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PÓS-GRADUAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS DE ALTA TENSÃO

IEC PUC MINAS

Disciplina:

DISJUNTORES E FUSÍVEIS
Professor: Fiel Ribeiro Matola Filho

Prof.: Fiel Matola - E-mail:1333623@sga.pucminas.br - Tel.: (21)971705110


CRITÉRIO DA DISCIPLINA

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BIBLIOGRAFIA
• J. M. Filho, Manual de equipamentos elétricos , LTC, 5a ed.,

• S. O. Frontin, Equipamentos de alta tensão Prospecção e hierarquização de inovações tecnológicas , Goya Editora,
Brasília,

• A.C. C. Carvalho et al., Disjuntores e chaves: aplicação em sistemas de potência , EDUFF, Niterói, 1995;

• Normas técnicas – ABNT, IEEE e IEC –a serem indicadas durante o curso;

• Manuais e catálogos de fabricantes.

• NBR - IEC 62271-100:2020 - High-voltage switchgear and controlgear - Part 100: Al-ternating current circuit-breakers

• NBR - IEC/IEEE 62271-37-013:2021 - High-voltage switchgear and controlgear - Part 37-013: Al-ternating-current
generator circuit-breakers;

• NBR – IEC 60060: 2013 - Técnicas de ensaios elétricos de alta-tensão

• CIGRE WG 13.04, Asymmetrical current breaking tests , Electra, no. 132, pp. 109-125, 1990;

• D. Sinder, “ Método de cálculo da tensão de restabelecimento transitória para análise da superação de disjuntores de
alta tensão ,” dissertação de mestrado, COPPE/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
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AULA 1: Conceitos, utilização, tipos, parâmetros principais (elétricos e mecânicos)

AULA 2: Especificando um disjuntor 1: Metodologias para escolha e dimensionamento


(principais estudo), formação e extinção do arco-elétrico.

AULAS AULA 3: Especificando um disjuntor 2: Interrupção de correntes elétricas


Mecanismo de Operação; Ensaios e Testes e Manutenção.

AULA 4: Fusíveis: Conceitos, utilização, tipos, parâmetros principais,


metodologias para escolha, operação dos fusíveis.

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ESPECIFICANDO OS DISJUNTORES:
Os disjuntores são equipamentos que tem três objetivo básicos já vistos na primeira aula:

ESTABELECER ENERGIZAR

CONDUZIR OPERAR NORMALMENTE

CORRENTES PRÉ-
INTERROMPER DEFINIDAS E DE CURTO
(EXTINÇÃO DE ARCO)

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ESPECIFICANDO OS DISJUNTORES:
Pensando nos três objetivos, é necessário fazer estudos operacionais para as definições e requisitos para uma perfeita especificação
técnica, além dessas condições, é necessário verificar as condições ambientais (disjuntores ao tempo) e condições de alimentações
dos circuitos auxiliares. Sob essa ótica iremos aqui apresentar os tópicos para especificar claramente os disjuntores, abaixo
apresenta-se os pontos interessantes a se preencher na folha de dados dos disjuntores, e estes serão detalhados ao longo desta aula
e também da próxima aula.

CONDIÇÕES DO SISTEMA

• Tensão nominal, fase-fase (kV, eficaz)


• Tensão máxima operativa do sistema, fase-fase (kV, eficaz)
• Frequência nominal (Hz)
• Tensão máxima suportável em condições de emergência durante 1h (kV)
• Neutro
• Corrente de curto-circuito nominal (kA, eficaz)
• Valor de crista da corrente suportável nominal (kA, crista)

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CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Tipo
• Funcionamento
• Acionamento
• Uso se externo qual distância de escoamento
CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
• Corrente Nominal
• Níveis de isolamento
• Capacidade de Interrupção de curto-circuito
• Condições de TRT
• Ciclo de Operação
• RIV (Tensão de Rádio interferência)
• Efeito Corona
• Elevação de Temperatura
• Uso de Resistores de Pré-inserção
• Religamentos
• Utilização de Sincronizadores

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CARACTERÍSTICAS DE SERVIÇOS AUXILIARES
• Tensão do Motor
• Tensão dos Circuitos de Aquecimento e Tomadas
• Tensão dos Circuitos de Controle, Supervisão e Proteção

CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS
• Distâncias
• Estrutura Metálica
• Terminais
• Conectores
• Localização dos Armários de Controle
• Pintura
• Bloqueios mecânicos - KIRK

