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ANÁLISE DE FALHAS

Curso ABM (24 horas on-line)


Com atividades de fixação de conteúdo

Prof. Willy Ank de Morais


Universidade Santa Cecília – UNISANTA, Santos (SP) – willyank@unisanta.br
Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, Guarujá (SP) – wmorais@unaerp.br
WILLY ANK – Soluções para o Setor Metal-Mecânico – willyank@willyanksolucoes.com
In-Company KOMATSU: “Análise de Falhas”
Instrutor

WILLYANK
OLUÇÕE S Cel./WhatsApp: +55 13 9.8201-2432
PARA O SETOR METAL-MEC ÂNICO

Experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em Propriedades Mecânicas dos
Metais e Ligas, atuando principalmente nos seguintes temas: propriedades mecânicas, fadiga, fratura, análise de
falhas, soldagem, manufatura aditiva de metais e aço.
• Trabalhou/a: UFOP, COSIPA/USIMINAS-Cubatão, UNISANTA, UNAERP, INSPE///BRAS, WILLY ANK-Soluções.
• Atua: ABM, INDA, SAE, AEAG/AEAMG/AEAVR.
• Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia da Confiabilidade na UNISANTA
(presencial e via remota) https://www.unisanta.br/PosGraduacao/Curso/1877
In-Company KOMATSU: “Análise de Falhas”
Orientações Gerais
• A transmissão será ao vivo, pela Internet, por meio do sistema Hangouts Meet (Google Meeting).
• Para participar é indispensável o uso de um aparelho eletrônico com conexão de internet e equipamento de áudio
(headset, caixa de som, etc).
• Não é necessário instalar nenhum aplicativo ou software no computador. No caso de smartphones e tablets pode ser
necessário a Instação do aplicativo “Meet” da Google Inc.

ATENÇÃO PARTICIPANTE: durante a apresentação do curso, para que a transmissão não seja prejudicada, mantenha o
microfone e a câmera desligados.
INTERAÇÃO: Para interagir com perguntas, considerações ou compartilhamento de experiências, pedimos que se
primeiro se manifeste através de uma mensagem curta pelo ‘chat’ do sistema. O instrutor conseguirá ler em tempo real
e responder ou convidá-lo a se manifestar em função das informações colocadas.
PREPARAÇÃO: faça o teste em sua máquina antes do início do curso, e confira: áudio, microfone e o som. Conexões de
outros aparelhos à internet ou atividades paralelas no seu equipamento podem atrapalhar a recepção de som e
imagem, por isso recomendamos que não execute atividades paralelas empregando sua própria internet.
In-Company KOMATSU: “Análise de Falhas”

PROGRAMA (1 a 5 e 8 a 10 de Março)

1 - Conceitos básicos
2 - Fratura
3 - Análise Fractográfica de Falha
4 - Fratura Dúctil
5 - Fratura Frágil
6 - Fratura por Fadiga: Aspectos macroscópicos e microscópicos
7 - Ferramentas complementares para análise de falhas
6 - Fratura por Fadiga
• Conceitos analíticos

Revisão teórica rápida:


https://www.youtube.com/watch?v=1qebF8-Fk1U
https://www.youtube.com/watch?v=WfjJd7vazTs
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

SUMÁRIO

• O fenômeno da Fadiga
• Abordagem convencional pelas curvas S-N
• Introdução dos fatores de concentração
de tensão
• Abordagem pelas curvas da/dn vs. K
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
• Fenômeno de fratura dos materiais submetidos a ciclos de
carregamento alternados.
• O nível de tensões atuantes pode estar abaixo do limite de
escoamento do material.
• A presença de heterogeneidades no carregamento
(concentradores de tensão) aumentam sobremaneira a
probabilidade de falha por fadiga.
• A fadiga é a maior causa de falhas em estruturas (da ordem de
90% dos casos).
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
• Distinguem-se três fases da falha por fadiga:
• (I) iniciação de danos (defeitos / trincas);
• (P) propagação de uma trinca principal;
NT = NI + NP + NF
• (F) fratura final do material.

