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GRAU TÉCNICO

Milena Santana de Jesus

RADIOLOGIA INDUSTRIAL

Trabalho de compensação de horas referentes a


disciplina de Radiologia Industrial como requisito
para a conclusão do curso Técnico em Radiologia.

São Paulo - SP
Maio\2022

Índice
1
Introdução.......................................................................................................3

História............................................................................................................3,4

Importância da Radiologia Industrial .............................................................4,5

Tipos de Equipamentos

 Equipamentos de Raios X para uso Industrial......................................5,6


 Gamagrafia...........................................................................................6,7
 Aceleradores Lineares ..........................................................................7

Conclusão ..........................................................................................................8

Referências Bibliográficas ..................................................................................8

RADIOLOGIA INDUSTRIAL
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Introdução

Atualmente, no mundo moderno, aeronaves, automóveis, metro, trens, navios,


submarinos, e outras, se tornam cada vez mais comum em nosso dia a dia.
Claro que, todas estas máquinas não poderiam ter um bom desempenho se
não fossem a qualidade do projeto mecânico, dos materiais envolvidos, dos
processos de fabricação e montagem, inspeção e manutenção.
Como somos dependentes dessas tecnologias, precisamos nos assegurar de
que haja bom funcionamento dessas máquinas, quer sejam nas indústrias
automobilísticas, petróleo e petroquímicas, geração de energia, siderúrgica,
naval e aeronáutica. Sendo assim, como garantir que os materiais,
componentes e processos utilizados tenham a qualidade requerida? Como
garantir a isenção de defeitos que possam comprometer o desempenho das
peças? A respostas a essas questões estão, em grande parte, na Radiologia
Industrial!

História

Geralmente, quando falamos sobre a história de alguma das diversas áreas da


Radiologia, voltamos ao ano de 1895 no dia 8 de novembro, a sexta-feira em
que Wilhelm Conrad Roentgen fez a sua significativa descoberta dos Raios-X.
No ano seguinte
os jornais de todo
o mundo
publicaram
notícias desses
novos raios e sua
habilidade de
passar através de
Fig. 1: Radiografia tirada por Roentgen de seu rifle de caça. Observe que há um
pessoas e pequeno defeito no cano. Com essa foto, Roentgen antecipou o uso industrial
objetos de diversos dos raios-x como controle de qualidade de peças.
tipos de materiais.
As notícias causaram grande repercussão da tecnologia no meio médico,
embora Roentgen e outros pesquisadores anteriores tenham mostrado

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imagens de “coisas” nos Raios-X, como espingarda e bússola (Fig.1). Isso
aconteceu muito tempo antes do uso não-médico dos Raio-X tornar-se
importante.
Documentos históricos mostram que o uso dos Raios-X na indústria iniciou-se
na Primeira Guerra Mundial, relacionado os armamentos. Existem registros de
inspeções realizadas na Alemanha na década de 1920. Apesar desses
esforços iniciais, o uso dos Raios-X em Ensaios não Destrutivos (END) não se
tornou importante comercialmente até o período da Segunda Guerra Mundial.
Isso é verdadeiro, apesar de muitas investigações bem realizadas para
demonstrar a sua utilização para o exame de materiais.
Nos EUA, técnicos em END citam o trabalho inicial de Horace Lester, no
Arsenal Watertown, como o precursor do nosso uso atual dos Raios-X em END
(Lester, 1922, 1923). O trabalho de Lester foi significativo porque demonstrou
claramente que os Raios-X podiam ser usados para localizar falhas internas
em fundidos, soldas e outras formas metálicas e que estas falhas poderiam
conduzir a uma quebra prematura. As contribuições de Lester foram também
importantes por causa da sua posição preeminente no campo metalúrgico
(Wenk, 1969).
Segundo o professor Paulo Gomes de Paula Leite, no artigo “A Origem dos
END no Brasil”, publicado na Revista dos END, em 1989, os Ensaios Não
Destrutivos foram introduzidos pela Marinha Brasileira na década de 1940, para
construção naval, com a utilização dos Raios-X.
Duas décadas depois, em 1963, o jornal Diário do Comércio, publicado em São
Paulo, destacava o trabalho realizado na área de END pela Metaltest Cia.
Brasileira de Ensaios e Industrial, empresa fundada em abril de 1959 e que foi
a primeira de END no país.

