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As origens de falhas das máquinas estão nos danos sofridos pelas peças ou
componentes. Uma máquina nunca avaria totalmente de uma só vez, mas pára de
trabalhar quando alguma parte vital de seu conjunto se danifica.
ii. Falhas de fabricação: A máquina, com componentes deficientes, não foi montada
correctamente. Nessa situação pode ocorrer o aparecimento de trincas, inclusões,
concentração de tensões, contactos imperfeitos, folgas exageradas ou insuficientes,
empeno ou exposição de peças a tensões não previstas no projecto.
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As falhas são inevitáveis quando aparecem por causa do trabalho executado pela
máquina. Nesse aspecto, a manutenção restringe-se à observação do progresso do dano
para que se possa substituir a peça no momento mais adequado. É assim, por exemplo,
que se procede, por exemplo, com os rolamentos de um motor eléctrico que vão se
desgastando com o tempo de uso.
a) Período de ajustamento
(rodagem)
b) Período de funcionamento
normal
c) Período de funcionamento
deficiente
a) b) c) Tempo
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É de notar que destes casos as falhas podem ocorrer a qualquer momento com
probabilidades variáveis, Distinguindo-se 3 períodos principais:
λ (t)
a) b) c) Tempo
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A figura 3.3 mostra a relação entre a magnitude das falhas e os tempos mais prováveis
das suas ocorrências teóricas.
λ (t)
Mortalidade
infantil Falhas fortuitas Uso
ou abuso
b) Tempo
a) c)
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Seja:
• ∆ti = ti +1 − ti , o intervalo de tempo durante o qual todas as observações são
feitas;
• ni , o número de itens que falham durante ∆ti ;
• N i , o número de itens que operaram sem falhas, pelo menos, durante o período
de tempo ti .
ni
tˆi = (3.1)
N i ⋅ ∆ti
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ii. A Tabela 3.1 apresenta o estudo começando com 50 itens. Para encontrar o
número a ser atribuído à classe dos sobreviventes paro o intervalo 500-1000
horas, temos que subtrair os 5 itens que falharam no intervalo 0-500 horas e
também os 3 que não tiveram tempo suficiente para serem inclusos na classe 500-
1000. Por isso, o número N 2 nesta última classe será 50 − 5 − 3 = 42 .
Similarmente, para a classe do intervalo de 1000-1500 horas, o número será:
N 3 = 42 − 3 (a falhar ) − 4(tempo de serviço < 1000) = 35 .
λ(ti ) ×10−4
4
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APLICAÇÕES
Centrais de produção de
electricidade;
Monitoria da Condição Indústria aeronáutica;
Mineração;
Meios de transporte pesados;
Etc.
Monitoria Monitoria
Periódica Contínua
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i. Inspecção visual;
iv. Monitoria integrada de sistemas com aparelhos que alertam sobre potenciais
falhas evitando, deste modo, a danificação das máquinas e equipamentos.
Sensores remotos e
sistemas de alarme;
NÍVEL 4 Monitoria integral Instrumentos baseados em
microprocessadores;
Sistemas computarizados.
Análise de desgaste; e
NÍVEL 3 Análise de indicadores Análise de lubrificantes.
Aparelhos de medição
NÍVEL 2 Inspecção sensorial assistida (Tabela 3.2).
Vista;
Audição;
NÍVEL 1 Inspecção Visual Tacto; e
Olfacto.
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Medições Instrumentos
Velocidade e distância Tacómetros, odometros, etc.
Parâmetros eléctricos Amperímetros, voltímetros, ohmímetros, multímetros, etc.
Ajustamentos e folgas Palpa folgas e medidores de proximidade
Temperatura Termómetros, termopares, pirómetros, etc.
Desgaste Calibres, padrões diversos, etc.
Corrosão Medidores de corrosão.
Movimento Medidores de vibrações, medidores de frequências, etc.
Nos equipamentos electrónicos é usualmente mais barato esperar que a falha ocorra
para substituir determinados componentes (circuitos ou painéis) que falharem. Enquanto
que nos equipamentos mecânicos as intervenções preventivas geralmente resultam em
baixos custos de exploração dos equipamentos. Nos equipamentos críticos são,
normalmente, incorporados alguns sistemas de alarme. Por exemplo as lâmpadas de
alarme, os sistemas sonoros, etc., para sinalizar as possíveis falhas.
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A inspecção visual ou auditiva, tem sido um dos métodos mais familiares de controlo,
mas a subjectividade das informações colhidas nem sempre é aceitável. No entanto, e
dentro do método visual, há a considerar processos importantes que resultam da gravação
das informações colhidas em forma de fotografia, termografia, radiografia, aplicação de
fluidos penetrantes e moldes, este ultimo caso de interesse para análise de superfícies de
fractura. E o ruído anormal produzido pelas máquinas devido a avarias associadas a
fenómenos de vibração deu, nos últimos anos, origem ao controlo de vibrações.
A maior parte das técnicas de monitoria técnica dos equipamentos industriais são
baseadas em:
• Avaliação de níveis de vibrações;
• Avaliação de níveis de temperatura;
• Avaliação da intensidade sonora;
• Avaliação de parâmetros eléctricos;
• Avaliação de parâmetros hidráulicos e pneumáticos;
• Avaliação da corrosão;
• Avaliação do desgaste;
• Outros métodos.
