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CAPÍTULO 1

POLÍTICAS ECONOMICAS E FUNÇÕES DA MOEDA


Vamos começar a falar de conhecimentos bancários, mas antes, preciso
te falar sobre o assunto principal da matéria. Achou que era o tal do sistema
financeiro nacional, não foi? Pois não é não! O assunto principal é o tal do
DINHEIRO! Isso mesmo, o faz-me rir, a bufunfa, o tutuzinho!
O dinheiro não foi criado junto com Adão e Eva no paraíso, o dinheiro foi
criado por uma necessidade da humanidade de realizar comercio sem precisar
trocar mercadorias, que era algo complexo por natureza e com a evolução da
humanidade e do comercio entre os povos, ia ficar mais complexo ainda se o
dinheiro não tivesse sido criado.
Antes do dinheiro (papel moeda e moeda metálica) as negociações de
mercadorias eram feitas através da simples troca de mercadorias, ou escambo.
O produtor de cadeiras queria leite, e o produtor de leite queria cadeiras;
então vamos fazer a troca. Esse exemplo é bem diferente, mas esse é o objetivo,
para mostrar que o escambo tinha seus vários problemas, uma vez que nem
sempre uma pessoa tinha interesse no que o outro produzia para troca, ou seja, o
fabricante de cadeiras podia não querer tanto leite, ou pelo fato do leite se mais
perecível em relação a cadeira, a necessidade por leite seria maior do que de
cadeiras. E aí? Como fica isso?
A humanidade foi buscando formas de encontrar objetos que tivessem
um interesse unanime das pessoas, ou seja, vamos tentar achar algo que
tenha o mesmo valor para a pessoa A e para a pessoa B; assim as trocas
poderiam ser feitas com base nesse item valioso e não entre mercadorias.
No início foi convencionado que os metais preciosos e pedras seriam os
itens de valor comum que poderiam ser trocados por mercadorias, pois quem
não iria querer uma pepita de ouro? Assim a humanidade foi comercializando
mercadorias trocando por pedras preciosas ou metais.
A moeda metálica surgiu com a necessidade de melhorar o transporte e
guarda dos metais preciosos, pois ladrões sempre existiram, então os ourives,
que manuseavam o ouro, também receberam a função de custodiantes
(guardadores) dos metais e pedras preciosas das pessoas e, ao receber os
itens, emitia um papel informando que aquela pessoa possuía aqueles valores
guardados. Esse papel também serviria como objeto de troca por mercadorias.
A cunhagem de moedas foi criada para evitar as falsificações dos
metais, acredita nisso? Na Grécia antiga já existiam os falsificadores, ou seja,
aqueles que diziam que uma moeda era de prata, mas ela não tinha tanta prata
como ele dizia. Para evitar esse problema, as nações começaram a cunhar
moedas colocando seus selos nas moedas para garantir que aquela moeda de
prata tinha a quantidade correta de prata e não de outro metal inferior.
Assim a humanidade vem caminhando e utilizando cada vez mais a
moeda, ou seja, o item que serve de troca para se adquirir produtos ou
serviços, pois é um item que tem valor para qualquer pessoa.

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“Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que é geralmente aceito
para liquidar as transações, isto é, para pagar pelos bens e serviços e para
quitar obrigações, ou seja, de acordo com esta definição, qualquer coisa pode
ser moeda, desde que aceita como forma de pagamento. Ela é considerada o
instrumento básico para que se possa operar no mercado. Pois a moeda atua
como meio de troca. Quando um indivíduo vende seu produto, ele receberá
moeda pelo produto vendido e, por conseguinte, terá moeda para comprar
aquilo que desejar.
Além disso, a moeda desempenha a função como unidade de
conta (também chamado de denominador comum de valor), isto é, fornece
um padrão para que as demais mercadorias expressem seus valores, e
forneçam um referencial para que os valores dos demais produtos sejam
cotados no mercado.
E a terceira função da moeda é a chamada reserva de valor, função
que decorre do meio de troca, onde o poder de comprar adquirido ao vender
sua mercadoria mantem-se ao longo do tempo. Em outras palavras, a moeda
deve preservar o poder de compra (assim como acontece com os títulos, pois
eles têm valor de compra e rentabilidade ao longo do tempo).
Resumindo as três funções, temos:
 Moeda como meio de troca: intermediário entre as mercadorias;
 Moeda com unidade de conta: ser o referencial das trocas, o instrumento
pelo qual as mercadorias são cotadas; e
 Moeda como reserva de valor: poder de compra que se mantém no
tempo, ou seja, forma de se medir a riqueza.
Ao longo do tempo, a moeda evoluiu, primeiramente tínhamos
a moeda-mercadoria (sal, animais etc.), passando pela moeda
metálica (ouro, prata, metais preciosos) até chegarmos ao que temos hoje,
o papel-moeda ou moeda fiduciária, para o qual não existe qualquer tipo de
lastro. Isto é, não existe a garantia física sustentando o valor da moeda, e sua
aceitação se deve à imposição legal do Governo.
Assim como demandamos moeda ao comprar e vender mercadorias, há
também a oferta de moeda. Em um sistema cuja moeda é lastreada, por
exemplo, em ouro, a circulação de moeda depende da quantidade de ouro em
estoque no país. Já em um sistema sem lastro, tem-se a moeda fiduciária, e o
responsável pelo controle de oferta de moeda é o Banco Central.”
Fonte: https://politicamonetaria.webnode.com.br/moeda/oferta-da-moeda/
Agora que nos conhecemos as funções do dinheiro e a importância na
nossa vida, vamos falar sobre o dinheiro como mercadoria, onde, assim como
todas as mercadorias, sofre com a lei da oferta e da demanda.
Dentro do contexto da nossa matéria, surgirão, inevitavelmente, as
políticas adotadas pelo governo para buscar o bem-estar da população. Como
agente de peso no sistema financeiro brasileiro, o Governo tem por objetivo,
estruturar políticas para alcançar a macroeconomia brasileira, ou seja, criar
mecanismos para defender os interesses dos brasileiros, economicamente.

