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FORMAÇÃO PROFISSIONAL

CETRE DO BRASIL

APOSTILA - CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO ENSAIO POR ULTRASSOM INDUSTRIAL

Elaborado por CETRE DO BRASIL


Eng° Jose Roberto G. Miranda
CREA-ENGENHARIA MECÂNICA
Nível 2 e 3 - SNQC/END
07/01/2020
CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL

Prefácio
“Esta apostila tem como objetivo apresentar os conceitos fundamentais do ensaio por ultrassom
industrial e servir de guia para o estudo e treinamento de pessoal, desenvolvendo assuntos na te-
oria e na prática das aplicações mais comuns do ensaio de ultrassom que é um dos mais impor-
tantes métodos de ensaios não destrutivos, sendo que este método aplicado como complemento
com outros métodos de ensaios não destrutivos que se complementam para detectar as desconti-
nuidades do material que está sendo ensaiado, somado a experiência do profissional, ao seu co-
nhecimento técnico adquirido do equipamento que está sendo aplicado, pode contribuir para inter-
pretar as diversas indicações do equipamento de ultrassom, que hoje com o desenvolvimento da
eletrônica cada vez mais contribui para facilitar o entendimento do que está acontecendo durante
a inspeção. Hoje o método se aplica em diversos segmentos da indústria de transformação du-
rante os processos de fabricação, manutenção, bem como é aplicado na inspeção de materiais,
tais como eixos forjados e fundidos, sendo assim localizar as descontinuidades, que caso passa
despercebida pode causar sérios danos ao equipamento, contribuindo assim para a segurança e
qualidade dos diversos materiais e equipamentos hoje usados na indústria."
Eng. José Roberto Garcia Miranda

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Sumário
1-introdução.............................................................................4

2-Princípios fisicos das vibrações ultrassônicas.................6

3-Classificação das ondas......................................................7

4-propagação das ondas........................................................8

5-características das ondas ultrassônicas.........................11

6-geração das ondas ultrassônicas....................................18

7-transdutores.......................................................................21

8-tipos de cristais.................................................................23

9-técnica de inspeção..........................................................24

10-aparelho de ultrassom....................................................25

11- prática de ultrassom.....................................................26

12-procedimento de ensaio.................................................26

13-calibração .......................................................................30

14-localização de descontinuidades ................................30

15-realização do ensaio com transdutor angular............31

16-blocos básicos de calibração ......................................32

17-Questionário de ultrassom............................................35

18-Materiais consultados para esta apostila ...................41

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1- INTRODUÇÃO AOS PRINCIPIOS FISICOS DO ENSAIO POR ULTRASSOM

O campo de audibilidade do ouvido humano se estende entre 20 Hz e 20 kHz, abaixo de 20 Hz


não ouvimos mais, neste caso temos o infrassom, acima de 20 kHz também não é mais audível
pelo ouvido humano, sendo que nesta faixa se estende o campo de trabalho com o ultrassom, e o
mesmo pode ser utilizado em diversos formas de uso e segmentos industriais, por exemplo: na
limpeza de componentes mecânicos, na verificação medica, como sonar, na medição da camada
de gordura em porcos como sonar, enfim, o campo e bem vasto, conforme a tecnologia dos equi-
pamentos acompanha e também a eletrônica aplicada nos equipamentos de ultrassom, estende-
se o campo da sensibilidade do ouvido humano.

Entre os dois extremos da audibilidade, se estabelece toda a gama contínua de sons que o ouvido
humano, além de perceber, ainda identifica de onde procede, qual a sua entoação e dentro de
certos limites, a espécie de fonte sonora que os produziu.
Sons extremamente graves ou agudos, podem passar desapercebidos pelo aparelho auditivo hu-
mano, não por deficiência deste, mas por caracterizarem vibrações com frequências muito baixas,
até 20Hz (infrassom) ou com frequências muito altas acima de 20 kHz (ultrassom), ambas inaudí-
veis.

No segmento industrial sua utilização está ligada ao controle de qualidade dos produtos fabrica-
dos através dos diversos processos de fabricação, na segurança dos equipamentos que depois
de um tempo de uso, necessitam ser investigados pois sua integridade pode ser afetado com o
tempo de uso, sendo assim ótima ferramenta para a manutenção e investigação de descontinui-
dades durante a vida útil do equipamento, que caso apareçam podem causar acidentes de grande
monta, podendo causar mortes ou prejuízos incalculáveis a uma empresa ou organização.

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 Um breve histórico do método do ultrassom durante o tempo

Nos tempos remotos do passado (meados de 1850), se realizava teste em rodas ferroviárias,
eram executados através de testes de martelo, em que o som produzido pela peça denunciava a
presença de trincas.
Ainda hoje, em alguns casos, para uma avaliação de forma grosseira de possíveis problemas
apresentados pelos materiais, tais como no caso de rebolos de retífica, se faz este teste.

Em 1880, os irmãos Jean e Marie Curie descobriram que amostras retiradas de alguns cristais
produziam corrente elétrica ao serem submetidas à pressão. Lippmann apresentou a teoria da
mudança da forma desses cristais pela aplicação de corrente elétrica alternada. Descobriu-se,
portanto, a possibilidade de se produzir vibrações mecânicas em cristais pela aplicação de corrente
elétrica alternada e também o princípio inverso, efeito mecânico no cristal pela aplicação de corrente
alternada. Esses cristais ficaram conhecidos como cristais piezoeléctricos e o efeito de se
transformar energia mecânica em elétrica e vice-versa como efeitos piezoeléctricos.

As primeiras experiências utilizando-se o efeito piezoeléctrico foram realizadas com cristais de


quartzo em 1929 pelo russo Sokolov. Esses estudos, também desenvolvidos pelos alemães
Mulhauser Pohlman e outros, tiveram grande sucesso na inspeção de peças fundidas. Os
resultados em outros tipos de materiais (com pouca absorção sônica) só foram satisfatórios para a
época após o desenvolvimento do método pulso-eco, por D. O. Sproule, que desenvolveu o primeiro
aparelho de ultra-som em 1942 trabalhando como físico para a Cia. Kelvin & Huyghens.

Após a Segunda Guerra Mundial, os alemães Trost e Gots, além de Firestone, nos Estados Unidos,
desenvolveram sistemas similares. Em 1947, Sproule desenvolveu o cabeçote angular que permitia
a introdução de energia sônica em vários ângulos no material sem a produção de sinais
indesejáveis.

Após os anos 60, a aplicação do ensaio teve um grande desenvolvimento. O grande impulso no
Brasil foi em 1979, com a construção das primeiras plataformas de produção de petróleo na Bacia
de Campos. Devido à credibilidade do ensaio por ultrassom, deu-se início à qualificação de
Inspetores de Ensaios por Ultrassom pela Petrobrás.

Atualmente, o ensaio por ultrassom industrial é de grande utilização em vários ramos industriais,
principalmente como alternativa à aplicação do ensaio radiográfico em situações que apresentem
dificuldades quanto à proteção radiológica ou cumprimento de prazos contratuais. Hoje, na indústria
moderna, principalmente na detecção de descontinuidades nos principais processos de fabricação
em fundição, forjaria laminação de chapas, trefilação, extrusão, na área de detecção de
descontinuidades em soldagem, nos processos de transformação em caldeiraria e estruturas
metálicas soldadas, estruturas navais, na fabricação e manutenção de pás eólicas, na indústria
geração de energia hidroelétrica, na fabricação de veículos do tipo automóveis, ônibus, caminhões
estradeiros e fora de estrada, ultrassom em solda ponto, na manutenção em ferrovias, ensaio em
trilhos, eixos de locomotivas e vagões, na medição de espessura de tubos para se verificar
reduções de espessura causada por corrosão ou desgaste natural pela condução de produtos, na
fabricação e na inspeção de serviço de plantas petroquímicas e na exploração de petróleo e gás,
o ensaio por ultrassom constitui uma ferramenta indispensável para a garantia da qualidade de
juntas soldadas, chapas e de peças de grandes espessuras e de geometria complexa, que caso
apresentem uma falha podem provocar um acidente de grande monta.

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O grande avanço no ensaio por ultrassom está em sua instrumentação eletrônica e na introdução
da informatização, ferramentas essas que têm facilitado à aquisição e o armazenamento de dados
da inspeção realizada.