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Alem disso, a verificação necessária para os processos que dependem de certos níveis
de temperatura, como fornos, panelas de aquecimento, misturadores, etc., torna
indispensável a monitoria da temperatura.
Em muitos casos uma variação significativa do som pode ser uma indicação fiável da
necessidade de substituição de certos componentes do equipamento. Com efeito, a medição
da intensidade sonora pode indicar a localização exacta da avaria. Refira-se que, em muitos
casos, os operadores do equipamento bastante experientes podem identificar a fonte do
problema apenas escutando os sons da máquina em funcionamento.
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A medição da força hidráulica é útil, dado que pode indicar se existe um escape do
fluído, se a bomba está a deslizar (funciona em baixa carga) ou se existe um outro tipo de
falha tais como entupimentos, incrustação, etc.
A análise dos óleos de lubrificação usados pode ser feita através da verificação da
viscosidade, da existência de partículas sólidas, da contaminação, etc. Refira-se que o
controlo dos produtos do desgaste dos órgãos de máquinas em movimento relativo pode
fornecer considerável informação quer pela sua quantidade como pelas suas análises física
e química.
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Termopares;
segura e de medições.
• Motores;
• Pirómetros imediata;
• Máquinas têxteis;
• Tintas • Baixo custo.
indicadoras; • Bombas de
pressão.
• Materiais
fusíveis.
• Análise • Diagnóstico da • Elevado custo • Desalinhamento e
espectral. avaria bastante quando se desequilíbrio de
preciso; efectua um veios e rotores.
• Análise
controlo
discreta: • Possibilidade • Chumaceiras de
Análise de Vibrações
contínuo.
de análise rolamento
usando
• Turbulência ou
equipamento
falta de
portátil;
lubrificação em
• Muito eficaz chumaceiras de
para órgãos desligamento.
com
• Deterioração ou
movimento de
má montagem de
rotação.
engrenagens
• Correias de
transmissão
• Absorção • Informação • Necessidade de • Engrenagens;
atómica sobre o experiência
• Cames;
Monitoria do Desgaste
desgaste; para
• Ferrografia; determinar o • Válvulas;
• Possibilidade
início da avaria
• Espectroscopi
de diagnóstico • Chumaceiras;
causado pelo
preciso da
a de emissão. desgaste • Vedantes; e
avaria
anormal.
• Elementos de
• Elevado custo máquinas.
quando se
efectua um
controlo
contínuo.
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ii. Alertar o utente a respeito do que poderá ocorrer se a máquina for usada ou
conservada inadequadamente.
Para que a análise possa ser bem-feita, não basta examinar a peça ou componente
que acusa a presença de falhas. É preciso, de fato, fazer um levantamento de como a falha
ocorreu, quais os sintomas, se a falha já aconteceu em outra ocasião, quanto tempo a
máquina trabalhou desde sua aquisição, quando foi realizada a última reforma, quais as
reparações foram feitas na máquina, em que condições de serviço ocorreu a falha, quais
foram os serviços executados anteriormente, quem era o operador da máquina e por
quanto tempo ele a operou.
Enfim, o levantamento deverá ser o mais minucioso possível para que a causa da
ocorrência fique perfeitamente determinada. Evidentemente, uma observação pessoal das
condições gerais do equipamento e um exame do seu histórico (arquivo ou pasta) são duas
medidas que não podem ser negligenciadas.
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Quadro
Sensores Periodicidade Avaria do
Eléctrico
Fusível Modelador de fase
Depreciação de Trabalhos de
Condutores
Termistores Emergência
AVARIA
DO
Erro do operador MISTURADOR
Novo reagente
Reagente Rotina da Comporta do ar
Deformação Manutenção
Desvio do
dos Tubos Falha do motor
Calorímetro
s no
Abastecimento Variação Substituição Falha do
or
Rot
eito
de da da Sistema
Reagente Concentração Válvula de Alarme
Def
Figura 3.7 – Diagrama de causa – efeito.
Nós dizemos que existe uma falha sempre que aparece um defeito, isto é, quando o
comportamento do equipamento se desvia do normal. Entretanto, é muito mais importante
observar os sintomas da falha, que por vezes a correcção tem sido simplesmente uma
remoção destes sintomas sem qualquer investigação das possíveis causas, o que não
permite uma curva duradoira.
Deste modo, para se efectuar uma cura efectiva, deve-se determinar a causa original
da falha, através da construção da cadeia de eventos das causas e efeitos que levam à
falha. A Figura 3.8 dá exemplo de cadeia de causa efeito para a gripagem de um motor.
Bujão de dreno
mal apertado
Danificação
da rosca
Perca de
óleo
Gripagem
do motor
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Para assegurar que um determinado tipo de falha do equipamento não se repita Maxer
recomenda os seguintes procedimentos:
v. Reparar a avaria;
Neste método, para ajudar o diagnóstico podem ser feitas perguntas clássicas como:
i. Quem?
• Quem foi o operador?
ii. O que?
• Que problema existiu?
• Que sintomas foram observados?
iii. Onde?
• Onde é que a falha ocorreu?
• Onde é que não houve sinal?
iv. Quando?
• Quando é que a falha ocorreu pela primeira vez?
• Quando é que ela apareceu pela segunda vez?
• Será que ela é periódica? Qual a sua frequência?
Como?
• Que circunstâncias precederam a falha?
Quanto custa?
• Quão importante é a falha?
• Que consequências ela teve?
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