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RESISTÊNCIA I

CP 03 – PROPRIEDADES
MECANICAS DOS MATERIAIS
OBJETIVOS
• Mostrar como a tensão se relacionar com a deformação por
meio de métodos experimentais (diagrama tensão-
deformação);
• Discutir, por meio do diagrama tensão-deformação, o
comportamento de materiais comumente utilizados na
engenharia;
• Discutir propriedades mecânicas e outros ensaios
relacionadas com o desenvolvimento da resistência dos
materiais.

2
CONTEUDO:
1. O ensaio de tração e compressão

2. O diagrama tensão-deformação

3. Comportamento da tensão-deformação de materiais


dúcteis e frágeis

4. Lei de Hooke

5. Energia de deformação

6. Coeficiente de Poisson

7. Diagrama tensão-deformação de cisalhamento


3
O ENSAIO DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO
A resistência de um material depende de sua
capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva
ou ruptura. Essa propriedade é inerente ao próprio material e
deve ser determinada por métodos experimentais. Um dos
testes mais importantes nesses casos é o ensaio de tração ou
compressão.
Através deste teste é possível determinar muitas
propriedades mecânicas. No entanto, sua principal utilização é
para determinar a relação entre a tensão normal média e a
deformação normal média em muitos materiais usados na
engenharia, como metais, cerâmicas, polímeros e compósitos.

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COMO É REALIZADO O ENSAIO DE
TRAÇÃO E COMPRESSÃO
• Prepara-se um corpo de prova do material com forma e
tamanho “padronizados”.
• Antes do teste, duas pequenas marcas localizadas longe das
extremidades são identificadas ao longo do comprimento do
corpo de prova.
• São medidas a área da seção transversal do material 𝐴!, e o
comprimento de referência 𝐿!.

Corpo de prova
utilizado no ensaio de à
tração de um metal
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COMO É REALIZADO O ENSAIO DE
TRAÇÃO E COMPRESSÃO
• Para aplicar uma carga axial sem provocar flexão, as
extremidades normalmente são encaixadas em juntas
universais.
• Uma máquina de teste é utilizada para alongar o corpo de
prova a uma taxa muito lenta e constante, até ele atingir o
ponto de ruptura.

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COMO É REALIZADO O ENSAIO DE
TRAÇÃO E COMPRESSÃO

7
DEFORMAÇÃO
COMO É REALIZADO O ENSAIO DE
TRAÇÃO E COMPRESSÃO

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COMO É REALIZADO O ENSAIO DE
TRAÇÃO E COMPRESSÃO
Como é feito o cálculo do alongamento (δ):
• Pelo mostrador da máquina ou
• Por meio de um despositivo mecânico ou ótico denominado
extensômetro.
• δ é usado para calcular a deformação normal média no
corpo de prova.

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COMO É REALIZADO O ENSAIO DE
TRAÇÃO E COMPRESSÃO
Outra forma de calcular a deformação média:
• É possível ler a deformação diretamente por meio de um
extensômetro de resistência elétrica como mostrado na
figura:

baseia-se na variação da
resistência elétrica em um
arame muito fino ou
lâmina delgada de metal
sob deformação
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O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
• Pelos dados obtidos em um ensaio de tração ou compressão,
é possível calcular vários valores da tensão e da deformação
correspondentes no corpo de prova e, então, construir um
gráfico com esses resultados.

• O gráfico resultante é denomindado diagrama tensão-


deformação e, normalmente, pode ser descrito de duas
maneiras:
ü Diagrama tensão-deformação convencional e
ü Diagrama tensão-deformação real.

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O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Diagrama tensão-deformação convencional (engenharia)
Utilizando os dados registrados (P e δ) podemos
determinar a tensão nominal, ou tensão de engenharia:
𝑃
𝜎=
𝐴!

Da mesma maneira podemos determinar a deformação


norminal, ou deformação de engenharia:
𝛿
𝜖=
𝐿!