2- PRINCÍPIOS FÍSICOS DAS VIBRAÇÕES ULTRASSÔNICAS

O teste ultrassônico de materiais é realizado com o uso de ondas mecânicas que se propagam
no meio material de inspeção, ao contrário da técnica radiográfica, que usa ondas eletromagné-
ticas. Qualquer onda mecânica é composta de oscilações de partículas discretas, no meio e que
se propaga. A passagem de energia acústica pelo meio faz com que as partículas que compõe o
mesmo executem um movimento de oscilação em torno da posição de equilíbrio, cuja amplitude
do movimento irá diminuindo com o tempo, em decorrência da perda de energia adquirida pela
onda.
Se assumirmos que o meio em estudo é elástico, ou seja, as partículas que compõe não estão
rigidamente ligadas, mas que podem oscilar em qualquer direção.

Fig. 1- onda se propagando no material

Fig 2- esquema detector de falhas por ultrassom Fig 3- esquema de medição de espessura

-configuração básica de um ensaio por ultrassom, para detecção de falhas em materiais na figura
2 e no caso de medição de espessuras na fig 3,

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2.1. Vantagens e limitações do método.

2.1.1 - Principais vantagens do método:

 Pode-se efetuar o ensaio por ultrassom com acesso por apenas um dos lados da superfície do
material;
 Avaliação da integridade de peças de grande espessura; para detecção de descontinuidades
internas
 Pequenas descontinuidades são detectadas; alta sensibilidade
 Determinação da localização de descontinuidades (profundidade, área, altura, dentre outros);
 Laudo imediato após o ensaio;
 Portabilidade do equipamento; fácil manuseio.
 Não gera efeitos prejudiciais ao operador e/ou pessoas próximas ao local da inspeção.

2.1.2. Principais desvantagens do método:

 Requer grande conhecimento teórico e prático do Inspetor;


 Pequenas espessuras constituem uma limitação do ensaio;
 Descontinuidades sub-superficiais podem não ser detectadas;
 Necessidade de blocos padrão e de referência para calibração do aparelho, o que pode cons-
tituir dificuldades de locomoção e certa demora na calibração da aparelhagem;
 Necessidade do uso de acoplantes para transmitir o ultrassom ao material pelo cabeçote.

3 - CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS

3.1 - O QUE É ONDA?

-Onda pode ser definida como o transporte de energia de um ponto a outro do espaço sem
ocorrer o transporte de matéria.

Fig 4- emissão e recepção de onda ultrassonica Fig 5- representação de uma onda

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3.2 - Quanto a Natureza

3.2.1 Ondas Mecânicas:


São aquelas em que a energia é transportada através das vibrações das partículas que compõem
um meio. As ondas mecânicas necessitam de um meio material para se transmitirem (que pode
ser sólido, líquido ou gasoso). Essa é a razão pela qual não se transmite no vácuo.
A propagação das ondas mecânicas por um meio ocorre devido ao mesmo ter propriedades
elásticas.

Exemplo: som emitido por uma corda de violão, a onda sonora, propaga-se através do ar. Veloci-
dade do som no ar, 330 m/s.
Como exemplo, quando acionamos uma campainha no vácuo, não haverá som, pois a sua vibra-
ção, ou este tipo de onda, não pode ser transmitida.

3.2.2- Ondas Eletromagnéticas:


São aquelas em que a energia é transportada por um campo elétrico e por um campo magnético,
que podem se propagar pelo vácuo (ou seja, não requerem meio material para se propagarem).
A propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo e no ar ocorre a uma velocidade de
aproximadamente 300.000 km/s.
Como exemplo de ondas eletromagnéticas, podemos citar: onda luminosa (luz), ondas de rádio,

raios X, etc.
Fig 6- faixa de ondas eletromagnéticas

Ao ligarmos uma lâmpada no vácuo, podemos ver a sua iluminação, porque este tipo de onda não
depende de meio material para ser transmitida.

4.0 – Propagação das ondas

fig 7- sentido de propagação da onda

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4.1- Ondas Longitudinais de ultrassom.

-São emitidas por cabeçotes retos ou normais.


São ondas cujas partículas do meio vibram na mesma direção da propagação da onda, ou seja,
paralela ao sentido de propagação da onda, são as únicas que se propagam em meio líquido.
Este tipo de onda possui a mais alta velocidade de todas elas, não se propagam no vácuo, por
exemplo, quando acionamos uma campainha no vácuo, não haverá som, pois a sua vibração, ou
este tipo de onda, não pode ser transmitida.
Velocidade no Aço: 5920m/s
Velocidade na Água: 1480m/s
Ar: 330m/s
Obs: A velocidade depende do tipo de onda e do material que ela se propaga.

Fig 8- propagação de onda na estrutura do material

4.2- Ondas Transversais de ultrassom


 Emitidas por cabeçotes angulares
Este tipo de onda, definida quando as partículas do meio vibram na direção perpendicular ao sen-
tido de propagação. São praticamente incapazes de se propagarem nos líquidos e gases pela ca-
racterística das ligações entre partículas destes meios. Apresentam velocidade de aproximada-
mente 50% das ondas longitudinais.

Fig 9- propagação de onda transversal no material

4.3 - Ondas Superficiais


Emitidas por cabeçotes angulares que trabalham dentro do 1° e 2° ângulos críticos-
São assim chamadas pela característica de se propagar na superfície dos sólidos. As partículas
adquirem um movimento elíptico na superfície de separação entre dos meios diferentes. Ondas
de Rayleigh –(cabeçotes de 90°) e ondas de creeping cabeçotes de 35° no aço.
Sua aplicação se restringe ao exame de finas camadas de material que recobrem os materi-
ais.sua profundidade é de 1 comprimento de onda.

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Fig 10 – onda superficial no material

 4.3.1 - Ondas de Creeping:

São aquelas ondas formadas a partir do 1º ângulo crítico (onde a onda longitudinal tangencia a
superfície do material). Como as Ondas de Creeping são muito atenuadas devido a geração pos-
terior de ondas transversais para o interior do material, essas ondas podem ser utilizadas na de-
tecção de descontinuidades na superfície oposta (pois as ondas transversais formadas são nova-
mente transformadas em Ondas de Creeping)

 4.3.2 - Ondas de Rayleigh:

São aquelas ondas formadas a partir do 2º ângulo crítico (onde a onda transversal tangencia a
superfície do material). As Ondas de Rayleigh percorrem uma região sub-superficial devido à di-
vergência do feixe sônico, sendo sua penetração da ordem de 01 comprimento de onda. As On-
das de Rayleigh podem ser utilizadas na verificação de finas camadas de material utilizadas para
recobrir outros materiais. A velocidade das Ondas de Rayleigh está por volta de 90% das ondas
transversais.

4.4- Ondas de Lamb


Para ondas superficiais que se propagam com comprimento de onda próximo à espessura da
chapa ensaiada, neste caso a inspeção não se restringe somente à superfície, mas todo material
e para esta particularidade denominamos as ondas superficiais de Ondas de Lamb.
Os ensaios ultrassônicos de materiais com ondas superficiais são aplicados com severas restri-
ções, pois somente é observado defeito de superfície e nestes casos, existem processos mais
simples como Líquido Penetrante e Partículas Magnéticas que em geral são de custo e complexi-
dade inferior ao teste ultrassônico.

Fig 11 – ondas de lamb simétrica e assimetrica.

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5- CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS

5.1 Frequência

Definimos frequência, como sendo o número de vezes que um fenômeno se repete por unidade
de tempo. Os fenômenos de vibrações mecânicas e suas propagações nos meios, também são
exemplos de oscilações ou movimentos periódicos, e para um dado tempo de periodicidade, ou
seja, frequência.
Infrassom: até 20Hz
Som: 20Hz a 20kHz
Ultrassom: acima de 20kHz (campo de aplicação entre 0,5 e 12MHz)

Hertz: significa nº de ciclos por segundo. Uma onda de frequência 30000 Hz (ou 30
kHz) indica que a mesma passa por um determinado ponto 30 mil vezes em 1 segundo!

Subunidades importantes utilizadas para frequência em ultrassom:

kHz- quilo hertz: 1 kHz= 1000 Hz= 103 Hz;


MHz- mega-hertz: 1 MHz= 1000 kHz= 103 kHz ou 1 MHz= 1000000 Hz= 10 6 Hz.