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DOCUMENTOS À SEREM APRESENTADOS
• Certificados
• Documentos Gerais
• Planos de Qualidades
• Manuais
ENSAIOS
• Ensaios de Tipo
• Ensaios de Rotina
• Ensaios Especiais

COMISSIONAMENTO
• Montagem
• Ensaios de Campo
• Operação Inicial

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ANTES DE TUDO:
ESTUDOS: Apresentaremos a seguir uma condição básica de estudos e teorias que afetam várias das
características de especificação, por isso, é interessante verificar os conceitos para que possamos prosseguir
com as especificação. Algumas condições como a utilização de resistores de pré-inserção, sincronizadores, etc.
provém das condições de alguns estudos associados, nessa concepção, abaixo apresento quais estudos deverão
ser feitos para definição das características dos disjuntores e logo após, adentraremos dentro de cada estudo e
depois retornaremos para a tabela de especificação.

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COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO
Coordenação de isolamento é o estudo que visa determinar a suportabilidade dos equipamentos quanto às
solicitações elétricas a que são submetidos em operação.
As solicitações elétricas de maior impacto quanto à integridade dos equipamentos são as sobretensões, devido
às descargas atmosféricas e às sobretensões decorrentes de manobra, sendo as primeiras a de maior
importância para a especificação econômica dos equipamentos. As descargas atmosféricas que incidem sobre
os condutores de fase das linhas de transmissão produzem elevadas tensões e correntes de surto que,
divididas, viajam em sentidos opostos até os terminais de geração e de carga.
Se a tensão de surto superar a tensão suportável de impulso dos isoladores mais próximos aos pontos de
incidência dos raios, ocorrerá uma descarga para a terra nos próprios isoladores. Caso contrário, a tensão de
surto irá trafegar até as subestações localizadas nas duas extremidades da linha de transmissão, onde estão
instalados os para-raios de sobretensão, com capacidade adequada para conduzir à terra a corrente de
descarga associada à descarga atmosférica.
Porém, durante a condução de corrente à terra, ocorrerá uma queda de tensão nos resistores não lineares dos
para-raios, provocando uma tensão de surto entre os seus terminais limitada pela tensão disruptiva desse
equipamento. Essa tensão de surto se desenvolve, de forma crescente, ao longo do barramento da subestação,
no sentido dos transformadores de potência.
Todos os equipamentos instalados nesse percurso devem ser especificados com a tensão suportável de
impulso igual ou inferior à tensão de surto, que ocorrerá em cada ponto de conexão desses equipamentos
com o barramento. Prof.: Fiel Matola - E-mail:1333623@sga.pucminas.br - Tel.: (21)971705110
COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO
Os Surtos de manobra e de Sobretensões são associativos de acordo com a norma.

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COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO
O nível de isolamento de um equipamento de acordo com a norma NBR 6939/2018 é o conjunto de tensões
suportáveis e que caracteriza a suportabilidade dielétrica da isolação. Os equipamentos são ensaiados em
laboratório, de forma que as várias solicitações dielétricas a qual o equipamento pode ser submetido sejam
avaliadas.
As solicitações padronizadas que os equipamentos podem ser submetidos são apresentadas na NBR 6939/2018
e reproduzida em parte a seguir.

A tensão contínua de frequência


fundamental é considerada tendo valor
eficaz constante e continuamente
aplicada a qualquer par de terminais de
uma configuração de isolação. A
sobretensão temporária – TOV é uma
sobretensão com duração relativamente
longa. Por fim, as sobretensões
transitórias são sobretensões de curta
duração, geralmente amortecidas

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COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO
Os Surtos de manobra e de Sobretensões são associativos de acordo com a norma.

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COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO
Exemplo: Para observar a magnitude das sobretensões causadas nos equipamentos da SE devido às descargas
atmosféricas diretas, foram simulados alguns casos. Para cada caso foram analisadas também as sobretensões
considerando a descarga atmosférica ocorrendo nos instantes dos picos positivo e negativo da tensão à
freqüência industrial.

Em cada caso serão analisadas as sobretensões nos equipamentos devido às descargas atmosféricas que podem
atingir as linhas que chegam na subestação. Para tanto, serão utilizados os valores de NBI apresentados a saber:

•Equipamentos: 1550 [kV]

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ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA
NOS BARRAMENTOS E SELETIVIDADE
Em regime contínuo, haverá abertura do disjuntor somente quando o relé enviar “a mensagem” para abertura
(condição de manobra), acontecerá nas duas extremidades do disjuntores as tensões de manobras. Geralmente
determina a abertura do disjuntor por uma condição de fluxo acima do normal, mas ainda abaixo da corrente
nominal do disjuntor.
EX.: Imagine uma subestação com dois transformadores de potência de 138/13,8kV – 33,3 Logo, você comprará um disjuntor
MVA na rede de distribuição. Sabendo que os disjuntores de mercado são de, 600 A, 800 A de 600 A.
e1000 A. Determine qual disjuntor a comprar.

