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Sumário
Capítulo 1: A (r)evolução do dinheiro
Capítulo 2: O começo
Capítulo 3: O básico do básico
Capítulo 4: Os 21 milhões de bitcoins
Capítulo 5: Como funciona a mineração?
Capítulo 6: Stablecoins
Capítulo 7: A sua wallet
Capítulo 8: Como comprar Bitcoins
Capítulo 9: Bitcoins são investimento?
Capítulo 10: Alternative Coins
Capítulo 11: Bitcoins são uma bolha?
Capítulo 12: Regulação e leis
Considerações finais
Bibliografia
Sobre o autor
Capítulo 1

A (R)EVOLUÇÃO DO
DINHEIRO

Sabemos que pode parecer loucura falar em revolução ou evolução do


dinheiro, ou mesmo um exagero pensar que o dinheiro está mudando, mas a
realidade é que depois de ler esse livro você nunca mais olhará para a sua
carteira da mesma forma. Mais do que isso, você estará preparado(a) para se
garantir em um período de mudanças e evoluções importantíssimas – que já
estão acontecendo – no sistema nanceiro mundial.
O que hoje são notas de papel que representam um valor monetário, ou
aquele número em sua conta bancária usado ao passar o seu cartão de
“crédito ou débito”, já foi visto como algo muito diferente e sinal de
desenvolvimento. A revolução do dinheiro não começou agora. Ele sempre
evoluiu, mudou e se modernizou para o que temos hoje e caminha para o
que teremos em pouco tempo por meio do Bitcoin.
Você pode estar pensando: “O Bitcoin nem é dinheiro de verdade!”. Será
mesmo? Vamos re etir rapidamente sobre a história do dinheiro, em como
passamos pelo ouro e acabamos com pedaços de papel dentro da carteira, e
qual a importância do Bitcoin nesse contexto.
Antes de qualquer coisa se tornar realmente “dinheiro”, ele precisa ser
adotado como um meio de troca, ou seja, as pessoas precisam usar
determinado bem para trocar por algum outro bem de seu interesse. Para
que algo se torne um meio de troca, ele precisa demonstrar ter alguma
utilidade para as pessoas que farão uso dele.
O sentido é trazer certo tipo de conforto, comodidade ou até bem-estar. A
conclusão é que um bem só pode ser considerado um meio de troca se ele já
tem um valor como mercadoria, seja pelo seu uso ou pelo benefício que
traz. Esse é o “teorema da regressão”, base da obra de Ludwig von Mises
(“ e eoryof Money andCredit”, 1953).
Mises reconstrói retroativamente o caminho desses bens valorados e aceitos
na economia de troca. E compreende que o valor de troca subjetivo do
dinheiro no dia de hoje, com ns para entesourar e ser usado em troca
futura, toma como ponto de partida os valores de troca objetivos de ontem.
É a demanda de troca por parte dos que desejam obter dinheiro e uma
demanda de reserva por aqueles que já o possuem. A esse método de
análise, Mises denominou de “Teorema de Regressão”.
Lembremo-nos do sal, por exemplo, que por suas propriedades úteis na
conservação dos alimentos, era amplamente desejado e aceito nas trocas de
mercadorias. Não havia razões para acreditar na sua perda de valor. O
mesmo conceito se aplica a outras mercadorias que viriam a desempenhar
seu papel como dinheiro, como a lã, tecidos, cevada, trigo, até chegarmos
aos metais preciosos.
Dessa forma, a moeda em si não tem valor se não for sustentada na
produção de bens e serviços. Segundo Mises: “um objeto não pode ser usado
como moeda, a menos que, no momento em que o seu uso como dinheiro
começar, ele já possua um valor de troca objetivo, baseado em algum outro
uso” (1953, p. 110).
O ouro foi escolhido como dinheiro há muito tempo, mas antes disso
demonstrou seu valor de uso e utilidade. É um elemento escasso, de difícil
acesso e, por isso, considerado nobre, digno de ser usado em uma troca
comercial. O Bitcoin, vamos chamá-lo de BTC, não é diferente – aliás, tem
muito a ver com o ouro–, pois também faz uso do “teorema da regressão” de
von Mises. O BTC encontrou valor em determinado período, ainda tem
encontrado seu espaço, e não demorará para se tornar um meio de troca
propriamente dito.
Na comparação que zemos com o ouro, no período da descoberta desse
metal, a sua utilidade era bem limitada – tal qual o BTC nos dias de hoje. O
ouro era inicialmente aplicado em enfeites, no uso pessoal e decorativo de
edifícios públicos, mas logo se tornou dinheiro. Enquanto meio de troca, lhe
foi atribuído valor não apenas em sua utilidade anterior, mas valorizando-se
conforme a sua utilidade monetária crescia.
Em relação ao BTC, a primeira vez que foi considerado um meio de troca
ocorreu em maio de 2010, quando um homem chamado Laszlo Hanyecz
comprou duas pizzas no valor de 10.000 BTC. Provavelmente a pizza mais
cara da história! Atualmente, isso equivaleria a quase 100 milhões de
dólares.
Mas como então o dinheiro passou do ouro para o pedaço de papel de hoje
em dia? A história nos revela que muitos bens funcionaram como meio de
troca em determinado período. Tabaco, açúcar, sal, gado, pregos, cobre,
grãos, especiarias, entre outros produtos. Mas nenhum bem se destacou e
teve igual importância quanto o ouro, como mencionado.
A característica comum a todas essas mercadorias, como destaca Fernando
Ulrich em seu livro “Bitcoin, a moeda na era digital” (2014), é a
tangibilidade. Eles existem física, química e biologicamente.
Com o tempo, o sistema monetário precisou evoluir, surgindo então a
custódia do ouro pelos ourives ou por instituições especializadas,
conhecidas como bancos. A evolução aconteceu por uma questão de
segurança, dado que carregar ouro em espécie começou a se tornar
perigoso; e por uma questão de espaço físico e peso, já que caixas e mais
caixas de ouro são difíceis de transportar.
As pessoas depositavam o ouro em um banco e recebiam em troca um
certi cado da quantidade de ouro armazenado. Assim, esses papéis
começaram a circular facilitando as trocas monetárias e nanceiras. Em um
determinado momento, os bancos tinham tanta credibilidade junto aos seus
clientes, que estes resolveram se abster da responsabilidade de transferir o
ouro físico (após a transação com os certi cados) e deixaram esse trabalho
com os próprios bancos. Ou seja, o cliente apenas assinava um certi cado de
que estava transacionando certa quantidade de ouro com alguém, e o banco
se responsabilizava em enviar a quantidade correspondente e realizar a
transação, surgindo então os cheques e os depósitos bancários.
Nesta época, o cliente tinha uma cédula com um valor exatamente
correspondente a quantidade de ouro depositada no banco, e isso
chamamos de lastro. Tudo era 100% lastreado em ouro, chamado de “padrão
ouro” que vigorou entre os anos de 1880 a 1914.
Chegou a hora em que os bancos começaram a perceber que nem todos os
clientes exigiam o saque de ouro em espécie e preferiam car com a cédula
que representava a quantia correspondente. Assim, as instituições bancárias
iniciaram um processo que dura até hoje: cavam com apenas uma parte da
reserva lastreada e emprestavam o restante para obter lucros maiores do que
aqueles abrangendo apenas as taxas de transação. Esse dinheiro emprestado
que excedia o lastro do ouro passou a ser chamado de moeda escritural, que
não existe no mundo material, só na contabilidade dos bancos. Então, na
verdade, a moeda invisível (como o BTC é considerado), já passou a existir
desde o século XIX.
Hoje em dia, a moeda escritural ainda existe, 100% digital, pois os bancos só
possuem parte do dinheiro que rodam lastreados em notas físicas no Banco
Central, que por sua vez não tem lastro nenhum em coisa alguma. De
acordo com Fernando Ulrich (2014, p. 52), a moeda escritural em circulação
no Brasil é de 52% do valor total do dinheiro no mercado. Ou seja, mais da
metade do dinheiro rodando em nosso país hoje é 100% digital e virtual.
Essa possibilidade liberou os bancos centrais para imprimirem notas de
dinheiro à vontade, já que não existe lastro em ouro como exigência. Em
1971, o então presidente americano Richard Nixon, cancelou a conversão do
dólar em ouro, acabando com as reservas de lastro ainda existentes. A
consequência disso foi uma impressão desenfreada de dólares pelo FED
(Banco Central Americano), acarretando na desvalorização do dinheiro e do
poder de compra da população. Assim como mostra o grá co a seguir: 1
Quanto mais notas impressas, mais dinheiro na mão das pessoas. Com as
pessoas tendo mais dinheiro em suas mãos, mais será cobrado por serviços e
produtos – isso se chama in ação. Os bancos centrais ao redor de todo
mundo fazem isso e, quando acham necessário, imprimem mais notas. Sim,
eles podem fazer isso.
Mas então qual é o problema dessa lógica de mercado e onde o BTC entra
nessa história? O problema é que não podemos fazer nada para evitar que o
nosso dinheiro se desvalorize e que valha cada vez menos. Não conseguimos
evitar que as coisas quem mais caras, não temos poder para isso. O sistema
é centralizado e comandado pelos bancos centrais, e o BTC é antítese disso.
É descentralizado e o poder está nas mãos dos seus respectivos donos. A
partir do momento que você compra o seu BTC, ele é seu e somente seu,
ninguém tem nada com isso.
Com todas as suas propriedades, o BTC tem tecnologia robusta e
características su cientes para ser considerado uma commodity digital
escassa e valiosa, ou seja, o “ouro digital”, como alguns gostam de chamar.
Pode também ser considerado um investimento rentável, a longo prazo
inclusive. O Bitcoin, para a maioria dos estudiosos, já pode ser con gurado
como um meio de troca – já que existe quem o aceite em troca de serviços e
mercadorias reais e o utiliza para a compra de outros bens. Mas apesar dessa
tratativa comercial ainda não ser amplamente aceita nas operações de
compra e venda com o mercado convencional, o Bitcoin tem tudo para se
tornar um meio de troca universalmente aceito– tal qual o dinheiro
tradicional, literalmente.
Se você está pronto(a) para entender mais sobre isso e participar da
revolução do dinheiro que já está acontecendo, nos acompanhe pelas
próximas páginas. Você vai entender tudo que precisa saber para participar
desse processo da maneira correta e segura.
Vamos lá?
1 Fonte: https://sdbullion.com/gold-price-history
Capítulo 2

O COMEÇO

Se você não lembra, ao menos já deve ter ouvido bastante gente falar sobre a
crise mundial de 2008, não é mesmo? De modo bastante resumido podemos
dizer que a crise nanceira do subprime foi desencadeada ainda em 2007, a
partir da queda do índice Dow Jones, em decorrência da concessão de
empréstimos hipotecários de alto risco. Essa prática resultou na insolvência
de vários bancos, repercutindo na bolsa de valores.
Em um efeito dominó, bancos e instituições nanceiras envolvidos nos
“swaps do subprime” foram quebrando e praticamente liquidando com as
economias das pessoas. Mas esse mesmo ano foi marcado pelo início de algo
que impactaria o mundo do sistema bancário e nanceiro: a publicação do
White Paper do Bitcoin.
Esse White Paper é um documento bastante simples que apresentou ao
mundo uma explicação de como o Bitcoin e a Blockchain, a tecnologia que
sustenta o Bitcoin, funcionam. A data exata do surgimento desse documento
é 01 de novembro de 2008 e o título “Bitcoin: A Peer-to-PeerElectronic Cash
System” (Bitcoin: Um Sistema Monetário Peer-to-Peer. Escrito por Satoshi
Nakamoto, o resumo desta apresentação dizia que o Bitcoin era uma versão
pura de dinheiro eletrônico que permitiria pagamentos online com envio
direto de uma parte para outra sem passar por uma instituição nanceira.
Tratava-se de um sistema criado em resposta ao modelo nanceiro
tradicional em que os bancos resgatavam empresas falidas e “perdoavam”
dívidas de grandes corporações que mantinham contatos privilegiados com
o alto escalão.
Ou seja, em sua concepção, o BTC sempre teve o objetivo de ser um
dinheiro virtual que não precisasse do controle de nenhuma instituição
nanceira, e que dependesse exclusiva e simplesmente das duas partes
envolvidas em uma transação nanceira, isto é, quem envia e quem vai
recebe.
Em janeiro de 2009, aconteceu a primeira transação de BTC’s entre Satoshi
Nakamoto e Hal Finney, talvez o primeiro entusiasta da moeda e que ajudou
Satoshi no melhoramento do sistema. Essa transação cou conhecida como
Bloco Genesis, a primeira formada dentro de um Blockchain. Hal Finney era
um grande programador que costumava participar de fóruns de criptogra a
e tomou conhecimento da ideia do Bitcoin publicada por Satoshi
Nakamoto.2

Mas quem é esse tal de Satoshi Nakamoto? A verdade é que ninguém sabe!
Existem inúmeras teorias, a principal é de que ele não é necessariamente
apenas uma pessoa, mas sim um grupo de desenvolvedores cyberpunks
(anarcocapitalistas) que juntos teriam desenvolvido todo o sistema. Outra
teoria dá a entender que o próprio Hal Finney poderia ser a pessoa atrás do
pseudônimo, mas ninguém sabe com certeza. O fato é que tudo foi
desenvolvido de tal forma, com estrutura tão bem desenhada e segura, que é
difícil imaginar que uma pessoa pudesse fazer tudo sozinha.

Satoshi Nakamoto? 3
Dado que nesse início o BTC não era conhecido e a sua fama se limitava
apenas aos entusiastas, o valor de mercado da moeda era de menos de
centavos de dólar. O sentimento que paira é o desejo de saber disso naquela
época para ter investido e ser hoje um bilionário. A grande maioria pensa
isso, mas o tempo não volta e, sinceramente, se alguém oferecesse esse
investimento na época, a probabilidade era altíssima que você achasse que
era só mais uma loucura de alguns nerds que cavam o dia todo no
computador.
O fato é que em maio de 2010, como já citamos anteriormente, a primeira
compra usando BTC foi realizada. Foi quando LaszloHanyecz comprou duas
pizzas por 10.000BTC. Em apenas dois anos depois de sua criação, em
novembro de 2010, o BTC atingiu a marca de um milhão de dólares de
Market Cap – Capitalização do Mercado (a multiplicação entre o preço do
ativo e a quantidade em circulação). O restante, caros leitores, é história. De
2010 para janeiro de 2020, o BTC já somou 131.850.847.000,00 bilhões de
dólares, como mostra o grá co a seguir: 4
2 Fonte: https://genesisblockhk.com/what-is-the-genesis-block
3 Fonte: https://blockmanity.com/news/bitcoin/blockstream-ceo-bitcoin-creator-satoshi-nakamoto-
an-individual-and-not-a-team/
4 Fonte: www.coinmarketcap.com
Capítulo 3

O BÁSICO DO BÁSICO

Vamos avançar e explicar como toda essa lógica funciona na prática, desde a
“mineração” até como comprar um BTC para você não car de fora dessa
inovação mundial. No entanto, antes de prosseguir, precisamos avisar que se
você está procurando um material que explique em minuciosos detalhes de
programação como todo esse sistema funciona, esse livro não é para você.
Nosso intuito é fazer com que o maior número possível de pessoas seja
inserido na evolução do dinheiro e comece a experimentar a liberdade que é
ser dono do seu próprio recurso sem ter uma instituição nanceira ditando
as regras. Além é claro de ensinar algumas maneiras de lucrar com isso – já
que a valorização do BTC em 2019 foi de 93%. Isso mesmo, se você tivesse
investido R$50.000,00 em BTC no início de 2019, ao nal você teria
R$96.500,00 de forma segura, sem essa conversa bandida de pirâmide
nanceira que usa BTC como pretexto para cometer crimes e roubar o seu
dinheiro.
Portanto, é importante frisar: Bitcoin não é pirâmide nanceira! Uma coisa
não tem nada a ver com a outra. A moda hoje é que as pirâmides nanceiras
fazem uso dos criptoativos e das moedas digitais para enganar e roubaro seu
dinheiro. Mas o investimento sério em Bitcoins é seguro e com grande
potencial de lucro. O BTC é uma moeda virtual e digital que é transferida de
forma protegida e criptografada, cuja transação é registrada e mantida em
um livro-razão, suportado por um sistema chamado “Blockchain” e
sustentado pela rede de computadores Peer-to-Peer (P2P). (BANSAL, 2018,
p. 7).
A partir daqui começamos a entender o básico!