5.2- Velocidades de Propagação


Definida como sendo à distância percorrida pela onda sônica por unidade de tempo. É importante
lembrar que a velocidade de propagação é uma característica do meio e independe da frequência.
Tabela de velocidades- PROPRIEDADES ACÚSTICAS DE ALGUNS MATERIAIS:
Densidade Velocidade Velocidade Impedância
MATERIAIS Média Longitudinal Transversal acústica
kg/m³ m/s m/s kg/m²/s (* 10³)
Aço carbono 7850 5920 3230 46,47
Aço 4340 (aço baixa liga) 7800 5850 3250 45,63
Aço inoxidável austenítico (304L) 7900 5640 3070 44,55
Aço inoxidável martensítico (410) 7670 5390 2990 41,34
Acrílico 1180 2730 1430 3,22
Água 1000 1480 ------ 1,48
Água (gelo) 900 3980 1990 3,58
Álcool 789 1180 ------ 0,93
Alumínio 2700 6320 3130 17,06
Ar -------- 344 ------ -------
Berílio 1820 12900 8880 23,50
Borracha (polimetilacrilato) ------- 1260 ------ -------
Bronze (liga cobre + estanho) 8100 4430 2120 35,88
Chumbo 11400 2160 700 24,62
Cobre 8930 4660 2250 41,83
Concreto 2000 4600 -------- 9,20
Ferro fundido 6900 5300 2200 36,57
Ferro fundido cinzento 7200 4600 2650 33,12
Gasolina 803 1250 -------- 1,00
Glicerina 1300 1920 -------- 2,49
Inconel (liga níquel + cromo + 8250 5720 -------- 47,19
molibdênio)
Latão (liga cobre + zinco) 8560 4280 2300 36,70
Madeira (pinho com fibra alongada) ------- 3320 -------- -------
Magnésio 1700 5770 3050 9,80
Manganês 7390 4660 2350 34,44

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Mercúrio a 20ºC 13870 1420 -------- 19,70
Metaniobato de Chumbo 6200 3300 -------- 20,50
Molibdênio 10200 6250 3350 63,75
Monel (liga níquel + cobre) 8830 6020 2720 53,16
Nióbio 8570 4920 2100 42,16
Níquel 8800 5630 2960 49,54
Nylon 1100 2620 1080 2,88
Óleo Automotivo 870 1740 -------- 1,51
Ouro 19300 3240 1200 62,53
Platina 21400 3960 1670 84,74
Polietileno 1100 2670 -------- 2,94
Poliestireno 1100 2670 -------- 2,94
Porcelana 2400 5600 3500 13,44
Prata 10500 3600 2590 37,80
PVC 1400 2390 1060 3,35
Quartzo natural 2650 5760 -------- 15,26
Sulfato de Lítio 2060 5460 -------- 11,20
Teflon 2200 1350 -------- 2,97
Titanato de Bário 5400 5100 -------- 27,00
Titanato Zirconato de Chumbo 7500 4000 -------- 30,00
Titânio 4540 6230 3180 28,28
Tungstênio 19100 5460 2620 104,28
Vidro 3600 4260 2560 15,33
Zinco 7100 4170 2410 29,60

Material
Supondo que o som percorra o material com velocidade constante, temos do
movimento uniforme:

V = S / t (S= espaço percorrido; t= tempo decorrido);

Dentro de um ciclo da onda, façamos a seguinte comparação:

S   (comprimento de onda- percurso efetuado pela onda em um ciclo);


t  T (período- tempo decorrido para a onda percorrer um ciclo);
Logo, V =  / T; mas T = 1 / f ; então, V =  * f

 Unidades usuais de velocidade em ultrassom: m/s; mm/s; pol./s

1 m/s = 1000 mm/s; 1 pol./s = 25,4 mm/s; 1 m/s = 39,37 pol./s.

5.3- Comprimento de Onda


Quando atiramos uma pedra num lago, imediatamente criamos uma perturbação no meio e forme-
mos assim, ondas superficiais circulares que se propagam sobre a água. Neste simples exemplo,
podemos imaginar o que definimos anteriormente de frequência como sendo o número de ondas
que passam pelo observador fixo, também podemos imaginar a velocidade de propagação pela
simples observação e ainda podemos estabelecer o comprimento entre dois picos de ondas con-
secutivos.
 Comprimento de Onda ():

Uma onda transporta energia, mas não matéria. Ocorre uma oscilação das partículas
em seu ponto de equilíbrio. O comprimento de onda é definido como a distância entre

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duas cristas ou dois vales sucessivos. O comprimento de onda equivale a um ciclo
completo da onda.

 Unidades usuais de  em ultrassom: mm; m; cm; polegadas.

5.4 - Relação entre Velocidade, Comprimento de onda e Frequência.

Considerando uma onda sônica se propagando num determinado material com velocidade “v”, fre-
quência “f” e comprimento de onda “”, podemos relacionar estes três parâmetros como segue:
v = . F
Teremos:
V= . f ou = V/f
Sendo V = 5920 000 mm/s / 2000000 Hz

= 2,96 mm sendo que a menor descontinuidade que pode ser detectada é 1,48 mm (

--Metade do Comprimento de onda define a menor descontinuidade detectável por ultras-


som

A relação acima permite calcular o comprimento de onda, pois a velocidade é em geral conhecida
e depende somente do modo de vibração e o material, por outro lado à frequência depende so-
mente da fonte emissora que também é conhecida.
Esta relação é de significante importância, pois o comprimento de onda relaciona-se diretamente
com o tamanho do defeito a ser detectado.

5.5 - Propagação de Onda

Descrevemos os meios de propagação como sendo formados por partículas ligadas entre si, que
podiam vibrar numa posição. Compreendemos, no entanto, que o meio no qual a onda se pro-
paga não apresenta alteração permanente com a passagem da perturbação. Ocorre apenas um
deslocamento de porção infinitesimal, atingida pelo pulso. Isto significa que a propagação da per-
turbação de um ponto para outro não implica em transporte de matéria entre esses pontos, mas
somente transmissão de energia. É evidente a impossibilidade de transmissão de som no vácuo,
pela ausência de matéria.
A onda sônica, ao transmitir de um meio ao outro com características acústicas diferentes sofre
uma mudança na sua velocidade e também no comprimento de onda. Entretanto o único parâ-
metro que permanece constante é a frequência.
Outro parâmetro que se altera é a energia ou intensidade sônica. A energia sônica ao ser transmi-
tida de um meio ao outro com características acústicas diferentes diminui em virtude da reflexão
sofrida pela onda neste meio. O plano de mudança denomina-se interface.
Uma descontinuidade interna presente mo material, via de regra inclusões não metálicas, bolhas
de gás, representam uma interrupção na continuidade das propriedades acústicas do material e,
portanto, interfaces (descontinuidades). Este fundamento é de vital importância e nele se baseia o
exame ultrassônico.

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5.6- Impedância Acústica
A energia transmitida ou refletida depende exclusivamente da Impedância Acústica dos meios em
questão. É definida como sendo o produto da velocidade de propagação pela densidade especí-
fica do meio.
Z= impedância acústica =densidade específica do material x velocidade do som no material.

5.7 Reflexão
Fenômeno que ocorre quando uma onda sônica incide numa interface qualquer.

Fig 13- incidência, reflexão da onda, ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Ex: imagem no espelho.

5.7.1 - Incidência Normal


Quando uma onda incide perpendicularmente numa interface qualquer, a reflexão ocorrerá na
mesma direção, porém sentido contrário.

Interface= separação acústica entre dois


materiais

Fig. 14- incidência normal no material com reflexão e transmissão da onda por uma ¨interface ¨.

5.7.2 - Incidência Oblíqua


Quando uma onda incide segundo um ângulo teta qualquer numa interface, ocorre imediatamente
a reflexão com ângulo teta-idêntico. Este fenômeno é bem conhecido, entretanto ocorre um se-
gundo fenômeno que consiste na mudança do modo de vibração da onda original incidente no
ponto considerado, passando a refletir também uma segunda onda com modo de vibração dife-
rente e ângulo.

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5.8 Refração

5.8.1- Incidência Normal


No caso da onda incidente perpendicularmente à interface, a refração ocorrerá na mesma direção
e sentido da onda incidente.

5.8.2 -Incidência Oblíqua


(Quando uma onda incide segundo um ângulo a refração ocorrerá no ponto considerado da inter-
face com o ângulo ).
O conhecimento dos fatores de transmissão e reflexão é de grande importância, pois justifica o
uso de líquidos acoplantes para o contato entre os transdutores ultrassônicos e a peça exami-
nada, assim como, defini a possibilidade da aplicação do exame em certos tipos de uniões metáli-
cas.

