 5 m/s2
FIS

atingir a metade da altura inicial é: Aceleração a’:


0,5 m 0, 5 m 3
sen 30° = ⇒ Δs = ⇒ Δs = 1 m a’ = a · cos 30° ⇒ a’ = 5 m/s2.
's 0, 5 2
Substituindo o valor encontrado para Δs na equação horária do MUV, Para determinar a força de tração na direção horizontal, vamos utilizar
temos: a seguinte equação:
a 2 2 ⋅ Δs 3
Δs = ˜t ⇒ t = F’R = T = m · a’ ⇒ T = m · 5 ˜
2 a 2
2˜1 2 5 3 25 ˜ 3
t= = ˜ T=5·5· ∴T= N
5 5 5 2 2
10
t= s
5

14 • • FÍSICA
25. (ESC. NAVAL – RJ) Uma cabine de elevador de massa M é puxada para cima por meio de um cabo
quando, de seu teto, se desprende um pequeno parafuso. Sabendo que o módulo da aceleração relativa
do parafuso em relação à cabine é de 4/5 g, onde g é o módulo da aceleração da gravidade, qual a razão
entre o módulo da tração T no cabo e o peso P da cabine, T/P?
a) 1/2 b) 2/3 c) 3/4 Xd) 4/5 e) 1

Primeiramente, vamos calcular a aceleração do parafuso em relação à aceleração do elevador (ape):


4 1
ape = ap – ae ⇒ ape = · g – g ⇒ ape = – · g
5 5 →
T
Substituindo o valor de ape na 2ª. lei de Newton, temos:

a
⎛ 1⎞
FR = m · a ⇒ T – P = M · ⎜ − ⎟ · g
⎝ 5⎠
M˜g P →
T=P– ⇒T=P– P
5 5
4P T 4
T= ∴ =
5 P 5

26. (AFA – SP) Uma esfera, de dimensões


desprezíveis, sob ação de um campo
gravitacional constante, está inicialmente
equilibrada na vertical por uma mola. A mola
é ideal e se encontra com uma deformação x,
conforme ilustrado na figura 1.
O sistema esfera-mola é posto, em seguida, a deslizar sobre uma superfície horizontal, com velocidade
constante, conforme indicado na figura 2. Nessa situação, quando o ângulo de inclinação da mola é θ,
em relação à horizontal, sua deformação é y.
Nessas condições, o coeficiente de atrito cinético entre a esfera e a superfície horizontal vale
cos θ x x sen T y cos T
Xa) b) c) d)
x y x + y cos T x sen T
− sen θ
y
Observando a figura 1, concluímos que as Utilizando os dados da equação 1 na y y
⋅ cos θ ⋅ cos θ
forças que agem sobre a esfera são a força elástica e equação 2, temos: x x y ⋅ cos θ
μc = = =
a força peso. ⎛ m ⋅g ⎞ y x − y ⋅ sen θ x − y ⋅ sen θ
1 − sen θ
Isolando a constante elástica (K), temos:
N+ ⎜ ⎟ · y · sen θ = m · g x x
⎝ x ⎠
m ˜g ⎛ m ⋅g ⎞ Dividindo a equação por y:
Fel = P ⇒ K · x = m · g ⇒ K = (equação 1) N=m·g– ⎜ ⎟ · y · sen θ
x ⎝ x ⎠ cos θ
A figura a seguir mostra o diagrama de forças que μc =
y x
age no sistema esfera-mola. N = m · g · (1 – ·sen θ) − sen θ
x y
y Para calcular o atrito cinético, vamos utilizar
a seguinte equação:
FIS

N Fat = μc · N
k · y · sen θ Direção
y
θ
do movimento Fat = μc · mg · (1 – · sen θ) (equação 4)
k · y · cos θ x
Fat = μc· N Eixo horizontal:
Fat = Fel x
P = m·g Fat = K · y · cos θ
Para que o sistema esteja em equilíbrio dinâmico, as ⎛ m ⋅g ⎞
forças resultantes nas direções vertical e horizontal Fat = ⎜ ⎟ · y · cos θ (equação 5)
⎝ x ⎠
devem ser nulas.
Igualando as equações 4 e 5, temos:
Eixo vertical:
N + Fel y = P ⇒ N + K · y · sen θ = m · g (equação 2) ⎛ y ⎞ m⋅ g
μc ⋅ m ⋅ g ⎜ 1– ⋅ sen θ ⎟ = ⋅ y ⋅ cos θ
⎝ x ⎠ x

LIVRO DE ATIVIDADES • • 15
CAPÍTULO
ESTÁTICA DOS SÓLI DOS
6
EQUILÍBRIO DO PONTO MATERIAL
Desvantagem do método poligonal: só é útil
Para que um ponto esteja
G Gem equilíbrio, basta que a para cálculos quando resulta em algum tipo
resultante seja nula: FR = 0 . específico de polígono, como o triângulo
retângulo.
Situações que envolvem equilíbrio de ponto A 30º C
material podem ser resolvidas de três maneiras. 60º

T2
• Resolução pelo método da decomposição: Método da T2
inicialmente, é necessário decompor os vetores decomposição T1
em suas componentes. Depois, somamos ou
B
subtraímos os vetores na mesma direção e, por 30º

fim, aplicamos o teorema de Pitágoras para


determinar o vetor resultante. P = 100 N
Vantagem do método da decomposição: resolve
qualquer problema de equilíbrio do ponto
P
material independentemente do número de
forças envolvido e dos ângulos formados. T1
60º
Desvantagem do método da decomposição: P
resolução trabalhosa, envolvendo maior número
de cálculos. • Resolução pelo teorema de Lamy: os três vetores
devem ser posicionados como se atuassem em
A 30º
60º
C um único ponto, e aplicamos a eles a lei dos
senos.
T2
Vantagem do teorema de Lamy: resolução
Método poligonal T1 simples, envolvendo poucos cálculos.
y B Desvantagem do teorema de Lamy: resolve
apenas problemas que tenham três forças em
T2y
T2 equilíbrio.
P = 100 N
A 30º C
T1y 60º
T1
30o 60o P T2
FIS

T1x T2x x
T1
Teorema de Lamy
T2
B

T1
P
P = 100 N
• Resolução pelo método poligonal: os vetores 120º 150º
devem ser posicionados a fim de formar um
P
triângulo retângulo.
Vantagem do método poligonal: resolução
simples, envolvendo poucos cálculos.
P
16 • • FÍSICA
MOMENTO DE FORÇA
O conceito de momento de força, também conhecido como torque, está relacionado ao
fato de uma força poder provocar a rotação ou a variação da rotação de um corpo.
Dependendo da maneira como uma força é aplicada sobre um corpo, ela produz uma
tendência de girar o objeto, e a grandeza física momento de força (ou torque) é capaz de
quantificar essa tendência.

Momento (M) é uma grandeza obtida do


produto da força pela distância perpendicular entre
M = ±F · d
o eixo e a linha de ação da força. A unidade de
medida do momento, no SI, é o N · m.

EQUILÍBRIO DO CORPO EXTENSO


G G
1ª. condição: a força resultante é nula ⇒ FR = 0 .
2ª. condição: o somatório algébrico dos momentos de todas as forças
G que
G agem sobre o
corpo em relação a um ponto tomado arbitrariamente é nulo ⇒ MR = 0 .

SITUAÇÕES DE EQUILÍBRIO
Repouso MRU Rotação uniforme
Classificação do equilíbrio Estático Dinâmico Dinâmico
G
Força resultante ( FR ) Nula Nula Nula
G
Momento resultante ( MR) Nulo Nulo Nulo

G Constante e diferente
Velocidade do centro de massa ( v ) Nula Nula
de zero

G Constante e diferente
Velocidade angular ( Z ) Nula Nula
de zero

CENTRO DE MASSA
FIS

Centro de massa (CM) é o lugar geométrico no qual podemos considerar que toda a
massa de um corpo está concentrada.

x1 ˜ m1 + x2 ˜ m2 + x3 ˜ m3 + ... + xn ˜ mn
XCM =
m1 + m2 +...+ mn

y 1 ˜ m1 + y 2 ˜ m2 + y3 ˜ m3 + ... + y n ˜ mn
YCM =
m1 + m2 +...+ mn

LIVRO DE ATIVIDADES • • 17
ATIVIDADES

EQUILÍBRIO DO PONTO MATERIAL APERFEIÇOAMENTO


AAPERF
PEERF
RFEEIÇOAMEN
EIÇ
I ÇOOAMENTO
AMENTO
2. (UPF – RS) Analise a figura a seguir, que
$6Ǵ,0,/$†‚2 representa um semáforo suspenso por um
1. (UFTM – MG) As dependências da escola não sistema constituído de um poste, uma haste
possuíam tomadas no local em que estava horizontal (ideal sem peso) e um cabo. No
montada a barraca do churrasco e, por isso, uma ponto a, estão atuando três forças: o peso P
extensão foi esticada, passando por uma janela do semáforo (200 N), a tensão T do cabo e a
do segundo andar do prédio das salas de aula: força F exercida pela haste. Considerando que
o sistema está em equilíbrio com essas forças,
pode-se dizer que os valores, em newtons (N),
da tensão do cabo e da força exercida pela
haste, são, respectivamente, de:
(Adote: sen 30° = 0,5 e cos 30° = 0,8)

Para posicionar a lâmpada logo à frente da


barraca, uma corda presa à lona foi amarrada
ao fio da extensão, obtendo-se a configuração
indicada na figura.
1 1
(Considere sen 30° = ; cos 30° = e
g = 10 m/s2). 2 2

a) 500 e 100 d) 320 e 400


Xb) 400 e 320 e) 100 e 500
c) 200 e 200
O conjunto formado pela cúpula, lâmpada e De acordo com o enunciado, o peso do semáforo é igual a 200 N.
soquete, de massa total 0,5 kg, é sustentado Utilizando a regra do polígono, podemos formar o triângulo a seguir.
pela corda e pelo fio condutor. Desprezando-se
os pesos do fio e da corda, é possível afirmar
que o fio condutor esticado através da janela T
sofre ação de uma força de intensidade, em P

newtons, de:
Xa) 10 c) 10 3 e) 15 3 30°

b) 15 d) 20 F
FIS

T1
P P P 200
Dados: sen 30° = ⇒T= = ∴ T = 400 N
T sen 30D 0, 5
m (lâmp + soq) = 0,5 kg
T2 F
g = 10 m/s2 cos 30° = ⇒ F = T · cos 30° = 400 · 0,8 ∴ F = 320 N
T
As forças que atuam no ponto de junção dos fios são representadas na
poligonal acima.
Calculando a tensão no fio esticado através da janela (T1), temos:
P m˜g 0, 5 ˜ 10 5
sen30° = ⇒ sen 30° = = ⇒ 0,5 = ⇒
T1 T1 T1 T1
5
T1 = ∴ T1 = 10 N
0, 5

18 • • FÍSICA
3. (UFPE) Uma barra horizontal de massa desprezível possui uma
de suas extremidades articulada em uma parede vertical. A outra fio

extremidade está presa à parede por um fio que faz um ângulo de 45º
45° com a horizontal e possui um corpo de 55 N pendurado. Qual
o módulo da força normal à parede, em newtons, que a articulação
exerce sobre a barra?
Sobre o ponto do fio em contato com a extremidade da barra atuam as forças peso (P), normal
(N) e tração (T), representadas na figura a seguir:

T
P

45º

Para determinar N, basta utilizar a relação da tangente:


P 55
tg 45° = ⇒1=
N N
N = 55 N

APROFUNDAMENTO
4. (UFPR) Um objeto de Gmassa G m = 10 kg está suspenso por dois cabos
que
G exercem
G trações T1 e T2 de mesma intensidade T, de modo que
| T1 | = | T2 | = T. As trações exercidas pelos cabos estão dispostas
conforme mostra a figura ao lado, fazendo um ângulo de 30° com a
direção horizontal. O objeto está em equilíbrio estático e sujeito à atração
gravitacional da Terra. Nesse local, a aceleração gravitacional é
g = 10 m/s2.
1
As medições no local são executadas por um observador inercial. Sabe-se que sen 30° = cos 60° = ,e
2
3
que sen 60° = cos 30° = .
2
Levando em consideração os dados apresentados, assinale a alternativa que apresenta corretamente o
valor do módulo da tração exercida por cada cabo.
50 3 100 3 200 3
a) T = N b) T N Xc) 100 N d) T = N e) 200 N
3 3 3

Dados do enunciado:
m = 10 kg
FIS

g = 10 m/s2
A figura a seguir apresenta o diagrama de forças.
→ →
Como os ângulos formados entre os cabos e o eixo horizontal são T1 T2
→ →
iguais, T1 = T2. Logo, as componentes verticais dessas trações também T1y T2y
são iguais. Assim, podemos equacionar essa situação da seguinte 30º 30º
maneira: → →
T1x 10 kg T2x
2 · Ty = P ⇒ 2 · T · sen 30° = m · g
2 · T · 0,5 = 10 · 10

T = 100 N P

LIVRO DE ATIVIDADES • • 19
5. (UNISINOS – RS) Um bloco de peso P é suspenso por três fios (F1, F2 e F3) e mantido em equilíbrio,
conforme mostrado na figura. O ângulo que o fio F2ˆ‘”ƒ…‘‘–‡–‘±Ʌα͵ͲιǤ•×†—Ž‘•†ƒ•–”ƒ­Ù‡•
nos três fios são, respectivamente, T1, T2 e T3.

