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Olá Aluno e aluna, seja bem-vindo a matéria de Resistência dos

Materiais!!!!!

A origem da resistência dos materiais remonta ao início do século XVII,


época em que Galileu realizou experiências para estudar os efeitos de
cargas em hastes e vigas feitas de vários materiais. No entanto, para a
compreensão adequada dos fenômenos envolvidos, foi necessário
estabelecer descrições experimentais precisas das propriedades
mecânicas de materiais. Os métodos para tais descrições foram
consideravelmente melhorados no início do século XVIII. Na época,
estudos foram realizados, principalmente na França, baseados em
aplicações da mecânica a corpos materiais, denominando-se o estudo
de Resistência dos Materiais. Atualmente, no entanto, refere-se a esses
estudos como mecânica dos corpos deformáveis ou simplesmente
mecânica dos materiais (HIBBELER, 2004)

Quer saber mais sobre o assunto? Entenda agora em detalhes. Boa


leitura e Bons estudos!!!
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os
seguintes aprendizados:

● Conhecer os conceitos de Resistência dos Materiais;


● Entender a respeito das características e especificações das
atividades correlatas para melhor atendimento da aplicação,
cálculo e especificação.

Esta unidade foi elaborada de modo a cumprir os seguintes objetivos:

● Ser um texto em que a ordem de apresentação dos assuntos seja


sequencialmente lógica;
● Induzir a utilização dos recursos computacionais
contemporâneos;
● Ser um texto introdutório, sem as preocupações de apresentação
exaustiva das diversas metodologias existentes e de excessivo
formalismo matemático;
● Ser um texto no qual os conceitos e métodos são apresentados
como instrumentos de análise de projetos e ações.
Engenheiro e Mestre em Gestão e Coordenação de Projetos,
Especialista em Engenharia Ambiental e segurança do trabalho, com
atuação em diversas áreas na área industrial, Saneamento, Drenagens
e Edificações a mais de 13 anos. Participou na execução e coordenação
de projetos para diversas cidades de Minas Gerais tanto para o setor
público quanto privado. Leciona diversas matérias e orienta TCC em
Instituições de ensino superior de Minas Gerais e do Brasil nos cursos
de Graduação. Trabalhou na Diretoria de Projetos da SUDECAP de Belo
Horizonte e atualmente é Coordenador Técnico de projetos/obras de
saneamento e infraestrutura da Agência Delegatária Peixe Vivo.
PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DOS EFEITOS

A superposição dos efeitos é geralmente utilizada para determinar a


tensão ou deslocamento em determinado ponto do corpo, quando
esse está submetido a um carregamento complexo. O carregamento
complexo é subdividido em carregamentos mais simples, mas que
juntos mantém o mesmo efeitos do original, e para se determinar a
tensão ou o deslocamento resultante no ponto, é preciso encontrar
primeiro as tensões ou deslocamentos provocados pelas cargas ou
componentes individuais que atuam separadamente sobre o corpo. A
tensão ou deslocamento resultante são, então, determinados
somando-se algebricamente as contribuições provocadas pelas
componentes individuais.

Figura 1.1: Ilustração da Superposição dos efeitos.

A superposição dos efeitos é válida somente se as condições a seguir


forem satisfeitas:
● A carga complexa deve ser linearmente relacionada à tensão e ao
deslocamento a ser determinado.
● A carga complexa não deve mudar significativamente a geometria
ou a configuração original do corpo.
Basicamente, para a aplicação da superposição dos efeitos o material
deve se manter no regime elástico linear do diagrama tensão
deformação, ou seja, possuir valores de tensões e deformações
abaixo do limite de proporcionalidade, além de possuírem pequenos
deslocamentos, se comparados com as dimensões do corpo.

PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT

O princípio de Saint Venant, observado pela primeira vez pelo


cientista francês Barré de Saint-Venant em 1855, nos diz que a
tensão e a deformação produzidas em pontos do corpo
suficientemente distantes da região da aplicação da carga serão as
mesmas produzidas por quaisquer cargas aplicadas que tenham a
mesma resultante, estaticamente equivalente, e que sejam aplicadas
na mesma região do corpo.

