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Prefácio
“Esta apostila tem como objetivo apresentar os conceitos fundamentais do ensaio por ultrassom in-
dustrial e servir de guia para o estudo e treinamento de pessoal, desenvolvendo assuntos na teoria e
na prática das aplicações mais comuns do ensaio de ultrassom que é um dos mais importantes méto-
dos de ensaios não destrutivos, sendo que este método aplicado como complemento com outros mé-
todos de ensaios não destrutivos se complementam para detectar as descontinuidades do material
que esta sendo ensaiado, somado a experiência do profissional, ao seu conhecimento técnico adqui-
rido do equipamento que esta sendo aplicado, pode contribuir para interpretar as diversas indicações
do equipamento de ultrassom, que hoje com o desenvolvimento da eletrônica cada vez mais contribui
para facilitar o entendimento do que esta acontecendo durante a inspeção. Hoje o método se aplica
em diversos segmentos durante os processos de fabricação bem como é aplicado na inspeção de
serviço, contribuindo assim para a nossa segurança e qualidade dos equipamentos."
Eng° José Roberto Garcia Miranda
CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL-WOBBEN-WINDPOWER
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Sumário
1- introdução....................................................................4
7- transdutores................................................................19
8- tipos de cristais............................................................21
9- prática de ensaio.........................................................21
1- INTRODUÇÃO
Entre os dois extremos da audibilidade, se estabelece toda a gama contínua de sons que o ouvido
humano, além de perceber, ainda identifica de onde procede, qual a sua entoação e dentro de certos
limites, a espécie de fonte sonora que os produziu.
Sons extremamente graves ou agudos, podem passar desapercebidos pelo aparelho auditivo huma-
no, não por deficiência deste, mas por caracterizarem vibrações com frequências muito baixas , até
20Hz (infrassom) ou com frequências muito altas acima de 20 kHz (ultrassom), ambas inaudíveis.
No segmento industrial sua utilização esta ligada ao controle de qualidade dos produtos fabricados
através dos diversos processos de fabricação, na segurança dos equipamentos que depois de um
tempo de uso, necessitam ser investigados pois sua integridade pode ser afetado com o tempo de
uso, sendo assim ótima ferramenta para a manutenção e investigação de descontinuidades durante a
vida útil do equipamento, que caso apareçam podem causar acidentes de grande monta, podendo
causar mortes ou prejuízos incalculáveis a uma empresa ou organização.
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Nos tempos remotos do passado ( meados de 1850), se realizava teste em rodas ferroviárias, eram
executados através de testes de martelo, em que o som produzido pela peça denunciava a presença
de trincas.
Ainda hoje, em alguns casos, para uma avaliação de forma grosseira de possíveis problemas
apresentados pelos materiais, tais como no caso de rebolos de retífica, se faz este teste.
Em 1880, os irmãos Jean e Marie Curie descobriram que amostras retiradas de alguns cristais
produziam corrente elétrica ao serem submetidas à pressão. Lippmann apresentou a teoria da
mudança da forma desses cristais pela aplicação de corrente elétrica alternada. Descobriu-se,
portanto, a possibilidade de se produzir vibrações mecânicas em cristais pela aplicação de corrente
elétrica alternada e também o princípio inverso, efeito mecânico no cristal pela aplicação de corrente
alternada. Esses cristais ficaram conhecidos como cristais piezoelétricos e o efeito de se transformar
energia mecânica em elétrica e vice versa como efeito piezoelétrico.
As primeiras experiências utilizando-se o efeito piezoelétrico foram realizadas com cristais de quartzo
em 1929 pelo russo Sokolov. Esses estudos, também desenvolvidos pelos alemães Mulhauser
Pohlman e outros, tiveram grande sucesso na inspeção de peças fundidas. Os resultados em outros
tipos de materiais (com pouca absorção sônica) só foram satisfatórios para a época após o
desenvolvimento do método pulso-eco, por D. O. Sproule, que desenvolveu o primeiro aparelho de
ultra-som em 1942 trabalhando como físico para a Cia. Kelvin & Huyghens.
Após a Segunda Guerra Mundial, os alemães Trost e Gots, além de Firestone, nos Estados Unidos,
desenvolveram sistemas similares. Em 1947, Sproule desenvolveu o cabeçote angular que permitia a
introdução de energia sônica em vários ângulos no material sem a produção de sinais indesejáveis.