Dados
ÂNGULO 30° 45° 60°
SENO 0,50 0,71 0,86
COSSENO 0,86 0,71 0,50

Nesta situação, tem-se a seguinte relação das


trações nos fios:
a) T1 = T2
Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=equil %C3%ADbrio+de+um b) T1 = P
+corpo+PRIMEIRA+LEI&rlz=1C1GG GE_pt-BRBR620BR633&espv=2&source=lnm c) T2 = P
s&tbm=isch& sa=X&ved=0ahUKEwjw-6S_jrvTAhXIxpAKHe5eAgkQ_AUI BygC&bi
d) T1 = 0,58 · P
w=1366&bih=648&dpr=1#tbm=isch&q=EQUIL%C 3%8DBRIO+DE+UM+CORPO+
PRESO+A+DOIS+CABOS &imgrc=EWSs_UeoahKRIM: Acesso em 03 maio 2017. Xe) T1 = 1,72 · P
A figura ao lado mostra o Eixo horizontal:
diagrama das forças que agem T1 = T2x ⇒ T1 = T2 · cos θ = T2 · cos 30°
sobre o bloco.
T1 = 0,86 · T2 (equação 1)
Eixo vertical:
P = T2y ⇒ P = T2 · sen θ = T2 · sen 30°
P = 0,5 · T2 ⇒ T2 = 2P (equação 2)
Substituindo os dados da equação 1 na equação 2, temos:
T1 = 0,86 · 2P
T1 = 1,72 · P
6. (UFPR) Uma mola de massa desprezível foi presa a uma estrutura
’‘”‡‹‘†ƒ…‘”†ƒDz„dzǤ…‘”’‘†‡ƒ••ƒDzdz‹‰—ƒŽƒʹԜͲͲͲ‰
está suspenso por meio das cordas “a”, “c” e “d”, de acordo com a
figura [...], a qual representa a configuração do sistema após ser
atingido o equilíbrio. Considerando que a constante elástica da
mola é 20 N/cm e a aceleração gravitacional é 10 m/s2, assinale
a alternativa que apresenta a deformação que a mola sofreu por
ação das forças que sobre ela atuaram, em relação à situação em
que nenhuma força estivesse atuando sobre ela. Considere ainda
que as massas de todas as cordas e da mola são irrelevantes.
Xa) 0,5 cm b) 1,2 cm c) 2,5 cm d) 3,5 cm e) 5,2 cm
A figura a seguir mostra o diagrama das forças que agem sobre o bloco de Substituindo Fel por k · x, temos:
massa m.
3
K˜x˜
T sen 60º 2
30º ⇒ T = 3 · K · x (equação 1)
FIS

Fe sen 30º T T=
b 1
Fe Fe
2
mo
la d Eixo vertical:
T a
30º 60º Fe cos 30º T cos 60º Fely + Ty = P ⇒ Fel · sen 30° + T · sen 60° = P
c 1
K·x· + T · sen 60° = P (equação 2)
m 2
Utilizando os dados da equação 1 na equação 2, temos:
P 1 1 3
P K · x · + T · sen 60° = P ⇒ K · x · + 3 · K · x · =m·g
Eixo horizontal: 2 2 2
Felx = Tx ⇒ Fel · cos 30° = T · cos 60° Isolando a deformação da mola:

Fel ˜ cos 30D ⎛ k 3k ⎞ m˜g 2 kg ˜ 10 m s2


T= x·⎜ + ⎟=m·g⇒x= ⇒x=
cos 60D ⎝ 2 2 ⎠ 2 ˜ k 2 ˜ 20 N cm
x = 0,5 cm
20 • • FÍSICA
MOMENTO DE FORÇA
$6Ǵ,0,/$†‚2
$$6Ǵ,0,/$†‚
6Ǵ,0,/$†‚22
7. (UECE) Uma gangorra em um parquinho infantil é ocupada por dois gêmeos idênticos e de mesma
massa, Cosmo e Damião. Na brincadeira, enquanto um dos irmãos sobe num dos acentos do brinquedo,
o outro desce no outro acento. O brinquedo pode ser descrito como uma haste rígida, com um acento
em cada extremidade, e livre para girar em um plano vertical em torno do ponto central. Considere os
torques na haste da gangorra exercidos pelas forças, peso de Cosmo (Tc) e de Damião (Td), em relação
ao ponto central. Na configuração em que Cosmo está na posição mais alta, é correto afirmar que:
a) |Tc| < |Td| Xb) |Tc| = |Td| c) |Tc| > |Td| d) |Tc| > –|Td|

Considerando que as forças que De acordo com o enunciado, os garotos têm massas iguais e a
Cosmo e Damião aplicam sobre a → distância de cada um deles até o ponto de apoio é a mesma. Como
N
gangorra equivalem a seus pesos o torque depende do produto da força exercida e do braço de força,
e desconsiderando o torque da podemos concluir que os torques são iguais. Sabendo que os pesos
d →
força normal, de reação do apoio Pc de Cosmo e Damião são iguais, consequentemente eles têm massas
sobre a gangorra, temos o seguinte iguais. Esse torque seria representado por:
esquema: M = P · d ⇒ M = m · g · d ∴ Md = M c

Pd d

APERFEIÇOAMENTO
AP
AAPERF
PEERF
RFEEIÇOAMENT
EIÇ
I ÇOOAAMEENNT
TOO
8. (UEL – PR) Observe a figura e responda.
Na figura, é possível observar esculturas construídas com
a sobreposição de pedras. Com base nos conhecimentos
sobre equilíbrio e estática, é correto afirmar que cada
uma das esculturas está em equilíbrio estático
a) instável, pois o momento de força atuante na pedra
superior varia com o tempo.
b) estável, pois a resultante das forças que atuam sobre
a última pedra é positiva.
Michael Grab – Equilíbrio em Pedras Xc) instável, pois a resultante das forças que atuam
sobre o conjunto das pedras é nula.
Observando a figura, podemos concluir que todas as
esculturas estão dispostas de tal maneira que o movimento d) estável, pois a resultante das forças que atuam sobre
é eminente. Logo, apresentam equilíbrio estático instável. a primeira pedra é positiva.
e) instável, pois a resultante das forças que atuam
sobre o conjunto das pedras é negativa.
9. (UECE) Duas bicicletas são equipadas com freios de diferentes tecnologias. Uma delas tem a rotação
do pneu reduzida pela ação da força de atrito entre uma pastilha de freio e o aro, próximo ao pneu. Na
outra, o freio faz a pastilha realizar força de atrito em um disco concêntrico ao pneu, mas com diâmetro
muito pequeno em relação ao aro. Supondo que a força de atrito seja de mesma intensidade nos dois
FIS

•‹•–‡ƒ•ǡ±…‘””‡–‘ƒˆ‹”ƒ”“—‡‘–‘”“—‡•‘„”‡‘ƒ”‘ǡɒAroǡ‡•‘„”‡‘†‹•…‘ǡɒDisco tenham a seguinte


relação
Xa) ɒAroεɒDisco > 0 b) ɒAroδɒDisco < 0 c) ɒAroαɒDisco > 0 d) ɒDiscoεɒAro > 0

Fat
Nesse caso, a intensidade do torque é dada pelo
produto da força e do raio, ou seja, τ = F · R.

Adotando o sentido positivo como saindo do plano, → R
temos: Fat

τAro = Fat · R
r disco aro

τDisco = Fat · r
Logo, como R > r, temos:
τAro > τDisco > 0
LIVRO DE ATIVIDADES • • 21
APROFUNDAMENTO EQUILÍBRIO DO CORPO EXTENSO
10. (CEFET – GO) Uma pessoa tenta, manualmente,
com uma pequena chave de roda, desapertar $6Ǵ,0,/$†‚2
uma porca que prende a roda de um carro 11. (CFTMG – MG) Um objeto cujo peso tem
que foi excessivamente apertada por um módulo P é colocado no ponto médio de uma
borracheiro. Depois de várias tentativas sem barra, de peso desprezível, apoiada sobre os
êxito, ela literalmente sobe sobre a chave de cavaletes A e B, conforme ilustrado:
roda, apoiando um de seus pés na extremidade
livre da mesma, a 30 cm do eixo da porca (ver
figura), e assim, com seu peso perpendicular à
barra, consegue seu objetivo. Sabendo-se que
a massa da pessoa é 70 kg e pode exercer, com
as mãos, uma força perpendicular à barra de, Sendo RA e RB as intensidades das forças
no máximo, 294 N, qual seria o comprimento exercidas na barra pelos apoios, é correto
mínimo de um pedaço de cano, envolvendo concluir que
completamente a barra-alavanca da chave de Xa) RA + RB = P c) RA = RB < P
roda, que ela poderia utilizar para aumentar b) RA – RB = P d) RA < RB < P
o braço desta alavanca e assim resolver o Além do peso da barra, atuam sobre ela as forças de contato RA e RB,
problema manualmente, de maneira mais fácil, conforme mostra a figura a seguir.
segura e com menos esforço? (Considere a
aceleração da gravidade g = 9,8 m/s2 e 70 kg
como sendo a massa correspondente ao peso
mínimo capaz de girar a porca.)
Cano Considerando que a força exercida pelo bloco sobre a barra tem o
30 cm mesmo módulo que o peso P do bloco, para o equilíbrio de translação
da barra, podemos concluir que a força peso é anulada pela soma das
1 cm
forças nos dois apoios, ou seja, RA + RB = P.
APERFEIÇOAMENTO
30 cm

a) 70,5 cm d) 70,0 cm
12. (UECE) Uma gangorra de um parque de
Xb)69,5 cm e) 69,0 cm diversão tem três assentos de cada lado,
c) 68,5 cm igualmente espaçados um do outro, nos
Quando a pessoa sobe na chave, o momento aplicado em relação ao respectivos lados da gangorra. Cinco assentos
eixo da porca é de:
estão ocupados por garotos cujas respectivas
M=F·d⇒M=m·g·d
massas e posições estão indicadas na figura:
M = 70 · 9,8 · 0,3
M = 205,8 N · m
A distância em relação ao eixo de rotação para que ela consiga o
mesmo momento, mas aplicando 294 N de força, é de:
M = F · d ⇒ 205,8 = 294 · d
d = 0,695 m ∴ d = 69,5 cm

Assinale a alternativa que contém o valor da


FIS

massa, em kg, que deve ter o sexto ocupante


para que a gangorra fique em equilíbrio
horizontal.
a) 25 Xb) 29 c) 35 d) 50
Considerando que cada criança aplique sobre a gangorra uma força
equivalente ao próprio peso, temos:
¦ MAnti-horário = ¦ MHorário
m1 · g · d1 + m2 · g · d2 + m3 · g · d3 =
m4 · g · d4 + m5 · g · d5 + m6 · g · d6
25 · 140 + 30 · 100 + 50 · 60 = 40 · 60 + 30 · 140 + m6 · 100
3 500 + 3 000 + 3 000 = 2 400 + 4 200 + m6 · 100
9 500 = 6 600 + 100 · m6 ⇒ 2 900 = 100 · m6
22 • • FÍSICA m6 = 29 kg
13. (UFSM – RS) Um jogador de 70 kg teve de a) maior que o peso do corpo B e, durante o
ser retirado do campo, numa maca. A maca aquecimento, a balança girará no sentido
tem 2 m de comprimento e os maqueiros, anti-horário.
mantendo-a na horizontal, seguram suas Xb) menor que o peso do corpo B e, durante o
extremidades. O centro de massa do aquecimento, a balança girará no sentido
jogador está a 0,8 m de um dos maqueiros. anti-horário.
Considerando-se g = 10 m/s2 e desprezando
c) menor que o peso do corpo B e, durante
a massa da maca, o módulo da força vertical
o aquecimento, a balança continuará
exercida por esse mesmo maqueiro é, em N:
equilibrada na direção horizontal.
a) 280 d) 700
d) maior que o peso do corpo B e, durante
b) 350 e) ͳԜͲͷͲ o aquecimento, a balança continuará
Xc) 420 equilibrada na direção horizontal.
A situação descrita no enunciado é representada no esquema a seguir, e) igual ao de B e, durante o aquecimento, a
que mostra as forças que atuam na maca e seus respectivos pontos de
aplicação.
balança girará no sentido horário.
Observando a figura, podemos concluir que a balança está em
equilíbrio estático. Considerando que os pesos A e B exercem sobre a
balança forças equivalentes aos próprios pesos, temos:
G G
A B
¦ Manti-horário = ¦ Mhorário
Como MA = MB, o produto P · d é uma constante.
Então, se dAP > dBP, PA < PB.
FJ A balança girará no sentido anti-horário.
0,8 m 1,2 m 15. (UECE) Espacate é um movimento ginástico
Utilizando o ponto B como ponto fixo, temos: que consiste na abertura das pernas até que
¦ MAnti-horário = ¦ MHorário formem um ângulo de 180° entre si, sem
flexionar os joelhos. Considere uma posição
FJ · 1,2 = FA · 2
intermediária, em que um(a) atleta de 70 kg
FJ = PJ
faça uma abertura de 120°. A força normal feita
m · g = 70 · 10 = 700 N
pelo solo no pé do(a) atleta exerce um torque
700 · 1,2 = FA · 2
sobre sua perna em relação a um ponto no
FA = 420 N
centro do seu quadril. Pode-se estimar esse
14. (FGV – SP) A figura mostra o esquema de uma torque assumindo que a distância entre o ponto
curiosa balança de dois braços em que cada de aplicação da força e o ponto central é 1 m e
braço é feito de um material de coeficiente de que a aceleração da gravidade é 10 m/s2.
dilatação linear diferente do coeficiente de Assim, é correto dizer que esse torque, em N · m,
dilatação linear do outro. O peso dos braços é aproximadamente
é desprezível comparado ao dos corpos A e
a) 350 · cos (60°) c) 700 · cos (60°)
B. O material em que se encontra pendurado
o corpo A tem coeficiente de dilatação linear b) 350 · cos (120°) Xd) 350 · sen (60°)
Dados do enunciado:
maior do que aquele em que se encontra o
m = 70 kg g = 10 m/s2 O d
corpo B. A temperatura reinante é baixa, típica
A figura ao lado ilustra as forças que agem
de uma madrugada de inverno, e observa-se o sobre uma das pernas, considerando o ângulo 1m
equilíbrio estático na direção horizontal com o de abertura em relação à direção vertical 60°
FIS

corpo A mais distante do ponto de apoio P do (60°):


que o corpo B. Observando a figura, pelo equilíbrio de rotação 1m
N
em relação ao ponto O e considerando que a
força peso é aplicada sobre o ponto médio de P
cada perna e equivale à metade do peso do 2
atleta para cada uma, temos:
G G
¦ Manti-horário = ¦ Mhorário
O sistema é, então, submetido a uma elevação
P d
de temperatura significativa, próxima à da MN = MP ⇒ MN = ·
2 2
ebulição da água sob pressão normal, por Sabendo que d = 2 · sen 60°:
exemplo. Sobre a situação descrita é correto MN =
m˜g˜d
⇒ MN =
70 ˜ 10 ˜ 2 sen 60D
=
1400 ˜ sen 60D
afirmar que o peso do corpo A é 4 4 4
MN = 350 · sen 60°

LIVRO DE ATIVIDADES • • 23
C5 H17 Relacionar
informações apresentadas
em diferentes formas 16. (ENEM) As pessoas que utilizam objetos cujo princípio de funcionamento é o mesmo
de linguagem e
representação usadas do das alavancas aplicam uma força, chamada de força potente, em um dado ponto
nas ciências físicas, da barra, para superar ou equilibrar uma segunda força, chamada de resistente,
químicas ou biológicas, em outro ponto da barra. Por causa das diferentes distâncias entre os pontos de
como texto discursivo,
gráficos, tabelas, relações
aplicação das forças, potente e resistente, os seus efeitos também são diferentes. A
matemáticas ou linguagem figura mostra alguns exemplos desses objetos.
simbólica.
Em qual dos objetos a força
Em uma pinça, a força
potente está aplicada
potente é maior que a força
entre o fulcro e o ponto de resistente?
apoio da força resistente.
Xa) Pinça.
Portanto, a distância da
força potente em relação b) Alicate.
ao ponto de apoio é
menor que a distância da c) Quebra-nozes.
força resistente. Como d) Carrinho de mão.
seus torques devem ser
praticamente iguais, a e) Abridor de garrafa.
força potente é maior do
que a força resistente.
C5 H17 Relacionar 17. (ENEM) Retirar a roda de um carro é uma tarefa facilitada por algumas características
informações
apresentadas em
da ferramenta utilizada, habitualmente denominada chave de roda. As figuras
diferentes formas de representam alguns modelos de chaves de roda:
linguagem e representação
usadas nas ciências
físicas, químicas ou
biológicas, como texto
discursivo, gráficos,
tabelas, relações
matemáticas ou linguagem
simbólica.
Para forças de mesma
intensidade (F) aplicadas
perpendicularmente nas
Em condições usuais, qual desses modelos permite a retirada da roda com mais
extremidades dos braços
das chaves, temos os facilidade?
seguintes momentos: a) 1, em função de o momento da força ser menor.
M1 = 2 · F · 20 ⇒
M1 = F · 40 Xb) 1, em função da ação de um binário de forças.

