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Capítulos 12 a 15

EIke Batista em 2011 era um dos grandes bilionários brasileiros da época. Alguns anos mais tarde,
ele havia perdido quase tudo, estava endividado até cabeça e pra piorar foi preso. Para alguém tão
abastado se encontrar nessa situação um acontecimento especial deve ter acontecido.
Acontecimentos, na verdade. Tudo começou quando eike tinha 22 anos e decidiu sair da sua
faculdade na Alemanha para se aventurar com o garimpo de ouro na Amazônia. Ele comprava na
Amazônia e vendia no sudeste, lucrando muito no processo. Esse lucro ganhado foi investido em
maquinários, para eike passar de comerciante a minerador. A ideia não deu tão certo quanto
parecia e o pai de EIke, Eliezer, ajudou o filho a sair da situação ao arrumar um comprador para as
minas que o filho havia criado. Mesmo saindo com menos do que tinha no começo, EIke ainda
acreditava na mineração do ouro. Dessa forma, buscou investidores de Toronto, para abrir uma
empresa, a TVX. Logo, a empresa realizou o ipo na bolsa canadense, e a empresa começou a
prosperar com a gestão de EIke e com a exploração de minas não só no Brasil, mas em outros
países da América Latina também ( Chile, la coipa ). Além do caráter empreendedor. EIke também
gostava de esportes. Chegou a montar uma boa equipe e competir em provas de power boat,
conseguindo ate chegar no título de melhor do mundo no esporte. Depois do sucesso na América
Latina, EIke começou a investir em países europeus como Grécia e Rússia. O que não deu tão certo.
No Brasil EIke tinha outros planos. Ele queria criar empresas para suprir toda a cadeia produtiva do
processo de exploração de minérios. Então criou a JPX, montadora de carros; MPX, companhia de
energia; EBX, companhia que centralizava os negócios de EIke; EBX express, empresa de correios;
MMX, mineradora de ferro, seguindo os passos do pai; OGX, exploradora de petróleo; LLX,
empresa de logística; CCX, empresa de mineração de carvão; OSX, estaleiro para fabricar os
equipamentos para a extração. O ciclo estava completo. Uma empresa minerava prata, outra
explorava petróleo com os equipamentos de outra empresa , outra construía portos para escoar a
produção, outra fornecia energia, que, por sua vez, era produzida pela queima do carvão fornecido
pela outra empresa. É uma extrema confusão, que parece ser uma maravilha certo? Se as coisas
derem certo, sim. Mas não foi isso que ocorreu. Foi descoberto que o custo petróleo que iria ser
explorado era muito alto, inviabilizando a operação. Dessa forma, prejudicando todas as outras
empresas interligadas. Os preços das ações caíram rapidamente depois da notícia da inviabilidade
dos poços de petróleo, mas antes, EIke vendeu várias ações da OGX, sendo inclusive multado por
isso depois (info privilegiada). Assim, com todas as empresas indo mal e com dívidas, EIke
encerrava seus anos prósperos como um fracasso.