Após os anos 60, a aplicação do ensaio teve um grande desenvolvimento. O grande impulso no Brasil
foi em 1979, com a construção das primeiras plataformas de produção de petróleo na Bacia de
Campos. Devido à credibilidade do ensaio por ultrassom, deu-se início à qualificação de Inspetores de
Ensaios por Ultrassom pela Petrobrás.
Atualmente, o ensaio por ultrassom industrial é de grande utilização em vários ramos industriais,
principalmente como alternativa à aplicação do ensaio radiográfico em situações que apresentem
dificuldades quanto à proteção radiológica ou cumprimento de prazos contratuais. Hoje, na indústria
moderna, principalmente na detecção de descontinuidades nos principais processos de fabricação em
fundição, forjaria laminação de chapas, trefilação, extrusão, na área de detecção de descontinuidades
em soldagem, nos processos de transformação em caldeiraria e estruturas metálicas soldadas,
estruturas navais, na fabricação e manutenção de pás eólicas, na indústria geração de energia
hidroelétrica, na fabricação de veículos do tipo automóveis, ônibus, caminhões estradeiros e fora de
estrada, ultrassom em solda ponto, na manutenção em ferrovias, ensaio em trilhos, eixos de
locomotivas e vagões, na medição de espessura de tubos para se verificar reduções de espessura
causada por corrosão ou desgaste natural pela condução de produtos, na fabricação e na inspeção
de serviço de plantas petroquímicas e na exploração de petróleo e gás, o ensaio por ultrassom
constitui uma ferramenta indispensável para a garantia da qualidade de juntas soldadas, chapas e de
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peças de grandes espessuras e de geometria complexa, que caso apresentem uma falha podem
provocar um acidente de grande monta.
O grande avanço no ensaio por ultrassom está em sua instrumentação eletrônica e na introdução da
informatização, ferramentas essas que têm facilitado à aquisição e o armazenamento de dados da
inspeção realizada.
O teste ultrassônico de materiais é realizado com o uso de ondas mecânicas que se propagam no
meio material de inspeção, ao contrário da técnica radiográfica, que usa ondas eletromagnéticas.
Qualquer onda mecânica é composta de oscilações de partículas discretas, no meio e que se propa-
ga. A passagem de energia acústica pelo meio faz com que as partículas que compõe o mesmo exe-
cutem um movimento de oscilação em torno da posição de equilíbrio, cuja amplitude do movimento irá
diminuindo com o tempo, em decorrência da perda de energia adquirida pela onda.
Se assumirmos que o meio em estudo é elástico, ou seja, as partículas que compõe não estão rigi-
damente ligadas, mas que podem oscilar em qualquer direção.
Fig 2- esquema detector de falhas por ultrassom Fig 3- esquema de medição de espessura
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-configuração básica de um ensaio por ultrassom, para detecção de falhas em materiais na figura 2 e
no caso de medição de espessuras fig 3 ,
pode-se efetuar o ensaio por ultrassom com acesso por apenas um dos lados da superfície do
material;
avaliação da integridade de peças de grande espessura; para detecção de descontinuidades in-
ternas
pequenas descontinuidades são detectadas; alta sensibilidade
determinação da localização de descontinuidades (profundidade, área, altura, dentre outros);
laudo imediato após o ensaio;
portabilidade do equipamento; fácil manuseio.
não gera efeitos prejudiciais ao operador e/ou pessoas próximas ao local da inspeção.
-Onda pode ser definida como o transporte de energia de um ponto a outro do espaço sem
ocorrer o transporte de matéria.
3.2.1 Mecânicas:
São aquelas em que a energia é transportada através das vibrações das partículas que compõem um
meio. As ondas mecânicas necessitam de um meio material para se transmitirem (que pode ser
sólido, líquido ou gasoso). Essa é a razão pela qual não se transmitem no vácuo.
A propagação das ondas mecânicas por um meio ocorre devido ao mesmo ter propriedades elásticas.
Exemplo: som emitido por uma corda de violão, a onda sonora, propaga-se através do ar. Velocidade
do som no ar, 330 m/s.
Como exemplo, quando acionamos uma campainha no vácuo, não haverá som, pois a sua vibração,
ou este tipo de onda, não pode ser transmitida.