M2 = F · 30 c) 2, em função de o braço da força aplicada ser maior.


M3 = F · (d < 25) d) 3, em função de o braço da força aplicada poder variar.
Então: M1 > M2 > M3
e) 3, em função de o momento da força produzida ser maior.
Como o momento de
força para o modelo 1
representa o maior valor
em relação aos outros,
a roda é retirada com
maior facilidade com esse
18. (UEL – PR) Uma tesoura é uma ferramenta construída para ampliar a força exercida
modelo. pela mão que a utiliza para cortar os objetos. A essa ampliação de força dá-se o nome
F d
de “vantagem mecânica” dada por 2 = 1 , onde o índice 1 é relativo ao cabo, e o
FIS

F1 d2
índice 2 está relacionado à lâmina de corte. Sobre a vantagem mecânica da tesoura, é
correto afirmar:
a) Se d1 for menor que d2, F2 é maior que F1. Na relação da vantagem mecânica
b) Se d1 for menor que d2, F1 é igual a F2. apresentada no enunciado, percebemos
que F1 é inversamente proporcional a d1,
Xc) Se d1 for maior que d2, F2 é maior que F1. bem como F2 é inversamente proporcional
d) Se d1 for maior que d2, F1 é maior que F2. a d2. Logo, a única alternativa que traz
uma relação coerente com a proporção
e) Se d1 for igual a d2, F1 é maior que F2. apresentada é a c.

24 • • FÍSICA
APROFUNDAMENTO 100 cm

19. (ESPCEX – SP) Uma viga rígida homogênea 44 cm

Z com 100 cm de comprimento e 10 N de 20 cm 8 cm


peso está apoiada no suporte A, em equilíbrio
estático. Os blocos X e Y são homogêneos, sendo Y X

que o peso do bloco Y é de 20 N, conforme o Z

desenho [...]. O peso do bloco X é A

a) 10,0 N c) 18,0 N Xe) 24,5 N Desenho Ilustrativo-Fora de Escala

b) 16,5 N d) 14,5 N
Dados do enunciado: Considerando que as forças aplicadas pelos G G
Py = 20 N corpos sejam, em módulo, iguais a seus ¦ Manti-horário = ¦ Mhorário
pesos, temos:
Para resolver essa questão, podemos avaliar Py · 46 + Pv · 6 = Px · 40
o equilíbrio de rotação da barra em torno do →
20 · 46 + 10 · 6 = Px · 40
FA
ponto A.
920 + 60 = Px · 40
A figura a seguir mostra as forças aplicadas y x 980 = Px · 40
sobre a barra pelos centros de massa dos
z
corpos X e Y, bem como a reação do apoio →
Px = 24,5 N
→ A →
A sobre ela. Py Py Px
6 cm 40 cm
46 cm

20. (ESPCEX – SP) O ponto C de uma haste homogênea AB, de seção D


reta uniforme com massa desprezível, está preso, através de uma
mola ideal, ao ponto D de uma parede vertical. A extremidade A
da haste está articulada em O. A haste sustenta pesos de 20 N,
parede
0
60
40 N e 60 N e está em equilíbrio estático, na horizontal, conforme
representado no desenho [...]. Sabendo que a deformação na mola
é de 10 cm, então o valor da constante elástica da mola é
Dados:
A C B
1
sen 30° = cos 60° = 0
2 1,0 m 1,0 m 1,0 m 1,0 m

3
cos 30° = sen 60° = 20 N
2 40 N
60 N
a) ͳԜͻͲͲȀ Xc) ͵ԜͺͲͲȀ e) ͹Ԝ͸ͲͲȀ Desenho Ilustrativo Fora de Escala

b) ʹԜͶͲͲȀ d) ͶԜ͵ͲͲȀ


Decompondo a Fel em suas componentes x e y, obtemos a figura a De acordo com enunciado, a haste está em equilíbrio estático, então
G
seguir. Σ M = 0. Assim:
G G
¦ Manti-horário = ¦ Mhorário
FIS

Fel · cos 60° · 2 = 20 · 1 + 40 · 3 + 60 · 4


1
Fel · · 2 = 20 + 120 + 240
2
Fel y Fel = 380 N
Fel
Substituindo Fel por K · x:

Fel x
K · x = 380 ⇒ K · 0,1 = 380
K = 3 800 N/m

LIVRO DE ATIVIDADES • • 25
21. (UNESP) Para alcançar o teto de uma garagem, 22. (FUVEST – SP) Um vídeo bastante popular na
uma pessoa sobe em uma escada AB e fica internet mostra um curioso experimento em
parada na posição indicada na figura 1. A que uma garrafa de água pendurada por uma
escada é mantida em repouso, presa por corda é mantida suspensa por um palito de
cordas horizontais, e apoiada no chão. Na dente apoiado em uma mesa.
figura 2 estão indicadas algumas distâncias e
desenhadas algumas forças que atuam sobre
a escada nessa situação: seu peso PE = 300 N,
a força aplicada pelo homem sobre a escada
G
FH = 560 N e a tração aplicada pelas cordas, T. A
força de contato com o solo, aplicada no ponto
B, não está indicada nessa figura.

O “truque” só é possível pelo uso de outros


palitos, formando um tipo de treliça. A figura
à direita da foto mostra uma visão lateral do
conjunto, destacando duas das forças que
atuam sobre o palito 1.
G
Nesta figura, F é a força que o palito 2 exerce
sobre o palito 1 (aplicada a uma
G distância L do
ponto A na borda da mesa), P é a componente
vertical da força que a corda exerce sobre o
palito 1 (aplicada a uma distância d do ponto
G
Considerando um eixo passando pelo ponto B, A) e θ é o ângulo entre a direção da força F e
perpendicular ao plano que contém a figura 2, para a vertical. Para que o conjunto se mantenha
o cálculo dos momentos aplicados pelas forças
estático, porém na iminência Gde rotacionar,
G a
relação entre os módulos de F e P deve ser:
sobre a escada, a intensidade da força de tração é
Xa)375 N c) 430 N e) 640 N
Note e adote:
b) 280 N d) 525 N Despreze o peso dos palitos em relação aos
G G
Sabendo que as forças aplicadas sobre a escada no ponto B não módulos das forças F e P .
provocam rotação sobre ela, temos:
G G
¦ Manti-horário = ¦ Mhorário G G
G |P|d G | P | L cos(T)
PE · 2,4 + FH · 3 = T · 6,4 Xa) | F | = d) | F | =
L cos(T) d
T · 6,4 = 300 · 2,4 + 560 · 3 G G
2 400 G |P|d G | P | L sen(T)
T= b) | F | = e) | F | =
6, 4 L sen(T) d
T = 375 N
FIS

G G
c) | F | = | P |cos(T)

Marcando as forças que atuam Para o equilíbrio rotacional em


sobre o palito e decompondo a torno do ponto A, devemos ter:
força F, temos a seguinte figura: G G
F · cos θ · L = P · d
F F · cos T L G
T d G Pd
F=
L cos T
A
F · sen T

26 • • FÍSICA
CAPÍTULO
TRA BA LHO E EN ERGI A
7
TRABALHO DE UMA FORÇA
Trabalho é uma grandeza escalar definida pela quantidade de energia transferida de um sistema a outro
ou transformada de um tipo em outro. O trabalho de uma força é representado por τF e é medido em
QHZWRQyPHWUR 1bybP RXPDLVFRPXPHQWHHPMRXOH - QR6,

Trabalho de forças constantes


τF = F · Δs · cos α

mov.
Nessa equação, o ângulo α
v

F F representa o ângulo
G entre os
vetores força ( F) e deslocamento
D D

G
(Δ s).

Casos particulares
Trabalho motor

O trabalho (τF UHDOL]DGRSRUXPDIRU©DFRQVWDQWH«REWLGRSHOR


produto entre a intensidade da força que atua na direção do

DKO Estúdio
movimento e o deslocamento sofrido pelo corpo.
τF = F · Δs

Trabalho resistente

O trabalho (τF UHDOL]DGRSRUXPDIRU©DFRQVWDQWHQRVHQWLGR


contrário ao deslocamento é obtido pelo produto entre a
DKO Estúdio

intensidade da força que atua na direção do movimento e o


GHVORFDPHQWRVRIULGRSHORFRUSRFRPVLQDOQHJDWLYR
FIS

τF = –F · Δs

Trabalho nulo

O trabalho (τF UHDOL]DGRSRUXPDIRU©DFRQVWDQWHQRVHQWLGR


DKO Estúdio

perpendicular ao deslocamento é nulo.


τF = 0

LIVRO DE ATIVIDADES • • 27
Trabalho total das forças
O trabalho total realizado sobre o corpo pode ser calculado de duas formas:
I. pela determinação do trabalho da força resultante (τTotalb b WFR );
II. pela soma do trabalho próprio de cada força aplicada ao sistema
(τTotalb b W1 + W2 + W3 + W4 + W5 + ... + Wn ).

Trabalho de forças variáveis


G
A expressãoG τFb b)bybΔVbybFRVα só pode ser aplicada quando F b bFRQVWDQWH HPPµGXOR
e direção). Se F é variável e está na mesma direção do deslocamento, é necessário utilizar
XPGLDJUDPD)b™bV

F (componente na direção do deslocamento) Propriedades associadas à energia:


• pode ser transferida de um corpo
para outro;
A1
• pode ser transformada de uma
0
s
modalidade em outra;
A2
• não pode ser destruída;
• pode ser armazenada;
• está relacionada à capacidade de
N
τF A1 + A2 alterar o estado de movimento;
• sua unidade no SI é o joule (J).

Energia cinética
A energia cinética (Ec) está relacionada ao movimento do corpo e não pode ser
armazenada.

vO v m ˜ v2
m m EC =
2

Δs
FIS

Energia potencial A g
m
A energia potencial gravitacional (Epg) está relacionada
a uma diferença de altura em relação a um referencial e P

pode ser armazenada. h

Epg = m · g · h

28 • • FÍSICA
A energia potencial elástica (Epe) está
relacionada à deformação de um material elástico e
Teorema da energia cinética
pode ser armazenada. O trabalho realizado pela resultante das forças
que agem sobre um corpo para deslocá-lo entre dois
pontos é igual à variação da enérgica cinética do
corpo entre esses dois pontos.

WFR = ΔEc

Teorema da energia potencial


K ˜ x2
Epe = O trabalho de uma força também se relaciona
2 à energia potencial, uma vez que se trata de forças
conservativas.

Energia mecânica
As energias cinética e potencial dependem
Trabalho da força peso
de fatores diferentes. Enquanto a energia cinética
e variação da energia
está associada à velocidade de um corpo, a energia
potencial gravitacional:
potencial está associada à posição que ele ocupa
τP = –ΔEpg
em relação a certo nível de referência. Mas um
corpo pode apresentar simultaneamente essas duas
modalidades de energia.
A energia mecânica é uma grandeza escalar
definida pela soma da energia cinética e da energia
potencial de um sistema mecânico.
Trabalho da força
Ela é representada por Em e é medida em joule elástica e variação
kg ˜ m2 da energia potencial
(J) no SI, ou em . elástica:
s2
WF = –ΔEpe
el

Em = Ep + Ec

Sistemas conservativos
FIS

Segundo a lei da conservação da A vA = 0 vB = 0 B


energia mecânica, os sistemas conservativos
apresentam a variação da energia mecânica
nula.
hA hA = hB

ΔEm = 0

LIVRO DE ATIVIDADES • • 29
Alguns exemplos de sistemas conservativos:

• lançamentos de
• movimento no plano
projéteis no vácuo; • sistema planetário;
inclinado sem atrito;

• pêndulo simples no • oscilador harmônico


• queda livre no vácuo;
vácuo; simples.

