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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
POLÍTICAS ECONÔMICAS E FUNÇÕES DA MOEDA
Vamos começar a falar de conhecimentos bancários, mas antes, preciso te falar sobre o assunto
principal da matéria.
Achou que era o tal do sistema financeiro nacional, não foi?

Pois não é não! O assunto principal é o tal do DINHEIRO! Isso mesmo, o faz-me rir, a bufunfa!

Separa o Café! Bora iniciar!

O dinheiro não foi criado junto com Adão e Eva no paraíso, o dinheiro foi criado por uma
necessidade da humanidade de realizar comercio sem precisar trocar mercadorias, que era algo
complexo por natureza e com a evolução da humanidade e do comercio entre os povos, ia ficar mais
complexo ainda se o dinheiro não tivesse sido criado.
Antes do dinheiro (papel moeda e moeda metálica) as negociações de mercadorias eram feitas
através da simples troca de mercadorias, ou escambo.

O produtor de cadeiras queria leite, e o produtor de leite queria cadeiras; então vamos fazer a troca.
Esse exemplo é bem diferente, mas esse é o objetivo, para mostrar que o escambo tinha seus vários problemas,
uma vez que nem sempre uma pessoa tinha interesse no que o outro produzia para troca, ou seja, o fabricante
de cadeiras podia não querer tanto leite, ou pelo fato do leite se mais perecível em relação a cadeira, a
necessidade por leite seria maior do que de cadeiras. E aí? Como fica isso?
A humanidade foi buscando formas de encontrar objetos que tivessem um interesse unanime das
pessoas, ou seja, vamos tentar achar algo que tenha o mesmo valor para a pessoa A e para a pessoa B;
assim as trocas poderiam ser feitas com base nesse item valioso e não entre mercadorias.
No início foi convencionado que os metais preciosos e pedras seriam os itens de valor comum que
poderiam ser trocados por mercadorias, pois quem não iria querer uma pepita de ouro? Assim a
humanidade foi comercializando mercadorias trocando por pedras preciosas ou metais.
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A moeda metálica surgiu com a necessidade de melhorar o transporte e guarda dos metais
preciosos, pois ladrões sempre existiram, então os ourives, que manuseavam o ouro, também receberam
a função de custodiantes (guardadores) dos metais e pedras preciosas das pessoas e, ao receber os itens,
emitia um papel informando que aquela pessoa possuía aqueles valores guardados. Esse papel também
serviria como objeto de troca por mercadorias.
A cunhagem de moedas foi criada para evitar as falsificações dos metais, acredita nisso? Na
Grécia antiga já existiam os falsificadores, ou seja, aqueles que diziam que uma moeda era de prata,
mas ela não tinha tanta prata como ele dizia. Para evitar esse problema, as nações começaram a cunhar
moedas colocando seus selos nas moedas para garantir que aquela moeda de prata tinha a quantidade
correta de prata e não de outro metal inferior.
Assim a humanidade vem caminhando e utilizando cada vez mais a moeda, ou seja, o item que
serve de troca para se adquirir produtos ou serviços, pois é um item que tem valor para qualquer pessoa.
“Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que é geralmente aceito para liquidar as transações,
isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações, ou seja, de acordo com esta definição,
qualquer coisa pode ser moeda, desde que aceita como forma de pagamento. Ela é considerada o
instrumento básico para que se possa operar no mercado. Pois a moeda atua como meio de troca. Quando
um indivíduo vende seu produto, ele receberá moeda pelo produto vendido e, por conseguinte, terá
moeda para comprar aquilo que desejar.
Além disso, a moeda desempenha a função como unidade de conta (também chamado
de denominador comum de valor), isto é, fornece um padrão para que as demais mercadorias
expressem seus valores, e forneçam um referencial para que os valores dos demais produtos sejam
cotados no mercado.
E a terceira função da moeda é a chamada reserva de valor, função que decorre do meio de
troca, onde o poder de comprar adquirido ao vender sua mercadoria mantem-se ao longo do tempo. Em
outras palavras, a moeda deve preservar o poder de compra (assim como acontece com os títulos, pois
eles têm valor de compra e rentabilidade ao longo do tempo).

Resumindo as três funções, temos:


• Moeda como meio de troca: intermediário entre as mercadorias;
• Moeda com unidade de conta: ser o referencial das trocas, o instrumento pelo qual as mercadorias
são cotadas; e
• Moeda como reserva de valor: poder de compra que se mantém no tempo, ou seja, forma de se
medir a riqueza.

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Ao longo do tempo, a moeda evoluiu, primeiramente tínhamos a moeda-mercadoria (sal, animais
etc.), passando pela moeda metálica (ouro, prata, metais preciosos) até chegarmos ao que temos hoje,
o papel-moeda ou moeda fiduciária, para o qual não existe qualquer tipo de lastro. Isto é, não existe a
garantia física sustentando o valor da moeda, e sua aceitação se deve à imposição legal do Governo.
Assim como demandamos moeda ao comprar e vender mercadorias, há também a oferta de
moeda. Em um sistema cuja moeda é lastreada, por exemplo, em ouro, a circulação de moeda depende
da quantidade de ouro em estoque no país. Já em um sistema sem lastro, tem-se a moeda fiduciária, e o
responsável pelo controle de oferta de moeda é o Banco Central.”
Fonte: https://politicamonetaria.webnode.com.br/moeda/oferta-da-moeda/
Agora que nos conhecemos as funções do dinheiro e a importância na nossa vida, vamos falar sobre
o dinheiro como mercadoria, onde, assim como todas as mercadorias, sofre com a lei da oferta e da
demanda.
Dentro do contexto da nossa matéria, surgirão, inevitavelmente, as políticas adotadas pelo governo
para buscar o bem-estar da população. Como agente de peso no sistema financeiro brasileiro, o Governo
tem por objetivo, estruturar políticas para alcançar a macroeconomia brasileira, ou seja, criar mecanismos
para defender os interesses dos brasileiros, economicamente.

É comum você ouvir nos jornais notícias como: o governo aumentou a


taxa de juros, ou diminuiu. Essas notícias estão ligadas, intrinsecamente, as
políticas coordenadas pelo governo para estabilizar a economia e o processo
inflacionário.
As políticas traçadas pelo governo têm um objetivo simples, que é
aumentar ou reduzir a quantidade de dinheiro circulando no país, e com isso,
controlar a inflação.

Para tanto, o governo vale-se de manobras como:


• Aumentar ou diminuir taxas de juros
• Aumentarem ou diminuírem impostos
• Estimular ou desestimular a liberação de crédito pelas instituições financeiras.

Mas o que é essa tal inflação, ou processo inflacionário?


A inflação é um fenômeno econômico que ocorre devido a vários fatores, dentre eles um bastante
conhecido por todos nos desde o ensino médio, onde os professores falavam de uma tal “lei da oferta e
da procura”, lembra?
A lei é bem simples do ponto de vista histórico, mas do ponto de vista econômico há muitas variáveis
que levam a uma explicação do seu comportamento, por exemplo:
O que faria você gastar mais dinheiro? Obviamente ter mais dinheiro. Correto? Então se você possuir
mais dinheiro, a tendência natural é que você gaste mais, com isso as empresas, os produtores e os
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prestadores de serviços percebendo que você está gastando mais, elevarão seus preços, pois sabem que
você pode pagar mais pelo mesmo produto, uma vez que há excesso de demanda pelo produto ou serviço.
Da mesma forma se um produto é elaborado em grande quantidade e a há uma sobra deste, os
seus preços tendem a cair, uma vez que há um excesso de oferta de produto.

A lei da oferta e procura declara que quando a procura é alta, os preços sobem e, quando a oferta
é alta, os preços caem. Dois exemplos demonstram isso. Se existe um teatro com 2 mil lugares (uma
oferta fixa), o preço dos espetáculos dependerá de quantas pessoas desejam ingressos. Se uma peça
muito popular está sendo encenada, e 10 mil pessoas querem assisti-la, o teatro pode subir os preços
de forma que os 2 mil mais ricos possam pagar os ingressos. Quando a procura é muito mais alta que
a oferta, os preços podem subir terrivelmente. Nosso segundo exemplo é mais elaborado. Digamos
que você viva numa ilha na qual todos amam doces. Porém, existe um suprimento limitado de doces
na ilha, assim, quando as pessoas trocam doces por outros itens, o preço é razoavelmente estável.
Com o tempo, você economiza até 25 quilos de doces, que você pode trocar por um carro novo. Um
dia um navio choca-se com algumas pedras perto da ilha e sua carga de doces é perdida na costa.
De repente, 30 toneladas de doces estão dispostas na praia, e qualquer pessoa que deseja doces
simplesmente caminha até a praia e pega alguns. Porque a oferta de doces é muito maior que a
procura, os seus 25 quilos de doces não têm valor algum.”
(Fonte: Ed Grabianowski)

Essa simples lei é um dos fatores que mais afetam a inflação pois, por definição, inflação é:
“O aumento generalizado e persistente dos preços dos produtos de uma cesta de consumo”, ou
seja, para haver inflação deve haver um aumento de preços, mas este aumento não pode ser pontual,
deve ser generalizado.
Mesmo alguns produtos não aumentando de preço, se a maioria aumentar, já é suficiente, mas este
aumento deve ser persistente, ou seja, deve ser contínuo.
Como toda pesquisa científica, deve haver um grupo de teste e um de controle, e a esses grupos
chamamos de cestas de consumo, isso porque ao avaliar a inflação, avaliamos a evolução de um grupo
de produtos ou serviços, e não cada um isoladamente.

Imagine que você vai ao supermercado e faz suas compras, você terá vários produtos em seu
carrinho como: Água, arroz, feijão, carne, milho, trigo, frutas, verduras, legumes etc. Terá na mesma cesta
produtos como: Dólar, Euro, gasolina, álcool (combustível hein), viagens, lazer, cinema, energia etc.
Quando você terminou a cesta e foi ao caixa e a conta totalizou R$ 500,00 no primeiro mês. No
segundo mês ao repetir os mesmos produtos a conta totalizou R$ 620,00; no terceiro R$ 750,00 e no
quarto R$ 800,00. Note que os preços estão subindo de forma persistente.

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Quando o preço de algo sobe, o nosso dinheiro perde valor, uma vez que precisaremos de mais
reais para comprar o mesmo produto. Essa é a consequência mais indesejada do processo que chamamos
de INFLAÇÃO.
O processo inflacionário tem um irmão oposto que é chamado de DEFLAÇÃO. A Deflação ocorre
quando os preços dos produtos começam a cair de forma generalizada e persistente, gerando desconforto
econômico para os produtores que podem chegar a desistir de produzir algo em virtude do baixo preço
de venda.
Ambos os fenômenos têm consequências desastrosas no nosso bem-estar econômico, pois a inflação
gera desvalorização do nosso poder de compra e a deflação pode gerar desinteresse dos produtores
em fabricar, o que, em ambos os casos, pode gerar desemprego em massa, além de tudo ambas ainda
podem culminar na temida Recessão, que nada mais é do que a estagnação completa ou quase total
da economia de um país.
Tanto a inflação como a deflação são fenômenos que podem ser calculados e quantificados, para
isso nosso governo mantém uma autarquia a postos, pronta para apurar e divulgar o valor da Inflação
Oficial chamada IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Esta autarquia chama-se IBGE – Instituto
Brasileiro de geografia e Estatística. O IPCA é a inflação calculada do dia primeiro ao doa 30 de cada
mês, considerando como cesta de serviços a de famílias com renda até 40 salários-mínimos, ou seja, quem
ganha até quarenta salários-mínimos entra no cálculo da inflação oficial.
A fim de manter nosso bem-estar econômico o Governo busca estabilizar esta inflação, uma vez que
ela, por sua vez, reduz nosso poder de compra. Para padronizar os parâmetros da inflação o governo
brasileiro instituiu o regime de Metas para Inflação.
Neste regime a meta de inflação é constituída por um Centro de meta, que seria o valor ideal
entendido pelo governo como uma inflação saudável.
Este centro tem uma margem de tolerância para mais e para menos, pois como em qualquer nota
temos os famosos arredondamentos. É como no colégio quando você tirava 6,5 e o professor arredondava
para 7, lembra?! Isso ajudava muito você na hora de fechar a nota no fim do ano, e para o governo é do
mesmo jeito. É uma ajudinha para fechar a nota. Veja como foram e como estão as principais mudanças
referentes a isto no Brasil.

HISTÓRICO DAS METAS DE INFLAÇÃO E SEUS INTERVALOS DE TOLERANCIA DE 2017 À 2025.

* As metas para os anos 2024 e 2025 ainda podem ser revistas.

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ATENÇÃO!
Até 31/12/2016 a margem de tolerância, ou seja, de variação do Centro da meta era de 2% para
mais (teto) ou para menos (piso). Já a partir de 01/01/2017 até 31/12/2018 a nova margem de
tolerância passou a ser de 1,5% para mais (teto) ou para menos (piso).
Para o ano de 2019, o CENTRO DA META para a inflação será de 4,25%, com intervalo de tolerância
de menos 1,50% e de mais 1,50%; para o ano de 2020, o CENTRO DA META para a inflação será
de 4,00%, com intervalo de tolerância de menos 1,50% e de mais 1,50%, para o ano de 2021, o
centro da meta será 3,75% com a margem de tolerância de 1,5% para mais ou para menos, para
2022 o centro será de 3,50%, para 2023 o centro será de 3,25% com margens de tolerância de 1,5%
para mais e para menos; para 2024 o centro será de 3%, com margens de tolerância de 1,5% para
mais e para menos e para 2025 mantem-se a mesma meta e parâmetro de 2024.
Além disso, o Decreto 9.083 de junho de 2017 alterou a periodicidade de estabelecimento da
meta de inflação para até 30 de junho de cada terceiro ano imediatamente anterior. Deu um nó não
foi?!
É simples, o centro da meta de inflação do ano de 2025 foi decidido pelo Conselho Monetário
Nacional 3 anos antes, ou seja, até 30 de junho de 2022; e assim sucessivamente, o de 2026 deverá
ser decidido até 30 de junho de 2023, sempre respeitado o limite de 3 anos de antecedência.

Todas essas medidas adotadas pelo governo buscam estabilizar nosso poder de compra e nosso
bem-estar econômico. Para utilizar estas ferramentas o governo utiliza as tão famosas políticas
econômicas, que nada mais são do que um conjunto de medidas que buscam estabilizar o poder de compra
da moeda nacional, gerando bem-estar econômico para o País. Estas políticas econômicas são
estabelecidas pelo Governo Federal, tendo como agentes de suporte o Conselho Monetário Nacional,
como normatizador, e o Banco Central, como executor destas políticas. As ações destes agentes resultam
em apenas duas situações para o cenário econômico, que são:
Políticas/Situações Restritivas ou Políticas/Situações Expansionistas
As políticas restritivas são resultado de ações que de alguma forma reduzem o volume de dinheiro
circulando na economia e, consequentemente, os gastos das pessoas gerando uma desaceleração da
economia e do crescimento. Mas porque o governo faria isso?!
A resposta mais simples: Faz isso para controlar a inflação, pois quando há muito dinheiro circulando
no mercado, o que acontece com os preços dos produtos?! Sobem!
Para conter esta subida, o governo restringe o consumo e os gastos para que a inflação diminua.
Neste caso você iria ao shopping não para comprar coisas, mas apenas para ver as coisas ou dar uma

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voltinha. Este representa nosso cenário atual desde 2014, com alguns intervalos entre 2020 e 2021 como
veremos a seguir.
As políticas expansionistas são resultado de ações do governo que estimulam os gastos e o
consumo, ou seja, em um cenário de baixo crescimento, o governo incentiva as pessoas a gastarem e as
instituições financeiras a emprestar. Esse incentivo pode partir muitas vezes do próprio governo que
aumenta seus gastos fazendo investimentos na indústria e construção civil, dando isenções tributárias ou
contratando empresas para realizar obras, por exemplo. Isso acaba por aumentar volume de recursos
disponíveis na economia, para que o mercado não entre em uma recessão (recessão é um evento
econômico que ocorre quando vários setores da economia registram queda ou estagnação no crescimento
ou quando o governo adota políticas restritivas por 2 trimestres consecutivos). Portanto, este resultado
acaba por jogar dinheiro na economia e acaba por faria você gastar mais seus próprios recursos ou se
endividar mais através de crédito; logo você não iria ao shopping só para ver as coisas, mas sim para
comprar as coisas, e comprar muito! Mas temos que ter cuidado, pois com muitos gastos também
alimentamos um crescimento acelerado da inflação além da famosa dívida pública, que trataremos mais
à frente na política fiscal, pois o governo também aumenta seus gastos para incentivar, lembra?!
Tecnicamente, no Brasil, vivemos políticas restritivas desde 2015, mas durante os anos de 2020 e
2021 o governo adotou políticas expansionistas tendo em vista conter a desaceleração brusca da
economia, devido a pandemia causada pelo Sars-Cov-2. Importante destacar que essas políticas só
puderam ser adotadas devido à algumas condições econômicas da época como: alta capacidade ociosa,
baixo índice de consumo e baixa expectativa de inflação de demanda.
Resumindo, as políticas econômicas resultam em duas posições:
➔ Expansionistas: Quando estimulam os gastos (consumo), empréstimos e endividamentos para aumentar
o volume de recursos circulando no país.
➔ Restritivas: Quando desestimulam, restringem os gastos (consumo), empréstimos e endividamentos para
reduzir o volume de recursos circulando no país.