Fig 15= onda incidente mostrando o efeito de


reflexão, refração da onda, devido a diferença
de velocidade dos materiais, a lei de Snell
depende da relação das velocidades dos
materiais

Por meio da lei de Snell é possível determinar as direções de ondas refletidas e refratadas,
quando certas ondas ultrassônicas obliquas, incidem em uma interface. Segundo essa lei, a rela-
ção entre o seno do ângulo de incidência e o seno do ângulo de refração e igual a razão das velo-
cidades correspondentes das ondas incidente e refratada. A equação abaixo demonstra matema-
ticamente essa relação.
Formula da lei de snell, cálculo das relações de
velocidades, refração da onda

5.9 – Atenuação sônica


A onda ao percorrer um material qualquer sofre em sua trajetória efeitos de difração, dispersão e
atenuação resultando em perdas de energia (atenuação).

-Fatores que causam atenuação-- Difração, absorção, Dispersão (efeitos de atenuação do


material)
A dispersão deve-se ao fato da matéria não ser totalmente homogênea, contendo interfaces na-
turais de sua própria estrutura ou processo de fabricação. Por exemplo, fundidos que apresentam
grãos de grafite e ferrita com propriedades elásticas distintas. Para esta mudança de característi-
cas elásticas em um mesmo material denominamos Anisotropia.

A dispersão exerce influência principal na atenuação quando o grão for da ordem de 1/10 do
comprimento de onda.

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A absorção pode ser entendida como a energia gasta pela onda mecânica para fazer oscilar
cada partícula no meio A dispersão e a absorção serão maiores quanto maior for à frequência ul-
trassônica.
O fenômeno da absorção ocorre sempre que uma vibração acústica percorre um meio elástico. É
a energia cedida pela onda para que cada partícula do meio execute um movimento de oscilação,
transmitindo a vibração às outras partículas do próprio meio.

Portanto, o resultado dos efeitos de dispersão e absorção quando somados resultam na atenua-
ção sônica. Na prática, este fenômeno poderá ser visualizado, quando observamos na tela do
aparelho de ultrassom, vários ecos de reflexão de fundo provenientes de uma peça com superfí-
cies paralelas. As alturas dos ecos diminuem com a distância percorrida pela onda.

A somatória de todos os componentes responsáveis diretos pela perda de energia sônica, durante
sua propagação, resultando no fenômeno da atenuação sônica.

Fig. 16 – representação matemática da


atenuação

Exemplo de aplicação:
Quais são os ganhos correspondentes a uma queda de 50 % e 20 % nas amplitudes de dois sinais na tela do apare-
lho de ultrassom, como mostrado na figura abaixo?

a) para variação de 50% G = 20 log 0,50 dB


G = - 6 dB
b) para variação de 20 % G = 20 log 0,20 dB
G = -14 dB

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A tabela abaixo, apresenta alguns valores de atenuação.

5.10 – Medida da atenuação


Definições de Bell , Decibell e Ganho

 Nível de Intensidade Sonora:

O “Bell” abreviado “B” é uma grandeza que define o nível de intensidade sonora (NIS) que com-
para as intensidades de dois sons quaisquer, como segue:
N.I.S. = log I /Io= dB

Onde I e Io são duas intensidades sonoras medidas em Watts por centímetros quadrados
(W/cm2).
Por outro lado, o decibel equivale a 1/10 do Bell e em geral é normalmente utilizado para medidas
de N.I.S., e, portanto, a equação será:
N.I.S. = 10 log I/I0 dB
Entretanto, a teoria dos movimentos harmônicos na propagação ondulatória nos ensina que a in-
tensidade de vibração é proporcional ao quadrado da amplitude sonora, I = (A)2, e, portanto, de-
vemos rescrever na forma de N.A.S (nível de amplitude sonora):
N.A.S. = 10log (A)2/ (A0)2 dB (Nível de amplitude sonora).

N.A.S. = 20 log A/A0 dB


Esta relação pode ser entendida como sendo a comparação efetuada por um sistema eletrônico
de duas amplitudes de sinais, emitida e recebida pelo transdutor ultrassónico, ou simplesmente
conhecido por “Ganho”.

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A título de curiosidade, fazendo um comparativo com nosso sentido auditivo, aqui vão alguns sons
comuns e seus índices em decibéis:
• Próximo ao silêncio total = 0 dB (padrão comparativo)
• Um sussurro - 15dB
• Conversa normal - 60 dB
• Uma máquina de cortar grama -90 dB
• Uma buzina de automóvel - 110 dB
• Um show de rock ou um motor a jato - 120 dB
• Um tiro ou um rojão – 140 dB

Qualquer som acima de 85 dB pode causar perda de audição, e a perda depende tanto da potên-
cia do som como do período de exposição.

6- GERAÇÕES DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS

6.1 - Efeitos Piezoeléctricos


As ondas ultrassônicas são geradas ou introduzidas no material através de um elemento emissor
com uma determinada dimensão e que vibra a certa frequência. Este emissor emite um feixe de
ondas com uma determinada forma (circular, retangular), sendo que esquematicamente represen-
tamos somente a onda central do feixe. A onda pode ser detectada, por exemplo, por um micro-
fone; a pressão exercida pela onda atua sobre uma membrana e seu valor (grandeza) pode ser
medido. Tanto o elemento emissor como o receptor é denominado transdutor, muitas vezes desig-
nados cabeçotes, pois transformam um tipo de energia em outra. Diversos materiais (cristais)
apresentam o efeito piezelétrico.

Se tomarmos uma lâmina de certo formato (placa) e aplicarmos uma pressão sobre a mesma,
surgem em sua superfície cargas elétricas. O efeito inverso também é verdadeiro: se aplicarmos
dois eletrodos sobre as faces opostas de uma placa de cristal piezelétrico de maneira que possa-
mos carregar as faces eletricamente, a placa comporta-se como se estivesse sob pressão e dimi-
nui de espessura.

Tal fenômeno é obtido aplicando-se eletrodos no cristal piezelétrico com tensão elétrica alternada
da ordem de centenas de Volts, de maneira que o mesmo se contrai e se estende ciclicamente.
Se tentarmos impedir esse movimento a placa transmite esforços de compressão as zonas adja-
centes, emitindo uma onda longitudinal, cuja forma depende da frequência de excitação e das di-
mensões do cristal.

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL
O efeito piezelétrico direto é utilizado para a recepção de ondas ultrassônicas e o efeito inverso
para gerar. Neste caso aplica-se aos eletrodos da placa piezelétrica tensão elétrica alternada (da
ordem de 1000v), de maneira que a mesma se contrai e se distende ciclicamente. Se tentarmos
impedir esse movimento, a placa transmite esforços de compressão às zonas adjacentes, emi-
tindo uma onda longitudinal cuja forma depende da frequência de excitação e das dimensões da
placa.

6.2 - Propagação das Ondas Acústicas no Material

 Campo Próximo ou Zona de Fresnel


Para o entendimento dos fenômenos que iremos descrever a seguir, imaginemos que o cristal pie-
zelétrico gerador de ondas ultrassônicas, seja formado por infinitos pontos oscilantes de forma
que cada ponto produz ondas que se propagam nomeio.
Tal qual uma pedra que caindo num lago de águas calmas produzirá ondas circulares na superfí-
cie, cada ponto do cristal também se comportará da mesma forma, ou seja, produzirá ondas esfé-
ricas no meio de propagação, como mostra a figura seguinte. Os pontos selecionados 1, 2 e 3 do
cristal emitem ondas esféricas que se propagam no meio.

 Campo Longínquo ou Distante ou Zona de Fraunhofer


A região que vem a seguir do campo próximo é o campo longínquo também denominado pela lite-
ratura especializada de Campo Distante. Nesta região a onda sônica se diverge igual ao facho
de luz de uma lanterna em relação ao eixo central e ainda diminui de intensidade quase que com
o inverso do quadrado da distância.

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Exemplo de aplicação:
Calcule o campo próximo de um transdutor normal com diâmetro 10 mm e frequência de 4 MHz,
quando inspecionando aço.

EXEMPLO DE CÁLCULO:
Para o cálculo é necessário que as unidades estejam coerentes, ou seja: “D “ em mm , “f”
em Hz , “ll” em mm e “v” em mm/s

Sendo: v = 5900 m/s ou 5900.000 mm/s , para o aço


N = (Def).2 / 4.ou N = (Def).2.f / 4.v = (10)2 x 4.000.000 / 4 x 5900.000 mm
N = 16 mm.

Campo próximo representa para efeitos práticos, uma dificuldade na avaliação ou detecção de pe-
quenas descontinuidades, isto é, menores que o diâmetro do transdutor, situadas nesta região
próxima do transdutor.