Sistemas não conservativos


Em Física, a palavra “dissipar”
indica a transformação de qualquer
modalidade de energia útil em
A vA = 0
energia não útil (como a energia
térmica) por meio da ação de uma
força não conservativa dissipativa (a B
força de atrito cinético, por exemplo). hA vB = 0

hA > h B

ΔEm = WF
dis

ATIVIDADES

TRABALHO DE UMA FORÇA


$6Ǵ,0,/$†‚2
$$6
6ǴǴ,0,/$†
,,0,/$†‚
0,/$†‚‚22
1. (IFCE) O trabalho realizado por uma força constante que atua em um corpo na direção do seu
movimento é calculado pelo produto entre a força e o deslocamento realizado pelo corpo sob a ação
dessa força. Se a força está a favor do movimento, dizemos que seu trabalho é motor, se a força está
em sentido contrário ao movimento, dizemos que seu trabalho é resistente. A intensidade da força de
atrito que, agindo em um corpo lançado sobre uma superfície horizontal, realiza um trabalho resistente
de 120 joules, fazendo o corpo parar após percorrer uma distância, em linha reta, de 8,0 metros, em N,
FIS

é igual a: (Considere a força de atrito constante ao longo do movimento).


a) 12 b) 18 c) 20 Xd) 15 e) 25
Dados do enunciado:
τFat = –120 J (τ resistente)
Δs = 8 m
O trabalho da força de atrito é dado por:
τFat = Fat · Δs · cos (α).
Substituindo os dados na equação do trabalho, temos:
–120 = Fat · 8 · cos (180°) ⇒ –120 = Fat · 8 · (–1)
Fat = 15 N

30 • • FÍSICA
2. (UEMS) Um carro parte do repouso em uma $352)81'$0(172
trajetória retilínea sofrendo ação de uma
força que, em função do deslocamento, tem o 4. (FGV – SP) A figura mostra o mesmo bloco
seguinte comportamento: deslizando sobre duas rampas. A primeira
está inclinada de um ângulo θ1 em relação à
F (N) horizontal e a segunda está inclinada de um
100 ângulo θ2, também em relação à horizontal,
sendo θ1 menor que θ2.

d (m)
0 100 200 300

Com base nesses dados, pode-se dizer que o


trabalho realizado pela força F no deslocamento de
0 a 300 m é de:
a) ͷǡͲήͳͲ4 J d) ͵ǡͲήͳͲ4 J
b) ͶǡͲήͳͲ4 J 4
Xe) ʹǡͷήͳͲ J
c) ͵ǡͷήͳͲ4 J
Para obter o trabalho realizado pela força F, basta calcular a área do
gráfico:
N (B + b) ˜ h
τF = A ⇒ τF =
2
(300 + 200) ˜ 100
τF = = 25 000 J
2
4
τF = 2,5 · 10 J
Em ambos os casos, o bloco parte da
$3(5)(,†2$0(172 altura h e desliza até o final das rampas. O
coeficiente de atrito entre a superfície do
3. (UERJ) Uma criança em um velocípede
bloco e as superfícies das duas rampas é
é puxada por seu pai por uma distância
o mesmo. Considerando os módulos dos
horizontal de 20 m, sob a ação da força
trabalhos realizados pela força peso do bloco
resultante constante FR, orientada conforme o
quando ele desce as rampas 1 e 2, τP1 e τP2,
esquema a seguir.
respectivamente, e os módulos dos trabalhos
realizados pela força de atrito entre o bloco e a
superfície das rampas quando o bloco desce as
rampas 1 e 2, τA1 e τA2, respectivamente, pode-
-se afirmar que
Xa) τP1 = τP2 e τA1 > τA2
b) τP1 = τP2 e τA1 = τA2
Desprezando as forças dissipativas, calcule, c) τP1 = τP2 e τA1 < τA2
em joules, o trabalho realizado por FR quando
d) τP1 > τP2 e τA1 = τA2
o conjunto velocípede e criança percorre a
FIS

distância de 20 m. e) τP1 < τP2 e τA1 < τA2


Dados do enunciado: O trabalho da força peso é dado por τP = m · g · h. O corpo desce a
mesma altura h, submetido à mesma aceleração da gravidade, logo
Fx = 8 N τP1 = τP2.
Fy = 6 N Em módulo, o trabalho da força de atrito é dado por:
O trabalho de FR pode ser calculado pela τFat = Fat · Δs
soma dos trabalhos de Fx e Fy. No entanto,
como a força Fy é perpendicular à direção do movimento, seu trabalho Fat = μ · P · cos θ
é nulo. Portanto, apenas a componente Fx realiza trabalho: h
Δs =
τFR = τFx ⇒ τFR = Fx · Δs · cos (0°) sen T
h & P h
τFR = 8 · 20 · 1 τFat = μ · P · cos θ · ⇒ τFat =
sen T tg 
τFR = 160 J
Como θ1 < θ2 ⇔ tg θ1 < tg θ2. Portanto, τA1 > τA2.

LIVRO DE ATIVIDADES • • 31
5. (UFRN) O conceito de energia é considerado
fundamental para a ciência. No entanto,
ENERGIA (CINÉTICA,
as variações de energia só são percebidas
nos processos de transformação desta,
POTENCIAL E MECÂNICA)
C6 H20 Caracterizar causas ou efeitos dos
durante a realização de um trabalho e/ou a $6Ǵ,0,/$†‚2 movimentos de partículas, substâncias, objetos
transferência de calor. Para ilustrar a afirmação ou corpos celestes.
acima, considere que um caixote está sendo 6. (1(0 Um automóvel, em movimento
empurrado, ao longo de uma distância de uniforme, anda por uma estrada plana,
9,0 m, sobre o piso horizontal de um armazém, quando começa a descer uma ladeira, na qual
por um operário que realiza uma força o motorista faz com que o carro se mantenha
horizontal constante de 100,0 N. Considere, sempre com velocidade escalar constante.
ainda, que existe uma força de atrito de 90,0 N, Durante a descida, o que ocorre com as
produzida pelo contato entre o piso e o caixote. energias potencial, cinética e mecânica do
Dados: carro?
• Trabalho realizado sobre um corpo por a) A energia mecânica mantém-se constante,
uma força constante: τF = F · d · cos θ, onde já que a velocidade escalar não varia e,
portanto, a energia cinética é constante.
F é o módulo da força que atua sobre o
corpo, d é o módulo do vetor deslocamento b) A energia cinética aumenta, pois a energia
do corpo e θ o ângulo entre a força e o vetor potencial gravitacional diminui e quando
deslocamento. uma se reduz, a outra cresce.
• Teorema do trabalho-energia: WFr = ΔEC, c) A energia potencial gravitacional mantém-
onde Fr é o módulo da força resultante. -se constante, já que há apenas forças
conservativas agindo sobre o carro.
A partir dessas informações, calcule:
Xd) A energia mecânica diminui, pois a energia
a) o trabalho realizado pelo operário sobre o
caixote; cinética se mantém constante, mas a
F = 100 N
energia potencial gravitacional diminui.
Δs = 9 m e) A energia cinética mantém-se constante,
θ = 0° já que não há trabalho realizado sobre o
O trabalho realizado pelo operário sobre o caixote pode ser calcu- carro.
lado utilizando a seguinte equação: A energia potencial é dada por: Como o carro está em movimento
τF = F · Δs · cos θ Ep = m · g · h uniforme, a velocidade é
constante. Logo, a energia cinética
τF = 100 · 9 · 1 Sendo uma descida, a altura também permanece constante.
τF = 900 J diminui. Portanto, a energia
potencial gravitacional também A energia mecânica é calculada
b) o trabalho que é convertido em energia diminui. pela soma das energias potencial
e cinética. A energia potencial
térmica (trabalho do atrito); A energia cinética é dada por: diminui e a energia cinética
Fat = 90 N m ˜ v2 permanece constante; assim, a
Δs = 9 m EC = energia mecânica diminui.
2
α = 180°
Trabalho da força de atrito:
$3(5)(,†2$0(172
τFat = Fat · Δs · cos θ
τFat = 90 · 9 · (–1) 7. (UECE) Um elevador, de modo simplificado,
τFat = –810 J pode ser descrito como um sistema composto
FIS

c) o trabalho da força resultante sobre o por duas massas ligadas por uma corda
caixote no processo. inextensível e suspensas por uma polia de
Para calcular o trabalho da força resultante sobre o caixote, basta eixo fixo. Uma das massas é um contrapeso e a
somar o trabalho realizado pelo operário e o trabalho da força de outra massa é a cabine com seus passageiros.
atrito: Considerando uma situação em que a cabine
τFR = τF + τFat executa uma viagem de subida, é correto
τFR = 900 + (–810) afirmar que:
τFR = 90 J
Xa) o trabalho realizado pela força peso é
negativo sobre a cabine e positivo sobre o
contrapeso.

32 • • FÍSICA
b) o trabalho total realizado pela força peso a) Qual é a constante elástica k da
sobre o conjunto cabine e contrapeso é micromola?
sempre nulo. Observando o gráfico, podemos concluir que:
c) a energia cinética do contrapeso tem F = 0,80 · 10–6 N
sempre o mesmo valor da energia cinética x = 0,80 μm = 0,80 · 10–6 m
da cabine, pois as duas velocidades têm o Aplicando os dados do gráfico na equação da força elástica, temos:
mesmo módulo. Fel = K · x ⇒ 0,80 · 10–6 = K · 0,80 · 10–6
K = 1,0 N/m
d) a energia potencial da cabine é sempre
decrescente nessa viagem.
a) Correta. A força peso é conservativa. Logo, o trabalho da força peso
b) Qual é a energia necessária para
pode ser representado por: produzir uma compressão de 0,10 μm na
τFcos = τP ⇒ τFcos = E micromola?
Dados do enunciado:
τFcons = τP = Epi − Epf = m · g · hi – m · g · hf = –m · g · (Δh)
x = 0,10 μm = 1,0 · 10–7 m
Quando a cabine sobe, o contrapeso desce. Para a subida da cabine,
hf > hi. Assim, como o Δh > 0, τP < 0 (negativo). Portanto, para a Para calcular a energia necessária para comprimir a mola, vamos
descida do contrapeso, hf < hi. Assim, como o Δh < 0, τP > 0. utilizar a seguinte equação:
b) Incorreta. Como o trabalho da força peso depende da massa do K ˜ x2
EPe =
corpo, a cabine e o contrapeso terão trabalhos de sinais contrários, 2
mas nunca de mesmo módulo, já que suas massas são diferentes. 1⋅ (1 ⋅ 10−7 )2
Assim, o somatório dos trabalhos não será nulo. EPe = = 0,5 · 10–14
2
c) Incorreta. Como a energia cinética depende da massa do corpo, a EPe = 5 · 10–15 J
cabine e o contrapeso terão energias cinéticas diferentes.
d) Incorreta. A energia potencial gravitacional da cabine é crescente, já c) O medidor de aceleração foi dimensionado
que na subida a altura do corpo está aumentando.
de forma que essa micromola sofra uma
APROFUNDAMENTO deformação de 0,50 μm quando a massa
tem uma aceleração de módulo igual a 25
8. (UNICAMP – SP) Sensores de dimensões vezes o da aceleração da gravidade. Qual é
muito pequenas têm sido acoplados a circuitos o valor da massa “m” ligada à micromola?
microeletrônicos. Um exemplo é um medidor Dados do enunciado:
de aceleração que consiste em uma massa x = 0,50 μm = 5,0 · 10–7 m
m presa a uma micromola de constante a = 25 · 10 = 250 m/s2
elástica k. Quando o conjunto é submetido a K = 1,0 N/m
G
uma aceleração a, a micromola
G se deforma, Para calcular a massa “m” ligada à micromola, basta igualar a equação
aplicando uma força Fel na massa (ver da 2ª. lei de Newton à força elástica:

diagrama abaixo). O gráfico abaixo do diagrama |FR| = Fel ⇒ m · |a| = K · x

mostra o módulo da força aplicada versus a m · 250 = 1,0 · 5,0 · 10–7

deformação de uma micromola utilizada num m = 2 · 10–9 kg

medidor de aceleração.
ç
TEOREMAS QUE RELACIONAM
TRABALHO E ENERGIA
$6Ǵ,0,/$†‚2
FIS

9. (UCPEL – RS) Thiago Braz, 22 anos, 1,83 m


de altura, 75 kg: um exemplo de superação
para o povo brasileiro não somente por sua
façanha olímpica, mas por sua história de vida!
Na olimpíada superou a marca dos 6,03 m de
altura no salto com vara. Essa modalidade exige
bastante do atleta, pois ele deve ser um ótimo
corredor e também possuir considerável força
muscular e flexibilidade.

LIVRO DE ATIVIDADES • • 33
Assinale a alternativa correta abaixo considerando g = 9,8 m/s2.
Xa) Parte da energia cinética do saltador é convertida em energia potencial elástica na vara, o que
ajuda a impulsionar o atleta. Em um cálculo aproximado, considerando-se somente a conversão
de energia cinética em energia potencial gravitacional, a velocidade de Tiago pode ser estimada
como 39 km/h. Este valor, entretanto, não corresponde ao valor real, pois outras variáveis devem
ser consideradas.
b) A velocidade durante a corrida do saltador não é tão importante quanto à força física necessária
para firmar a vara no chão e depois utilizar a força dos braços para formar uma sólida alavanca,
responsável por elevar o atleta. Não é possível estimar qualquer valor de velocidade baseado
apenas nos dados fornecidos, pois é necessário conhecer o tempo que o atleta leva para chegar à
altura máxima.
c) Apenas uma pequena parte da energia cinética do saltador é convertida em energia potencial
elástica na vara. Em um cálculo aproximado, considerando-se somente a conversão de energia
cinética em energia potencial gravitacional, a velocidade de Tiago pode ser estimada como
39 km/h. Este valor corresponde ao valor real.
d) Toda energia cinética do saltador é convertida em energia potencial elástica na vara. Em um
cálculo aproximado, considerando-se somente a conversão de energia cinética em energia
potencial gravitacional, a velocidade de Tiago pode ser estimada como 35 km/h. Este valor
corresponde ao valor real.
e) A corrida não é tão importante quanto à força física necessária para firmar a vara no chão e
depois utilizar a força dos braços para formar uma sólida alavanca, responsável por elevar o
atleta. Com base nos dados do enunciado da questão, a velocidade de Tiago pode ser estimada
como 30 km/h.
Aplicando a conservação de energia mecânica, desprezando a perda h= 6,03 m
da energia cinética ao se transformar em energia elástica na vara e Considerando o solo como referencial, temos:
desconsiderando a energia cinética ainda mínima na altura máxima,
bem como o atrito com o ar, podemos estimar a velocidade final com Emi = Emf ⇒ Eci + Epi = Ecf + Epf
que o atleta faz sua tentativa de salto. m ˜ vi2
Eci = Epf ⇒ = m · g · hf ⇒ vi = 2 ˜ g˜h
Dados do enunciado: 2
m = 75 kg vi = 2 ˜ 9, 8 ˜ 6, 03 ⇒ vi = 10,87 m/s
g = 9,8 m/s2 vi = 39,1 km/h