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É comum você ouvir nos jornais notícias como: o governo aumentou a
taxa de juros, ou diminuiu. Essas notícias estão ligadas, intrinsecamente, as
políticas coordenadas pelo governo para estabilizar a economia e o processo
inflacionário.
As políticas traçadas pelo governo têm um objetivo simples, que é
aumentar ou reduzir a quantidade de dinheiro circulando no país, e com isso,
controlar a inflação.
Para tanto, o governo vale-se de manobras como: aumentar ou diminuir
taxas de juros, aumentarem ou diminuírem impostos e estimular ou
desestimular a liberação de crédito pelas instituições financeiras.
Mas o que é essa tal inflação, ou processo inflacionário?
A inflação é um fenômeno econômico que ocorre devido a vários fatores,
dentre eles um bastante conhecido por todos nos desde o ensino médio, onde
os professores falavam de uma tal “lei da oferta e da procura”, lembra?
A lei é bem simples do ponto de vista histórico, mas do ponto de vista
econômico há muitas variáveis que levam a uma explicação do seu
comportamento, por exemplo:
O que faria você gastar mais dinheiro? Obviamente ter mais dinheiro.
Correto? Então se você possuir mais dinheiro, a tendência natural é que você
gaste mais, com isso as empresas, os produtores e os prestadores de serviços
percebendo que você está gastando mais, elevarão seus preços, pois sabem
que você pode pagar mais pelo mesmo produto, uma vez que há excesso de
demanda pelo produto ou serviço.
Da mesma forma se um produto é elaborado em grande quantidade e a
há uma sobra deste, os seus preços tendem a cair, uma vez que há um
excesso de oferta de produto.
“Em resumo, a lei da oferta e procura declara que quando a procura é
alta, os preços sobem e, quando a oferta é alta, os preços caem. Dois
exemplos demonstram isso. Se existe um teatro com 2 mil lugares (uma oferta
fixa), o preço dos espetáculos dependerá de quantas pessoas desejam
ingressos. Se uma peça muito popular está sendo encenada, e 10 mil pessoas
querem assisti-la, o teatro pode subir os preços de forma que os 2 mil mais
ricos possam pagar os ingressos. Quando a procura é muito mais alta que a
oferta, os preços podem subir terrivelmente. Nosso segundo exemplo é mais
elaborado. Digamos que você viva numa ilha na qual todos amam doces.
Porém, existe um suprimento limitado de doces na ilha, assim, quando as
pessoas trocam doces por outros itens, o preço é razoavelmente estável. Com
o tempo, você economiza até 25 quilos de doces, que você pode trocar por um
carro novo. Um dia um navio choca-se com algumas pedras perto da ilha e sua
carga de doces é perdida na costa. De repente, 30 toneladas de doces estão
dispostas na praia, e qualquer pessoa que deseja doces simplesmente
caminha até a praia e pega alguns. Porque a oferta de doces é muito maior que
a procura, os seus 25 quilos de doces não têm valor algum.” (Fonte: Ed
Grabianowski)

Essa simples lei é um dos fatores que mais afetam a inflação pois, por
definição, inflação é:

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“O aumento generalizado e persistente dos preços dos produtos de
uma cesta de consumo”, ou seja, para haver inflação deve haver um aumento
de preços, mas este aumento não pode ser pontual, deve ser generalizado.
Mesmo alguns produtos não aumentando de preço, se a maioria
aumentar, já é suficiente, mas este aumento deve ser persistente, ou seja,
deve ser contínuo.
Como toda pesquisa científica, deve haver um grupo de teste e um de
controle, e a esses grupos chamamos de cestas de consumo, isso porque ao
avaliar a inflação, avaliamos a evolução de um grupo de produtos ou serviços,
e não cada um isoladamente.
Imagine que você vai ao supermercado e faz suas compras, você terá
vários produtos em seu carrinho como: Água, arroz, feijão, carne, milho, trigo,
frutas, verduras, legumes etc. Terá na mesma cesta produtos como: Dólar,
Euro, gasolina, álcool (combustível hein), viagens, lazer, cinema, energia etc.
Quando você terminou a cesta e foi ao caixa e a conta totalizou R$
500,00 no primeiro mês. No segundo mês ao repetir os mesmos produtos a
conta totalizou R$ 620,00; no terceiro R$ 750,00 e no quarto R$ 800,00. Note
que os preços estão subindo de forma persistente.
Quando o preço de algo sobe, o nosso dinheiro perde valor, uma vez que
precisaremos de mais reais para comprar o mesmo produto. Essa é a
consequência mais indesejada do processo que chamamos de INFLAÇÃO.
O processo inflacionário tem um irmão oposto que é chamado de
DEFLAÇÃO. A Deflação ocorre quando os preços dos produtos começam a cair
de forma generalizada e persistente, gerando desconforto econômico para os
produtores que podem chegar a desistir de produzir algo em virtude do baixo
preço de venda.
Ambos os fenômenos têm consequências desastrosas no nosso bem-
estar econômico, pois a inflação gera desvalorização do nosso poder de
compra e a deflação pode gerar desinteresse dos produtores em fabricar, o
que, em ambos os casos, pode gerar desemprego em massa, além de tudo
ambas ainda podem culminar na temida Recessão, que nada mais é do que
a estagnação completa ou quase total da economia de um país.
Tanto a inflação como a deflação são fenômenos que podem ser
calculados e quantificados, para isso nosso governo mantém uma autarquia a
postos, pronta para apurar e divulgar o valor da Inflação Oficial chamada
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Esta autarquia chama-se IBGE
– Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. O IPCA é a inflação calculada
do dia primeiro ao doa 30 de cada mês, considerando como cesta de serviços
a de famílias com renda até 40 salários-mínimos, ou seja, quem ganha até
quarenta salários-mínimos entra no cálculo da inflação oficial.
A fim de manter nosso bem-estar econômico o Governo busca estabilizar
esta inflação, uma vez que ela, por sua vez, reduz nosso poder de compra.
Para padronizar os parâmetros da inflação o governo brasileiro instituiu o
regime de Metas para Inflação.
Neste regime a meta de inflação é constituída por um Centro de meta,
que seria o valor ideal entendido pelo governo como uma inflação saudável.

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Este centro tem uma margem de tolerância para mais e para menos, pois
como em qualquer nota temos os famosos arredondamentos. É como no
colégio quando você tirava 6,5 e o professor arredondava para 7, lembra?! Isso
ajudava muito você na hora de fechar a nota no fim do ano, e para o governo é
do mesmo jeito. É uma ajudinha para fechar a nota. Veja como foram e como
estão as principais mudanças referentes a isto no Brasil.

HISTÓRICO DAS METAS DE INFLAÇÃO E SEUS INTERVALOS DE


TOLERANCIA DE 2017 À 2025.