ATENÇÃO!
Muitas pessoas se questionam do porquê o governo, quando busca estimular o consumo e aquecer a
economia, não simplesmente emite mais dinheiro e, com isso, resolve o “problema da falta de dinheiro”.
A resposta é a mais simples e, pelos conhecimentos que você adquiriu até aqui, será perfeitamente
capaz de responder. “Quanto mais dinheiro em circulação, menor seu valor, e com isso os preços irão
sempre tender a subir mais e o “problema” da falta de dinheiro continuará. Logo, emitir moeda
não é uma solução fácil de aceitar, pois ela pode acarretar sérios danos a estabilidade do poder de
compra.
Entretanto, existe uma forma NÃO convencional de emitir moeda para que possamos, eventualmente,
suprir a falta exagerada de dinheiro, mas vale lembrar que essa forma de emitir é restrita e peculiar,
pois o dinheiro será emitido APENAS de forma ESCRITURAL, ou seja, eletrônica, uma vez que o ato de
emitir papel moeda, o torna suscetível a desgastes pela inflação, uma vez que circula livremente em
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qualquer lugar do país. Esta forma de emissão de moeda chama-se FLEXIBILIZAÇÃO QUANTITATIVA
ou QUANTITATIVE EASING, ou ainda AFROUXAMENTO QUANTITATIVO.
A quantidade de moeda criada em quantitative easing é denominada valor expandido. Trata-se de
uma criação maciça de dinheiro, ou seja, de afrouxamento monetário. Os bancos centrais, normalmente,
só imprimem papel moeda de acordo com a demanda de dinheiro (não há criação espontânea de
dinheiro novo). No quantitative easing, os bancos centrais usam o dinheiro eletronicamente(escritural)
criado para comprar grandes quantidades de títulos e diversos ativos financeiros no mercado
financeiro e de capitais. Isto aparece como reservas bancárias (depósitos que os bancos têm nas contas
do Banco Central), não representando entrega de dinheiro novo (emissão de moeda nova) para os
bancos emprestarem.

E quais são estas políticas econômicas e como se dividem?


 Política Fiscal (Arrecadações menos despesas do fluxo do orçamento do governo)
 Política Cambial (Controle indireto das taxas de câmbio e da balança de pagamentos)
 Política Creditícia (Influência nas taxas de juros do mercado, através da taxa Selic)
 Política de Rendas (Controle do salário-mínimo nacional e dos preços dos produtos em geral)
 Política Monetária (Controle do volume de meio circulante disponível no país e controle do poder
multiplicador do dinheiro escritural)

POLÍTICA FISCAL
Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza
despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e
a alocação de recursos. A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico
sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a
distribuição equitativa da renda. Por fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e
serviços públicos, compensando as falhas de mercado.
Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob diferentes ângulos, que podem focar na
mensuração da qualidade do gasto público bem como identificar os impactos da política fiscal no bem-
estar dos cidadãos. Para tanto o Governo se utiliza de estratégias como elevar ou reduzir impostos, pois,
além de sensibilizar seus cofres públicos, buscar aumentar ou reduzir o volume de recursos no mercado
quando for necessário.
A política fiscal consiste em basicamente dois objetivos: primeiro, ser uma fonte de receitas ou de
gastos para o governo, na medida em que reduz seus impostos para estimular ou desestimular o consumo.
Segundo, quando o governo usa a emissão de títulos públicos, títulos estes emitidos pela Secretaria do
Tesouro Nacional, para comercializá-los e arrecadar dinheiro para cobrir seus gastos e cumprir suas metas
de arrecadação.
Sim, o governo tem metas de arrecadação, que muitas vezes precisam de uma forcinha através da
comercialização de títulos públicos federais no mercado financeiro. Como, segundo a constituição federal,
no artigo 164 é vedado ao Banco Central financiar o tesouro com recursos próprios, esse busca
CAPITALIZAR o governo comercializando os títulos emitidos pela Secretaria do Tesouro.
Desta forma o governo consegue não só arrecadar recursos como, também, enxugar ou irrigar o
mercado de dinheiro, pois quando o Banco Central vende títulos públicos federais retira dinheiro de
circulação, e entrega títulos aos investidores. Já quando o Banco Central compra títulos de volta, devolve

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recursos ao sistema financeiro, além de diminuir a dívida pública do governo. Mas aí você se pergunta:
Como assim?
Simples. O governo vive em uma quebra de braços constante, onde, precisa arrecadar mais do que
ganha, mas não pode deixar de gastar, pois precisa estimular a economia.
Então a saída é arrecadar impostos e quando estes não forem suficientes o governo se endivida.
Isso mesmo! Quando o governo emite títulos públicos federais ele se endivida, pois os títulos públicos são
acompanhados de uma remuneração, uma taxa de juros, que recebeu o nome do sistema que administra
e registra essas operações de compra e venda. Este sistema chama-se SELIC (Sistema Especial de
Liquidação e Custódia). Este sistema deu o nome a taxa de juros dos títulos, logo a intitulamos de taxa
SELIC.
Esta taxa de juros nada mais é do que o famoso juro da dívida pública, isso porque o governo deve
considerá-lo como despesa por endividamento. Logo, a emissão destes títulos, bem como o aumento da
taxa SELIC devem ser cautelosos para evitar excessos de endividamento, acarretando dificuldades em
fechar o caixa no fim do ano.
Este fechamento de caixa pode resultar em duas situações. Uma chamamos de superávit e a outra
chamamos de déficit.
Resultado fiscal primário é a diferença entre as receitas primárias e as despesas primárias
durante um determinado período. O resultado fiscal nominal, ou resultado secundário, por sua vez, é o
resultado primário acrescido do pagamento líquido de juros. Assim, fala-se que o Governo obtém
superávit fiscal quando as receitas excedem as despesas em dado período; por outro lado, há déficit
quando as receitas são menores do que as despesas.
No Brasil, a política fiscal é conduzida com alto grau de responsabilidade fiscal. O uso equilibrado
dos recursos públicos visa a redução gradual da dívida líquida como percentual do PIB, de forma a
contribuir com a estabilidade, o crescimento e o desenvolvimento econômico do país. Mais especificamente,
a política fiscal busca a criação de empregos, o aumento dos investimentos públicos e a ampliação da
rede de seguridade social, com ênfase na redução da pobreza e da desigualdade.

POLÍTICA CAMBIAL
É o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de
câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço
de pagamentos.
A política cambial busca estabilizar a balança de pagamentos tentando manter em equilíbrio seus
componentes, que são: a conta corrente, que registra as entradas e saídas devidas ao comércio de bens
e serviços, bem como pagamentos de transferências; e a conta capital e financeira. Também são
componentes dessa conta os capitais compensatórios: empréstimos oferecidos pelo FMI e contas atrasadas
(débitos vencidos no exterior).
Dentro desta balança de pagamentos há uma outra balança chamada Balança Comercial, que busca
estabilizar o volume de importações e exportações dentro do Brasil. Esta política visa equilibrar o volume
de moedas estrangeiras dentro do Brasil para que seus valores não pesem tanto na apuração da inflação,
pois como vimos anteriormente, as moedas estrangeiras estão muito presentes em nosso dia a dia.
Como o governo não pode interferir no câmbio brasileiro de forma direta, uma vez que o câmbio
brasileiro é flutuante, o governo busca estimular exportações e desestimular importações quando o volume
de moeda estrangeira estiver menor dentro do brasil. Da mesma forma caso o volume de moeda
estrangeira dentro do Brasil aumente demais, causando sua desvalorização exagerada, o governo buscar
estimular importações para reestabelecer o equilíbrio.
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Mas porque o governo estimularia a valorização de uma moeda estrangeira no Brasil?
A resposta é simples, ao estimular a valorização de uma moeda estrangeira atraímos investidores,
além de tornar o cenário mais salutar para os exportadores, que são os que produzem riquezas e
empregos dentro do Brasil em maior volume. Assim, ao vermos um cenário de desvalorização do real
frente a uma moeda estrangeira, como o dólar, podemos dizer que o real se torna mais competitivo em
suas exportações, pois como nossa moeda é mais barata, podemos vender nossos produtos no exterior
mais baratos que os produzidos por muitos de nossos concorrentes lá fora, é o que ocorre por exemplo
com a China. Sua moeda é tão desvalorizada em relação a outras moedas, que seus produtos têm uma
diferença de preço muito considerável, tornando seus produtos mais atrativos, principalmente sob o ponto
de vista do preço. Já o cenário oposto também é verdadeiro, mas para os importadores brasileiros.
Calma, vou explicar!!!!
Quando o real está mais valorizado em relação a outra moeda, significa que o comprador no outro
país vai ter que gastar mais da sua moeda para comprar produtos brasileiros, isso faz com que as
exportações brasileiras fiquem menos interessantes, mas para os brasileiros que importam teremos um
cenário melhor, pois como o real está mais valorizado, ele compra mais lá fora, e assim os importadores
poderão ter mais lucro nas suas operações, uma vez que o custo da importação será menor.
Desta forma ao se utilizar da política cambial, o governo busca estabilizar a balançam de
pagamentos e estimular ou desestimular exportações e importações. Vale destacar que os exportadores
são chamados de provedores de divisas, ou seja, eles trazem moeda estrangeira para o Brasil; já os
importadores são demandantes de divisas, ou seja, pega moeda estrangeira dentro do Brasil e levam
para fora. Vamos falar mais sobre isso no capítulo de mercado de câmbio.

POLÍTICA CREDITÍCIA
É um conjunto de normas ou critérios que cada instituição financeira utiliza para financiar ou
emprestar recursos a seus clientes, mas sobre a supervisão do Governo, que controla os estímulos a
concessão de crédito. Cada instituição deve desenvolver uma política de crédito coordenada, para
encontrar o equilíbrio entre as necessidades de vendas e, concomitantemente, sustentar uma carteira a
receber de alta qualidade.
Esta política sofre constante influência do poder governamental, pois o governo se utiliza de sua
taxa básica de referência, a taxa SELIC, para conduzir as taxas de juros das instituições financeiras para
cima ou para baixo.
É simples. Se o governo eleva suas taxas de juros, é sinal de que os bancos em geral seguirão seu
raciocínio e elevarão suas taxas também, gerando uma obstrução a contratação de crédito pelos clientes
tomadores ou gastadores. Já se o governo tende a diminuir a taxa Selic, os bancos em geral tendem a
seguir esta diminuição, recebendo estímulos a contratação de crédito para os tomadores ou gastadores.

POLÍTICA DE RENDAS
A política de rendas consiste na interferência do governo nos preços e salários praticados pelo
mercado. No intuito de atender a interesses sociais, o governo tem a capacidade de interferir nas forças
do mercado e impedir o seu livre funcionamento. É o que ocorre quando o governo realiza um tabelamento
de preços com o objetivo de controlar a inflação. Ressaltamos que, atualmente, o Governo brasileiro
interfere tabelando o valor do salário-mínimo, entretanto quanto aos preços dos diversos produtos no país
não há interferência direta do governo.

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POLÍTICA MONETÁRIA
É a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade de moeda em circulação, de crédito e
das taxas de juros controlando a liquidez global do sistema econômico.
Esta é a mais importante política econômica traçada pelo governo. Nela estão contidas as manobras
que surtem efeitos mais eficazmente na economia.
A política monetária influencia diretamente a quantidade de dinheiro circulando no país e,
consequentemente, a quantidade de dinheiro no nosso bolso.
Existem dois principais tipos de política monetária a serem adotados pelo governo; a política
restritiva, ou contracionista, e a política expansionista.
A política monetária expansiva consiste em aumentar a oferta de moeda, reduzindo assim a taxa de
juros básica e estimulando investimentos. Essa política é adotada em épocas de recessão, ou seja, épocas
em que a economia está parada e ninguém consome, produzindo uma estagnação completa do setor
produtivo. Com esta medida o governo espera estimular o consumo e gerar mais empregos.
Ao contrário, a política monetária contracionista consiste em reduzir a oferta de moeda,
aumentando assim a taxa de juros e reduzindo os investimentos. Essa modalidade da política
monetária é aplicada quando a economia está a sofrer alta inflação, visando reduzir a procura por
dinheiro e o consumo causando, consequentemente, uma diminuição no nível de preços dos produtos.
Esta política monetária é rigorosamente elaborada pelas autoridades monetárias brasileiras, se
utilizando dos seguintes instrumentos, TODOS REGULAMENTADOS E EXECUTADOS PELO BANCO
CENTRAL DO BRASIL.

Mercado Aberto
Também conhecido como Open Market (Mercado Aberto), as operações com títulos públicos é mais
um dos instrumentos disponíveis de Política Monetária. Este instrumento, considerado um dos mais eficazes,
consegue equilibrar a oferta de moeda e regular a taxa de juros em curto prazo.
A compra e venda dos títulos públicos, emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional, se dá pelo
Banco Central através de Leilões Formais e Informais. De acordo com a necessidade de expandir ou
reter a circulação de moedas do mercado, as autoridades monetárias competentes resgatam ou vendem
esses títulos.
Se existe a necessidade de diminuir a taxa de juros e aumentar a circulação de moedas, o Banco
Central compra (resgata) títulos públicos que estejam em circulação.
Se a necessidade for inversa, ou seja, aumentar a taxa de juros e diminuir a circulação de moedas,
o Banco Central vende (oferta) os títulos disponíveis.
Portanto, os títulos públicos são considerados ativos de renda fixa, tornando-se uma boa opção de
investimento para a sociedade.
Outra finalidade dos títulos públicos é a de captar recursos para o financiamento da dívida pública,
bem como financiar atividades do Governo Federal, como por exemplo, Educação, Saúde e Infraestrutura.

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ATENÇÃO!
Os leilões dos títulos públicos são de responsabilidade do BACEN que credencia Instituições Financeiras
chamadas de Dealers ou líderes de mercado, para que façam efetivamente o leilão dos títulos. Nesse
caso temos leilão Informal ou Go Around, pois nem todas as instituições são classificadas como Dealers.
Os leilões Formais são aqueles em que TODAS as instituições financeiras, credenciadas pelo BACEN,
podem participar do leilão dos títulos, mas sempre sob o comando do deste.
Além destas formas de o Governo participar do mercado de capitais, existe o Tesouro Direto, que é
uma forma que o Governo encontrou que aproxima as pessoas físicas e jurídicas em geral, ou não
financeiras, da compra de títulos públicos. O tesouro direto é um sistema controlado pelo BACEN para
que a pessoa física ou jurídica comum possa comprar títulos do Governo, dentro de sua própria casa
ou escritório.
Os títulos públicos possuem, hoje, 5 tipos diferentes com características que lhe concedem rentabilidades
distintas. Vamos conhecer quais são os títulos abaixo:

Os juros semestrais, significam que a cada semestre o governo paga a você os juros devidos, mas apenas
os juros, o principal, que é o valor que você investiu, ele só devolve no final do prazo, belezinha?! Esse
pagamento de juros semestrais, nós chamamos de CUPOM.