10. (UECE) Um pêndulo ideal, formado por uma esfera presa a um fio, oscila em um plano vertical sob a
ação da gravidade, da tensão no fio e de uma força de atrito entre o ar e a esfera. Considere que essa
força de atrito seja proporcional à velocidade da esfera. Assim, é correto afirmar que, no ponto mais
baixo da trajetória, Para a situação descrita, no ponto mais alto, a energia potencial gravitacional é máxima, enquanto a energia
cinética é nula. No ponto mais baixo, a energia potencial gravitacional é mínima; e a energia cinética, máxima.
a) a energia cinética é máxima e a perda de energia mecânica pelo atrito é mínima. Logo, a perda de
energia mecânica por atrito no ponto mais baixo é máxima, já que a
b) a energia cinética e a potencial são máximas. força de atrito, de acordo com o enunciado, é proporcional à velocidade
e, nesse ponto, a velocidade é
Xc) a energia cinética e a perda de energia mecânica pelo atrito são máximas. máxima.
d) a energia cinética e a potencial são mínimas.
11. (FGV – SP) Devido a forças dissipativas, parte da energia mecânica de um sistema foi convertida em
calor, circunstância caracterizada pelo gráfico apresentado.
FIS

Sabendo-se que a variação da energia potencial desse sistema


foi nula, o trabalho realizado sobre o sistema nos primeiros
4 segundos, em J, foi, em módulo,
a) ͵Ԝ͸ͲͲ c) 900 e) 600
Xb) ͳԜʹͲͲ d) 800
De acordo com o gráfico, a perda Então:
de energia mecânica é: τF = Em f – Em i ⇒ τF = –1 200 J
ΔE = Em f – Em i = 600 – 1 800 = ⎥τF⎥ = 1 200 J
–1 200 J

34 • • FÍSICA
$3(5)(,†2$0(172
$$3(5)
3((5)
5)((,†2$0(1
(,†
, †22$0(1
$ 0 (1 7
722 C6 H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

12. (1(0 O brinquedo pula-pula (cama elástica) é composto por uma lona circular flexível horizontal
presa por molas à sua borda. As crianças brincam pulando sobre ela, alterando e alternando suas
formas de energia. Ao pular verticalmente, desprezando o atrito com o ar e os movimentos de rotação
do corpo enquanto salta, uma criança realiza um movimento periódico vertical em torno da posição
de equilíbrio da lona (h = 0), passando pelos pontos de máxima e de mínima alturas, hmáx e hmín,
respectivamente. Esquematicamente, o esboço do gráfico da energia cinética da criança em função de
sua posição vertical na situação descrita é:
a) d)

b) e)

Xc)

K ˜ x2
Ec = Em – m · g · h –
2
Observando a equação, podemos concluir que essa situação é
representada por uma função quadrática com coeficiente do termo de
segundo grau negativo. Logo, sua concavidade é voltada para baixo.
De acordo com o enunciado, há conservação da energia Segunda situação: 0 → hmáx
mecânica, uma vez que são desprezados o atrito com o ar e os Em = Ec + Ep
movimentos de rotação do corpo enquanto salta. Em = Ec + m · g · h
Para a resolução, vamos dividir o problema em duas situações. Isolando Ec, temos:
Primeira situação: hmín → 0 Ec = Em – m · g · h
Em = Ec + Ep + Epel Para essa etapa, a energia cinética diminui com o aumento da altura h.
K ˜ x2 Observando a equação, é possível concluir que se trata de uma função
Em = Ec + m · g · h + (com x = h) afim. Portanto, a alternativa que corresponde às situações descritas é
2
Isolando Ec: a letra c.

13. (UNIOESTE – PR) Um projétil é disparado do chão verticalmente com uma velocidade de 20,0 m/s. A
que altura ele estará, quando a sua velocidade for de 8,0 m/s? Considere que a perda de energia, devido
ao atrito com o ar, equivale a 20% da energia potencial gravitacional adquirida pelo projétil. Tome
FIS

g = 10,0 m/s2.
a) 21,0 m Xb) 14,0 m c) 8,50 m d) 12,0 m e) 23,5 m
Dados do problema: Em f – Em i = –0,2 · Ep 1 2 2
–1,2 · g · hf =  (v  v i )
vi = 20 m/s –0,2 · Ep = Epf + Ecf – Eci 2 f
vf = 8 m/s
m ˜ v 2f m ˜ vi2 –2,4 · 10 · hf = (82 – 202) ⇒ –24 · hf = 336
g = 10,0 m/s2 –0,2 · m · g · hf = m · g · hf + –
2 2 hf = 14,0 m
Variação da energia mecânica: v2 v2
–0,2 · g · hf – g · hf = f – i
Emf – Emi = ΔEm 2 2
Conforme descrito no enunciado, temos:
ΔEm = –0,2 · Ep

LIVRO DE ATIVIDADES • • 35
14. (PUC – SP) Um garoto corre com velocidade de Dessa forma, é possível concluir que o módulo
5 m/s em uma superfície horizontal. Ao atingir do trabalho das forças não conservativas, nesse
o ponto A, passa a deslizar pelo piso encerado percurso, é:
até atingir o ponto B, como mostra a figura. a) nulo c) 250 J e) 575 J
Xb) 75 J d) 325 J
Dados do enunciado:
g = 10 m/s2 vA = 5 m/s hA = 15 m
m = 2 kg vB = 10 m/s hB = 7,5 m
Aplicando o teorema da energia mecânica, temos:
WFncons

= ΔEm ⇒ WFncons

= (Ecf + Epf) – (Eci + Epi)

m ˜ vB2 m ˜ v 2A
WFncons =( + m · g · hB) – ( + m · g · h A)

2 2
2 2
2 ˜ 10 2˜5
WFncons =( + 2 · 10 · 7,5) – ( + 2 · 10 · 15)

2 2
WFncons

= 250 – 325 = –75 J
| WFncons

| = 75 J
Considerando a aceleração da gravidade
g = 10 m/s2, o coeficiente de atrito cinético $352)81'$0(172
$$352)
3522))881'$0(17
1''$$0((117
72
2
entre suas meias e o piso encerado é de:
16. (UPE) Uma partícula de massa m é abandonada
a) 0,050 c) 0,150 e) 0,250
de um ponto A cuja altura é igual a H e passa
Xb) 0,125 d) 0,200 pelos pontos B e C, conforme mostra a figura.
Dados do enunciado: As coordenadas do ponto C são iguais a xC = d
g = 10 m/s2 Δs = 10 m e yC = h, onde h < H, e as forças de atrito são
v0 = 5 m/s θ = 180° (ângulo formado entre desprezíveis. Sabendo que a altura máxima
os vetores força de atrito e
v=0
deslocamento)
atingida pela partícula vale ymáx, e sua
Considerando que a força de atrito seja a única força que atua na
coordenada horizontal, quando ela toca o solo,
direção do movimento, então, pelo teorema da energia cinética, temos: vale xmáx, assinale a alternativa correta.
WFR = ΔEC = ECf – ECi

m ˜ v 2f m ˜ vi2 m ˜ v 2f m ˜ vi2
WFat = – ⇒ Fat · Δs · cos 180° = –
2 2 2 2
2 2
m ˜ vf m ˜ vi
μ · N · Δs · cos 180° = – ⇒ μ · m · g · Δs · cos 180° =
2 2
m ˜ v 2f m ˜ vi2

2 2
02 52
μ · 10 · 10 · (–1) = – ⇒ –100 · μ = –12,5
2 2 a) ymáx = H – h
μ = 0,125
Xb) ymáx = (H – h)sen2 (θ) + h
15. (UNISA – SP) Em um local em que a aceleração c) xmáx = d + 2(H – h)sen (2θ)
da gravidade tem intensidade g = 10 m/s2, uma
esfera de massa m = 2 kg se move ao longo da d) xmáx = d + 2(H – h)sen (θ)
trajetória esquematizada. Sua velocidade ao e) xmáx = dcos (θ)
passar pelo ponto A é vA = 5 m/s e ao passar Como a força peso é a única Para calcular ymáx que o corpo
por B, vB = 10 m/s. força que realiza trabalho, atinge depois do ponto C, vamos
FIS

podemos utilizar a conservação utilizar a equação de Torricelli:


da energia mecânica. vy2 = v0y2 + 2 · a · Δs
Pontos A e C: 0 = (vC · sen θ)2 – 2 · g · y
Em i = Em f ⇒ (Eci + Epi) =
( 2  g  (H  h)  sen )2
(Ecf + Epf) y=
2g
m ˜ vC2
m · g · hA = + m · g · hC y = (H – h) · sen2 θ
2
2 Em relação ao eixo x:
m ˜ vC
Isolando , temos: ymáx = y + h
2
vC2 ymáx = (H – h) · sen2 θ + h
=g·H–g·h
2

vC = 2  g  (H  h)

36 • • FÍSICA
17. (UFJF – MG) Um carro com massa total de V02P
Xd)
ͳԜͲͲͲ‰’ƒ”–‡†‘”‡’‘—•‘†‘ƒŽ–‘†‡—ƒ 2gF Dados do enunciado:
rampa com uma altura de 5 m em relação à sua V02P g = 10 m/s2 vf = 0
e)
base. O carro está com suas rodas travadas, gF v = v0 θ = 180°
mas desliza ao longo do comprimento da Para a resolução, vamos utilizar o
m ˜ v 20
rampa, que está coberta com uma fina camada teorema da energia mecânica: –F · d = – (equação 1)
2
de óleo, vazado do próprio carro. Suponha WFncons

= ΔEm
A massa pode ser escrita em
que o atrito entre as rodas do carro e a rampa Na situação descrita, a variação função do peso:
seja desprezível. No fim da rampa há um longo da energia mecânica corresponde
P
à variação da energia cinética. P=m·g⇒m=
trecho horizontal coberto por areia, cujo atrito Portanto, podemos utilizar o g
com as rodas do carro fazem-no parar a uma teorema da energia cinética: Substituindo m na equação 1,
determinada distância da base da rampa. F · Δs · cos 180° = temos:
Considere g = 10 m/s2 e que o coeficiente de m ˜ v 2f m ˜ vi2 –F · d = –
v 20 ˜ P
– ⇒ F · d · (–1) =
atrito cinético entre a areia e as rodas do carro 2 2 2˜g
m ˜ 02 m ˜ v 20 v 20 ˜ P
vale 0,5. 2

2 d=
2 ˜ g˜F
a) Determine a velocidade do carro na base
da rampa. 19. (ESPCEX – SP) Um corpo homogêneo de massa
Dados do enunciado: 2 kg desliza sobre uma superfície horizontal,
Em i = Em f
vi = 0 m/s sem atrito, com velocidade constante de 8 m/s
m ˜ v 2f no sentido indicado no desenho, caracterizando
hi = 5 m m · g · hi = ⇒ vf = 2 ˜ g ˜ h
2
hf = 0 m a situação 1.
v = 2 ˜ 10 ˜ 5 = 100
Como o atrito é desprezível, A partir do ponto A, inicia a subida da rampa,
vf = 10 m/s
para calcular a velocidade do onde existe atrito. O corpo sobe até parar na
carro na base da rampa vamos
utilizar a conservação da energia situação 2, e, nesse instante, a diferença entre
mecânica: as alturas dos centros de gravidade (CG) nas
b) Calcule a distância percorrida pelo carro situações 1 e 2 é 2,0 m.
desde a base da rampa até parar. A energia mecânica dissipada pelo atrito
Cálculo da força de atrito no eixo Utilizando a equação de Torricelli, durante a subida do corpo na rampa, da
horizontal coberto por areia: podemos determinar a distância situação 1 até a situação 2, é
Fat = μ · N ⇒ Fat = μ · m · g percorrida:
Dado: adote a aceleração da gravidade
Fat = 0,5 · 1 000 · 10 ⇒ v2 = v 20 + 2 · a · Δs ⇒
g = 10 m/s2
Fat = 5 000 N v 2  v 20
s =
Para calcular a aceleração, vamos 2a
utilizar a 2ª. lei de Newton:
0  102
FR = Fat ⇒ m · a = Fat Δs =
2   5 
1 000 · a = 5 000
Δs = 10 m
a = 5 m/s2
Nesse caso, a aceleração é
negativa.
18. (ITA – SP) Uma pequena esfera com peso de
módulo P é arremessada verticalmente para
cima com velocidade de módulo v0 a partir do
solo. Durante todo o percurso, atua sobre a a) 10 J Xc)24 J e) 40 J
esfera uma força de resistência do ar de módulo
FIS

b) 12 J d) 36 J
F constante. A distância total percorrida pela Dados do enunciado:
esfera após muitas reflexões elásticas com o m = 2 kg g = 10 m/s2 hf = 2 m vi (A) = 8 m/s
solo é dada aproximadamente por
m ˜ v 2f
= m · g · hf + Edis
V02 (P  F) 2
a)
2gF 2 ˜ 82
= 2 · 10 · 2 + Edis ⇒ Edis = 64 – 40
2 2
V (P + F )
b) 0 Edis = 24 J
2gF
2V02P
c)
gF
LIVRO DE ATIVIDADES • • 37
CAPÍTULO
I M PU LSO E QUA NTI DA DE
DE MOV I M ENTO
8
A quantidade de movimento é uma grandeza
vetorial definida pelo produto da massa de um TEOREMA DO IMPULSO
corpo por sua velocidade. No SI, Ga quantidade de
O impulso de uma força resultante responsável
movimento é representada por Q e é medida em
pelo movimento é igual à variação da quantidade
⎛ kg ⋅ m ⎞
quilograma-metro por segundo ⎜ ⎟. de movimento do corpo no intervalo de tempo
⎝ s ⎠ considerado.

G G
Módulo: Q = m · v IFR = 'Q
G
Q Direção: do vetor velocidade.
Sentido: do vetor velocidade.

m
v
COLISÕES
Se o impulso das forças externas sobre
um sistema for desprezível, sua quantidade de
movimento irá se manter constante durante o
intervalo de tempo de um evento (uma explosão,
IMPULSO DE UMA FORÇA uma batida, um empurrão, etc).
Observe o exemplo de colisão a seguir:
O impulso de uma força é uma grandeza vetorial
definida pelo produto entre força aplicada em um
corpo e o intervalo de tempo de aplicação dessa
G
força. No SI, o impulso é representado por I F e é
medido em newton-segundo (N · s).

G Módulo: I = F · Δt
IF Direção: do vetor força.
Sentido: do vetor força.