* As metas para os anos 2024 e 2025 ainda podem ser revistas.

ATENÇÃO!
Até 31/12/2016 a margem de tolerância, ou seja, de variação do Centro da
meta era de 2% para mais (teto) ou para menos (piso). Já a partir de

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01/01/2017 até 31/12/2018 a nova margem de tolerância passou a ser de
1,5% para mais (teto) ou para menos (piso).
Para o ano de 2019, o CENTRO DA META para a inflação será de 4,25%,
com intervalo de tolerância de menos 1,50% e de mais 1,50%; para o ano
de 2020, o CENTRO DA META para a inflação será de 4,00%, com intervalo
de tolerância de menos 1,50% e de mais 1,50%, para o ano de 2021, o
centro da meta será 3,75% com a margem de tolerância de 1,5% para mais
ou para menos, para 2022 o centro será de 3,50%, para 2023 o centro será
de 3,25% com margens de tolerância de 1,5% para mais e para menos;
para 2024 o centro será de 3%, com margens de tolerância de 1,5% para
mais e para menos e para 2025 mantem-se a mesma meta e parâmetro de
2024.

Além disso, o Decreto 9.083 de junho de 2017 alterou a


periodicidade de estabelecimento da meta de inflação para até 30 de
junho de cada terceiro ano imediatamente anterior. Deu um nó não foi?!
É simples, o centro da meta de inflação do ano de 2025 foi decidido
pelo Conselho Monetário Nacional 3 anos antes, ou seja, até 30 de junho
de 2022; e assim sucessivamente, o de 2026 deverá ser decidido até 30 de
junho de 2023, sempre respeitado o limite de 3 anos de antecedência.
Todas essas medidas adotadas pelo governo buscam estabilizar nosso
poder de compra e nosso bem-estar econômico. Para utilizar estas ferramentas
o governo utiliza as tão famosas políticas econômicas, que nada mais são do
que um conjunto de medidas que buscam estabilizar o poder de compra da
moeda nacional, gerando bem-estar econômico para o País. Estas políticas
econômicas são estabelecidas pelo Governo Federal, tendo como agentes de
suporte o Conselho Monetário Nacional, como normatizador, e o Banco
Central, como executor destas políticas. As ações destes agentes resultam em
apenas duas situações para o cenário econômico, que são:
Políticas/Situações Restritivas ou Políticas/Situações Expansionistas

As políticas restritivas são resultado de ações que de alguma forma


reduzem o volume de dinheiro circulando na economia e,
consequentemente, os gastos das pessoas gerando uma desaceleração da
economia e do crescimento. Mas porque o governo faria isso?!
A resposta mais simples: Faz isso para controlar a inflação, pois quando
há muito dinheiro circulando no mercado, o que acontece com os preços dos
produtos?! Sobem!
Para conter esta subida, o governo restringe o consumo e os gastos para
que a inflação diminua. Neste caso você iria ao shopping não para comprar
coisas, mas apenas para ver as coisas ou dar uma voltinha. Este representa
nosso cenário atual desde 2014, com alguns intervalos entre 2020 e 2021
como veremos a seguir.

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As políticas expansionistas são resultado de ações do governo que
estimulam os gastos e o consumo, ou seja, em um cenário de baixo
crescimento, o governo incentiva as pessoas a gastarem e as instituições
financeiras a emprestar. Esse incentivo pode partir muitas vezes do próprio
governo que aumenta seus gastos fazendo investimentos na indústria e
construção civil, dando isenções tributárias ou contratando empresas para
realizar obras, por exemplo. Isso acaba por aumentar volume de recursos
disponíveis na economia, para que o mercado não entre em uma recessão
(recessão é um evento econômico que ocorre quando vários setores da
economia registram queda ou estagnação no crescimento ou quando o
governo adota políticas restritivas por 2 trimestres consecutivos). Portanto, este
resultado acaba por jogar dinheiro na economia e acaba por faria você gastar
mais seus próprios recursos ou se endividar mais através de crédito; logo você
não iria ao shopping só para ver as coisas, mas sim para comprar as coisas, e
comprar muito! Mas temos que ter cuidado, pois com muitos gastos também
alimentamos um crescimento acelerado da inflação além da famosa dívida
pública, que trataremos mais à frente na política fiscal, pois o governo também
aumenta seus gastos para incentivar, lembra?!
Tecnicamente, no Brasil, vivemos políticas restritivas desde 2015, mas
durante os anos de 2020 e 2021 o governo adotou políticas expansionistas
tendo em vista conter a desaceleração brusca da economia, devido a
pandemia causada pelo Sars-Cov-2. Importante destacar que essas políticas
só puderam ser adotadas devido à algumas condições econômicas da época
como: alta capacidade ociosa, baixo índice de consumo e baixa expectativa de
inflação de demanda.
Resumindo, as políticas econômicas resultam em duas posições:
 Expansionistas: quando estimulam os gastos (consumo), empréstimos e
endividamentos para aumentar o volume de recursos circulando no país.
 Restritivas: quando desestimulam, restringem os gastos (consumo),
empréstimos e endividamentos para reduzir o volume de recursos
circulando no país.

ATENÇÃO!
Muitas pessoas se questionam do porquê o governo, quando busca estimular
o consumo e aquecer a economia, não simplesmente emite mais dinheiro e,
com isso, resolve o “problema da falta de dinheiro”. A resposta é a mais
simples e, pelos conhecimentos que você adquiriu até aqui, será
perfeitamente capaz de responder. “Quanto mais dinheiro em circulação,
menor seu valor, e com isso os preços irão sempre tender a subir mais e o
“problema” da falta de dinheiro continuará. Logo, emitir moeda não é
uma solução fácil de aceitar, pois ela pode acarretar sérios danos a
estabilidade do poder de compra.