O que é Criptografia?
É o processo de converter qualquer dado ou informação em um código
travado por uma chave única ou múltiplas chaves, usando algoritmos de
computador e prevenindo o sistema de ter as informações acessadas sem
autorização. A chave única chamamos de “Private Key”. (BANSAL, 2018, p.
8).
Atualmente a maneira mais comum de um hacker prejudicar alguém é
criptografando os dados do computador do “hackeado”. Assim, ele pode
extorquir a vítima pedindo dinheiro para que então entregue as chaves de
acesso.
A Private Key é a senha de acesso à carteira onde os seus BTC’s estão
alocados e precisa ser guardada em segurança pelo dono da carteira.
Veremos isso mais adiante, mas saiba que ao comprar Bitcoins você os
transferirá para uma carteira – que chamamos de wallet – e a Private Key é a
senha de acesso a ela.
No universo BTC, a criptogra a vai codi car a identidade das duas pessoas
que estão transacionando a(s) moeda(s), a transação propriamente dita e
também as informações das wallets envolvidas nas transações.

O que é o Livro-Razão?
Esse termo é comum na área contábil e se refere ao livro onde estão citadas e
registradas as transações e as contas de transação de um determinado
negócio ou sistema. Todas as transações são registradas nesse livro.
No caso do BTC, esse livro é digital e sustentado por um sistema
inteligentíssimo chamado Blockchain.

O que é Blockchain?
A Blockchain (rede de blocos) é o funcionamento do livro-razão mantido
por uma rede de computadores que são individualmente chamados de “nós”.
Todos eles são conectados entre si pela rede Blockchain, promovendo as
trocas Peer-to-Peer (P2P) dentro do sistema e atualizados com as mesmas
informações da rede. Pelo fato da rede ser composta por milhares de
computadores, não existe a demanda por um servidor central para o
controle de tudo, de forma que não é necessária a centralização de controle
de todas as transações. Por isso, chamamos a rede Blockchain de uma rede
descentralizada: 5

Uma rede centralizada, como mostra a imagem acima, possui um “hub”


central que detém todas as informações importantes daquele sistema, e isso
o torna extremamente frágil. Suponhamos que ocorra um ataque à rede
centralizada. Todas as demais extremidades da rede tendem a sofrer e/ou
deixar de existir porque a unidade central foi prejudicada. Em comparação
com a nossa realidade, o sistema bancário atual é totalmente centralizado.
Todos estão ligados em hubs centrais, e todos são prejudicados – na verdade
eles não, mas os correntistas sim – em crises severas.
A rede descentralizada, por outro lado, possui vários “hubs” espalhados e
caso algum desses “hubs” sofra algum tipo de ataque, ele não se estende para
a rede toda e o dano se limita apenas àquele hub.
Nas redes distribuídas, sempre que um ataque à rede é efetuado, ele é local e
não se rami ca de forma alguma. A única forma de fazer com que o sistema
todo sofra é se a rede como um todo resolver se voltar contra si mesma,
como um ataque autoimune.
Mediante essa explicação, podemos dizer que o Bitcoin é uma rede de
pagamentos descentralizada, por não ter nenhuma entidade ou instituição
central para fragilizar o sistema. Mas sua rede de veri cação de transações,
realizada pelos mineradores (falaremos sobre isso mais adiante), funcionam
de forma distribuída. Ou seja, o Bitcoin está em sistema descentralizado que
utiliza uma rede distribuída.
Todas as transações que ocorrem dentro da Blockchain são ordenadas de
forma cronológica e distribuídas em pacotes de arquivo de dados que
chamamos de “blocos”. Um novo bloco de dados é formado a partir do
momento que o último está cheio, pois cada um deles tem um tamanho
prede nido de 1MB. O bloco posterior tem o “hash” (código que identi ca o
bloco) do anterior, pois todos eles estão conectados entre eles, formando
então uma rede de blocos.
Para entender melhor o que é um “hash”, compare-o com um problema
matemático di cílimo de ser resolvido, que apenas um computador pode
resolver em segundos, talvez minutos. Cada bloco precisa resolver o
problema criptográ co do bloco anterior, e nenhum bloco é formado se o
problema não for resolvido. Com isso em mente, podemos a rmar que a
formação de um bloco exige trabalho, concorda? Esse trabalho usará de
processamento computacional, energia elétrica (os computadores estão
ligados à energia) e tempo. Ou seja, cada bloco formado precisa provar o seu
trabalho – a isso chamamos de “ProofofWork” (Prova de Trabalho).
No seu White Paper, SatoshiNakamoto descreve o processo de maneira
simples. Ele explica o sistema como uma rede de computadores P2P (Peer-
to-Peer) e todos eles são elegíveis para achar a resposta do problema
criptográ co. O primeiro “nó” (conjunto de computadores que participaram
daquele trabalho) a achar a resposta é recompensado com uma certa
quantidade de Bitcoins. Ou seja, Bitcoins são dados como incentivo para o
“nó” que é merecedor por completar a tarefa com sucesso.
A solução deste problema matemático e o trabalho computacional,
energético e cronológico que ela gera se chama MINERAÇÃO. Falaremos
sobre isso com mais detalhes em um próximo capítulo, mas tenha em mente
o ouro ou qualquer outro minério. A mineração deles exige trabalho, por
parte do minerador ou da máquina, energia (elétrica ou não) e tempo. O
princípio para o BTC é o mesmo.
A di culdade de mineração, independentemente do número ou da
capacidade de processamento dos computadores, sempre será ajustada pela
rede para que o tempo de mineração (formação) de cada bloco seja de 10
minutos, ou 6 blocos por hora.
Se você está confuso(a), não se preocupe. Como o próprio título desse livro
enaltece, nosso objetivo é que você entenda a lógica da revolução que está
acontecendo no mercado nanceiro.

Quando o Blockchain surgiu?


O Blockchain do Bitcoin foi criado em meados de 2008 e divulgado ao
público a partir da publicação do artigo intitulado “Bitcoin: A Peer-to-
PeerElectronic Cash System”, ou seja, ao mesmo tempo que o Bitcoin
surgiu.
Contudo, o conceito de Blockchain e o primeiro projeto a executá-lo na
prática ocorreu 17 anos antes, mais especi camente em 1991, por Stuart
Haber e W. Scott Stornetta. O intuito era desenvolver um sistema capaz de
assegurar que o registro de data e hora de documentos não fossem violados
ou retroativos.
Apesar do desenvolvimento do Blockchain não ser recente, o primeiro
sistema Blockchain foi de nido no código fonte original do Bitcoin.

Quais tecnologias o Blockchain engloba?


Diversas tecnologias já existentes possibilitaram o desenvolvimento do
Blockchain. Uma das principais é a rede P2P e suas aplicações que compõem
a estrutura básica da plataforma.
Outras tecnologias de suma importância são aquelas que garantem toda a
segurança dos processos realizados no Blockchain. Dentre elas, é possível
citar a criptogra a e o conjunto de computadores que executam as
operações do Blockchain de forma descentralizada.
Ao unir essas e outras tecnologias, foi possível criar uma plataforma
descentralizada e amplamente segura que, conforme o tempo passa, prova-
se muito mais útil do que se imaginava na sua gênese. Os projetos que
sucederam o Bitcoin visam suprir as demandas que as aplicações do
primeiro Blockchain criado não eram capazes de atender.

Tipos de Blockchain
Atualmente, há dois tipos de Blockchains, sendo necessário conhecer as
características de cada um para saber qual melhor se adequa às suas
necessidades.

1. Blockchain Público
Como o próprio nome sugere, o Blockchain Público ou aberto é aquele em
que todas as pessoas possuem acesso para ler, enviar transações e decidirem
participar ou não do processo de consenso. Já que não é necessário se
identi car para obter acesso ao Blockchain, todos os usuários permanecem
anônimos.
Nesse sentido, o Blockchain criado por SatoshiNakamoto con gura-se como
público e apresenta uma administração totalmente descentralizada.
Entretanto, com o passar do tempo, surgiram novas possibilidades de
Blockchains, como será mostrado a seguir.

2. Blockchain Privado
Diferentemente do Blockchain Público, o Privado ou fechado é
administrado por uma única organização, a qual determina quem pode ler,
enviar transações e participar do processo de consenso. Assim sendo, os
Blockchains Privados são caracterizados como centralizados.
Desse modo, é necessário que o responsável pelo Blockchain libere o acesso
a quem ele deseja que visualize e interaja dentro do sistema. Por conta dessa
maior privacidade, esta alternativa é a preferida entre empresas, pois esses
empreendimentos, muitas vezes, dispõem de informações estratégicas, as
quais não podem ser compartilhadas com terceiros.

Como o blockchain pode ajudar o mercado


financeiro?
Conforme o tempo passa, a tecnologia Blockchain tem se aprimorado cada
vez mais. A partir de novos projetos, já é possível realizar diversas operações
do mercado nanceiro com mais transparência, segurança, agilidade e, o
melhor, por taxas mais acessíveis.

1. Custódia
Atualmente, a maior parte dos títulos e ativos nanceiros são custodiados
em bancos ou corretoras com o intuito de se obter uma maior segurança na
guarda desses investimentos. Isso implica em custos, uma vez que é
necessário pagar uma taxa à instituição nanceira proporcional ao
investimento depositado, o que pode acarretar em prejuízos ao investidor.
Com a criação do Blockchain, essa realidade tende a mudar, visto que, por
meio da plataforma, é possível custodiar com total segurança títulos e ativos
sem necessitar da intermediação de uma instituição nanceira e pagar taxas
abusivas.

2. ClearingHouse
Hoje em dia, quando um investidor compra um título ou ação no mercado
nanceiro ou alguém nancia um determinado bem, por exemplo, é
necessária uma instituição para intermediar o processo. Essa intermediária é
chamada de “ClearingHouse” e responsável em proporcionar a lisura do
processo.
Por exemplo, suponhamos que uma determinada pessoa comprou um título
de um banco. Para que seja garantido que essa pessoa comprou o título e,
mais tarde, retirou-o conjuntamente com o rendimento obtido, é necessário
contar com a intermediação de uma ClearingHouse. Entretanto, como essa
instituição presta um serviço, logo, também são cobradas determinadas
taxas que, por sua vez, podem ser abusivas.
Do mesmo modo que o Blockchain elimina a necessidade de intermediação
no processo de custódia, ele também a extingue no clearing, pois, por meio
dos smartcontracts, é possível garantir de forma automática, totalmente
descentralizada, ágil e segura a transparência e o respeito ao contrato
rmado sem a mediação de uma ClearingHouse.

3. Cash Settlement
Mais uma importante operação muito realizada no mercado nanceiro é o
“cash settlement” que, ao traduzir livremente para o português, signi ca o
mesmo que liquidação, ou seja, corresponde ao processo de pagamento de
um determinado valor por parte do comprador ao vendedor.
Atualmente, muitos investidores realizam a compra ou venda de ações e
precisam aguardar uma série de dias para que seja con rmada a transação.
No primeiro dia útil após a compra ou venda de um ativo, também
conhecido como D1, os agentes nanceiros discriminam a transação. No
D2, ocorre o bloqueio do título e a entrega dele para a Companhia Brasileira
de Liquidação e Custódia (CBLC) e somente do D3, ou seja, no terceiro dia
útil após a transação é que o comprador terá o título desbloqueado para usar
e o vendedor, o dinheiro recebido.
Portanto, para que a transação seja concluída são necessários, no mínimo,
três dias e, caso esse período seja intercalado por nais de semana e feriados,
o tempo poderá ser ainda maior. No entanto, ao optar pelo Blockchain, toda
essa transação pode ser feita em apenas um dia, uma vez que a plataforma
funciona 7 dias por semana e 24 horas por dia sem a necessidade de diversos
intermediários, como agentes nanceiros e a CBLC, para con rmar a
transação – pois tudo é realizado em um único sistema.

5 Fonte: https://medium.com/@cleberw3b/bitcoin-a-internet-do-dinheiro-prova-de-trabalho-proof-
of-work-f62d5d14a0c5
Capítulo 4

OS 21 MILHÕES DE
BITCOINS

Neste capítulo, iremos aprofundar um pouco mais sobre o surgimento do


BTC.Já sabemos que o Bitcoin é um dinheiro virtual, ou dinheiro eletrônico.
Qualquer pessoa na posse desse tipo de moeda pode enviar dinheiro para
qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, sem precisar passar por
validações de instituições bancárias ou por uma autoridade central que
determine as regras. Em resumo, se você quiser enviar o seu Bitcoin para um
amigo que está no Japão às 2 horas da manhã, você pode, e ele receberá
quase que instantaneamente. Basta as duas partes terem uma wallet de
origem e outra para o destino. A wallet é um endereço que mais se parece
com um código de 34 caracteres, e todas as transações são registradas na
Blockchain, como já mencionamos.
Existe um detalhe importantíssimo a ser explicado. Em diversos momentos
comparamos o Bitcoin com o ouro, e é fundamental lembrar que a
quantidade desse metal no planeta é limitada, certo? A quantidade de
Bitcoins também!
O número total de BTC’s é de 21 milhões de moedas. Depois disso, mais
nenhuma será minerada ou criada – iremos explicar com mais detalhes
sobre “mineração” no próximo capítulo. Com isso cremos que algumas
dúvidas estejam surgindo, como por exemplo: “Quantos bitcoins já foram
minerados até hoje?”; “Quando não for mais possível minerar BTC’s, o que
acontece?”; “Quer dizer que o Bitcoin é um recurso escasso assim como o
ouro?”. Com calma responderemos a todas essas perguntas.
Satoshi Nakamoto estabeleceu o número limitado de moedas para evitar
exatamente aquilo que teria sido um dos problemas para o seu surgimento:
in ação. Lembre-se que a partir de um determinado momento, os governos
poderiam imprimir o dinheiro que quisessem e assim fazer com que a
moeda perdesse o seu valor. Com o número limitado de moedas isso não
acontece.
O mais incrível é que o próprio sistema “controla” – usamos aspas porque
quem controla é um algoritmo matemático e não alguém ou algo – de duas
formas diferentes. A primeira delas é que, como mencionamos, cada bloco
formado na Blockchain demora aproximadamente 10 minutos para ser
formado. Com o aumento do número de computadores minerando e
validando as transações dentro do sistema e com a modernização da
tecnologia dos computadores, o poder de processamento aumenta
exponencialmente; o que acarreta, logicamente, em um tempo menor para
que o bloco seja formado, já que o tamanho dele sempre será de
aproximadamente 1MB. Em outras palavras, se eu tiver um computador
mais potente, ele processará 1MB muito mais rápido. Com isso, o algoritmo
da Blockchain estabelece que quanto maior for a capacidade de
processamento dos computadores, maior será a di culdade de mineração,
para que o tempo de formação de cada bloco se mantenha constante em 10
minutos. Ou seja, quanto mais BTC’s são minerados, quanto mais
computadores estiverem ligados na rede, quanto mais BTC’s surgirem, mais
difícil será a mineração. Maior será a exigência de poder de processamento,
maior será a quantidade de energia elétrica despendida, mais caro será todo
o processo e então mais lento será o surgimento de novas moedas.
Com as palavras que usamos no capítulo anterior, a “Prova de Trabalho”
para minerar um BTC será cada vez maior, ou seja, será necessário muito
mais capacidade de processamento computacional e, consequentemente,
muito mais energia elétrica para que um bloco seja formado sempre em 10
minutos. No início, era possível minerar BTC’s com um computador
normal, desses que trabalhamos no nosso dia a dia. Atualmente isso é
impossível. Eles não têm processadores capazes de fazer isso. Para se ter uma
ideia, hoje a energia elétrica gasta em mineração de BTC’s supera a
quantidade de energia elétrica necessária para abastecer a Nova Zelândia
(BANSAL, 2018, p. 20).
Outro fator que controla o surgimento dos blocos é o que chamamos de
“Halving”. Como mencionamos, a mineração gera aos computadores
envolvidos na formação de cada bloco uma recompensa em BTC. Esta
recompensa era de 50 BTC’s por bloco em 2009, mas hoje ela já é bem
menor porque o Halving acontece a cada 210.000 blocos formados. Se
considerarmos os 10 minutos para formação de cada bloco, a cada quatro
anos a recompensa da mineração cai pela metade. O Bitcoin se torna cerca
de 50% mais escasso porque na primeira transação entre Hal Finney e
SatoshiNakamoto foi ofertada uma recompensa ao minerador, que deixou
seu computador ligado no bloco Genesis, no valor de 50 Bitcoins.
Atualmente a recompensa gira em torno de 6,75 Bitcoins. Essa diferença se
deve porque a cada 4 anos ou cerca de 610 mil blocos minerados a
recompensa oferecida foi sendo consecutivamente cortada pela metade
(efeito Halving).
Como a mineração gera custos, a partir do momento que a recompensa não
se torna mais atrativa para alguns mineradores, os computadores são
desligados, diminuindo a capacidade de processamento de todo o sistema de
“nós”, aumentando assim a di culdade de mineração dos blocos e
diminuindo o surgimento de novos BTC’s. (MITRA, 2020).
Hoje, mais 80% das moedas já foram mineradas, o que representa mais de
18 milhões de BTC’s 6. Esses 18.900 milhões são os Bitcoins ativos em
circulação no mercado e o restante ainda não foram sequer gerados pelo
processo de mineração (processo em que os computadores dos minerados
cam ligados fazendo a veri cação dos blocos e identi cando a formação de
novos Bitcoins). Pelos cálculos, a data para chegarmos ao número de 21
milhões é o ano de 2140.