Obs: Portanto o inspetor de ultrassom deve ficar atento a este problema

 Divergência do Feixe Sônico:


Outro fenômeno físico que é responsável pela perda de parte da intensidade ou energia da onda
sônica é a divergência que se pronuncia à medida que afastamos da fonte emissora das vibra-
ções acústicas.
Tal fenômeno pode ser observado detectamos um defeito pequeno com o feixe ultrassônico cen-
tral do transdutor, em que nestas condições a amplitude do eco na tela do aparelho é máxima.
Porém quando afastamos o transdutor lateralmente ao defeito, a amplitude diminui ,indicando
uma queda da sensibilidade de detecção do mesmo defeito. Este fenômeno é medido pelo fator
"k" na fórmula da divergência, e assume valores mostrados na tabela abaixo. Quanto mais a

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borda do feixe Sônico incide na descontinuidade, menor será a amplitude do eco e que está rela-
cionado ao fator "k".

OBS: O FATOR k1 E K2 DEPENDEM DA SENSIBILIDADE REQUERIDA

7. – TRANSDUTORES ( cabeçotes)

O campo próximo representa para efeitos práticos, uma dificuldade na avaliação ou detecção de
pequenas descontinuidades, isto é, menores que o diâmetro do transdutor, situadas nesta região
próximas do transdutor.
Portanto o inspetor de ultrassom deve ficar atento a este problema.

7.1 Retos ou normais.


São assim chamados os cabeçotes monocristal, geradores de ondas longitudinais, normal à su-
perfície de acoplamento. Em geral os transdutores normais são circulares, com diâmetros de 5 a
25 mm, com frequência de 0,5 – 1 – 2 – 2,5 – 4 – 5 – 6MHZ.
A face de contato do transdutor deve ser protegida contra desgaste mecânico.

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7.2 Angulares
A rigor diferem dos transdutores retos pelo fato de o cristal formar um determinado ângulo com a
superfície do material. O ângulo é obtido inserindo uma cunha de plástico entre o cristal e a super-
fície. Deve ficar claro que o cristal piezo elétrico emite uma onda longitudinal, porém no material
penetra uma onda transversal, sendo esta a grande diferença em relação ao transdutor reto.

7.3 cabeçotes Duplos Cristal


Existem problemas de inspeção que não podem ser resolvidos com transdutores retos ou angula-
res. Quando se trata de inspecionar ou medir materiais de pequena espessura ou quando se de-
seja detectar descontinuidades logo sob a superfície do material, a “zona morta” existente na tela
do aparelho impede uma resposta clara. O cristal piezelétrico recebe uma resposta num espaço
muito curto após a emissão, não tendo suas vibrações sidas amortecidas suficientemente.
Neste caso somente um transdutor que separa a emissão da recepção pode ajudar.

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 Vantagens do uso do transdutor SE


 Melhor para inspeção em espessuras finas;
 Não sofre interferência do campo próximo e da zona morta;


• Limitações
1. Espessura limitada ao campo sônico, profundidade limite;
2. Presença do ¨cross talk eco¨;
3. Sofre desgaste durante o uso, limitando sua vida útil devido a espessura limite.

8.- TIPOS DE CRISTAIS

8.1 - Materiais piezelétricos são:


 O Quartzo, o Sulfato de Lítio, o Titanato de Bário, o Metaniobato de Chumbo.
Os cristais acima mencionados são montados sobre uma base de suporte (bloco amortecedor) e
junto com os eletrodos e a carcaça externa constituem o transdutor ou cabeçote propriamente
dito.

• Quartzo- (cristal natural)


• Estável eletricamente e suporta temp. 576° C
• Deficiente como gerador de energia

• Sulfato de Lítio- (hidratado)sintético
• Melhor receptor, é solúvel em água, é instável e suporta temp. até 75 °C

• Titanato de Bário- sinterizado) sintético


• -É o mais utilizado em us, cerâmico, melhor transmissor de energia sônica, é frágil e tem
tendência ao envelhecimento

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• Metaniobato de Chumbo – Sinterizado) sintético
• Titanato zirconato de chumbo
• (sinterizado)
• -Bons transmissores de energia, suportam altas temperaturas, tendência ao envelheci-
mento.

9- Técnicas de inspeção

 Técnicas de Inspeção
A inspeção de materiais por ultrassom pode ser efetuada através de dois métodos ou técnicas
como segue.

 Técnica de Impulso-Eco ou Pulso-Eco


É a técnica onde somente um transdutor é responsável por emitir e receber as ondas ultrassôni-
cas que se propagam no material. Portanto, o transdutor é acoplado em somente um lado do ma-
terial, podendo ser verificada a profundidade da descontinuidade, suas dimensões, e localização
na peça.

 Técnica de Transparência
É uma técnica onde é utilizado dois transdutores separados, um transmitindo e outro recebendo
as ondas ultrassônicas. Neste caso é necessário acoplar os transdutores nos dois lados da peça,
de forma que estes estejam perfeitamente alinhados. Este tipo de inspeção, não se pode determi-
nar a posição da descontinuidade, sua extensão, ou localização na peça, é somente um ensaio do
tipo passa não passa.

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10- APARELHO DE ULTRASSOM
Basicamente o aparelho contém circuitos eletrônicos especiais que permitem transmitir ao trans-
dutor ultrassônico pulsos elétricos ao cristal, gerando assim ondas sônicas e por outro lado captar
os pulsos recebidos pelo transdutor, transformando os mesmos em sinais ou ecos.

10.1 - CONTROLES BÁSICOS DO APARELHO DE ULTRASSOM

-Aparelho digital da GE, tipo usm GO

-Aparelho Analógico Básico de ultrassom, marca Krautkramer mod. USM-2.(utilizados nos anos 1970 )

10.1 Controles de Ganho


O controle de altura do eco proveniente de uma interface se faz através do ganho do equipa-
mento. Este é o controle de recepção da energia da onda refletida que chega ao transdutor.

10.2 - Controles de Energia


Determina a amplitude de oscilação do cristal. Tanto o controle de energia e ganho variam a al-
tura do eco de reflexão.

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10.3 - Ajustes de Escala
Em geral mostram dois controles, um grosseiro e outro de ajuste fino. São usados conforme as
dimensões a serem testadas.

10.4 - Ajustes de Velocidade de Propagação


O aparelho é ajustado para medir o tempo de percurso do som na peça ensaiada. Através da rela-
ção S = v x t onde o espaço percorrido (S) é proporcional ao tempo (t) e a velocidade de propaga-
ção (v) no material.

10.5- Ajustes do Supressor de Ruídos


Todo equipamento de ultrassom é afetado por ruídos inerentes ao aparelho e ruídos externos de
acoplamento, etc. Os ecos provenientes de ruídos aparecem na tela em forma de ecos sem defi-
nição. Para suprimir esses ecos que podem prejudicar o ensaio do material é feito o ajuste de
controle de ruídos.

11- PRÁTICA DE ENSAIO POR ULTRASSOM

No ensaio, o que interessa é medir a intensidade do sinal elétrico de retorno (tensão), recebido no
transdutor, e o tempo transcorrido entre a emissão do pulso e o retorno do eco.
Imagine que se tenha em mãos uma chapa de aço de 50mm de espessura e precise medir o
tempo que o som leva para percorrer o caminho de ida e volta através dessa espessura.
Sabendo que:
Espessura (e) = 50 mm
Velocidade de propagação do som no aço (v) = 5.920m/s
Tempo (t) = 2 x e/v
t = 2 x 0,050m/5.920m/s t = 0,0000168s ou t = 16,8 micro segundos O equipamento que realiza
tais medidas no ensaio de ultrassom é um tipo de osciloscópio. Os sinais elétricos recebidos do
transdutor são tratados eletronicamente no aparelho e mostrados numa tela, a partir da qual o téc-
nico de ultrassom interpreta os resultados.
Na tela, vemos na vertical a intensidade do sinal elétrico de saída do eco e de retorno, na horizon-
tal, o intervalo entre a emissão e a recepção do pulso.
Além de operar como osciloscópio, efetuando medições (fonte receptora, o aparelho possui tam-
bém uma fonte emissora de sinais elétricos, para gerar o ultrassom através dos transdutores).
Na prática, o valor numérico dessas medidas não nos interessa, pois trabalhamos por meio de
comparações. Comparamos as alturas e as distâncias entre os pulsos na relação com outros co-
nhecidos e ajustados previamente na calibração do aparelho.

12- PROCEDIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DO ENSAIO

12.1 Seleção dos Parâmetros de Exame

Inúmeros são os parâmetros ou variáveis a serem escolhidos para realização do exame ultrassô-
nico. Tais parâmetros deverão ser selecionados pelo operador levando em conta os tamanhos e
tipos de defeitos a serem detectados, tipo de material, geometria ou forma da peça ou seção a ser
examinada, especificações de fabricação e inspeção.

