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Cálculo Vetorial

Eletromagnetismo 1
Sumário
• Introdução
• Elementos Diferenciais de Comprimento, Área e
Volume
• Integrais de Linha, Superfície e Volume
• O Operador Gradiente
• Gradiente de um Escalar
• Divergente de um Vetor e o Teorema da Divergência
• Rotacional de um Vetor e o Teorema de Stokes
• Laplaciano de um Escalar
• Classificação dos Campos Vetoriais
• Conclusão
Introdução
• Uma vez que a revisão de álgebra vetorial e
sistemas de coordenadas está completa
• Passamos a revisar os conceitos de cálculo de
escalares e de vetores
– Todos de múltiplas variáveis
• Para tanto teremos de revisar
– Integração de vetores e escalares
– Diferenciação de vetores e escalares
Introdução
• Para tanto vamos começar com integração
– Em um percurso (integral de linha)
– Em uma área (integral de superfície)
– Em um volume (integral de volume)
• Para tanto temos de definir os elementos
diferenciais de deslocamento, área e volume
– Nos três sistemas de coordenadas
Introdução
• Por que?
– As integrais são desta forma
• Deslocamento F   f  dl
C
• Área F   f dS
S
• Volume
F   fdV
V
– Todas resultam em escalares
– Quem é dl, dS e dV?
Introdução
• E não são as únicas integrais possíveis
• Deslocamento F   fdl
L
• Área F   fdS
S
• Volume F   fdV
V
– Todas resultam em vetores
– Quem é dl, dS e dV?
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Os elementos diferenciais podem ser usado
tanto em vetores quanto em escalares.
– Eles indicam quais as variáveis em integração e os
elementos adicionais no processo
– Cada sistema de coordenadas tem seus elementos
de integração
• E cada um deles tem elementos característicos do
sistema de coordenada usado
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Coordenadas retangulares
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Diferencial de deslocamento
dl  dxaˆ x  dyaˆ y  dzaˆ z

• Diferencial de Área
dS  n dA  dydzaˆ x  dxdzaˆ y  dxdyaˆ z

• Diferencial de Volume
dV  dxdydz
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• O que significa o diferencial de área

dS  n dA  dydzaˆ x  dxdzaˆ y  dxdyaˆ z


Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Coordenadas cilíndricas
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Diferencial de deslocamento
dl  daˆ   daˆ  dzaˆ z

• Diferencial de Área
dS  n dA  ddzaˆ   ddzaˆ  ddaˆ z

• Diferencial de Volume
dV  dddz
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• O que significa o diferencial de área
dS  n dA  ddzaˆ   ddzaˆ  ddaˆ z
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Coordenadas esféricas
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Diferencial de deslocamento
dr  draˆ r  rdaˆ  r sin daˆ

• Diferencial de Área
dS  n dA  r 2 sin ddaˆ r  r sin drdaˆ  rdrdaˆ

• Diferencial de Volume
dV  r 2 sin drdd
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• O que significa o diferencial de área
dS  n dA  r sin ddaˆ r  r sin drdaˆ  rdrdaˆ
2
Elementos Diferenciais de
Comprimento, Área e Volume
• Coordenadas cilíndricas e esféricas
– Porque os diferenciais nas direções â e â são tão
diferentes da direção âz, â, âr, âx e ây?
– O diferencial mede deslocamento linear
• Deslocamentos nas direções â e â são essencialmente
deslocamentos angulares
• É necessário converter os deslocamentos angulares
para deslocamentos lineares
• Na direção : d  r sin d

• Na direção : rdaˆ
Integrais de Linha, Superfície e Volume
• Em eletromagnetismo será necessário calcular
diversas quantidades em linhas, áreas e volumes
– As integrais de linha também são chamadas de
integrais de contorno, curva ou trajetória (este último
vem da cinemática)
– As integrais de área também são chamadas de
integrais de superfície ou fluxo
– Já a integral de volume é geralmente utilizada quando
se quer definir a quantidade total de uma
determinada grandeza em uma região fechada
Integrais de Linha, Superfície e Volume
• As integrais de linha e de superfície podem ser
abertas ou fechadas
– As integrais de linha aberta são calculadas em
uma curva em que o ponto inicial e o ponto final
são distintos
– As integrais de superfície fechada são calculadas
na superfície que define um determinado volume
Integrais de Linha, Superfície e Volume
• A integral de linha calcula a contribuição da
componente tangencial de um vetor A na
curva L b

L
 A  dl   A cosdl
a
Integrais de Linha, Superfície e Volume
• Se o percurso L for fechado (o ponto inicial do
contorno é igual ao ponto final do contorno)
– O resultado da integral é chamado de circulação
do vetor A no percurso L

 A  dl
L
Integrais de Linha, Superfície e Volume
• Já a integral de superfície é calculada como a
integral da componente normal de A na
superfície S
– O resultado da integral é chamado de fluxo do
vetor A através de S
   A  dS   A  aˆ n dS
S S