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O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Diagrama tensão-deformação convencional (engenharia)
𝜎 (ordenada) e 𝜖 (abscissa) são marcados em um
gráfico cuja curva resultante é denomindada de diagrama
tensão-deformação convencianal.
Esse diagrama proporciona os meios para se obterem
dados sobre a resistência à tração (ou compressão) de um
material sem considerar o tamanho ou a forma fisica do
material.
Dois diagramas tensão-deformação para um material
nunca serão exatamente iguais.

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O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Diagrama tensão-deformação convencional para o aço
utilizado na fabricação de elementos estruturais e mecânicos:

15
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Comportamento elástico:
• A tensão é proporcional à deformação (material linear
elástico);
• O limite superior da tensão para essa relação linear é
denominado limite de proporcionalidade. Se a tensão
ultrapassar ligeiramente esse limite o material ainda pode
responder de maneira elástica, todavia, a reta tende a
encurvar-se e achatar-se.
• O corpo ainda voltará a sua forma original até que o limite
de elasticidade seja atingido.

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O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Comportamento elástico:

17
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Escoamento:
• Um pequeno aumento na tensão acima do limite de
elasticidade resultará no colapso do material e fará com que
ele se deforme permanentemente (comportamento
denominado de escoamento).
• A tensão que causa escoamento é denominada tensão de
escoamento ou ponto de escoamento (𝜎" ) e a deformação
que ocorre é denominada deformação plástica.
• Uma vez alcançado o ponto de escoamento, o corpo de
prova continuará a alongar-se (deformar-se) sem qualquer
aumento de carga.

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O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Escoamento:

19
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Endurecimento por deformação:
• Quando o escoamento acabar, pode-se aplicar uma carga
adicional ao corpo de prova até atingir uma tensão máxima
denominada limite de resistência (𝜎# ).
• Durante todo o ensaio, enquanto o corpo se alonga, sua
seção transversal diminui de forma razoavelmente uniforme
por todo o coprimento de referência até a deformação que
corresponde ao limite de resistência.

20
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Endurecimento por deformação:

21
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Estricção :
• A área da seção transversal começa a diminuir em uma
região localizada do corpo de prova.
• A área menor só pode suportar uma carga sempre
decrescente. Por consequência, o diagrama tende a curvar-
se para baixo até o corpo de prova quebrar, atingindo a
tensão de ruptura (𝜎#$% ).

22
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Estricção :

23
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Estricção:

24
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Diagrama tensão-deformação real
Ao invés de utilizar a área da seção transversal e o
comprimento originais do corpo de prova, poderíamos utilizar
os valores reais no instante que a carga é aplicada.

A diferença entre ambos os diagramas começa a


aparecer na faixa do endurecimento por deformação, quando a
amplitude de deformação se torna mais significativa.

Em particular há uma grande divergência na região de


estricção, pois o diagrama convencional mostra que a área é
constante e assim o corpo suporta uma carga decrescente.
Entretanto, no comportamento real a área é reduzida e o corpo
suporta uma carga crescente.
25
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Diagrama tensão-deformação real

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Although steel alloys have different ca
steel, from the softest rolled steel to the
this same modulus of elasticity, as shown
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Os conceitos discutidos até aqui podem ser resumidos na Figura: s (ksi)
s (ksi)
su ! 63 180
60
160
50
sf ! 47 140
(sY)u ! 38 40
120
(sY)l ! 36
spl ! 35 30 100

20 80

60
10
40
P (in./in.)
0.050 0.10 0.20 0.30 0.40
20
PY ! 0.030 0.001 0.002 0.003 0.004
Ppl ! 0.0012 Pf ! 0.380
Stress–strain diagram for mild steel 27 0
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
MATERIAIS DÚCTEIS:

• Qualquer material que possa ser submetido a grandes


deformações antes de sofrer ruptura é denominado material
dúctil.
• Geralmente se dá preferência a esse tipo de material pois é
capaz de absorver grandes carregamentos e no caso de
sobrecarga apresenta grande deformação antes de chegar a
ruptura.
• Há duas maneiras de determinar a ductilidade de um
material: através do percentual de alongamento ou redução
da área.