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Entretanto, existe uma forma NÃO convencional de emitir moeda para que
possamos, eventualmente, suprir a falta exagerada de dinheiro, mas vale
lembrar que essa forma de emitir é restrita e peculiar, pois o dinheiro será
emitido APENAS de forma ESCRITURAL, ou seja, eletrônica, uma vez que o
ato de emitir papel moeda, o torna suscetível a desgastes pela inflação, uma
vez que circula livremente em qualquer lugar do país. Esta forma de emissão
de moeda chama-se FLEXIBILIZAÇÃO QUANTITATIVA ou QUANTITATIVE
EASING, ou ainda AFROUXAMENTO QUANTITATIVO.
A quantidade de moeda criada em quantitative easing é denominada valor
expandido. Trata-se de uma criação maciça de dinheiro, ou seja, de
afrouxamento monetário. Os bancos centrais, normalmente, só imprimem
papel moeda de acordo com a demanda de dinheiro (não há criação
espontânea de dinheiro novo). No quantitative easing, os bancos centrais
usam o dinheiro eletronicamente(escritural) criado para comprar grandes
quantidades de títulos e diversos ativos financeiros no mercado financeiro e de
capitais. Isto aparece como reservas bancárias (depósitos que os bancos têm
nas contas do Banco Central), não representando entrega de dinheiro novo
(emissão de moeda nova) para os bancos emprestarem.
E quais são estas políticas econômicas e como se dividem?

 Política Fiscal (Arrecadações menos despesas do fluxo do orçamento do


governo)
 Política Cambial (Controle indireto das taxas de câmbio e da balança de
pagamentos)
 Política Creditícia (Influência nas taxas de juros do mercado, através da
taxa Selic)
 Política de Rendas (Controle do salário-mínimo nacional e dos preços dos
produtos em geral)
 Política Monetária (Controle do volume de meio circulante disponível no
país e controle do poder multiplicador do dinheiro escritural)
POLÍTICA FISCAL

Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo


arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a
estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de
recursos. A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento
econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. A
função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim,
a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços
públicos, compensando as falhas de mercado.
Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob diferentes
ângulos, que podem focar na mensuração da qualidade do gasto público bem
como identificar os impactos da política fiscal no bem-estar dos cidadãos. Para
tanto o Governo se utiliza de estratégias como elevar ou reduzir impostos, pois,

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além de sensibilizar seus cofres públicos, buscar aumentar ou reduzir o volume
de recursos no mercado quando for necessário.
A política fiscal consiste em basicamente dois objetivos: primeiro, ser uma
fonte de receitas ou de gastos para o governo, na medida em que reduz seus
impostos para estimular ou desestimular o consumo. Segundo, quando o
governo usa a emissão de títulos públicos, títulos estes emitidos pela
Secretaria do Tesouro Nacional, para comercializá-los e arrecadar dinheiro
para cobrir seus gastos e cumprir suas metas de arrecadação.
Sim, o governo tem metas de arrecadação, que muitas vezes precisam de
uma forcinha através da comercialização de títulos públicos federais no
mercado financeiro. Como, segundo a constituição federal, no artigo 164 é
vedado ao Banco Central financiar o tesouro com recursos próprios, esse
busca CAPITALIZAR o governo comercializando os títulos emitidos pela
Secretaria do Tesouro.
Desta forma o governo consegue não só arrecadar recursos como,
também, enxugar ou irrigar o mercado de dinheiro, pois quando o Banco
Central vende títulos públicos federais retira dinheiro de circulação, e entrega
títulos aos investidores. Já quando o Banco Central compra títulos de volta,
devolve recursos ao sistema financeiro, além de diminuir a dívida pública do
governo. Mas aí você se pergunta: Como assim?
Simples. O governo vive em uma quebra de braços constante, onde,
precisa arrecadar mais do que ganha, mas não pode deixar de gastar, pois
precisa estimular a economia. Então a saída é arrecadar impostos e quando
estes não forem suficientes o governo se endivida. Isso mesmo! Quando o
governo emite títulos públicos federais ele se endivida, pois os títulos públicos
são acompanhados de uma remuneração, uma taxa de juros, que recebeu o
nome do sistema que administra e registra essas operações de compra e
venda. Este sistema chama-se SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia). Este sistema deu o nome a taxa de juros dos títulos, logo a
intitulamos de taxa SELIC.
Esta taxa de juros nada mais é do que o famoso juro da dívida pública,
isso porque o governo deve considerá-lo como despesa por endividamento.
Logo, a emissão destes títulos, bem como o aumento da taxa SELIC devem ser
cautelosos para evitar excessos de endividamento, acarretando dificuldades
em fechar o caixa no fim do ano.
Este fechamento de caixa pode resultar em duas situações. Uma
chamamos de superávit e a outra chamamos de déficit.
Resultado fiscal primário é a diferença entre as receitas primárias e as
despesas primárias durante um determinado período. O resultado fiscal
nominal, ou resultado secundário, por sua vez, é o resultado primário
acrescido do pagamento líquido de juros. Assim, fala-se que o Governo
obtém superávit fiscal quando as receitas excedem as despesas em dado
período; por outro lado, há déficit quando as receitas são menores do que as
despesas.

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No Brasil, a política fiscal é conduzida com alto grau de responsabilidade
fiscal. O uso equilibrado dos recursos públicos visa a redução gradual da dívida
líquida como percentual do PIB, de forma a contribuir com a estabilidade, o
crescimento e o desenvolvimento econômico do país. Mais especificamente, a
política fiscal busca a criação de empregos, o aumento dos investimentos
públicos e a ampliação da rede de seguridade social, com ênfase na redução
da pobreza e da desigualdade.

POLÍTICA CAMBIAL

É o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao


comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se refere à
estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de
pagamentos.
A política cambial busca estabilizar a balança de pagamentos tentando
manter em equilíbrio seus componentes, que são: a conta corrente, que
registra as entradas e saídas devidas ao comércio de bens e serviços, bem
como pagamentos de transferências; e a conta capital e financeira. Também
são componentes dessa conta os capitais compensatórios: empréstimos
oferecidos pelo FMI e contas atrasadas (débitos vencidos no exterior).
Dentro desta balança de pagamentos há uma outra balança chamada
Balança Comercial, que busca estabilizar o volume de importações e
exportações dentro do Brasil. Esta política visa equilibrar o volume de moedas
estrangeiras dentro do Brasil para que seus valores não pesem tanto na
apuração da inflação, pois como vimos anteriormente, as moedas estrangeiras
estão muito presentes em nosso dia a dia.
Como o governo não pode interferir no câmbio brasileiro de forma direta,
uma vez que o câmbio brasileiro é flutuante, o governo busca estimular
exportações e desestimular importações quando o volume de moeda
estrangeira estiver menor dentro do brasil. Da mesma forma caso o volume de
moeda estrangeira dentro do Brasil aumente demais, causando sua
desvalorização exagerada, o governo buscar estimular importações para
reestabelecer o equilíbrio.
Mas porque o governo estimularia a valorização de uma moeda
estrangeira no Brasil?
A resposta é simples, ao estimular a valorização de uma moeda
estrangeira atraímos investidores, além de tornar o cenário mais salutar para
os exportadores, que são os que produzem riquezas e empregos dentro do
Brasil em maior volume. Assim, ao vermos um cenário de desvalorização do
real frente a uma moeda estrangeira, como o dólar, podemos dizer que o real
se torna mais competitivo em suas exportações, pois como nossa moeda é
mais barata, podemos vender nossos produtos no exterior mais baratos que os
produzidos por muitos de nossos concorrentes lá fora, é o que ocorre por
exemplo com a China. Sua moeda é tão desvalorizada em relação a outras
moedas, que seus produtos têm uma diferença de preço muito considerável,
tornando seus produtos mais atrativos, principalmente sob o ponto de vista do