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12.2- Método de Ensaio

 Ensaio por Contato Direto


O acoplante é colocado em pequena quantidade entre a peça e o cabeçote formando uma pelí-
cula.
O acoplante pode ser água, óleo, graxa, cola umectante, óleo industrial, entre outros, e temos que
levar em consideração o meio ambiente, a contaminação da peça e se o mesmo vai prejudicar o
uso posterior da peça, sendo assim a escolha do acoplante é de uma importância grande no en-
saio de ultrassom, pois temos que levar em consideração o custo, fator este que pode inviabilizar
o ensaio.

 Ensaio por Imersão


A peça e o cabeçote são mergulhados num líquido, geralmente água, obtendo se um acopla-
mento perfeito. A construção de dispositivos adaptados ao tipo de peça a ensaiar.

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No ponto "0" da escala calibrada para o aço, temos o pulso inicial do transdutor. A primeira refle-
xão proveniente da superfície do material (1) aparece na marca 4 da escala. Como a água possui
velocidade sônica cerca de 4 vezes menor que a do aço, esse pulso parecerá na marca de 4 ve-
zes a espessura da coluna d'água. O segundo eco de entrada na superfície do material aparece
na marca 8 da escala.
Após à primeira reflexão na tela, temos uma sequência de ecos (2), (3) e (4) correspondendo ao
eco de fundo da peça.

12.3 - Escolha da Frequência


A escolha de frequência deve ser feita sempre em função do tipo de material e tamanho dos de-
feitos a serem detectados.
Quando altas frequência, da ordem de 4 ou 5 MHz, forem usadas, pequenos defeitos serão detec-
tados.
Em geral o diâmetro mínimo detectado é da ordem da metade do comprimento de onda (Y/2).
Portanto o operador deverá conhecer, através das especificações ou normas, quais os diâmetros
de descontinuidades relevantes no material, para correta escolha da frequência. Por outro lado,
altas
Frequências possuem pequenos comprimentos de onda, que interferem na estrutura do material,
fazendo com que os ecos em grande quantidade apareçam na tela do osciloscópio do aparelho
de ultrassom.
Em geral, a frequência de 2-4 MHz é normalmente utilizada para inspeções de soldas, chapas
forjadas e outros de media ou fina granulação. Por outro lado, a inspeção de fundidos sempre traz
sérios problemas em virtude da estrutura grosseira de tais materiais e neste caso recomenda-se
frequências de 0,5 a 1 MHz.

12.4 Escolha do Transdutor Ultrassônico


A escolha do transdutor está associada à geometria da peça, granulação, área disponível para a
varredura da peça a ser examinada.
Os transdutores diferem entre si no tamanho do cristal, frequência e tipo angular ou normal.

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Se a área a ser examinada tiver acesso direto, o transdutor normal é indicado. Exemplo: chapas,
eixos, etc.;
Se a área a ser examinada não tiver acesso direto, transdutores angulares.
Devem ser indicados. Exemplo: soldas não retificadas; Regiões que podem apresentar desconti-
nuidades com orientações preferenciais seguem a escolha de transdutores que produzem feixes
Sônicos na direção perpendicular à direção da falha.

12.5 -Seleção da Técnica de Exame

 Técnica Pulso-Eco
É o método onde se emprega um único transdutor para emitir e receber ondas ultrassônicas.
Neste caso, o transdutor não emite continuamente ondas sônicas, mas sim pulsos de ondas, daí o
nome Pulso-Eco ou ondas pulsadas.
Este método, aplicado em 90% dos casos, possui inúmeras vantagens, tais como:
-se localizar a descontinuidade;
a altura do sinal refletido;

 Técnica de Transparência
É o método, onde se emprega dois transdutores separados, sendo um como emissor ultrassônico
e o outro receptor. Neste caso, os transdutores são acoplados entre as superfícies paralelas, que
contém a região a ser examinada, como mostra a figura esquemática abaixo:
O método de transparência, normalmente é aplicado em peças onde não se pretende avaliar ou
localizar as descontinuidades existentes, internamente, mas apenas detecta-las e submeter a
uma inspeção do tipo “passa não passa”. Devido a esta característica, o método possui limitações
intrínsecas tais como:
se pode localizar a descontinuidades;

processo;
examinada.

 Técnica de Imersão
Para evitar as variações inerentes a um acoplamento manual, desenvolveu-se a técnica de imer-
são. Neste método tanto o corpo de prova como o transdutor opera debaixo de água, geralmente
dentro de um tanque.
Na técnica de imersão o acoplamento é sempre homogêneo e independente da sensibilidade ma-
nual.
Os tanques de imersão possuem dispositivos de fixação e de movimentação do corpo de prova
assim como geralmente incorporam um sistema de fixação do transdutor com todos os movimen-
tos. Tanto os movimentos do transdutor como os corpos de prova são comandados eletricamente
programadas em computador especial. Estas unidades são geralmente utilizadas em institutos de
pesquisa.

 Técnica do Duplo Cristal


Para ensaiar peças com pouca espessura, na qual se espera encontrar descontinuidades próxi-
mas a superfície, os transdutores pulso eco não são adequados.

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL
Neste caso usamos outro tipo de transdutor o transmissor e receptor (TR) de duplo cristal. A zona
morta, neste caso é menor.

 Técnica DELTA
Técnica especialmente desenvolvida para ensaio de soldas com grande espessura, principal-
mente na área de construção de componentes nucleares.
Opera com um transdutor angular como emissor e outro normal ou reto como receptor. O transdu-
tor receptor R capta sinais dissipados (ondas longitudinais e ondas transversais) pelo flanco supe-
rior da descontinuidade.

 Técnica TANDEM
Técnica de transparência, também utilizada na área ferroviária na inspeção de soldas elétricas
por resistência em trilhos, ensaio de soldas com grande espessura, principalmente na área de
construção de componentes e hidroelétricos.
Opera com dois transdutores angulares de 45°, um sendo emissor e outro como receptor. O trans-
dutor emissor envia a onda transversal que caso a mesma encontre uma descontinuidade vertical
na solda, que pode ser causada pelo não caldeamento vai refletir e ser enviada para o transdutor
receptor que é do mesmo ângulo, em geral utilizamos o ângulo de 45°, este recebe o sinal envi-
ado e sentido pelo transdutor cabendo ao inspetor interpretar as indicações caso elas sejam anali-
sadas por um critério de aceitação.

 Técnica com Transdutores Angulares


Imagine a colocação de qualquer dos transdutores vistos anteriormente sobre um cordão de
solda. Não teríamos acoplamento suficiente para o ensaio. Neste caso usamos os transdutores
angulares, que possibilitam um acoplamento perfeito e a detecção das descontinuidades.

13. CALIBRAÇÃO
A calibração é feita para atender os critérios de aceitação preestabelecidos pela engenharia da
fábrica, a comparação de um aparelho com um padrão é uma calibração.

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL
 Ajuste da Escala (distância)
Iniciamos a calibração ligando o aparelho e conectando o cabo coaxial ao transdutor escolhido ao
aparelho.
Selecionamos a função para operação com transdutor monocristal pulse eco.
Os aparelhos de ultrassom possuem escalas de medição para ajuste da tela, ou seja, ajuste do
tempo de resposta para jogar o pulso na tela.
Exemplo de escalas que um aparelho pode possuir:

 Ajuste da Sensibilidade de Resposta


É nesta fase que ajustamos a sensibilidade do aparelho para detectar as descontinuidades prees-
tabelecidas como defeitos.
Vimos que o sinal de retorno é atenuado em função da distância da descontinuidade à superfície.
Portanto, necessitamos elaborar uma curva de atenuação de sinal para nos orientarmos.
Para isso, podemos tomar como referência um corpo de prova conhecido, em aço, com furos pro-
positalmente crescentes da superfície.
Traçamos então a curva de atenuação do sinal em função da espessura da peça, de modo a ter-
mos uma intensidade de sinal suficiente mesmo para os furos localizados próximo à face inferior
da peça.
Agora é só adaptar a curva sobre a tela do aparelho e inspecionar o bloco de aço.

14 - LOCALIZAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES

Acoplamos o transdutor sobre a peça como mostra a figura seguinte. Movimenta-se lentamente o
transdutor sobre toda a superfície a ser ensaiada, efetuando uma varredura na peça. Essa varre-
dura deve ser feita pelo menos em duas superfícies da peça, pois dependendo da posição da
descontinuidade (topo, transversal ou longitudinal) o sinal será maior ou menor.
Qualquer pulso que apareça entre 0 e 8 na tela, acima da curva de atenuação, como por exemplo
S3 será interpretado como defeito. Os que ficarem abaixo, como por exemplo, S4 serão desconti-
nuidades.