28
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
MATERIAIS DÚCTEIS:

38% para o aço doce

60% para o aço doce

29
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
MATERIAIS DÚCTEIS:

• Alguns materiais possuem um regime de escoamento bem


definido, como latão, molibdênio e zinco. Entretanto outros
não possuem essa característica, como o alumínio,
apresentando dificuldades para definir o limite de
escoamento. Para esses materiais deve-se definir um
procedimento para determinar o ponto de escoamento
denominado método da deformação residual.

• Esse método consiste em definir um ponto de deformação


no valor de 0,2% (0,002 mm/mm) e partir dele traça-se uma
reta paralela ao regime elástico e onde tocar o gráfico é o
ponto de escomento.
30
𝜎 = 𝑎𝜖

𝜎
𝑎= = 𝐸 = 𝑡𝑎𝑔𝜃 𝜎 = 𝐸𝜖
𝜖

31
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
DIAGRAMAS DE MATERIAIS DÚCTEIS :

32
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
MATERIAIS FRÁGEIS:

• Materiais que exibem pouco ou nenhum escoamento antes


da falha são denominados frágeis. Ex: concreto, ferro
fundido cinzento.

• Na prática esse tipo de material rompe sem “aviso prévio”,


ou seja, a ruptura é gerada bruscamente.

33
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
DIAGRAMAS 𝝈 − 𝝐 DE MATERIAIS FRÁGEIS:

34
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
RUPTURA DE MATERIAIS FRÁGEIS:

35
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
DIAGRAMAS 𝝈 − 𝝐 CONCRETO:

36
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
RUPTURA DO CONCRETO:

37
MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS

5°𝐶

45°𝐶

70°𝐶

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LEI DE HOOKE
O diagrama tensão-deformação exibe uma relação
linear entre tensão e deformação dentro da região elástica. Por
consequência, um aumento da tensão causa um aumento
proporcional na deformação. Esse fato foi descoberto por
Robert Hooke, em 1776, e é conhecido como lei de Hooke:
𝜎 = 𝐸𝜖
𝐸 é a constante de proporcionalidade, denominada
módulo de elasticidade ou módulo de Young (Thomas Young,
que publicou uma explicação sobre o módulo em 1807).
A equação acima representa a porção inicial em linha
reta do diagrama tensão-deformação.
Exemplo: seja 𝜎-% = 240𝑀𝑃𝑎 e 𝜖-% = 0,0012𝑚𝑚/
𝑚𝑚, determine E=200GPa. 39
LEI DE HOOKE

40
LEI DE HOOKE
O módulo de elasticidade é uma propriedade mecânica
que indica a rigidez do material:
• Aço (𝐸 = 200𝐺𝑃𝑎) é um material muito rígido.
• Borracha vulcanizada (𝐸 = 0,70𝑀𝑃a).

O módulo de elasticidade 𝐸 só pode ser usado se o


material tiver comportamento linear elástico.

41
LEI DE HOOKE
Endurecimento por deformação:
Se um corpo de prova de material dúctil, como o aço,
for carregado na região plástica e, descarregado, a deformação
elástica é recuperada à medida que o material volta ao seu
estado de equilíbrio. Entretanto, a deformação plástica
permanece, e o resultado é que o material fica sujeito a uma
deformação permanente.
Certa quantidade de calor ou energia pode ser perdida
à medida que o corpo de prova é descarregado e carregado
novamente, apresentando uma leve curvatura. A área interna
entre as curvas geradas representa a energia perdida e
denominada histerese mecânica.