6 Fonte: https://coinmarketcap.com
Capítulo 5

COMO FUNCIONA A
MINERAÇÃO

O Bitcoin e o Blockchain não funcionam se não existir mineração. De forma


mais técnica, a mineração dos BTC’s trabalha na SHA256
(SecureHashAlgorithm), que é um tipo de codi cação que gera um
resultado criptografado de 256 bits para a validação das transações dos
blocos. Ela é parte fundamental para que todo o sistema se mantenha
funcionando e moedas possam ser compradas e transacionadas. Por isso, ao
desenvolver toda a sua ideia, SatoshiNakamoto estabeleceu que o
processamento de validação de todo ecossistema seria chamado de
MINERAÇÃO, dando a entender que os “nós” responsáveis pela validação
dos blocos merecem uma recompensa.
Como já mencionamos, no início a mineração poderia ser realizada em
computadores normais. Com o aumento do valor do BTC, grande parte dos
mineradores começou a perceber que poderiam ganhar mais dinheiro se
minerassem mais blocos – já que a recompensa é proporcional ao número
de blocos minerados. Quanto mais eles mineravam, mais blocos eram
validados e, consequentemente, maior era o lucro.
Com isso, começaram a surgir empresas e mineradores desenvolvendo
processadores cada vez mais potentes em busca das recompensas. O que
muitos não se atentaram é que com o aumento de capacidade de
processamento, a mineração diminuiria sua recompensa, já que o tempo de
formação de cada bloco deve ser constante e que existe um número máximo
de BTC’s. Dessa forma, o processo de mineração passou a ser muito caro,
não cobrindo os seus custos, fazendo com que muitas empresas com
centenas de computadores fechassem as portas e apenas as grandes donas de
patentes e grandes fábricas de processadores se mantivessem no mercado.
Não é tão simples minerar o bitcoin, especialmente em um país como o
Brasil. O primeiro fator a ser levado em conta é o valor do computador. Se
considerarmos que grande parte das máquinas à venda estão no exterior,
pagam-se impostos de importação e o fator câmbio é bem signi cativo.
Além disso, o custo da energia elétrica no Brasil é mais caro do que em
outros países e, como falamos, quanto mais capacidade de processamento,
maior é o consumo de energia elétrica. Para dizer que não é simples minerar
em solo brasileiro ainda estamos sendo modestos. A verdade é que aqui
di cilmente a recompensa da mineração cobrirá os seus custos e muitos
mineradores fecharão as portas em poucos meses ao constatarem que seu
investimento retornará em anos, ou nunca acontecerá.
Atualmente, uma das maiores mineradoras é a Bitmain, de Pequim, na
China. Coincidentemente ou não, ela é a maior fabricante de máquinas
mineradoras de todo mundo e especula-se que ela “seja dona” de 40% de
toda a mineração do Bitcoin.
Certo, pausa no assunto para um momento de con ssão. Eu já comprei essas
máquinas e a experiência foi péssima. Ao chegar no Brasil, a mineração com
elas já “não se pagava”, ou seja, demoraria anos para retornar o meu
investimento. Sabe o que aconteceu? Nunca liguei essas máquinas! É ruim
falar isso, mas às vezes é preciso errar para aprender uma grande lição.
Talvez você se pergunte: “Mas será que é tão caro mesmo?” Vamos dar
alguns números. Os computadores custavam por volta de US$ 1.000,00 cada
um. Além disso, como consumiam muita energia, teríamos que fazer uma
reforma elétrica no local, o que nos custaria por volta de R$ 20.000,00. Cada
máquina consumia cerca de 900 kwh mensalmente, gerando um custo
aproximado de R$ 1.000,00 por máquina em um mês. No nal das contas, o
que a máquina minerava não pagava a conta de energia elétrica.
Com toda essa di culdade, surgiram os chamados “Mining Pools”, que na
tradução literal signi ca “Piscinas de Mineração”. Nesse caso, você pode
comprar ou investir em uma espécie de cota para participar da mineração de
alguma grande empresa que disponibiliza essa possibilidade no mercado.
Assim, não é necessário comprar uma máquina, fazer toda a instalação, ligar
na energia elétrica, colocar para funcionar e torcer para dar certo. A grande
questão é que existem alguns problemas quando tratamos disso. O primeiro
deles é que existem inúmeras Mining Pools que são fraudes ou golpes. Ou
seja, você acha que está comprando alguma cota, mas na realidade aquilo
não existe, ou não alcança resultado algum. O segundo é que mesmo nesse
sistema a mineração não é rentável. Você pode até ganhar algum retorno,
mas absolutamente nada signi cativo e, no nal das contas, o seu
investimento demorará anos para retornar ao seu bolso. Existem inúmeros
investimentos mais rentáveis no mercado, com muito menos riscos.
No nal das contas, mineração é coisa pra gente grande que já está no
mercado há um tempo, tem tecnologia proprietária e está em países onde o
custo de energia elétrica é baixíssimo se comparado ao Brasil.
Recomendamosque você invista em Bitcoins de outra forma, é isso que
iremos te mostrar.

Quais são os tipos de mineração?


Como dito anteriormente, o Blockchain é uma rede descentralizada que
opera através de distintos “nós”, os quais são formados por um conjunto de
computadores que atuam na mineração, ou seja, na resolução de um
problema criptografado.
Aquele que primeiro encontrar a resposta certa é recompensado com uma
determinada quantidade de Bitcoins, sendo esse tipo de mineração
classi cado como POW ou “Proof-of-work” que, na tradução livre para o
português, signi ca o mesmo que “prova de trabalho”.
Contudo, esse tipo de mineração requer um alto investimento em energia
elétrica e máquinas de alto poder computacional, visto que o equipamento
deve car ligado 24 horas por dia para operar as transações.
Dessa forma, a mineração POW não é viável para muitas pessoas.
Entretanto, existe outra maneira de realizar esse processo, denominada de
POS ou “Proof-of-Stake” que signi ca o mesmo que “prova de participação”.
Nesse caso, para ingressar é necessário dispor da prova de participação, que
nada mais é do que capital, e investir em um pool de mineração, que
corresponde a um grupo de mineradores que colaboram entre si e dividem a
recompensa de acordo com o valor que cada um investiu.
Sendo assim, o participante que investir o maior valor receberá a maior
parte da recompensa, acrescido da quantia inicial investida. Caso contrário,
é devolvido apenas o valor inicial investido, o que já é uma segurança.

Sistemas de governança
A partir da criação do Blockchain, surgiu a possibilidade de gerenciar
diversas atividades de forma descentralizada, ou seja, sem que a gestão
estivesse concentrada em apenas uma única pessoa ou em um grupo restrito
de pessoas, garantindo, assim, maior transparência aos processos
desempenhados.
Essa gestão descentralizada é possível graças ao conjunto de regras pré-
programadas, nas quais o sistema do Blockchain opera de forma automática.
As atividades que não podem ser desempenhadas pela plataforma
automaticamente são realizadas pelos distintos “nós” que compõem o
sistema.
Como mencionado anteriormente, esses “nós” nada mais são do que o
conjunto de computadores que realizam o processo de mineração em troca
de Bitcoins. Além disso, vale destacar que todas as informações contidas no
Blockchain são transparentes para todos participantes, não sendo possível
que um determinado usuário consiga se favorecer em detrimento dos
demais ou realizar qualquer operação sem que os outros participantes
percebam.
Desse modo, o surgimento do Blockchain abriu portas para que pudéssemos
investir em sistemas de governança completamente descentralizados,
acarretando em maior lisura dos processos, segurança aos dados dos
usuários e e ciência nas operações.
Capítulo 6

STABLECOINS

Stablecoins são criptomoedas que apresentam baixa volatilidade, ou seja, seu


valor apresenta uma baixa oscilação no mercado e, por isso, esse tipo de
moeda é considerado estável (stable). Para que essa estabilidade seja
alcançada, a stablecoin é pareada a outro ativo que já detenha estabilidade
no mercado, como o dólar, por exemplo.
O mercado de ativos quando faz uso das criptomoedas demanda a
possibilidade de trocá-las de modo rápido por outros ativos, também
digitais, com pouca variação em suas cotações. Para tanto as stablecoins se
tornaram a ferramenta ideal, já que ao estarem lastreadas em ativos reais
(como o dólar, euro, petróleo ou ouro) representam o seu valor equivalente.
A m de garantir essa paridade o administrador que emite a stablecoin
também é responsável pela compra do ativo real, possuindo lastro
equivalente ao total de moedas em circulação. A cotação dos tokens
emitidos pode sofrer alguma utuação no mercado, mas os administradores
devem sempre garantir que esteja próxima ao valor do seu ativo real.
Nesse sentido, as stablecoins são excelentes alternativas para quem atua com
investimentos de alta volatilidade, tendo em vista que, ao ser identi cada a
possibilidade de uma queda acentuada no valor dos ativos, é possível
convertê-los para uma stablecoin e, assim, evitar prejuízos nanceiros. Além
disso, as stablecoins podem ser utilizadas para que seja possível realizar
transferências internacionais de forma mais facilitada e com custos
reduzidos.
A stablecoin é, portanto, uma moeda forte, que não necessita tramitar por
contas bancárias; possibilita a auto custódia, se o cliente preferir mantê-la
em sua carteira; é segura, pois utiliza de tecnologia blockchain; e ainda, se
necessário, permite a transferência entre exchanges com agilidade e baixo
custo.

Como elas surgiram?


As stablecoins surgiram a partir da necessidade dos usuários e investidores
de criptomoedas preservarem seus ativos em moedas duciárias – que nada
mais são do que as moedas emitidas pelos bancos centrais de governos,
como o dólar, o euro e o real, por exemplo – sem a intermediação de
exchanges (corretoras de criptomoedas).Com a difusão das stablecoins no
mercado nanceiro, moedas digitais passaram a ser emitidas pelos Bancos
Centrais de muitos governos – são as chamadas CBDCs (Central Bank
Digital Currencies).
Por exemplo, antigamente, se o investidor percebesse a possibilidade de
ocorrer a desvalorização dos ativos, ele precisava entrar em contato com
uma instituição nanceira e depositar o valor do ativo, o que resultava em
um processo demorado e oneroso, pois a taxa de transferência do ativo e do
serviço cobrado pela corretora são altos se comparados a conversão dos
ativos em stablecoins por meio de uma plataforma digital.
Assim sendo, a partir da criação das stablecoins, esse processo se tornou
mais facilitado, ágil e acessível, de modo que o usuário ou investidor
transfere apenas uma vez a quantia dos ativos e recebe da instituição
nanceira um token como garantia da existência do valor, que nada mais é
do que a digitalização dos ativos reais.
A seguir, veja as principais stablecoins disponíveis no mercado.

1. USDT
A USDT, também conhecida como Tether, foi criada em 2014 por Brock
Pierce, Reeve Collins e Craig Sellars e vendida em 2015 para a empresa
IFinex. A USDT foi a primeira stablecoin a surgir no mercado e é a mais
utilizada até hoje. A Tether é pareada com o dólar. Desse modo, cada
unidade de USDT equivale a um dólar.

2.USDC
Assim como a Tether, a USDC ou USD Coin é uma stablecoin pareada com
o dólar e é a segunda mais utilizada no mercado, tendo seu lançamento
ocorrido em 2018. Essa moeda virtual foi desenvolvida a partir de um
consórcio entre duas companhias norte-americanas de Blockchain, a Circle
e a Coinbase, culminando no projeto CENTRE.

3. PAX
Diferentemente dos dois primeiros casos, a PAX é uma stablecoin pareada
ao ouro. Dessa forma, cada onça de ouro (31,1 gramas) corresponde a um
PAX. Essa criptomoeda foi desenvolvida pela Paxos, empresa norte-
americana que atua no ramo de criptomoedas desde 2012.

4. DAI
Se a criação das stablecoins já facilitou e muito as operações com
criptomoedas, a DAI surgiu para viabilizar ainda mais esse processo, visto
que não é necessário contar com uma instituição nanceira nem sequer para
a emissão do token.Nesse sentido, a obtenção da DAI ocorre por meio de
um contrato inteligente (smartcontractautomatizado). Além desse
diferencial em comparação às demais stablecoins,a DAI não necessita de um
lastro para manter sua cotação estável em um dólar, pois isso é garantido
através de um sistema de engenharia nanceira em que algoritmos
negociam a quantidade de ativos em circulação, emitindo ou vendendo
tokens para a estabilização do preço.

Quais os benefícios de possuir Stablecoins?


Asstablecoins possibilitam uma série de vantagens para os investidores, pois
garantem a segurança dos ativos em períodos de queda no mercado
nanceiro de forma mais ágil, facilitada e acessível do que as exchanges.
Além disso, usuários que desejam realizar transferências internacionais
podem realizar essa operação sem intermediação e burocracia de
instituições nanceiras, garantindo também maior agilidade, facilidade e
redução de custos no processo.
E ainda, se você possui investimentos em ouro, é muito mais fácil atuar por
meio de tokens do que realizar a transferência das barras de metal.
Por m, vale destacar que a DAI, em especial, é uma stablecoin que garante
maior segurança dos ativos contra con scos do governo, o que já ocorreu no
Brasil durante o governo de Fernando Collor (1990-92), ou ações judiciais.
De modo resumido, temos como principais vantagens:

Lastros rmados em ativos reais;


Taxas baixas nas transações nanceiras;
Agilidade e segurança criptografada nas transferências;
Sem limites de valores, agentes envolvidos, local e horário;
Transparência nas negociações viabilizadas pela tecnologia blockchain;
Menor volatilidade e instabilidade frente às moedas duciárias
tradicionais;
Atrativas para novos investidores no mercado das bitcoins e altcoins.

Stablecoins substituem a moeda USD?


A stablecoin pode substituir o dólar (USD) em determinados casos. O
processo de mineração é ágil se comparado a uma transação internacional
convencional, além de apresentar taxas mais baixas. Nesse sentido, uma
stablecoin pareada ao dólar pode substituí-lo quando enviar uma quantia
em dólar para outra pessoa situada em outro país. No entanto, esse mesmo
processo de mineração ainda é lento se comparado às modalidades de
pagamento realizadas no nosso dia a dia, como dinheiro à vista e cartão de
débito ou crédito, para realizar pagamentos nos supermercados, farmácias,
lojas, dentre outros estabelecimentos.
Pode ser que futuramente esse cenário mude conforme as criptomoedas
forem se popularizando e o processo de mineração tornar-se mais ágil.
Contudo, por enquanto, as stablecoins são excelentes alternativas para
proporcionar maior segurança aos seus investimentos diante de uma queda
no mercado ou realizar transações internacionais em dólar de forma mais
facilitada e com baixos custos.
Como adquirir sua stablecoin?
O modo mais utilizado é através das exchanges, ou seja, trocando moedas
reais (dólar, euro, real) pela stablecoin escolhida. Também é possível vender
criptomoedas em troca da stablecoin ou ainda ser adquirida diretamente
com o emissor (desde que atendidas as exigências dos órgãos reguladores).

Onde armazenar Stablecoins?