• A vida em fadiga de um componente (NT) pode ser obtida pelo


somatório do tempo, ou número de ciclos (N), para completar
as três fases anteriores:
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais

GROSS, T. S; LAMPMAN, S. R.
Micromechanisms of monotonic and cyclic
crack growth. In: LAMPMAN, S. R. Fatigue and
Fracture (ASM Handbook Vol. 19). Materials
Park: ASM International; 1996. 124-136.

http://www.guiadasiderurgia.com.br/novosb/Flip/SB/SB104/index.html#34
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais

• A quantidade de vida em fadiga será tanto maior quanto


maior for o tempo para completar cada etapa.
• A etapa de iniciação pode ser muito mais demorada do
que as demais, caso o material não apresente defeitos ou
NT = NI + NP + NF concentradores de tensão (internos ou externos)
• A última etapa ocorre no último ciclo e pode se dar de
maneira catastrófica (sem aviso prévio).
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais

• Um carregamento em fadiga normal


possui a seguinte forma:
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais

• Exemplo de uma asa da avião:


• 1,000 decolagens por ano
• 1,000 pousos por ano
• 1,000 carregamentos e desgarregamentos por ano
• 2,000 horas de carregamentos aleatórios e senoidais em vôo
• 200 horas de carregamentos aleatórios em tempo ruim (turbulência)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
• Modela-se este carregamento
mecânico da seguinte forma:
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
• É possível empregar espectros de carregamento simulado em voo em ensaios
de fadiga em amplitude variável:

Espectro de voo Twist para Espectro de voo Falstaff para


tensão media de 80 MPa tensão máxima de 200 MPa

Autor(es) : Chemin, Aline Emanuelle Albuquerque; Saconi, Felipe; Bose Filho, Waldek Wladimir; Ruchert, Cassius Olivio Figueiredo Terra / Título:
Propagação de trinca por fadiga assistida por corrosão da liga 7475 T7351 submetida a carregamento de voos simulados / Evento: Congresso ABM, 68;
Congresso Anual da ABM - Internacional, 68; ABM International Annual Congress, 68; Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de
Materiais e de Minas, 13; ENEMET, 13 / Local: Belo Horizonte MG BR
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
   min
 m  max
2
   max   min

 a 
2

R  min
 max

a 1  R
A  
m 1  R
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais

• O primeiro grande trabalho feito sobre o fenômeno da fadiga foi desenvolvido


no século 19 com foco em eixos de vagões ferroviários.
• Muitos desses componentes apresentavam falhas com pouco tempo de
trabalho, mesmo quando submetidos a cargas menores do que sua resistência.
• Naquela época, o engenheiro alemão August Wöhler de-senvolveu uma
pesquisa sobre esta questão ao longo de 12 anos.
• Considerando que os eixos sofriam deformações ao serem solicitados por cargas
cíclicas, foram feitas simulações laboratoriais pela aplicação de esforços
igualmente alternados em corpos de prova (CPs) simulando eixos.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações
Considerações gerais
gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações
Considerações gerais
gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações
Considerações gerais
gerais
• Para a determinação das características em fadiga são realizados ensaios sob
carga ou deformação alternada conhecidos e constantes ao longo do ensaio até
a fratura do CP.
• São realizados ensaios em níveis de carregamentos diferentes, obtendo-se
pontos que correlacionam o nível de carregamento com a vida em fadiga (NT)
obtida.
• Os gráficos de tensão (Stress) versus vida em fadiga, caracterizada pelo número
N de ciclos são conhecidos como curvas S-N
• Algumas vezes pode ser medido um valor de carga abaixo do qual,
estatisticamente, os CP´s testados não se fraturam por fadiga – vida em fadiga
(F ou Fad)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
• Os valores de Fad possuem ligação direta
com a resistência (SLR) dos metais inclusive
do aço.
• Esta correção é tipicamente expressa
como:
Fad = K’ × SLR
• Da mesma forma o limite de resistência
dos metais possui uma correlação direta
com a dureza por penetração na escala
Brinell (HB) e Vickers (HV):