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preço. Já o cenário oposto também é verdadeiro, mas para os importadores
brasileiros. Calma, vou explicar!!!!
Quando o real está mais valorizado em relação a outra moeda, significa
que o comprador no outro país vai ter que gastar mais da sua moeda para
comprar produtos brasileiros, isso faz com que as exportações brasileiras
fiquem menos interessantes, mas para os brasileiros que importam teremos um
cenário melhor, pois como o real está mais valorizado, ele compra mais lá fora,
e assim os importadores poderão ter mais lucro nas suas operações, uma vez
que o custo da importação será menor.
Desta forma ao se utilizar da política cambial, o governo busca estabilizar
a balançam de pagamentos e estimular ou desestimular exportações e
importações. Vale destacar que os exportadores são chamados de provedores
de divisas, ou seja, eles trazem moeda estrangeira para o Brasil; já os
importadores são demandantes de divisas, ou seja, pega moeda estrangeira
dentro do Brasil e levam para fora. Vamos falar mais sobre isso no capítulo de
mercado de câmbio.

POLÍTICA CREDITÍCIA

É um conjunto de normas ou critérios que cada instituição financeira


utiliza para financiar ou emprestar recursos a seus clientes, mas sobre a
supervisão do Governo, que controla os estímulos a concessão de crédito.
Cada instituição deve desenvolver uma política de crédito coordenada, para
encontrar o equilíbrio entre as necessidades de vendas e, concomitantemente,
sustentar uma carteira a receber de alta qualidade.
Esta política sofre constante influência do poder governamental, pois o
governo se utiliza de sua taxa básica de referência, a taxa SELIC, para
conduzir as taxas de juros das instituições financeiras para cima ou para baixo.
É simples. Se o governo eleva suas taxas de juros, é sinal de que os
bancos em geral seguirão seu raciocínio e elevarão suas taxas também,
gerando uma obstrução a contratação de crédito pelos clientes tomadores ou
gastadores. Já se o governo tende a diminuir a taxa Selic, os bancos em geral
tendem a seguir esta diminuição, recebendo estímulos a contratação de crédito
para os tomadores ou gastadores.
POLÍTICA DE RENDAS

A política de rendas consiste na interferência do governo nos preços e


salários praticados pelo mercado. No intuito de atender a interesses sociais, o
governo tem a capacidade de interferir nas forças do mercado e impedir o seu
livre funcionamento. É o que ocorre quando o governo realiza um tabelamento
de preços com o objetivo de controlar a inflação. Ressaltamos que, atualmente,
o Governo brasileiro interfere tabelando o valor do salário-mínimo, entretanto
quanto aos preços dos diversos produtos no país não há interferência direta do
governo.

POLÍTICA MONETÁRIA

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É a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade
de moeda em circulação, de crédito e das taxas de juros controlando a liquidez
global do sistema econômico.
Esta é a mais importante política econômica traçada pelo governo. Nela
estão contidas as manobras que surtem efeitos mais eficazmente na economia.
A política monetária influencia diretamente a quantidade de dinheiro
circulando no país e, consequentemente, a quantidade de dinheiro no nosso
bolso.
Existem dois principais tipos de política monetária a serem adotados pelo
governo; a política restritiva, ou contracionista, e a política expansionista.
A política monetária expansiva consiste em aumentar a oferta de moeda,
reduzindo assim a taxa de juros básica e estimulando investimentos. Essa
política é adotada em épocas de recessão, ou seja, épocas em que a economia
está parada e ninguém consome, produzindo uma estagnação completa do setor
produtivo. Com esta medida o governo espera estimular o consumo e gerar mais
empregos.
Ao contrário, a política monetária contracionista consiste em reduzir a
oferta de moeda, aumentando assim a taxa de juros e reduzindo os
investimentos. Essa modalidade da política monetária é aplicada quando a
economia está a sofrer alta inflação, visando reduzir a procura por dinheiro e o
consumo causando, consequentemente, uma diminuição no nível de preços
dos produtos.
Esta política monetária é rigorosamente elaborada pelas autoridades
monetárias brasileiras, se utilizando dos seguintes instrumentos, TODOS
REGULAMENTADOS E EXECUTADOS PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL.

Mercado Aberto

Também conhecido como Open Market (Mercado Aberto), as operações


com títulos públicos é mais um dos instrumentos disponíveis de Política
Monetária. Este instrumento, considerado um dos mais eficazes, consegue
equilibrar a oferta de moeda e regular a taxa de juros em curto prazo.
A compra e venda dos títulos públicos, emitidos pela Secretaria do
Tesouro Nacional, se dá pelo Banco Central através de Leilões Formais e
Informais. De acordo com a necessidade de expandir ou reter a circulação de
moedas do mercado, as autoridades monetárias competentes resgatam ou
vendem esses títulos.
Se existe a necessidade de diminuir a taxa de juros e aumentar a
circulação de moedas, o Banco Central compra (resgata) títulos públicos que
estejam em circulação.
Se a necessidade for inversa, ou seja, aumentar a taxa de juros e diminuir
a circulação de moedas, o Banco Central vende (oferta) os títulos disponíveis.
Portanto, os títulos públicos são considerados ativos de renda fixa,
tornando-se uma boa opção de investimento para a sociedade.

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Outra finalidade dos títulos públicos é a de captar recursos para o
financiamento da dívida pública, bem como financiar atividades do Governo
Federal, como por exemplo, Educação, Saúde e Infraestrutura.