Considere como uma barra retangular deforma elasticamente


quando submetida a uma força F aplicada ao longo de seu eixo
geométrico, conforme Figura 1.2. No caso, a barra está fixada
rigidamente em uma das extremidades e a força é aplicada por meio
de um furo na outra extremidade.
Figura 1.2: Ilustração do Princípio de Saint Venant.

Devido ao carregamento, a barra deforma-se como indicado pelas


distorções das retas horizontais e verticais nela desenhadas.
Observa-se que deformações localizadas ocorrem nas extremidades,
diminuindo a medida que se observa mais o centro da barra até
tornarem-se iguais.

Como a deformação está relacionada a tensão no interior da barra,


pode-se dizer que a tensão distribui-se mais uniforme ao longo da
área da secção transversal se o corte for feito longe do ponto em que
a carga externa foi aplicada ou dos apoios (observe as secções a-a,
b-b e c-c).

Como regra geral, que se aplica também a muitos outros casos de


carregamento e geometria do corpo, considera- se que a distância
para a homogeneização das tensões seja pelo menos igual à maior
dimensão da secção transversal sob carga. Então, no caso da barra
da Figura 1.2, a secção c-c deve estar localizada a uma distância pelo
menos igual à largura da barra.

No entanto, essa regra não se aplica a todo e qualquer tipo de corpo


sólido e qualquer carregamento. Por exemplo, paredes finas quando
submetidas a cargas que provoquem grandes deflexões, podem criar
tensões e deformações localizadas que exercem influência a uma
considerável distância do ponto de aplicação de carga.

ESTADO UNIAXIAL DE TENSÕES - MÉTODOS


BÁSICOSDE ANÁLISE ESTRUTURAL

São métodos simples e clássicos na literatura nos quais baseia-se em


um valor limite para uma tensão, deslocamento ou carga de colapso
definida para certo tipo de material, e então verifica-se se todos os
pontos da peça estrutural em análise respeitam esse limite. São
métodos utilizados no dimensionamento de elementos estruturais.

Análise baseado nas tensões:

𝜎 ≤ 𝜎̅

Na qual σ é a tensão de serviço (tensão calculada no elemento


estrutural) e 𝜎̅ é a tensão admissível para o material do elemento
em questão.

Análise baseada nos deslocamentos:


𝛿 ≤ 𝛿̅

Na qual δ é o deslocamento do elemento estrutural e 𝜎̅ é o


deslocamento admissível para o elemento em questão.

Análise baseada na carga de colapso:

F ≤ Fr

Na qual F é a carga de serviço no elemento estrutural e Fr é o


deslocamento admissível para o elemento em questão.

Essa metodologia básica é utilizada para verificações rápidas e


pequenos dimensionamentos. Na atualidade, peças estruturais são
dimensionadas de acordo com o Estado Limite Último.

TENSÃO ADMISSÍVEL

A tensão admissível para certo material é determinada em função de


uma constante conhecida como fator de segurança. Esse fator é
responsável por reduzir o valor da tensão determinada
experimentalmente como tensão limite para o material em questão.
Essa tensão pode ser definida como a tensão do limite de
proporcionalidade, do limite elástico e às vezes até como a tensão de
ruptura. Normalmente, as estruturas são calculadas para trabalhar
dentro do regime elástico linear, ou seja, a tensão limite é definida
como a tensão do limite de proporcionalidade.

O coeficiente de segurança é adotado para englobar fatores externos


que possam ocorrer na estrutura e que não foram preditos no
dimensionamento estrutural. Entre esses fatores que influenciam o
valor do coeficiente de segurança, pode-se citar:
● Probabilidades de erros na avaliação de cargas;
● Imperfeições na execução da peça;
● Variação das propriedades mecânicas do material;
● Imperfeições no cálculo devido às hipóteses simplificadoras;
● Tipo de carregamento: carga estática, dinâmica, choque, etc.;
● Número de repetições da aplicação das cargas (fadiga);
● Tipo de ruptura (dúctil ou frágil);
● Importância de determinada peça para a integridade da
estrutura.