Fad = K’’ × HB
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

Considerações gerais
Material K’ K’’
Ferros fundidos 0,40 2,40
Fad = K’ × SLR Al fundido e ligas de Ti 0,55 3,00
Ligas de Al-Si – 3,40
Fad = K’’ × HB Aços comuns (ferríticos) 0,50 3,44
Ligas de Ni 0,43 3,70
Outras ligas de Al 0,40 3,75
Ligas de Co – 3,90
Ligas de Cu 0,40 4,00
Ligas de Mg 0,35 4,20
Onde:
Fad é o limite de vida em fadiga (MPa);
SLR é o limite de resistência;
HB é a dureza Brinell do material.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• As curvas S-N e o limite de vida em fadiga
(F ou Fad) apresentam dependência com
uma série de fatores:
• tipo de carregamento (uniaxial vs flexão ou torção);
• tamanho do CP e da estrutura (flexão ou torção)
• acabamento superficial;
• estrutura interna;
• condições ambientais;
• Temperatura;
• etc. ( ) = C C  C3  C4
Fad Prático Fad 1 2
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• Quanto maior for o
volume do material
submetido à fadiga,
mais provável a
ocorrência desta.
• Carregamentos
uniaxiais submetem
mais material a
carregamentos
mecânicos do que
flexão ou torção.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• Existe uma grande dependência com o tipo de carregamento
mecânico imposto ao material e sua vida em fadiga, conforme
apresentada pela curva S-N:
 
 m  max min
2


R  min
 max


Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• O acabamento
superficial sendo
ruim produz uma
série de pequenos
concentradores de
tensão na
superfície que
diminuem a vida
de iniciação de
trincas em fadiga.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• O acabamento
superficial sendo
ruim produz uma
série de pequenos
concentradores de
tensão na
superfície que
diminuem a vida
de iniciação de
trincas em fadiga.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

• As solicitações em fadiga caracterizam-se por dois pares de valores (máx e mín)


• Estes valores podem ser representados pelo seu valor médio (méd) e pela
amplitude (ampl).
• Se a solicitação é alternada pura (conforme gráfico abaixo):
méd = 0 e ampl < Fad para a integridade da estrutura.
• Porém as tensões médias, em geral,
não são iguais a zero
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

• Existem diversos equacionamentos que expressam os critérios de variação


de méd e ampl para o projeto de estruturas sob fadiga a partir das suas
curvas S-N traçadas para ciclos de tensão alternadas pura.

• Gerber:   
2

 alt   Fad 1   méd  
   UTS  

• Goodman:   méd 
 alt   Fad 1  
  UTS 

• Soderberg:   méd 
 alt   Fad 1  
  YS 

4:41:47
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

• Pode-se traçar um gráfico com os valores de méd e ampl que


não causam fratura do material em fadiga, como no gráfico
abaixo:
400 Gerber

Tensão Alternada
300 Fad
Goodman

(MPa)
200
100
0 SLE SLR
0 200 400 600

Tensão Média (MPa)


Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

350
Fad Gerber

Tensão Alternada
300 Goodman
250 Soderberg
(MPa) 200
Propriedades
150
100
50
0 SLE SLR
0 100 200 300 400 500 600

Tensão Média (MPa)


Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

• Uma outra forma de ilustrar estes resultados é pelo diagrama


de resistência à fadiga:

Diagrama de resistência
à fadiga para ligas de
alumínio 2024-T3, 2024-
T4 e 2014-T6
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

4:41:47 domingo, 28 de fevereiro de 2021


Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• O primeiro a postular uma teoria de dano acumulado foi Palmgren em 1924.
• Palmgren atestou que o dano sofrido por uma peça para diversos
carregamentos poderia ser somado de forma linear.
• Palmgren-Miner quantificou a teoria de Palmgren na forma da Equação:

D   (ni / N i ) Onde:
D – Dano acumulado
ni – Número de ciclos aplicados do i-ésimo carregamento
Nfi – Número de ciclos até a falha do i-ésimo carregamento
• O componente irá falhar quando a quantidade de ciclos for tal que a soma dos
trabalhos seja suficiente para levar a falha, ou seja, quando D for um.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• Exemplo:

Number of Cycles To Damage For Damage For


Stress Number of Percent Of Total
Failure for Given One Occurence Counted
Amplitude (ksi) Occurences Damage
Stress Amplitude (N) (1/N cycles) Occurences

25 10000 1,15E+09 8,68E-10 8,68E-06 0,0%


75 1000 5750 1,74E-04 1,74E-01 80,3%
100 10 235 4,26E-03 4,26E-02 19,7%
From Rainflow Count From SN Curve

Total Damage : 2,16E-01


Total Life (1/Total Damage) (number of events permissibles): 4,6
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• Critério SWT (Smith Watson Topper)
para análise de fadiga por
deformação.
• Este critério relaciona o número de
ciclos até a falha com a multiplicação
da tensão máxima sobre o
componente, σmax, e a amplitude das
deformações, εa:

Onde:
σ´f – Coeficiente de resistência à fadiga em MPa
E – módulo de elasticidade em MPa
 p 1/ n
2Nf – Revoluções até a falha (duas revoluções equivalem a um ciclo)   e    
b – Expoente de resistência à fadiga (coeficiente de Basquin) a      
Є´f – Coeficiente de ductilidade a fadiga
c – Expoente de ductilidade a fadiga
2 2 2 2E  2K  
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• Relação de Coffin-Manson para
relacionar a amplitude das
deformações com a vida à fadiga:

  f
 2 N b   f (2 N ) c
2 E

Curva Típica de Coffin-Manson:


Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais

Baixo ciclo
Alta amplitude de tensão Alto Ciclo
Tensão-deformação na região plástica Baixa amplitude de tensão
Uso da relação Ramberg-Osgood entre Relação tensão-deformação linear
tensão e deformação
Determinação da vida por tensão ou
Use Strain Life/SWT/ASME Boiler SWT
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
Equação de Ramberg-Osgood:

Onde:

 - representa a deformação,
 - representa a tensão,
0 - representa o limite de escoamento,
E - Módulo de Young, e
K e n são constantes associadas às propriedades físicas do material.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Considerações gerais
• Possível quantificação dos efeitos variados
do carregamento mecânico em fadiga:

Método SN - FEM - Unicamp


www.fem.unicamp.br/~comet/port/upload/arquivo/Introd_Fadiga.ppt
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Metodologia das curvas S-N
• As estruturas geralmente possuem concentradores de tensão
que fazem com que a tensão aplicada aumente localmente
para valores acima da tensão submetidas ao restante da
estrutura.
• Pode-se quantificar este incremento de tensão por meio do
fator de intensidade de tensões (K).
• Existem diversas fórmulas, tabelas, ábacos e softwares que
fornecem estes valores.
• É possível utilizar estes valores para um projeto mais preciso e
seguro de uma estrutura sob Fadiga.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Metodologia das curvas S-N
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Metodologia das curvas S-N

• O efeito da concentração de tensão é muito atenuado no caso


dos materiais dúcteis, com carregamento estático.

• No caso de solicitações de fadiga, porém, o fenômeno têm


grande importância.

• O fator de concentração de tensões em fadiga (Kf) difere do


valor de concentração de tensões matemático (Kt).

• A relação entre os dois valores é dada pela sensibilidade ao


entalhe, expressa como:
Kf = 1 + q(Kt - 1)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Metodologia das curvas S-N

Kf = 1 + q(Kt - 1)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Metodologia das curvas S-N

Kf = 1 + q(Kt - 1)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Metodologia das curvas S-N

Kf = 1 + q(Kt - 1)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Exemplo de projeto melhorado

• Necessita-se dimensionar uma barra de seção reta circular que


deverá sofrer uma carga flutuante que varia entre 33,6t de tração
até 11,2t em compressão.

• A peça anterior deverá possuir uma união com outra peça com
diâmetro 1,3 maior do que o diâmetro menor

• O material a ser utilizado é o aço 4340 temperado e revenido,


cujas propriedades mecânicas são:
• Limite de escoamento: 1010MPa
• Limite de resistência: 1090 MPa
• Limite de vida em fadiga para tensão alternada pura: 510MPa
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Exemplo de projeto melhorado

• Determinar o diâmetro mínimo necessário para produzir esta peça, a prática


demonstra que um fator de segurança de 2,5 é recomendado para esta
aplicação.
• Projetar um raio de concordância para evitar o problema mostrado,
considerando um diâmetro máximo
menor que 58,5mm.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Metodologia das
curvas S-N
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
FADIGA
Metodologia das
curvas S-N

Fator de
concentração da
tensão de tração
gerada entre duas
barras acopladas
com um raio de
concordância.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Exemplo de projeto melhorado
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• Grande dependência do valor da tensão limite de fadiga com


outras variáveis:
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
• Através de novas técnicas de observação de materiais, iniciou-se a
observação de superfícies de fratura por fadiga.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Limitações de metodologia S-N