As stablecoins, assim como todas as demais criptomoedas, cam
armazenadas em uma wallet, assunto do próximo capítulo. De qualquer
modo, já adiantamos que a wallet nada mais é do que uma carteira digital.
Para que o usuário possa guardar seu dinheiro de forma segura no ambiente
virtual, é fornecida uma chave de acesso privada, a qual ca armazenada no
disco rígido do seu computador.
Capítulo 7

A SUA WALLET

A palavra “Wallet”, traduzindo para o português, signi ca “Carteira”, e ela


tem as mesmas funções que as carteiras convencionais que usamos para
guardar dinheiro, mas nesse caso ela guarda bitcoins e de forma digital.
Neste capítulo abordaremos os tipos de carteiras existentes, suas principais
características e, dessa forma, ajudarna escolhada melhor wallet para você.
As Bitcoin Wallets (carteiras virtuais de Bitcoin), são ferramentas criadas
por empresas para viabilizar o acessoàs chaves criptografadas que provam a
posse das suas moedas. Ou seja, são formas de você acessar os seus bitcoins
mediante o fornecimento das chaves privadas.
Os tipos mais conhecidos de Carteiras de Bitcoin são:

1. Wallet Desktop
São carteiras virtuais instaladas no seu próprio computador, ou seja, as
chaves privadas são armazenadas no disco rígido do seu computador (HD).
Esse tipo de carteira é segura pelo fato do seu computador estar
normalmente em casa ou em lugares onde só você tem acesso. Uma das
desvantagens é o fato de que, caso você perca o computador, você também
perderia o acesso aos bitcoins. Já vimos acontecer no passado. Existe uma
história famosa sobre um rapaz que perdeu 5.000 bitcoins porque
descartouseu computador, quando o bitcoin não valia praticamente nada.
2. Wallet Hardware
É uma carteira que funciona como um pendrive na qual o investidor
armazena suas chaves. Uma das vantagens desse tipo de carteira é que você
precisa ter esse dispositivo para acessar os fundos. Como esses dispositivos
normalmente são protegidos por senhas, você tem um aumento da
segurança. Mas a desvantagem é a falta de praticidade para acessar e
con gurar.

3. Wallet Mobile
Provavelmente este é o tipo de carteira preferida dos usuários que estão
começando ou que gostam de praticidade. Para quem quer ter a
possibilidade de enviar seus bitcoins a qualquer momento e em qualquer
lugar, essa wallet é perfeita.
Tratam-se de aplicativos instalados no celular nos quais você cria uma
carteira deixando as chaves privadas armazenadas dentro do aparelho. O
ideal é que as chaves também sejam anotadas fora do celular em caso de
perda ou aquisição de um novo aparelho.
Anote as palavras em um lugar seguro ou adquira um “Cryptosteel”
(mecanismo de armazenagem das suas chaves privadas). Você também pode
fazer o backup dessas palavras em seu iCloud, com a criação de uma senha
especí ca nesse arquivo.
Caso você tenha valores mais altos investidos, acima de 0.5 BTC, seria
interessante optar por uma Wallet Hardware, porque querendo ou não,
estamos falando de valores nanceiros importantes.

4. Wallet Papel
Caso você seja aquela pessoa que acredita estar sendo vigiado e que seu
computador e celular não são lugares con áveis para armazenar nada, muito
menos Bitcoins, essa wallet é feita para você. Nesse tipo de carteira, seus
Bitcoins são literalmente armazenadosem uma folha de papel.
É um documento físico, que contém as chaves privadas e públicas. Sua
grande vantagem é o fato de ser 100% o ine, ou seja, ninguém terá acesso.
O grande problema é que se você dani car ou jogar o papel fora, não existirá
meios de recuperar o Bitcoin.

Quais Wallets devo usar?


Com os diversos modelos de wallets, a escolha por algum deles pode ser
difícil. Mas na verdade basta você identi car como pretende usar suas
criptomoedas.
Se você deseja realizar transações internacionais frequentes e se bene ciar
da agilidade e preço que as operações mediadas pelo Blockchain permitem,
o mais interessante pode ser a Wallet Mobile, por ser mais prática de utilizar
no dia a dia.
Agora, se o objetivo é atuar no mercado cripto e deixar seus ativos
paradinhos para obter lucro, o mais indicado é contar com uma Wallet
Hardware, pois ela é mais segura para guardar altas quantias em dinheiro.
Caso você pretenda utilizar frequentemente suas criptomoedas, mas
também deseje deixar uma alta quantia guardada, é possível utilizar ambasas
wallets. Basta destinar a quantidade desejada para cada uma das carteiras.
Assim, é possível aproveitar as vantagens que cada uma oferece e suprir suas
desvantagens.
Escolha feita, vamos ensinar como criar sua primeira carteira digital. Para
isso, tomaremos o exemplo da Wallet Mobile (carteira de bitcoin de celular),
pois é o tipo mais usado e mais simples de entender.
Para começar, basta abrir no seu celular a “Google Play Store” ou “App Store”
(dependendo do seu modelo operacional)e baixar uma carteira do seu
interesse. A que utilizamos e é a mais comum e se chama “Blockchain.com”.
O passo a passo é bem simples de ser seguido:

1. Crie sua conta;


2. Crie um Pin;
3. Acesse o painel superior esquerdo e clique em “Fazer backup dos seus
Bitcoins”;
4. Inicie o Backup. Nesta parte é muito importante que você anote as
palavras que serão geradas e as armazene de forma extremamente
segura. Estas palavras são o seu backup;
5. Pronto, sua carteira está criada e apta para receber bitcoin.

Para recebimento de Bitcoin, você pode ir no canto direito do aplicativo na


parte de baixo e clicar em “Recieve”, que signi ca receber. Quando você
clicar, irá aparecer um endereço cheio de números e letras, esta é sua chave
pública, a responsável por receber o Bitcoin.
No próximo capítulo iremos aprender como comprar o bitcoin e enviar para
esta carteira.
Capítulo 8

COMO COMPRAR
BITCOINS

Após termos aprendido sobre diversos conceitos, acreditamos que chegou a


hora de você começar a se expor a este ativo chamado Bitcoin. De forma
simples e bem objetiva, iremos exempli car com um passo a passo como
efetuar a compra de Bitcoins.
O passo “zero” é identi car uma corretora/exchange de con ança, uma
corretora cuja reputação seja a melhor possível, impecável, de preferência.
No nosso exemplo, iremos utilizar as telas modelo de uma corretora
brasileira sem expor o nome. Independente da corretora, os princípios deste
capítulo são aplicáveis para qualquer corretora que você escolher.
Iremos dividir este passo a passo em 3 partes, sendo elas:

Como abrir uma conta em uma corretora de Bitcoin;


Como depositar o dinheiro dentro da corretora e comprar o Bitcoin;
Como sacar o Bitcoin para sua wallet externa.

1. Como abrir uma conta em uma corretora


de Bitcoin?
Para a criação de uma conta, a m de que seja possível comercializar os
criptoativos, será necessário fazer um cadastro. Neste cadastro são pedidas
algumas informações pessoais.Não se preocupe, se a corretora escolhida tem
boa reputação é totalmente seguro compartilhar essas informações. Elas são
necessárias para que o setor de Compliance da corretora avalie seus
documentos e aprove sua conta. Tratam-se de procedimentos padrões para a
sua segurança, mas também da corretora. Com esse procedimento, eles irão
conferir se você existe de verdade ou se não é uma tentativa de fraude ou
golpe.
A tela de cadastro é muito similar entre todas as corretoras, possivelmente
elas se pareçam com esta:

Uma vez feito o cadastro e con rmadas as informações, a sua conta


provavelmente será liberada para o login. Feito o login, será necessário
enviar a foto de alguns documentos, como sua identidade (RG ou CNH) e
comprovante de endereço. Tudo isso ainda faz parte do procedimento de
Compliance.
Se tudo estiver de acordo, sua conta será aprovada. Nesse momento, você
pode avançar ao segundo passo: “carregar”a sua conta com REAIS para a
compra do(s) seu(s) bitcoin(s).

Como depositar o dinheiro dentro da


corretora e comprar Bitcoin?
Com a sua conta na corretora aprovada e com dinheiro na conta bancária
pronto para ser enviado para a corretora, o que deve ser feito agora é acessar
o campo de depósito na sua corretora e selecionar a opção “reais”.
Aparecerá na sua tela a conta bancária da corretora para que o depósito seja
feito. De forma automática, sempre que o depósito for realizado, a corretora
identi cará que o dinheiro veio da sua conta bancária e liberará o saldo
correspondente na sua conta da exchange.
Importante fazer um alerta: Sempre, absolutamente sempre, deposite o
dinheiro da conta bancária em seu nome e CPF, não de outra pessoa. Como
o reconhecimento do depósito é feito de forma automática, caso o depósito
seja feito em nome de outra pessoa, as informações irão con itar e você terá
muito trabalho para reverter a situação.
A tela de depósito será parecida com esta:

Dinheiro na conta da corretora, saldo liberado para comprar Bitcoins. O que


fazer agora?
Primeiro você terá que ver o livro de ofertas, para saber o valor que estão
cobrando pelos Bitcoins e se existem ordens de venda. A gura a seguir é
um exemplo de livro de ofertas, no qual podemos ver o preço que estão
cobrando por Bitcoin e o volume que estão comprando ou vendendo. As
ordens em vermelho são ordens de venda, e as azuis são ordens de compra.
Analisando as ordens, podemos ver que posso comprar uma fração de
Bitcoin ou um Bitcoin todo.

Para colocar a ordem de compra e para que ela seja executada de forma
rápida, utilize a “compra a mercado”, este é um tipo de ordem que não leva
em consideração o preço da ordem executada. Ele comprará a quantidade
que você quiser no preço em que o mercado está vendendo. Sempre usamos
esse modelo de ordem para compras pequenas. Para compras maiores
recomendamos o tipo de “ordem limite”, que se resume em uma ordem na
qual eu estipulo o valor que quero vender ou comprar o bitcoin. Assim, a
ordem só será executada quando chegar ao meu preço.Este é um tipo de
formulário de envio de ordem de compra e venda:
Uma vez con rmada a ordem, você terá o seu saldo em reais debitado e
aparecerá o valor em Bitcoin na sua conta.
Mesmo que a exchange tenha uma excelente reputação, nunca deixe seus
bitcoins dentro dela. De forma rápida, se você deixar, a corretora estará com
a posse de suas chaves privadas e lembre-se que quem possui as chaves
privadas, possui a carteira. Ou seja, nesse caso a corretora será dona da sua
carteira.

Como sacar o Bitcoin para sua wallet


externa?
Primeiramente, precisamos acessar o campo de saques, ir até as
criptomoedas e selecionar o Bitcoin.
Quando for sacar a criptomoeda, o sistema irá pedir um endereço de
carteira para envio. Esse endereço é o endereço da “wallet” que você tem.
No capítulo anterior vimos quais tipos de wallets existem e, provavelmente,
você escolheu uma e fez o “setup” dela. Então poderá acessar essa “wallet”
que você criou e com o endereço de recebimento usá-lo na corretora para o
envio das moedas.
O campo de envio da corretora deve se parecer com este:
Uma vez solicitado o saque, você só precisa aguardar o envio das moedas
feito pela corretora. Vale lembrar também que muitas corretoras pedem para
que seja feita uma autenticação via e-mail, apenas para con rmar se você
realmente pediu o saque da corretora.
Não é tão difícil quanto parece. Na verdade, é quase intuitivo. Se você tem
alguma familiaridade com o seu celular, será bastante simples.
Capítulo 9

BITCOINS SÃO
INVESTIMENTO?

Cremos que esse é o capítulo mais importante deste livro. É decisivo,


importante e “game changer”.
Trata-se do “pulo do gato”. E uma vez assimilado o conteúdo, o seu modo de
pensar investimentos vai mudar, especialmente quando falamos de moedas
digitais. Para car mais fácil, iremos dividir o assunto em alguns tópicos ao
tempo em que iremos introduzindo alguns conceitos importantíssimos.
Antes de qualquer coisa, não existiria momento mais propício para escrever
esse livro. Ainda estamos vivendo sob a ameaça letal do novo Covid-19, um
vírus altamente contagioso e mortal.Ainda em 12 de março de 2020, a bolsa
de ações brasileira despencou mais de 20% e teve o seu segundo
“circuitbreaker” no intervalo de uma semana. CircuitBreaker é uma
suspensão das negociações quando a queda é maior do que 10%. Com
palavras simples – a bolsa parou duas vezes de trabalhar porque caiu mais de
10% em dois dias. A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que o
Coronavírus era uma pandemia e muitos campeonatos esportivos como a
NBA (liga de basquete americana) e campeonato espanhol de futebol foram
suspensos por tempo indeterminado. Outros eventos esportivos
continuaram ocorrendo, mas sem presença do público. E a Itália, país que
passou por um dos maiores surtos do vírus na Europa, esteve com as
fronteiras fechadas. Também os EUA fecharam as suas fronteiras para todos
os voos vindos da Europa naquele momento. E ainda não havia vacina para
combater o vírus.
Além disso, em 2020 a Arábia Saudita, uma das maiores produtoras de
petróleo do mundo, declarou o aumento da sua produção. Esse aumento
gerou um pico na oferta de petróleo no mercado e, já que a demanda se
mantém a mesma, o preço do barril do petróleo diminuiu. Diminuindo o
preço, as empresas que possuem um custo de extração maior em outros
países diminuem signi cativamente suas margens de lucro. Como estas
empresas, algumas estatais, outras de capital aberto em bolsas de valores,
têm milhares de acionistas, o seu valor na bolsa de valores diminuiu,
gerando ainda mais caos para o que já estava caótico.
“Mas Felippe, por que estamos falando disso tudo?” Porque nesse capítulo
falamos sobre investimentos. Nesse cenário apocalíptico descrito, muitos
investidores despreparados e inconsequentes perderam muito, ou todo o seu
dinheiro. Quem não sabe investir, perde dinheiro. Isso é fato! E torna a
pergunta do título deste capítulo ainda mais importante.
A resposta é um sonoro “SIM!” Bitcoin e outros criptoativos podem ser
considerados investimentos incrivelmente rentáveis, proporcionalmente
voláteis, mas seguros se tudo for feito da maneira correta. Mas lembre-se
que nossa intenção não é dar dicas para você car milionário em pouco
tempo. Nosso objetivo é criar uma consciência de que é possível ganhar
bastante dinheiro com criptoativos, mas que isso precisa ser feito de maneira
segura – muito segura. Finalmentepodemos avançar e explicar tudo que
você precisa saber para investir de maneira correta e participar dessa
revolução do dinheiro.

O Cisne Negro
Parece até loucura mencionar cisnes para falar de investimentos, mas
sinceramente, é um conceito que você precisa assimilar e que pouquíssimas
pessoas entendem.
O inventor desse termo aplicado ao mercado nanceiro foiNassim Nicholas
Taleb. Ele é escritor, lósofo e estatístico, além de ser um megainvestidor nos
EUA e participar de um fundo que performa muito bem ao longo dos anos.
O cenário que descrevemos no início do capítulo representa bem o que ele
chama de “Cisne Negro”, um evento raro, improvável e muitas vezes
catastró co, que pega de surpresa os mais desavisados e inconsequentes,
muito bem abordado em seu livro “A lógica do Cisne Negro”. Taleb usa esse
conceito para provar que é impossível prever o futuro, embora muitos no
mercado nanceiro – ou até fora dele – tentem fazê-lo. Ninguém podia
prever o 11 de setembro e suas consequências, assim como ninguém poderia
prever as consequências do novo Coronavírus. O conceito tem origem no
fato de que no século XV os ingleses acreditavam existir apenas cisnes
brancos, mas tudo mudou depois que um cisne negro foi avistado na
Austrália.
Um exemplo muito bem-humorado usado por Taleb para descrever um
“evento cisne negro” é o ciclo de vida de um peru de natal. Ao longo de todo
o ano, o peru é alimentado e cuidado para ter a maior quantidade de carne
possível. Se analisarmos o peso do animal ao longo do ano, perceberemos
que ele formará um grá co crescente, extremamente otimista. Pois é no nal
do ano que o“cisne negro” acontece. Aquilo que era um otimismo enorme,
justamente no momento que o animal estava mais confortável e com o
cenário mais otimista de sua evolução anual, ele morre! Tudo aquilo que o
peru tinha conquistado foi perdido em questão de minutos. Um evento
único determina o seu m.
Se os nossos investimentos não forem feitos de maneira correta, corremos o
mesmo risco. Um único evento pode nos levar à lona como um lutador, que
com um soco sofre o nocaute.