Sendo s o fator de segurança definido para certa estrutura em


análise, a tensão admissível 𝜎̅ para o material dessa estrutura
pode ser definida como:

Sendo 𝜎L a tensão limite.

Usualmente o fator de segurança para uma estrutura metálica é


adotado como 1,15 e para uma estrutura de concreto de 1,4. O fator
de segurança para o concreto é maior que do aço pelas incertezas que
o material impõe dadas as suas características heterogêneas e
anisotrópicas.
TENSÕES PROVOCADAS PELO EFEITO DA
TEMPERATURA
Uma mudança de temperatura, tanto no ambiente como externa
(fogo), podem provocar alterações nas dimensões de um elemento
estrutural em função do seu material. Em geral, se a temperatura
aumenta, o material se expande, se diminui, contrai. Normalmente, a
expansão ou contração está linearmente relacionada ao aumento ou
diminuição da temperatura. Se esse for o caso e o material for
homogêneo e isotrópico, ou puder ser aproximado a essas
características, então o deslocamento 𝛿T, expansão ou contração, de
um elemento estrutural de comprimento L é determinada pela
seguinte equação:

Onde α é uma propriedade do material desse elemento estrutural


conhecida como coeficiente linear de dilatação térmica. Sua unidade
de medida é a deformação específica por grau de temperatura (1/ºC), e
para o aço, por exemplo, o seu valor é de aproximadamente 12,0 10−6
(C°)−1. ∆T é a variação da temperatura, diferença entre a temperatura
final e a inicial.

Caso a mudança da temperatura varie em todo o comprimento do


elemento, ou seja, ∆T = ∆T(x), ou se α variar ao longo do comprimento
do elemento, então a Equação acima aplica-se a cada segmento
infinitesimal do elemento estrutural dx.
A mudança de comprimento em um elemento estrutural
estaticamente determinado é calculada prontamente por qualquer
equação citada anteriormente (duas últimas), uma vez que o elemento
possui liberdade para se expandir ou contrair.

No entanto, em um elemento estaticamente indeterminado, esses


deslocamentos térmicos são limitados pelos apoios, o que produz
tensões térmicas que devem ser consideradas no projeto.

REVISÃO MECÂNICA

A Mecânica é uma ciência física aplicada que trata dos estudos das
forças e dos movimentos. A Mecânica descreve e prediz as condições
de repouso ou movimento de corpos sob a ação de forças.

A finalidade da Mecânica é explicar e prever fenómenos físicos,


fornecendo, assim, os fundamentos para as aplicações da Engenharia.

A Mecânica é subdividida em três grandes ramos: Mecânica dos


Corpos Rígidos, Mecânica dos Corpos Deformáveis e Mecânica dos
Fluídos, como indicado abaixo.
Mecânica dos corpos rígidos: é subdividida em Estática, Cinemática e
Dinâmica. A Estática se refere aos corpos em repouso e estuda as
forças em equilíbrio, independentemente do movimento por elas
produzido. Na Estática, os corpos analisados são considerados rígidos,
consequentemente, os resultados obtidos independem das
propriedades do material.
A Cinemática estuda os movimentos em si e as leis que os regem:
● movimento uniforme – móvel percorrendo espaços iguais em
tempos iguais para quaisquer trechos de trajetória;
● movimento uniformemente variado – a velocidade do móvel
varia de valores iguais em tempos iguais. Se houver
crescimento da velocidade, o movimento será uniformemente
acelerado; se houver decréscimo, o movimento será
uniformemente retardado;
● movimentos de rotação.

A Dinâmica estuda a relação entre o movimento e a causa que o

produz (força).

Mecânica dos corpos deformáveis: as estruturas e as máquinas nunca


são absolutamente rígidas, deformando-se sob a ação das cargas a
que estão submetidas. Estas deformações são geralmente pequenas e
não alteram apreciavelmente as condições de equilíbrio ou de
movimento da estrutura considerada.

No entanto, essas deformações terão importância quando houver


riscos de ruptura do material. A Mecânica dos corpos deformáveis é
estudada pela Resistência dos Materiais, Mecânica dos Materiais ou
Mecânica dos Sólidos, como também são conhecidas.
O estudo dos corpos deformáveis resume-se na determinação da
resistência mecânica, da rigidez e da estabilidade de elementos
estruturais.