3.2.2- Eletromagnéticas:
São aquelas em que a energia é transportada por um campo elétrico e por um campo magnético, que
podem se propagar pelo vácuo (ou seja, não requerem meio material para se propagarem). A
propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo e no ar ocorre a uma velocidade de
aproximadamente 300.000 km/s.
Como exemplo de ondas eletromagnéticas, podemos citar: onda luminosa (luz), ondas de rádio, raios
X, etc.
Fig 6- faixa de ondas eletromagnéticas
Ao ligarmos uma lâmpada no vácuo, podemos ver a sua iluminação, porque este tipo de onda não
depende de meio material para ser transmitida.
São ondas cujas partículas do meio vibram na mesma direção da propagação da onda, ou seja, para-
lela ao sentido de propagação da onda, são as únicas que se propagam em meio líquido. Este tipo de
onda possui a mais alta velocidade de todas elas, não se propagam no vácuo, por exemplo, quando
acionamos uma campainha no vácuo, não haverá som, pois a sua vibração, ou este tipo de onda,
não pode ser transmitida.
Velocidade no Aço: 5920m/s
Velocidade na Água: 1480m/s
Ar: 330m/s
Obs: A velocidade depende do tipo de onda e do material que ela se propaga.
São aquelas ondas formadas a partir do 1º ângulo crítico (onde a onda longitudinal tangencia a
superfície do material). Como as Ondas de Creeping são muito atenuadas devido a geração posterior
de ondas transversais para o interior do material, essas ondas podem ser utilizadas na detecção de
descontinuidades na superfície oposta (pois as ondas transversais formadas são novamente trans-
formadas em Ondas de Creeping)
São aquelas ondas formadas a partir do 2º ângulo crítico (onde a onda transversal tangencia a su-
perfície do material). As Ondas de Rayleigh percorrem uma região sub-superficial devido à divergên-
cia do feixe sônico, sendo sua penetração da ordem de 01 comprimento de onda. As Ondas de Ra-
yleigh podem ser utilizadas na verificação de finas camadas de material utilizadas para recobrir outros
materiais. A velocidade das Ondas de Rayleigh está por volta de 90% das ondas transversais.
5.1 Frequência
Definimos frequência, como sendo o número de vezes que um fenômeno se repete por unidade de
tempo. Os fenômenos de vibrações mecânicas e suas propagações nos meios, também são exem-
plos de oscilações ou movimentos periódicos, e para um dado tempo de periodicidade, ou seja, fre-
quência.
Infrassom: até 20Hz
Som: 20Hz a 20kHz
Ultrassom: acima de 20kHz (campo de aplicação entre 0,5 e 12MHz)
Hertz: significa nº de ciclos por segundo. Uma onda de frequência 30000 Hz (ou 30
kHz) indica que a mesma passa por um determinado ponto 30 mil vezes em 1 segundo!
Material
Supondo que o som percorra o material com velocidade constante, temos do movimento
uniforme:
Uma onda transporta energia, mas não matéria. Ocorre uma oscilação das partículas em
seu ponto de equilíbrio. O comprimento de onda é definido como a distância entre duas
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Considerando uma onda sônica se propagando num determinado material com velocidade “v”, fre-
quência “f” e comprimento de onda “”, podemos relacionar estes três parâmetros como segue:
v = . F
Teremos:
V= . f ou = V/f
sendo V = 5920 000 mm/s / 2000000 Hz
= 2,96 mm sendo que a menor descontinuidade que pode ser detectada é 1,48 mm (
--Metade do Comprimento de onda define a menor descontinuidade detectável por ultra som
A relação acima permite calcular o comprimento de onda, pois a velocidade é em geral conhecida e
depende somente do modo de vibração e o material, por outro lado à frequência depende somente da
fonte emissora que também é conhecida.
Esta relação é de significante importância, pois o comprimento de onda relaciona-se diretamente com
o tamanho do defeito a ser detectado.
Descrevemos os meios de propagação como sendo formados por partículas ligadas entre si, que po-
diam vibrar numa posição. Compreendemos, no entanto, que o meio no qual a onda se propaga não
apresenta alteração permanente com a passagem da perturbação. Ocorre apenas um deslocamento
de porção infinitesimal, atingida pelo pulso. Isto significa que a propagação da perturbação de um
ponto para outro não implica em transporte de matéria entre esses pontos, mas somente transmissão
de energia. É evidente a impossibilidade de transmissão de som no vácuo, pela ausência de matéria.