O Antifrágil
Já falamos de cisnes, agora vamos falar de uma palavra que nem existe no
dicionário. Também criado por NassimTaleb, o conceito de “Antifrágil”
envolve o entendimento de que se necessita fugir de qualquer tipo de
vulnerabilidade.
Pense da seguinte forma, existem objetos extremamente frágeis, não é? Um
exemplo são taças de cristal. São tão frágeis que para lavá-las precisamos ter
cuidado dobrado para não quebrar. Para o seu transporte precisamos
protegê-las com o máximo cuidado.
Quando pensamos na antítese, no contrário de “frágil”, logo pensamos em
um objeto que não quebra, concorda? Uma pedra, por exemplo. Não
importa o que você faça com uma pedra, di cilmente ela quebrará ou
sofrerá algum dano. A grande questão levantada por Taleb é que aquilo que
pensamos ser o contrário de “frágil” não está correto. A pedra, segundo o
nosso exemplo, pode ser considerada robusta, pode sofrer pancadas fortes,
mas não se abala e não perde nada.
O grande problema levantado pelo autor em seu livro “Antifrágil” é que o
robusto, embora seja melhor que frágil, permanece sempre da mesma
forma, não muda, não cresce. E isso não é exatamente o contrário de “frágil”
já que, neste caso, quando algum evento drástico acontece, o objeto se
quebra.
Pensando nisso, Taleb estabelece que o contrário exato para aquilo que
chamamos de fragilidade é a antifragilidade. Ao invés de quebrar como o
frágil, e em vez de se manter como está (robusto), ao ser exposto a um
evento prejudicial, o Antifrágil ca mais forte e cresce. Se usarmos o
exemplo da taça de cristal, é como se a cada vez que submetêssemos uma
taça a uma força que a quebraria, ela casse ainda mais forte.
Trazendo à tona o tema investimentos, NassimTaleb ensina que quando um
Antifrágil, aquela pessoa que investe levando em conta esse conceito, está
diante de um Cisne Negro negativo, como o que descrevemos no início do
capítulo, ele ganha ao invés de se manter estável ou mesmo quebrar.
Um Antifrágil prepara seus investimentos de forma que possa ganhar em
todos os cenários possíveis, especialmente nos negativos. Aliás, se existe um
momento no qual o Antifrágil realmente ganha, esse momento é durante
um evento Cisne Negro negativo. Por isso, Taleb usa uma gura muito
interessante para descrever o conceito: a Hidra de Lerna. Segundo a
mitologia grega, a Hidra era um animal com corpo de dragão e várias
cabeças de cobra que ao ser atacada e ter uma de suas cabeças arrancadas,
duas nasciam em seu lugar. Ou seja, a cada golpe que levava, a Hidra cava
mais forte.
Em resumo até aqui, queremos que você perceba que existem eventos que
estão fora do nosso controle e que podem dizimar nossos investimentos.
Isso não é exagero. Basta lembrar de 2008, na última grande crise quem
estava investindo em bolsa perdeu pelo menos 40% do seu investimento. No
caso de alguns, o evento os tirou do jogo.
Para lidar com essas adversidades e, inclusive, lucrar com elas, é preciso
estar Antifrágil, preparado para esses eventos, sem depender da sorte ou do
acaso.

Efeito Lindy
Existem alguns fatores que precisam ser considerados para “entrar
Antifrágil” no mercado. Um deles é o “efeito Lindy”, um conceito muito
simples e que pode mudar a sua forma de entender o mercado.
Esse conceito foi criado por Albert Goldman na década de 1960 e dizia que
a expectativa do futuro da carreira de um comediante na televisão
americana era proporcional à metade de sua exposição no passado. Ele
queria dizer que quanto mais tempo o comediante já estivesse trabalhando
na televisão, mais tempo ele se manteria por lá. Se estivesse há 10 anos, a
lógica era que caria mais cinco anos, pelo menos.
Apesar de Goldman ter inventado o conceito, foi Benoit Mandelbrot que o
provou matematicamente, e ainda deu um “upgrade” na ideia. Mandelbrot
concluiu que o futuro não dependia da metade da exposição ao passado,
mas sim do tempo total de exposição. Ou seja, se algo já dura 10 anos, existe
uma probabilidade altíssima de durar mais 10 anos.
Apesar de não poder ser aplicado em tudo na vida, o conceito faz muito
sentido na maioria das vezes, especialmente quando tratamos de
investimento. Por exemplo, será que usaremos garfos para comer daqui a 50
anos? Seguindo a ideia do efeito Lindy, dizemos que sim. Garfos já servem
como ferramentas para ingerir alimentos desde, pelo menos, o século XI.
Ou seja, a probabilidade é altíssima que o seu uso dure algo proporcional ao
tempo que já usamos.
Entenda isso na área de investimentos e você evitará muita dor de cabeça no
futuro. Invista naquilo que já se provou no tempo, não em invenções
mirabolantes que ainda não perduraram por um bom período de tempo.
Mas surge a pergunta: “O Bitcoin é muito novo, ele tem efeito Lindy?”.
Chegaremos lá!
Estratégia Barbell
Além de levar em conta o Efeito Lindy, ainda é necessário entender como
distribuir os seus investimentos da maneira correta e Antifrágil. A
“estratégia Barbell” – que signi ca barra de supino, em inglês – é fácil de
entender e representa muito bem a Antifragilidade.
Em resumo, assim como uma barra de supino tem peso nos seus dois lados
extremos, os nossos investimentos devem estar alocados também em dois
extremos: Alto Risco (investimentos altamente agressivos) e Baixo Risco
(investimentos extremamente seguros). Fuja de investimentos de médio
risco!
Como assim? Veja a imagem a seguir e você entenderá.
É simples, 65% a 80% do seu capital devem estar alocados no seu lado de
Baixo Risco. Destes destacamos os títulos de Renda Fixa, suas reservas de
valor (ouro e caixa) e moedas estrangeiras fortes que te protegerão da
desvalorização do Real.
No seu lado de Alto Risco, o restante do seu capital de investimento é
alocado em alguns ativos – não precisa ser em todos – como as ações, os
criptoativos, opções (derivativos) e Private Equity (participações em
empresas).Essa estratégia é segura e ajudará você a se proteger em casos de
Cisnes Negros.
Percebeu que os criptoativosdevem fazer parte dos seus investimentos e
onde eles se encaixam? Entende por que uma boa parte das pessoas que
investe em criptoativos se decepciona? Porque elas fazem errado. Colocam o
dinheiro que não é para investir e, em uma desvalorização abrupta causada
pela alta volatilidade do ativo, elas se decepcionam por perder dinheiro. A
partir disso, passam a falar que Bitcoin é uma armadilha. Garantimos, não é!
Pelo contrário, o BTC tem se mostrado um ativo muito rentável e seguro!

Bitcoin junto com o ouro como reserva de


valor
Perceba que na parte de Baixo Risco da nossa estratégia Barbell citamos
ativos para nossa proteção contra Cisnes Negros negativos. Por exemplo, o
dólar é a moeda mais forte de todo o mundo. Em uma crise, como a que
estamos vivendo neste exato momento, moedas mais fracas como o Real se
desvalorizam muito, econsequentemente o dólar ca muito mais caro. Se
estiver bem posicionado, posso proteger pelo menos parte da desvalorização
gerada nos meus investimentos de Alto Risco (ações principalmente), que
invariavelmente irão sofrer.
Por ser uma commodity, o ouro também é uma proteção contra o caos – o
que em caso de uma guerra, ou um cenário apocalíptico, é extremamente
valioso. Não que você precise guardar ouro em casa, mas existem alguns
índices atrelados ao preço do minério e você pode investir neles.
Alguns defendem, e de certa forma concordamos, que o Bitcoin tem Efeito
Lindy para poder ser comparado a uma reserva de valor, como o ouro. No
mesmo cenário que imaginamos no caso do ouro, o Bitcoin seria uma
solução para um caos generalizado nas moedas de todo o mundo.
Por exemplo, há pouco tempo a Argentina teve suas eleições e um novo
presidente assumiu o comando. Como o novo presidente não era o que o
mercado internacional desejava, a já altíssima in ação existente e com a fuga
do dólar dos investidores do país, o Peso (moeda argentina) desvalorizou-se
abruptamente, causando um aumento signi cativo no dólar. Isso ao ponto
de o governo proibir a compra de dólares, já que as pessoas queriam
proteger o seu patrimônio em alguma moeda que fosse forte.
Nesse cenário, apareceu o Bitcoin como alternativa à essa proibição. Muitos
argentinos começaram a investir em BTC’s para proteger o seu dinheiro, o
que levou ao aumento de pelo menos 20% no valor do criptoativo. Dessa
forma, o Bitcoin foi usado como reserva de valor para proteger os argentinos
da desvalorização da moeda corrente no país.

Estratégia Barbell para os Criptoativos


Retorne à gura da Estratégia Barbell e foque na parte de Alto Risco. Agora
atente apenas na parte de Criptoativos. É possível imaginar uma estratégia
Barbell apenas para as Criptomoedas, o que é muito inteligente.
Considere que os 65% a 80% do seu capital alocado em criptomoedas serão
destinados para o extremo de Baixo Risco do Barbell que será investido
apenas em Bitcoin. No universo dos criptoativos, O BTC é o que possui
menor risco e maior efeito Lindy, porque já tem se provado no tempo.
Os outros 20% a 35% do capital investido em criptoativos você pode alocar
na parte de Alto Risco da estratégia Barbell. Nesse caso, o investimento será
em moedas que chamamos de ALTCOINS, um nome dado às
AlternativeCoins, ou moedas alternativas.Sobre as Altcoins iremos abordar
com mais detalhes no próximo capítulo.

Qual a importância de comprar Bitcoin?


Risco Cambial.
O primeiro motivo pelo qual você deve ter o Bitcoin como uma opção de
investimento é o Risco Cambial que existe no Brasil. Quando você converte
seu investimento para a moeda americana seu patrimônio aparentemente
diminui. Isso porque a nossa taxa de câmbio utua muito, e nos últimos
tempos temos acompanhado a perda muito rápida de valor da nossa moeda.
Mas entenda que, quando o dólar sobe na cotação não signi ca que ele está
adquirindo valor, mas sim que está se tornando uma moeda mais forte
percentualmente em relação ao real. É a nossa moeda que está perdendo
força em relação à moeda americana e aumentando o chamado “risco
Brasil” dentro dos parâmetros mundiais.
Dolarização do patrimônio.
Por se tratar o dólar de uma moeda global e parâmetro utilizado no
mercado nanceiro internacional, capitalizar seu patrimônio em dólares faz
mais sentido do que em reais (moeda que está perdendo valor rapidamente
no cenário mundial e seu poder de compra diminuído internamente).
Atualmente precisamos de quase 3x mais em reais para comprar a mesma
quantidade de dólar adquirida há alguns anos atrás. E, muito provavelmente,
sua renda mensal não subiu nessa mesma proporção de 3x do que você
ganhava no passado.
Entenda que, caso a moeda americana baixe na cotação, isso não signi ca
perda de patrimônio dolarizado. Isso sim permite que você possa comprar
mais dólares por um preço melhor! Considerando os padrões mundiais, a
dolarização defende seu patrimônio de uma depreciação inerente à moeda
nacional.

Investir em BTC é investir em USD.


Lembre-se que o Bitcoin não tem fronteiras. Por se tratar de um sistema de
pagamento global, é possível transacionar valores em qualquer lugar do
mundo sem o envolvimento de instituições bancárias.
Ao comprar Bitcoins em reais, você deve saber o valor da taxa cambial para
a sua equivalência em dólares. No momento da venda você veri ca o valor
do Bitcoin em dólares e percebe o lucro adquirido.
A importância de estar preparado.
Como visto anteriormente na Argentina e outros países, como o Líbano e a
Venezuela, experimentaram fortes crises políticas e, consequentemente,
econômicas. Con sco de dinheiro da população, pessoas em situação de
miséria, bloqueio de saldos bancários, restrição de envio de capital para o
exterior. Diante desse cenário caótico, muitos buscam a alternativa de
investimento em dólar a m de enviar para fora dos seus países.
Mas a verdade é que se você não estava preparado para os tempos difíceis,
quando eles chegam não dá mais tempo para enfrentá-los com
tranquilidade. Então para se proteger de um possível con sco ou uma nova
lei que proíba o envio de recursos para o exterior, seu dinheiro já deve estar
em uma corretora internacional.
Diversificação do patrimônio.
Ter o Bitcoin como alternativa de investimento, com ganhos consistentes,
poder de compra em alta e ativo escasso, fazem dessa estratégia nanceira
uma das mais interessantes no mercado atual.
Investir em Bitcoin hoje é mais do que uma possibilidade de ganhos
nanceiros. Trata-se de uma estratégia de proteção do seu patrimônio em
momentos de crises econômicas.

Poder de Compra.
O poder de compra do Bitcoin está em alta nos últimos anos. Por se tratar
de um ativo escasso e ter suas propriedades bem estabelecidas estima-se que
seu valor unitário possa chegar a USD 1 milhão em um futuro não muito
distante.
Quando comparado a qualquer moeda duciária (real, dólar, libra, euro,
etc.), todas elas experimentam em algum momento seu poder de compra.
Em contrapartida, o Bitcoin só tem valorizado com o passar dos anos e isso
não irá mudar em virtude da sua escassez.
Capítulo 10

ALTERNATIVE COINS

Possivelmente você já ouviu o termo “Altcoins” e a explicação que lhe deram


foi provavelmente da seguinte maneira: “São todas as moedas que não são o
Bitcoin”; “São outros tipos de criptomoeda”, “Altcoins são scam’s”.
Primeiramente precisamos entender o conceito e perceberemos juntos que
estas explicações estão certas até certo ponto,e por outro lado, têm respostas
muito rasas, sem fundamento algum.
O termo AlternativeCoins ou Altcoin, traduzindo do inglês, signi ca
“Moeda Alternativa”. Esse termo surgiu três anos depois da criação do
Bitcoin (BTC), em 2011, quando foi lançada a segunda criptomoeda,
conhecida como Litecoin (LTC), uma versão melhorada do Bitcoin.
Dizemos uma versão melhorada pelo fato de ela ter surgido a partir de um
“Fork” (uma rami cação) do Bitcoin, e cujas principais características
seriam a maior velocidade de transação e custos de transferências mais
baixos. Ressaltamos que não foi sempre que o Bitcoin teve os custos de
transações baixos, até meados de 2018 o seu custo de transação era fator de
discussão em rodas de conversas no universo Cripto.
Podemos então agora concordar com aquela primeira a rmação que foi
feita, Altcoins são, de fato, todas as moedas que não são o Bitcoin. São
protocolos que surgiram de algum FORK do Bitcoin (BTC) ou até mesmo
de criações de protocolos diferentes, como é o caso do Ethereum (ETH). O
Ethereum foi uma das criações que mais trouxe visibilidade para as
criptomoedas, com sua própria Blockchain. Ao rodar em algoritmos
diferentes do BTC, o Ethereum apresenta propriedades que estendem o uso
de sua Blockchain para diversas aplicações na área da economia. A essas
propriedades nós podemos chamar de “Contratos Inteligentes”, mais
comumente conhecidos como “SmartContracts” (na tradução em inglês).
No mundo já são mais de 5.200 criptomoedas existentes e listadas em
algumas corretoras. As mais conhecidas delas são as que possuem mais
aceitação do público em geral e maior aplicabilidade em diversos projetos.
Em meados de 2017 vimos um boom na criação de Altcoins, e não era raro
ver o surgimento de mais de 50 projetos de moedas e aplicações novas por
dia. O problema era que muitos se aproveitaram desse movimento e
lançaram projetos fraudulentos, nos quais apenas o fundador da moeda
ganhava dinheiro. A isso chamamos de “scam”, termo em inglês que signi ca
“golpe”, literalmente. Vamos deixar isso de lado, hoje alguns projetos sérios e
com reais aplicações vêm surgindo.