 A cosdS
S
Integrais de Linha, Superfície e Volume
• Já se a superfície for fechada
– O resultado da integral é o fluxo líquido saindo da
superfície S
   A  dS
S
– No livro tanto a integral de linha quanto a de
superfície são representadas por uma integral
simples
• Isso implica que o elemento diferencial na integração é
que irá determinar se a integral é simples ou dupla
Integrais de Linha, Superfície e Volume
• A integral de volume é a integral de um
escalar em um volume V

 dV
V

• Importante:
– Um percurso fechado define uma superfície
– Uma superfície fechada define um volume
Obs: - segue a orientação positiva de
- a orientação do percurso é definida nos limites de integração
O Operador Gradiente ( )
• O operador gradiente é também conhecido como
operador del
– Pode operar em um campo escalar
• Transforma em um campo vetorial (Gradiente)
F  V
• Transforma em um outro campo escalar (Laplaciano)
G V 2

– Pode operar em um campo vetorial


• Transforma em um campo escalar (Divergente)
H  F
• Transforma em outro campo vetorial (Rotacional)
L   J
O Operador Gradiente
• A expressão do operador gradiente é diferente
dependendo do sistema de coordenadas
– Como ele está relacionado com deslocamentos
lineares
• Então deslocamentos angulares devem ser convertidos
para deslocamento lineares
• Em coordenadas retangulares
  
  aˆ x  aˆ y  aˆ z
x y z
O Operador Gradiente
• Em coordenadas cilíndricas
 1  
 aˆ   aˆ  aˆ z
   z

• Em coordenadas esféricas
 1  1 
  aˆ r  aˆ  aˆ
r r sin   r 
O Operador Gradiente
• Para se chegar nesse formato utilizam-se as
relações que foram apresentadas em sistemas
de coordenadas:
aˆ x  cos aˆ   sin aˆ       sin  
   cos  
aˆ y  sin aˆ   cos aˆ x x  x    
aˆ z  aˆ z       cos  
   sin  
y y  y    

aˆ   sin aˆ r  cos aˆ


 r     cos  
aˆ z  cos aˆ r  sin aˆ    sin  
  r   r r 
aˆ  aˆ
 r     sin  
   cos  
  r sin  z z r z  r r 
Gradiente de um Escalar
• O gradiente de um campo escalar é o vetor que
representa direção e magnitude da máxima taxa
de aumento do campo.
– Derivada direcional é a porção desse gradiente
na direção

– Quando está na direção do gradiente de V então o


ângulo  é zero, e
Gradiente de um Escalar
Gradiente de um Escalar
• O Gradiente do campo V em:
– Coordenadas retangulares
V V V
V  aˆ x  aˆ y  aˆ z
x y z

– Coordenadas cilíndricas
V 1 V V
V  aˆ   aˆ  aˆ z
   z

– Coordenadas esféricas
V 1 V 1 V
V  ar 
ˆ a 
ˆ aˆ
r r  r sin  
Gradiente de um Escalar
• Propriedades do gradiente (V e U são campos
escalares)
– Se V é o potencial escalar de A se: A  V

– Linearidade U  V   U  V

– Multiplicação UV   VU  UV


 V  UV  VU
– Divisão    2
U
  U

– Exponenciação  
 V n  nV n 1V
https://www.geogebra.org/calculator
Divergente de um Vetor
• Uma forma simples de entender o divergente
é que o mesmo é o fluxo líquido que saí da
superfície fechada S por unidade de volume
– Quando o volume V definido pela superfície tende
para zero

– Densidade volumétrica de fluxo de campo


Divergente de um Vetor
Como é a forma diferencial do Divergente?

• Para obtermos a expressão do divergente,


partimos de
– Vamos considerar coordenadas retangulares

– Vamos definir as componentes do campo vetorial


+ +
Divergente de um Vetor
• Na figura
 A  dS   A dydz   A dydz   A dxdz   A dxdz   A dxdy   A dxdy
S frente
x
trás
x
direita
y
esquerda
y
sup erior
z
inf erior
z
Divergente de um Vetor
• Representando cada componente do campo
vetorial A por sua série de Taylor no ponto P

Série de Taylor unidimensional


Divergente de um Vetor
• Representando cada componente do campo
vetorial A por sua série de Taylor 3D no ponto
P
𝜕𝐴 𝜕𝐴 𝜕𝐴
𝐴 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝐴 𝑥 , 𝑦 , 𝑧 + 𝑥−𝑥 + 𝑦−𝑦 + 𝑧−𝑧 +. . .
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝐴 𝜕𝐴 𝜕𝐴
𝐴 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝐴 𝑥 , 𝑦 , 𝑧 + 𝑥−𝑥 + 𝑦−𝑦 + 𝑧−𝑧 +. . .
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝐴 𝜕𝐴 𝜕𝐴
𝐴 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝐴 𝑥 , 𝑦 , 𝑧 + 𝑥−𝑥 + 𝑦−𝑦 + 𝑧−𝑧 +. . .
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Divergente de um Vetor
• Em cada uma das faces
– Frente

– Trás

– Direita

– Esquerda

– Topo

– Fundo
Divergente de um Vetor
• As componentes vetoriais sobre as faces
– Frente