Novidade! Tesouro Renda+

O Tesouro RendA+ (NTN-B1) é o novo título público federal criado pelo Tesouro Nacional a fim de
complementar a aposentadoria dos brasileiros. Ele tem rendimento acima da inflação (por isso o + no
nome) e, na data de vencimento, o investidor recebe o valor acumulado em parcelas mensais com
correção monetária pelo prazo de 20 anos. Com isso o Governo trouxe para os títulos públicos o
14
conceito de previdência complementar provada para os investidores, e uma forma de manter sempre
investidor atrelado ao título, reduzindo a possibilidade de amortizações de dívida.

Redesconto ou empréstimo de liquidez


Outro instrumento de controle monetário é o Redesconto Bancário, no qual o Banco Central concede
“empréstimos” às instituições financeiras a taxas acima das praticadas no mercado.
Os chamados empréstimos de assistência à liquidez são utilizados pelos bancos somente quando
existe uma insuficiência de caixa (fluxo de caixa), ou seja, quando a demanda de recursos depositados
não cobre suas necessidades.
Quando a intenção do Banco Central é de injetar dinheiro no mercado, ele baixa a taxa de juros
para estimular os bancos a pegar estes empréstimos. Os bancos por sua vez, terão mais disponibilidade
de crédito para oferecer ao mercado, consequentemente a economia aquece.
E quando o Banco Central tem por necessidade retirar dinheiro do mercado, as taxas de juros
concedidas para estes empréstimos são altas, desestimulando os bancos a pegá-los. Desta forma, os
bancos que precisam cumprir com suas necessidades imediatas, enxugam as linhas de crédito,
disponibilizando menos crédito ao mercado, com isso a economia desacelera.
Vale ressaltar que o Banco Central é proibido, pela Constituição Brasileira, de emprestar
dinheiro a qualquer outra instituição que não seja uma instituição financeira.
As operações de Redesconto do Banco Central podem ser:
I - intradia, destinadas a atender necessidades de liquidez das instituições financeiras ao longo do dia. É
o chamado Redesconto a juros zero!
II - de um dia útil, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de descasamento de
curtíssimo prazo no fluxo de caixa de instituição financeira;
III - de até quinze dias úteis, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não ultrapasse quarenta
e cinco dias úteis, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez provocadas pelo descasamento de
curto prazo no fluxo de caixa de instituição financeira e que não caracterizem desequilíbrio estrutural; e
IV - de até noventa dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não ultrapasse
cento e oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar o ajuste patrimonial de instituição financeira com
desequilíbrio estrutural.

ATENÇÃO!
Entende-se por operação intradia, para efeito do disposto neste regulamento, a compra com
compromisso de revenda, em que a compra e a correspondente revenda ocorrem no próprio dia entre
a instituição financeira tomadora e o Banco Central.

15
Todas as operações feitas elo BACEN são compromissadas, ou seja, a outra parte que contrata com o
BACEN assume compromissos com ele para desfazer a operação assim que o BACEN solicitar. Sobre a
Compra com Compromisso de Revenda temos algumas observações que despencam nas provas.
Podem ser objeto de Redesconto do Banco Central, na modalidade de compra com compromisso de
revenda, os seguintes ativos de titularidade de instituição financeira, desde que não haja restrições a sua
negociação:
I - Títulos públicos federais registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia -Selic, que
integrem a posição de custódia própria da instituição financeira, e
II - Outros títulos e valores mobiliários, créditos e direitos creditórios, preferencialmente com garantia
real, e outros ativos.

Informação de ouro!
As operações intradia e de um dia útil aceitam como garantia exclusivamente os títulos públicos
federais, as demais podem ter como garantia qualquer título aceito como garantia pelo BACEN.

Recolhimento Compulsório
Recolhimento compulsório é um dos instrumentos de Política Monetária utilizado pelo Governo para
aquecer ou esfriar a economia. É um depósito obrigatório feito pelos bancos junto ao Banco Central.
Parte de todos os depósitos que são efetuados à vista, ou seja, os depósitos das contas correntes,
tanto de livre movimentação como de não livre movimentação pelo cliente, depósitos a prazo e demais
depósitos feitos pela população, junto aos bancos, vão para o Banco Central. O Banco Central fixa esta
taxa de recolhimento. Essa taxa é variável, de acordo com os interesses do Governo em acelerar ou não
a economia.
Isso porque ao reduzir o nível do recolhimento, sobram mais recursos nas mãos dos bancos para
serem emprestados aos clientes, e, com isso, gerando maior volume de recursos no mercado. Já quando
os níveis do recolhimento aumentam, as instituições financeiras reduzem seu volume de recursos, liberando
menos crédito e, consequentemente, reduzindo o volume de recursos no mercado.
O recolhimento compulsório tem por finalidade aumentar ou diminuir a circulação de moeda no País.
Quando o Governo precisa diminuir a circulação de moedas no país, o Banco Central aumenta a taxa do
compulsório, pois desta forma as instituições financeiras terão menos crédito disponível para população,
portanto, a economia acaba encolhendo.
Ocorre o inverso quando o Governo precisa aumentar a circulação de moedas no país. A taxa do
compulsório diminui e com isso as instituições financeiras fazem um depósito menor junto ao Banco Central.
Desta maneira, os bancos comerciais ficam com mais moeda disponível, consequentemente aumentam suas
linhas de crédito. Com mais dinheiro em circulação, há o aumento de consumo e a economia tende a
crescer.
16
As instituições financeiras podem fazer transferências voluntárias, de posições positivas na captação,
ou seja, quando captam mais do que emprestam, porém, o depósito compulsório é obrigatório. Os valores
que são recolhidos ao Banco Central são remunerados por ele para que a instituição financeira não tenha
prejuízos com os recursos parados devido ao compulsório.

É importante destacar que, devido a Lei 14.185/21, o BACEN também está autorizado a captar
recursos de forma voluntária das instituições financeiras, os depósitos voluntários, e remunerá-las por isso.
O recolhimento pode ser feito em espécie (papel moeda), através de transferências eletrônicas para
contas mantidas pelas instituições financeiras junto ao BACEN ou até mesmo através de compra e venda
de títulos públicos federais.

Além disso o Recolhimento Compulsório pode variar em função das seguintes situações:

1) Regiões Geoeconômicas (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82)


2) Prioridades de aplicações, ou seja, necessidade do Governo (Redação dada pelo Del nº 1.959, de
14/09/82)
3) Natureza das instituições financeiras; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82)

Os valores dos Recolhimentos Compulsórios são estabelecidos pelo BACEN da seguinte forma:

Até
Determinar compulsório sobre Depósito à vista
100%

Até
Determinar compulsório sobre demais Títulos Contábeis e Financeiros
60%
ATENÇÃO

Os instrumentos de política monetária citados acima são importantes armas para execução do
QUANTITATIVE EASING ou FLEXIBILIDADE QUANTITATIVA que já comentamos anteriormente.

As novas Linhas Financeiras de Liquidez do BACEN RESOLUÇÃO 110/2021

Quando uma pessoa pretende adquirir um bem, não basta ter renda e patrimônio compatíveis com essa
aquisição, é necessário que ela possua recursos disponíveis para efetivar a compra nas condições
acertadas. Assim também ocorre com as empresas ou instituições financeiras quando vão quitar alguma
obrigação com um terceiro: é necessário possuir recursos disponíveis, ou “liquidez”, para efetivar a
quitação.

A liquidez pode ser entendida como a medida dos recursos disponíveis que alguém possui para quitar
suas obrigações.

17
O fornecimento de liquidez é a atividade que o BC realiza ao disponibilizar recursos às instituições
financeiras para facilitar a quitação de obrigações. Atuando, assim, como banco dos bancos, uma função
clássica de bancos centrais. Essa função contribui para a credibilidade e para a estabilidade da moeda
e do sistema financeiro.

O Banco Central do Brasil possui mandato legal (Lei nº 4.595/1964) para desempenhar a função de
banco dos bancos de duas formas, por meio do redesconto ou do empréstimo.

Tradicionalmente, o termo redesconto se refere a um tipo de operação que ocorria em dois momentos
distintos. No primeiro momento, uma empresa tomava títulos que representavam promessas de pagamento
em seu favor por parte de clientes e as descontava num banco comercial. Ou seja, ela os entregava como
garantia, antecipando, assim, o recebimento do seu valor original, descontado pelo banco a uma dada
taxa de juros. No momento seguinte, caso precisasse de recursos, o banco apresentava ao Banco Central
um novo título que representava o valor antecipado à empresa com base nos títulos que já haviam sido
descontados. Então o Banco Central emprestava ao banco os recursos financeiros correspondentes ao
valor do novo título, descontado a uma taxa de juros. Assim, considerando que o lastro original deste
último empréstimo eram os títulos apresentados pela empresa ao banco comercial, entendeu-se que tais,
de fato, haviam sofrido duas operações de desconto ou, por assim dizer, sido “redescontados”.

Atualmente, com a evolução do processo de assistência financeira de liquidez por parte do Banco Central,
o termo redesconto, previsto no arcabouço legal e infralegal que regulam esse tipo de operação, foi
mantido, apesar de traduzir um conjunto mais diversificado de procedimentos pelos quais o Banco Central
fornece recursos de última instância às instituições financeiras. Um desses procedimentos é o Redesconto
do Banco Central, operação por meio da qual o BCB compra ativos da instituição financeira com
compromisso de revendê-los à mesma instituição em data futura e, por seu turno, a instituição financeira
vende seus ativos ao Banco Central com compromisso de recomprá-los em data futura. O Redesconto do
Banco Central é efetivado, portanto, por meio de uma operação compromissada.

Outra forma de o Banco Central atuar em sua função típica de banco dos bancos ou emprestador de
última instância é o empréstimo. Uma das modalidades de empréstimo é aquela realizada contra cesta
de garantias. Nesta operação a instituição transfere previamente ativos ao Banco central que, a partir
desta cesta de ativos, vai atribuir um limite de crédito à instituição financeira para que possa contratar
empréstimos.

Novas Linhas Financeiras de Liquidez – LFL

A Linha de Liquidez Imediata (LLI), destinada ao gerenciamento de descasamentos de fluxos de caixa de


curto prazo, abrangendo operações pelo prazo de até 5 (cinco) dias úteis; e

A Linha de Liquidez a Termo (LLT), voltada a atender necessidades de liquidez decorrentes de


descasamentos entre operações ativas e passivas de instituições financeiras, abrangendo operações pelo
prazo de até 359 (trezentos e cinquenta e nove) dias corridos.

As diretrizes estratégicas para o desenvolvimento dessas linhas foram definidas pela Diretoria do Banco
Central (BC) por meio do Voto 140/2019-BCB de 10 de julho de 2019.

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Principais características das novas LFL

• Empréstimo contra uma cesta de garantias;


• Pré-posicionamento da cesta de garantias em favor do BC;
• Realização do posicionamento da cesta de garantias em modelo de cessão fiduciária
• Composição da cesta de garantias incluindo títulos e valores mobiliários emitidos por entidades
privadas;
• Definição de regras de elegibilidade para os ativos e contrapartes;
• Processo de definição de preço da cesta de ativos colocada em garantia;
• Disponibilidade de um limite financeiro com base na definição de preço da cesta de garantias e
em mitigadores de risco.

Ativos que compõem a cesta de garantias


Debêntures e Notas Promissórias Comerciais foram os ativos priorizados para compor a cesta de garantias
na primeira etapa de operação das LFL.

A ampliação dos ativos a serem aceitos de forma automática aumentará o potencial acesso a liquidez,
colaborando para a missão do Banco Central de assegurar um Sistema Financeiro mais sólido e eficiente.
Permitirá, ainda, a redução estrutural dos níveis de recolhimentos compulsórios sem fragilizar a
estabilidade do Sistema Financeiro. A inclusão de títulos de emissão privada tem ainda o potencial de
aumentar a eficiência do mercado financeiro e desenvolver o mercado de capitais local, reduzindo custos
e aumentando suas competitividades, inclusive em relação a mercados internacionais.

VAMOS PRATICAR?

1. (atualizada) Parte das nações indica apenas a meta na qual a autoridade monetária do país está
mirando ao fixar os juros básicos. Outras estabelecem um intervalo de tolerância, [...], ao mesmo tempo
em que sete países adotam o sistema igual ao do Brasil (meta central e intervalo de tolerância para
cima e para baixo).
MARTELLO, A. Governo fixa meta central de inflação... / Globo.com/G1, Brasília, 26 jun. 2015.
Disponível em:<http://www.g1.globo.com/economia/noticia/20150/06/governo-fixa-meta-central-
19
de-inflamacao...>.
Acesso em: 13 ago. 2015. Adaptado

O intervalo de tolerância da meta de inflação, adotado pelo governo para 2017, sofreu uma
alteração em junho de 2015 que levou a alteração do:
a) teto do intervalo de tolerância, de 6,5% ao ano para 6% ao ano.
b) piso do intervalo de tolerância, de 2,5% ao ano para 2% ao ano.
c) valor central do intervalo de tolerância, de 4,5% ao ano para 5% ao ano.
d) valor central do intervalo de tolerância, de 4,5% ao ano para 4% ao ano.
e) teto do intervalo de tolerância, de 6,5% ao ano para 7% ao ano.

2. (atualizada) O Banco Central do Brasil tem por objetivo zelar pela liquidez da economia. A liquidez
é um atributo de um ativo que deve, em maior ou menor grau, conservar valor ao longo do tempo e
ser capaz de liquidar dívidas.
Sendo a moeda um ativo líquido, o Banco Central do Brasil deve interferir obrigatoriamente na liquidez
da economia quando:
a) as reservas monetárias estão baixas.
b) os empréstimos excedem as reservas bancárias.
c) a inflação está acima do esperado.
d) a inflação está dentro do esperado.
e) os empréstimos excedem os depósitos à vista.

3. As previsões para o desempenho da economia brasileira neste ano e no próximo continuam se


deteriorando. As cerca de cem instituições que consultadas para o boletim Focus, divulgado pelo Banco
Central (BC), projetam uma queda maior para Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 [...]
Quanto à inflação, os analistas consultados pelo BC aguardam uma alta de 9,23% para o IPCA deste
calendário, acima da taxa estimada antes, de 9,15%. CAPRIOLI, G. Mercado vê inflação de 9,23%
em 2015 e economia mais contraída.
Valor Econômico, São Paulo, 27 jul. 2015. Disponível em: <http://www.valor.com.br/brasil/4150608/
mercado-ve-inflacao-de-923-em-2015-e-economia-mais-contraida>. Acesso em: 10 ago. 2015.
Adaptado.

Nesse contexto, representa uma medida efetiva que poderá ser adotada para conter a alta inflacionária:
a) aumentar a taxa de juros básica da economia.
b) reduzir drasticamente os principais impostos federais, estaduais e municipais.
c) aumentar a emissão de papel moeda para honrar a folha de pagamento e os demais gastos
do governo, visando a diminuir os depósitos à vista nos bancos.
d) aumentar a produção de bens na indústria.
e) aumentar o nível geral de preços da economia.

4. No Brasil, a condução e a operação diárias da política monetária, com o objetivo de estabilizar a


economia, atingindo a meta de inflação e mantendo o sistema financeiro funcionando adequadamente,
são uma responsabilidade do(a).
a) Caixa Econômica Federal.
b) Comissão de Valores Mobiliários.
c) Banco do Brasil.
d) Banco Central do Brasil.
e) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

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5. Julgue os seguintes itens, relativos à formulação e execução da política monetária no Brasil.
A redução da alíquota do recolhimento compulsório e a compra de títulos em operações de
mercado aberto são exemplos da adoção de política monetária expansionista, uma vez que
ambas elevam a quantidade de moeda em circulação na economia.

