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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS -

ESTABILIDADE

AULA 02
DEFORMAÇÕES

• Quando uma força é aplicada a um corpo, tende a


mudar a forma e o tamanho dele.
• Essas mudanças são denominadas deformação e
podem ser perfeitamente visíveis ou praticamente
imperceptíveis sem o uso de equipamento para
fazer medições precisas.
DEFORMAÇÕES
• O alongamento ou a contração de um segmento de
reta por unidade de comprimento é denominado
deformação normal.
• A deformação normal é uma grandeza
adimensional, pois representa a relação entre dois
comprimentos.

∆𝒔′ − ∆𝒔 ∆𝒔′ = (𝟏 + 𝜺) ∙ ∆𝒔
𝜺𝒎é𝒅 =
∆𝒔
DEFORMAÇÕES
DEFORMAÇÕES
DEFORMAÇÕES
ELASTICIDADE
ELASTICIDADE
• Quando um corpo de prova de um material durante
um ensaio, por exemplo, de tração, é
descarregado, a deformação sofrida durante o
carregamento pode desaparecer parcial ou
totalmente.
• A propriedade do material, pela qual ele tende a
retornar à forma original é denominada
elasticidade.
ELASTICIDADE

Quando a barra volta totalmente à forma original,


ela é perfeitamente elástica, mas se não retornar ela
é parcialmente elástica e a deformação que fica é a
deformação permanente.
ELASTICIDADE
• Alguns materiais elásticos apresentam uma relação
essencialmente linear entre tensão e deformação.
• Tais materiais são chamados de linearmente
elásticos (aço). Outros são não linearmente elásticos
(borracha), como mostra a figura.
ELASTICIDADE
ELASTICIDADE
• Define-se limite elástico o ponto em que a tensão
induz uma deformação permanente.
• Para os aços essa tensão é equivalente a do limite
de proporcionalidade.
• Para a borracha o limite elástico pode continuar
muito além do limite de proporcionalidade.
TENSÃO
• As tensões que se desenvolvem entre as partículas
de um corpo são consequência dos esforços
internos desenvolvidos.
• Como os esforços são elementos vetoriais
(módulo, direção e sentido) a tensão como
consequência também o será.
TENSÃO
TENSÃO
• De uma forma simplificada, pode-se dizer que a
tensão é a força e a quantidade de material onde essa
força atua (Tensão e pressão tem o mesmo
significado).
• Adiante estão apresentados os dois tipos de tensões
que solicitam os materiais:
 As tensões normais são indicadas pela letra grega
σ (sigma)
 As tensões tangenciais são indicadas pela letra
grega τ (tau)
TENSÃO
TENSÃO
• De uma forma bem geral e simplista, podemos
resumir o conceito de tensão a uma fórmula:

𝑵
𝝈=
𝑨

• ou seja: tensão = força sobre área.


TENSÃO
• A resistência de um material é dada pela tensão máxima
que esse material resiste.
• Ou seja, quando se afirma que um determinado material
tem uma resistência X, na verdade estamos dizendo que a
tensão máxima que esse material é capaz de resistir é X.
• Isso quer dizer, de uma forma geral, que a tensão máxima
que um material é capaz de resistir é dada pela relação
entre a força máxima aplicada no material e a área em
que essa força é aplicada.
• A esse valor dão-se vários nomes: “tensão máxima”,
“tensão limite” ou mesmo “resistência do material”.
RESISTÊNCIA
• Um elemento estrutural pode ser levado à ruptura de
diversas maneiras, de modo que se podem distinguir
diversos tipos de resistência a serem oferecidas por
estes elementos.
→Resistência à tração: ocorre em tirantes, hastes de treliça,
pendurais, armaduras de concreto armado, etc.
→Resistência à compressão: ocorre em paredes, pilares, apoios,
fundações, etc.
→Resistência ao cisalhamento ou corte: ocorre no corte de chapas,
nos rebites, pinos, parafusos, nós de tesoura de telhados, etc.
→Resistência à flexão: ocorre em vigas, postes engastados, etc.
RESISTÊNCIA
→Resistência a flambagem: ocorre nos elementos solicitantes à
compressão e que apresentam seção transversal com dimensões
reduzidas quando comparadas com o comprimento, Por exemplo:
colunas, escoras, pilares, hastes e outros elementos estruturais com
cargas de compressão atuando paralelamente ao eixo longitudinal
da peça.
→Resistência à torção: ocorre com menor frequência em elementos
de construção. A torção produz um deslocamento angular de uma
seção transversal em relação à outra. A resistência à torção está
relacionada à resistência ao cisalhamento e ocorre em vigas com
cargas excêntricas, vigas curvas, eixos, parafusos, etc.
→Resistência composta: ocorre em elementos estruturais que são
submetidos simultaneamente por diversos tipos de solicitações.
TENSÃO
• As resistências dos materiais de construção são
determinadas por ensaios em Maquinas Universais de
Ensaios, obedecendo a procedimentos rotineiros, que são
padronizados pela ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas).
• Os valores obtidos variam de acordo com o material, de
material para material, e de acordo com o tipo de carga
aplicada.
• Em algumas estruturas como, por exemplo, pontes, deve-
se considerar, além da resistência estática a resistência do
material à fadiga, aplicando-se cargas variáveis,
alternadas e oscilantes.
TENSÃO
• Cada material tem sua própria resistência, ou suas
próprias tensões máximas ou limites.
• Só podemos comparar a resistência de dois materiais
comparando as máximas tensões que eles podem
resistir, ou em outras palavras, o quanto de força por
unidade de área eles suportam.
• Portanto, quando se quer saber se um material tem
condições de resistir aos esforços aplicados, calcula-
se a tensão que está sendo aplicada e compara-se com
as tensões máximas que o material resiste.
TENSÃO