Altcoins
Altcoins são Tokens? Tokens são Altcoins?
Como mencionado anteriormente, as altcoins são todos os ativos digitais
que surgiram após o Bitcoin. Essas moedas alternativas podem ser criadas
tanto a partir de um Blockchain próprio, como é o caso do Ether, quanto por
meio de um Blockchain preexistente.
Quando o ativo digital é desenvolvido através de um Blockchain próprio,
cria-se uma altcoin caracterizada de fato como uma criptomoeda, pois o que
de ne uma criptomoeda é a presença de um Blockchain especí co.
Agora, se a moeda alternativa for desenvolvida a partir de um Blockchain
preexistente, não se cria uma criptomoeda propriamente dita, mas sim um
token. Portanto, por mais que o token seja uma representação digital de um
ativo físico, assim como o Bitcoin e o Ether, ele não é considerado uma
criptomoeda por não dispor de um Blockchain próprio.
Nesse sentido, dependendo do Blockchain de origem da altcoin, ela pode ser
considerada um token ou não.
Como eu posso identificar um bom projeto e
investir em uma altcoin com segurança?
Para sua proteção, procure as moedas que são mais bem classi cadas no
www.coinmarketcap.com. Ao fazer isso, vai minimizar suas chances de
investir em projetos que irão captaro seu dinheiro e sumir do mapa.
Informamos aqui uma Tabela das Moedas mais bem classi cadas: 7
Por que investir em Altcoins?
Investir em altcoins possibilita inúmeras vantagens, contudo é necessário
saber identi car quais são os melhores projetos. Atualmente, existem mais
de 8 mil altcoins no mercado de criptomoedas, as quais são provenientes
tanto de projetos consolidados quanto questionáveis.
Quando você investe em uma determinada altcoin, está na realidade
investindo em um projeto, que se for bom e reconhecido, irá lhe render um
excelente retorno nanceiro, possibilitando que você possa realizar novos
investimentos ou no mercado nanceiro ou adquirir um bem.
Como dito previamente, as altcoins são moedas alternativas ao Bitcoin.
Portanto, os projetos provenientes das altcoins se bene ciam de uma
tecnologia já criada e que já fez sucesso, buscando apenas aperfeiçoá-la. Por
exemplo, o Ethereum, o qual iremos falar de forma mais detalhada logo a
seguir, expandiu a tecnologia do Blockchain para a criação de aplicativos
descentralizados, o que se provou uma excelente ideia.
Portanto, vale investir sim em altcoins, pois isso pode lhe proporcionar um
bom retorno nanceiro. Entretanto, é necessário investir em altcoins
consolidadas, pois elas já provaram o seu valor no mercado. Além disso, é
interessante sempre diversi car sua carteira de investimentos e destinar 60%
para o Bitcoin que é a criptomoeda mais rentável do mercado atualmente.

Ethereum
O que é Ethereum?
O Ethereum foi desenvolvido por VitalikButerin em 2014 e lançado em 2015
com o intuito de ser uma plataforma de caráter independente que tem a
capacidade de criar contratos inteligentes, aplicativos descentralizados e até
mesmo outros ativos digitais a partir da tecnologia Blockchain.
Sendo assim, o Ethereum abre um leque de novas possibilidades ao difundir
a tecnologia Blockchain para além das operações nanceiras. Por exemplo,
atualmente, ao realizarmos o download de um determinado aplicativo, a
plataforma que hospeda esse app passa a ter acesso aos nossos dados, pois a
administração do so ware é centralizada em uma organização, como o
Google (Google Store) e Apple (App Store), por exemplo.
Agora, se o aplicativo que desejamos baixar está hospedado em uma
plataforma descentralizada como o Ethereum, nós dispomos de uma maior
segurança sobre os nossos dados, algo que vem sendo profundamente
debatido nos dias de hoje, ainda mais com a vigência da Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD. Lei nº 13.709, de 14 agosto de 2018).
O nome atribuído aos aplicativos desenvolvidos e hospedados na plataforma
Ethereum é “DecentralizedApplications”, também conhecidos pela sigla
DApps. Como mencionado, o método de funcionamento desses aplicativos
equivale ao processo de mineração ocorrido na Blockchain do Bitcoin, na
qual pessoas no mundo todo administram de forma descentralizada a rede
com o objetivo de receber Bitcoins como pagamento pelo “serviço prestado”.
No caso do Ethereum, as pessoas recebem como recompensa a
criptomoedaEther.

Ether e Ethereum: qual a diferença?


Muitas pessoas confundem Ether com Ethereum. Portanto, vale destacar
mais uma vez que Ethereum é a plataforma que possibilita a criação de
contratos inteligentes e aplicativos descentralizados, e o Ether é a
criptomoeda oferecida como recompensa para os mineradores que operam a
plataforma de modo descentralizado.
O Ether é considerado a segunda criptomoeda na capitalização de mercado,
cando atrás apenas do Bitcoin e arrecadando ganhos de mais de 600%
entre 2020 a 2021. Desse modo, é o segundo projeto de maior impacto
dentro do segmento de criptomoedas e criptoativos.

Protocolos dentro do Ethereum


1. Token
OEthereum abriu fronteiras ao disponibilizar a tecnologia do Blockchain
para criação de novos ativos digitais. Assim, hoje em dia, caso você deseje
criar um ativo digital, não é necessário investir em serviços de programação
para desenvolver uma nova Blockchain, mas apenas acessar a plataforma do
Ethereum, o que é muito mais rápido e barato.
2. ICO
ICO é a sigla para “InitialCoinO ering”, que signi ca o mesmo que “Oferta
Inicial de Moedas”. Esse protocolo oferecido pelo Ethereum possibilita que
um novo projeto de criptomoeda ou até mesmo uma empresa possa
arrecadar fundos. Sendo assim, o ICO é uma alternativa semelhante ao
“InitialPublicO ering” (IPO), também conhecido como “Oferta Pública
Inicial”.
A partir desse protocolo, é possível elaborar um “whitepaper” apresentando
o projeto e iniciar uma campanha de arrecadação. Essa arrecadação de
capital ocorre da seguinte maneira:o idealizador do projeto troca com os
primeiros patrocinadores uma porcentagem das criptomoedas que irá criar
por capital, que pode ser em moeda corrente ou outras criptomoedas.
Esse processo de arrecadação de fundos, por não ser regulamentado e
mediado por instituições nanceiras, é menos burocrático, mais prático e
garante um maior retorno para os envolvidos, os quais não precisam pagar
nenhuma taxa pela intermediação do banco.
Caso não seja arrecadado dentro do prazo o mínimo de recursos exigido no
whitepaper, cada investidor recebe sua contribuição de volta e o projeto é
considerado sem êxito.
3. Tokenização
O Ethereum disponibiliza o seu próprio Blockchain para a criação de
representações digitais de ativos físicos. Assim, é possível digitalizar
qualquer coisa sem a necessidade de investir recursos nanceiros com uma
ampla equipe de programadores especializados na criação de blockchains, o
que é um processo extremamente oneroso.
4. DeFi
Conhecido também como Open Finance ou Money Legos, DeFi é a sigla
para “DecentralizedFinances” que signi ca “ nanças descentralizadas”.
Nesse sentido, um dos protocolos do Ethereum possibilita realizar
aplicações no âmbito nanceiro.Por exemplo, é possível que você empreste e
pegue dinheiro emprestado por taxas de juros próximas a 1% com garantias
reais do seu dinheiro ou transferir custódia de ativos nanceiros pelo DeFi.
5. NFT
Além de viabilizar a criação de tokens, como novos ativos digitais, a
plataforma Ethereum torna possível também a criação de tokens não
fungíveis, conhecidos como “Non-Fungible Token” ou pela sigla NFT. Esse
tipo de token recebe esse nome por não ser substituível, ou seja, são tokens
únicos, indivisíveis, diferente das criptomoedas. Isso signi ca que, além de
criar novas criptomoedas ao utilizar o Blockchain do Ethereum, é possível
utilizar essa mesma tecnologia para desenvolver produtos digitais, como,
por exemplo, jogos, músicas e lmes.

Importância do Ethereum no ecossistema


das Criptos
O Ethereum abriu novas portas para o ecossistema das criptomoedas, uma
vez que ampliou o acesso das pessoas ao Blockchain e aprimorou de forma
signi cativa e útil essa tecnologia.
Além de fornecer sua própria plataforma para outros usuários
desenvolverem ativos digitais, os protocolos do Ethereum possibilitaram a
criação de produtos digitais únicos (NFT) que estão conquistando diversos
segmentos e trazendo cada vez mais adeptos ao mundo das criptos.
Ademais, o Blockchain do Ethereum tem se mostrado relevante para esse
ecossistema, pois viabiliza diversas operações nanceiras por meio dos
protocolos DeFi e ICO. Finanças descentralizadas fornecem diversos
benefícios aos usuários, o que tem despertado a atenção até mesmo de
instituições nanceiras tradicionais, que estão observando o mundo das
criptos e os avanços do Blockchain, com o intuito de não se tornarem
obsoletas aos consumidores de serviços nanceiros.
Por último, vale destacar que o ICO oportuniza que desenvolvedores de
novos projetos a partir de Blockchain possam arrecadar fundos,
contribuindo assim para o crescimento do próprio ecossistema de
criptomoedas – já que o surgimento de novos e bons projetos visam
exatamente aprimorar cada vez mais a tecnologia do Blockchain e torná-la
mais atrativa e útil ao público.

Web 3.0
Ao disponibilizar a tecnologia do Blockchain para diversos ns, o Ethereum
fomentou o desenvolvimento da Web 3.0, a nova geração de internet. A
grande novidade da Web 3.0 é que, diferentemente da internet 1.0 e 2.0, sua
gestão é totalmente descentralizada. Isso possibilita inúmeras vantagens aos
usuários da internet, como maior privacidade e até mesmo maior velocidade
de rede.
Como o Blockchain opera de forma descentralizada, seus dados poderão ser
vistos, mas ninguém poderá saber que eles são seus. Atualmente, governos e
empresas, como Google, Facebook, Instagram, dentre outras, detêm
inúmeras informações sobre seus usuários, problema que culminou na
elaboração da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a qual regulamenta
o uso e tratamento de informações pessoais tanto no meio virtual quanto
físico.
Por mais que a lei represente um avanço, ela não garante total segurança aos
usuários, uma vez que a lei pode não ser obedecida. Além disso, caso a
empresa que detenha dados de terceiros não invista em um sistema de
segurança da informação e ciente, os dados podem ser hackeados por
pessoas mal intencionadas. Com a tecnologia do Blockchain isso não ocorre,
pois assim como os ativos digitais possuem um código criptografado
altamente seguro, suas informações também terão.
OBlockchain irá proporcionar uma internet com maior velocidade de rede.
Mas como isso seria possível? Traremos um exemplo.Atualmente, se eu
enviar uma imagem pelo WhatsApp para um grupo com diversas pessoas,
cada uma delas terá que realizar o download da imagem para visualizá-la.
Isso consome muito a internet. Agora, imagine que diversas pessoas no
mundo inteiro estão fazendo isso. Certamente é um impacto considerável na
velocidade da rede. Entretanto, com o Blockchain, não será mais necessário
que todas essas pessoas façam o download de um arquivo para acessá-lo,
pois, ao ocupar o Blockchain, ele passa a ser um único arquivo disponível na
plataforma para todas as pessoas que desejarem vê-lo.

Tokenização
O que é a Tokenização?
A expressão tokenização vem da palavra “token” que, como relatado antes,
signi ca a representação digital de um ativo físico. Nesse sentido,
tokenização nada mais é do que o processo de transformar esse ativo físico
em um ativo digital, ou tecnologia de frações digitais, seja ele uma ação,
participação em empresa, fração imobiliária ou direito adquirido sobre algo.
Como a tokenização mudará o mercado financeiro
atual?
A tokenização contribuirá inicialmente de dois modos. Dizemos
inicialmente, porque conforme uma tecnologia é utilizada, ela é
aperfeiçoada. A primeira grande contribuição da tokenização para o
mercado nanceiro é o aumento da liquidez de um ativo, ou seja, mais
pessoas poderão adquirir um novo ativo. Mas como isso é possível?
Imagine que você possua 1kg de ouro e deseja vendê-lo. Para comercializá-
lo terá que encontrar uma pessoa com alto poder aquisitivo, visto que 1kg de
ouro equivale aproximadamente a 300 mil reais e di cilmente seria possível
dividi-lo em diversas partes. O mesmo ocorre com a compra de imóveis e
terrenos de alto custo. Ao tokenizar esses ativos físicos, você tem a
oportunidade de fragmentá-los e, assim, torná-los mais acessíveis para
pequenos investidores, aumentando assim a liquidez do ativo.
O uso dos tokens como instrumento nanceiro é mais e ciente, já que não
conta com a presença de intermediários para garantir que a rentabilidade
chegue até os investidores. Uma vez que determinado ativo passa a ser
tokenizado, ele é diretamente distribuído e comercializado aos possíveis
investidores.
A segunda grande contribuição da tokenização para o mercado nanceiro é
possibilitar que o mercado opere 24 horas por dia sete dias por semana.
Atualmente, o mercado tradicional de capitais funciona das dez da manhã
até às cinco da tarde, o que torna transações internacionais entre países com
distintos fusos horários mais demoradas para serem concluídas.
Assim sendo, a tokenização tem o poder de provocar grandes
transformações no mercado nanceiro, as quais o mudarão para melhor.

Quais as classes de Tokens que existem?


Os tokens são divididos em dois tipos de classes:
1. Utility Token
Este é um tipo de token que apresenta um determinado tipo de utilidade
(utility), ou seja, uma aplicação especí ca. Por exemplo, uma empresa pode
realizar uma ICO a m de arrecadar fundos para um projeto, que vise
oferecer um produto ou serviço, e disponibilizar para os primeiros
compradores um token resgatável, por esse mesmo produto ou serviço,
quando o projeto estiver concluído. Este tipo de token pode oferecer ao
usuário um desconto ou até mesmo acesso livre ao produto ou serviço
proposto.
2. Security Token
Diferentemente do caso anterior, ao comprar este tipo de token, você não
está adquirindo um serviço ou produto viabilizado pelo projeto, mas sim
tornando-se um patrocinador desse projeto ou até mesmo proprietário de
parte de um ativo físico. Assim, se o projeto ou o ativo apresentarem um
bom desempenho no mercado nanceiro, você poderá se bene ciar de sua
lucratividade.

Comprar um security token é o mesmo que comprar


uma ação?
A aquisição de um securitytoken é semelhante a obtenção de ações de uma
empresa, tendo em vista que, ao comprar esse tipo de token, você injeta
dinheiro em uma startup e lucra com o desempenho dela.
Mas não é só isso. A democratização do investimento, o corte de custos, a
agilidade no processo de compra e venda de tokens e a diversi cação do
aporte nanceiro em produtos mais seguros e rentáveis são as principais
inovações que token oferece ao mercado.

Qual a segurança jurídica de um token?


O processo de compra e venda de bens materiais é respaldado por uma série
de documentos que asseguram o cumprimento do contrato, o qual, se
desrespeitado, acarretará em sanções legais ao indivíduo que não o honrou.
Mas e quanto a segurança jurídica de um bem imaterial como um token? O
mecanismo que assegura a titularidade de alguém sobre um token é o
contrato inteligente (smartcontract), que atua de forma automática a partir
de códigos pré-programados e criptografados.
Esses códigos representam um conjunto de regras que determinam as
obrigações, os direitos e as penalidades, atuando de forma similar a um
contrato convencional. Vale destacar que os códigos são imutáveis, de modo
que não há como serem alterados ou fraudados.
O acordo entre as partes é rmado a partir de um simples “clique” que serve
como uma espécie de assinatura ou comprovação de que os envolvidos
concordam com os termos acordados. Logo após, os códigos inscritos no
Blockchain são avaliados pela rede de computadores que realizam a
mineração das operações. Caso haja consenso entre os “nós”, o contrato é
validado e as transferências são realizadas automaticamente.
Quando o contrato estiver em vigência, cada uma das partes, e somente elas,
podem acompanhar a execução realizada automaticamente pelo
smartcontract.
Além de oferecer segurança jurídica, o contrato inteligente isenta custos
com autenticação e impressão e garante que o contrato não seja perdido ou
dani cado, uma vez que ele ca armazenado no Blockchain.
A transparência e imutabilidade dos dados gravados nos Blockchains
permitem que os tokens sejam negociados com segurança tornando-se uma
boa solução para os problemas de liquidez, um dos maiores desa os do
mercado nanceiro.
Tamanha é a segurança jurídica proporcionada pelos smartcontracts que
atualmente eles já são utilizados no varejo, nas seguradoras e no
agronegócio.

Os 4 pilares de tokenização
A tokenização para ser bem sucedida e segura está embasada em 4 pilares,
são eles:

1. Instrumento Jurídico: com o apoio de 3 grandes escritórios é


estabelecida a cessão de direitos do ativo para o token na Blockchain.
Um contrato é então celebrado com o dono do ativo e registrado em
Cartório de Títulos e Documentos.
2. Plataforma Tecnológica e Emissão dos Tokens: todos os parâmetros
necessários para se emitir e fazer o controle e a gestão dos tokens fazem
uso das melhores tecnologias Blockchain disponíveis.
3. Distribuição: a plataforma tecnológica atuará como marketplace do
token, possibilitando a criação de um conta do investidor - que poderá
visualizar os detalhes técnicos do token ofertado, conhecer o dono do
ativo e efetuar a compra do token disponível.
4. Governança: é feita a gestão do token com a distribuição dos lucros na
carteira do investidor.

Estamos diante de um novo mundo de tokenização?