Importância da Radiologia Industrial

Não raro, os fabricantes usam radiografia industrial para garantir que seus
produtos não sejam danificados antes de serem vendidos. Assim como os raios
X médicos são usados para encontrar fraturas ou rachaduras nos ossos, a
radiografia industrial usa raios X ou raios gama para tirar fotos de produtos
porque podem mostrar problemas que não são visíveis a olho nu. As fotos
também podem ser tiradas de dentro de um objeto para garantir que não haja
rachaduras que seriam impossíveis de ver do lado de fora. A radiografia é útil
porque não danifica ou altera o item que está sendo testado. Também pode ser
usado quando é difícil ou não prático o acesso ao material que está sendo
inspecionado.

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A radiografia industrial funciona apontando um feixe de raios X ou raios gama
para o item que está sendo testado. Um detector está alinhado com o feixe do
outro lado do item. O detector registra raios-x ou raios gama que passam pelo
material. Quanto mais espesso o material, menos raios X ou raios gama podem
passar. Como o material é mais fino onde há uma rachadura ou falha, mais
raios passam por essa área. O detector cria uma imagem dos raios que
passam, que mostra rachaduras ou falhas. As imagens dessas câmeras são
chamadas de radiografias. Assim como a fotografia, a radiografia industrial está
se afastando da radiografia baseada em filme e se movendo para imagens
digitais.

Quando você olha para uma radiografia de metal soldado, o local de soldagem
aparece em branco brilhante porque é mais espesso que o restante do material
do tubo. A soldagem impede que os raios passem quase completamente, o que
faz com que apareça mais brilhante do que o restante das imagens. As
rachaduras aparecem como áreas mais escuras porque a radiação passou
completamente pelas rachaduras.

Quando se deseja inspecionar peças com finalidade de investigar sobre


defeitos internos, a Radiologia industrial é um poderoso método que pode
detectar com alta sensibilidade descontinuidades com poucos milímetros de
extensão. Usados principalmente nas indústrias de petróleo e petroquímica,
nuclear, alimentícia, farmacêutica, geração de energia para inspeção
principalmente de soldas e fundidos, e ainda na indústria bélica para inspeção
de explosivos, armamento e mísseis, a radiografia desempenha um papel
importante na comprovação da qualidade da peça ou componente em
conformidade com os requisitos das normas, especificações e códigos de
fabricação. A radiografia proporciona registros importantes para a
documentação da qualidade. Em juntas soldadas, a radiografia é um dos
métodos frequentemente referenciados pelos Códigos de fabricação de peças
ou estruturas de responsabilidade para determinação da eficiência da base de
cálculo pela engenharia.
Um dos avanços tecnológicos mais importantes na engenharia, podem ser
atribuídos aos ensaios não destrutivos. Eles investigam a sanidade dos
materiais sem, contudo, destruí-los ou introduzir quaisquer alterações nas suas
características. Aplicados na inspeção de matéria prima, no controle de
processos de fabricação e inspeção final, os ensaios não destrutivos
constituem uma das ferramentas indispensáveis para o controle da qualidade
dos produtos produzidos pela indústria moderna.

Tipos de Equipamentos

 Equipamentos de Raios X para uso Industrial

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Os dispositivos de
Figura 2
radiografia de raios X são
alimentados por
eletricidade. Quando o
dispositivo é desligado, os
raios X não são
produzidos. A radiografia de
raios-X geralmente cria
imagens muito claras. Os
dispositivos são grandes e bons para uso em fábricas. Os Raios X são
produzidos em ampolas especiais. Os tamanhos das ampolas ou tubos são em
função da tensão máxima de operação do aparelho. (Fig. 2)