Ps.: Este é um exemplo de fluxo fácil de calcular, porém, há estudos de fluxos com várias barras
que deverão ser verificados para escolha do disjuntor.

EX.: Imagine que os condutores inseridos na conexão desses disjuntores atende uma máxima
corrente em regime permanente de 300 A. Logo, seu relé deverá condicionar a abertura do seu
disjuntor à 300 A. Essas condições, assim como, a abertura de disjuntores em série é vista no
estudo de seletividade.

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ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA
NOS BARRAMENTOS E SELETIVIDADE
A interrupção de correntes de carga com fator de potência
próximo de 1 é a operação de abertura executada com maior
Comparação entre abertura de correntes
facilidade pelos disjuntores, não exigindo a especificação de
capacitivas (esquerda) e resistivas (direita).
características especiais. Neste tipo de interrupção,
normalmente apenas a componente de frequência industrial
da tensão de restabelecimento é significativa. Já na
interrupção de correntes capacitivas, uma componente
contínua se somará à componente de frequência industrial.
Assim, no caso de interrupção de correntes capacitivas, a
tensão de restabelecimento na ausência de reacendimento
pode aproximar-se de duas vezes o valor de crista da tensão
aplicada, já no caso de abertura de corrente com fator de
potência próximo da unidade, o pico de tensão de
restabelecimento não ultrapassará 1,0 pu. do valor de crista da
tensão aplicada. A figura ao lado ilustra a comparação entre as
duas interrupções citadas.
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ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA
NOS BARRAMENTOS E SELETIVIDADE
Exemplo estudo de fluxo:

O disjuntor escolhido deve ter no mínimo


1105 A.

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ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA
NOS BARRAMENTOS E SELETIVIDADE
Exemplo seletividade para abertura: Um disjuntor de linha em uma subestação foi comprado com corrente
nominal de 3000 A, porém, no estudo de seletividade definiu-se:

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Curto-circuito
Em regime normal, uma corrente menor ou igual à corrente nominal (IN) chega às cargas alimentadas (XL e RL,
em que XL <<RL). Quando ocorre um curto-circuito perto da subestação, a tensão da fonte passa a alimentar
apenas as reatâncias e resistências da fonte (Xf e Rf onde Xf >>Rf) e, por este motivo, a corrente cresce muito.
Uma típica corrente de curto-circuito varia entre 4 e 25 vezes a corrente nominal.

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Curto-circuito
No momento em que ocorre um curto-circuito causado, a onda de tensão pode estar passando por qualquer
ponto da onda de tensão (ângulo de fechamento Ø). Existem equipamentos chamados de sincronizadores, que
permitem fazer certas operações de fechamento e abertura de disjuntores de subestação segundo um ângulo
controlado. Ao se controlar estes ângulos de fechamento ou abertura pode forçar que as sobretensões ou
sobrecorrentes de uma determinada operação de manobra sejam inferiores às que ocorreriam sem controle. Os
sincronizadores agregam um certo custo ao disjuntor, mas produzem benefícios muito maiores que este custo.
Nas subestações de tensões superiores a 245 kV, eles são muito utilizados.

Considerando as correntes de curto-circuito podem ser consideradas como constituídas por uma componente
periódica e uma a periódica referidas respectivamente como CA e CC. Durante a interrupção de um curto-
circuito por um disjuntor trifásico, dependendo do tipo de falta, as correntes nas fases terão uma certa
assimetria. Como a atuação de cada disjuntor é independente dos demais, cada polo deve ser capaz de operar
satisfatoriamente em uma eventual ocorrência de valores desfavoráveis das componentes CA e CC em sua
respectiva fase. Os parâmetros a serem definidos para que a especificação garanta a operação correta do
disjuntor são ilustrados na figura abaixo:

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Curto-circuito

Onde:
t1 - instante de ocorrência de falta.
t2 - instante de energização da bobina de abertura do disjuntor.
t3 - instante de separação dos contatos dos contatos do disjuntor.
t4 - instante de interrupção de corrente.
tp - instante de atuação da proteção.
tab - instante de abertura do disjuntor.
tarc- instante de duração do arco elétrico.
ti - instante de interrupção da falta pelo disjuntor.
te - instante de estabelecimento.
Ie - corrente de estabelecimento.
ICA(pico) - valor de crista da componente CA da corrente de falta(=√2 * ICA(eficaz)).
ICC0 -valor inicial da componente CC da corrente de falta(notar que, para a
condição de máxima assimetria admitida, ICCO = ICA).
ICC - valor da componente CC da corrente de falta no instante da separação dos
contatos do disjuntor.