( ) Certo ( ) Errado

6. No que diz respeito ao mercado monetário, julgue o item.


As operações de redesconto do BACEN incluem a intradia: operação destinada a viabilizar o ajuste
patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio estrutural.

( ) Certo ( ) Errado

7. Uma desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à moeda norte-americana (dólar),
implica a(o):
a) diminuição do número de reais necessários para comprar um dólar.
b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do Brasil.
c) diminuição do preço em reais de um produto importado dos EUA.
d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA.
e) aumento das cotações das ações das empresas importadoras na bolsa de valores.

8. Uma das funções desempenhadas pela moeda é a de reserva de valor, no entanto, a moeda não é o
único ativo que desempenha tal função. O motivo que faz com que os cidadãos retenham moeda como
reserva de valor é o fato de ela:

(A) ser protegida contra inflação.


(B) prestar algum serviço ao seu possuidor.
(C) propiciar um aumento no seu valor.
(D) oferecer um rendimento a seu detentor.
(E) possuir liquidez absoluta.

9. Julgue os seguintes itens, relativos à formulação e execução da política monetária no Brasil.

As operações de mercado aberto são transações, realizadas diariamente, de compra e venda de


títulos da dívida pública emitidos pelo BCB com o objetivo de controlar a liquidez do sistema bancário.

( ) Certo ( ) Errado

10. Com relação às características e funções do mercado monetário e do mercado de crédito, julgue os
itens que se seguem.
No mercado monetário, a oferta de moeda é definida pelo BCB e atende à seguinte relação: quanto
maior for a taxa básica de juros da economia, maior será a demanda por moeda.

( ) Certo ( ) Errado

21
Gabarito
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A C A D C E D E E E

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


ENTIDADES REGULADORAS E SUPEVISORAS.
Uma das engrenagens mais importantes, se não a mais importante, para que o mundo seja do
jeito que é, é o dinheiro. Ele compra: carros, casas, roupas, título e, segundo alguns, só não compra
a felicidade. Sendo o dinheiro carregado com toda essa importância, cada país, cada estado e cidade,
se organiza de forma a ter seu próprio modo de ganhar dinheiro. Essa organização, aliás, é formada
de um jeito em que a maior quantidade possível de dinheiro possa ser adquirida. Há a muito tempo
que o mundo funciona dessa forma. Por isso todos os países já conhecem muitos caminhos e atalhos
para que sua organização seja elaborada para seu benefício.
Essa tal organização, que busca o maior número possível de riquezas, é definida por uma série
de importantes órgãos do estado. No Brasil, esse órgão formador da estratégia econômicas do país,
é chamado de Sistema Financeiro Nacional. Tem, basicamente, a função de controlar todas as
instituições que são ligadas às atividades econômicas dentro do país. Mas esse sistema tem ainda
muitas outras funções. Tem também muitos componentes que o formam.

Existem grupos, dentro do grupo do Sistema Financeiro Nacional. O mais importante


dentro desse sistema é o Conselho Monetário Nacional. Esse conselho é essencial por tomar as
decisões mais importantes, para a que o país funcione de forma eficiente e eficaz. O Conselho
Monetário Nacional tem sob seu comando muitos integrantes que são importantes, cada um na sua
função. No entanto, o mais importante desses membros é o Banco Central do Brasil.

22
O Banco Central do Brasil é o responsável pela emissão de papel-moeda e de moeda
metálica, dinheiro que circula no país. Ele exerce, junto ao Conselho Monetário Nacional, um
trabalho de fiscalização nas instituições financeiras do país. Além disso, tem diversas utilidades,
como realizar operações de empréstimos e cobrança de créditos junto às instituições financeiras. O
Banco central é considerado o banco mais importante do Brasil, acima de todos os outros, uma
espécie de “Banco dos Bancos”.
O Sistema Financeiro Nacional, então, é uma forma de várias entidades se organizarem, de
modo a manter a máquina do governo funcionando. Sua utilidade é o acompanhamento e também
a coordenação de todas as atividades financeiras que acontecem no Brasil. Esse acompanhamento
acontece na forma de fiscalização. Já a coordenação está na parte em que funcionários do Banco
Central agem segundo suas responsabilidades, no cenário financeiro.
Esse sistema já sofreu várias mudanças ao longo dos anos. O próprio Banco Central era outra
entidade com nome diferente: Superintendência da Moeda e do Crédito. A mudança ocorreu por
meio da lei nº 4.595/64, no art. 8º. As moedas do Brasil já mudaram várias vezes ao longo da história
brasileira. A modificação de uma moeda nacional é, em qualquer circunstância, algo que causa
muitas mudanças, mas no caso da mudança para a atual moeda (real), essa transformação foi
grandiosa.
Numa época em que a inflação era um grande terror para economia brasileira, essa mudança,
chamada de plano real, conseguiu frear a inflação e normalizar os preços do comércio interno. Isso,
seguido de uma valorização da moeda nacional, resultou numa recuperação rápida da economia
brasileira.
Quem pega no dinheiro todos os dias, paga as suas contas, recebe seu salário, nem pensa no
grande sistema que há por detrás dessas operações. Na verdade, os salários são do valor que são,
bem como os juros e até o câmbio, e para que a atual quantidade de dinheiro circule no país da
forma necessária, o Sistema Financeiro Nacional toma decisões todos os dias, decisões estas que
são refletidas na nossa realidade.
O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições, órgãos e afins que controlam,
fiscalizam e fazem as medidas que dizem respeito à circulação da moeda e de crédito dentro do
país. O Brasil, em sua Constituição Federal de 1988, em seu artigo 192, cita qual o intuito do sistema
financeiro nacional: “O Sistema Financeiro Nacional, estruturado de forma a promover o
desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas as
partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis
complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
instituições que o integram".

O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em duas partes distintas: Subsistema
normativo e subsistema operativo ou operador. O de normas se responsabiliza por fazer regras

23
para que se definam parâmetros para transferência de recursos entre uma parte e outra, além de
supervisionar o funcionamento de instituições que façam atividade de intermediação monetária.
Já o subsistema operativo ou operador torna possível que as regras de transferência de recursos,
definidas pelo subsistema supervisão sejam possíveis.
O subsistema de normativo é formado por: Conselho Monetário Nacional, Conselho de
Recursos do Sistema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil, Comissão de Valores
Mobiliários, Conselho Nacional de Seguros Privados, Superintendência de Seguros Privados,
Conselho Nacional da Previdência Complementar e Superintendência da Previdência
Complementar.
O outro subsistema, o operativo ou operador, é composto por: Instituições Financeiras
Bancárias, Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de Pagamentos, Instituições
Financeiras Não Bancárias, Agentes Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As partes integrantes
do subsistema operativo, citados acima, são grupo que compreendem instituições que são
facilmente achadas em nosso dia a dia. As Instituições Financeiras Bancárias, por exemplo,
representam as Caixas Econômicas, Bancos Comerciais, Cooperativas de Crédito e Bancos
Cooperativos. As instituições Financeiras Não Bancárias são, por exemplo, Sociedades de Crédito ao
Microempreendedor, Companhias Hipotecárias, Bancos de Desenvolvimento.

As autoridades do Sistema Financeiro Nacional também podem ser divididas em dois


grupos: Autoridades Monetárias e Autoridades de Apoio. As autoridades monetárias são as
responsáveis por normatizar e executar as operações de produção de moeda. O Banco Central do
Brasil (BACEN) e o Conselho Monetário Nacional (CMN). Já as autoridades de apoio são
instituições que auxiliam as autoridades monetárias na prática da política monetária. Um exemplo
desse tipo de instituição é o Banco do Brasil. Outro tipo de autoridade de apoio são instituições
que têm poderes de normatização limitada a um setor específico. O exemplo desse tipo de
autoridade é a Comissão de Valores Mobiliários.
As Instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas empresas, são definidas
como as pessoas jurídicas, públicas ou privadas e que tenham sua função principal ou secundária
de guardar, intermediar ou aplicar os recursos financeiros (tanto dos próprios recursos como
recursos de terceiros), que sejam em moeda de circulação nacional ou de fora do país e também a
custódia de valor de propriedade de outras pessoas.
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características acima descritas também
são consideradas instituições financeiras, sendo que essa atividade pode ser de maneira
permanente ou não. No entanto, exercer essa atividade sem a prévia autorização devida do estado
pode acarretar ações contra essa pessoa. Essa autorização deve ser dada pelo Banco Central e,
no caso de serem estrangeiras, a partir de um decreto do Presidente da República, entretanto,
em 2020 o presidente editou um decreto nº 10.029 que DELEGOU ao Bacen o poder de
24
autorizar o funcionamento de instituições financeiras estrangeiras, mas você deve levar em
consideração que trata-se de uma delegação, que pode ser avocada a qualquer momento, e trata-
se de um decreto, que pode ser, também, revogado.
As decisões tomadas pelo Conselho Monetário Nacional têm total ligação com o estado da
economia do país. Suas mudanças são determinantes, para o funcionamento do mercado financeiro.
A chamada bolsa de valores (mercado onde as mercadorias são ações ou outros títulos financeiros)
tem empresas, produtos e ações que variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando
o alto valor de dinheiro investido nesse mercado, a bolsa de valores é um espelho das grandes
proporções que as decisões tomadas por esse sistema podem afetar a vida de todas as esferas da
sociedade.
Fonte: sistema-financeiro-nacional.info

25
O Sistema Financeiro Nacional e a Legislação

O Brasil, buscando a melhor forma de servir ao seu povo, conforme ordena a Carta Magna,
tem por obrigação criar um sistema que seja capaz de organizar, de forma eficiente, a circulação de
dinheiro e suas formas derivadas, buscando a segurança e desenvolvimento do País, com isso vem
o artigo 192 da nossa Constituição Federal.
“Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento
equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por LEIS COMPLEMENTARES que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o
integram. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)“.
Criado pela Lei nº 4595/64, que dispõe sobre o sistema que será operado no Brasil, e as
autoridades monetárias que serão os agentes responsáveis por garantir que estas operações
aconteçam, e que sejam seguras e solidas para os agentes financeiros e seus clientes.
Art. 1º (ADAPTADO) O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei,
será constituído:
I – do Conselho Monetário Nacional;
II – do Banco Central do Brasil
III – do Banco do Brasil S. A.;
IV – do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social;
V – demais instituições financeiras públicas e privadas.
VI – Comissão de Valores Mobiliários (Lei 6385/1976) (Adaptação do Professor!)

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN

É o órgão NORMATIVO máximo no SFN. Este órgão é quem dita as Normas que serão
seguidas pelas instituições financeiras, pois para tudo na vida existe alguém superior que controla
e dita as regras do jogo.
Além disso, o CMN é responsável por formular as políticas da moeda e crédito no país, ou seja,
é responsável por coordenar todas as políticas econômicas do país, e principalmente a política
monetária.

26
Suas REUNIÕES ORDINÁRIAS, ou seja, comuns, são MENSAIS, e ao final de cada reunião é
emitida uma RESOLUÇÃO da qual é lavrada uma ata, cujo extrato é publicado no DOU (Diário
Oficial da União) e no SISBACEN, excluindo-se os assuntos confidenciais discutidos na reunião.

DECRETO Nº 1.307, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1994.

Art. 30. As decisões de natureza normativa serão divulgadas mediante resoluções assinadas
pelo Presidente do Banco Central do Brasil, veiculadas pelo Sistema de Informações Banco Central
(Sisbacen) e publicadas no Diário Oficial da União.
Parágrafo único. As decisões de caráter confidencial serão comunicadas somente aos
interessados. (Então existem algumas decisões ou informações que não são divulgadas
publicamente).
Art. 33º § 1° Após as atas terem sido assinadas por todos os conselheiros, extratos das atas
serão publicados no Diário Oficial da União, excluídos os assuntos de caráter confidencial.

Resumindo: Tanto as Resoluções quanto os extratos são publicados no DOU e no SISBACEN,


entretanto, se houver algum assunto confidencial, esse não será divulgado a todos publicamente,
apenas aos interessados, mas a resolução como um todo deve ser publicada, excluindo-se as
partes confidenciais.

O CMN é um órgão colegiado, composto conforme abaixo, sendo todos INDICADOS pelo
Presidente da República, e o Presidente do Bacen submetido à aprovação do Senado Federal.

27
Ministro da Fazenda
(Presidente do
Conselho)

CMN
Ministro do
planejamento e Presidente do Banco
orçamento. Central do Brasil

Em fevereiro de 2021 foi publicada a Lei Complementar 179, que estabelece mandatos de

quatro anos para presidentes e diretores do Banco Central (BC). Estes mandatos são renováveis
por mais quatro, para o presidente do Banco Central e os demais diretores.

Além disso o Presidente do Bacen e os demais diretores serão, durante o período do


mandato, fixos e estáveis, só podendo ser demitidos por processo administrativo disciplinar, a
pedido ou por condenação criminal ou por improbidade, conforme veremos mais a frente.

Falaremos mais sobre a sistemática das indicações no item em que versaremos


exclusivamente sobre Banco Central mais à frente.

28
É interessante saber também que, segundo o DECRETO Nº 1.307, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1994.

Art. 8º O presidente do CMN poderá convidar para participar das reuniões do conselho sem
direito a voto outros Ministros de Estado, assim como representantes de entidades públicas ou
privadas.
Art. 16º § 1° Poderão assistir às reuniões do CMN:
a) assessores credenciados individualmente pelos conselheiros;
b) convidados do presidente do conselho.
§ 2° Somente aos conselheiros é dado o direito de voto.
Compete ao Presidente do Conselho

Deliberar ad referendum do colegiado, nos casos de urgência e de relevante interesse.


(Perceba que o Presidente não tem o famoso voto de minerva, ou seja, não possui voto de
desempate, pois ele pode tomar decisões sozinho, em casos de urgência, e depois submeter essa
decisão a votação na reunião ordinária ou extraordinária do colegiado).

O Banco Central do Brasil é a Secretaria-Executiva do CMN e da COMOC. Compete ao


Banco Central organizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, assessorar, dar suporte
durante as reuniões, e elaborar as atas e manter seu arquivo histórico).

A COMOC, Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, compete:

I - Propor a regulamentação das matérias tratadas na presente Lei, de competência do


Conselho Monetário Nacional;

II - Manifestar-se, na forma prevista em seu regimento interno, previamente, sobre as matérias


de competência do Conselho Monetário Nacional.

Objetivos do CMN

Sim! Agora vamos saber o que o CMN faz de fato, qual sua missão, e para isso as Leis 4595/64,
Lei 6358/76 e Decreto 3088/99 deram ao CMN funções, isso mesmo, objetivos que são sua missão,
os motivos de ele existir. Os Objetivos do CMN são 6, e as atribuições, que são as armas que o CMN
tem para cumprir os objetivos, são aproximadamente 36!

29
ATENÇÃO!
Você precisa aprender todos os 6 principais objetivos do CMN, pois são os que mais caem nas
provas, mas quanto às atribuições, podemos adicionar uma regrinha dos verbos, onde veremos
que tanto os objetivos, quanto as atribuições sempre serão iniciadas com verbos de PODER,
MANDAR, AUTORIDADE.

Vejamos abaixo a sequência das principais funções do CMN

ATENÇÃO!
Você percebeu algo estranho naquele vermelhinho?! Pois é, ele não é um verbo de MANDAR,
mas sim de FAZER, de “Colocar a Mão na Massa”. Esta é a ÚNICA exceção do CMN a regra dos
verbos, então, CUIDADO com este verbo ZELAR, pois ele cai muito em provas, por se tratar de
uma exceção, mais a frente falaremos dele novamente.
Bom, agora que você viu os verbos vinculados aos objetivos do CMN, você percebeu que estes
verbos indicam PODER, MANDAR, AUTORIDADE. Logo, fica fácil memorizar as competências o

30
CMN, pois estas sempre serão iniciadas por um verbo que indica MANDAR. Então vejamos na
integra os objetivos.

• Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou privadas, de forma a
garantir condições favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da economia nacional.
É muito importante que o CMN oriente a forma como as instituições irão investir seus recursos,
pois más decisões no mercado financeiro custam muito dinheiro e até a falência de várias
instituições. Importante destacar que ele orienta TODAS as instituições financeiras, e quando
falamos todas, são todas, mesmo, incluindo as públicas.

• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.


Este objetivo cai com muita frequência nas provas, pois se trata de uma exceção à regra dos
verbos de mandar. Este objetivo faz com que o CMN sempre tenha como preocupação em buscar
que as instituições financeiras tenham recursos disponíveis em seu caixa, mantendo-se liquidas
e honrando seus compromissos para com seus credores, mantendo-se solventes.

• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de forma a tornar


mais eficiente o sistema de pagamentos e mobilização de recursos. (Esse aqui não tem muito
contexto em prova, então, quando aparecer, será uma pergunta direta e simples, você visualizará
só com a regrinha do verbo de mandar).

• Estabelecer, para fins da política monetária e cambial, as condições especificas para negociação
de contratos derivativos, estabelecendo limites, compulsórios e definindo as próprias
características dos contratos existentes, e criando novos. (Esse aqui também não tem muito
contexto em prova, então, quando aparecer, será uma pergunta direta e simples, você visualizará
só com a regrinha do verbo de mandar).

• Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública interna e


externa e a cambial.

É importante destacar que o CMN sempre será o responsável por formular estas políticas. Como
vimos o CMN não costuma fazer coisas, mas apenas MANDAR, então quando o CMN formula
políticas, ele as envia ao BACEN que executa estas políticas.

• Estabelecer a Meta de Inflação.


Este é um dos mais importantes objetivos do CMN e que DESPENCA nas provas! O CMN passa a
ser o responsável por estabelecer um parâmetro para metas de inflação no Brasil. Ele, com base
em estudos e avaliações da economia, estabelece uma meta para a inflação oficial, que deverá
ser cumprida pelo BACEN dentro do ano indicado.

Hoje no Brasil, temos uma meta de inflação que é dividida da seguinte forma até dezembro de
2022:

31
TETO de 4,75% a.a

PARÂMETROS DA META DE
Margem de tolerância de 1,5%

INFLAÇÃO 2023
CENTRO de 3,25%a.a

Margem de tolerância de 1,5%

PISO de 1,75%a.a

O centro da meta é um ideal, no qual o CMN entende que seria a meta ideal para o cenário
econômico do País. Entretanto, engessar um número no mercado financeiro não é bom,
principalmente um índice que avalia os preços do mercado, então o CMN admite uma pequena
variação para mais ou para menos. Caso o índice de inflação, IPCA, inflação oficial, esteja dentro
desta margem de variação, ou margem de tolerância, entende-se que o Banco Central cumpriu a
Meta de inflação Estabelecida pelo CMN.
Os parâmetros de inflação estão com seus centros nos seguintes cenários desde 2017
até 2025.

O CMN diminuiu, a partir de 2017, a margem de tolerância de 2% para 1,5%, o que acabou por
modificar os tetos e pisos das metas de inflação a partir de então. Cabe destacar que as
próximas metas de inflação estão definidas das seguintes formas: 2023 – 3,25% e
2024/2025 – 3%, com margens de tolerância de 1,5% para mais e para menos.

32
Por causa dos objetivos, o CMN recebeu da Lei 4595/64 várias atribuições, ou seja, as armas
que ele tem para poder cumprir seus objetivos, das quais destacamos algumas que mais são objetos
de prova e que podemos fazer conexões com os objetivos, para nos ajudar a memorizar mais, sem
ter de utilizar, apenas, a regra dos verbos. Seguem abaixo os principais verbos ligados as atribuições:

FIXAR DIRETRIZES
DISCIPLINAR
ESTABELECER
LIMITES
DETERMINAR

ATRIBUIÇÕES
PRINCIPAIS
REGULAMENTAR
OUTORGAR
ESTABELECER
REGULAR
EXPEDIR NORMAS

DISCIPLINAR

DELIMITAR

Objetivo: Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.


• Atribuição: Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das
instituições financeiras privadas, levando em conta sua natureza, bem como a
localização de suas sedes e agências ou filiais

Objetivo: Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da


dívida pública interna e externa.

• Atribuição: Disciplinar o crédito e suas modalidades e as formas das operações


creditícias.
• Atribuição: Estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços
bancários ou financeiros.

33
Objetivo: Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras
públicas ou privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao
desenvolvimento equilibrado da economia nacional.

• Atribuição: Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização


de todas as instituições financeiras que operam no País.

Existem Algumas atribuições do CMN que não temos como fazer conexões, pois são bastante
independentes. Mas nem por isso deixaremos de comentá-las, pois caem bastante em provas, logo
merecem nossa atenção. São Elas:
➔ Expedir normas gerais de estatística e contabilidade a serem apreciadas pelas instituições
financeiras. (Cuidado com esta aqui, pois quando uma banca quer dificultar o item ela
sempre põe essa!).

➔ Disciplinar as atividades das bolsas de valores. (Define o que é uma bolsa de valores e o que
elas fazem).

➔ Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro
e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeiras.

➔ Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio


quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever
a iminência de tal situação

➔ Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas,
prazos e outras condições.

ATENÇÃO!
Nas provas das bancas mais exigentes é comum aparecer o CMN contextualizado com Congresso
Nacional, Senado Federal e Câmara dos Deputados.
Então temos uma regra básica que vai te ajudar em qualquer competência do CMN que possa ser
perguntada e contextualizada com o Poder Legislativo.

Regra: O CMN só se relaciona com o Senado Federal, ou seja, Câmara dos Deputados NUNCA!
34
Exceto dois casos em que aparece o Congresso Nacional na Lei 4595/64:
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia do mês
subsequente, relatório e mapas demonstrativos da aplicação dos recolhimentos
compulsórios.
§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso Nacional, até 31 de março de
cada ano, relatório da evolução da situação monetária e creditícia do País no ano anterior, no
qual descreverá, minudentemente as providências adotadas para cumprimento dos objetivos
estabelecidos nesta lei, justificando destacadamente os montantes das emissões de papel-moeda
que tenham sido feitas para atendimento das atividades produtivas.

BANCO CENTRAL DO BRASIL - (BACEN)

O BACEN é uma autarquia, colegiada, INDEPENDENTE, composta por Nove DIRETORIAS,


incluindo a Presidência. Todos indicados pelo Presidente da República com aprovação do
Senado Federal, sem vinculação ou subordinação a nenhum ministério.

Conforme preconiza a Lei Complementar 179, deverão ser nomeados o Presidente e 8 (oito)
Diretores do Banco Central do Brasil, cujos mandatos atenderão à seguinte escala, dispensando-se
nova aprovação pelo Senado Federal para os indicados que, na ocasião, já estejam no exercício do
cargo:

I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato do
Presidente da República;
II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato
do Presidente da República;
III – O Presidente do Banco Central e 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de
janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e
IV - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do
Presidente da República.

Será admitida 1 recondução para o Presidente e para os Diretores do Banco Central do Brasil
que houverem sido nomeados na forma da LC179/21.

Além disso, no exercício dos mandatos, o presidente e os demais diretores do Bacen são
fixos e estáveis. Isso significa que, uma vez investidos nos cargos de diretos, eles só podem ser
demitidos nas seguintes hipóteses:

I - a pedido;
35
II - no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para o exercício do cargo;
III - quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
colegiado, pela prática de ato de improbidade administrativa ou de crime cuja pena acarrete, ainda
que temporariamente, a proibição de acesso a cargos públicos;
IV - quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos
objetivos do Banco Central do Brasil.
Na hipótese acima, compete ao Conselho Monetário Nacional submeter ao Presidente da
República a proposta de exoneração, cujo aperfeiçoamento ficará condicionado à prévia aprovação,
por maioria absoluta, do Senado Federal.
O Bacen é a autarquia executiva central do SFN, além de Supervisora, com a missão primária
de garantir a estabilidade do poder de compra da moeda nacional, e secundária de zelar pela
estabilidade e eficiência do SFN, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e
fomentar o pleno emprego.

Realiza duas reuniões Ordinárias Semanalmente, nas quais são lavradas CIRCULARES para as
atividades de sua competência privativa, e podem ser emitidas RESOLUÇÕES quando atua como
regulador em atividades concorrentes com o conselho monetário nacional.

Sua sede fica em Brasília, e possui outras 9 representações nas capitais dos Estados do Rio
Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.

O BACEN tem ainda 4 objetivos importantes:

• Zelar pela adequada liquidez da economia;


• Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
• Manter as reservas internacionais em nível adequado;
• Estimular a formação de poupança;

Cuidado!
Lembre-se que existe um ZELAR que é competência do CMN: Zelar pela liquidez e solvência das
instituições financeiras. Então caso apareça um verbo ZELAR e não for associado a este texto
acima, automaticamente será competência do BACEN.

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Dentre as várias competências do BACEN, vale ressaltar:

• Emitir papel-moeda e moeda metálica nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário

Nacional;

• Executar os serviços do meio circulante;

• Regulamentar e Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições


financeiras e bancárias e remunerar quando for conveniente.

• Realizar e Regulamentar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;

• Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;

• Regulamentar e Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;

• Exercer o controle do crédito sobre todas as suas formas;

• Exercer a fiscalização das instituições financeiras;

• Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais;

• Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

ATENÇÃO!

Autorizar o funcionamento de Instituições Financeiras Estrangeiras no País, só por Decreto


do Poder Executivo.

“Lei 4595/64 - Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante
prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo,
quando forem estrangeiras.”

A partir de um decreto do Presidente da República, entretanto, em 2020 o presidente editou


um decreto nº 10.029 que DELEGOU ao Bacen o poder de determinar se será ou não de
interesse nacional o funcionamento de instituições financeiras estrangeiras no país, desta
37
forma podemos deduzir que é competência do Bacen autorizar as estrangeiras, mas você deve
levar em consideração que trata-se de uma delegação, que pode ser avocada a qualquer momento,
e trata-se de um decreto, que pode ser, também, revogado.

ATENÇÃO!

Os verbos relacionados do CMN são sempre verbos de autoridade, verbos de poder, verbos de
mandar.

São verbos como: Regular, Autorizar, Estabelecer, Coordenar, Fixar Normas, Disciplinar, Orientar, etc.
Já os verbos empregados ao BACEN são verbos de ação, ou seja, verbos que indicam botar a
mãos na massa ou apenas supervisionar.
São verbos como: Executar, Exercer, Realizar, Controlar, Fiscalizar, Aplicar, etc.

Entretanto, CUIDADO, pois o BACEN tem 7 exceções a esta regra. Que são 4 regular, 1
Estabelecer 1 Determinar e 1 Autorizar.
* Regular a Compensação de Cheques e Outros Papéis, que é executada pelo Banco do Brasil.
* Regular o Mercado de Câmbio e suas operações e flutuações.
* Regular a Concorrência entre as Instituições Financeiras.
* Regular os instrumentos de política monetária clássicos: mercado aberto, redesconto e
recolhimento compulsório.
* Estabelecer as condições para o exercício de cargos de administração/direção das instituições
financeiras privadas.
* Autorizar o funcionamento de instituições financeiras no país e, pelo Decreto 10029/20 também
autorizar o funcionamento das estrangeiras.
* Determinar a Taxa do Recolhimentos Compulsório até o limite de 100% do depósito à vista e
até 60% das demais formas de captação.

Mas o que são essas demais formas de captação?

Exemplos: CDB, RDB, Poupança, Letra de crédito imobiliário LCI, Letra de crédito do agronegócio
LCA, Letra financeira LF, Letras imobiliárias etc. Ou seja, todas as demais formas de captação de
recursos.

APELIDOS DO BACEN

O BACEN recebe vários apelidos, devido a várias atividades que realiza. São eles:
Banco dos Bancos: quando recebe os depósitos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras. Além disso o Banco Central pode remunerá-los quando tiverem origem remunerada ou

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quando for conveniente. A remuneração será pactuada entre o BACEN e a instituição financeira
conforme o caso, conforme a Lei 14.185/2021.
Banqueiro do Governo: quando centraliza o caixa do Governo e administra as reservas
internacionais, bem como as reservas em ouro do Brasil.
Banco Emissor: quando emite o papel moeda fabricado pela Casa da Moeda do Brasil, que é
uma S/A de capital fechado com sede no Rio de Janeiro (Capital).
Emprestador de última Instância: quando realiza o empréstimo de liquidez, ou Redesconto,
às instituições financeiras. Vale lembrar mais uma vez que o Bacen é proibido pela Constituição
Federal de emprestar dinheiro a qualquer criatura que não seja uma instituição financeira.
Apenas para relembrar, este empréstimo, que nós já conhecemos pelo nome de Redesconto
do Banco Central, e que já explicamos no início da matéria, tem 4 modalidades como já vimos antes:
I - intradia, destinadas a atender necessidades de liquidez de instituição financeira, ao longo do dia.
É o chamado Redesconto a juros zero!

II - de um dia útil, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de descasamento


de curtíssimo prazo no fluxo de caixa de instituição financeira;
III - de até quinze dias úteis, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não ultrapasse
quarenta e cinco dias úteis, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez provocadas pelo
descasamento de curto prazo no fluxo de caixa de instituição financeira e que não caracterizem
desequilíbrio estrutural; e
IV - de até noventa dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não
ultrapasse cento e oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar o ajuste patrimonial de instituição
financeira com desequilíbrio estrutural.

ATENÇÃO!

Entende-se por operação intradia, para efeito do disposto neste regulamento, a compra com
compromisso de revenda, em que a compra e a correspondente revenda ocorrem no próprio dia.

Importantíssimo!!!
Sobre a Compra com Compromisso de Revenda que falamos lá em cima temos algumas
observações que despencam nas provas.
Podem ser objeto de Redesconto do Banco Central, na modalidade de compra com compromisso
de revenda, os seguintes ativos de titularidade de instituição financeira, desde que não haja
restrições a sua negociação:

39
I - títulos públicos federais registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic,
que integrem a posição de custódia própria da instituição financeira, e
II - outros títulos e valores mobiliários, créditos e direitos creditórios, preferencialmente com
garantia real, e outros ativos.

Informação de ouro!
As operações intradia e de um dia útil contemplam exclusivamente os títulos públicos
federais.

COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA - COPOM


O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo
de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros básica que será
seguida pelos bancos.
O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil:
o presidente, que tem o voto de qualidade; e os diretores de Administração, Assuntos
Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro
e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política Monetária, Regulação do
Sistema Financeiro, e Relacionamento Institucional e Cidadania. Também participam do primeiro dia
da reunião os chefes dos seguintes departamentos do Banco Central: Departamento de Operações
Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto
(Demab), Departamento Econômico (Depec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep),
Departamento das Reservas Internacionais (Depin), Departamento de Assuntos Internacionais
(Derin), e Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin). A primeira
sessão dos trabalhos conta ainda com a presença do chefe de gabinete do presidente, do assessor
de imprensa e de outros servidores do Banco Central, quando autorizados pelo presidente.
Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, em 21 de junho de 1999, da sistemática de metas
para a inflação como diretriz de política monetária. Desde então, as decisões do Copom
passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho
Monetário Nacional. Segundo o mesmo Decreto, se as metas não forem atingidas, cabe ao
40
presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do
descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites
estabelecidos.
Formalmente, os objetivos do Copom são:

 Implementar a política monetária;

 Analisar o Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central ao final de cada trimestre
civil;

 Definir a meta para a Taxa Selic, ficando viés EXTINTO (circular 3868/17)

A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a Meta para a Taxa Selic (taxa média dos
financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação
e Custódia - SELIC), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Vale
ressaltar que existe também uma taxa SELIC chamada SELIC OVER, que nada mais é do que a taxa
SELIC de um dia específico, pois o que é traçado pelo COPOM é uma META, mas o que acontece
diariamente chama-se SELIC OVER, pois como qualquer outro papel que vale dinheiro, os títulos
públicos variam de preço todo dia.
Até dezembro de 2017 o Copom podia divulgar esta Meta da Taxa Selic com um viés, ou seja,
com uma tendência de alta ou de baixa. Este artifício era utilizado para casos extremos de variação
econômica em que, o Presidente do Copom, poderia elevar ou abaixar a taxa Selic sem,
necessariamente, convocar uma reunião extraordinária do colegiado do comitê.
Entretanto em 19 de dezembro de 2017, através da Circular 3868, o Bacen não mais autorizou
ao Copom divulgar Taxa Selic com vieses de alta ou de baixa, para evitar quaisquer tipos de
especulações no mercado.
As reuniões ordinárias do Copom ocorrem APROXIMADAMENTE de 45 em 45 dias e
dividem-se em dois dias/sessões: geralmente a primeira sessão às terças-feiras e a segunda às
quartas-feiras. O número de reuniões ordinárias foi reduzido para oito ao ano a partir de 2006,
sendo o calendário anual divulgado até o fim de junho do ano anterior, admitidas modificações até
o último dia do ano da divulgação. No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento
apresentam uma análise da conjuntura doméstica abrangendo inflação, nível de atividade,
evolução dos agregados monetários, finanças públicas, balanço de pagamentos, economia
internacional, mercado de câmbio, reservas internacionais, mercado monetário, operações de
mercado aberto, avaliação prospectiva das tendências da inflação e expectativas gerais para
variáveis macroeconômicas.
No segundo dia da reunião, do qual participam apenas os membros do Comitê e o chefe
do Depep, sem direito a voto, os diretores de Política Monetária e de Política Econômica, após
análise das projeções atualizadas para a inflação, apresentam alternativas para a taxa de juros de
curto prazo e fazem recomendações acerca da política monetária. Em seguida, os demais
membros do Copom fazem suas ponderações e apresentam eventuais propostas alternativas. Ao
final, procede-se à votação das propostas, buscando-se, sempre que possível, o consenso. A decisão

41
final - a meta para a Taxa Selic e o viés, se houver - é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo
tempo em que é expedido Comunicado através do Sistema de Informações do Banco Central
(Sisbacen).
As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas na semana posterior a cada
reunião, dentro do prazo regulamentar de até quatro dias úteis após o fim da segunda sessão,
sendo publicadas na página do Banco Central na internet ("Atas do Copom") e para a imprensa a
partir das 18:30 horas do dia da segunda sessão. (Em inglês deverão ser publicadas no 5º dia
útil). (Resolução Bacen nº 61/2020)
Ao final de cada trimestre civil, o COPOM divulga, através do BACEN, produz o
documento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e
financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.

O COPOM se reúne 8 vezes ao ano, e isso dá aproximadamente 45 em 45 dias, mas


é aproximadamente mesmo, não exatamente.
E note que o antigo viés ou tendência de variação da taxa Selic foi extinto, ou seja,
o COPOM não pode mais indicar um viés para a taxa Selic estabelecida nas reuniões.
Dentro das políticas monetárias, o CMN e o BACEN, buscando facilitar a confecção deste
relatório de inflação, criaram os aglomerados monetários, e dentro deles, os meios de
pagamento, que nada mais são do que a forma como o dinheiro está presente na
economia, quer em dinheiro vivinho ou em “papel que vale dinheiro”.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - (CVM)

Lei 6.385/76 e alterações posteriores

Apenas em 1976, portanto, 12 anos após a criação do SFN, é criada a CVM, uma autarquia,
em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, colegiada, independente, composta por
5 Diretores, incluindo o presidente, todos indicados pelo Presidente da República e aprovados
pelo Senado Federal. Todos com mandato fixo e estabilidade, mas cuidado, este mandato é de 5
anos, proibida a recondução, ou seja, a “reeleição”, e a cada ano se renovam em um quinto, ou
seja, sai um dos 5 e entra um novo.

É só lembrar que a CVM adora o número 5! Qualquer coisa diferente de 5 está errada!
➔ 5 diretores (incluindo o presidente)

➔ Mandato de 5 anos

➔ Renovados a cada ano e 1/5

42
Suas reuniões ordinárias são semanais, das quais são emitidas Instruções Normativas de
vinculação Nacional.

Responsável por:

Regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o Mercado de Valores Mobiliários do país. A


CVM sempre vai ter suas atribuições ligadas ao termo Valores Mobiliários ou Mercado de
Capitais.

ATENÇÃO!

Art. 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional:


I - definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de valores
mobiliários;
II - regular a utilização do crédito nesse mercado;
III - fixar, a orientação geral a ser observada pela Comissão de Valores Mobiliários no exercício de
suas atribuições;
IV - definir as atividades da Comissão de Valores Mobiliários que devem ser exercidas em
coordenação com o Banco Central do Brasil.
V - aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da Comissão de Valores Mobiliários
VI - estabelecer, para fins da política monetária e cambial, condições específicas para negociação
de contratos derivativos, independentemente da natureza do investidor (Incluído pela Lei nº
12.543, de 2011)
§ 1o Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscalização do mercado financeiro e de capitais
continuará a ser exercida, nos termos da legislação em vigor, pelo Banco Central do
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011), ou seja, TUDO que não for dado como
responsabilidade da CVM será do BACEN.

Para este fim, a CVM e o CMN exercem as funções de:


Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;
Proteger os titulares de valores mobiliários;
Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;
Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as
companhias que os tenham emitido;
Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;

43
ATENÇÃO!

Estimular a formação de poupança é do BACEN. Mas estimular a formação de poupança para


aplicação em valores mobiliários é da CVM.

Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as


aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas.

São atribuições da CVM fiscalizar os seguintes valores mobiliários:


- AÇÕES (e suas distribuições públicas)
- DEBÊNTURES e suas Cédulas (e suas distribuições públicas)

- BONÚS DE SUBSCRIÇÃO (e suas distribuições públicas)


- Cotas de Fundos de Investimentos

- NOTAS PROMISSORIAS COMERCIAIS (COMMERCIAL PAPERS) (e suas distribuições públicas)


- FUNDOS DE INVESTIMENTO

- DERIVATIVOS, Contratos Futuros e de Opções (Derivativos são contratos que derivam a maior parte
de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice).

São atribuições da CVM fiscalizar os seguintes mercados de valores mobiliários:


– MERCADO DE BALCÃO

– BOLSAS DE VALORES

ATENÇÃO!
– Cabe ao CMN disciplinar as atividades das Bolsas de Valores.

44
– Cabe ao CMN estabelecer, para fins da política monetária e cambial, condições específicas
para negociação de contratos de derivativos, independentemente da natureza do
investidor. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011)

Não são títulos de responsabilidade da CVM

• Títulos Públicos (Federais, Estaduais e Municipais)


• Títulos Cambiais

Pois esses são competência do Banco Central.

 COMPETE AO BACEN fiscalizar o Mercado de Capitais quando de títulos de valores mobiliários


não contemplados pela Lei 6.385/76.

Logo o BACEN fiscaliza tudo o que a CVM não fiscalizar no Mercado de Captais.

CONSELHO DE RECURSOS DO SFN


O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um órgão colegiado, de
segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda e tem por finalidade julgar, em
última instância administrativa, os recursos contra as sanções aplicadas pelo BACEN e CVM e, nos
processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas pelo COAF e demais autoridades
competentes.
O CRSFN é um órgão paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda. Os
conselheiros titulares e suplentes são designados pelo Ministro da Fazenda, com mandato de três
anos, renovável por igual período por até duas vezes, devendo ter competência reconhecida e
conhecimentos especializados nas matérias de competência do CRSFN.
O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros, sendo oito membros (quatro titulares e
respectivos suplentes) indicados pelo Governo e oito (quatro titulares e respectivos suplentes)
indicados por entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais. A Portaria do
Ministério da Fazenda nº 246, de 2 de maio de 2011, alterada pela Portaria nº 423, de 29 de agosto de 2011,
estabelece as entidades do setor privado que indicam conselheiros titulares e suplentes. A
composição do CRSFN é indicada abaixo:

45
Preside o CRSFN um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Fazenda. O Vice-presidente
do Conselho é designado pelo Ministro de Estado da Fazenda dentre os conselheiros indicados
pelas entidades privadas representativas dos mercados financeiro e de capitais.

VAMOS PRATICAR?

1. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é a entidade máxima do sistema financeiro brasileiro,


ao qual cabe.
a) intervir diretamente nas instituições financeiras ilíquidas
b) apurar e anunciar mensalmente a taxa de inflação oficial.
c) fixar diretrizes e normas da política cambial.
d) fixar periodicamente a taxa de juros interbancária.

46
e) aprovar o orçamento do setor público federal.

2. O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei


nº 4.595/1964. São integrantes do Conselho Monetário Nacional:
I. Presidente do Banco Central do Brasil.
II. Ministro do Planejamento e Orçamento.
III. Ministro da Fazenda.
IV. Secretário da Receita Federal.
V. Ministro-chefe da Casa Civil.
VI. Secretário-geral da Presidência da República.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas IV, V e VI.
c) Apenas I, II, III e IV.
d) Apenas II, III, VI e V.
e) I, II, III, IV, V e VI.

3. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro.


A política do CMN objetiva:
a) zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
b) controlar exclusivamente o fluxo de capitais estrangeiros;
c) realizar operações de redesconto e empréstimos, como instrumento de política
monetária como auxílio a problemas de liquidez;
d) fiscalizar a interferência de outras sociedades nos mercados financeiros e de capitais;
e) emitir papel moeda e moeda metálica.
4. Com referência às funções do BCB, julgue os itens subsequentes.
O CMN, órgão normativo que estabelece as regras de funcionamento e fiscalização dos entes
participantes do SFN, é hierarquicamente subordinado ao BCB.

( ) Certo ( ) Errado

5. Atualmente, o Sistema Financeiro Nacional é composto por órgãos normativos, entidades


supervisoras e por operadores.

Um dos órgãos normativos que compõe o Sistema Financeiro Nacional é o(a):


a) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
b) Banco Comercial
c) Conselho Monetário Nacional
d) Bolsa de Valores
e) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP

47
6. O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) foi criado pela lei nº 4595, de 31/12/1964, para atuar
como órgão executivo central do sistema financeiro, tendo como funções cumprir e fazer
cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo
CMN (Conselho Monetário Nacional). Entre as atribuições do Banco Central estão:
a) emitir papel-moeda, exercer o controle do crédito e exercer a fiscalização das instituições
financeiras, punindo-as quando necessário;
b) determinar as taxas de recolhimento compulsório, autorizar as emissões de papel-moeda
e estabelecer metas de inflação;
c) regulamentar as operações de redesconto de liquidez, coordenar as políticas monetárias
creditícia e cambial e estabelecer metas de inflação;
d) regular o valor interno da moeda, regular o valor externo da moeda e zelar pela liquidez
e solvência das instituições financeiras;
e) determinar as taxas de recolhimento compulsório, regular o valor interno e externo da
moeda e autorizar as emissões de papel-moeda.

7. Nas operações de mercado aberto, o BCB emite títulos no mercado primário com o propósito de
regular a taxa básica de juros SELIC.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado
em 31/12/64, com a promulgação da Lei nº 4.595. Entre as suas atribuições, pode- se destacar:
a) efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais, executar os serviços do
meio circulante e exercer o controle de crédito.
b) exercer a fiscalização das instituições financeiras, autorizar o funcionamento das
instituições financeiras e orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras.
c) controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país, estabelecer as condições
para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras e autorizar o
funcionamento das instituições financeiras.
d) exercer a fiscalização das instituições financeiras e centralizar o recolhimento e posterior
aplicação dos recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
e) prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização e
Entidades de Previdência Privada Aberta e zelar pela adequada liquidez da economia.

9. Periodicamente, o Banco Central do Brasil determina, nas reuniões de seu Comitê de Política
Monetária (Copom), o(a):
a) valor máximo do volume de operações de compra e venda de títulos públicos pelo sistema
bancário brasileiro.
b) quantidade de papel moeda e moeda metálica em circulação, dentro dos limites
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.
c) valor máximo de todas as formas de crédito no país.
d) valor máximo do fluxo de entrada no país de capitais financeiros vindo do exterior.
48
e) taxa de juros de referência para as operações de um dia com títulos públicos.

10. O Comitê de Política Monetária (COPOM), instituído pelo Banco Central do Brasil em 1996 e
composto por membros daquela instituição, toma decisões:
a) sobre a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
b) a respeito dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais.
c) de acordo com a maioria dos participantes nas reuniões periódicas de dois dias.
d) a serem ratificadas pelo Ministro da Fazenda.
e) conforme os votos da Diretoria Colegiada.

11. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil estabelece as ações que
definem a política monetária do governo. O Copom.
a) administra as reservas em divisas internacionais do Brasil
b) determina periodicamente a taxa de juros interbancários de referência, a taxa Selic.
c) é presidido pelo Ministro da Fazenda.
d) impõe limites mínimos de capitalização aos bancos comerciais.
e) impede a entrada de capitais financeiros especulativos no país.

12. Admita que um empresário brasileiro, acionista majoritário de uma empresa em situação pré-
falimentar, venha a ser acusado pelos acionistas minoritários de uso de informação privilegiada
e manipulação de preços das ações negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de
São Paulo (BM&F Bovespa).

O órgão responsável pelo eventual julgamento do processo administrativo contra o empresário


é o(a):
a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
b) Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&F Bovespa)
c) Supremo Tribunal Federal (STF)
d) Supremo Tribunal de Justiça (STJ)
e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

13. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão que regula e fiscaliza o mercado de
capitais no Brasil, sendo:
a) subordinada ao Banco Central do Brasil
b) subordinada ao Banco do Brasil
c) subordinada à Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA)
d) independente do poder público
e) vinculada ao poder executivo (Ministério da Fazenda)

49
14. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade que compõe o sistema financeiro
nacional, além de ser uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.
A CVM é responsável por:
a) realizar transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto.
b) regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país
c) controlar e fiscalizar o mercado de seguro, a previdência privada aberta e a capitalização.
d) negociar contratos de títulos de capitalização.
e) garantir o poder de compra da moeda nacional.

15. Alguns dos principais objetivos da Comissão de Valores Mobiliários são:


I. Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário.
II. Assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições
auxiliares.
III. Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos pelas
sociedades anônimas de capital aberto.
IV. Fiscalizar o mercado interbancário de câmbio e das operações com certificados de
depósito interfinanceiro.

É correto o que consta APENAS em:


a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II, III e IV
e) I, II e III

16. As bolsas de mercadorias e futuros têm autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são
fiscalizadas pela CVM.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito
1 2 3 4 5
C A A E C
6 7 8
A E A
9 10 11
E E B
12 13 14 15 16
E E B E C

50
LÍNGUA PORTUGUESA
CRASE
A crase é uma união de sons vocálicos iguais. Fusão do A (preposição) com o A (artigo) ou do A
(preposição) com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo.

• Assisti à novela. (assistir “a” + “a” novela = à)


• Assistir ao jogo. (assistir ‘‘a’’ + ‘‘o’’ jogo = ao)
• Estou visando àquele cargo. (visar “a” + aquele = àquele)

CRASE OBRIGATÓRIA
PREPOSIÇÃO A + ARTIGO FEMININO A OU PRONOMES A, A QUAL /QUE, AQUELA
Esse é o caso tradicional, explicado acima. O verbo pede “a” preposição e o substantivo feminino pede
“a” artigo.

Agradei à plateia, desagradei aos proprietários. (agradei a+a plateia)

NOMES DE LUGARES PARTICULARIZADOS

51
A crase vai depender de o nome de lugar aceitar ou não artigo. Se estiver determinado, isto é,
especificado por um termo ou até pelo contexto, o lugar passa a ter artigo definido.
• Gosto de Recife (menção genérica a Recife, sem artigo, sem especificação)
• Vou à Recife que ninguém conhece ainda. (Não é uma Recife qualquer, é específica, é “aquela
que ninguém conhece ainda”; por isso se usa o artigo “a”)

Vamos reproduzir um lendário macete: quem vai ‘‘a’’ volta ‘‘da’’, crase haverá. Quem vai ‘‘a’’ e volta de,
crase para quê?