42
LEI DE HOOKE
Endurecimento por deformação:

43
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
O trabalho realizado por uma força constante sobre um corpo que
provoca o deslocamento d desse corpo é dado por:
𝑊 = 𝐹. 𝑑
Para uma força que varia linearmente de zero até P, situação essa
comum nos elementos estruturais em regime elástico linear, o trabalho
realizado pela força P será:

𝐹 P #!
F 𝛿 = 𝛿 𝑑𝑊 = 𝐹(𝛿). 𝑑𝛿 P 𝛿$
𝛿! 𝑊=
𝛿! 2
𝑃 #! "
2 𝑑𝑊 = 2 F(𝛿) . d𝛿 𝛿!
" 𝑊=𝑃
F(𝛿) 2
#!
P
𝑊=2 𝛿 . d𝛿
𝛿 " 𝛿!
𝛿!
𝛿 𝑑𝛿 44
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
Quando um material é deformado por uma carga
externa, tende a armazenar energia internamente (trabalho
interno) em todo o seu volume. Como essa energia está
relacionada com as deformações no material, ela é denominada
energia de deformação (∆𝑼).
𝛿!
∆𝑈 = W 𝑊=𝑃
2
𝛿!
∆𝑈 = 𝑃 𝑃 = 𝜎. ∆x . ∆y 𝛿! = 𝜖. ∆𝑧
2

𝜖. ∆𝑧 𝜎𝜖
∆𝑈 = 𝜎. ∆x . ∆y = 𝑉 𝜎 = 𝐸 .𝜖
2 2
∆𝑈 𝜎. 𝜖 𝑉 𝜎$ 𝑉
= ∆𝑈 = 𝐸 . 𝜖$ . ∆𝑈 = .
𝑉 2 2 E 2
𝜎. 𝜖
𝑢=
2 45
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
Módulo de resiliência: quando a tensão 𝜎 atinge o limite de
proporcionalidade, a densidade de energia de deformação é
denominada módulo de resiliência (𝒖𝒓).

1 1 𝜎-% ²
𝑢# = 𝜎-% 𝜖-% =
2 2 𝐸

A resiliência representa a
capacidade de absorver energia
sem sofre dano permanente.

46
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
Módulo de tenacidade (𝒖𝒕 ): indica a densidade de energia de
deformação do material um pouco antes da ruptura.
Materiais com alto módulo de
tenacidade sofrerão grande
distorção devido à sobrecarga;
contudo, podem se preferíveis
aos que têm baixo valor.

47
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
Ligas de metais podem mudar sua resiliência e tenacidade.

48
EXERCÍCIO 1
Um ensaio de tração para um aço-liga resultou no diagrama
tensão-deformação mostrado na Figura a seguir. Calcule o
módulo de elasticidade e o limite de escoamento com base em
uma deformação residual de 0,2%. Identifique no gráfico o
limite de resistência e a tensão de ruptura. Determine também
os módulos de resiliência.
0,2
𝜖 = 0,2% = = 0,002
100

49
𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏
𝜎 = 𝐸𝜖 + 𝑏 EXERCÍCIO 1
345𝑀𝑃𝑎
−215,625𝐺𝑃𝑎 0,002 = 𝑏 𝐸= = 215,625𝐺𝑃𝑎
0,0016
𝜎 = 215625𝑀𝑃𝑎 𝜖 − 431,25𝑀𝑃𝐴
𝜎 = 𝐸𝜖 = 215,625𝐺𝑃𝑎 . 0,0004
𝜎 = 86,25𝑀𝑃𝑎

.0,0016
𝑢! = 345𝑀𝑃𝑎
2
𝑢! = 0,276𝑀𝑃𝑎

345
0,276𝑀𝑁𝑚
𝑢! =
𝑚"

𝜎 = 𝐸. 𝜖 𝜎 = 𝐸. (𝜖 − 0,002) 276𝐾𝐽
𝑢! =
𝑚"
0,0016

50
EXERCÍCIO 2
O diagrama tensão-deformação para uma liga de alumínio utilizada na
fabricação de peças de aeronaves é mostrado abaixo. Se um corpo de prova
desse material for submetido à tensão de tração de 600 MPa, determine a
deformação permanente no corpo de prova quando a carga é retirada.
Calcule também o módulo de resiliência antes e depois da aplicação da
carga.