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Curto-circuito
No estudo de curto-circuito é mostrado os valores de curto-circuito e também o fator de assimetria.

O ângulo de fechamento sobre a onda de tensão no momento do curto-circuito afeta o valor da primeira crista
de corrente que vai acontecer. Os valores de reatâncias e resistências fazem que a primeira crista de corrente,
quando não estamos muito próximos a geradores, seja da ordem de 2,5 a 2,6 vezes o valor da corrente eficaz.
Usualmente no mercado o valor de assimetria 2,6 é o mais utilizado na alta tensão.

A norma determina que a componente CC da corrente de falta, no instante de separação dos contatos do
disjuntor, seja especificada em porcentagem do valor inicial ICC0 e que o menor tempo possível de abertura
seja considerado para a definição desta componente , juntamente com um tempo de atuação da proteção de
0,5 ciclo.

Sendo t o tempo contado a partir do curto circuito e τ a constante de tempo do curto circuito visto dos
terminais do disjuntor, temos o valor da componente CC variando ao longo do tempo segundo a exponencial:

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Curto-circuito
Sendo τ função da relação X/R onde para circuitos trifásicos X/R=X1/R1 e para mono fásicos
X/R=(2X1+X0)/(2R1+R0).

Embora diferentes valores da relação X/R possam ser calculados para diferentes disjuntores da subestação, é
conveniente que todos de mesma tensão nominal sejam especificados para a mesma componente CC,
correspondendo à maior relação X/R dentre ele.

Caso os valores de X/R sejam menores que 17,0, recomenda-se adotar τ=45 ms para o cálculo da componente
CA, correspondendo a um decaimento de 20% em 10 ms.

Porém, a norma menciona valores alternativos para casos especiais, conforme a tensão nominal do disjuntor:
120ms para Ur≤ 53kV; 60ms para72,5 ≤Ur≤ 420kV e 75 ms para Ur=550kV e Ur=800 kV. Em vista da constante
de tempo considerada na definição da componente aperiódica de um disjuntor estar relacionada a sua
capacidade de interrupção nominal em curto, com uma corrente simétrica de curto-circuito inferior à
capacidade nominal do disjuntor, se for esperado constante de tempo superior a 45 ms, pode-se cobrir o caso
pelo ensaio de corrente nominal de curto-circuito assimétrica usando uma constante de tempo de 45 ms.

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Curto-circuito
Uma forma básica de se calcular o fator de assimetria é conforme essa equação:
Em que:
FASSIMETRIA-RMS = Fator de assimetria RMS (valor eficaz) a ser aplicado na corrente de
curto-circuito simétrica.
X/R = É o valor do X/R visto do ponto de falta onde está sendo calculada a corrente.
tCICLOS = É o tempo em ciclos para o instante que se deseja calcular o fator de assimetria

Valores inseridos na IEC 62271-306 como padronizadas:

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Curto-circuito
Exemplo:

Para 500kV, por exemplo, a maior corrente de curto é de 25,18kA simétrica e 64,93kA assimétrica o que nos daria um fator de assimetria de 2,578. Como no SIN há
uma obrigatoriedade de utilizarmos 50kA (a corrente de curto Simétrica) no mínimo para 500kV, poderíamos comprar um disjuntor de fator de assimetria 64,93/50 = 1,3
se quiséssemos, pois obrigatoriamente deve ser 50kA. Se estivéssemos fora do sistema interligado nacional, poderíamos comprar um disjuntor de 26kA com fa=2,6.

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Ciclos de Operação
Os ciclos tem referência ao tempo de interrupção e corresponde ao maior tempo t que o disjuntor pode levar
para interromper uma corrente de qualquer valor, usualmente expresso em ciclos, variando de dois a cinco ciclos
dependendo do disjuntor. Este tempo tem importância para a estabilização do sistema, pois a eliminação mais
rápida da falta aumenta a estabilidade transitória do sistema e por consequência aumentar a capacidade de
transmissão de uma ligação.