Os bancos americanos descobriram a fórmula para ganhar dinheiro sem correr tantos riscos. Eles
passaram a diluir a dívida receber em títulos e vender aos investidores. Assim, os investidores que
sairiam perdendo caso houvesse um calote por parte do devedor. Então, se um banco empresa 1
mi e vai receber 2 mi como pagamento, ele pega esse direito de receber o dinheiro e vende a
investidores. Desse modo, o banco passa a lucrar assim que empresta o dinheiro, pois na pode
emitir os títulos e embolsar capital, sem nem mesmo ter recebi o pagamento do empréstimo. Mas,
certamente, ninguém sairia assumindo dívida de banco por aí se houvesse um risco de calote.
Então, para minimizar os riscos, existe o mercado de hipotecas, em que um imóvel é usado como
garantia. E os títulos que possuem imóveis com hipotecas são chamados de CDO’s. Eles ficaram
muito famosos depois da bolha da internet, com a baixa popularidade da bolsa e com a baixa
popularidade de debêntures também por causa das várias empresas que faliram na época. Como
os títulos eram lastreados em algo tangível, um imovel, era a opção perfeita para um investidor
que busca segurança. Como os bancos não estavam arriscando o próprio dinheiro no negócio, os
financiamentos ficaram muito generosos. Pois agora, não era mais necessário comprar um score de
crédito ou algo do tipo, pois o banco detinha um imóvel do devedor caso ele desse calote. Devido
a essa situação, o número de pessoas buscando financiamento para comprar a própria casa
aumentou exponencialmente. E pela lei da oferta e da procura, os imóveis valorizaram muito. E
com isso muitos queriam comprar CDOs, que acabaram valorizando também, afinal qual investidor
não quer comprar um título lastreado em uma garantia que só aumenta de valor. E assim o número
de financiamentos e de CDOs iam crescendo cada vez mais. Porém, nem todos os empréstimos
eram destinados a comprar imóveis novos. Muitas vezes indivíduos refinanciavam casas que
estavam em seus nomes para poderem receber dinheiro no momento e pagar uma dívida atual, e
esperar pra pagar essa nova dívida com juros menores ( os juros eram menores no começo, e
depois o banco abusava de juros altos) e tempo maior do que a antiga, afinal o banco gostaria de
ter uma garantia que só valoriza e o indivíduo gostaria de pagar juros mais baixos enquanto seu
imóvel valoriza. As esses financiamentos nem eram pra pagar uma dívida, mas só para comprar
algum outro bem, seja televisão, seja eletrodomésticos. E com isso, a economia como um todo e
impulsionada e todos os setores ganham com isso. E quem emitia os CDOs de dívidas de bancos
menos eram os bancos grandes, que devido à popularidade resolveram ficar com uma boa parcela
desses títulos. Só que só havia um problema, esse ciclo vicioso de pessoas pagando suas dívidas
com refinanciamento só funcionária para sempre se os imóveis valorizassem para sempre. E em
dado momento, o que valorizava os imóveis era pura especulação. Quando as pessoas começaram
a perceber que o número de imóveis produzidos se tornou menor que a demanda por eles, houve
uma pequena queda nos preços, mas suficiente para fazer a economia colapsar. Indivíduos não
conseguiam mais refinanciamentos tão facilmente e sem conseguir pagar as dívidas, os bancos
começaram a leiloar os imóveis. Só que como todos fizeram isso ao mesmo tempo, o preço foi lá
pra baixo. E com isso o preço dos CDOs despencou. Sem conseguir vender a garantia de
empréstimos que tinham, os bancos começaram a falir cheio de títulos que não valiam nada. O
primeiro foi o bear Stearns seguido pelo Lehman brothers. A situação era catastrófica pessoas sem
imóveis, bancos com dívidas e sem caixa. Mas, o estado para ajeitar a situação, não cometeria o
mesmo erro de 1930, e decidiram ajudar os bancos comprando muitos CDOs que não valiam nada
e estavam realizando empréstimos a juros baixíssimos. E não era só para bancos, os juros básicos
da economia estavam muito baixos também. Além disso, ajudaram a população a comprar carros
com um programa de compra de novo, para ver se a economia se movimentava. E essas medidas
acabaram funcionando. Mesmo com a grande quantidade de dinheiro entrando na praça, a
produção de bens e serviços foi alta e conteve quase que totalmente a inflação. O legado que essa
bolha imobiliária deixou foi o desejo da criação de uma moeda descentralizada que não
dependesse nem de bancos nem de governos.