Uma maneira de se conhecer o comportamento de cada material é


o de submeter um pedaço desse material a um ensaio de
laboratório, onde é aplicada uma força crescente e medida a
deformação do material. Esse ‘pedaço’ do material é denominado
“corpo de prova”, e o ensaio é denominado “ensaio de ruptura”
do corpo de prova.
LEI DE HOOKE

"As tensões desenvolvidas e suas deformações


específicas consequentes são proporcionais
enquanto não se ultrapassa o limite elástico do
material."
𝝈
=𝑬
𝜺
(𝑚𝑜𝑑. 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑖𝑛𝑎𝑙)
LEI DE HOOKE
LEI DE HOOKE
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
• Iniciando o ensaio observa-se que a mola se distende sob
a ação das cargas, e se medidos numericamente o valor da
carga e sua respectiva distensão tem-se:

𝑷𝟏 𝑷𝟐 𝑷𝒏
= =⋯= = 𝒌 (𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎)
𝒅𝟏 𝒅𝟐 𝒅𝒏

• Além disto, se o ensaio for interrompido durante esta fase,


a mola voltará a ter sua forma e seu comprimento inicial.
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
• Este comportamento caracteriza uma deformação elástica,
cujas propriedades são:
 deformações reversíveis
 proporcionalidade entre carga e deformação.
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
• Se aumentada a carga sobre esta mola, depois de um
limite terminaria a proporcionalidade entre carga e
deformação e apesar da tendência do corpo em assumir
sua forma original, sempre restariam as chamadas
Deformações Residuais.
• Considera-se então terminado o regime elástico e o corpo
passa a atuar em regime plástico.
• Note-se então que no regime plástico termina a
proporcionalidade e a reversibilidade das deformações.
• Aumentada ainda mais a carga, o próximo limite seria a
Ruptura.
MATERIAIS DÚCTEIS E MATERIAIS
FRÁGEIS

𝝈
=𝑬
𝜺
Lei de Hooke
MATERIAIS DÚCTEIS E MATERIAIS
FRÁGEIS

𝝈
=𝑬
𝜺
Lei de Hooke
MATERIAIS DÚCTEIS E MATERIAIS
FRÁGEIS

𝝈
=𝑬
𝜺
Lei de Hooke
MATERIAIS DÚCTEIS E MATERIAIS
FRÁGEIS

𝝈
=𝑬
𝜺
Lei de Hooke
MATERIAIS DÚCTEIS E MATERIAIS
FRÁGEIS

𝝈
=𝑬
𝜺
Lei de Hooke
MATERIAIS DÚCTEIS E MATERIAIS
FRÁGEIS

𝝈
=𝑬
𝜺
Lei de Hooke
COEFICIENTE DE SEGURANÇA
• Em termos gerais um projeto está sempre ligado ao
binômio economia x segurança.
• Deve-se adotar um índice que otimize este binômio.
• Diz-se também que mesmo sendo determinada em
laboratório a utilização da tensão limite em projetos é
arriscada, pois existem diversos fatores de incerteza.
• Em vista do que foi exposto adota-se o seguinte
critério:
 A tensão limite é reduzida dividindo-a pôr um número que
chamaremos de coeficiente de segurança (S).
 Para que este número reduza o módulo da tensão limite, ele
deve ser maior do que a unidade.
COEFICIENTE DE SEGURANÇA
• Então, para que haja segurança: 𝑺 ≥ 𝟏.
• As tensões assim reduzidas, que são as que realmente
podemos utilizar, são chamadas de TENSÕES
ADMISSÍVEIS ou TENSÕES DE SERVIÇO que para
serem diferenciadas das tensões limites são assinaladas
com uma barra (S).