• FRATOGRAFIA DA FADIGA
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Determinou-se que na frente da ponta de uma trinca de fadiga


existe uma pequena região de deformação plástica que é
responsável pelo avanço da trinca.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• A nível macroscópico conjuntos de


estrias dissimilares entre si, geradas
em níveis de carregamentos
diferentes, geram as chamadas
“marcas de praia”.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• A nível macroscópico conjuntos de


estrias dissimilares entre si, geradas
em níveis de carregamentos
diferentes, geram as chamadas
“marcas de praia”.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Foram feitas tentativas de se modelar o crescimento das trincas


por fadiga, como por exemplo:
da da
 C a a n  C1 m1
m
• C : constante
dN dN
• a : tensão alternada
• a : tamanho da trinca

• Nestes casos determinou-se que os valores de m variavam entre


2 a 4 e n de 1 a 2.
• Mas ainda eram modelos muito empíricos e pouco
representativos
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• A grande evolução ocorreu quando se introduziu o fator de


concentração de tensões (K) nos equacionamentos:

K  Y a
• Nestes casos, o ciclo de tensões produz um equivalente ciclo de
concentrações de tensão, segundo a conhecida equação:


K  Y  máx a   mín a 
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Na ponta de uma trinca de fadiga existe uma região deformada


plasticamente:

Trinca
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• O tamanho desta zona plástica depende da intensidade de


tensões presente (por exemplo: KI)

Tensão plana

Deformação plana
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• O tamanho desta zona plástica depende da intensidade de


tensões presente (por exemplo: KI)

Tensão plana

Deformação plana
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• O avanço da trinca depende da ruptura desta zona plástica:

Trinca
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura
A
FADIGA
C

Etapa
B de propagação
D Fde trincas
B
A E
• O avanço da trinca depende da ruptura desta zona plástica:
C


E
a

 F
a
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Paris (1963) desenvolveu a seguinte equação básica:


da
dN

 C K m 
Material C m
• C e m – constantes do material
Aço ferrítico 6,87×10-9 3,00
Aço austenítico 5,59×10-9 3,25
• C3 para aços e 3 a 4
para ligas de Al Aço martensítico 1,35×10-7 2,25
Alumínio 1,00×10-10 3,00
Níquel 4,00×10-10 3,30
Titânio 1,00×10-9 5,00
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Curva de propagação de
trincas de fadiga:
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Curva de propagação de
trincas de fadiga:

Aço martensítico
2,25Cr-1Mo (SA542-
C12) sob diferentes
condições ambientais
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Curva de propagação de
trincas de fadiga:

Liga aeronáutica
AA7075 (ERJ-
145)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Curva de propagação de
trincas de fadiga:

Aços ‘Dual-Phase’
para rodas
automobilísticas
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Curva de propagação de
trincas de fadiga:

 min
R 
 max

Aços ‘Dual-Phase’
para rodas
automobilísticas
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

da
dN

 C K m  • Tendo-se os valores de C e m do material, no tipo
de carregamento imposto, pode-se determinar o
tempo que uma trinca de comprimento a levará
para fraturar o material, integrando-se a equação
de Paris-Erdogan:
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

FADIGA
Etapa de propagação de trincas

• Filosofia de projeto baseado nas curvas


da-dN vs K:
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

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Efeito da sobrecarga

• Exemplo de uma asa de avião:


– 1,000 decolagens por ano
– 1,000 pousos por ano
– 1,000 carregamentos e desgarregamentos por ano
– 2,000 horas de carregamentos aleatórios e senoidais em vôo
– 200 horas de carregamentos aleatórios em tempo ruim (turbulência)
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

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Efeito da sobrecarga

• Consequência: aceleração instantânea da trinca !!

K  Y a

da
dN

 C K m 
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

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Efeito da sobrecarga

• Porém há um aumento da zona plástica, que torna-se uma


barreira maior ao avanço da trinca quando o carregamento
volta ao normal

K  Y a

da
dN

 C K m 
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Efeito da sobrecarga

• Porém há um aumento da zona plástica, que torna-se uma


barreira maior ao avanço da trinca quando o carregamento
volta ao normal
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

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Efeito da sobrecarga

• Porém há um aumento da zona plástica, que torna-se uma barreira maior ao


avanço da trinca quando o carregamento volta ao normal…
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Exemplo de cálculo

• Gasoduto Cacimbas-Catu:

Dutos de 28 polegadas de
diâmetro e espessuras variando
de 0,469” (11,91mm) a 0,625”
(15,88mm).
As pressões de trabalho são da
ordem de 100kgf/cm2
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