15 -REALIZAÇÃO DO ENSAIO COM TRANSDUTOR ANGULAR


Há situações em que o ensaio com transdutores normais não é possível. É o caso de uma chapa
de aço soldada.
A inspeção no cordão de solda é praticamente impossível com os cabeçotes normais. Por isso,
devemos usar cabeçotes angulares, que enviam pulsos em determinados ângulos com a superfí-
cie do material, como por exemplo, 35º, 45º, 60º, 70º, 80º etc.

O processo de calibração é semelhante ao realizado para os transdutores normais. Como por


exemplo, usaremos a escala de 0 a 100 mm, com K=10mm e transdutores de 60º.
Para esta finalidade, dois blocos padrão podem ser utilizados: V1 ou V2.
Usaremos neste caso o bloco V2.

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL

16- Blocos Básicos de Calibração


Exemplo de aplicação.

Bloco V1= CALIBRAÇÃO DA escala de


distancia

Tais blocos são construídos segundo normas EN-


12223 e EN-27963, de materiais que permitem o
exame ultrassônico em aço carbono não ligado
ou de baixa liga, com velocidade sônica de 5920
+ 30 m/s para ondas longitudinais e 3255 +15
m/s, para ondas transversais.

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL

Bloco v2 – calibração da escala de distancia

Bloco de calibração Tipo 2 (Norma EN-


27963). Espessura do bloco 12,5 mm

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL

Exemplo de aplicação com inspeção em


fundidos. Lembramos que qualquer trabalho
realizado por ultrassom depende de um
procedimento específico para a inspeção com
critérios de aceitação previamente estabelecidos
de acordo com normas e especificações técnicas

-EXEMPLO DO ENSAIO POR ULTRASSOM EM MATERIAIS FUNDIDOS, NA DETECÇÃO DE


RECHUPE, DESCONTINUIDADE TÍPICA DE MATERIAIS FUNDIDOS.

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL
17- QUESTIONARIO DE ULTRASSOM – TEORIA GERAL
1. A indicação na tela do osciloscópio que representa a superfície oposta em que se apoia o cabeçote na
peça em exame é denominada:
a) eco de fundo.
b) pico,
c) pulso inicial,
d) eco principal,

2. No exame por imersão, a posição do cabeçote é frequentemente variada para transmitir o som para a su-
perfície da peça em exame de modo que incida nesta em vários ângulos. Este procedimento é denominado:
a) dispersão,
b) angulação.
c) teste de reflexão,
d) refração,

3. O cabo que conecta o aparelho de ultrassom ao cabeçote e especialmente protegido de forma que um con-
dutor seja perfeitamente centrado dentro de outro condutor. O nome tecnicamente correto deste cabo é:
a) cabo bx,
b) conduite,
c) cabo coaxial.
d) cabo condutor ultrassônico grau 2º,

4. O processo para comparar um instrumento ou dispositivo com um padrão é :


a) calibração.
b) angulação,
c) atenuação,
d) correlação,

5. As ondas de compressão são também denominadas:


a) ondas de lamb,
b) ondas longitudinais.
c) ondas de corte,
d) ondas transversais,

6. As ondas de Rayleigh são também denominadas:


a) ondas de corte,
b) ondas de superfície.
c) ondas longitudinais,
d) ondas transversais,

7. O material usado entre a face do cabeçote e a superfície em exame para melhorar a transmissão das ondas
ultrassônica é denominado:
a) agente umedecedor,
b) transmissor acústico,
c) acoplante.
d) lubrificante,

8. O material piezoeléctrico existente em um cabeçote que vibra para produzir ondas ultrassônica, é denomi-
nado:
a) bloco de apoio,
b) cristal piezoeletrico.
c) cunha de lucite,
d) acoplante,

35
CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL
9. O exame de uma peça por meio de ultrassom, onde o cabeçote está em contato direto com a peça é deno-
minado:
a) exame utilizando cabeçote normal,
b) todas estas respostas estão certas.
c) exame com ondas superficiais,
d) exame utilizando cabeçote angular,

10.O método de exame por meio de ultrassom que emprega dois cabeçotes trabalhando em superfícies opos-
tas da peça em exame, é denominado:
a) exame por contato,
b) exame por ultrassom com ondas superficiais,
c) exame por ultrassom com ondas de lamb,
d) método de exame por transparência.

11.O número de ondas coletadas que passam em um determinado ponto na unidade de tempo é denominado:
a) amplitude do movimento ondulatório,
b) duração de um pulso do movimento ondulatório,
c) frequência do movimento ondulatório.
d) comprimento de onda do movimento ondulatório,

12. O limite entre dois materiais diferentes que estão em contato entre si é:
a) rarefator,
b) refrator,
c) interface.
d) marcador,

13.O ponto de emissão de um certo cabeçote angular:


a) depende do material da peça em exame,
b) varia de acordo com o desgaste da sapata.
c) não se altera com o uso do cabeçote,
d) pode ser modificado para reduzir a atenuação das ondas ultrassônicas,

14.Quando o movimento das partículas de um meio ocorre num plano normal ao sentido de propagação das
ondas, estas ondas são denominadas:
a) transversais.
b) longitudinais,
c) superficiais,
d) de lamb,

15.Outra maneira de se dizer 25 milhões de ciclos:


a) 25 megaciclos.
b) 25 quilociclos,
c) 2 500 quilociclos,
d) 25 microciclos,

16.O método de exame no qual a peça não está em contato com o cabeçote, sendo separada deste por uma
camada de água ou outro liquido de acoplante é denominado:
a) exame por imersão.
b) exame por contato,
c) exame por ondas superficiais,
d) método de inspeção por transparência,

17.Quando o movimento das partículas de um meio possui sentido paralelo ao sentido da propagação das
ondas, estas ondas são denominadas:
a) transversais,
b) superficiais,
c) de lamb,
d) longitudinal.

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18.Na tela do aparelho de ultrassom podemos interpretar em sua linha horizontal :
a) pulso inicial,
b) marcador.
c) medidas de tempo ou superfícies refletoras
d) linha de varredura,

19.O movimento de um cabeçote ao longo de uma superfície, produzido por processo manual ou mecânico é
denominado:
a) atenuação,
b) angulação,
c) varredura.
d) ressonamento,

20.O termo usado em ultrassom para expressar a velocidade com que a onda de som passa através de uma
substancia é:
a) frequência,
b) comprimento de onda,
c) nenhuma destas respostas está correta,
d) velocidade da onda.

21.Quando uma indicação aparece na tela de um aparelho de ultrassom correspondente a um sinal de altura
máxima, diz que a indicação chegou a:
a) a saturação.
b) a altura distancia-amplitude,
c) ao nível de absorção,
d) nenhuma destas estão certas,

22.O termo usado para descrever a capacidade que um aparelho para exame por meio de ultrassom possui
para detectar descontinuidade próximas a superfície em exame é:
a) sensibilidade,
b) resolução proxima.
c) penetração,
d) segregação,

23.A técnica usada no exame por meio de ultrassom na qual o feixe de vibrações emitido pelo cristal faz um
ângulo com a superfície da peça em exame é denominada:
a) técnica de imersão,
b) exame por meio de ultrassom utilizando cabeçote angular.
c) exame por contato,
d) exame por transparência,

24.O ângulo marcado em um cabeçote corresponde ao ângulo:


a) que a direção de propagação do feixe de ondas ultrassônica emitido pelo cabeçote faz com a normal a superfície
da peça por onde é feito o exame,
b) do eixo do cabeçote com a normal a superfície,
c) do eixo do cabeçote com o plano da superfície,
d) que a direção de propagação do feixe de ondas ultrassônicas emitido pelo cabeçote faz com a normal a
superfície por onde é feito o exame em peça de aço.

25.A maioria dos exames por meio de ultrassom na indústria é feita na frequência de:
a) de 01 a 25 megaciclos.
b) de 01 a 25 quilociclos,
c) de 01 a 1000 quilociclos,
d) de 15 a 100 megaciclos,

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26.Numa apresentação tipo “A-SCAN” a linha base horizontal representa:
a) a quantidade de energia ultrassônica refletida,
b) a distância percorrida pelo cabeçote,
c) o tempo decorrido, ou distância entre superfícies refletoras.
d) a espessura da peça em exame

27.Numa apresentação tipo “A- SCAN” a altura das indicações verticais na tela representa:
a) a distância percorrida pelo cabeçote,
b) a espessura da peça em exame,
c) o tempo decorrido desde a geração do pulso ultrassônico,
d) a quantidade de energia ultrassônica refletida que retornou ao cabeçote.