ATENÇÃO!
Os leilões dos títulos públicos são de responsabilidade do BACEN que
credencia Instituições Financeiras chamadas de Dealers ou líderes de
mercado, para que façam efetivamente o leilão dos títulos. Nesse caso
temos leilão Informal ou Go Around, pois nem todas as instituições são
classificadas como Dealers.
Os leilões Formais são aqueles em que TODAS as instituições financeiras,
credenciadas pelo BACEN, podem participar do leilão dos títulos, mas
sempre sob o comando do deste.
Além destas formas de o Governo participar do mercado de capitais, existe o
Tesouro Direto, que é uma forma que o Governo encontrou que aproxima as
pessoas físicas e jurídicas em geral, ou não financeiras, da compra de títulos
públicos. O tesouro direto é um sistema controlado pelo BACEN para que a
pessoa física ou jurídica comum possa comprar títulos do Governo, dentro
de sua própria casa ou escritório.
Os títulos públicos possuem, hoje, 5 tipos diferentes com características que
lhe concedem rentabilidades distintas. Vamos conhecer quais são os títulos
abaixo:

Os juros semestrais, significam que a cada semestre o governo paga a você


os juros devidos, mas apenas os juros, o principal, que é o valor que você
investiu, ele só devolve no final do prazo, belezinha?! Esse pagamento de
juros semestrais, nós chamamos de CUPOM.

Novidade! Tesouro Renda+


O Tesouro RendA+ (NTN-B1) é o novo título público federal criado pelo Tesouro
Nacional a fim de complementar a aposentadoria dos brasileiros. Ele tem rendimento
acima da inflação (por isso o + no nome) e, na data de vencimento, o investidor
recebe o valor acumulado em parcelas mensais com correção monetária pelo prazo
de 20 anos. Com isso o Governo trouxe para os títulos públicos o conceito de
previdência complementar provada para os investidores, e uma forma de manter
sempre investidor atrelado ao título, reduzindo a possibilidade de amortizações de
dívida.

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Redesconto ou empréstimo de liquidez

Outro instrumento de controle monetário é o Redesconto Bancário, no


qual o Banco Central concede “empréstimos” às instituições financeiras a
taxas acima das praticadas no mercado.
Os chamados empréstimos de assistência à liquidez são utilizados pelos
bancos somente quando existe uma insuficiência de caixa (fluxo de caixa), ou
seja, quando a demanda de recursos depositados não cobre suas
necessidades.
Quando a intenção do Banco Central é de injetar dinheiro no mercado,
ele baixa a taxa de juros para estimular os bancos a pegar estes empréstimos.
Os bancos por sua vez, terão mais disponibilidade de crédito para oferecer ao
mercado, consequentemente a economia aquece.
E quando o Banco Central tem por necessidade retirar dinheiro do
mercado, as taxas de juros concedidas para estes empréstimos são altas,
desestimulando os bancos a pegá-los. Desta forma, os bancos que precisam
cumprir com suas necessidades imediatas, enxugam as linhas de crédito,
disponibilizando menos crédito ao mercado, com isso a economia desacelera.
Vale ressaltar que o Banco Central é proibido, pela Constituição
Brasileira, de emprestar dinheiro a qualquer outra instituição que não seja
uma instituição financeira.
As operações de Redesconto do Banco Central podem ser:
I - intradia, destinadas a atender necessidades de liquidez das instituições
financeiras ao longo do dia. É o chamado Redesconto a juros zero!
II - de um dia útil, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez
decorrentes de descasamento de curtíssimo prazo no fluxo de caixa de
instituição financeira;
III - de até quinze dias úteis, podendo ser recontratadas desde que o prazo
total não ultrapasse quarenta e cinco dias úteis, destinadas a satisfazer
necessidades de liquidez provocadas pelo descasamento de curto prazo no
fluxo de caixa de instituição financeira e que não caracterizem desequilíbrio
estrutural; e
IV - de até noventa dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o
prazo total não ultrapasse cento e oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar
o ajuste patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio estrutural.

ATENÇÃO!

Entende-se por operação intradia, para efeito do disposto neste regulamento,


a compra com compromisso de revenda, em que a compra e a
correspondente revenda ocorrem no próprio dia entre a instituição financeira
tomadora e o Banco Central.

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Todas as operações feitas elo BACEN são compromissadas, ou seja, a outra
parte que contrata com o BACEN assume compromissos com ele para
desfazer a operação assim que o BACEN solicitar. Sobre a Compra com
Compromisso de Revenda temos algumas observações que despencam nas
provas.
Podem ser objeto de Redesconto do Banco Central, na modalidade de
compra com compromisso de revenda, os seguintes ativos de titularidade de
instituição financeira, desde que não haja restrições a sua negociação:
I - Títulos públicos federais registrados no Sistema Especial de Liquidação e
de Custódia -Selic, que integrem a posição de custódia própria da instituição
financeira, e
II - Outros títulos e valores mobiliários, créditos e direitos creditórios,
preferencialmente com garantia real, e outros ativos.

Informação de ouro!
As operações intradia e de um dia útil aceitam como garantia
exclusivamente os títulos públicos federais, as demais podem ter como
garantia qualquer título aceito como garantia pelo BACEN.

Recolhimento Compulsório

Recolhimento compulsório é um dos instrumentos de Política Monetária


utilizado pelo Governo para aquecer ou esfriar a economia. É um
depósito obrigatório feito pelos bancos junto ao Banco Central.
Parte de todos os depósitos que são efetuados à vista, ou seja, os
depósitos das contas correntes, tanto de livre movimentação como de não livre
movimentação pelo cliente, depósitos a prazo e demais depósitos feitos pela
população, junto aos bancos, vão para o Banco Central. O Banco Central fixa
esta taxa de recolhimento. Essa taxa é variável, de acordo com os interesses
do Governo em acelerar ou não a economia.
Isso porque ao reduzir o nível do recolhimento, sobram mais recursos nas
mãos dos bancos para serem emprestados aos clientes, e, com isso, gerando
maior volume de recursos no mercado. Já quando os níveis do recolhimento
aumentam, as instituições financeiras reduzem seu volume de recursos,
liberando menos crédito e, consequentemente, reduzindo o volume de recursos
no mercado.
O recolhimento compulsório tem por finalidade aumentar ou diminuir a
circulação de moeda no País. Quando o Governo precisa diminuir a circulação
de moedas no país, o Banco Central aumenta a taxa do compulsório, pois