A onda sônica, ao transmitir de um meio ao outro com características acústicas diferentes sofre uma
mudança na sua velocidade e também no comprimento de onda. Entretanto o único parâmetro que
permanece constante é a frequência.
Outro parâmetro que se altera é a energia ou intensidade sônica. A energia sônica ao ser transmitida
de um meio ao outro com características acústicas diferentes diminui em virtude da reflexão sofrida
pela onda neste meio. O plano de mudança denomina-se interface.
Uma descontinuidade interna presente mo material, via de regra inclusões não metálicas, bolhas de
gás, representam uma interrupção na continuidade das propriedades acústicas do material e, portanto
interfaces ( descontinuidades). Este fundamento é de vital importância e nele se baseia o exame ul-
trassônico.
5.7 Reflexão
Fenômeno que ocorre quando uma onda sônica incide numa interface qualquer.
Fig 13- incidência, reflexão da onda, ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Ex: imagem no espelho.
Fig. 14- incidência normal no material com reflexão e transmissão da onda por uma ¨interface ¨.
5.8 Refração
Por meio da lei de Snell é possível determinar as direções de ondas refletidas e refratadas, quando
certas ondas ultrassônicas obliquas, incidem em uma interface. Segundo essa lei, a relação entre o
seno do ângulo de incidência e o seno do ângulo de refração e igual a razão das velocidades corres-
pondentes das ondas incidente e refratada. A equação abaixo demonstra matematicamente essa re-
lação.
5.9 - Difração, Dispersão e Atenuação da onda sônica o material (efeitos de atenuação do ma-
terial)
A onda ao percorrer um material qualquer sofre em sua trajetória efeitos de difração, dispersão e ate-
nuação resultando em perdas de energia (atenuação).
A dispersão deve-se ao fato da matéria não ser totalmente homogênea, contendo interfaces naturais
de sua própria estrutura ou processo de fabricação. Por exemplo, fundidos que apresentam grãos de
grafite e ferrita com propriedades elásticas distintas. Para esta mudança de características elásticas
em um mesmo material denominamos Anisotropia.
A dispersão exerce influência principal na atenuação quando o grão for da ordem de 1/10 do com-
primento de onda.
A absorção pode ser entendida como a energia gasta pela onda mecânica para fazer oscilar cada
partícula no meio A dispersão e a absorção serão maiores quanto maior for à frequência ultrassônica.
A somatória de todos os componentes responsáveis diretos pela perda de energia sônica, durante
sua propagação, resultando no fenômeno da atenuação sônica.
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Exemplo de aplicação:
Quais são os ganhos correspondentes a uma queda de 50 % e 20 % nas amplitudes de dois sinais na tela do aparelho de
ultrassom , como mostrado na figura abaixo?
O “Bell” abreviado “B” é uma grandeza que define o nível de intensidade sonora (NIS) que compara
as intensidades de dois sons quaisquer, como segue:
N.I.S. = log I /Io= dB
Onde I e Io são duas intensidades sonoras medidas em Watts por centímetros quadrados (W/cm2).
Por outro lado, o decibell equivale a 1/10 do Bell e em geral é normalmente utilizado para medidas de
N.I.S., e portanto a equação será:
N.I.S. = 10 log I/I0 Db
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Entretanto, a teoria dos movimentos harmônicos na propagação ondulatória nos ensina que a intensi-
dade de vibração é proporcional ao quadrado da amplitude sonora , I = (A)2 ,e portanto devemos res-
crever na forma de N.A.S (nível de amplitude sonora):
N.A.S. = 10log (A)2/(A0)2 dB (Nível de amplitude sonora).
Exemplo de aplicação:
Calcule o campo próximo de um transdutor normal com diâmetro 10 mm e frequência de 4 MHz,
quando inspecionando aço.
EXEMPLO DE CÁLCULO:
Para o cálculo é necessário que as unidades estejam coerentes, ou seja: “D “ em mm , “f” em
Hz , “ll” em mm e “v” em mm/s
7. – TRANSDUTORES ( cabeçotes)
O campo próximo representa para efeitos práticos, uma dificuldade na avaliação ou detecção de pe-
quenas descontinuidades, isto é, menores que o diâmetro do transdutor, situadas nesta região próxi-
mas do transdutor.
Portanto o inspetor de ultrassom deve ficar atento a este problema.