Mecânica dos fluídos: A Mecânica dos Fluídos é subdividida no estudo


dos fluidos incompressíveis (líquidos) e fluidos compressíveis (gases).
Uma importante subdivisão do estudo de fluidos incompressíveis é a
hidráulica.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Os conceitos fundamentais da Mecânica baseiam-se na Mecânica


Newtoniana:

● espaço: o conceito de espaço é associado à noção de


posição de um ponto material, o qual pode ser definido
por três comprimentos, medidos a partir de um certo
ponto de referência, ou de origem, segundo três direções
dadas. Estes comprimentos são conhecidos como as
coordenadas do ponto;
● tempo: para se definir um evento não é suficiente definir
sua posição no espaço. O tempo ou instante em que o
evento ocorre também deve ser dado;
● força: a força representa a ação de um corpo sobre
outro; é a causa que tende a produzir movimento ou a
modificá-lo. A força é caracterizada pelo seu ponto de
aplicação, sua intensidade, direção e sentido; uma força é
representada por um vetor;

SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES

O Sistema Internacional de Unidades (SI) é subdividido em unidades


básicas e unidades derivadas.

As unidades básicas são: metro (m), quilograma (kg) e segundo (s). As


unidades derivadas são, entre outras, força, trabalho, pressão, etc.

As unidades do SI formam um sistema absoluto de unidades. Isto


significa que as três unidades básicas escolhidas são independentes
dos locais onde são feitas as medições.
● A força é medida em Newton (N) que é definido como a força
que imprime a aceleração de 1 m/s2 à massa de 1 kg. A partir da
Equação F=m.a (segunda Lei de Newton), escreve-se: 1 N = 1 kg X
1 m/s2.
● As medidas estáticas de forças são efetuadas por meio de
instrumentos chamados dinamômetros.
● O peso de um corpo também é uma força e é expresso em
Newton (N). Da Equação P=m.g (terceira Lei de Newton ou Lei da
Gravitação) segue-se que o peso de um corpo de massa 1 kg é =
(1 kg)X(9,81 m/s2) = 9,81 N, onde g=9,81m/s2 é a aceleração da
gravidade.

● A pressão é medida no SI em Pascal (Pa) que é definido como a


pressão exercida por uma força de 1 Newton uniformemente
distribuída sobre uma superfície plana de 1 metro quadrado de
área, perpendicular à direção da Pa = N/m2, Pascal é também
unidade de tensões normais (compressão ou tração) ou tensões
tangenciais (cisalhamento).

Tabela de Múltiplos e submúltiplos


Tabela de Conversão de Unidades

TRIGONOMETRIA
Para o estudo da Mecânica necessitam-se dos conceitos fundamentais
da trigonometria.

A palavra trigonometria significa medida dos três ângulos de um


triângulo e determina um ramo da matemática que estuda as relações
entre as medidas dos lados e dos ângulos de um triângulo.
Círculo e Funções Trigonométricas

TRIÂNGULO RETÂNGULO
No triângulo retângulo, os catetos são os lados que formam o ângulo
de 90º. A hipotenusa é o lado oposto ao ângulo de 90º e é determinada
pela relação: a2 = b2 + c2.
Relações trigonométricas

Relação fundamental da trigonometria: sen2 x + cos2 x = 1

Razões Trigonométricas Especiais


TRIÂNGULO QUALQUER

ALFABETO GREGO
Os problemas usuais em engenharia são definidos por
formulações matemáticas, as quais, usualmente, utilizam letras
do alfabeto grego. É, pois, necessário, seu conhecimento para as
práticas comuns da Engenharia.
TEORIA DA FLEXÃO OBLÍQUA
Introdução
O estudo da teoria da flexão de vigas realizado no curso de Resistência
dos Materiais I restringe-se ao caso da denominada flexão reta,
caracterizada pelo fato de o carregamento agir num plano -
denominado plano de solicitação (PS) - que coincide com um dos eixos
principais de inércia da secção transversal. Assim, denominamos eixo
de solicitação (ss), a direção na qual incide o carregamento (força) e
temos que o vetor momento fletor atuante (M ) na secção é
perpendicular a ss. Sobre a linha de atuação do vetor momento fletor
M , está a linha neutra (LN ou nn) desta flexão reta, que é definida pelo
lugar geométrico dos pontos da secção onde a tensão normal é nula.

