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PARTE III

IRRADIAÇÃO
CADERNETA DE CAMPO
PLANILHA DO CÁLCULO DE COORDENADAS
CÁLCULO DE ÁREA
MEMORIAL DESCRITIVO
ENQUADRAMENTO

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macedo.


SEÇÃO I

CADERNETA DE CAMPO – A caderneta de campo é o instrumento utilizado


pelo topógrafo, para efetuar o registro dos dados de medição coletados em campo, bem
como das observações de campo que julgar importante para a descrição fiel das áreas
levantadas.
É de substancial ajuda que, dentre as observações registradas constem bons
croquis, pois estes fornecem informações capazes de dissipar dúvidas na interpretação
espacial dos dados numéricos. E sempre bom lembrar que o desenhista nem sempre é o
mesmo profissional responsável pelo trabalho de campo.
Vários são os modelos de caderneta, entretanto, independente do modelo
adotado, é imprescindível que esta apresente espaço para registro de dados tanto
planimétricos como altimétricos, que possam ser identificados e analisados com clareza.
Nos modelos mais simples, os registros encontrados são: estação, ponto visado,
distância entre a estação e o ponto visado, ângulo horizontal, ângulo vertical, e
observações referentes ao ponto visado, à forma de visada e ao levantamento como um
todo.

CADERNETA DE CAMPO

Est. PV Dist.(m) Âng. H. Âng.V. Obs.


A 1 dA1 Âng.H.A1 Âng.V.A1 Caracterização das leituras angulares e do ponto visado
2 dA2 Âng.H.A2 Âng.V.A2 Caracterização do ponto visado
3 dA3 Âng.H.A3 Âng.V.A3 Caracterização do ponto visado
4 dA4 Âng.H.A4 Âng.V.A4 Caracterização do ponto visado
5 dA5 Âng.H.A5 Âng.V.A5 Caracterização do ponto visado
. . . .
. . . .
. . . .
N dAn Âng.H.An Âng.V.An. Caracterização do ponto visado

Est.  Nesta coluna registra-se as estações, locais nos quais o “goniômetro”


foi instalado, e que também funciona como pólo da coordenada polar relativa dos
pontos levantados.

PV  Nesta coluna registra-se a identificação do ponto visado. Para facilitar


a interpretação da caderneta é aconselhável que sejam utilizados códigos diferentes para
os diversos tipos de pontos observados, como por exemplo: letras maiúsculas do
alfabeto para vértices da poligonal de trabalho e algarismos indu-arábicos para vértices
do polígono delimitador da área e letras minúsculas detalhes do terreno.

Dist.  Nesta coluna registra-se a distância entre a estação e o ponto visado.

Âng. H.  Nesta coluna registra-se o ângulo horizontal formado entre a direção


de referência e a linha de visada que vai da estação ao ponto visado. Este ângulo tanto
pode ser medido no sentido horário como no sentido anti-horário.

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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Âng. V.  Nesta coluna registra-se o ângulo formado entre a linha de visada e a
direção de referência. A direção de referência para medida do ângulo vertical pode ser a
linha do horizonte ou a linha vertical do lugar.
Caso a direção de referência adotada seja a linha do horizonte, o ângulo medido
será registrado de forma positiva, quando a linha de visada estiver situada acima da
linha do horizonte, e de forma negativa quando a linha de visada estiver situada abaixo
da linha do horizonte, e tara variação de – 90o a + 90o.
Caso a direção de referência adotada seja a vertical do lugar, o ângulo poderá ser
medido tanto a partir do Zênite, como a partir do Nadir.

Obs.  nesta coluna deverão ser registradas todas as observações necessárias ao


esclarecimento das interpretações da caderneta, tais como: caracterização do ponto
visualizado, identificação de confinantes, identificação de detalhes do terreno, etc.
É conveniente esclarecer que, a coluna relativa ao ângulo vertical nem sempre
necessita ser preenchida. Caso isto aconteça, deve-se entender que, a distância tomada
foi a distância horizontal (projetada no plano topográfico).