Com advento do Blockchain e seu constante desenvolvimento ao longo do
tempo, foi possível viabilizar diversos processos que têm se provado úteis
para o dia a dia de muitas pessoas, como a tokenização. Por conta disso, o
mercado de criptomoedas e a utilização do Blockchain para criação de
novos projetos ou efetuação de operações se mantêm com crescimento ativo
e constante.
Nesse sentido, esse segmento tem despertado a cada dia que passa o
interesse de mais e mais pessoas, e certamente é uma questão de tempo até
que organizações de distintos setores da economia percebam a vantagem
estratégica que é contar com as soluções possibilitadas pelo Blockchain para
alavancar os negócios e não car para trás perante a concorrência.
Todos esses procedimentos fazem do Token um instrumento de
democratização do ativo, possibilitando o acesso à determinados tipos de
investimento que antes eram negados a pessoas com menor recurso
disponível para atuar o mercado nanceiro.

Como um Token pode ser valorizado?


Oferta, demanda e escassez. Uma alta procura por determinado token
irá torná-lo mais escasso, inclusive no Mercado Secundário, e,
portanto, fará aumentar o seu valor de negociação.
Direitos do Token. Todo token oferece direitos ao investidor, e alguns
permitem a distribuição de dividendos ou cessão de parte de receita
futura. Esse mecanismo garante ao investidor retorno sobre o capital
investido.

A partir da adoção desses recursos tecnológicos e sua disponibilização em


massa para a população consumidora com a proposição de novas soluções,
serviços e produtos será possível tornar o mundo cada vez mais tokenizado.
Decentralizes Finances
Quando começaram as primeiras aplicações DeFi?
As primeiras aplicações DeFi foram realizadas a partir de 2015, quando
surgiu o protocolo “MakerDao”, o qual foi desenvolvido através do
Blockchain do Ethereum. Esse protocolo oferece aos usuários a
possibilidade de emprestar ou obter empréstimos em Dai (token emitido
pela plataforma e pareado ao dólar), por meio de contratos inteligentes no
Blockchain do Ethereum – os quais gerenciam de forma descentralizada e
automatizada as operações de empréstimo, reembolso e liquidação.
Além disso, é possível utilizar o MakerDao para especulação nanceira,
negociar criptomoedas ou proteger seus investimentos, tendo em vista que o
Dai é uma stablecoin. Vale ressaltar que determinadas aplicações DeFi
oportunizam alto retorno nanceiro, pois atuam sob altas taxas de juros.
Como exemplo temos que em janeiro de 2021, cerca de 20,5 bilhões de
dólares foram investidos no DeFi.

DeFi e o sistema econômico tradicional


O DeFi é um protocolo que permite que diversas operações nanceiras
possam ser realizadas sem a intermediação de uma instituição nanceira,
uma vez que o Blockchain tem a capacidade de funcionar de forma
descentralizada e autogerida.
Isso se traduz em menos burocracia, cobrança de taxas e demora na
conclusão do processo, pois a plataforma funciona de forma automática 24
horas por dia 7 dias por semana, otimizando as operações.
Isso é completamente distinto do que ocorre no sistema econômico
tradicional, o qual é intermediado por instituições nanceiras que podem
cobrar altas taxas pelos serviços prestados mesmo sem garantir agilidade na
conclusão dos processos demandados, visto que possuem restrição de
horário para funcionamento e diversos protocolos a serem seguidos para
concluir os trâmites.

Qual o potencial desse mercado?


O protocolo DeFi tem mostrado cada vez mais potencial no mercado. Como
dito anteriormente, apenas em janeiro de 2021, aproximadamente 20,5
bilhões de dólares foram investidos em nanças descentralizadas.
Em 2020, o DeFi também apresentou um bom desempenho no mercado,
tendo em vista que mais de 11 bilhões de dólares foram aplicados na
plataforma em outubro. Naquele mesmo ano, a Bloomberg a rmou que as
aplicações descentralizadas correspondiam a 2/3 do mercado de
criptomoedas. Além disso, foi constatado um crescimento no número de
desenvolvedores no Blockchain do Ethereum por conta do sucesso que o
DeFi apresentou em 2020. Isso resultou na adoção das aplicações
descentralizadas por parte de grandes investidores de risco, tais como
AndreessenHorowitz, Bain Capital Ventures e Michael Novogratz.

Bancos podem operar dentro desse mercado?


Enquanto determinadas instituições nanceiras veem as aplicações
descentralizadas como um risco, outras tentam identi car novas
possibilidades. O Banco ING, sediado na Holanda, tem avaliado os riscos e
oportunidades que as aplicações descentralizadas podem proporcionar às
instituições nanceiras tradicionais.
O grupo ING foi um dos primeiros a se aproximar do mercado de
criptomoedas por meio da elaboração de serviços de custódia e pela
instituição de diretrizes que visam o combate à lavagem de dinheiro
direcionados especi camente para ativos digitais.
Assim como as instituições nanceiras têm se proposto a aperfeiçoar as
aplicações descentralizadas, o DeFi pode abrir novas portas para esse
mercado, uma vez que essas instituições investem muito tempo e recursos
nanceiros para atender a determinadas exigências burocráticas.
De acordo com matéria publicada no site CoinDesk8, o Banco ING
“Although DeFi currently appears to be a domain on its own, we envision
that centralised and decentralised nancial services will converge at some
stage as both have unique capabilities that are bene cial to the other.”.
Ao traduzir de forma livre para a língua portuguesa, foi mencionado o
seguinte: “Embora o DeFi atualmente pareça ser um domínio próprio,
prevemos que os serviços nanceiros centralizados e descentralizados irão
convergir em algum estágio, já que ambos têm recursos exclusivos que são
bené cos para o outro.” (ALISSON, 2021).
Sendo assim, os bancos podem sim operar dentro desse mercado e alguns já
estão até mesmo acompanhando o desempenho das aplicações
descentralizadas, a m de não se tornarem obsoletos perante o público
consumidor.

Como os governos veem o DeFi?


Como um grande desa o, pois como o DeFi se trata de uma aplicação
descentralizada e executada por meio de computadores que atuam de forma
automática por todo o planeta, existem di culdades em responsabilizar
alguém em caso de falha técnica, ataques cibernéticos e até mesmo lavagem
de dinheiro.
Essa di culdade toma maiores proporções, visto que as operações
descentralizadas operam a nível global e cada país se encontra em um
determinado estágio de regulamentação nanceira.
No momento, é difícil prever como as autoridades governamentais irão se
portar diante do crescimento constante e ativo das aplicações
descentralizadas, mas conforme essa tendência se mantém, em um
determinado momento os governos poderão ser pressionados a dialogarem
e entrarem em consenso sobre uma forma de regulamentar esse mercado
sem interferir no âmago do conceito de gerenciamento descentralizado,
justamente a grande inovação por trás do Blockchain.

Quais os principais protocolos Defi?


Gestão de ativos: é possível comprar, vender, transferir e receber juros a
partir dos investimentos realizados;
Análise de dados: o DeFi Pulse e Code Data auxiliam na comparação
do rendimento e liquidez dos ativos nanceiros, dentre outras
variáveis;
Tokenização: criação de representações digitais sobre ativos físicos;
Financiamento: é possível tomar empréstimos ou emprestar dinheiro
para outros usuários por meio de um contrato inteligente que rege toda
a operação com segurança;
Stablecoin: garante proteção aos investimentos em criptomoedas, os
quais apresentam alta volatilidade.

Non-Fungible Token
Qual a importância dos NFTs para o mercado cripto?
O NFT é um protocolo de suma importância para o mercado das
criptomoedas, pois trouxe uma nova oportunidade para os criadores de
produtos digitais: a possibilidade dos usuários avaliarem, venderem,
comprarem e leiloarem NFTs de forma segura, tendo em vista que, ao
tokenizar o produto, sua autenticidade é garantida pelo Blockchain. Desse
modo, ao apresentar uma nova solução às pessoas que produzem e
adquirem produtos digitais, o protocolo NFT contribui para disseminação e
manutenção do mercado cripto.

NFT pode ser utilizado em quais áreas?


Os tokens não fungíveis são certi cados de propriedade vinculados a um
produto digital, aplicáveis, portanto, a:

Jogos digitais;
Músicas;
Filmes;
Séries;
Livros;
Fotogra as;
Ilustrações.

Histórias de NFTs vendidas


O artista digital, designer grá co e animador norte-americano, Mike
Winkelmann, também conhecido como Beeple ou BeepleCrap, transformou
sua obra Everydays: theFirst 5000 Days em um token não fungível e a
vendeu por mais de 69 milhões de dólares, tornando seu trabalho um dos
mais caros já vendidos por um artista vivo. A venda da obra foi realizada
pela casa de leilõesChristie’s.
A cantora canadense, Grimes, também entrou no mercado de NFTs ao
leiloar dez obras de arte digitais convertidas em token não fungíveis. A
venda arrecadou aproximadamente 6 milhões de dólares. Dentre as obras de
maior destaque, está o vídeo com uma nova música da artista, intitulado
“Deatho heOld”, o qual foi vendido por 389 mil dólares.
Em junho de 2021, o meme “Doge”, que apresenta uma cadela da raça
ShibaInu com expressão preocupada, foi vendido em um leilão virtual como
NFT por 4 milhões de dólares – o meme mais caro da história. Esse meme
foi arrebatado por 1.696,9 ethereums.9

Será que estamos diante de uma democratização da


música, arte e cinema?
A resposta para esse questionamento é complexa pois depende de distintos
pontos de vista e está aberta a novas interpretações. Ao partir da perspectiva
de que os agentes intermediadores entre o trabalho dos artistas e o público
consumidor podem representar barreiras para determinados pro ssionais
divulgarem seus trabalhos, os NFTs podem enfraquecer esses agentes.
Por exemplo, segundo o artista, curador e colecionador, Kenny Schachter,
em entrevista a Avenue, os tokens não fungíveis podem enfraquecer as
galerias, tendo em vista que esses espaços são conhecidos por “[...] explicar
as coisas de uma forma muito erudita, se não pomposa, de uma forma muito
pseudo-intelectual, em um ambiente muito excludente que atrai apenas os
ricos - principalmente ricos e brancos.” (Trecho traduzido pelo autor).
Pensando no mercado audiovisual e musical, grandes plataformas de
streaming e produtores são responsáveis por divulgar diversas produções
artísticas, as quais podem ser anunciadas e comercializadas futuramente
pelos próprios artistas a partir do protocolo NFT.
Em contrapartida, partindo da perspectiva de quem consome a produção
artística, a democratização depende do valor atribuído a esses produtos
digitais. Como mencionado acima, apenas um vídeo com uma canção
original da cantora Grimes custou o equivalente a 389 mil dólares, de modo
que pode ser visto como um produto exclusivo para um determinado
público.

7 Fonte: https://coinmarketcap.com/
8 Fonte: https://www.coindesk.com/de -more-disruptive-to-banks-than-bitcoin-says-ing
9 Fonte: https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/06/16/meme-doge-e-vendido-
como-n -por-us-4-milhoes-e-bate-recorde.ghtml
Capítulo 11

BITCOINS SÃO UMA


BOLHA?

Bolhas dizem respeito aos movimentos de preço de determinados ativos do


mercado nanceiro, seja em Bitcoin ou em ativos acionários. É bastante
comum ouvir dizer que o Bitcoin uma bolha, que cedo ou tarde vai explodir
e desaparecer. Não somos fatalistas a esse ponto, mas é muito coerente levar
em conta o fator especulativo. Preste atenção nesta a rmativa: o bitcoin não
é uma bolha, mas se comporta como uma. Assim como a maioria dos ativos
nanceiros listados em uma bolsa de valores tradicional apresentam
períodos de bolha, que invariavelmente estouram em algum momento. Isso
é normal e não causa preocupação, basta apenas se posicionar da maneira
correta.
A primeira bolha especulativa conhecida se formou no século XVII e cou
conhecida como “Bolha da Tulipa”. As tulipas foram levadas para os Países
Baixos, onde tiveram grande demanda e aumento consecutivo dos preços.
Pessoas vendiam suas posses para investir nesse mercado e logo surgiram
contratos de futuros para negociar os bulbos antes mesmo da colheita. Em
1637 aconteceu uma perda de con ança nesses títulos, o que promoveu uma
corrida para o resgate dos investimentos. Os preços caíram subitamente e
grande número de negociantes foram à falência.10
Outro exemplo de bolha no mercado nanceiro aconteceu com a Crise de
1929 (ou Grande Depressão). Em decorrência da grande expansão de
crédito fornecido pelo governo americano por meio de oferta monetária
(emissão de dinheiro e títulos) com custo baixo, desde o início daquela
década. O preço das ações começou a in ar ao ponto de se tornar
insustentável manter as negociações em aberto, de agrando um grande
uxo de venda de ações. Era a quebra da bolsa de valores dos Estados
Unidos, na quinta-feira negra do dia 24 de outubro de 1929.11
Mais um exemplo de bolha no mercado aconteceu com a quebra do Banco
Lehman Brother em 2008, era a crise dos Subprimes - quando dívidas boas
se misturaram às ruins. Outras grandes empresas também foram à falência,
provocando então uma queda vertiginosa das ações. O evento repercutiu na
bolsa de valores em 15 de setembro daquele ano, em um episódio conhecido
como “Segunda-feira negra”.
Ao longo da história do BTC percebemos “momentos bolha”. Em 2013 a
moeda chegou a valer mais de mil dólares, mas “estourou” caindo para cerca
de 200 dólares, patamar que se manteve até 2015. No nal de 2017 o bitcoin
bateu a marca de US$ 10.000, e chegou a ser vendido aqui no Brasil por
quase R$ 70.000,00. Em questão de um mês o valor já era metade disso.12

Embora esses momentos existam, chamar Bitcoin de bolha é exagero. Ele


tem se provado no tempo, apresentado o efeito Lindy a seu favor, e
sobrevivido a épocas bem conturbadas. A questão toda é que o Bitcoin não
tem necessariamente uma de nição de identidade, e por isso é chamado de
“bolha” e “engano” por muitos. O seu preço envolve muita especulação, e
parte disso é culpa dessa ausência de identidade.
De qualquer forma, existem “forças” que levam o preço do Bitcoin a subir:

Investimentos Institucionais: fundos de investimento e grandes


investidores quando vão às compras elevam o preço do Bitcoin pela lei
da oferta e demanda. Se existe demanda su ciente, aumenta-se o preço;
Especulação Natural: o BTC é naturalmente especulativo. Ou seja,
quanto mais procura existir, mais caro o ativo ca;
Crises políticas e econômicas: como citado em capítulo anterior, a
Argentina é um belo exemplo. A partir do momento em que uma crise
acontece em um país, muitas pessoas fugirão da moeda corrente e
correrão para o BTC. Isso fará com que o preço aumente.

Assim como o BTC sobre de preço, ele também cai. Existem alguns motivos
para isso acontecer:

Aumento de regulação: veremos isso no próximo capítulo, mas a


maioria dos países não tem nenhuma regulação para o BTC. A partir
do momento que passa a existir, acontece a fuga de muitos investidores,
causando diminuição do preço;
Imprevisibilidade: esse fator faz com que as pessoas saiam dos seus
investimentos em criptoativos. Muita oferta para pouca demanda gera
preço mais baixo;
Diminuição da con ança: muitos perdem a con ança nos criptoativos
por conta da sua volatilidade e, por isso, retiram seus investimentos.
Lembre-se apenas de uma coisa e nunca mais esqueça – volatilidade
não é sinônimo de risco. Ou seja, não é porque um ativo é volátil é que
ele se apresenta como arriscado;
Pirâmides Financeiras: a perda da con ança nos criptoativos gerada
pelas pirâmides nanceiras faz com que pessoas saiam das suas
posições de investimento em criptoativos.