Nas Figs. 1.1 e 1.2 ilustramos as duas possíveis ocorrências de flexão


reta em secções retangulares com carregamentos em um plano
vertical (Fig. 1.1) ou em um plano horizontal (Fig. 1.2).
Figura 1.1: Viga retangular em flexão reta - Plano de Solicitação vertical

Para secções T e U constatamos, também, duas possibilidades de


ocorrência de flexão reta, conforme ilustram as Figs. 1.3 a 1.5.

Observa-se, nos casos mostrados anteriormente, que o plano em que


ocorre a flexão é o mesmo do plano de solicitação. Além disso, nn
ss, já que estes são os eixos principais de inércia da secção. Por
ocorrer em secções com algum eixo de simetria, esta flexão é também
designada por alguns autores como flexão simétrica.

Ainda como último exemplo, apresentamos o caso de uma viga de


secção de abas iguais, com plano de solicitação cortando a secção
segundo um dos eixos principais de inércia da secção (Fig. 1.6).

As Figs. 1.7 e 1.8 mostram que, dependendo do plano de solicitação,


mesmo secções com dois eixos de simetria (como no caso de secções
retangulares) estarão submetidas a um tipo de flexão diferente da
descrita anteriormente. Assim, por contraposição, este tipo de flexão é
denominado de flexão assimétrica, oblíqua ou desviada.
Nestes casos, a linha neutra nn não é perpendicular ao eixo de
solicitação ss. Assim, a resolução dos problemas de verificação de
tensões ou de determinação de máxima carga portante nos obriga a
determinar a posição da linha neutra (nn) a partir do conhecimento da
posição do eixo de solicitação (ss), que é dado pelo carregamento.
Além dos casos de ocorrência exemplificados abaixo em vigas, é
importante mencionar o caso de pilares de pórticos espaciais que são
frequentemente solicitados por flexão oblíqua combinada com esforço
normal, além de peças componentes de estruturas de telhados.

Figura 1.2: Viga retangular em flexão reta - Plano de Solicitação horizontal

Figura 1.3: Viga T em flexão reta - Plano de Solicitação vertical


Figura 1.4: Viga T em flexão reta - Plano de Solicitação horizontal

Figura 1.5: a) Viga U com ss - vertical; b) Viga U com ss - horizontal

CARACTERIZAÇÃO DA FLEXÃO OBLÍQUA

Figura 1.6: Viga cantoneira com abas iguais em flexão reta


Figura 1.7: Viga retangular em flexão oblíqua - Plano de Solicitação inclinado

Figura 1.8: Viga T submetida à flexão oblíqua

CARACTERIZAÇÃO DA FLEXÃO OBLÍQUA


A flexão oblíqua caracteriza-se quando a redução do sistema de forças
de um lado da secção fornecer:

onde, na Eq. 1.2, y e z são os eixos principais de inércia da secção


considerada e N, Q e Mt são, respectivamente, os esforços normal,
cortante e torsor.
CARACTERIZAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES E DAS TENSÕES NA FLEXÃO
OBLÍQUA
De modo similar ao que ocorre na flexão reta, assumimos, também, no
caso da flexão oblíqua, que as secções transversais, após as
deformações, permanecem planas e normais ao eixo longitudinal
deformado da peça. As secções giram em torno de um eixo
denominado eixo neutro ou linha neutra (nn), não sendo o plano de
solicitação o plano de flexão, como ocorre na flexão reta. O eixo da
peça, após a deformação, é a linha elástica da flexão.

O eixo de solicitação (ss) é formado pela intersecção do plano de


solicitação (PS) com o plano da secção zy, onde z e y são os eixos
coordenados. Este eixo passa pelo centroide G da serão. O vetor
momento fletor total M atuante na secção sempre é perpendicular a
ss. No caso da flexão oblíqua, o eixo de solicitação não coincide com
nenhum eixo principal de inércia da secção.