51
EXERCÍCIO 2
.0,006
450𝑀𝑃𝑎 600𝑀𝑃𝑎 𝑢!# = 450𝑀𝑃𝑎
= 2
0,006 𝜖%,- 𝑢!# = 1,35𝑀𝑃𝑎
600𝑀𝑃𝑎
𝜖%,- = 0,006 1,35𝑀𝑁𝑚
450𝑀𝑃𝑎 𝑢!# =
𝑚"
𝜖%,- = 0,008 1,35𝑀𝐽
𝑢!# =
𝑚"

.0,008
𝑢!$ = 600𝑀𝑃𝑎
2
𝜖()( = 𝜖*+ + 𝜖%,- 𝑢!# = 2,4𝑀𝑃𝑎
𝜖*+ = 𝜖()( − 𝜖%,- 2,4𝑀𝐽
𝑢!# =
𝜖!,% = 0,023 − 0,008 𝑢%' 𝑚"
𝑢%&
𝜖!,% = 0,015

52
EXERCÍCIO 3
A figura (a) abaixo mostra uma haste de alumínio com área de seção
transversal circular e sujeita a um carregamento axial de 10 kN. Se uma
porção do diagrama tensão-deformação para o material for a mostrada na
figura (b) abaixo, determinine o valor aproximado do alongamento da haste
quando a carga é aplicada. Se a carga for removida, qual é o alongamento
permanente da haste? Considere 𝐸!" = 70 𝐺𝑃𝑎.

𝛿
ε=
L

53
(a) Determinar o valor aproximado do alongamento da haste
quando a carga é aplicada.

10000𝑁 10000𝑁
𝜎#$ = = 31,8𝑀𝑃𝑎 𝜎$& = = 56,6𝑀𝑃𝑎
20% 𝑚𝑚% 15% 𝑚𝑚%
𝜋. 𝜋.
4 4
Regime elástico linear Regime Plástica
𝜎./ 31,8𝑀𝑃𝑎
𝜖./ = = = 0,00045 𝜖$& = 0,045
𝐸 70 000 𝑀𝑃𝑎

𝛿#$ = 𝜖#$ . 600𝑚𝑚 𝛿$& = 𝜖$& . 400𝑚𝑚


𝛿#$ = 0,00045. 600𝑚𝑚 = 0,27𝑚𝑚 𝛿$& = 0,045 . 400𝑚𝑚 = 18𝑚𝑚

𝛿' = 𝛿#$ + 𝛿$& = 0,2726𝑚𝑚 + 18𝑚𝑚 = 18,27𝑚𝑚 54


EXERCÍCIO 3

𝜖()( = 𝜖!,% + 𝜖%,-


𝜖!,% = 𝜖()( − 𝜖%,- 𝜖!,% = 0,045 − 0,000808 = 0,044192
𝛿!,% = 0,044192 . 400𝑚𝑚 = 17,68𝑚𝑚

56,6𝑀𝑃𝑎
56,6𝑀𝑃𝑎
𝑡𝑎𝑛𝜃 = 𝐸 =
𝜖%,-
56,6𝑀𝑃𝑎
𝜖%,- =
70 000𝑀𝑃𝑎 𝜃
𝜖%,- = 0,000808 ?

55
(b) Determinar o alongamento permanente da haste.