Impulso de uma força variável Qinicial = Qfinal


FIS

Sabe-se que o impulso de uma força é igual à


área do gráfico da força em função do intervalo de
tempo de aplicação: Colisões inelásticas
• Após a colisão, os corpos seguem com a mesma
G G
F (Componente na direção do deslocamento) velocidade ( v b b v A ), isto é, permanecem
B
unidos.
A1
• A velocidade de afastamento entre os corpos é
0 N
A2 t IF = A1 – A2 nula (vafastb b 

38 • • FÍSICA
• Há perda de energia cinética (E&bGHSRLVbb(&bDQWHV). mA mB mA mB
vA vB
v
• O coeficiente de restituição vale zero (eb=b0).

Antes Depois

Colisões parcialmente elásticas


• Após a colisão, os corpos seguem com velocidades diferentes (v’BbɅbYȤA).
• Há perda de energia cinética (E&bGHSRLVbb(&bDQWHV).
• O coeficiente de restituição nesse tipo de choque fica compreendido entre 0 e 1.

mA mB mA mB
vA vB v’A v’B

Antes + Depois +

Colisões perfeitamente elásticas


• Após a colisão, os corpos seguem com vA vB
v’A v’B
velocidades diferentes (v’BbɅbYȤA).
mA mB mA mB
• O sistema não perde energia cinética
(E&bLQLFLDOb b(&bILQDO). Antes do choque + Depois do choque +

• O coeficiente de restituição nesse tipo de


choque vale exatamente 1.

ATIVIDADES

QUANTIDADE DE MOVIMENTO Sendo T o tempo de queda e g o módulo


da aceleração da gravidade, o módulo da
$6Ǵ,0,/$†‚2 quantidade de movimento linear da esfera,
quando atinge o solo, é:
1. (UFRGS – RS) A esfera de massa M cai, de uma a) Mh/T Xd) MgT
altura h, verticalmente ao solo, partindo do
b) Mgh/T e) MhT
repouso. A resistência do ar é desprezível. 2 2
c) Mg /(2T )
A figura a seguir representa essa situação.
Para a resolução, utilizaremos a equação da quantidade movimento:
FIS

Q = M · v (equação 1)
Considerando que a resistência do ar é desprezível e que v0 = 0, a
velocidade da esfera, imediatamente antes de tocar o solo, é:
v = g · T (equação 2)
Substituindo os dados da equação 2 na equação 1, temos:
Q=M·g·T

LIVRO DE ATIVIDADES • • 39
2. (UFSM – RS) Ao preparar um corredor para
uma prova rápida, o treinador observa que o Ele será impulsionado por dois mecanismos
desempenho dele pode ser descrito, de forma azimutais, em que o motor inteiro se movimenta
aproximada, pelo seguinte gráfico: para fazer o navio virar. Seu conjunto de baterias
pode prover até 4 MWh.
A navegação autônoma se baseará em um
extenso conjunto de sensores redundantes,
incluindo câmeras no visível e no infravermelho,
Radar (Radio Detection And Ranging), Lidar
(Light Detection And Ranging) e AIS (Automatic
Identification System), um sistema de
monitoramento de curto alcance já utilizado em
[...] navios e serviços de tráfego de embarcações.
Se o corredor [...] tem massa de 90 kg, qual a
<https://tinyurl.com/yapk5b5f> Acesso em: 10.10.2018. Adaptado.
quantidade de movimento, em kg · m/s, que ele
¹Calado – distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa
apresentará ao final da aceleração?
do navio naquele ponto.
Xa) ͳԜͳʹͷ d) ͳͶԜͲ͸ʹ
Se o navio, considerado estável, percorre
b) ʹԜʹͷͲ e) ʹʹԜͷͲͲ
um trecho qualquer em velocidade de
c) ͳͲԜͲͲͲ cruzeiro, podemos concluir que a quantidade
Analisando o gráfico, é possível perceber que o corredor para de de movimento, em kg · m/s, nesse trecho
acelerar quando atinge a velocidade de 12,5 m/s. De acordo com o
enunciado, o atleta tem massa de 90 kg. especificado é, aproximadamente,
Substituindo esses dados na equação da quantidade de movimento, a) 1,37 · 104 Xd) 1,37 · 10
7

temos:
b) ͶǡͻͷȉͳͲ4 e) ͶǡͻͷȉͳͲ7
Q = m · v ⇒ Q = 90 · 12,5
Q = 1 125 kg · m/s
c) 8,32 · 104
Dados do enunciado:

$3(5)(,†2$0(172 m = 4 500 · 103 kg


v = 11 km/h = 3,06 m/s
3. (FATEC – SP) Leia a notícia, divulgada em maio Para a resolução, vamos utilizar a equação da quantidade de
2017, para responder [à questão]. movimento:
Q=m·v
Q = 4,5 · 106 · 3,06
Navio autônomo e elétrico Q = 13, 77 · 106 = 1,37 · 107 kg · m/s

4. (MACKENZIE – SP) Um automóvel de massa


O primeiro navio autônomo – e, além disso,
1,0 · 103 kg desloca-se com velocidade constante
totalmente elétrico – já tem data marcada para numa estrada retilínea, quando, no instante
começar a navegar. O Yara Birkeland (homenagem t = 0, inicia-se o estudo de seu movimento. Após
ao cientista norueguês Kristian Birkeland) deverá os registros de algumas posições, construiu-se
começar a operar na segunda metade de 2018, o gráfico adiante, da posição (x) em função do
levando produtos da fábrica de fertilizantes da Yara, tempo (t). O módulo do vetor quantidade de
em Porsgrunn, até as cidades de Brevik e Larvik – ‘˜‹‡–‘‘‹•–ƒ–‡–αͷ•±ǣ
todas na Noruega.
FIS

O navio elétrico e autônomo deverá substituir


100 caminhões que fazem 40 000 viagens por ano.
Ele operará exclusivamente nessa rota, um trajeto
de 12 milhas náuticas, pouco mais de 22 km. Com
70 metros de calado e 4 500 toneladas de porte
bruto, o navio autônomo poderá atingir até
18,5 km/h (10 nós), mas deverá operar em
velocidade de cruzeiro de 11 km/h (6 nós).

40 • • FÍSICA
a) 1,0 · 103 kg · m/s De acordo com o enunciado,
o automóvel se desloca com IMPULSO DE UMA FORÇA E
b) 1,8 · 103 kg · m/s
TEOREMA DO IMPULSO
velocidade constante. Logo, ele
c) 2,0 · 103 kg · m/s está em movimento uniforme.
Para determinar sua velocidade,
Xd) 3,0 · 103 kg · m/s basta aplicar os dados do gráfico
na equação da velocidade média: $6Ǵ,0,/$†‚2
$$6
6ǴǴ,0,/$†‚
Ǵ,0,/$
,0,/$†‚22
e) ͷǡͲȉͳͲ3 kg · m/s
's s s
6. (UDESC) O airbag e o cinto de segurança são
v= ⇒v= f i
't t f  ti
itens de segurança presentes em todos os
Nesse caso, s equivale a x. Substituindo o valor da carros novos fabricados no Brasil. Utilizando
Substituindo os dados do gráfico, velocidade na equação da os conceitos da primeira lei de Newton, de
temos: quantidade de movimento, impulso de uma força e variação da quantidade
5  ( 4) 9 temos:
v= ⇒v= de movimento, analise as proposições.
52 3 Q = m · v ⇒ Q = 1 · 103 · 3
v = 3 m/s Q = 3,0 · 103 kg · m/s I. O airbag aumenta o impulso da força
média atuante sobre o ocupante do carro
$352)81'$0(172 na colisão com o painel, aumentando a
5. (UFPR) Um objeto de massa m constante quantidade de movimento do ocupante.
está situado no topo de um plano inclinado II. O airbag aumenta o tempo da colisão
sem atrito, de ângulo de inclinação θ, do ocupante do carro com o painel,
conforme mostra a figura ao [...]. O objeto está diminuindo, assim, a força média atuante
inicialmente em repouso, a uma altura H sobre ele mesmo na colisão.
da base do plano inclinado, e pode ser III. O cinto de segurança impede que o
considerado uma partícula, tendo em conta ocupante do carro, em uma colisão,
as dimensões envolvidas. Num dado instante, continue se deslocando com um
ele é solto e desce o plano inclinado, chegando movimento retilíneo uniforme.
à sua base num instante posterior. Durante o IV. O cinto de segurança desacelera o ocupante
movimento, o objeto não fica sujeito a nenhum do carro em uma colisão, aumentando a
tipo de atrito e as observações são feitas por quantidade de movimento do ocupante.
um referencial inercial. No local, a aceleração
gravitacional vale, em módulo, g. Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV
são verdadeiras.
Xb) Somente as afirmativas II e III
são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III
são verdadeiras.
Levando em consideração os dados d) Somente as afirmativas II e IV
apresentados, assinale a alternativa que são verdadeiras.
corresponde ao valor do módulo da quantidade e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
de movimento (momento linear) Q que o objeto I. Incorreta. O impulso durante a colisão é mantido constante. O
de massa m adquire ao chegar à base do plano airbag provoca a diminuição da força média de impacto e aumen-
ta o tempo de colisão.
inclinado.
II. Correta. Para que o impulso se mantenha constante, é neces-
Xa) Q = m 2gH d) Q = m 2gH sen T sário o aumento do tempo de colisão e, consequentemente, a
FIS

diminuição da força de impacto.


b) Q = 2mgH e) Q = 2mgH cos T
III. Correta. De acordo com a lei da inércia, se não fosse o cinto
c) Q = m 2gH tg T de segurança, o corpo do ocupante seria arremessado brusca-
mente durante uma colisão.
Para a resolução, vamos utilizar o princípio da conservação da energia
IV. Incorreta. Se houver desaceleração, ocorrerá a redução da
mecânica:
velocidade e, portanto, da quantidade de movimento.
EMi = EMf ⇒ EPi = ECf
m ˜ v2
M·g·h= ⇒ v = 2 ˜ g˜H
2
Substituindo v na equação da quantidade de movimento, temos:
Q=m·v⇒Q=m· 2 ˜ g˜H

LIVRO DE ATIVIDADES • • 41
$3(5)(,†2$0(172 $352)81'$0(172
7. (FFFCMPA – RS) Em uma cobrança de 9. (ACAFE – SC) Um drone eleva uma caixa de
penalidade máxima, estando a bola de futebol ͷǡͲ‰…‘˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡˜‡”–‹…ƒŽ…‘•–ƒ–‡†‡
inicialmente em repouso, um jogador lhe módulo 2 m/s, como mostra a figura abaixo. Em
imprime a velocidade de aproximadamente certa altura, o fio que prende a caixa ao drone
108 km/h. Sabe-se que a massa da bola é de arrebenta e o drone passa a subir sozinho.
…‡”…ƒ†‡ͷͲͲ‰‡“—‡ǡ†—”ƒ–‡‘…Š—–‡ǡ‘’±
do jogador permanece em contato com ela
’‘”…‡”…ƒ†‡ͲǡͲͳͷ•Ǥˆ‘”­ƒ±†‹ƒ“—‡‘
pé do jogador aplica na bola tem o valor de,
aproximadamente:
a) ͷ c) ͷͲͲ e) ʹԜͲͲͲ
b) ͷͲ Xd) ͳԜͲͲͲ
Dados do enunciado: I = Q – Q0
m = 500 g = 0,5 kg F · Δt = m · |Δv| ⇒ F · Δt = m · v
Considere o intervalo de tempo entre o instante
vi = 0 m/s – m · v0 ⇒ F · Δt = m · (v – v0) em que a caixa se solta do drone e o instante
vf = 108 km/h = 30 m/s F · 0,015 = 0,5 · (30 – 0) ⇒ F · em que a caixa começa a descer para marcar
Δt = 0,015 s
0,015 = 15 com V as afirmações verdadeiras e com F as
Substituindo os dados do exercício
F = 1 000 N falsas. Considere o sistema conservativo.
no teorema do impulso, temos:
( V ) O trabalho realizado pela força peso sobre
8. (UFJF – MG) A possibilidade de diminuir o a caixa é –10 J.
módulo da força que atua sobre um objeto até
( F ) A quantidade de movimento da caixa
ele parar, aumentando-se o tempo de atuação
permanece constante.
da força, tem muitas aplicações práticas como,
por exemplo, o uso de “airbags” em automóveis ( V ) O impulso aplicado pela força peso sobre a
ou, nas competições de salto em altura, o uso de caixa é –10 N · s.
colchões para aparar a queda dos atletas. Um
( V ) A energia cinética da caixa na altura
atleta cai sobre um colchão de ar, recebendo
máxima alcançada é nula.
—‹’—Ž•‘†‡͸ͲͲȉ•Ǥ—ƒŽ±ƒˆ‘”­ƒ±†‹ƒ
F que atua sobre esse atleta e qual é a variação ( F ) A energia potencial gravitacional do drone
da quantidade de movimento ΔQ do atleta, permanece constante.
respectivamente, nas seguintes situações: (i) se A sequência correta, de cima para baixo, é:
‡Ž‡’ƒ”ƒͲǡͷ•ƒ’ו‘‹’ƒ…–‘‹‹…‹ƒŽǡ‡ȋ‹‹Ȍ•‡‡Ž‡ Xa) V – F – V – V – F c) F – V – F – V – V
para 0,1 s após o impacto inicial?
b) V – V – F – F – F d) F – F – V – F – V
a) ȋ‹Ȍ αͳԜʹͲͲ‡Δα͸ͲͲȉ•Ǣȋ‹‹Ȍ
α͸ԜͲͲͲ‡Δα͵ԜͲͲͲȉ•Ǥ Dados do enunciado: A segunda afirmação é falsa.
Como a velocidade varia após o
b) (i) F = 300 N e Δα͵ԜͲͲͲȉ•Ǣȋ‹‹Ȍ m = 5 kg
rompimento do fio, a quantidade
α͸Ͳ‡Δα͸ͲͲȉ•Ǥ v0= 2 m/s de movimento também varia, pois
A primeira afirmação é verdadeira. Q = m · v.
c) (i) F = 300 N e Δα͸ͲͲȉ•Ǣȋ‹‹Ȍ Primeiramente, para calcular A terceira afirmação é verdadeira.
α͸Ͳ‡Δα͸ͲͲȉ•Ǥ o trabalho realizado pela força O impulso é dado por:
peso sobre a caixa, precisamos
Xd) ȋ‹Ȍ αͳԜʹͲͲ‡Δα͸ͲͲȉ•Ǣȋ‹‹Ȍ I = Q – Q0 ⇒ I = m · Δv
FIS