EXEMPLO

CADERNETA DE CAMPO
Est. P.V. Âng. Hor. Âng.vert. Dist.(m) Obs.
A 1 308o04´04" - 39,41 0o=NV; sent. Horário; vértice 01
2 337o04´34" - 18,72 Árvore 01, abacateiro.
3 54o32´05" - 67,12 Vértice 02
4 73o48´39" - 30,71 Árvore 02, mangueira.
5 97o23´09" - 41,92 Canto NE da casa
6 101o27´48" - 27,16 Canto NO da casa
7 116o44´20" - 29,76 Canto SE da casa
8 126o23´11" - 61,64 Vértice 03 do terreno
9 150o58´47" - 29,11 Árvore 03, sapotizeiro.
10 212o05´00" - 34,99 Árvore 04, Oliveira.
11 233o37´12" - 72,97 Vértice 04 do terreno
12 278o41´36" - 19,52 Árvore 05, Oitizeiro.
xA=150,00 m; yA=200,00 m
V1-V2 limita-se com terras de João Alberto
V2-V3 limita-se com estrada do Boqueirão
V3-V4 limita-se com terras de Pedro Marcus
V4-V1 limita-se com terras de Paulo Cândido

ANÁLISE DA CADERNETA
- Na coluna de estação observamos apenas uma estação, o que indica ser um
levantamento feito por irradiação.
- Na coluna das observações verificamos que o goniômetro estava zerado ao
Norte, e os ângulos foram medidos no sentido horário, são, portanto
azimutes.

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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- As coordenadas da estação não apresentam nenhum referenciamento, são,
portanto arbitrárias.
- Como não há preenchimento da coluna destinada à anotação dos ângulos
verticais, concluímos que as distâncias foram medidas sobre o plano
horizontal.

PLANILHA DO CÁLCULO DAS COORDENADAS RETANGULARES

Est. P.V Dist. Azimute x y x PV YPV


(d.senAz) (d.cosAz) (xA+x) (yA+y)
A 1 dA1 AzA1 dA1.senAzA1 dA1.cosAzA1 xA+xA1 yA+yA1
2 dA2 AzA2 dA2.senAzA2 dA2.cosAzA2 xA+xA2 yA+yA2
3 dA3 AzA3 dA3.senAzA3 dA3.cosAzA3 xA+xA3 yA+yA3
4 dA4 AzA4 dA4.senAzA4 dA4.cosAzA4 xA+xA4 yA+yA4
5 dA5 AzA5 dA5.senAzA5 dA5.cosAzA5 xA+xA5 yA+yA5
. . . . . . .
. . . . . . .
. . . . . . .
N dAn AzAn dAn.senAzAn dAn.cosAzAn xA+xAn yA+yAn

Projeção do alinhamento na direção leste – oeste (x)

x = d.senAz

Projeção do alinhamento na direção norte-sul (y)

y = d.cosAz

Coordenada do ponto visado no eixo leste-oeste (xPV)

xPV = xEst. + xEst.-PV

Coordenada do ponto visado no eixo norte-sul (yPV)

yPV = yEst. + yEst.-pv

Obs.
- Valores positivos de x indicam que o ponto encontra-se situado à leste da
estação.
- Valores negativos de x indicam que o ponto encontra-se situado à oeste da
estação.
- Valores positivos de y indicam que o ponto encontra-se situado ao norte da
estação.
- Valores negativos de y indicam que o ponto encontra-se situado ao sul da
estação.
- Se x e y são positivos o ponto encontra-se à nordeste da estação.
- Se x é positivo e y é negativo o ponto encontra-se à sudeste da estação.

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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- Se x e y são negativos o ponto encontra-se à sudoeste da estação.
- Se x é negativo e y é positivo o ponto encontra-se à noroeste da estação.
- O máximo valor encontrado na coluna “x”, indica que o ponto é o extremo
leste da área levantada.
- O mínimo valor encontrado na coluna “x”, indica que o ponto é o extremo
oeste da área levantada.
- O máximo valor encontrado na coluna “y”, indica que o ponto é o extremo
norte da área levantada.
- O mínimo valor encontrado na coluna “y”, indica que o ponto é o extremo
sul da área levantada.