Figura 1.9: Deformações na flexão oblíqua similares a flexão reta


Da Fig. 1.9, definimos:

● u - distância de um ponto genérico à linha neutra (nn);

● dφ - giro (rotação) relativo entre duas secções separadas de


dx;

● δdx - alongamento sofrido pela fibra de comprimento dx cuja


posição é definida por suas coordenadas u e v; ρ - raio de
curvatura do trecho de viga de comprimento dx após a
deformação.

A seguinte relação, já vista na flexão reta, é também válida para a flexão


oblíqua, isto é:

Pela Lei de Hooke, tem-se:

O momento fletor Mn em relação à linha neutra pode ser calculado


como sendo a integral dos elementos de força infinitesimais em cada
elemento da área da secção, multiplicados pelas distâncias u,
previamente definidas. Assim, tem-se:
onde consideramos E e ρ constantes na secção,

Mas como:

Temos então que:

E, consequentemente:

Da equação acima, constatamos que σx é linear em relação a u, uma vez


que Mn e In são constantes na secção.
Para a Engenharia Civil, o estudo e conhecimento da resistência dos
materiais é imprescindível, sendo o pré-requisito para a análise de
estruturas em geral tais como, estruturas de concreto armado, concreto
protendido, estruturas em aço, em madeira, alvenaria estrutural dentre
outros.

A resistência dos materiais é portanto, a base, que propicia a seleção dos


sistemas estruturais, dos materiais de construção, proporções e
dimensões dos elementos de uma dada estrutura, para que estas
possam cumprir suas finalidades dentro de uma margem de segurança,
com confiabilidade e durabilidade.

Propicia também a obtenção de estruturas otimizadas, através do uso


racional do material e consequentemente economia da estrutura, sendo
o principal objetivo do engenheiro, projetar estruturas econômicas e
seguras.
Procure estudar bastante o conteúdo desta matéria e ficar atento a
diversas notícias veiculadas em mídias sociais, jornalismo,
rádiotelecomunicação entre outros, a respeito da mesma. O conhecimento
deste tema é de suma importância na correta aplicação dos métodos e
procesoss nas áreas de atuações, indispensáveis ao planejamento, projeto
e operação das atividades.
1) O coeficiente de segurança é adotado para englobar fatores externos
que possam ocorrer na estrutura e que não foram preditos no
dimensionamento estrutural. Entre esses fatores que influenciam o valor
do coeficiente de segurança, pode-se citar:

a) Imperfeições na execução da peça;


b) Variação das propriedades mecânicas do material;
c) Imperfeições no cálculo devido às hipóteses simplificadoras;
d) Número de repetições da aplicação das cargas (fadiga);
e) Todas as alternativas acima.
2) A Mecânica é uma ciência física aplicada que trata dos estudos das
forças e dos movimentos. A Mecânica descreve e prediz as condições de
repouso ou movimento de corpos sob a ação de forças.
A finalidade da Mecânica é explicar e prever fenómenos físicos,
fornecendo, assim, os fundamentos para as aplicações da Engenharia. A
Mecânica é subdividida em três grandes ramos:
a) Mecânica dos Corpos Rígidos, Mecânica dos Corpos
indeformáveis e Mecânica dos Fluídos;
b) Mecânica dos Corpos frágeis, Mecânica dos Corpos
Deformáveis e Mecânica dos Fluídos;
c) Mecânica dos Corpos Rígidos, Mecânica dos Corpos
Deformáveis e Mecânica dos Sólidos;
d) Mecânica dos Corpos Rígidos, Mecânica dos Corpos
Deformáveis e Química dos Fluídos;
e) Mecânica dos Corpos Rígidos, Mecânica Deformável e Mecânica
dos Fluxos;
3) A figura abaixo representa um avião que decolou sob um ângulo
constante de 40º e percorreu em linha reta 8000 m. Nesta situação, qual a
altura que se encontrava o avião ao percorrer essa distância?

