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CRIPTOATIVOS

NÃO HÁ LEGISLAÇÃO RELACIONADA

História do Dinheiro: Assim que a sociedade se complexifica foi necessária a criação de um valor
padrão para troca de produtos diferentes, decorrentes da especialização de trabalho.
No início foram utilizados produtos com valor intrínseco, como grãos, sal, açúcar ou sementes de
cacau – origem do termo cacau.
Com a crescente confiança nas trocas fomos aumentado o grau de abstração e criando moedas,
sendo os primeiros registros na índia, 500 A.C, utilizando-se a prata como meio para cunhá-las. Na
China há registros 100 a.C.
Com as primeiras moedas por autoridades as pessoas não precisavam mais se conhecer
previamente e confiar umas nas outras para que houvesse as trocas. Foram escolhidos materiais
mais por sua raridade do que por sua antiguidade. O ouro por exemplo somente é um bom condutor
elétrico, mas é muito maleável.
A confiança sai das pessoas e vai para a moeda, criando então o dinheiro.
O dinheiro é uma abstração ainda maior, pois não temos nele nenhum valor intrínseco – o
dinheiro é uma ideia, a maior ficção de todos os tempos.
Até 1971 as moedas continham, como regra lastro em ouro, mas Richar Nixon acabou com esse
lastro transformando o dólar em uma moeda fiduciária.
Hoje nem notas trocamos, trocamos informações digitais. Meu salário pagando minhas contas.
A grande preocupação com o dinheiro digital é o gasto duplo. No dinheiro digital ele poderia ser
implementado. Para evitá-lo os bancos e intermediários controlam todas as transações
financeiras. Nesse ponto se verifica se há saldo ou crédito e o transmite ao vendedor.
Este controle é feito por uma autoridade central – que funciona como mediador.
Em 2008 um autor anônimo chamado Satoshi Nakamoto publicou um artigo com a proposta de
uma criptomoeda chamada bitcoin. Através de um complexo sistema de redes, que funciona
através de carteiras digitais, onde as carteiras guardam e encriptam cada transação realizada,
com horário participantes e valores. A própria rede valida as transações e evita o gasto duplo,
sem a necessidade de uma autoridade central.
Essa validação ocorre através da criptografia de todas as transações feitas em todos os
computadores ligados na rede da bitcoin, que faz o controle, chamada de blockchain.

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Cada transação ocorre com duas chaves, uma pública com o registro de data, hora, envolvidos e
valor e uma privada com a assinatura da transação. Com a chave pública se sabe que a carteira
existe e todas as suas transações, mas só se pode tirar a bitcoin com a chave privada.
Todas as transações já realizadas são registradas num bloco de texto chamado HASH, que é
transmitida para todos os computadores da rede, os nós. Eles fazem os cálculos matemáticos para
garantir que a transação é válida e que não há gasto duplo. Cada transação deve ser conferida pro
pelo menos 6 nós. A transação válida é incorporada à blockchain e publicizada na rede.
Para fraudar uma bitcoin seria necessário alterar todo o Hash e toda a cadeia de blockchain, o que é
economicamente inviável. Ou seja, a própria rede garante a autenticidade.
Para garantir que o processamento dos computadores e a energia fosse utilizada Satoshi garantiu
uma comissão para os nós que validarem as transações. Assim a blockchain da bitcoin libera
aleatoriamente moedas para os computadores que estão fazendo as contas (mineração). São
liberados blocos de bitcoin a cada 10 minutos com valores decrescentes. De forma que fica cada
vez mais caro e difícil minerar bitcoins. As bitcoins poderão ser mineradas até 21 bilhões quando
não serão mais liberadas. Evitando-se a inflação causada pela emissão de mais dinheiro.
Quanto mais o valor das bitcoins subiu mais pessoas começaram a minerar a rede e mais difícil se
tornou para receber a recompensa. Quanto mais computadores na rede mais segura a rede fica.
No ano de 2010 o valor de 1 bitcoin era de U$ 0,07. Ela possuía apenas um apelo ideológico, mas
não havia tanta aplicabilidade prática. Hoje elas valor R$ 15.507,00
O primeiro grande uso da Bitcoin foi no comércio ilegal, que elevou o valor da bitcoin para
algumas dezenas de dólares. O valor das bitcoins foi subindo conforme moedas de países se
desvalorizaram e pessoas as comprovam para salvar seu dinheiro.
A proteção contra confisco também influenciou muito em sua ascensão.
Poupança ou transações financeiras? A bitcoin foi concebida para transações financeiras, mas
passou a ser utilizada muito mais como poupança. Porque o número de transações por minuto são
limitadas e os custos de transações são cada mais vez mais altos, não permitindo a realização de
micro pagamentos.

E o Direito nisso?

No ano de 2017 as bitcoins aumentaram muito seu valor de mercado atraindo a atenção dos
ordenamentos jurídicos, na medida em que ela ganhou popularidade como poupança e até para
maiores transações.

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Diante de suas três principais características: ausência de agência de controle, ausência de lastro, a
anonimidade das transações e seu registro

O direito pode proibi-la. A china chegou a proibir as criptomoedas, mas depois voltou atrás e a
permitiu com diversas restrições. Não se pode utilizar a bitcoin em substituição à moeda
tradicional.

O direito precisa definir o que é criptomoeda: moeda? Dinheiro, ativo financeiro, modalidade de
investimento, bem, deve ser declarado? Deve ser tributado?

Hoje não há regulamentação jurídica no Brasil, o IRS (Receita Federal dos EUA) entende que elas
são comparadas a um bem, uma propriedade e que os pagamentos realizados com ela devem ser
tributados. A União Europeia, entende que a Bitcoin é uma moeda estrangeira e que elas devem ser
equiparadas a uma operação de câmbio.

Temos no Brasil um comunicado do BACEN 25.306/2014, que informa que banco central
acompanha a expansão dessa modalidade, mas não a regulamenta.

A CVM proibiu que fundos de investimentos realizassem investimentos em criptomoedas,


alegando que elas não são ativos financeiros.
A Receita Federa do Brasil equiparou a bitcoin a ativos financeiros, determinando que elas sejam
declaradas em imposto de renda e tributando o ganho de capital sobre essa operação.

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