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Exemplo de cálculo

Considerando-se um limite de
escoamento de 560MPa, pressões
internas de 100kgf/cm2 e trincas com
relação de aspecto a/2c = 0,3

EC = 80 80 J
sLE = 560 560 MPa
P= 100 100 kgf/cm2
t= 0,469 0,625 polegadas
D= 28 28 polegadas
a/2c = 0,30 0,30 (-)
KIC 164 164 MPam
S= 293 220 MPa
S/SLE = 0,52 0,39 (-)
Q= 1,56 1,60 (-)
ac = 129 235 mm
%t/ac = 9% 7% (-)
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Exemplo de cálculo

• Uma placa de aço carbono comum está submetida a um processo de


fadiga uniaxial de amplitude constante, com:
• máx = 180MPa e mín = -40MPa

• As propriedades mecânicas estáticas do aço são:


• Limite de escoamento – 500MPa
• Limite de resistência – 600MPa
• Módulo de elasticidade – 207MPa
• Tenacidade à fratura (KIc) = 100MPam½

• Esta placa contém uma trinca de 0,5mm em uma de suas laterais


• Os parâmetros da equação de Paris são: m=3 e C=6,910-12
• Qual será a vida em Fadiga prevista para este componente ?
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Exemplo de cálculo

2 m 2 m
da 2 aC 2  ai 2 

 C  K   
m
NP 
dN
2  m   C    Y   
m

a é o tamanho da trinca (mm); N é o número de ciclos; da/dN é a velocidade da trinca; K é a


variação na intensidade de tensões na ponta da trinca, imposta pela fadiga; C e m são
constantes; NP é o número de ciclos de fadiga a serem aplicados para que uma trinca com um
determinado tamanho inicial (ai) atinja um tamanho crítico (ac).  é a variação no nível de
tensões (=Máx - Mín).

K IC   Máx  Y  aC
KI é o fator de intensidade de tensões;  é a tensão aplicada; Y é uma constante vinculada à
geometria do componente trincado e a é o tamanho da trinca.
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

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Exemplo de cálculo

 2m 2 m

2 aC 2  ai 2 
da
 C  K 
m
NP    K IC   Máx  Y  aC
2  m   C    Y   
dN m

C  10 0 ,155120603 12  MM 10 


AA
m  2,25  0,063539741  31  DD  K IC 
2
(mm/ciclo) (adimensional) (MPam)
Tipicamente entre 25 a
Tipicamente entre 1,00E10-10 e 5,0910-09 Tipicamente entre 2,25 a 4,15
46,5

DD = Os dois dígitos que representam o DIA da sua data de nascimento (entre 1 e 31).
MM = Os dois dígitos que representam o MÊS da sua data de nascimento (entre 1 e 12).
AA = Os dois dígitos que representam o ANO da sua data de nascimento (entre 50* e 92).
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Exemplo de cálculo

4:41:47 domingo, 28 de
fevereiro de 2021
Fadiga e Aplicação da Mecânica de Fratura

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Exemplo de cálculo

• Você está fazendo uma viagem de São Paulo a Paris e a principal longarina
(viga) da asa do avião possuía, na partida, uma trinca de 0,5mm.
• A asa vibra a um ritmo médio de 2Hz durante toda a viagem, de forma a
introduzir um carregamento em fadiga nesta longarina cujas tensões mínima
vale 100MPa e máxima vale 110MPa.
• Os parâmetros da viagem estão ilustrados abaixo.

DADOS DA VIAGEM DADOS DO MATERIAL


Distância da viagem = 9398,36 km Resistência à fadiga C=
Conforme
Velocidade média = 850,1 km/h (Eq. Paris) m=
equações abaixo
Tempo total de viagem = 11,056 Horas KIC =
Tenacidade à fratura
Trinca inicial = 0,5 mm Y = 1,23
Tensão mínima em fadiga: Mín = 100MPa
Tensão máxima em fadiga: Máx = 110MPa
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Exemplo de cálculo

• O avião chegará inteiro em Paris ? Ou este sofrerá alguma falha antes ?


Demonstre nos seus cálculos.
• O que você poderia recomendar em termos de manutenção nesta
aeronave ?
Obrigado!
Willy Ank de Morais
Celular: +55 13 9.8201-2432 (WhatsApp) ou 9.9660-2432
E-mail: willyank@unisanta.br ou Willyank@willyanksolucoes.com
Página: www.willyanksolucoes.com
abmbrasil.com.br

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