descobrir de qual altura a caixa


α͸ԜͲͲͲ‡Δα͸ͲͲȉ•Ǥ se desprendeu do drone. Para I = 5 · (0 – 2)
determinar essa altura, vamos
e) (i) F = 300 N e Δα͸ͲͲȉ•Ǣȋ‹‹Ȍ utilizar a equação de Torricelli:
I = – 10 N · s
α͸Ͳ‡ΔQ = 120 N · s. A quarta afirmação é verdadeira.
Conforme descrito no enunciado, Para a situação (i): v2 = v 20 + 2 · a · Δs A altura máxima é justamente o
nos dois casos o impulso que o 02 = 22 + 2 · (–10) · Δs ⇒ 0 = ponto onde a velocidade se anula,
I 600 tornando nula também a energia
atleta recebe é igual a 600 N · s. F= ⇒F= 4 – 20 · h
't 0, 5 cinética nesse ponto.
Segundo a equação do impulso, h = 0,2 m
F = 1 200 N A quinta afirmação é falsa. A
a força média é inversamente Substituindo o valor da altura na energia potencial gravitacional é
proporcional ao intervalo de Para a situação (ii):
equação do trabalho, temos: dada por:
tempo de ação: I 600
F= ⇒F= τ = F · d ⇒ τP = –m · g · h E =m·g·h
I 't 0, 1 p
I = F · Δt ⇒ F = τP = –5 · 10 · 0,2
't F = 6 000 N Como a altura do drone varia, sua
τP= –10 J energia potencial gravitacional
FÍSICA também varia.
42 • •
10. (UEL – PR) Leia o texto a seguir.
SISTEMAS ISOLADOS E COLISÕES
(01) Incorreta. Na presença de forças
Arma ofensiva e poderosa, os chutes de bola
$6Ǵ,0,/$†‚2
$$6Ǵ,0,/$†‚
6Ǵ,0,/$†‚2 dissipativas, a energia mecânica não
parada foram um verdadeiro desafio defensivo permanece constante.
na Copa da Rússia em 2018. De fato, todos os 11. (UEM – PR) Assinale a(s) alternativa(s)
gols sofridos pelas seleções africanas na primeira correta(s). (02) Correta. De acordo com o teorema da
energia cinética: τFR = ΔEc.
fase vieram com bola parada: um no Egito e no (01) Na presença de forças dissipativas a
Marrocos, dois na Nigéria e na Tunísia. energia mecânica permanece constante.
Apenas ocorre a conversão entre suas
Adaptado de lance.com.br
formas cinética e potencial.
Geralmente o chute de “bola parada” X(02) A variação da energia cinética de um
surpreende o adversário pela sua trajetória corpo entre dois instantes é medida pelo
descrita e pela velocidade que a bola atinge. trabalho da resultante das forças entre os
Considerando que uma bola de futebol tem instantes. (04) Incorreta. O impulso da força resultante em um
massa de 400 g e, hipoteticamente, durante intervalo de tempo é igual à variação da quantidade
(04) O impulso da força resultante num de movimento.
o seu movimento, a resistência do ar seja
intervalo de tempo é igual à variação do
desprezível, é correto afirmar que a bola atinge
trabalho do corpo no mesmo intervalo de
a) ͳͷȀ•†‡˜‹†‘ƒ’Ž‹…ƒ­ ‘†‡—‹’—Ž•‘ tempo. (08) Correta. Para um sistema isolado, a quantidade
resultante de 0,12 · 102 N/s. de movimento do sistema permanece constante.
X(08) A quantidade de movimento de um
Xb) 40 m/s quando o jogador aplica uma força sistema de corpos isolado de forças
†‡ͳǡ͸ȉͳͲ2 N durante um intervalo de externas é constante.
tempo de 0,1 s.
X(16) Se na colisão entre dois corpos a energia
c) ͸ͲȀ•“—ƒ†‘—ƒˆ‘”­ƒ†‡ͳǡʹȉͳͲ2 N é cinética final é igual à energia cinética
aplicada durante um intervalo de tempo inicial, a colisão é chamada de choque
de 0,1 s. perfeitamente elástico. (16) Correta. Na colisão
perfeitamente elástica, o
d) 90 km/h devido à aplicação de um Somatório: 26 (02 + 08 + 16) . é conservativo.
sistema
impulso de 0,12 · 102 N/s.
12. (UERJ) Em uma mesa de sinuca, as bolas A e B,
e) 108 km/h quando o jogador aplica uma ambas com massa igual a 140 g, deslocam-se
ˆ‘”­ƒ†‡ͳǡ͸ȉͳͲ2 N durante um intervalo com velocidades VA e VB, na mesma direção
de tempo de 0,1 s.
e sentido. O gráfico abaixo representa essas
a) Incorreta. A unidade do v = 40 m/s
impulso está errada. velocidades ao longo do tempo.
c) Incorreta.
b) Correta. O impulso pode ser
F ⋅ Δt 1, 2 ˜ 102 ˜ 0, 1
calculado pela seguinte equação: v= ⇒v=
m 0, 4
I = m · v – m · v0 ⇒
v = 30 m/s = 108 km/h.
F · Δt = m · v – m · v0
d) Incorreta. A unidade do
Como a bola parte do repouso, impulso está errada.
v0 = 0:
e) Incorreta.
F ⋅ Δt
F · Δt = m · v ⇒ v =
m 1, 6 ˜ 102 ˜ 0, 1
v=
Substituindo os dados da 0, 4
alternativa:
v = 40 m/s = 144 km/h Após uma colisão entre as bolas, a quantidade
1, 6 ˜ 102 ˜ 0, 1
v= de movimento total, em kg · m/s, é igual a:
FIS

0, 4
a) Ͳǡͷ͸ b) 0,84 c) ͳǡ͸Ͳ Xd) 2,24
Dados do enunciado:
m = 0,14 kg
vA = 10 m/s
vB = 6 m/s
Como se trata de uma colisão, podemos aplicar o princípio da
conservação da quantidade de movimento:
Qantes = Qdepois ⇒ mA · vA + mB · vB = Qdepois
0,14 · 10 + 0,14 · 6 = Qdepois ⇒ 1,4 + 0,84 = Qdepois
Qdepois = 2,24 kg · m/s

LIVRO DE ATIVIDADES • • 43
$3(5)(,†2$0(172
$$3(5)
3((5)
5)((,†2$0(1
(,†
, †22$0(1
$ 0 (1 7
722 C6 H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

13. (1(0 O pêndulo de Newton pode ser constituído por cinco


pêndulos idênticos suspensos em um mesmo suporte. Em um
dado instante, as esferas de três pêndulos são deslocadas para
a esquerda e liberadas, deslocando-se para a direita e colidindo
elasticamente com as outras duas esferas, que inicialmente
estavam paradas.
O movimento dos pêndulos após a primeira colisão está representado em:
a) Xc) e)

b) d)
Como se trata de sistema mecanicamente isolado,
há conservação da quantidade de movimento:
Qdepois = Qantes ⇒ Qdepois = 3 · mv

Como a colisão é elástica, ocorre também a conservação da energia


m ˜ v2
mecânica. Durante a colisão, podemos afirmar que há conservação da Eci = 3 ·
energia cinética. 2
Logo, a alternativa que representa a conservação da quantidade de
Eci = Ecf
movimento e energia cinética é a letra c.
C6 H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
C5 H17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou
biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
14. (1(0 O trilho de ar é um dispositivo utilizado em laboratórios de física para analisar movimentos
em que corpos de prova (carrinhos) podem se mover com atrito desprezível. A figura ilustra um
trilho horizontal com dois carrinhos (1 e 2) em que se realiza um experimento para obter a massa
†‘…ƒ””‹Š‘ʹǤ‘‹•–ƒ–‡‡“—‡‘…ƒ””‹Š‘ͳǡ†‡ƒ••ƒͳͷͲǡͲ‰ǡ’ƒ••ƒƒ•‡‘˜‡”…‘˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡
escalar constante, o carrinho 2 está em repouso. No momento em que o carrinho 1 se choca com o
carrinho 2, ambos passam a se movimentar juntos com velocidade escalar constante. Os sensores
eletrônicos distribuídos ao longo do trilho determinam as posições e registram os instantes associados
à passagem de cada carrinho, gerando os dados do quadro.

sensor 1 sensor 2 sensor 3 sensor 4

carrinho 1 carrinho 2

CARRINHO 1 CARRINHO 2 Com base nos dados experimentais,


o valor da massa do carrinho 2 é
Posição (cm) Instante (s) Posição (cm) Instante (s)
igual a:
FIS

ͳͷǡͲ 0,0 ͶͷǡͲ 0,0


a) ͷͲǡͲ‰ d) ͶͷͲǡͲ‰
30,0 1,0 ͶͷǡͲ 1,0
b) ʹͷͲǡͲ‰ e) ͸ͲͲǡͲ‰
͹ͷǡͲ 8,0 ͹ͷǡͲ 8,0
Xc) 300,0 g
90,0 11,0 90,0 11,0
Primeiramente, vamos calcular a velocidade Após a colisão, os carrinhos seguem juntos Qantes = Qdepois
do carrinho. com velocidade v’: m1 · v1 + m2 · v2 = (m1 + m2) · v’
Velocidade do carrinho 1 antes da colisão: 's’ 90  75 150 · 15 + m2 · 0 = (150 + m2) · 5
v’ = = ⇒ v’ = 5 cm/s
30, 0  15, 0 't’ 11  8
v1 = 's1 = ⇒ v1 = 15 cm/s m2 =
150, 0 ˜ 15, 0
– 150
't1 1, 0  0, 0 Como o sistema é mecanicamente isolado, 5, 0
Como o carrinho 2 está em repouso, sua ocorre a conservação da quantidade de
movimento. m2 = 300 g
velocidade (v2) é igual a zero.

44 • • FÍSICA
C6 H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas,
substâncias, objetos ou corpos celestes.
15. (1(0 Durante um reparo na Estação Espacial 17. (UEFS – BA) O termo colisão representa um
Internacional, um cosmonauta, de massa evento durante o qual duas partículas se
90 kg, substitui uma bomba do sistema de aproximam e interagem por meio de forças
”‡ˆ”‹‰‡”ƒ­ ‘ǡ†‡ƒ••ƒ͵͸Ͳ‰ǡ“—‡‡•–ƒ˜ƒ que são consideradas como muito maiores
danificada. Inicialmente, o cosmonauta e a que quaisquer forças externas presentes. Um
bomba estão em repouso em relação à estação. bloco A, de massa igual a 0,4 kg, inicialmente
Quando ele empurra a bomba para o espaço, em repouso na horizontal, em uma superfície
ele é empurrado no sentido oposto. Nesse sem atrito, é atingido por um bloco B de 0,2 kg
processo, a bomba adquire uma velocidade de que se movimenta ao longo do eixo x com uma
0,2 m/s em relação à estação. velocidade de 2,0 m/s. Após a colisão, o bloco
Qual é o valor da velocidade escalar adquirida B atinge uma velocidade de 0,4 m/s no sentido
pelo cosmonauta, em relação à estação, após o oposto ao inicial.
empurrão? Com base nessas informações, é correto
a) ͲǡͲͷȀ• c) 0,40 m/s Xe) 0,80 m/s afirmar que a energia cinética perdida na
colisão, em mJ, é igual a:
b) 0,20 m/s d) ͲǡͷͲȀ•
Como o sistema é mecanicamente isolado, há conservação da a) 104 c) 100 Xe) ͻ͸
quantidade de movimento: b) 102 d) 98
Qantes = Qdepois Dados do enunciado:
0 = mC · vC + mB · vB ⇒ 0 = 90 · vC + 360 · 0,2 mA = 0,4 kg vA = 0 v’B = –0,4 m/s
90 · vC = –72 mB = 0,2 kg vB = 2 m/s
vC = –0,8 m/s Como o sistema é mecanicamente isolado, há conservação da
A velocidade adquirida pelo cosmonauta, em módulo, é igual a 0,8 m/s. quantidade de movimento:
Qantes = Qdepois ⇒ mA · vA + mB · vB = mA · v’A + mB · v’B
16. (FUVEST – SP) Um rapaz de massa m1 corre
0,4 · 0 + 0,2 · 2 = 0,4 · v’A + 0,2 · (–0,4)
numa pista horizontal e pula sobre um skate
0,4 + 0,08 = 0,4 · v’A
de massa m2, que se encontra inicialmente
v’A = 1,2 m/s
em repouso. Com o impacto, o skate adquire
Agora, vamos calcular a energia cinética perdida:
velocidade e o conjunto rapaz + skate segue em
mB ⋅ (vB )2 0, 2 ⋅ ( 2 )
2
direção a uma rampa e atinge uma altura máxima Eantes = = = 0,4 J
h. A velocidade do rapaz, imediatamente antes de 2 2
tocar no skate, é dada por Edepois =
mA ˜ (v ’A )2 m ˜ (v ’B )2
+ B
2 2
Note e adote: 0, 4 ⋅ (1, 2 )
2
0, 2 ⋅ ( − 0, 4 )
2
Edepois = +
Considere que o sistema rapaz + skate não 2 2
perde energia devido a forças dissipativas, Edepois = 0,288 + 0,016 = 0,304 J
após a colisão. Ediss = |Edepois – Eantes|
Ediss = |0,304 – 0,4| = 0,096 J
(m1 + m2 ) (m1 + m2 ) Ediss = 96 mJ
a) gh Xd) 2gh
m2 m1 18. (UNICAMP – SP) Recentemente, um foguete
b)
(m1 + m2 )
gh e)
(2m1 + m2 )
gh da empresa americana SpaceX foi lançado
2m1 m1 na Flórida (EUA), levando dois astronautas à
m1 Vamos considerar v a velocidade do rapaz Estação Espacial Internacional (ISS). Este foi
c) 2gh imediatamente antes de tocar no skate, e v’ o primeiro lançamento tripulado dos EUA em
FIS