EXEMPLO

PLANILHA DO CÁLCULO DAS COORDENADAS PLANO-RETANGULARES


Est. P.V Dist. Azimute x y x PV YPV
(m)
o
( ‘ “) (d.senAz) (d.cosAz) (xA+x) (yA+y)
o
A 1 39,41 308 04' 04" -31,03 24,30 118,97 224,30
o
2 18,72 337 04' 34" -7,29 17,24 142,71 217,24
o
3 67,12 54 32´ 05" 54,67 38,94 204,67 238,94
o
4 30,71 73 48´ 39" 29,49 8,56 179,49 208,56
o
5 41,92 97 23´ 09" 41,57 -5,39 191,57 194,61
o
6 27,16 101 27´ 48" 26,62 -5,40 176,62 194,60
o
7 29,76 116 44´ 20" 26,58 -13,39 176,58 186,61
o
8 61,64 126 23´ 11" 49,62 -36,57 199,62 163,43
o
9 29,11 150 58´ 47" 14,12 -25,46 164,12 174,54
o
10 34,99 212 05´ 00" -18,59 -29,65 131,41 170,35
o
11 72,97 233 37´ 12" -58,75 -43,28 91,25 156,72
o
12 19,52 278 41´36" -19,30 2,95 130,70 202,95

Obs.
- O ponto 3 é o extremo leste, e também o extremo norte da área levantada.
- O ponto 11 é o extremo oeste, e também o extremo sul da área levantada.

Nota. O fato de um mesmo ponto aparecer neste exemplo com extremo leste e extremo
norte ou como extremo oeste e extremo sul é meramente casual. Os extremos podem ser
quatro pontos inteiramente distintos.

MEMÓRIA DOS CÁLCULOS DAS PROJEÇÕES

Alinhamento A1
xA1 = 39,41 x sen 308º 04’ 04”  xA1 = -31,03 m
yA1 = 39,41 x cos 308º 04’ 04”  xA1 = 24,30 m

Alinhamento A2
xA2 = 18,72 x sen 337º 04’ 34”  xA2 = -7,29 m
yA2 = 18,72 x cos 337º 04’ 34”  yA2 = 17,24 m

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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Alinhamento A3
xA3 = 67,12 x sen 54º 32’ 05”  xA3 = 54,67 m
yA3 = 67,12 x cos 54º 32’ 05”  yA3 = 38,94 m

Alinhamento A4
xA4 = 30,71 x sen 73º 48’ 39”  xA4 = 29,49 m
yA4 = 30,71 x cos 73º 48’ 39”  yA4 = 8,56 m

Alinhamento A5
xA5 = 41,92 x sen 97º 23’ 09”  xA5 = 41,57 m
yA5 = 41,92 x cos 97º 23’ 09”  yA5 = -5,39 m

Alinhamento A6
xA6 = 27,16 x sen 101º 27’ 48”  xA6 = 26,62 m
yA6 = 27,16 x cos 101º 27’ 48”  yA6 = -5,40 m

Alinhamento A7
xA7 = 29,76 x sen 116º 44’ 20”  xA7 = 26,58 m
xA7 = 29,76 x cos 116º 44’ 20”  yA7 = -13,40 m

Alinhamento A8
xA8 = 61,64 x sen 126º 23’ 11”  xA8 = 49,62 m
yA8 = 61,64 x cos 126º 04’ 04”  yA8 = -36,57 m

Alinhamento A9
xA9 = 29,11 x sen 150º 58’ 47”  xA9 = 14,12 m
yA9 = 29,11 x cos 150º 58’ 47”  yA9 = -25,46 m

Alinhamento A10
xA10 = 34,99 x sen 212º 05’ 00”  xA10 = -18,59 m
yA10 = 34,99 x cos 212º 05’ 00”  yA10 = -29,65 m

Alinhamento A11
xA11 = 72,97 x sen 233º 37’ 12”  xA11 = -58,75 m
yA11 = 72,97 x cos 233º 37’ 12”  yA11 = -43,28 m

Alinhamento A12
xA12 = 19,52 x sen 278º 41’ 36”  xA12 = -19,30 m
yA12 = 19,52 x cos 278º 41’ 36”  yA12 = 2,95 m