O bitcoin funciona como uma moeda no sentido que você não pode duplica-lá. Para passar para
outra pessoa você transfere. E essa transferência não acontece com a intermediação de um banco,
que nem normalmente acontece, mas de forma descentralizada de pessoa pra pessoa, de carteira
digital para carteira digital. Além disso, as transações com criptomoedas trazem o elemento da
privacidade, de modo em que não se é possível saber quem pagou e quem recebeu, apenas se
sabe que a transação aconteceu. Os pagamentos digitais começaram com a invenção da tarja
magnética dos cartões, em 1960. Em 1983, para eliminar a intermediação de bancos e tornar a
transação invisível, um professor chamado David chaun teve a ideia de criar a sua própria cripto
moeda. Mas não deu certo pois águem precisaria aceitar ela como forma de pagamento, mas
serviu de estopim para uma onda de criações. Após ele vários cientistas começaram a fazer seus
próprios projetos, e o movimento dos cyberpunks ascendeu. Em 2008, foi quando satoshi
nakamoto criou os bitcoins. Essa criptomoeda era transferida de computador em computador,
sempre sendo apagada do computador que enviou, reforçando a ideia de que a mesma moeda não
pode ser transferida duas vezes. As transações eram registradas em blocos através da tecnologia
revolucionária do blockchain, que ia posicionando cada reação em cadeia, e prendendo os blocos
uns aos outros para assegurar a segurança das transações. Os computadores que estavam
conectados ao sistema verificavam se cada transação estava ok através de problemas matemáticos,
e eram recompensados com uma pequena porção de bitcoin. Essa atividade de verificar transações
e receber em troca bitcoins era chamada de mineração, comparado ao ouro devido a escassez e
baixa produtividade das minas, uma vez que a quantidade de bitcoins é fixa (21 milhões) e cada vez
que o número de bitcoins em circulação se aproxima desse numero, a recompensa pela mineração
de bitcoins é reduzida. A ideia já estava concreta, mas para a moeda ter valor, estabelecimentos
precisavam aceita-la. Os primeiros adeptos dela foram comerciantes de droga on-line, atraídos
pela vantagem do não rastreamento de transações. Porém, logo a notícia foi se espalhando e o
bitcoin ganhou força. Os 10 mil bitcoins da primeira transação que foram usados para comprar
uma pizza valiam 200 milhões. Mas como ainda poucos estabelecimentos a aceitavam como
pagamento, o seu objetivo de compra era meramente especulativo. Com flutuações ocorrendo a
todo instante, o bitcoin se configura como uma moeda extremamente instável. Mas não foi só ela
que surgiu, existem diversas outras criptomoedas circulando pelo mercado como ethereum,
monero, dash, iota… e com elas surgiu uma modalidade de angariar fundos chamada de ICO, em
que criptomoedas são emitidas para acionistas para que o idealizador consiga financiar o projeto.
Porém, como a porcentagem de sucesso desses lançamentos são muito baixas, o risco dessa
modalidade de investimento é extremamente alta. Por mais que o futuro das criptomoedas seja
incerto, o do blockchain parece concreto, de modo em que várias empresas estão tentando
implementá-lo em seus serviços. Documentos de um carro sendo transferidos sem a necessidade
de um cartório e através do blockchain podem ser uma modalidade no futuro. Para warren buffet
essas moedas não tem valor.

Buffet fez seu nome por ser não apenas um dos homens mais ricos do mundo mas referência no
que tange mercado financeiro e gestão de ativos. Ele vive de maneira simples, investindo seus
ativos, convencendo entrevistas e promovendo eventos. As suas estratégias relacionadas a compra
de ações se baseiam no longo prazo e no recebimento de gordos dividendos. “Compre suas ações
como se a bolsa fosse ficar fechada por 10 anos”. Ele começou em Warthon nos EUA e depois
trabalhou com Benjamin Graham, o homem que transmitiu a sua filosofia de investimentos a ele.
Após um tempo, buffer abriu uma gestora de ativos e uma tecelagem, que no futuro iria se tornar
a Berkshire hataway, empresa que centraliza todas as sociedades de Warren. Buffet tem seus
ativos alocados em relativamente poucas empresas e estuda arduamente cada uma para poder
fazer as decisões. Ele também sabe o momento certo para tomá-las. Ele era um grande acionista
da coca por exemplo e não conhecia tanto o ramo das empresas de tecnologia. Quando percebeu
uma tendência sólida de crescimento nelas aumentou radicalmente sua participação na Apple e
diminuiu na coca. Além disso, Warren é acionista maioritário de diversas instituições financeiras
como Goldman, JP e Moody’s. Outro negócio que ele mudou de ideia foi o setor aéreo e agora é
dono de 8% da southwest airlines. Para meros mortais que não tem tanto dinheiro como Waren,
apostar em poucas empresas é um alto risco pois o mercado é volátil. Mesmo no longo prazo,
algumas ações de empresas não dão lucro nenhum. Além disso, é impossível prever com absoluta
certeza quando sair e entrar de uma operação e o nossas emoções podem muitas vezes agir como
inimigas nesse quesito. Uma opção de segurança, recomendada por buffet, é investir em fundos de
índice, que tendem a subir no longo prazo. Porém, mais uma vez, o futuro é incerto e as vezes isso
não ocorre. Por fim, as decisões de todos os famosos citados no livro e as nossas vão refletir no
futuro de alguma forma, mesmo que em proporções diferentes

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