0 0
𝜎#$ = =0 𝜎$& = =0
20% 𝑚𝑚% 15% 𝑚𝑚%
𝜋. 𝜋.
4 4
𝜎./ 0 𝜖*)+ 56,6𝑀𝑃𝑎
𝜖./ = = =0 𝜖*)+ = 0,0008 =
𝐸 70 000 𝑀𝑃𝑎
0,00045 31,8𝑀𝑃𝑎
𝛿#$ = 𝜖#$ . 600𝑚𝑚 𝜖()* = 0,045 − 0,0008 = 0,0442
𝛿#$ = 0. 600𝑚𝑚 = 0 𝛿$& = 𝜖()* . 400𝑚𝑚
𝛿$& = 0,0442 . 400𝑚𝑚 = 17,68𝑚𝑚

𝛿' = 𝛿#$ + 𝛿$& = 0 + 17,68𝑚𝑚 = 17,68𝑚𝑚 56


COEFICIENTE DE POISSON
Quando submetido a uma força de tração axial, um
corpo deformável não apenas se alonga, mas também se
contrai lateralmente.

57
COEFICIENTE DE POISSON

𝛿
𝜖-^_` =
𝐿
𝛿′
𝜖-ab =
𝑟

58
COEFICIENTE DE POISSON
No início do século XIX, o cientista francês Siméon-Denis
Poisson percebeu que, dentro da faixa elástica, a razão entre
essas deformações é uma constante, visto que 𝛿 e 𝛿′ são
constantes. Essa constante é denominada coeficiente de
Poisson (𝝂), e seu valor numérico é único para um material
homogênio e isotrópico:
𝜖-ab
𝜈=−
𝜖-^_`
Alongamento longitudinal provoca contração lateral e
vice-versa.

59
EXERCÍCIO 4
Uma barra de aço A-36 tem as dimensões mostradas na Figura a seguir. Se
uma força axial 𝑃 = 80 𝑘𝑁 for aplicada à barra, determine a mudança em
seu comprimento e a mudança nas dimensões da área de sua seção
transversal após a aplicação da carga. O material coporta-se elasticamente.
Dados:
𝐸!ç- = 200𝐺𝑃𝑎
𝜐!ç- = 0,32

𝜎 𝜀15(
𝛿 = 𝜀. 𝐿 𝜀0 = 𝜀1)2 = − =𝜐
𝐸 𝜀1)2
𝛿0 = 𝜀0 . 𝐿0 𝜀15( = −𝜐 . 𝜀1)2
𝜎 = 𝑃/𝐴
𝛿3 = 𝜀3 . 𝐿3
𝜀3 = −𝜐 . 𝜀0
𝑃
𝛿4 = 𝜀4 . 𝐿4 𝜀0 = 𝜀4 = −𝜐 . 𝜀0
𝐴𝐸

60
Resolução
𝐸!ç- = 200𝐺𝑃𝑎
𝜐!ç- = 0,32
𝑃
𝜀0 =
𝐴𝐸
𝑃
𝜀3 = −𝜐 . 𝜀0 = −𝜐.
𝐴𝐸
𝑃
𝜀4 = −𝜐 . 𝜀0 = −𝜐.
𝐴𝐸
𝑃 80(106 )𝑁
𝛿0 = .𝐿 = 1500𝑚𝑚 = +0,12𝑚𝑚
𝐴𝐸 0 100 . 50𝑚𝑚$ .200 106 𝑁/𝑚𝑚$
𝑃 80 106 𝑁
𝛿3 = −𝜐. . 𝐿 = −0,32 6 𝑁 100𝑚𝑚 = −0,00256𝑚𝑚
𝐴𝐸 3 .200 10
100 . 50𝑚𝑚$
𝑚𝑚$
𝑃 𝑃 𝐿3 𝛿3 0,00256𝑚𝑚
𝛿4 = −𝜐. . 𝐿4 = −𝜐. . = =− = 0,00128𝑚𝑚
𝐴𝐸 𝐴𝐸 2 2 2
61
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE
CISALHAMENTO
Quando um elemento do material é submetido a
cisalhamento puro, o equilíbrio exige que tensões de
cisalhamento iguais sejam desenvolvidas nas quatro faces do
elemento.