Recomendamos, portanto, certa dose de “sangue frio”, sem empolgação com


os períodos de alta ou desespero nos períodos de baixa. Existem maneiras
inteligentes e momentos corretos de liquidar os Bitcoins e colocar dinheiro
no bolso.
Mas deixamos aqui uma dica para o momento de entrar no mercado: se a
mídia não especializada em investimentos e mercado nanceiro estiver
falando muito de Bitcoin e criptoativos, não compre! Você cairá na
armadilha da manada. Normalmente nesses períodos o preço do ativo está
muito alto e você corre o risco de perder dinheiro. Gostamos da frase:
“compre guarda chuvas em dia de sol, não em dia de chuva”.
10 Fonte: https://blog.rebellionresearch.com/blog/1636-tulip-mania-gamestop-crypto-social-media
11 Fonte: http://www.educationforum.co.uk/wallstreet.htm
12 Fonte: https://www.buybitcoinworldwide.com/pt-br/preco/
Capítulo 12

REGULAÇÃO E LEIS

Muito bem, agora que foi assimilado que esta moeda digital, pelo seu
aspecto revolucionário, pode ser um ativo de investimento e você efetuou a
sua compra de Bitcoins, é preciso saber como declarar à Receita Federal.O
intuito deste capítulo é fornecer as instruções atualizadas até Maio/2021,
mas a dica é que você se mantenha atualizado o máximo possível, pois pela
dinâmica deste mercado e mudanças constantes, novas regras são
implementadas com frequência.
Iremos usar muito o termo “criptoativo”, o qual aReceita através da Instrução
Normativa nº 1888/2019 de ne como: “representação digital de valor
denominada em sua própria unidade de conta, cujo preço pode ser expresso
em moeda soberana local ou estrangeira, transacionado eletronicamente
com a utilização de criptogra a e de tecnologias de registros distribuídos,
que podem ser utilizados como forma de investimento, instrumento de
transferência de valores ou acesso à serviços, e que não constitui moeda de
curso legal”. (art. 5º, inc.I,IN 1888/2019)
A Receita Federal do Brasil (‘Receita’ ou ‘RFB’), por meio dessa legislação,
instituiu a partir de agosto de 2019 a obrigação de informar operações
realizadas com criptoativos por pessoas físicas com domicílio scal no Brasil
ou por meio de exchanges de criptoativos brasileiras (‘exchanges’ ou
‘corretoras’).
Essa obrigatoriedade foi criada para averiguar o ganho de capital nas
transações com criptoativos e também para combater a lavagem de dinheiro
e corrupção. Tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas deverão,
portanto, prestarem informações conforme artigo 6º da referida instrução.

Quando é obrigatório informar à Receita


Federal suas operações?
A Declaração de Imposto de Renda deverá ser enviada se o contribuinte
possuir em 31/12/2020 mais de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em
criptomoedas. O cálculo deve sempre ser prestado em reais e a informação
de base do preço deve ser atribuída conforme o valor no ato de aquisição do
criptoativo e não pelo seu valor de mercado. Assim, os valores só irão variar
caso você tenha feito vendas (totais ou parciais) ou novas aquisições.
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas, devem relatar seu histórico de
transações se ultrapassarem a quantia de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)
mensais, tendo o prazo de um mês para enviar o relatório.
As OPERAÇÕES que deverão ser relatadas são as seguintes:

Compra e Venda;
Doação;
Transferência e retirada de criptoativo para Exchange;
Cessão temporária (Aluguel);
Emissão;
Ação em pagamento;
Outras operações que impliquem transferência de criptoativos.

Para a descrição do RELATÓRIO DAS OPERAÇÕES é importante ter o


informe de rendimentos enviadopelas corretoras, ou mantenha sua Planilha
de Balanceamento corretamente preenchida. Esse documento deverá conter
as seguintes informações:

Data da operação;
Tipo de operação;
Titulares da operação (envolvidos na transferência);
Quantidade negociada;
Valor da operação;
Valor de taxas de serviços.

Em relação aos TITULARES DA OPERAÇÃO, devem ser informados:

Nome da Física ou Jurídica;


Endereço;
Domicílio Fiscal;
Número do CPF para pessoa Física e CNPJ para pessoa jurídica;
Demais informações cadastrais que forem solicitadas.

De acordo com art. 8º da Instrução Normativa 1.888/2019, as informações


deverão ser feitas mensalmente no prazo de 01 (um) mês após o ocorrido
das operações realizadas com criptoativos. Sendo assim, suponhamos que
você fez uma transação no mês de fevereiro, então você terá até às
23texto9min59s de 31 de março para fornecer todas as informações
solicitadas.
Esses dados deverão ser encaminhados à Receita Federal pelo sistema de
coleta nacional disponível no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC). Este
é o link:
Ato Declaratório Executivo COPES nº 1/2019:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=101692
A Receita Federal também disponibiliza modelos de arquivos em excel para
orientar os declarantes, conforme disposto no link abaixo. Um estudo prévio
do Manual de Orientação destes modelos é recomendado, devido aos
termos técnicos.
http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-
demonstrativos/criptoativos/leiautes
Para realizar o envio das informações você precisará de uma assinatura
digital, realizada pelo certi cado digital válido, emitido por entidade
credenciada tipo Certisign ou Serasa.
Como fazer a Declaração do Imposto de
Renda?
As criptomoedas, quando acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), precisam
estar declaradas tal qual um bem patrimonial. No programa de declaração
do IR 2021, o passo a passo é o seguinte:

1. Abra a cha “Bens e Direitos” e clique em “Novo”;


2. Informe quem executou a compra (você ou dependente);
3. Selecione o “código” do bem, conforme a lista abaixo:
81 - Bitcoin (BTC);
82 - Outros criptoativos que sejam moedas digitais, conhecidos
como altcoins: Ether (ETH), XRP (Ripple), Bitcoin Cash (BCH),
Tether (USDT), Chainlink (LINK), Litecoin (LTC);
89 - Demais criptoativos que não considerados criptomoedas
(“paymenttokens”), mas são classi cados como “securitytokens”
ou “utility tokens”.
4. Detalhe a compra da moeda no campo “Discriminação”. Coloque
qual criptomoeda comprou, a quantidade adquirida, data da compra e
o nome e CNPJ da corretora onde ocorreu a transação. Se a compra foi
feita diretamente de outra pessoa, informe nome e CPF dela;
5. Também é importante informar onde as criptomoedas estão
custodiadas. Em caso de empresa ou corretora, informe o nome e
CNPJ. Se as moedas virtuais estão armazenadas em uma carteira
digital, informe o modelo usado.

Casos específicos:
Se você não tinha criptomoedas em 2019, preencha o campo “Situação em
31/12/2019” com valor zero e no campo “Situação em 31/12/2020” informe
o valor pago em reais pelas suas criptomoedas.
Se você já tinha e adquiriu outras, some o valor de 2019 com as compras de
2020 e informe o resultado no campo “situação em 31/12/2020”.
Se você já tinha criptomoedas em 2019 e não adquiriu mais em 2020, repita
o valor do campo “situação em 31/12/2019” no campo “situação em
31/12/2020”, independentemente de os ativos terem se valorizado ou não.
Caso você já tenha declarado criptomoedas no ano anterior e utilizou o
código “99 - outros”, atualize a cha da declaração discriminando suas
moedas digitais em conformidade com os novos códigos disponibilizados
(81, 82 ou 89).

Declaração de Criptomoedas adquiridas no


exterior.
A declaração deve ser igualmente prestada. No campo “discriminação”
informe os detalhes da compra, o nome e o país de origem da corretora.
Informe o valor pago equivalente em reais na data da compra. Consulte a
taxa de câmbio de diferentes moedas, nas datas da sua compra, através do
site do Banco Central.

Declaração de Venda de Criptomoedas.


Para aqueles que venderam criptomoedas no ano passado e já tinha
declarado a posse delas em 2019 é preciso dar baixa do bem na declaração
do ano atual. Para isso, informe no campo “Discriminação” os detalhes da
venda. Repita o valor declarado em 2019 no campo “situação em
31/12/2019” e coloque zero no campo “situação em 31/12/2020”.
Se você vendeu parte das moedas, reduza o valor de 2020
proporcionalmente à quantidade moedas vendidas. Ou seja, se você tinha 5
bitcoins declarados por R$ 300.000,00(trezentos mil reais), mas vendeu
metade em 2020, informe o saldo de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
reais) no campo “situação em 31/12/2020”.
Lembre-se também de atualizar o “código” do bem, de “99 - outros” para um
dos códigos informados acima.
No caso de vendas das criptomoedas, haverá apuração do lucro (ganho de
capital) sempre que os valores das operações, no mês, forem superiores a R$
35.000,00 (trinta e cinco mil reais), devendo o imposto ser pago até o último
dia do mês subsequente ao das operações. Vendas mensais abaixo desse
montante são isentas de imposto, mas também precisam ser declarados.
Neste caso, o ganho obtido com a operação deve ser indicado na cha
“Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, no código 05 - Ganho de capital
na alienação de bem, direito ou conjunto de bens ou direitos da mesma
natureza, alienados em um mesmo mês, de valor total de alienação de até R$
20.000,00 (vinte mil reais), para ações alienadas no mercado de balcão, e R$
35.000,00 (trinta e cinco mil reais) nos demais casos.
De modo que, se você ainda não pagou o imposto sobre os lucros da sua
venda de criptomoedas no ano anterior, já está em débito com a Receita
Federal. Existe um programa especí co para declarar os ganhos de capital
do ano anterior, o GCAP 2020, que deve ser baixado pelo contribuinte no
site da Receita Federal, disponível no link abaixo:
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-
tributaria/pagamentos-e-parcelamentos/pagamento-do-imposto-de-renda-
de-pessoa- sica/ganho-de-capital/programa-de-apuracao-de-ganhos-de-
capital-moeda-nacional/2020-1/programa-de-apuracao-dos-ganhos-de-
capital-gcap2020
Para pagar o imposto você deve preencher o GCAP 2020 e gerar um Darf
(documento de arrecadação federal) com seus dados (nome, telefone e CPF)
e o “código de receita” utilizando o número 4600 - imposto sobre ganho de
capital na venda de bens.
Caso não tenha perdido o prazo, será necessário gerar um novo Darf, com
juros de 1% ao mês e multa de 0,33% ao dia (podendo chegar a 20% do valor
devido). Para calcular o Darf com multa e juros, utilize o programa
Sicalcweb, disponível pelo link abaixo:
https://sicalc.receita.economia.gov.br/sicalc/rapido/contribuinte
Depois de preencher o GCAP 2020 e gerar os Darfs mensais com imposto
sobre ganho de capital, você deve transferir as informações do programa do
GCAP 2020 para a declaração do IR 2021. Para isso, na cha “Direitos/Bens
Móveis” vá até a aba “Ganhos de Capital” e selecione “Importar”. O
demonstrativo do GCAP salvo na sua máquina será importado,
preenchendo a cha automaticamente.
A cha de Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/De nitiva também
será preenchida automaticamente, com o valor do ganho de capital
tributado. A quantia aparecerá na linha 02 - Ganhos de capital na alienação
de bens e/ou direitos.
Penalidades
A Instrução normativa nº 1.888/2019, em seu art. 10º, estabelece punições
para pessoa física ou jurídica que deixar de prestar informações a que estiver
obrigada, conforme abaixo:
Infração: Prestação de informações fora do prazo (art. 10, inc. I)
Característica do Declarante Pena
Pessoa jurídica em início de atividade, imune ou isenta,
optante pelo Simples Nacional, ou que na última R$ 500,00
declaração apresentada tenha apurado o Imposto sobre a (quinhentos
Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) com base no lucro reais)
presumido (alínea a)
R$ 1.500,00
(mil e
quinhentos
Pessoa jurídica não descrita na alínea a (alínea b)
reais) por mês
ou fração do
mês
R$ 100,00
(cem reais) por
Pessoa física (alínea c)
mês ou fração
de mês

Infração: Prestação com informações inexatas, incompletas ou


incorretas ou com omissão (art. 10, inc. II)
Característica
Pena
do Declarante
3% (três por cento) do valor da operação a que se refere a
Pessoa jurídica
informação omitida, inexata, incorreta ou incompleta, não
(alínea a)
inferior a R$ 100,00 (cem reais)
1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) do valor da
Pessoa física
operação a que se refere a informação omitida, inexata,
(alínea b)
incorreta ou incompleta
Infração: Não cumprimento a intimação da RFB para cumprir
obrigação acessória ou para prestar esclarecimentos nos prazos
estipulados pela autoridade fiscal (art. 10, inc. III)
Pena R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como você pôde perceber ao longo deste livro, compreender sobre o mundo
das criptomoedas demanda tempo, estudo e persistência. No entanto,
conforme for se apropriando do assunto, mais fácil e interessante começa a
car, não é mesmo?
Levamos muitos anos para aprender todas as informações contidas aqui e
nosso intuito ao escrever este livro era o defacilitar esse percursoa m de
que você também possa ser bem sucedidonesse tipo novo de investimento.
Durante todo esse tempo, temos visto como o mercado cripto vem
crescendo continuamente e revolucionando diversas atividades, tais como os
serviços nanceiros, transação de infoprodutos, modalidade de
investimentos, aprimoramento de sistemas de governança, entre outros
aspectos mencionados ao decorrer de todo o conteúdo.
Nesse sentido, apropriar-se do universo cripto agora pode render bons
frutos no futuro, tanto em termos nanceiros quanto de conhecimentos a
respeito de uma nova forma de executar e facilitar diversas atividades de
nosso dia a dia.
Por m, nossa expectativa é que esse livro tenha alcançado seu maior
objetivo, o de facilitar a compressão das criptomoedas e democratizar esse
conhecimento para o maior número possível de pessoas.
Até a próxima!
BIBLIOGRAFIA

ALISSON, Ian. DeFi more disruptive to banks than Bitcoin, says


ING.Coindesk. Estados Unidos, 6 mai. 2021. Disponível em:
https://www.coindesk.com/de -more-disruptive-to-banks-than-bitcoin-
says-ing Acesso em 19 jun. 2021.
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Open Blockchain, 2ªEdição. Estados Unidos: O’Reilly, 2017.
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BRASIL. Instrução Normativa nº 1.888, de 3 de maio de 2019. Institui e
disciplina a obrigatoriedade de prestação de informações relativas às
operações realizadas com criptoativos à Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil (RFB). Brasília/DF: 2019. Disponível em:
https://www.in.gov.br/web/dou/-/instru%C3%87%C3%83o-normativa-
n%C2%BA-1.888-de-3-de-maio-de-2019-87070039
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais (LGPD). Brasília/DF: 2018. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2018/Lei/L13709compilado.htm
CHAMPAGNE, Phil. e Book of Satoshi: e Collected Writings of Bitcoin
Creator, 1ªEdição. Estados Unidos: e53 Publishing LLC, 2014.
COLB. Manual Tributário para as Exchanges Brasileiras de Criptoativos:
Comentários à Instrução Normativa nº 1.888/2019 da Receita Federal do
Brasil.
G1. Economia. Meme Doge é vendido como NFT por US$ 4 milhões e bate
recorde.Brasil, 16 jun. 2021. Disponível em:
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/06/16/meme-doge-
e-vendido-como-n -por-us-4-milhoes-e-bate-recorde.ghtml Acesso em 19
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SCHUSTER, Angela M. H. Why Kenny Schachter inks NFTs Will
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SWAN, Melanie. Blockchain: Blueprint for a New Economy,
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TALEB, Nassim Nicholas. A lógica do Cisne Negro: o impacto do altamente
improvável. Rio de Janeiro: Best Seller, 2018.
TALEB, Nassim Nicholas. Antifrágil: Coisas que se bene ciam com o caos,
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ULRICH, Fernando. Bitcoin: A Moeda na Era Digital, 1ª Edição. São Paulo:
Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2014.
UOL. Economia. IR 2021: Investiu em bitcoins? Acima de R$ 5.000 precisa
declarar. São Paulo, 28 mar. 2021. Disponível em:
https://economia.uol.com.br/imposto-de-
renda/noticias/redacao/2021/03/28/ir-2021-investiu-em-bitcoins-acima-de-
r-5-mil-precisa-declarar.htmAcesso em 24 jun. 2021.
Sobre o Autor

O investidor pro ssional Felippe Percigo é especialista em criptomoedas e


diretor de Marketing da Liqi Digital Assets, primeira plataforma de
tokenização no Brasil para transações de criptomoedas e criptoativos. O
especialista também é professor de MBA e pós-graduação em Finanças
Digitais e Blockchain na FAE Centro Universitário de Curitiba (PR). Percigo
possui graduação em Administração pela FAE Centro Universitário e em
Comércio Exterior pelo Centro Europeu.
Atuante no mercado de criptomoedas e criptoativos, o especialista promove
cursos e compartilha conteúdo para aqueles que buscam aprender como
investir no mercado de criptomoedas. Percigo tem o objetivo de se tornar o
maior produtor de conteúdo educacional no mercado cripto do Brasil e da
América Latina. Para isso, o investidor pro ssional pretende conquistar nos
próximos quatro anos a marca dos 100 mil alunos. Neste projeto, ele já conta
com uma equipe de 12 pro ssionais dedicados e focados na produção de
conteúdo em seus canais sociais, como Instagram
<https://www.instagram.com/felippepercigo> e YouTube
<https://www.youtube.com/FelippePercigo>.

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