Respeitando os critérios definidos pelo ONS dos seus Procedimentos de Rede(Diretrizes e Critérios para Estudos
Elétricos), que determina que o sistema deverá ser estável para falta monofásica sem religamento, considerando
a perda de u(tensão) de seus elementos e admitindo-se os tempos máximos(te) definidos na tabela abaixo para
eliminação de defeitos(te=tempo de atuação da proteção(tp)+tempo de interrupção de falta pelo disjuntor(tp)):

Pela tabela, verificamos que o uso de disjuntores de 5 ciclos seria aceitável , pelos
critérios do ONS, para sistemas de 138 a 550 kV, admitindo-se tp ≤1 ciclo. Porém,
vista a capacidade atual dos disjuntores de interromper as faltas em menos de 5
ciclos, a conveniência desta e a evolução histórica do sistema brasileiro,
recomenda-se especificar ti = dois ciclos para todos disjuntores de 750 e 500 kV.
Para 345 e 230 kV podendo especificar ti = três ciclos. E para tensões menores que
138kV é usual especificar ti= cinco ciclos.

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Ciclos de Operação

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TRT
Tensão de Restabelecimento Transitória é o termo utilizado para especificar a componente transitória da tensão
que surge entre os terminais do equipamento de manobra quando da sua abertura sob eliminação de uma falta
no sistema elétrico. A tensão no primeiro polo a suprimir a falta é aquela considerada para análise visto que é a
mais elevada quando inexiste discordância entre fases na abertura dos contatos. Nos instantes iniciais que
sucedem a separação mecânica dos contatos dos polos, se estabelece um caminho ionizado até a passagem da
corrente pelo zero. O equipamento é solicitado a suportar termicamente a energia dissipada através do arco de
alta intensidade na câmara de extinção. O elevado gradiente da TRT nos primeiros microssegundos após o zero da
corrente contribui para a elevação de temperatura e pressão, acarretando o restabelecimento térmico caso sua
taxa de crescimento (TCTRT) (medida em kV/µs) seja superior às condições suportáveis pelo dispositivo
seccionador durante o resfriamento do arco.

No que se refere ao arranjo dos barramentos da subestação, observa-se que a depender da disposição
esquemática dos disjuntores, pode haver distinção no número (ou potência reativa) das células capacitivas
necessárias para minimização da taxa de crescimento de um ou mais equipamentos . Este tipo de procedimento
em geral não proporciona alterações no valor máximo da TRT. Em relação aos estresses dielétricos na câmara de
extinção, se o valor de pico da TRT é superior ao limite regido por norma, são adotadas restrições relacionadas a
patamares específicos de carga, transferência de comando de abertura (trip) ou, mais comumente, o
equipamento é substituído por outro de classe de tensão superior.
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TRT
A corrente de curto circuito que flui
através dos contatos do disjuntor causa as
seguintes solicitações:

• Aquecimento dos contatos devido ao


efeito Joule
• Centelhamento nos contatos principais
devido à comutação da corrente de
curto- circuito para os contatos de arco.
• Esforços eletrodinâmicos nos contatos
devido ao pico da corrente de curto
circuito.

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TRT
• Imediatamente após a separação
mecânica os contatos do arco do disjuntor,
tendo em vista que o fluxo magnético nas
indutâncias do circuito elétrico não pode
se alterar instantaneamente, sua
continuidade se mantém pelo
desenvolvimento de um arco elétrico que
conduz a corrente de curto- circuito.

• O arco que se forma no interior das


câmaras de extinção do disjuntor é
submetido ao resfriamento devido à ação
do meio extintor ( ar comprimido ou gás
hexafluoreto de enxofre SF 6)

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TRT
• Para disjuntores a sopro de gás, a extinção é obtida pelo
resfriamento do arco devido ao sopro de gás na direção axial da
coluna de arco, conforme figura ao lado;

• Disjuntores mais antigos a sopro de gás, eventualmente,


utilizam a tecnologia de sopro transversal;

• Para disjuntores a óleo, o processo de interrupção se dá,


principalmente, pela ação do nitrogênio gerado a partir da
decomposição térmica do óleo pelo arco;

• O disjuntor é solicitado a suportar termicamente a energia


dissipada através do arco elétrico de alta intensidade;

• Portanto, surgem no interior das câmaras de extinção altas


temperaturas e pressões.