62
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE
CISALHAMENTO
Se o material for homogênio e isotrópico, essa tensão
de cisalhamenteo distorcerá o elemento uniformemente.

63
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE
CISALHAMENTO
Esse tipo de comportamento pode ser estudado em
laboratório por meio de corpos de prova na forma de tubos
finos submetidos a carga de torção.
Através do torque aplicado e do ângulo de torque
resultante é possível determinar a tensão e a deformação de
cisalhamento e, assim, construir o diagrama tensão-
deformação de cisalhamento.

64
O DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE
CISALHAMENTO
Um exemplo desse diagrama para material dúctil:

Tensão de
cisalhamento Tensão de ruptura
máxima

Limite de
proporcionalidade 𝜏 = 𝐺𝛾
𝐸
𝐺=
2(1 + 𝜐)
Módulo de
elasticidade ao
cisalhamento Endurecimento 65
por deformação
EXERCÍCIO 5
Um corpo de prova de liga de titânio é testado em torção, e a figura abaixo
mostra o diagrama tensão-deformação de cisalhamento. Determine o
módulo de cisalhamento G, o limite de proporcionalidade e o limite de
resistência ao cisalhamento. Determine também a máxima distância d de
deslocamento horizontal da parte superior de um bloco desse material,
mostrado na figura abaixo, se ele se comportar elasticamente quando
submetido a uma força de cisalhamento V. Qual é o valor de V necessário
para causar esse deslocamento?

75 𝑚𝑚
100 𝑚𝑚

50 𝑚𝑚

66
EXERCÍCIO 5
𝜏 = 𝐺𝛾 75 𝑚𝑚
𝜏 360𝑀𝑃𝑎 100 𝑚𝑚
𝐺= = = 45𝐺𝑃𝑎
𝛾 0,008

50 𝑚𝑚

𝜏(" = 360𝑀𝑃𝑎

𝜏. = 504𝑀𝑃𝑎

67
EXERCÍCIO 5
75 𝑚𝑚
100 𝑚𝑚

50 𝑚𝑚

𝑑 = 𝛾"( . 𝑅 = 0,008 ∗ 50𝑚𝑚 = 0,4𝑚𝑚

𝑉 = 𝜏 . A = 360MPa . 100 . 75 𝑚𝑚%


𝑉 = 2700𝑘N

68
EXERCÍCIO 6
Um corpo de prova de alumínio, mostrado na figura a seguir,
tem diâmetro 𝑑! = 25 𝑚𝑚 e comprimento de referência 𝐿! =
250 𝑚𝑚. Se uma força de 165 kN provocar um alongamento
de 1,20 mm no comprimento de referência, determine o
módulo de elasticidade. Determine também qual é a contração
do diâmetro que a força provoca no corpo de prova. Considere
𝐺a- = 26 𝐺𝑃𝑎 e 𝜎-" = 440 𝑀𝑃𝑎.

69
EXERCÍCIO 6
𝑃
𝜎 𝜋 . 𝑑!h/4 4 . 𝑃 . 𝐿!
𝐸= = =
𝜖 𝛿 𝜋 . 𝑑!h . 𝛿
𝐿!

4 . 165000N .250 mm
E= h h = 70,028𝐺𝑃𝑎
π . 25 mm . 1,20mm

𝑃 𝑃 165000𝑁
𝜎= = % = %
= 336,13𝑀𝑃𝑎 < 𝜎") = 440 𝑀𝑃𝑎.
𝐴 𝜋 . 𝑑/ /4 𝜋 . 25 𝑚𝑚²/4
Pode usar a lei de Hooke!