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desta forma as instituições financeiras terão menos crédito disponível para
população, portanto, a economia acaba encolhendo.
Ocorre o inverso quando o Governo precisa aumentar a circulação de
moedas no país. A taxa do compulsório diminui e com isso as instituições
financeiras fazem um depósito menor junto ao Banco Central. Desta maneira,
os bancos comerciais ficam com mais moeda disponível, consequentemente
aumentam suas linhas de crédito. Com mais dinheiro em circulação, há o
aumento de consumo e a economia tende a crescer.
As instituições financeiras podem fazer transferências voluntárias, de
posições positivas na captação, ou seja, quando captam mais do que
emprestam, porém, o depósito compulsório é obrigatório. Os valores que são
recolhidos ao Banco Central são remunerados por ele para que a instituição
financeira não tenha prejuízos com os recursos parados devido ao
compulsório. É importante destacar que, devido a Lei 14.185/21, o BACEN
também está autorizado a captar recursos de forma voluntária das instituições
financeiras, os depósitos voluntários, e remunerá-las por isso.
O recolhimento pode ser feito em espécie (papel moeda), através de
transferências eletrônicas para contas mantidas pelas instituições financeiras
junto ao BACEN ou até mesmo através de compra e venda de títulos públicos
federais.

Além disso o Recolhimento Compulsório pode variar em função das


seguintes situações:

1) Regiões Geoeconômicas (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82)


2) Prioridades de aplicações, ou seja, necessidade do Governo (Redação
dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82)
3) Natureza das instituições financeiras; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de
14/09/82)

Os valores dos Recolhimentos Compulsórios são estabelecidos pelo BACEN


da seguinte forma:

Determinar compulsório sobre Depósito Até


à vista 100%

Determinar compulsório sobre demais Até


Títulos Contábeis e Financeiros 60%
ATENÇÃO

Os instrumentos de política monetária citados acima são


importantes armas para execução do QUANTITATIVE EASING ou
FLEXIBILIDADE QUANTITATIVA que já comentamos anteriormente.

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As novas Linhas Financeiras de Liquidez do BACEN RESOLUÇÃO 110/2021

Quando uma pessoa pretende adquirir um bem, não basta ter renda e
patrimônio compatíveis com essa aquisição, é necessário que ela possua
recursos disponíveis para efetivar a compra nas condições acertadas. Assim
também ocorre com as empresas ou instituições financeiras quando vão quitar
alguma obrigação com um terceiro: é necessário possuir recursos disponíveis,
ou “liquidez”, para efetivar a quitação.

A liquidez pode ser entendida como a medida dos recursos disponíveis que
alguém possui para quitar suas obrigações.

O fornecimento de liquidez é a atividade que o BC realiza ao disponibilizar


recursos às instituições financeiras para facilitar a quitação de obrigações.
Atuando, assim, como banco dos bancos, uma função clássica de bancos
centrais. Essa função contribui para a credibilidade e para a estabilidade da
moeda e do sistema financeiro.

O Banco Central do Brasil possui mandato legal (Lei nº 4.595/1964) para


desempenhar a função de banco dos bancos de duas formas, por meio do
redesconto ou do empréstimo.

Tradicionalmente, o termo redesconto se refere a um tipo de operação que


ocorria em dois momentos distintos. No primeiro momento, uma empresa
tomava títulos que representavam promessas de pagamento em seu favor por
parte de clientes e as descontava num banco comercial. Ou seja, ela os
entregava como garantia, antecipando, assim, o recebimento do seu valor
original, descontado pelo banco a uma dada taxa de juros. No momento
seguinte, caso precisasse de recursos, o banco apresentava ao Banco Central
um novo título que representava o valor antecipado à empresa com base nos
títulos que já haviam sido descontados. Então o Banco Central emprestava ao
banco os recursos financeiros correspondentes ao valor do novo título,
descontado a uma taxa de juros. Assim, considerando que o lastro original
deste último empréstimo eram os títulos apresentados pela empresa ao banco
comercial, entendeu-se que tais, de fato, haviam sofrido duas operações de
desconto ou, por assim dizer, sido “redescontados”.

Atualmente, com a evolução do processo de assistência financeira de liquidez


por parte do Banco Central, o termo redesconto, previsto no arcabouço legal e
infralegal que regulam esse tipo de operação, foi mantido, apesar de traduzir
um conjunto mais diversificado de procedimentos pelos quais o Banco Central
fornece recursos de última instância às instituições financeiras. Um desses
procedimentos é o Redesconto do Banco Central, operação por meio da qual o
BCB compra ativos da instituição financeira com compromisso de revendê-los à
mesma instituição em data futura e, por seu turno, a instituição financeira
vende seus ativos ao Banco Central com compromisso de recomprá-los em
data futura. O Redesconto do Banco Central é efetivado, portanto, por meio de
uma operação compromissada.

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Outra forma de o Banco Central atuar em sua função típica de banco dos
bancos ou emprestador de última instância é o empréstimo. Uma das
modalidades de empréstimo é aquela realizada contra cesta de garantias.
Nesta operação a instituição transfere previamente ativos ao Banco central
que, a partir desta cesta de ativos, vai atribuir um limite de crédito à instituição
financeira para que possa contratar empréstimos.

Novas Linhas Financeiras de Liquidez – LFL

A Linha de Liquidez Imediata (LLI), destinada ao gerenciamento de


descasamentos de fluxos de caixa de curto prazo, abrangendo operações pelo
prazo de até 5 (cinco) dias úteis; e

A Linha de Liquidez a Termo (LLT), voltada a atender necessidades de liquidez


decorrentes de descasamentos entre operações ativas e passivas de
instituições financeiras, abrangendo operações pelo prazo de até 359
(trezentos e cinquenta e nove) dias corridos.

As diretrizes estratégicas para o desenvolvimento dessas linhas foram


definidas pela Diretoria do Banco Central (BC) por meio do Voto 140/2019-
BCB de 10 de julho de 2019.

Principais características das novas LFL

 Empréstimo contra uma cesta de garantias;


 Pré-posicionamento da cesta de garantias em favor do BC;
 Realização do posicionamento da cesta de garantias em modelo de
cessão fiduciária
 Composição da cesta de garantias incluindo títulos e valores mobiliários
emitidos por entidades privadas;
 Definição de regras de elegibilidade para os ativos e contrapartes;
 Processo de definição de preço da cesta de ativos colocada em
garantia;
 Disponibilidade de um limite financeiro com base na definição de preço
da cesta de garantias e em mitigadores de risco.