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TRT
• A fase térmica 2 ou fase de corrente zero, é
definida pelo pequeno intervalo de tempo em
torno do instante de interrupção de corrente. A
corrente de curto circuito se aproxima de zero e
flui através de um arco de baixa intensidade;
• Esta fase caracteriza se por:
o Acentuado resfriamento da coluna de arco;
o Rápido crescimento da resistência de arco à
medida que a corrente se aproxima de zero;
o Interrupção da corrente de curto circuito;
o Início da TRT.
• A interrupção de corrente é predominantemente
dependente do balanço de energia no arco;
• Caso o meio extintor retire mais energia do arco
que a energia dissipada no arco pela corrente de
curto circuito, a interrupção será bem sucedida;

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TRT
• Durante o processo de interrupção, o arco
rapidamente perde condutividade à medida que a
corrente alternada instantânea se aproxima de zero
Poucos instantes após o zero de corrente, a
corrente deixa de fluir pelo circuito;
• Imediatamente após a extinção do arco elétrico, a
coluna residual de arco, cuja condutância se
aproxima de zero, é solicitada pela TRT imposta pela
rede. Ao mesmo tempo, a capacidade dielétrica
entre os condutores do disjuntor inicia sua
recuperação;
• Dessa forma, é estabelecida uma competição entre
a solicitação imposta pela rede e a suportabilidade
dielétrica entre os contatos do disjuntor Caso a TRT
ultrapasse a suportabilidade dielétrica entre os
contatos, haverá um reacendimento do arco e,
consequentemente, falha no disjuntor.
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TRT – FALTAS TERMINAIS

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TRT-FALTAS TERMINAIS
Nas normas, as formas de onda da TRT são representadas a dois parâmetros ou a quatro parâmetros dependendo
do nível de tensão do sistema. No Brasil, utiliza-se dois parâmetros.

Quatro Parâmetros Dois Parâmetros

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TRT-FALTAS TERMINAIS
A representação a quatro parâmetros é utilizada por disjuntores acima da faixa e 245 kV e é uma representação
mais refinada da forma de onda. Outro fator necessário na especificação é o fator de primeiro polo . Este fator é
relacionado ao fato de que as correntes de curto-circuito em cada uma das três fases estão defasadas em 120 graus.
Portanto, a interrupção em uma das fases acontece antes da interrupção simultânea nas outras duas. Pode-se
mostrar por calculo que a tensão na primeira fase a interromper é algo da ordem de 1,4 a 1,6 vezes a que ocorrerá
nas duas seguintes.

Para os disjuntores de maior potência, digamos acima de


8.000 MVA mesmo os maiores do mundo não podem ensaiar
as três fases simultaneamente. O ensaio é feito em apenas
um polo com a corrente de curto-circuito plena e uma tensão
na interrupção igual atenção fase terra vezes o fator de
primeiro polo.

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TRT-FALTAS TERMINAIS
Kpp=1,3

Kpp=1,5

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TRT-FALTAS TERMINAIS
Com base nas formas de onda típicas de tensão de restabelecimento, a IEC 62271 100 define os parâmetros das
envoltórias para caracterizar as tensões de restabelecimento aplicadas aos disjuntores durante os ensaios de
interrupção de faltas terminais iguais a 10, 30, 60 e 100 da componente periódica da capacidade de interrupção
nominal

Onde Ur é a tensão nominal do


disjuntor, kaf é denominado o fator de
amplitude e kpp o fator de primeiro
pólo.

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TRT-FALTAS TERMINAIS
A definição quantitativa para os parâmetros das envoltórias é apresentado nas tabelas a seguir:
Onde disjuntores classe S1 são aqueles
destinados a uso em um sistema de cabos e os
de classe S2 são destinados ao uso em um
sistema de linhas ou sistema de cabos
diretamente conectado a uma linha aérea.

No Brasil os valores de TRT são


frequentemente maiores do que os de valores
de pico normalizado(definidos para kpp=1,3).

Porém, quase todos os fabricantes de


disjuntores de alta e extra-alta tensão se
dispõe a garantir o bom desempenho dos
equipamentos quando expostos a TRTs
admitindo kpp=1,5, ou seja, 15,4% superior
aos definidos na norma.