𝝈𝒍𝒊𝒎
𝝈𝒂𝒅𝒎 =
𝑺
COEFICIENTE DE SEGURANÇA
• Pode-se resumir analiticamente o critério de segurança
conforme abaixo, para os diversos casos:
TENSÃO ADMISSÍVEL
• O dimensionamento é a determinação das
dimensões das peças.
• Para tanto é preciso fixar, para cada material, a
tensão máxima que pode ser atingida, mantendo
condições de segurança, quando da aplicação de
esforços.
• Esta tensão recebe o nome de tensão admissível
(𝝈𝒂𝒅𝒎 ou 𝝈).
TENSÃO ADMISSÍVEL
• A relação entre a tensão máxima que o material poderia
suportar e a tensão admissível é definida como coeficiente
de segurança (S):
𝝈𝒎𝒂𝒙 𝝈𝒎𝒂𝒙
𝑺= 𝝈
ou 𝝈= 𝑺

• O coeficiente de segurança deve cobrir as falhas


existentes nas suposições de cálculo; nas variações
involuntárias dos materiais e os excessos excepcionais das
cargas previstas.
TENSÃO ADMISSÍVEL
• O dimensionamento no caso de esforço axial de tração ou
de compressão é a determinação da área da seção
transversal (A) de modo que:

onde σ é a tensão atuante.


TENSÃO ADMISSÍVEL
• Quando se faz o dimensionamento de um elemento de uma
estrutura é realizada uma simulação do carregamento mais
desfavorável que pode agir sobre a estrutura, e para aquela
situação são calculados os esforços decorrentes que estarão
atuando naquele elemento.
• Se para aquela situação as tensões que solicitarem a seção
transversal do elemento forem inferiores às tensões máximas
que o material resiste, então as dimensões são suficientes.
• Entretanto, se as tensões superarem as tensões limites do
material, será necessário redimensionar o elemento,
aumentando suas dimensões para que a área aumente,
provocando a diminuição da tensão atuante, até que esta
resulte um valor inferior à tensão limite.
ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
• De acordo com a NBR 6118/14, estados limites últimos
são aqueles relacionados ao colapso, ou a qualquer outra
forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do
uso da estrutura.
• A segurança das estruturas de concreto deve sempre ser
verificada em relação aos seguintes estados limites
últimos:
 Estado limite último da perda do equilíbrio da estrutura,
admitida como corpo rígido;
 Estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, no seu todo ou em parte, devido às solicitações
normais e tangenciais;
ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
 Estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, no seu todo ou em parte, considerando os efeitos de
segunda ordem;
 Estado limite último provocado por solicitações dinâmicas;
 Casos especiais.
ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
• Já os estados limites de serviço são aqueles que
correspondem à impossibilidade do uso normal da
estrutura, estando relacionados à durabilidade das
estruturas, aparência, conforto do usuário e a boa
utilização funcional da mesma, seja em relação aos
usuários, seja às maquinas e aos equipamentos utilizados.
Podem se originar de uma das seguintes causas:
 Estado limite de formação de fissuras;
 Estado limite de abertura de fissuras;
 Estado limite de deformações excessivas;
 Estado limite de vibrações excessivas;
 Casos especiais.
TENSÕES NORMAIS
• Esforço normal é a resultante das forças que atuam na
direção normal ao plano da seção, sobre o eixo centroidal
da estrutura.
• O esforço normal será positivo se estiver saindo do plano
da seção. Neste caso é chamado de esforço de tração.
• O esforço normal será negativo se estiver entrando no
plano da seção. Neste caso será chamado de esforço de
compressão.
TENSÕES NORMAIS
TENSÕES NORMAIS
• Quando as estruturas estão sob a ação de esforços
normais, devemos consideras as seguintes hipóteses:
 O eixo da barra inicialmente reto permanece reto após a
deformação;
 A seção transversal inicialmente plana permanece plana após a
deformação;
 A força normal está aplicada no centroide da seção;
 O material é elástico, homogêneo e isotrópico.
TENSÕES NORMAIS
• E, como consequência, teremos que:
 a deformação da seção será uniforme;
 a tensão normal na seção será uniforme.
• Para que as estruturas possam resistir aos carregamentos a elas
impostos, devemos levar em consideração as condições abaixo:
TENSÕES NORMAIS E TANGENCIAIS

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