28.A altura máxima da indicação obtida de uma certa descontinuidade de pequeno tamanho, num aparelho de
ultrassom tipo “A- SCAN”, pode ser usada como uma medida da:
a) sensibilidade do aparelho.
b) seletividade do aparelho,
c) resolução do aparelho,
d) penetração do aparelho,

29. Indique a frequência que proporciona a melhor penetração numa peça de aço com granulação grosseira, com
espessura de 330mm:
a) 2,25 megahertz,
b) 1,0 megahertz.
c) 5,0 megahertz,
d) 10 megahertz,

30.Fundamentalmente, a velocidade das ondas de som depende:


a) da duração do pulso,
b) do material através o som se transmite e do tipo de onda.
c) da frequência,
d) de nenhum dos fatores citados,

31.Um aparelho para exame por meio de ultrassom, usando um cabeçote normal, é usado para examinar uma
peça que consiste de uma chapa plana, este exame detecta:
a) defeitos transversais, planos, perpendiculares a superfície da chapa,
b) defeitos laminares, planos, paralelos a superfície.
c) defeitos longitudinais, planos, perpendiculares a superfície da chapa,
d) nenhum defeito citado nesta resposta,

32.No exame de uma peça por meio de ultrassom usando-se aparelho com apresentação tipo “ASCAN” e a
técnica de contato, o pico inicial:
a) é o primeiro pulso que aparece próximo ao lado direito da tela e representa a superfície oposta àquela que está em
contato com o cabeçote na peça em exame,
b) é um pico que aparece e desaparece durante a varredura,
c) é sempre o segundo pulso que aparece na tela, a partir da esquerda,
d) é a indicação alta que aparece no lado esquerdo da tela e que corresponde a superfície da peça, que está
em contato com o cabeçote.

33.No exame por meio de ultrassom, o uso de acoplante entre o cabeçote e a superfície da peça em exame se
faz necessário porque:
a) serve como lubrificante para minimizar o desgaste do cabeçote,
b) o cristal do cabeçote não vibrará se este for colocado diretamente sobre a peça,
c) o acoplante é necessário para fechar um circuito elétrico do cabeçote,
d) caso não seja usado, um ar existente na interface entre o cabeçote e a superfície da peça permitirá que
apenas uma pequena quantidade de energia ultrassônico gerado no cabeçote seja transmitida para a peça,
impedindo praticamente o exame .

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34.A resolução na entrada da superfície e a característica de um aparelho para exame de ultrassom que de-
fine sua eficiência na:
a) detecção de descontinuidade orientadas numa direção paralela ao feixe de ultrassom,
b) detecção de descontinuidade localizada no centro de peças forjadas com granulação finas,
c) detecção de descontinuidade localizada logo abaixo da superfície.
d) detecção de pequenos arranhões superficiais,

35.Durante o exame por meio ultrassom, pelo método de imersão, é frequentemente necessário mudar de po-
sição o cabeçote, de forma a alterar o ângulo de incidência do feixe ultrassônico na Superfície da peça em
exame, isto é feito para:
a) aumentar o eco de um defeito, se originalmente ele não estiver orientado perpendicularmente ao feixe ul-
trassônico.
b) evitar o grande número de reflexões secundarias que poderiam interferir com o andamento normal do exame,
c) obter o número máximo de reflexões da superfície de incidência do feixe ultrassônico,
d) obter um eco da descontinuidade que seja da mesma altura do eco obtido do fundo plano do furo do bloco de refe-
rência,

36.Considerando que as demais variáveis permaneçam inalteradas, qual dos seguintes tipos de ondas se pro-
pagam com maior velocidade :
a) ondas de corte,
b) ondas longitudinais.
c) ondas transversais,
d) ondas superficiais,

37. O método de inspeção por ultrassom por transparência tem sua aplicação típica, quando:
a) se pretende avaliar a profundidade das descontinuidades detectadas
b) se pretende avaliar o tamanho das descontinuidades enc ontradas
c) se pretende avaliar a natureza das descontinuidades encontradas
d) se pretende apenas aplicar uma inspeção do tipo passa / não passa

38.Ao examinar uma peça por meio de ultrassom, usando a técnica por imersão, pode ocorrer que o eco ini-
cial tenha a aparência de uma reflexão múltipla da superfície da peça próxima do cabeçote. Isso pode ser eli-
minado:
a) usando uma frequência diferente,
b) reduzindo a sensibilidade do aparelho,
c) aumentando a espessura de água entre o cabeçote e a peça em exam e.
d) usando um dispositivo curvo para correção na frente do cabeçote,

39.Na técnica por imersão prova de o cabeçote está posicionado de forma que o feixe ultrassônico incide nor-
malmente no plano de uma peça em exame é indicada:
a) pela máxima reflexão da superfície em que o feixe de ultrassom incide na peça.
b) pela eliminação das harmônicas produzidas pela água,
c) pelo comprimento de onda adequado,
d) pela máxima amplitude do pulso inicial,

40.A desvantagem do uso do cristal de quartzo em cabeçotes reside no fato de que o quartzo:
a) é o material usado para gerar energia ultrassônica, que possui menor eficiência energética.
b) dissolve-se na água,
c) apresenta instabilidade elétrica e mecânica,
d) perder suas características de operação à medida que envelhece,

41.As vantagens dos materiais cerâmicos apresentam quando usados em cabeçotes é que:
a) apresentam muita eficiência na recepção de energia ultrassônica,
b) possuem impedância mecânica muito baixa,
c) podem trabalhar em temperaturas de até 700º Celsius,
d) apresentam muita eficiência em geração de energia ultrassônica.

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42.A vantagem proporcionada pelo uso dos cristais de sulfato de lítio em cabeçotes é que:
a) esse material é um dos mais eficientes geradores de energia ultrassônica,
b) este material é um dos mais eficientes receptores de energia ultrassônica.
c) é insolúvel,
d) suporta temperaturas de até 700º Celsius,

43.A profundidade de uma descontinuidade não pode ser determinada:


a) quando for usado cabeçote normal,
b) quando a peça for examinada pelo método de transparência.
c) quando a peça for examinada por ondas superficiais,
d) quando for usado cabeçote angular,

44. Indique a frequência do cabeçote que possui o cristal de quartzo de menor espessura:
a) 01 megaciclo,
b) 25 megaciclo.
c) 05 megaciclo,
d) 15 megaciclo,

45.As ondas de som com frequência superior a máxima que pode ser captada pelo ouvido humano são cha-
madas de ondas ultrassônicas, este termo se aplica a todas as ondas com frequência superior a:
a) 02 megaciclos,
b) 02 quilociclos,
c) 200 quilociclos,
d) 20 000 ciclos.

46.Um cabeçote de 25 megaciclo é adequado:


a) quando se usa a técnica de imersão.
b) para uso em exames por contato, com ondas longitudinais,
c) para uso em exames por contato, com ondas transversais,
d) para uso em exames por contato, com ondas superficiais,

47.A divergência de um cristal de quartzo é em função principalmente:


a) do tipo de exame que está sendo executado,
b) do aperto com que o cristal é montado no cabeçote,
c) da duração do pulso,
d) do tamanho e da frequência do cristal.

48.Quando um feixe de ondas ultrassônica incide na interface que separa dois materiais desiguais num ân-
gulo diferente a 90º (graus), e passa por ela, sua propagação no segundo material será feita em direção dife-
rente, em outro ângulo em relação a normal com a interface devido a:
a) atenuação,
b) rarefação,
c) compressão,
d) refração.

49.A execução de exames pelo método de contato direto usando cabeçotes normais não é pratica em alguns
casos:
a) porque geralmente é limitado a baixa frequências,
b) porque a angulação é impossível e porque geralmente limitado a baixas frequências.
c) porque é impossível fazer angulação.
d) nenhuma dessas respostas é correta,

50.Nas mesmas circunstancias, qual das frequências relacionadas abaixo proporcionaria a melhor resolução:
a) 01 megaciclo,
b) 25 megaciclo.
c) 05 megaciclo,
d) 10 megaciclo,

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CETRE–APOSTILA DE ULTRASSOM INDUSTRIAL
Observação: as respostas certas estão negrito

18- Materiais consultados para realização desta apostila.


- Livro Abendi – 2°Edição ano 2016
- Apostila de ultrassom Ricardo andreutti- 2018
- Apostila de ultrassom do cetre- 2010 -1° edição
Esperamos com este trabalho estar colaborando para facilitar o aprendizado de mais
um método não destrutivo.
The end

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