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TRT-FALTAS TERMINAIS

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TRT-FALTAS TERMINAIS
Exemplo.:

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TRT - FALTAS QUILOMÉTRICA
Denomina se falta quilométrica a falta que ocorre em uma linha de transmissão à pequena distância 1 a 5 km) do
disjuntor responsável por sua manobra;

• A abertura de faltas quilométricas representa uma operação particularmente difícil para o disjuntor, pois essa
condição combina uma corrente de falta de valor elevado a uma taxa de crescimento da TRT mais alta que a
que se verificaria em caso de falta junto aos terminais do disjuntor Vale lembrar que nos disjuntores a
suportabilidade à taxa de crescimento da TRT é menor para as correntes mais elevadas;
• A figura abaixo ilustra uma falta monofásica em um sistema solidamente aterrado O sistema do lado da fonte é
representado por uma tensão fase neutro U s e uma reatância equivalente X s A linha de transmissão é
representada pela associação de elementos indutivos e capacitivos em cascata, caracterizada por um valor X L
(por unidade de comprimento) de reatância e por um valor Z correspondente à impedância de surto.

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TRT - FALTAS QUILOMÉTRICA
• No instante imediatamente anterior à interrupção da corrente de falta, a tensão em ambos os lados do
disjuntor pode ser considerada idêntica, sendo igual ao valor máximo da queda de tensão ocorrida, ao longo
da linha, entre o disjuntor e o ponto onde ocorreu o curto circuito;
• Após a interrupção, a tensão V s do lado da fonte passará a oscilar em torno do valor Us;
• No lado da linha, a tensão V L se comporta de forma transitória, propagando entre o disjuntor e o ponto de
falta, onde a onda é refletida e retorna ao disjuntor. Esse processo se repete algumas vezes até o
amortecimento dessa oscilação;

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TRT - FALTAS QUILOMÉTRICA
• A IEC 62271 determina que as características nominais de faltas quilométricas sejam especificadas para
disjuntores destinados à manobra de linhas, com tensão nominal maior ou igual a 52 kV e capacidade nominal
de interrupção de 12,5 kA. As características padronizadas pela IEC referem se à interrupção de uma falta
monofásica em sistema solidamente aterrado;
• A prática estabelecida pela IEC é de padronizar os parâmetros do circuito do lado da fonte e do lado da linha,
separadamente;

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TRT - FALTAS QUILOMÉTRICA

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TRT - FALTAS QUILOMÉTRICA
Exemplo

Sem defeito fase-terra:

Com defeito fase-terra:

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TRT – DISCORDÂNCIAS DE FASES
Disjuntores de interligação entre duas estações geradoras ou duas partes de um sistema elétrico independentes
quanto à geração podem ter de abrir quando essas partes estão em discordância de fases, o que, em condições
mais desfavoráveis, pode implicar formação de tensões de restabelecimento superiores às produzidas por
curto circuitos;

A abertura em discordância de fases é determinada pela operação da proteção, causada pela circulação de altas
correntes, da ordem de grandeza das correntes de curto circuito, pelos elos existentes;

A figura ao lado apresenta um circuito que


exemplifica uma interrupção em condição de
discordância de fases.
Nos sistemas aterrados e de neutro isolado, a
condição de maior severidade está associada
à ocorrência de uma defasagem angular de 180-180°entre as tensões de cada lado do disjuntor. Nessa condição, a
componente de frequência industrial da tensão de restabelecimento é aproximadamente o dobro
da tensão fase terra se o sistema for solidamente aterrado kpp=2,0. Nos sistemas não solidamente aterrados
kpp=2,5 e, nos sistemas de neutro isolado kpp=3,0.

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TRT – DISCORDÂNCIAS DE FASES

Esta alcançará o valor máximo(0,5) quando xa=xb, com a variação da


relação de correntes em função da relação das impedâncias ilustrada
na curva abaixo:
Apesar disso, a ocorrência do valor
máximo é pouco provável devido a
velocidade de atuação dos modernos
sistemas de proteção que determina
a abertura antes de se verificar
condição de oposição de fase. Mas
ela ainda é possível, por isso a IEC
padronizou uma corrente de 25%.

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TRT – DISCORDÂNCIA DE FASES

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TRT – DISCORDÂNCIA DE FASES
Envoltória Fonte:

Exemplo: . Foi registrada uma defasagem angular de


56,296º entre os terminais do disjuntor da fonte
e de 91,056º entre os terminais do disjuntor de Carga.
Essa defasagem corresponde ao maior valor obtido sem
infringir os limites do sistema.
Não foi observada ocorrência de violação da envoltória
normalizada.

Envoltória Carga:

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TCTRT – TAXA DE CRESCIMENTO DA
TRT

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UTILIZAÇÃO DE CAPACITORES DE
EQUALIZAÇÃO
Deve-se garantir uma distribuição uniforme da tensão total
entre as diversas associações de câmaras de interrupção.
Num disjuntor composto de quatro câmaras, até 60% da
tensão através de um determinado polo, poderia surgir
através de uma única câmara. Uma melhor distribuição de
tensões é obtida pelo acréscimo de capacitores de
equalização (voltage grading capacitors) em paralelo com os
contatos, de forma a minimizar o efeito das capacitâncias
para terra.