Ativos que compõem a cesta de garantias


Debêntures e Notas Promissórias Comerciais foram os ativos priorizados para
compor a cesta de garantias na primeira etapa de operação das LFL.

A ampliação dos ativos a serem aceitos de forma automática aumentará o


potencial acesso a liquidez, colaborando para a missão do Banco Central de
assegurar um Sistema Financeiro mais sólido e eficiente. Permitirá, ainda, a

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redução estrutural dos níveis de recolhimentos compulsórios sem fragilizar a
estabilidade do Sistema Financeiro. A inclusão de títulos de emissão privada
tem ainda o potencial de aumentar a eficiência do mercado financeiro e
desenvolver o mercado de capitais local, reduzindo custos e aumentando suas
competitividades, inclusive em relação a mercados internacionais.

VAMOS PRATICAR?

1. (atualizada) Parte das nações indica apenas a meta na qual a autoridade


monetária do país está mirando ao fixar os juros básicos. Outras
estabelecem um intervalo de tolerância, [...], ao mesmo tempo em que sete
países adotam o sistema igual ao do Brasil (meta central e intervalo de
tolerância para cima e para baixo).
MARTELLO, A. Governo fixa meta central de inflação... / Globo.com/G1, Brasília, 26 jun. 2015.
Disponível em:<http://www.g1.glob o.co m/eco no mia /no ticia/20150/06/governo -fixa -meta -
central-de-inflama cao...>.
Acesso em: 13 ago. 2015. Adaptado

O intervalo de tolerância da meta de inflação, adotado pelo governo para


2017, sofreu uma alteração em junho de 2015 que levou a alteração do:
a) teto do intervalo de tolerância, de 6,5% ao ano para 6% ao ano.
b) piso do intervalo de tolerância, de 2,5% ao ano para 2% ao ano.
c) valor central do intervalo de tolerância, de 4,5% ao ano para 5% ao ano.
d) valor central do intervalo de tolerância, de 4,5% ao ano para 4% ao ano.
e) teto do intervalo de tolerância, de 6,5% ao ano para 7% ao ano.

2. (atualizada) O Banco Central do Brasil tem por objetivo zelar pela liquidez
da economia. A liquidez é um atributo de um ativo que deve, em maior ou
menor grau, conservar valor ao longo do tempo e ser capaz de liquidar
dívidas.
Sendo a moeda um ativo líquido, o Banco Central do Brasil deve interferir
obrigatoriamente na liquidez da economia quando:
a) as reservas monetárias estão baixas.
b) os empréstimos excedem as reservas bancárias.
c) a inflação está acima do esperado.
d) a inflação está dentro do esperado.
e) os empréstimos excedem os depósitos à vista.

3. As previsões para o desempenho da economia brasileira neste ano e no


próximo continuam se deteriorando. As cerca de cem instituições que
consultadas para o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC),
projetam uma queda maior para Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 [...]
Quanto à inflação, os analistas consultados pelo BC aguardam uma alta de
9,23% para o IPCA deste calendário, acima da taxa estimada antes, de

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9,15%. CAPRIOLI, G. Mercado vê inflação de 9,23% em 2015 e economia
mais contraída.
Valor Econômico, São Paulo, 27 jul. 2015. Disponível em:
<http://www.valor.com.br/brasil/4150608/
mercado-ve-inflacao-de-923-em-2015-e-eco nomia-mais-contraida>. Acesso em: 10 ago.
2015. Adaptado.

Nesse contexto, representa uma medida efetiva que poderá ser adotada para
conter a alta inflacionária:
a) aumentar a taxa de juros básica da economia.
b) reduzir drasticamente os principais impostos federais, estaduais e
municipais.
c) aumentar a emissão de papel moeda para honrar a folha de
pagamento e os demais gastos do governo, visando a diminuir os
depósitos à vista nos bancos.
d) aumentar a produção de bens na indústria.
e) aumentar o nível geral de preços da economia.

4. No Brasil, a condução e a operação diárias da política monetária, com o


objetivo de estabilizar a economia, atingindo a meta de inflação e mantendo
o sistema financeiro funcionando adequadamente, são uma
responsabilidade do(a).
a) Caixa Econômica Federal.
b) Comissão de Valores Mobiliários.
c) Banco do Brasil.
d) Banco Central do Brasil.
e) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

5. Julgue os seguintes itens, relativos à formulação e execução da política


monetária no Brasil.
A redução da alíquota do recolhimento compulsório e a compra de títulos
em operações de mercado aberto são exemplos da adoção de política
monetária expansionista, uma vez que ambas elevam a quantidade de
moeda em circulação na economia.

( ) Certo ( ) Errado

6. No que diz respeito ao mercado monetário, julgue o item.


As operações de redesconto do BACEN incluem a intradia: operação
destinada a viabilizar o ajuste patrimonial de instituição financeira com
desequilíbrio estrutural.

( ) Certo ( ) Errado

7. Uma desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à moeda


norte-americana (dólar), implica a(o):
a) diminuição do número de reais necessários para comprar um dólar.

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b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do Brasil.
c) diminuição do preço em reais de um produto importado dos EUA.
d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA.
e) aumento das cotações das ações das empresas importadoras na bolsa
de valores.

8. Uma das funções desempenhadas pela moeda é a de reserva de valor, no


entanto, a moeda não é o único ativo que desempenha tal função. O motivo
que faz com que os cidadãos retenham moeda como reserva de valor é o fato
de ela:

(A) ser protegida contra inflação.


(B) prestar algum serviço ao seu possuidor.
(C) propiciar um aumento no seu valor.
(D) oferecer um rendimento a seu detentor.
(E) possuir liquidez absoluta.

9. Julgue os seguintes itens, relativos à formulação e execução da política


monetária no Brasil.

As operações de mercado aberto são transações, realizadas diariamente,


de compra e venda de títulos da dívida pública emitidos pelo BCB com o
objetivo de controlar a liquidez do sistema bancário.

( ) Certo ( ) Errado

10. Com relação às características e funções do mercado monetário e do


mercado de crédito, julgue os itens que se seguem.
No mercado monetário, a oferta de moeda é definida pelo BCB e atende à
seguinte relação: quanto maior for a taxa básica de juros da economia,
maior será a demanda por moeda.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A C A D C E D E E E

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