7.2 Angulares
A rigor diferem dos transdutores retos pelo fato de o cristal formar um determinado ângulo com a su-
perfície do material. O ângulo é obtido inserindo uma cunha de plástico entre o cristal e a superfície.
Deve ficar claro que o cristal piezo elétrico emite uma onda longitudinal, porém no material penetra
uma onda transversal, sendo esta a grande diferença em relação ao transdutor reto.
9- PRÁTICA DE ENSAIO
técnicas de Inspeção
A inspeção de materiais por ultrassom pode ser efetuada através de dois métodos ou técnicas como
segue.
Técnica de Transparência
É uma técnica onde é utilizado dois transdutores separados, um transmitindo e outro recebendo as
ondas ultrassônicas. Neste caso é necessário acoplar os transdutores nos dois lados da peça, de
forma que estes estejam perfeitamente alinhados. Este tipo de inspeção, não se pode determinar a
posição da descontinuidade, sua extensão, ou localização na peça, é somente um ensaio do
tipo passa-não passa.
9.1 - Finalidade
O ensaio por ultrassom caracteriza-se num método não destrutivo que tem por objetivo a detecção de
defeitos ou descontinuidades internas, presentes nos mais variados tipos ou formas de materiais fer-
rosos ou não ferrosos.
Tais defeitos são caracterizados pelo próprio processo de fabricação da peça componente a ser exa-
minada como, por exemplo: bolhas de gás em fundidos, dupla laminação de laminados, micro trincas
em forjados, escorias em uniões soldadas e muitos outros.
Portanto o exame ultrassônico, assim como todo exame não destrutivo, visa diminuir o grau de incer-
teza na utilização de materiais ou peças de responsabilidade.
9.2 - Aplicação
Hoje na moderna indústria, principalmente nas áreas de caldeiraria e estruturas marítimas, o exame
constituiu uma ferramenta indispensável para a garantia da qualidade de peças de grandes espessu-
ras, geometria complexa de juntas soldadas, chapas. Na maioria dos casos os exames são aplicados
em aços carbono e em menor escala em aços inoxidáveis. Materiais não ferrosos
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Aparelho Analógico Básico de ultrassom, marca Krautkramer mod. USM-2.(utilizados nos anos 1970 )
Inúmeros são os parâmetros ou variáveis a serem escolhidos para realização do exame ultrassônico.
Tais parâmetros deverão ser selecionados pelo operador levando em conta os tamanhos e tipos de
defeitos a serem detectados, tipo de material, geometria ou forma da peça ou seção a ser
examinada, especificações de fabricação e inspeção.
Técnica Pulso-Eco
É o método onde se emprega um único transdutor para emitir e receber ondas
ultrassônicas. Neste caso, o transdutor não emite continuamente ondas
sônicas, mas sim pulsos de ondas, daí o nome Pulso-Eco ou ondas pulsadas.
Este método, aplicado em 90% dos casos, possui inúmeras vantagens, tais
como:
-se localizar a descontinuidade;
Técnica de Transparência
É o método, onde se emprega dois transdutores separados, sendo um como emissor ultrassônico e o
outro receptor. Neste caso, os transdutores são acoplados entre as superfícies paralelas, que contem
a região a ser examinada, como mostra a figura esquemática abaixo:
O método de transparência, normalmente é aplicado em peças onde não se pretende avaliar ou loca-
lizar as descontinuidades existentes, internamente, mas apenas detecta-las e submeter a uma inspe-
ção do tipo “passa-não passa”. Devido a esta característica, o método possui limitações intrínsecas
tais como:
Técnica de Imersão
Para evitar as variações inerentes a um acoplamento manual, desenvolveu-se a técnica de imersão.
Neste método tanto o corpo de prova como o transdutor opera debaixo de água, geralmente dentro de
um tanque.
Na técnica de imersão o acoplamento é sempre homogêneo e independente da sensibilidade manual.
Os tanques de imersão possuem dispositivos de fixação e de movimentação do corpo de prova assim
como geralmente incorporam um sistema de fixação do transdutor com todos os movimentos. Tanto
os movimentos do transdutor como os corpos de prova são comandados eletricamente.
programadas em computador especial. Estas unidades são geralmente
utilizadas em institutos de pesquisa.
Técnica DELTA
Técnica especialmente desenvolvida para ensaio de soldas com grande espessura, principalmente na
área de construção de componentes nucleares.