m2 a velocidade do sistema rapaz + skate após


o impacto. Pelo princípio da conservação da
nove anos.
quantidade de movimento, temos: a) A eficiência dos motores de foguetes é
Qantes = Qdepois ⇒ m1 · v = (m1 + m2) · v’
representada pelo impulso específico, ISP,
m1 ˜ v
v’ = (equação 1) que é medido em segundos. A intensidade
m1 + m2
da força obtida pelo motor do foguete é
Como o sistema é conservativo, há também a conservação da energia
'm 'm
mecânica: dada por FM = ISP · g · , em que
EMi = EMf ⇒ ECi = EPf 't 't
(m1 + m2 ) ⋅ (v ’)2 é a massa de combustível expelida por
= (m1 + m2) · g · h ⇒ unidade de tempo e g é a aceleração da
2
v2 =
(m1 + m2 )2 ·2·g·h∴v=
(m1 + m2 ) · 2 ˜ g˜h
gravidade. Considere um foguete de
m12 m1
LIVRO DE ATIVIDADES • • 45
massa total MFα͸ǡͲȉͳͲͷ kg durante o Assinale a alternativa que preenche
início do seu lançamento da superfície corretamente as lacunas abaixo, na ordem em
da Terra. Sabendo que o foguete atinge que aparecem.
a iminência do seu movimento vertical Se os corpos X e Y sofrem uma colisão elástica,
'm a energia cinética final do sistema é ........ .
quando = 2,0 · 103 kg/s, calcule o
't Se os corpos X e Y sofrem uma colisão
ISP desse foguete. Despreze a variação da perfeitamente inelástica, a energia cinética final
massa total do foguete durante o início do do sistema vale ........ .
lançamento.
Qualquer que seja o tipo de colisão, o módulo
Na iminência de o foguete adquirir movimento vertical, a intensidade
da força obtida pelo motor do foguete e do peso do foguete são iguais: da velocidade do centro de massa do sistema é
Δm ........ .
FM = PF ⇒ ISP · g ⋅ = MF ⋅ g
Δt a) 10 J – 4 J – 2 m/s Dados do enunciado:
MF 6 ˜ 105
ISP = ⇒ ISP = b) 10 J – 2 J – 1 m/s mX = mY = 1 kg
'm 2 ˜ 103
't vX = 4m/s
ISP = 3 · 102 s Xc) ʹ͸ Ȃͳ ȂͳȀ•
vY = 6m/s
b) Usando um princípio físico similar ao do d) ʹ͸ Ȃͳ ȂʹȀ• Para a colisão elástica, a energia
lançamento de um foguete, um menino e) ʹ͸ Ȃʹ ȂͳȀ• cinética é constante, logo:
deseja mover-se sobre um skate lançando ECi = ECf ⇒ ECx + ECy = ECf Energia cinética final do sistema:
uma bola que ele segura nas mãos. O m m 2˜m 2
conjunto menino+skate+bola encontra- ECf = ˜ v 2 + ˜ v y2 ⇒ EC = ˜ vf
2 x 2 2
-se inicialmente em repouso sobre uma
superfície plana e horizontal. O menino ECf =
m
2
(
⋅ v x + v y2
2
) EC =
2
2
⋅ ( −1)
2

lança a bola de massa mb = 0,4 kg com ECf =


1
· (42 + (–6)2) EC = 1 J
uma velocidade de módulo vbαͷȀ• 2 Para qualquer colisão em um
na direção horizontal e frontal do skate. ECf= 26 J sistema isolado, a quantidade de
movimento é sempre constante.
Sabendo que a massa do conjunto Na colisão inelástica, parte da
Assim, o módulo da velocidade
energia cinética é utilizada na
menino+skate (excluindo a bola) é deformação dos móveis, que, do centro de massa do sistema
msαͷͲ‰ǡ…ƒŽ…—Ž‡‘×†—Ž‘†ƒ˜‡Ž‘…‹†ƒ†‡ após a colisão, permanecem pode ser determinado da
de recuo do conjunto menino+skate juntos. Portanto, para calcular seguinte maneira:
a velocidade final, aplicaremos Qantes = Qdepois ⇒
imediatamente após o lançamento o princípio da conservação da Qdepois = m · (vx + vy)
da bola. Despreze qualquer força quantidade de movimento:
Qdepois = 1 · (4 + (–6)) ⇒
resultante externa agindo no conjunto Qantes = Qdepois Qdepois= –2 kg · m/s
menino+skate+bola. m · (vx + vy) = 2 · m · vf Qfinal = mcm · vcm ⇒ –2 = 2 · vcm
Como a resultante das forças externas é nula e o sistema é (v x + v y ) 4 + ( −6 ) vcm = –1 m/s
mecanicamente isolado, podemos aplicar o princípio da conservação vf = = G
2 2 | v cm| = 1
da quantidade de movimento:
Qantes = Qdepois ⇒ 0 = mS · vr + mb · vb vf = –1 m/s
mb ˜ vb 0, 4 ˜ 5 20. (AFA – SP) A montagem da figura a seguir
ms · vr = –mb · vb ⇒ vr = – ⇒ vr = –
ms 50 ilustra a descida de uma partícula 1 ao longo de
vr = –4 · 10–2 m/s
um trilho curvilíneo. Partindo do repouso em
A, a partícula chega ao ponto B, que está a uma
distância vertical H abaixo do ponto A, de onde,
então, é lançada obliquamente, com um ângulo
FIS

†‡Ͷͷι…‘ƒŠ‘”‹œ‘–ƒŽǤ
$352)81'$0(172
19. (UFRGS – RS) A figura abaixo mostra dois
corpos, identificados como X e Y, cada um de
massa 1 kg, movendo-se sobre uma superfície
horizontal sem atrito. Os módulos de suas
velocidades são vX = 4m/s e vYα͸Ȁ•Ǥ

46 • • FÍSICA
A partícula, agora, descreve uma trajetória 21. (FMJ – SP) Uma bola de massa 1 kg é chutada a
parabólica e, ao atingir seu ponto de altura 12 m/s, a partir do solo, formando um ângulo
máxima, nessa trajetória, ela se acopla a uma †‡Ͷͷι…‘ƒŠ‘”‹œ‘–ƒŽǤ‘ƒ–‹‰‹”‘’‘–‘
partícula 2, sofrendo, portanto, uma colisão mais alto de sua trajetória, a bola colide e adere
inelástica. a um balde de massa 2 kg, que se encontra em
Essa segunda partícula possui o dobro de repouso na extremidade de uma plataforma
massa da primeira, está em repouso antes da plana e horizontal, conforme mostra a figura
colisão e está presa ao teto por um fio ideal,
de comprimento maior que H, constituindo,
assim, um pêndulo. Considerando que apenas
na colisão atuaram forças dissipativas, e que
o campo gravitacional local é constante. O
sistema formado pelas partículas 1 e 2 atinge
uma altura máxima h igual a:
H H H H
a) b) c) Xd)
3 9 16 18
Considerando a aceleração da gravidade
Realizaremos as etapas de resolução com base na ilustração a seguir. bPV2, 2 b≅bHDUHVLVW¬QFLDGRDUGHVSUH]¯YHO
determine:

D
a) a altura máxima, em metros, atingida pela
C bola.
x Dados do enunciado:
vi = 12 m/s θ = 45° mba = 2 kg
g = 10 m/s2 mbo = 1 kg
Para calcular o tempo que a bolinha leva para atingir a altura máxima,
Para determinar a velocidade (vB) da partícula 1 após o lançamento vamos utilizar a equação da velocidade do MUV:
oblíquo, vamos utilizar a conservação da quantidade de movimento, 2
adotando o nível horizontal do ponto B como: vy = v0y – g · t ⇒ 0 = 12 · – 10 · t
2
EMi = EMf ⇒ Epi = Ecf t = 0,85 s
Utilizando a função horária do MUV, obtemos a altura máxima:
m ˜ vB2
m·g·H= ⇒ vB = 2 ˜ g ˜ H g 2
2 hmáx = h0 + v0y · t – ·t
Antes de a partícula 1 colidir com a partícula 2, sua velocidade (vc) é 2
igual à componente horizontal de vB: hmáx = 0 + 8,5 · 0,85 – 5 · 0,852
2 hmáx ≅ 3,6 m
vC = vBx = vB · cos 45° = 2 ˜ g˜H ˜ ∴ vC = g ˜ H
2
Para determinar a altura máxima da partícula 1 após o lançamento do
ponto B, utilizaremos a equação de Torricelli: b) a velocidade da bola, em m/s,
vc2 = vBx2 – 2 · g · x ⇒ 0 = ( g ˜ H )2 – 2 · g · x imediatamente antes e depois da colisão
H totalmente inelástica com o balde.
x=
2 Imediatamente antes da colisão, a velocidade da bola é igual à
Observando a figura do enunciado, podemos concluir que m1 = m e velocidade horizontal de vi:
m2 = 2m. Para determinar a velocidade após o choque, aplicaremos o 2
princípio da conservação da quantidade movimento: vx = vi · cos 45° ⇒ vx = 12 ·
2
Qantes = Qdepois ⇒ m · vC = (m + 2 · m) · v’ vx = 8,4 m/s
Para calcular a velocidade imediatamente após a colisão, vamos utilizar
FIS

m ˜ vC g˜H
v’ = ∴ v’ = a conservação da quantidade de movimento:
3˜ m 3
Qantes = Qdepois ⇒ mbo · vi + mba · vba = (mbo + mba) · v
Aplicando novamente a conservação da energia mecânica logo após a
colisão até o ponto D, obtemos o valor de h: mbo ˜ vi + mba ˜ vba 1 ˜ 8, 4 + 2 ˜ 0 8, 4
v’ = ⇒v= =
Emi = Emf mbo + mba 1+ 2 3
2 v ≅ 2,8 m/s
3 ˜ m ⎛ g⋅H ⎞ H ⎛ H⎞
· ⎜
⎜ 3 ⎟⎟
+ 3 ˜ m ˜ g ˜ = 3 · m · g · ⎜h + ⎟
2 ⎝ ⎠ 2 ⎝ 2⎠
3 ˜m g ˜ H H H
· +3·m·g· =3·m·g·h+3·m·g·
2 9 2 2
H
h=
18

LIVRO DE ATIVIDADES • • 47
22. (AMAN – SP) Dois blocos A e B, livres da ação de
quaisquer forças externas, movem-se separadamente
em um plano horizontal cujo piso é perfeitamente liso,
sem atrito. (ANTES DA COLISÃO)
O bloco A tem massa mA = 1 kg e move-se com uma
velocidade vA = 1 m/s, na direção do eixo y, no sentido
indicado no desenho.
O bloco B tem massa mB = 1 kg e move-se com
velocidade vBαʹȀ•ˆƒœ‡†‘—Ÿ‰—Ž‘†‡͸Ͳι…‘‘
eixo y, no sentido indicado no desenho. Após a colisão
movimentam-se juntos em outro piso, só que agora
rugoso, com coeficiente de atrito cinético μC = 0,1,
conforme o desenho [...]. (DEPOIS DA COLISÃO)
O conjunto dos blocos A e B, agora unidos, percorreu até parar a distância de:
Dados:
aceleração da gravidade g = 10 m/s2
3 1
•‡͸Ͳια ‡…‘•͸Ͳια
2 2
a) 0,200 m b) 0,340 m c) Ͳǡ͸ͷͲ Xd) Ͳǡͺ͹ͷ e) ͲǡͻͷͲ
Dados: Decomposição da velocidade no bloco B: 2
⎛ 3⎞
μC = 0,1 v’2 = v ’2x + v ’2y ⇒ v’2 = ⎜ + 12 =
mA = 1 kg mB = 1 kg 3 ⎜ 2 ⎟⎟
vA = 1 m/s vB = 2 m/s g = 10 m/s2
vBx = vB · sen 60° = 2 · = 3 m/s ⎝ ⎠
2 3 7
1 + 1 ⇒ v’2 = m/s
A figura mostra a decomposição do vetor vBy = vB · cos 60° = 2 · = 1 m/s 4 4
velocidade após a colisão: 2
Utilizando o teorema da energia cinética,
Conservação da quantidade de movimento no obtemos a distância d percorrida após a
B A
eixo x: colisão:
vBx
Qantes (x) = Qdepois (x) ⇒ mB · vBx = (mA + mB) · vx’ τFr = ΔEC
vBy 60° vA
3 FAt · Δs · cos 180° = EC final – EC inicial
60°
1 · 3 = (1 + 1) · vx’ ⇒ vx’ = m/s
2
–μC · (mA + mB) · g · d = 0 –
(mA + mB ) v’2
Conservação da quantidade de movimento no
A+B 2
vx’ eixo y:
(1 + 1) ⋅ ( 7 4 )
Qantes (y) = Qdepois (y) ⇒ 0,1 · (1 + 1) · 10 · d =
vy’ v’ mB · vBy + mA · vAy = (mA + mB) · vy’ 2
7
1 · 1 + 1 · 1 = (1 + 1) · vy’ ⇒ vy’ = 1 m/s 0,1 · 10 · d =
8
Para determinar v’, basta aplicar o teorema de d = 0,875 m
Pitágoras:
23. (AMAN – SP) Dois caminhões de massa m1 = 2,0 ton e m2 = 4,0 ton, com
velocidades v1 = 30 m/s e v2 = 20 m/s, respectivamente, e trajetórias
perpendiculares entre si, colidem em um cruzamento no ponto G e
passam a se movimentar unidos até o ponto H, conforme a figura ao
lado. Considerando o choque perfeitamente inelástico, o módulo da
velocidade dos veículos imediatamente após a colisão é:
FIS

a) 30 km/h Xc) ͸ͲȀŠ e) ͹ͷȀŠ


b) 40 km/h d) 70 km/h
A figura a seguir mostra o vetor quantidade de movimento após a colisão (Qf):

Q1 Dados: Qf = 100 · 103 kg · m/s


m1 = 2 ton = 2 000 kg v1 = 30 m/s Para determinar a velocidade, vamos escrever Qf da
m2 = 4 ton = 4 000 kg v2 = 20 m/s seguinte maneira:
Utilizando o método poligonal, vamos calcular o vetor Qf: Qf = m · v’ ⇒ 100 · 103 = (2 · 103 + 4 · 103) · v’
Q2 100
Q1 Qf = Q12 + Q22 = (m1 ⋅ v1 )2 + (m2 ⋅ v2 )2 v’ =
6
m/s

Qf = ( 2 000 ⋅ 30 )2 + ( 4 000 ⋅ 20 )2 Multiplicando por 3,6, temos:


v’ = 60 km/h
Qf = ( 60000 )2 + ( 80000 )2
48 • • FÍSICA

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