– Trás

– Direita

– Esquerda

– Topo

– Fundo
Divergente de um Vetor
• Portanto, em um volume área infinitesimal
Ax
 Ax dydz   Ax dydz  dxdydz
frente trás
x P

Ay
 A dxdz   A dxdz  dxdydz y
direita
y
esquerda
y
P

Az
 Az dxdy   Az dxdy  dxdydz
sup erior inf erior
z P

Pois os limites de integração são os próprios infinitésimos


Divergente de um Vetor
• Assim, pela definição
Divergente de um Vetor
• Em coordenadas cilíndricas
1  A   1 A Az
 A   
    z

• Em coordenadas esféricas


1  r Ar
 A  2
2

 1  sin A 

1 A
r r r sin   r sin  
Divergente de um Vetor
• Propriedades do divergente
– Atua sobre um campo vetorial gerando um campo
escalar
– Linearidade
  A  B     A    B
– Multiplicação por escalar
  VA   V  A  V  A
Teorema da Divergência
• Note que a relação

• Pode ser generalizada como

   A dv   A  dS
V S
Teorema da Divergência
– O fluxo líquido total do campo vetorial A saindo
pela superfície fechada S é igual a integral de
volume do divergente de A.
Pelo Teorema da Divergência
Rotacional de um Vetor
• O rotacional de A é um vetor axial cuja
magnitude é a máxima circulação de A por
unidade de área, quando esta área tende a
zero

– Densidade superficial de circulação do campo


Como é a forma diferencial do Rotacional?

• Circulação sobre o plano


– para cálculo de

 A  dl   A dy   A dy   A dz   A dz
L ab
y
cd
y
bc
z
da
z
Rotacional de um Vetor
• Para análise da série de Taylor:
– ab
– bc
– cd
– da

Série de Taylor
Rotacional de um Vetor
Rotacional de um Vetor
• Substituindo

 Az Ay 
 A  dl dydz
 y
 
z 
lim S 0 L
 lim S 0
S dydz
Rotacional de um Vetor
• Repetindo o procedimento para o rotacional
na direção y e z tem-se:

• Esta expressão pode ser simplificada com o


ábaco
Rotacional de um Vetor
• Um ábaco similar pode ser utilizado para
coordenadas cilíndricas

 1 Az A   A Az  1   A  A 


  A    aˆ     aˆ    aˆ z
   z   z       
Rotacional de um Vetor
• E outro ábaco para coordenadas esféricas
Rotacional de um Vetor
• Propriedades do rotacional (A e B são campos
vetoriais e V é um campo Escalar)
– Atua sobre um campo vetorial gerando um campo
vetorial
– Linearidade   A  B     A     B 
– Multiplicação   VA  V  A  V  A
– Identidades
    A   0
  V   0
Rotacional de um Vetor
• O rotacional fornece a máxima circulação por
unidade de área, indicando a direção aonde a
mesma ocorre
Teorema de Stokes
• Da definição de rotacional temos o teorema
de Stokes
– A circulação de um campo vetorial ao longo de um
percurso fechado L é igual a integral de superfície
do rotacional sobre a superfície S definida pelo
percurso L
 A  dl     A  dS
L S
Teorema de Stokes

 A  dl     A  dS
L S
Laplaciano de um Escalar
• O Laplaciano de um campo escalar V é o divergente
do gradiente de V
 V    V
2

– Em coordenadas retangulares  2
V  2
V  2
V
V 2  2  2
2

x y z
– Em coordenadas cilíndricas
1   V  1  2V  2V
V2
    2  2
      
2
z
– Em coordenadas esféricas

1   V  1   V  1  2
V
 2V  2  r 2 
 2  sin  
 2 2
r r  r  r sin      r sin   2
Laplaciano de um Escalar
• Se o Laplaciano de um campo escalar é zero em uma
dada região, este campo é chamado de harmônico
(eq. de Laplace)

• Também é possível definir o Laplaciano Vetorial (de


um vetor)

– Em coordenadas retangulares
Classificação dos Campos Vetoriais
• Um campo vetorial é caracterizado pelo seu
divergente e rotacional. O conhecimento de
ambos permite descrever completamente o
campo
– Então podemos classificar os campos baseados se
o divergente ou o rotacional são nulos
• Campos com divergente nulo – campos solenoidais
• Campos com rotacional nulo – campos potenciais (ou
irrotacionais)
Classificação dos Campos Vetoriais
Classificação dos Campos Vetoriais
• Campo com divergente nulo
– Exemplos: Campo magnético, fluido
incompressíveis

 A  dS  0
S

 A  0
F   A
Classificação dos Campos Vetoriais
• Campo com rotacional nulo
– Exemplo: Campo Eletrostático, Campo Gravitacional
(campos conservativos)
 A  0

 A  dl  0
L

A  V
– Note que A pode ser obtido do gradiente do potencial
V
Conclusão
• Apresentados
– Operador gradiente
– Gradiente
– Divergente
– Rotacional
• Apresentados os teoremas da divergência e de
Stokes
• Apresentados os diversos tipos de campos
vetoriais

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