• Quem vai à Bahia, volta da Bahia.


• Quem vai a Brasília, volta de Brasília.

LOCUÇÕES FEMININAS
Essas expressões têm um “núcleo feminino” e sempre vêm com acento grave!
• Vire à direita depois à esquerda. (locução adverbial)
• Estude para não ficar à espera de um milagre. (locução prepositiva)

às locuções adverbiais com sentido de meio ou instrumento: a (à)


mão, a (à) caneta, (à) a vista, (à) a prestação. Nesses casos, há
controvérsia entre os gramáticos; então você deve presumir na
prova que ambas as formas são aceitas, a crase é facultativa. No
entanto, a preferência é usar a crase, para eliminar ambiguidades:
Desenhei à mão (meio/instrumento) x Desenhei a mão (a mão foi
desenhada?)

À MODA DE (À MANEIRA DE; AO ESTILO DE)


• Vou almoçar talharim à moda do chefe. (expressão feminina “à moda de”)
• Fiz um gol à Maradona.

DIANTE DAS PALAVRAS CASA , TERRA E DISTÂNCIA , QUANDO TAIS PALAVRAS VIEREM DETERMINADAS
• A fragata retornou à terra prometida. (terra especificada)
• Cheguei à terra dos meus pais.
• Fiquei à distância de 50 metros.

52
Se não é especificada, não há como haver artigo “definido”.
A ausência do artigo sinaliza o uso não familiar ou genérico
da palavra.
• A fragata retornou a terra. (terra firme)

CRASE PROIBIDA

DIANTE DE PALAVRA MASCULINA OU VERBO


Se a palavra é masculina, não pode ter artigo feminino. Então, não há como ter crase.
• Paguei meu carro metade à vista e metade a prazo.
• Íamos a pé.

DIANTE DE FORMAS DE TRATAMENTO


• Não fui apresentado a Vossa Excelência.
As formas de tratamento senhora, senhorita, doutora, madame admitem crase.
• Enviei a carta (enviar a + as) às senhoritas. As senhoritas morreram.

ANTES DE NUMERAIS
• Matrículas de 15 a 30 de abril.
EXCEÇÕES DE HORAS (DAS 08H ÀS11H)

DIANTE DE SUBSTANTIVO COM SENTIDO GERAL E INDETERMINADO


Se um substantivo é mencionado genericamente, não poderá ter artigo definido, pois logicamente o que
é definido não pode ser genérico. Não havendo artigo, não haverá crase também, pois faltaria uma
condição.

• Nunca doei dinheiro a entidade filantrópica. (qualquer entidade, genericamente considerada)


• Nunca doei dinheiro à entidade filantrópica. (entidade específica, conhecida do falante e
mencionada antes)
53
ANTES DE VERBOS
• Voltamos a apresentar.

ENTRE PALAVRAS REPETIDAS


• Nunca fiquei face a face com um escritor.
• Cara a cara

APÓS PREPOSIÇÃO
• Eles foram para a praia.
• Irei após as reuniões.

ANTES DE ‘‘UMA’’
Contudo, é possível usar crase antes de “uma” em locução adverbial indicativa de hora exata:
• Sairei daqui à uma hora da tarde, sem atrasos.

ANTES DE PRONOMES
• Um beijo a todos.
• Graças a Sua Santidade.
• Dei um recado a ela.
• Este é o filme a que assisti.

Se o pronome aceitar artigo ou iniciar por “a”, a crase é possível.


Portanto, pode haver crase antes de:
Pronomes indefinidos: pouca(s), muitas, demais, outra(s) e várias
Pronomes demonstrativos: aquele(a/s), aquilo, mesma(s),
própria(s)
Ex: Entreguei o presente às outras/demais/várias/mesmas
meninas que encontrei.

PALAVRAS FEMININAS ‘‘NO PLURAL’’ PRECEDIDAS DE UMA ‘‘A’’

54
Ex.: Dirigi-me a pessoas desconhecidas.

NESSES CASOS, O A É PREPOSIÇÃO, E OS SUBSTANTIVOS ESTÃO SENDO USADOS EM SENTIDO GENÉRICO .


QUANDO SÃO USADOS EM SENTIDO ESPECÍFICO , OS SUBSTANTIVOS PASSAM A SER PRECEDIDOS DO ARTIGO AS ;
OCORRERÁ ENTÃO , A CRASE:

EX.: VOCÊESTÁ SE REFERINDO A VIDAS HUMANAS ? VOCÊ ESTÁ SE REFERINDO ÀS VIDAS DE NOSSOS
COMPANHEIROS ?

CRASE FACULTATIVA

Em essência, a crase é facultativa quando o artigo for facultativo.

ANTES DE PRONOMES POSSESSIVOS ‘‘ADJETIVOS’’


Antes de um pronome possessivo adjetivo, isto é, de um pronome possessivo que “acompanhe” um
substantivo feminino, a crase é facultativa, porque o artigo é facultativo.
• Levei flores à/a sua mãe.
• Cedi todos os meus direitos à/a sua filha.
Porém, se o pronome possessivo substituir outro termo que estiver elíptico (isto é, se for um possessivo
substantivo), a crase será obrigatória.
• Referi-me à/a minha mãe, não à sua (mãe).

ANTES DE NOMES PRÓPRIOS


• Levei flores a/à Cecília.

APÓS A PREPOSIÇÃO ‘‘ATÉ’’


Há uma variante da preposição “até”, que é a locução prepositiva “até a”. Por essa razão, a crase é
facultativa. Se “até” tiver sentido de inclusão, não assume essa forma de locução.
• Fui até a/à cidade vizinha atrás dessa mulher.
• Até a bruxa do 71 tinha sentimentos.

55
QUESTÕES PARA TREINAR

QUESTÃO 1: FUNDATEC/2022 – Assinale a alternativa que apresenta regra correta quanto ao uso da
crase.
a) Usa-se o artigo “a” antes de verbos no infinitivo, por isso a expressão “à partir de” é craseada.
b) A forma correta de escrita da locução “à pé” é com acento indicador de crase.
c) Usa-se crase diante de pronomes indefinidos (alguém, ninguém, quem, outrem, algo, tudo, nada,
que e cada), por isso, escreve-se: “À cada ano”.
d) Não se usa crase em locuções formadas com a repetição da mesma palavra, por isso “dia a dia”
não é craseado.
e) No caso de nomes próprios geográficos, sempre usa-se crase, por isso é correto dizer “vou à
Portugal este ano”.

QUESTÃO 2: FUNDATEC/2022 – Por Fábio Marton

Ninguém precisa dizer que a higiene na Idade Média era abismal, comparada com hoje. As ruas
das cidades eram tomadas por lixo, esterco de cavalo, urina. Fezes humanas serviam de esterco, e esse
esterco ocasionava ___ reprodução de parasitas. Um método arqueológico recente é estudar latrinas
medievais e tirar conclusões a partir dos resíduos de vermes intestinais. O corpo e...umado do rei Ricardo
3º (1452-1485), da Inglaterra, por exemplo, rendeu uma quantidade prodigiosa de ovos de lombriga.
E, paradoxalmente, é já aqui que começamos a divergir dos cli...ês: os parasitas intestinais, por seu
ciclo de vida, indicam que as pessoas tinham acesso à carne de peixe, porco e, menos, boi.
Não que as pessoas medievais estivessem livres da fome. Viver numa sociedade de...entralizada e
agrícola é viver da terra para a boca, com o clima podendo ser sentença de morte. O período quente
medieval (950-1250), época em que a temperatura foi semelhante ___ do século XX, rendeu boas
colheitas e a população aumentou 70% entre 1000 e 1300. Quando acabou, em 1315, veio a Grande

56
Fome, que matou milhões. A população já estava em declínio quando a Grande Peste de 1348 tombou
um em cada três europeus.
Peste e parasitas não eram tratados com reza brava. A medicina medieval era uma herança greco-
romana, de Hipócrates (460-370 a.C.) e Galeno (129-216), com inovações pelo árabe Avicena (980-
1037) e outros. A ideia é que doenças não são causadas por coisas sobrenaturais, mas físicas. Não era
nem de longe ciência: astrologia era considerada “física” e médicos faziam mapa astral antes de executar
sangrias ou cirurgias.
Os autores clássicos deixaram interpretações baseadas nas teorias dos humores – líquidos dentro
do corpo, relacionados aos quatro elementos, numa combinação de quente, frio, úmido e seco. O sangue,
relacionado ao elemento ar, era quente e úmido. Bile amarela, o líquido da vesícula biliar, era quente e
seca, ligada ao fogo. Bile negra, produzida pelo baço, era seca e fria como a terra. Fleuma (catarro),
úmido e frio, como a água.
Achava-se, por exemplo, que vermes nasciam no próprio intestino, a partir de matéria inadequada:
carnes “doces” ou frutas, que eram “frias e úmidas”, ligadas à fleuma. Pratos apimentados eram “quentes
e úmidos” e mexiam com o humor sanguíneo, deixando a pessoa febril e mentalmente perturbada.
Em paralelo e combinada com os humores, havia a teoria dos miasmas, que dizia que doenças
podiam ser contraídas pelo ar contaminado, fedorento – como pântanos, cemitérios, latrinas e, importante,
pessoas doentes, o que leva ___ ideia de contágio. A quarentena foi inventada na época da Peste Negra
a partir dessa ideia, de que doentes emitiam miasma: surgiu primeiro em Ragusa, cidade italiana na atual
Croácia, na qual forasteiros tinham que esperar um mês em acomodações em ilhas isoladas antes de
entrarem na cidade. O miasma podia ajudar a explicar gripes e outra forma da peste, a pneumônica.
Mas não serviu para a bubônica, que passa por pulgas infectadas, não pelo ar.

(Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/medieval-mas-limpinho/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e
respectivamente, as lacunas tracejadas.

a) a–à–à
b) a–a–à
c) à–à–à
d) à–a–a
e) à–à–a

QUESTÃO 3: CESGRANRIO/2021 – O sinal indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão
em:
a) Tenho preocupações referentes à questões ambientais.
b) Medidas de proteção à infância precisam ser tomadas por governos.
c) Devem-se fazer campanhas para aumentar às preocupações sanitárias.
57
d) À partir do início da faculdade é necessário estudar muito.
e) Você confere, à seguir, os documentos dos clientes.

QUESTÃO 4: CESGRANRIO/2023 – Para atender aos padrões de escrita formal do português, observando-
se a norma-padrão, o acento grave indicativo da crase deve ser empregado em:
a) A paisagem a qual descrevi me deslumbra até hoje.
b) Não havia ninguém na rua quando a manhã se descortinou.
c) Meu irmão demonstrava surpresa sempre que via as grades.
d) A velha senhora tem o olhar atento as belas paisagens da cidade.
e) Minha percepção sobre o Rio mudou a partir da visão daquela senhora.

QUESTÃO 5: CESGRANRIO/2021 – De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do acento


grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
a) A prática de ensino remoto levou as famílias a situações difíceis de comunicação com as instituições
de ensino.
b) As aulas remotas surgem como uma alternativa para a redução dos impactos negativos no processo
de aprendizagem.
c) As escolas e os professores foram levados a essa prática de ensino remoto, em função da chegada
inesperada do vírus.
d) O interesse pelo ensino on-line não tem diminuído porque começou a ser considerado a única opção
de escolarização durante a pandemia.
e) Os bons resultados de desempenho dos alunos são obtidos graças a dedicação dos professores no
ensino on-line.

QUESTÃO 6: CESGRANRIO/2023 – O acento grave indicativo de crase está empregado de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa em:
a) A conclusão dos projetos da empresa, durante o ano de 2020, foi realizada à custa de muito
empenho por parte dos empreendedores e dos funcionários especializados.
b) A preocupação da empresa com os funcionários destinados à catalogar os arquivos de maior
importância justifica os altos valores a eles atribuídos.
c) A valorização da ética em uma instituição é uma oportunidade de integrar todos os funcionários
nos mesmos objetivos e se aplica à diversas situações por que passa toda a organização.
d) O conjunto de valores, individuais ou coletivos, que orienta as relações sociais deve garantir o
cumprimento daquilo que é esperado por toda à comunidade.

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e) Os indivíduos estabelecem a principal meta de suas vidas, a fim de alcançar à realização de seus
sonhos ao final de seu percurso.

QUESTÃO 7: CESGRANRIO/2021 – De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego do


acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
a) A exigência de entrar em contato com instituições financeiras obrigou o cliente a criar senhas para
ter acesso aos serviços bancários.
b) A falta de leis sobre privacidade digital exige que os indivíduos se preparem para enfrentar a
invasão do acesso a suas vidas privadas.
c) A revolução da tecnologia da informação modificou a realidade social, penetrando em todas as
esferas da atividade humana.
d) As pesquisas tecnológicas são indispensáveis devido a importância de solucionar problemas
causados pela invasão de dados.
e) O surgimento das redes sociais e dos sites de compartilhamento conduziu as pessoas a novas
situações de risco na sociedade atual.

GABARITO. 1.D 2.A 3.B 4.D 5.E 6.A 7.D

QUESTÕES COMENTADAS

QUESTÃO 1: FUNDATEC/2022 – Assinale a alternativa que apresenta regra correta quanto ao uso da
crase.
a) Usa-se o artigo “a” antes de verbos no infinitivo, por isso a expressão “à partir de” é craseada.
b) A forma correta de escrita da locução “à pé” é com acento indicador de crase.
c) Usa-se crase diante de pronomes indefinidos (alguém, ninguém, quem, outrem, algo, tudo, nada,
que e cada), por isso, escreve-se: “À cada ano”.
d) Não se usa crase em locuções formadas com a repetição da mesma palavra, por isso “dia a dia”
não é craseado.
e) No caso de nomes próprios geográficos, sempre usa-se crase, por isso é correto dizer “vou à
Portugal este ano”.
59
COMENTÁRIO :
A ) INCORRETO : À PARTIR DE – VERBOS NÃO ACEITAM CRASE .
B) INCORRETO: À PÉ – A EXPRESSÃO ‘‘A PÉ’’ NÃO ACEITA CRASE .
C) INCORRETO : PRONOMES INDEFINIDOS NÃO ACEITAM CRASE .
D ) ALTERNATIVA CORRETA . A EXPRESSÃO ‘‘DIA A DIA ’’, POR APRESENTAR REPETIÇÃO , NÃO ACEITA CRASE .
E ) INCORRETO : VAMOS RESOLVER COM NOSSO MACETE : QUEM VAI A E VOLTA DE , CRASE PRA QUÊ ?