Considere:

sen 40º = 0,64


cos 40º = 0,77
tg 40º = 0,84

a) 5500 m;
b) 5120 m;
c) 2000 m;
d) 8500 m;
e) Ele não decolou, está parado no solo.
4) Para uma feira de ciências um grupo de estudantes resolveu construir
uma maquete de uma casa, conforme esquema abaixo. O telhado será
feito com uma placa de isopor de 1m de comprimento, que será dividida
ao meio para fazer as duas partes do telhado. Sabendo que o telhado será
feito segundo um ângulo de 55º, calcule a medida x da largura casa.

a) 0,35 m;
b) 0,75 m;
c) 0,85 m;
d) 0,57 m;
e) 0,99 m.
5) Um engenheiro foi contratado para calcular a altura de um prédio sem
subir nele. A uma distância de 40 metros, constatou-se que era possível
construir o seguinte triângulo retângulo:
Podemos afirmar que a altura do prédio é de, aproximadamente:
(Dados: use √3 = 1,7)

a) 20 m;

b) 21,5 m;

c) 22,7 m;

d) 23 m;

e) 23,8 m.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as


sugestões do professor.

● Sugestão de artigos, trabalhos acadêmicos e sites interessantes.

https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/viewFile/2413/pdf#:~:te
xt=O%20Princ%C3%ADpio%20de%20Saint%2DVenant%20estabelece%20q
ue%20nas%20regi%C3%B5es%20localizadas,tens%C3%A3o%20(HORGAN
%2C%201989). - Princípio de Saint Venant

https://organizacaotc.files.wordpress.com/2014/04/texto-071.pdf – Flexão
na Resistência dos Materiais

https://wp.ufpel.edu.br/alinepaliga/files/2014/08/Flex%C3%A3o.pdf –
Exemplos de dimensionamento na Flexão.

https://www.politecnica.pucrs.br/professores/mregina/ENGENHARIA_-_Resi
stencia_dos_Materiais_I/resistencia_i_em_apostila_2007.pdf – Resistência
dos Materiais
● Playlist Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=FYoqogAtfGk – Caracterização da flexão


oblíqua

https://www.youtube.com/watch?v=thXxj0G_Tow - O QUE É FLEXÃO?


ENTENDA AS DIFERENÇAS ENTRE FLEXÃO NORMAL, FLEXÃO OBLÍQUA E
FLEXÃO COMPOSTA

https://www.youtube.com/watch?v=4jjHM4voZ-g - Princípio de Saint Venant


e Deformações - Resistência dos Materiais
BEER, F. P. et al. Estática e mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH,
2013.

BEER, F. P.; JOHNSTON, J. E. R.; Resistencia dos materiais. 3. ed. São Paulo:
Pearson Makron Books. 1995.

BEER, F. P; JOHNSTON JR, E. R.; Resistência dos materiais. São Paulo:


Pearson, 1995.

BEER, F. P; JOHNSTON JR, E. R.; DEWOLF, J. T.; MATUZAREK, D. F.


Mechanics of materials. McGraw-Hill. New York: Sixth Edition, 2012.

BEER, F. P; JOHNSTON JR, E. R.; DEWOLF, J. T.; MATUZAREK, D. F. Estática e


mecânica dos materiais. AMGH. Porto Alegre: 2013.

BUFFONI, S. S. O. Vasos de pressão. Universidade Federal Fluminense.


2017. Disponível em:
http://www.professores.uff.br/salete/wp-content/uploads/
sites/111/2017/08/aula15.pdf. Acesso em: 27 jan. 2019.

GERE, J. M. Mecânica dos materiais. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,


2003.

GOMES, J. F. S. Capítulo VII – Deflexão de vigas isostáticas. Porto: FEUP,


2009. HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. Pearson, 2009.
MARTHA, L. F. Aula 4. In: Introdução à análise de estruturas. Notas de aula.
PUC-Rio. 2004. Disponível em:
http://webserver2.tecgraf.puc-rio.br/ftp_pub/lfm/ civ1112-aula04.pdf.
Acesso em: 13 fev. 2019.
1- Resposta: Letra e
2- Resposta: Letra a
3- Resposta: Letra b.
4- Resposta: Letra d
5- Resposta: Letra c

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