Opera com um transdutor angular como emissor e outro normal ou reto como receptor. O transdutor
receptor R capta sinais dissipados (ondas longitudinais e ondas transversais) pelo flanco superior da
descontinuidade.
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Técnica TANDEM
Técnica de transparência, também utilizada na área ferroviária na inspeção de soldas elétricas por
resistência em trilhos , ensaio de soldas com grande espessura, principalmente na área de construção
de componentes e hidroelétricos.
Opera com dois transdutores angulares de 45°, um sendo emissor e outro como receptor. O transdu-
tor emissor envia a onda transversal que caso a mesma encontre uma descontinuidade vertical na
solda, que pode ser causada pelo não caldeamento vai refletir e ser enviada para o transdutor recep-
tor que é do mesmo ângulo, em geral utilizamos o ângulo de 45°, este recebe o sinal enviado e senti-
do pelo transdutor cabendo ao inspetor interpretar as indicações caso elas sejam analisadas por um
critério de aceitação.
13 - ENSAIO EM SOLDAS
13.1 Introdução
Nenhum outro ensaio tem sido tão difundido e estudado no Brasil atualmente, como a inspeção ul-
trassônica de soldas, principalmente em materiais como aço de grandes espessuras e de geometria
complexa, que via de regra, exigem pelos códigos de fabricação inspeção total ou parcial de tais es-
truturas.
Tais procedimentos para inspeção de soldas, são na maioria dos casos baseados nas normas Asme-
SecV, DNV (Det Norske Veritas) , API-rp-2x e normas Petrobrás N-1768 e N1594. Portanto, a seguir
descrevemos um método geral para inspeção de soldas, baseado nas normas acima mencionadas,
podendo ser estendidas para as demais.
É importante mencionarmos que qualquer inspeção deve ser efetuada conforme um procedimento
escrito aprovado pelo cliente e fabricante/fornecedor, de acordo com o código de fabricação do equi-
pamento e documentos aplicáveis.
detectadas.
A tabela abaixo recomenda os ângulos dos transdutores, normalmente utilizados em função da es-
pessura.
Espessura do Metal Base (mm) Ângulos dos Transdutores
Até 15mm- 60º e 70º
Entre 15 e 25mm- 45º e 60º ou 60º e 70º
Entre 25 e 40mm- 45º e 60º ou 45º e 75º
Maior que 40mm- 45º e 60º
14.1 Introdução
A inspeção de chapas é reconhecidamente o ensaio ultra-sônico mais simples,
devido a fácil geometria da peça e a simplicidade na interpretação das
indicações, principalmente no controle da qualidade de recebimento das
chapas a serem utilizadas em equipamentos ou partes sujeitas a pressão.
Os procedimentos de exame poderão requerer maior ou menor grau de
severidade maior ou menor grau de severidade, dependendo do código de
referência ou exigências de projeto.
14.2 Aplicações
Inspeção de chapas conforme ASME – SA 435. Procedimento aplicado para
inspeção de chapas de aço, para vasos de pressão, com espessuras maiores
originais a ½” (12,7mm).
Inspeção de chapas conforme ASME – SA 578. Procedimento aplicado para
inspeção de chapas de aço, para vasos de pressão, com espessuras ,maiores
ou iguais a 3/8” (9,5mm) pela técnica pulso-eco com o objetivo de detectar
descontinuidades paralelas à superfície.
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15 REALIZAÇÃO DE ENSAIO
Por tratar-se de uma única peça plana (bom acoplamento), de dimensões
consideráveis, optaremos pela técnica de pulso-eco com uso do transdutor
normal.
Peça Chapa de Aço
Dimensões 780x80x40mm
Técnica Pulso Eco
Transdutor Normal
Como a velocidade de propagação do ultra-som é diferente para cada material,
necessitamos de um padrão para calibrar o equipamento, isto é, para ajustar os
pulsos de resposta na tela do aparelho. Neste caso, usamos o bloco em aço, o
mesmo material da peça. Este bloco traz marcações para facilitar o ajuste.
15.1 CALIBRAÇÃO
A calibração é feita para atender os critérios de aceitação preestabelecidos
pela engenharia da fábrica
a = S . sen60 º
d = 2e – S. cos60º
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Esperamos com este trabalho estar colaborando para facilitar o aprendizado de mais um método não destrutivo.
The end