Você está na página 1de 2

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR.

JORGE AUGUSTO CORREIA


Direção de Serviços da Região do Algarve
ES/3EB Dr. Jorge Augusto Correia; EB 2,3 D. Paio Peres Correia; EB1 nº2 Tavira;
EB1/JI Conceição; EB1 Cabanas

Curso de Educação e Formação de Adultos – EFA C (50h)/2014-2015


CLC 4 - Comunicação nas Organizações / Formadora: Lígia Cerqueira
Tema: Sistemas Monetários e Financeiros
Formanda: Olga Ilyina nº21
Data: 13/02/2015

RA 3: Contexto institucional.
Competências: Agir de acordo com a compreensão do funcionamento nos sistemas monetário e financeiro.

1.
A troca directa é o sistema mais simples para realizar transacções. Se uma pessoa tem
algo que não quer, deve trocá-lo por aquilo que quer. Na prática, porém, levantam-se grandes
dificuldades, pois para que uma troca se realize é preciso que quem tem algo para trocar
encontre alguém que quer aquilo que este tem e também tenha aquilo que este quer. Além
disso, coloca-se em causa a justiça do valor entre os bens trocados. Será que 6 couves “valem”
o mesmo que 1 galinha? Também, esse processo exige coincidências de vontades, o que nem
sempre acontece, além de supor tempo para obter o que se pretende.
Antes de existir a moeda, existiam locais (feiras, etc.) onde todos aqueles que tinham
coisas para trocar se encontravam, transaccionavam e definiam preços.
2.
Primeiramente os bens trocavam-se entre si de forma direta. Mas, este processo
poderia complicar-se até ao infinito, porque teria de existir sempre coincidência de vontades:
por exemplo um barbeiro que gostasse de couves, para obter as mesmas, poderia ter que
passar por um complicado processo. Esse barbeiro podia cortar o cabelo ao carpinteiro, trocar
a cadeira que recebeu do carpinteiro com o sapateiro, para conseguir umas botas que o
hortelão quer em troca das couves. Utilizaram-se” como moeda” muitos bens tais como:
vacas, vinho, cerveja, cigarros, etc. Mas, surge o problema da aceitabilidade (a existência de
um bem que tivesse a garantia de ser aceite por todos). Além disso, surge um problema, esse
bem poderia ser usado, para além das trocas a que estava destinado. O problema ficaria
resolvido se fosse encontrado um bem que as pessoas desejassem, mas que só servisse para
trocas.
Os chamados “bens decorativos ou de luxo” (as conchas, as pérolas e sobretudo os
metais preciosos) foram usados como moeda, porque eram aceites por todos, sem receio de
que o seu montante total fosse alterado frequentemente pelo consumo não monetário.
Após isso, passou-se para a troca com metais preciosos tais como o ouro e a prata.
Chegou-se à conclusão das características que um bem deve ter para ser considerado uma boa
moeda: divisibilidade, durabilidade, aceitabilidade geral, ter reduzida procura não monetária,
manter o valor, ser prática de movimentar e dificilmente falsificável. Tendo em conta estes
critérios adoptaram-se os metais preciosos como moeda para transacções. Contudo, este
processo poderia implicar erros no que respeita a erros de pesagem, passando-se para a
moeda contada em forma de discos de ouro, com peso pré-determinado. Uma autoridade
seria responsável pelo peso de cada disco, colocando um selo de forma a garantir a sua
validade. Foi desta forma que se passou para a moeda cunhada que já tinham as

1
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. JORGE AUGUSTO CORREIA
Direção de Serviços da Região do Algarve
ES/3EB Dr. Jorge Augusto Correia; EB 2,3 D. Paio Peres Correia; EB1 nº2 Tavira;
EB1/JI Conceição; EB1 Cabanas

características das atuais moedas. Estas, tinham o nome do peso e o nome do responsável,
normalmente imperador ou rei.
Com o alargamento das transacções comerciais que implicavam países e localidades
diferentes realizadas em Feiras, apareceu a profissão de cambista que se responsabilizava de
comparar e trocar as moedas de zonas diferentes. Os cambistas que normalmente eram
ourives tinham que transportar grandes quantidades de metais preciosos e, além disso,
alugavam os seus cofres para guardar as moedas dos clientes. Cada cliente ou depositante
recebia um recibo como prova do seu depósito. Assim, o papel ou recibo representava o ouro
e só tinha validade com a assinatura do cambista. Apareceu, então, a chamada moeda de
papel. É desta forma que nascem os atuais bancos, já que o cambista lucrava com o negócio do
crédito, com o dinheiro dos seus depositantes. Este negócio revelou-se muito lucrativo e surge
um problema: a forma dos cambistas emprestarem dinheiro era emitir mais recibos do que o
ouro existente, surgindo uma espécie de forma milagrosa de “fazer dinheiro”. O banqueiro
poderia fazer o que bem entendesse, bastava assinar um recibo, o que conduziu a um receio:
as pessoas ao verem muitos recibos em circulação, ficaram receosas. É neste altura que o
Estado intervém, lançando uma lei que obrigasse as pessoas a aceitarem a moeda papel, sem a
poderem trocar por ouro. Assim se passa para a moeda fiduciária, passando-se para o papel-
moeda. Todavia, apesar da monopolização do Estado, os bancos não deixaram de existir,
convidando-nos a depositar o nosso dinheiro estatal para com isso lucrarem.
Atualmente, a moeda que os bancos emitem são os cheques, chamados: moeda
escritural. E, os bancos continuam a conceder crédito às pessoas, cobrando avultados juros dos
empréstimos concedidos.
Mais recentemente, surgiram outros tipos de dinheiro: a moeda de plástico que são os
cartões de crédito que normalmente utilizamos. A par disto, com as novas tecnologias, surge a
moeda electrónica, em que não há qualquer movimentação de dinheiro, mas apenas uma
movimentação na conta do cliente (o registo electrónico substitui a moeda).

3.
O Estado interveio a partir de certa altura porque os banqueiros poderiam emitir mais
recibos ou moeda de papel do que o ouro que existia. O facto de bastar a assinatura do
cambista como prova da existência efetiva de ouro correspondente e, o aumento significativo
da circulação de recibos (moeda de papel), tornou as pessoas pouco confiantes. Além disso, o
negócio de crédito era muito lucrativo e o Estado, também viu nisso uma forma de lucrar. O
banqueiro/cambista podia comprar o que quisesse, bastando para tal assinar um recibo sobre
o ouro dos seus depositantes. Foi assim que o Estado entrou no negócio, fazendo logo uma lei
que obrigasse as pessoas a aceitar e a transaccionar em moeda de papel, sem a poderem
trocar por ouro. Assim a intervenção do Estado monopolizou a emissão de moeda de papel,
impedindo os bancos de participarem nesse negócio tão rentável. Ou seja, o Estado interveio
quando percebeu que havia “muito roubo a nível dos banqueiros e bancos”. Concordamos
com a ação tomada pelo Estado, apesar de sermos podermos ser “enganados’’ nos dias que
correm.

Você também pode gostar