 Gamagrafia

Os raios gama usados na radiografia vêm de material radioativo dentro do


aparelho de radiografia. Os dispositivos de raios gama não precisam de
eletricidade. Eles
são menores que Figura 3

os aparelhos de
raio-x. Seu
pequeno
tamanho os torna
úteis para
verificar dentro de
tubos, navios e
outros espaços
pequenos. No
entanto, eles não
podem ser desligados como um dispositivo de raio-x. Os radionuclídeos no
dispositivo sempre produzem raios gama. A única maneira de bloquear uma
radiação gama de um aparelho de radiografia é interromper o feixe com uma
placa de metal pesado. A placa de metal não permitirá a passagem dos raios
gama. Os trabalhadores devem ter o cuidado de fechar o escudo quando o
dispositivo gama não estiver em uso para proteger outras pessoas da
exposição à radiação.

As fontes radioativas para uso industrial, são encapsuladas em material


austenítico, de maneira tal que não há dispersão ou fuga do material radioativo
para o exterior. Um dispositivo de contenção, transporte e fixação por meio do
qual a cápsula que contém a fonte selada, está solidamente fixada em uma
ponta de um cabo de aço flexível, e na outra ponta um engate, que permite o
uso e manipulação da fonte, é denominado de “porta fonte”. (Fig. 3)

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Os irradiadores gama são equipamentos dotados de partes mecânicas que
permitem expor com
Figura 4
segurança a fonte
radioativa. A principal
parte do irradiador é a
blindagem interna ,
que permite proteção
ao operador a níveis
aceitáveis para o
trabalho, porém com
risco de exposição
radiológica se armazenado em locais não adequados ou protegidos. O que
mais diferencia um tipo de irradiador de outro são os dispositivos usados para
se expor a fonte. Esses dispositivos podem ser mecânicos, com acionamento
manual ou elétrico, ou pneumático. A única característica que apresentam em
comum é o fato de permitirem ao operador trabalhar sempre a uma distância
segura da fonte, sem se expor ao feixe direto de radiação. Os irradiadores
gama são construídos através de rígidos controles e testes estabelecidos por
normas internacionais, pois o mesmo deve suportar choques mecânicos,
incêndio e inundação sem que a sua estrutura e blindagem sofram rupturas
capazes de deixar vazar radiação em qualquer ponto mais do que os máximos
exigidos. (Fig.4)

 Aceleradores Lineares

Figura 5

O
aceleradores lineares são aparelhos similares aos aparelhos de Raios X
convencionais com a diferença que os elétrons são acelerados por meio de
uma onda elétrica de alta freqüência, adquirindo altas velocidades ao longo de
um tubo retilíneo. Os elétrons ao se chocarem com o alvo, transformam a
energia cinética adquirida em calor e Raios X com altas energias cujo valor
dependerá da aplicação. Para uso industrial em geral são usados aparelhos
capazes de gerar Raios X com energia máxima de 4 Mev. (Fig.5)

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Conclusão

Apesar de seu custo relativamente alto quando comparado com outros


métodos de ensaio não destrutivos, a radiografia industrial é uma técnica não
destrutiva essencial em aplicações como trabalho aeroespacial, engenharia
nuclear, e muitos outros. Assim, desempenha um papel importante e de certa
forma insuperável na documentação da qualidade do produto inspecionado,
pois a imagem projetada do filme radiográfico representa a "fotografia" interna
da peça, o que nenhum outro ensaio não destrutivo é capaz de mostrar na área
industrial.

Referências Bibliográficas

United States Environmental Protection Agency. Industrial Radiography.


EPA.gov 2 de junho de 2021. Disponível em:
https://www.epa.gov/radtown/industrial-radiography. Acessado em 08 de maio
de 2022.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA, Seara da Ciência. Os Raios-X, A
história da descoberta de Roentgen e seus usos atuais. Disponível em:
https://seara.ufc.br/pt/secoes-especiais-de-ciencia-e-tecnologia/secoes-
especiais-fisica/os-raios-x/ .Acessado em 09 de maio de 2022

ANDREUCCI, Ricardo. Radiologia industrial. disponível na internet no site


https://portalidea.com.br/cursos/b6bcaa67a33b2f3af90bb88302d765c2.pdf,
2003.

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