70
EXERCÍCIO 6

𝐸 𝛿-^_`
𝛿-ab = 𝜖-ab . 𝑑! = − −1 . 𝑑!
2𝐺 𝐿!
𝜖-ab
𝜐=− ⇒ 𝜖-ab = −𝜐 . 𝜖-^_`
𝜖-^_`
𝛿-^_` 𝐸
𝜖-^_` = 𝜐= −1
𝐿! 2𝐺
𝐸 𝛿"-12
𝜖"!0 =− −1 .
2𝐺 𝐿/

70,028𝐺𝑃𝑎 1,20mm
𝛿"!0 =− −1 . . 25𝑚𝑚
2 . 26 𝐺𝑃𝑎 250mm

𝛿𝑑/ = −0,0416𝑚𝑚 71
EXERCÍCIO DE REVISÃO 1
A figura mostra o diagrama 𝜎 − 𝜖 para as fibras elásticas que
compõem a pele e os músculos dos seres humanos. Determine
o módulo de elasticidade das fibras e estime os módulos de
tenacidade e resiliência.
𝑢% = 2 . 77𝑘𝑃𝑎/2
77𝑘𝑃𝑎
𝐸= = 38,5𝐺𝑃𝑎 𝑢% = 77𝑘𝑁/𝑚$
2
𝑢% = 77𝑘𝑁𝑚/𝑚$ 𝑚
𝑢% = 77𝑘𝐽/𝑚³

77𝑘𝐽 385 + 77 𝑘𝑃𝑎


𝑢( = + ∗ 0,25
𝑚6 2
77𝑘𝐽 57,75𝑘𝐽 134𝑘𝐽
𝑢( = + =
𝑚6 𝑚6 𝑚6

72
EXERCÍCIO DE REVISÃO 2
A figura mostra o diagrama 𝜎 − 𝜖 de duas barras de
poliestireno. Determine a área da seção transversal de cada
barra de modo que elas sofram ruptura simultaneamente
quando a carga P = 15 kN é aplicada. Considere que não
ocorra nenhuma flambagem. 𝜎%8!9 = 35𝑀𝑃𝑎

𝜎%8!: = 175𝑀𝑃𝑎

73
EXERCÍCIO DE REVISÃO 2
P = 15 kN.

𝑃 = 15𝑘𝑁

15𝑘𝑁
𝐹/+

20𝑘𝑁 𝐹./ 𝐹/+

𝑁 𝐹./ 1,5𝑚
2 5𝑘 =
15𝑘𝑁 0,9𝑚
⇒ 𝐹./ = 25𝑘𝑁

, 5 m
1 𝐹/+ 1,2𝑚
= = ⇒ 𝐹/+ = 20𝑘𝑁
𝐹./ ² m 15𝑘𝑁 0,9𝑚
0 , 9
15𝑘𝑁 + 0,9𝑚
$
𝐹/+ 1, 2 1,2𝑚
74
EXERCÍCIO DE REVISÃO 2
P = 15 kN. 𝐹./ = 25𝑘𝑁 𝐹/+ = 20𝑘𝑁

20𝑘𝑁
𝐴/+ = 𝐹/+ /𝜎%8!9

𝑁 20000𝑁
5𝑘 𝐴/+ = = 571.43𝑚𝑚²
2 35𝑁/𝑚𝑚²

𝐴./ = 𝐹./ /𝜎%8!:

25000𝑁
𝐴./ = = 142,86𝑚𝑚²
175𝑁/𝑚𝑚² 75
EXERCÍCIO DE REVISÃO 3
A figura mostra a porção elástica do diagrama 𝜎 − 𝜖 para uma
liga de alumínio. O corpo de prova usado para o ensaio tem
comprimento de referência de 50 mm e 12,5 mm de diâmetro.
Quando a carga aplicada é 50 kN, determine o novo diâmetro
do corpo de prova. O módulo de cisalhamento é 𝐺a- =
28 𝐺𝑃𝑎.

76

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