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UTILIZAÇÃO DE CAPACITORES DE
EQUALIZAÇÃO

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UTILIZAÇÃO DE RESISTORES DE PRÉ-
INSERÇÃO
Os resistores de fechamento têm função de atenuar solicitações transitórias e sustentadas aplicadas ao sistema
em decorrência da súbita inserção na rede de linhas, transformadores, bancos de capacitores e outros
componentes durante a manobra de fechamento dos disjuntores. Os resistores de fechamento são instalados em
paralelo com as câmaras dos disjuntores (um resistor para cada câmara). Cada resistor é instalado no interior de
uma câmara auxiliar, em que a interrupção do arco formado entre os contatos é feita por processo semelhante ao
usado nas câmaras principais. Existem fabricantes que possuem versões de resistores de pré-inserção
encapsulados juntamente com a câmara de interrupção.

a) Resistores de Fechamento para Chaveamento de Linhas de Transmissão Longas:

O fechamento de linhas de transmissão longas pode dar lugar ao aparecimento de sobretensões elevadas na
extremidade ainda desconectada, devido à superposição da duplicação da tensão causada pelas reflexões ao
efeito Ferranti. A utilização de resistores de fechamento com um valor próximo da impedância de surto da linha
serve para evitar as sobretensões. A prática usual é especificar uma faixa de valores ôhmicos e o tempo de
inserção mínimo dos resistores destinados a essa aplicação.

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UTILIZAÇÃO DE RESISTORES DE PRÉ-
INSERÇÃO
b) Resistores de Fechamento para Chaveamento de Bancos de Capacitores:
Estes resistores são utilizados para limitar as correntes de alta frequência decorrentes do fechamento de bancos
de capacitores em manobra isolada ou back-to-back (valor típico: 100 a 200 ohms por fase). A prática usual é
especificar uma faixa de valores ôhmicos e o tempo de inserção dos resistores previstos para essa aplicação.

c)Resistores de Fechamento para Chaveamento de Transformadores:


Resistores de fechamento podem ser necessários ao controle de sobretensões sustentadas causadas pelas
correntes de inrush formadas no chaveamento de transformadores, em certas situações especiais. Os resistores
de fechamento são utilizados para atenuar as solicitações impostas ao sistema e não para melhorar o
desempenho disjuntor. A prática normalmente adotada é especificar uma faixa de valores ôhmicos para estes,
bem como o tempo de inserção mínimo. Esses parâmetros são obtidos por meio de estudos de transitórios e
comparação dos resultados obtidos com diferentes valores de resistência e tempo de inserção.

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UTILIZAÇÃO DE RESISTORES DE PRÉ-
INSERÇÃO

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EXEMPLO 1
Um disjuntor deverá ser comprado para um sistema de 300kV. Sabendo que o curto-circuito do disjuntor a se
comprar é de 40kA, que os estudos de sistema deu um TRT máximo de 477kV em um curto máximo de 28kA.
Especifique este disjuntor a nível de TRT.

Verifica-se qual curva será usada= 28kA/40kA = 70%, usaremos curva T100 para um disjuntor de kpp=1,3.

TRT não passa, pois valor da tabela = 446kV


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EXEMPLO 1
1)Primeira forma: Ver ensaio de tipo do disjuntor e verificar se ele suporta mais que a IEC.

2)Segunda forma: Dimensionar um disjuntor de 50kA, logo 28kA/50kA = 56%, usaremos a curva T60 para um
disjuntor de kpp=1,3 ; TRT passa, pois tabela tem 478kV

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EXEMPLO 1
3)Terceira forma: Dimensionar um disjuntor de 40kA, logo 28kA/40kA = 70%, mas um nível de tensão acima
(362kV) usaremos a curva T100 para um disjuntor de kpp=1,3 ; TRT passa, pois tabela tem 538kV

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EXEMPLO 1
4)Quarta forma: Dimensionar um disjuntor de 40kA, logo 28kA/40kA = 70%, usaremos a curva T10 para um
disjuntor de kpp=1,5 ; TRT passa pois:

Valor do TRT 1,3 = 446kV, logo para TRT 1,5 = 446*1,5/1,3 = 514,61kV que é maior que 477kV.

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