GABARITO: LETRA D

QUESTÃO 2: FUNDATEC/2022 – Por Fábio Marton

Ninguém precisa dizer que a higiene na Idade Média era abismal, comparada com hoje. As ruas
das cidades eram tomadas por lixo, esterco de cavalo, urina. Fezes humanas serviam de esterco, e esse
esterco ocasionava ___ reprodução de parasitas. Um método arqueológico recente é estudar latrinas
medievais e tirar conclusões a partir dos resíduos de vermes intestinais. O corpo e...umado do rei Ricardo
3º (1452-1485), da Inglaterra, por exemplo, rendeu uma quantidade prodigiosa de ovos de lombriga.
E, paradoxalmente, é já aqui que começamos a divergir dos cli...ês: os parasitas intestinais, por seu
ciclo de vida, indicam que as pessoas tinham acesso à carne de peixe, porco e, menos, boi.
Não que as pessoas medievais estivessem livres da fome. Viver numa sociedade de...entralizada e
agrícola é viver da terra para a boca, com o clima podendo ser sentença de morte. O período quente
medieval (950-1250), época em que a temperatura foi semelhante ___ do século XX, rendeu boas
colheitas e a população aumentou 70% entre 1000 e 1300. Quando acabou, em 1315, veio a Grande
Fome, que matou milhões. A população já estava em declínio quando a Grande Peste de 1348 tombou
um em cada três europeus.
Peste e parasitas não eram tratados com reza brava. A medicina medieval era uma herança greco-
romana, de Hipócrates (460-370 a.C.) e Galeno (129-216), com inovações pelo árabe Avicena (980-
1037) e outros. A ideia é que doenças não são causadas por coisas sobrenaturais, mas físicas. Não era
nem de longe ciência: astrologia era considerada “física” e médicos faziam mapa astral antes de executar
sangrias ou cirurgias.
Os autores clássicos deixaram interpretações baseadas nas teorias dos humores – líquidos dentro
do corpo, relacionados aos quatro elementos, numa combinação de quente, frio, úmido e seco. O sangue,
relacionado ao elemento ar, era quente e úmido. Bile amarela, o líquido da vesícula biliar, era quente e
seca, ligada ao fogo. Bile negra, produzida pelo baço, era seca e fria como a terra. Fleuma (catarro),
úmido e frio, como a água.
Achava-se, por exemplo, que vermes nasciam no próprio intestino, a partir de matéria inadequada:
carnes “doces” ou frutas, que eram “frias e úmidas”, ligadas à fleuma. Pratos apimentados eram “quentes
e úmidos” e mexiam com o humor sanguíneo, deixando a pessoa febril e mentalmente perturbada.
Em paralelo e combinada com os humores, havia a teoria dos miasmas, que dizia que doenças
podiam ser contraídas pelo ar contaminado, fedorento – como pântanos, cemitérios, latrinas e, importante,
pessoas doentes, o que leva ___ ideia de contágio. A quarentena foi inventada na época da Peste Negra
a partir dessa ideia, de que doentes emitiam miasma: surgiu primeiro em Ragusa, cidade italiana na atual
60
Croácia, na qual forasteiros tinham que esperar um mês em acomodações em ilhas isoladas antes de
entrarem na cidade. O miasma podia ajudar a explicar gripes e outra forma da peste, a pneumônica.
Mas não serviu para a bubônica, que passa por pulgas infectadas, não pelo ar.

(Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/medieval-mas-limpinho/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e
respectivamente, as lacunas tracejadas.

a) a–à–à
b) a–a–à
c) à–à–à
d) à–a–a
e) à–à–a

COMENTÁRIO :

1) "FEZES HUMANAS SERVIAM DE ESTERCO , E ESSE ESTERCO OCASIONAVA A REPRODUÇÃO DE PARASITAS ."
A FORMA VERBAL “OCASIONAVA” É TRANSITIVA DIRETA , OU SEJA, NÃO REGE PREPOSIÇÃO . = A (SEM CRASE)

2) "O PERÍODO QUENTE MEDIEVAL (950-1250), ÉPOCA EM QUE A TEMPERATURA FOI SEMELHANTE À DO
SÉCULO XX, RENDEU BOAS COLHEITAS E A POPULAÇÃO AUMENTOU 70% ENTRE 1000 E 1300."
NESTE CASO, TEMOS OCORRÊNCIA DA PREPOSIÇÃO “A”, REGIDA PELO ADJETIVO “SEMELHANTE " E DO
PRONOME DEMONSTRATIVO “A ” EQUIVALENTE A “AQUELA”. = À (C OM CRASE )

3) "EM PARALELO E COMBINADA COM OS HUMORES , HAVIA A TEORIA DOS MIASMAS , QUE DIZIA QUE DOENÇAS
PODIAM SER CONTRAÍDAS PELO AR CONTAMINADO , FEDORENTO – COMO PÂNTANOS , CEMITÉRIOS , LATRINAS
E, IMPORTANTE , PESSOAS DOENTES , O QUE LEVA À IDEIA DE CONTÁGIO ."
POR FIM, TEMOS A OCORRÊNCIA DA PREPOSIÇÃO “A” REGIDA PELA FORMA VERBAL “LEVA” E DO ARTIGO
DEFINIDO FEMININO SINGULAR “A”, DETERMINANTE DO SUBSTANTIVO “ IDEIA”.= À (C OM CRASE )

ASSIM SENDO, CONCLUÍMOS QUE A CORRETA FORMA DE PREENCHIMENTO DAS LACUNAS É : A – À – À.


ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

GABARITO: LETRA A

QUESTÃO 3: CESGRANRIO/2021 – O sinal indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão
em:
a) Tenho preocupações referentes à questões ambientais.
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b) Medidas de proteção à infância precisam ser tomadas por governos.
c) Devem-se fazer campanhas para aumentar às preocupações sanitárias.
d) À partir do início da faculdade é necessário estudar muito.
e) Você confere, à seguir, os documentos dos clientes.

COMENTÁRIO :

ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. O TERMO “ PROTEÇÃO” REGE A PREPOSIÇÃO “A” E O SUBSTANTIVO


“INFÂNCIA” É ANTECEDIDO DO ARTIGO “A”, ASSIM, TEMOS A CONTRAÇÃO DA PREPOSIÇÃO COM O ARTIGO
OCORRENDO, OBRIGATORIAMENTE , O EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DA CRASE .

GABARITO: LETRA B

QUESTÃO 4: CESGRANRIO/2023 – Para atender aos padrões de escrita formal do português, observando-
se a norma-padrão, o acento grave indicativo da crase deve ser empregado em:
a) A paisagem a qual descrevi me deslumbra até hoje.
b) Não havia ninguém na rua quando a manhã se descortinou.
c) Meu irmão demonstrava surpresa sempre que via as grades.
d) A velha senhora tem o olhar atento as belas paisagens da cidade.
e) Minha percepção sobre o Rio mudou a partir da visão daquela senhora.

COMENTÁRIO : O ADJETIVO "ATENTO " DEMANDA COMPLEMENTO PREPOSICIONADO . QUEM ESTÁ ATENTO ,
ESTÁ ATENTO A ALGO .
ALÉM DISSO, O PLURAL NOS INDICA A PRESENÇA DE ARTIGO FEMININO QUE ACOMPANHA A EXPRESSÃO "BELAS
PAISAGENS ". COMO TEMOS O ENCONTRO DA PREPOSIÇÃO "A " E ARTIGO "AS ", DEVEMOS UTILIZAR A CRASE :
OLHAR ATENTO ÀS BELAS PAISAGENS (...)

GABARITO: LETRA D

QUESTÃO 5: CESGRANRIO/2021 – De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do acento


grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
a) A prática de ensino remoto levou as famílias a situações difíceis de comunicação com as instituições
de ensino.
b) As aulas remotas surgem como uma alternativa para a redução dos impactos negativos no processo
de aprendizagem.
c) As escolas e os professores foram levados a essa prática de ensino remoto, em função da chegada
inesperada do vírus.
d) O interesse pelo ensino on-line não tem diminuído porque começou a ser considerado a única opção
de escolarização durante a pandemia.

62
e) Os bons resultados de desempenho dos alunos são obtidos graças a dedicação dos professores no
ensino on-line.

COMENTÁRIO: OBSERVE QUE O TERMO “GRAÇAS” REGE A PREPOSIÇÃO “A” E O SUBSTANTIVO “DEDICAÇÃO”
É ANTECEDIDO DO ARTIGO “ A”, ASSIM, TEMOS A CONTRAÇÃO DA PREPOSIÇÃO COM O ARTIGO OCORRENDO ,
OBRIGATORIAMENTE , O EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DA CRASE . (“... GRAÇAS À DEDICAÇÃO …)

GABARITO: LETRA E.

QUESTÃO 6: CESGRANRIO/2023 – O acento grave indicativo de crase está empregado de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa em:
a) A conclusão dos projetos da empresa, durante o ano de 2020, foi realizada à custa de muito
empenho por parte dos empreendedores e dos funcionários especializados.
b) A preocupação da empresa com os funcionários destinados à catalogar os arquivos de maior
importância justifica os altos valores a eles atribuídos.
c) A valorização da ética em uma instituição é uma oportunidade de integrar todos os funcionários
nos mesmos objetivos e se aplica à diversas situações por que passa toda a organização.
d) O conjunto de valores, individuais ou coletivos, que orienta as relações sociais deve garantir o
cumprimento daquilo que é esperado por toda à comunidade.
e) Os indivíduos estabelecem a principal meta de suas vidas, a fim de alcançar à realização de seus
sonhos ao final de seu percurso.

COMENTÁRIO :

A ) ALTERNATIVA CORRETA . HÁ PRESENÇA DA PREPOSIÇÃO "A " E DO ARTIGO "A", ACEITO PELO SUBSTANTIVO
FEMININO "CUSTA ".
B) INCORRETA . VERBOS NÃO ACEITAM CRASE .
C) INCORRETA . A EXPRESSÃO "DIVERSAS SITUAÇÕES " ESTÁ NO PLURAL , ACEITANDO APENAS O ARTIGO "AS".
D ) INCORRETA . NÃO TEMOS PRESENÇA DA PREPOSIÇÃO "A ", DEVIDO À PRESENÇA DO PRONOME "TODA ".
E ) INCORRETA . NÃO HÁ PRESENÇA DA PREPOSIÇÃO "A ", DEVIDO À TRANSITIVIDADE DO VERBO "ALCANÇAR ".

GABARITO: LETRA A

63
QUESTÃO 7: CESGRANRIO/2021 – De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego do
acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
a) A exigência de entrar em contato com instituições financeiras obrigou o cliente a criar senhas para
ter acesso aos serviços bancários.
b) A falta de leis sobre privacidade digital exige que os indivíduos se preparem para enfrentar a
invasão do acesso a suas vidas privadas.
c) A revolução da tecnologia da informação modificou a realidade social, penetrando em todas as
esferas da atividade humana.
d) As pesquisas tecnológicas são indispensáveis devido a importância de solucionar problemas
causados pela invasão de dados.
e) O surgimento das redes sociais e dos sites de compartilhamento conduziu as pessoas a novas
situações de risco na sociedade atual.

64
COMENTÁRIO : VEJAMOS AS ALTERNATIVAS

A ) INCORRETA . ANTES DE VERBO NÃO HÁ CRASE .


B) I NCORRETA . A EXPRESSÃO "SUAS VIDAS " SE ENCONTRA NO PLURAL , NÃO ACEITANDO O ARTIGO SINGULAR
"A".
C) INCORRETA . O VERBO "MODIFICAR" FOI EMPREGADO COMO TRANSITIVO DIRETO , NÃO ACEIRANDO A
PRESENÇA DE PREPOSIÇÃO ANTES DO COMPLEMENTO VERBAL .
D ) ALTERNATIVA CORRETA . "DEVIDO A ", OBEDECENDO À REGÊNCIA ; O TERMO " IMPORTÂNCIA " É FEMININO
SINGULAR, ACEITANDO A PRESENÇA DO ARTIGO "A ". SENDO ASSIM, A CRASE É OBRIGATÓRIA .
E ) INCORRETA . A EXPRESSÃO "NOVAS SITUAÇÕES " SE ENCONTRA NO PLURAL , NÃO ACEITANDO O ARTIGO
SINGULAR "A".

GABARITO: LETRA D

INFORMÁTICA
Navegadores

Serviço de Hipertexto

O hipertexto é de longe um dos temas que mais é cobrado em provas de concursos, em se tratando de Internet,
pois é o serviço mais utilizado tanto pelos usuários no acesso privado à internet quanto no uso corporativo, em
organizações públicas e privadas, uma vez que se trata do serviço que possibilita a navegação em sites.
O Hipertexto representa uma linguagem que possibilita a navegação na internet por meio de link e hiperlinks
em que sites se vinculam a outros, possibilitando a navegação. O sistema de hipertexto utilizado por padrão
na Internet é o WWW.( Word Wide Web).

Protocolos

Cada serviço da internet tem um modo distinto para transmissão de dados, recebendo e enviando
informações, e esses modos são chamados de protocolos. São considerados os principais protocolos do
serviço de navegação o HTTP e o HTTPs, os dois tendo características bem semelhantes porém algumas
distintas, que seguem abaixo:

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 HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) – Protocolo de hipertexto que possibilita visualização de
terceiros, pois não estabelece uma conexão criptografa, e, portanto, não possui o critério de
segurança da confidencialidade.

 HTTPS (Hyper Text Transfer Protocol Secure) – Protocolo de hipertexto que possibilita não
visualização de terceiros, pois estabelece uma conexão criptografada, e, portanto, possui o
critério de segurança da confidencialidade

 Obs.: Não é possível estar, de forma simultânea, em um site utilizando os protocolos HTTP e HTTPs,
porém em um mesmo site é possível estar em HTTP e em outra página ou após acesso restrito
migrar para HTTPs, como em sites de bancos, comércio eletrônico ou webmail.

Browsers
São os programas utilizados para navegação, em WWW, por meio dos protocolos específicos para
hipertexto. Dentre eles se destacam:

 Internet Explorer;

 Google Chrome;

 Mozilla;

 Firefox;

 Opera;

 Safari;

 Netscape Navegator.

URL (Uniform Resource Locator)


A URL a Sua tradução literal significa a Localização universal de registro é a estrutura utiliza pelos usuários
para acessar determinado site. Ex.: WWW.FOXYCONCURSOS.COM. As partes de uma URL são:

 WWW – Identificação do serviço de hipertexto.

 FOXYCONCURSOS – Domínio (nome do site).


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 COM – EXTENSÃO DE DOMINIO.

Endereço IP

É o Internet Protocol, simplesmente o endereço do dispositivo, computador em que o site está fisicamente
armazenado/hospedado.
Representa de fato o endereço de um site, o local onde ele se encontra nas redes que compõe a internet.
Essa está migrando do IP V4 para o IP V6, uma vez que o V4 está com sua capacidade de endereços
esgotada.

 IPV4 – Composto por 4 octetos. (32 bits)

 IPV6 – Composto por 8 duoctetos. (128 bits )

Questão 01: Um auxiliar administrativo, utilizando um computador, quer acessar o navegador nativo
e padrão do sistema operacional Windows 10. Qual é ele?
a) Google Chrome.
b) Internet Explorer.
c) Safari.
d) Mozilla Firefox.
e) Microsoft Edge.

Questão 02: Considere que Carlos está navegando pela Internet Explorer 8, e pretende salvar a página
da Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá/MG para que possa acessá-la em um outro momento.
Para isto Carlos DEVERÁ utilizar o recurso de:
a) Downloads.
b) Favoritos.
c) Histórico.
d) Preferências.

Questão 03: No Microsoft Internet Explorer, a função do histórico é:


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a) Exibir o histórico do programa (data de criação, história etc.) e itens de ajuda ao usuário.
b) Armazenar e exibir os sites preferidos dos usuários, permitindo seu acesso rápido.
c) Armazenar os links das páginas visitadas recentemente, e permitir seu acesso rápido e verificação
das páginas acessadas. Exibir o histórico do Sistema Operacional (Versão, configuração atual etc.)
e itens de ajuda do Windows.
d) Exibir o histórico do Sistema Operacional (Versão, configuração atual etc.) e itens de ajuda do
Windows.

Questão 04: Alguns navegadores utilizados na internet, como o Microsoft Edge e o Chrome, permitem
um tipo de navegação conhecida como privada ou anônima.
Sobre esse recurso, é correto afirmar que ele foi concebido para, normalmente:
a) não permitir que sejam realizados downloads de quaisquer tipos de arquivos.
b) substituir os dados do usuário por outros fictícios, definidos pelo próprio usuário, e evitar que
propaganda comercial e e-mails do tipo spam sejam posteriormente encaminhados ao usuário.
c) impedir que o provedor de internet e os sites visitados tenham acesso aos dados relativos à
navegação do usuário.
d) permitir que sites sejam acessados sem que sejam guardados quaisquer dados ou informações que
possam ser usados para rastrear, a partir do navegador, as visitas efetuadas pelo usuário.

GABARITO

Questão 1: Gabarito E Questão 2: Gabarito B Questão 3: Gabarito C Questão 4: Gabarito D

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