MEMORIA DOS CÁLCULOS DAS COORDENADAS DOS PONTOS VISADOS


Ponto 01
x1 = 150,00 m + (-31,03 m)  x1 = 118,97 m
y1 = 200,00m + 24,30 m  y1 = 224,30 m
Ponto 02

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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x2 = 150,00 m + (-7,29 m)  x2 = 142,71 m
y2 = 200,00m + 17,24 m  y2 = 217,24 m

Ponto 03
x3 = 150,00 m + 54,67 m  x3 = 204,67 m
y3 = 200,00m + 38,94 m  y3 = 238,94 m

Ponto 04
x4 = 150,00 m + 29,49 m  x4 = 179,49 m
y4 = 200,00 m + 8,56 m  y4 = 208,56 m

Ponto 05
x5 = 150,00 m + 41,57 m  x5 = 191,57 m
y5 = 200,00m + ( -5,39 m )  y5 = 194,61 m

Ponto 06
x6 = 150,00 m + 26,62m  x6 = 176,62 m
y6 = 200,00m + (-5,40 m )  y6 = 194,60 m

Ponto 07
x7 = 150,00 m + 26,58 m  x7 = 176,58 m
y7 = 200,00m + (-13,39 m )  y7 = 186,61 m

Ponto 08
x8 = 150,00 m + 49,62 m  x8 = 199,62 m
y8 = 200,00m + (-36,57 m)  y8 = 163,43 m

Ponto 09
x9 = 150,00 m + 14,12 m  x9 = 164,12 m
y9 = 200,00m + ( -25,46 m )  y9 = 174,54 m

Ponto 10
x10 = 150,00 m + (-18,59 m)  x10 = 131,41 m
y10 = 200,00m + (-29,65 m )  y10 = 170,35 m

Ponto 11
x11 = 150,00 m + (-58,75 m)  x11 = 91,25 m
y11 = 200,00m + (-43,28 m )  y11 = 156,72 m

Ponto 12
x12 = 150,00 m + (-19,30 m)  x12 = 130,70 m
y12 = 200,00m + 2,95 m  y12 = 202,95 m

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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CÁLCULO DA ÁREA DE UMA SUPERFÍCIE DELIMITADA POR UM POLÍGONO

O cálculo da área de um polígono pode ser efetuado, tanto por métodos


mecânicos como por métodos matemáticos.
Dentre os métodos mecânicos podemos citar a utilização de balanças de
precisão, que utilizam a gramatura do papel no qual a planta está impressa, e a
utilização de planímetros. Ressaltamos que a precisão advinda de tais métodos não é
satisfatória em muitas situações, porém bastante úteis em situações nas quais precisões
extremas não são requeridas.
Dentre os métodos matemáticos podemos citar os métodos geométricos e os
métodos analíticos. Os métodos geométricos apresentam boa precisão, no entanto
sofrem efeitos do graficismo e de eventuais deformações do papel no qual a planta está
impressa, bem como efeitos da imperícia de quem utiliza os instrumentos de consulta,
tais como compassos e escalímetros.
Quando se necessita de precisão matemática mais apurada, são indicados os
métodos analíticos, dos quais destacamos o método do DETERMINANTE e o método
de GAUSS ou dos TRAPËZIOS.
Como o método do determinante já é apresentado em matemática aos alunos de
geometria analítica, optamos pela apresentação e desenvolvimento do método de Gauss.

MÉTODO DE GAUSS PARA CÁLCULO DE ÁREA

- 01x, 02x, 03x e 04x  Projeções dos vértices no eixo X.


- 01y, 02y, 03y e 04y  Projeções dos vértices no eixo Y.
- x1, x2, x3 e x4  Abscissas dos pontos dos vértices.
- y1, y2, y3 e y4  Ordenadas dos pontos dos vértices.

Observe na figura acima o polígono de vértices 01, 02, 03 e 04.


Sua área pode ser determinada, quando da área definida pelo polígono de
vértices 02y, 02, 03, 04 e 04y (área total AT), subtraímos a área definida pelo polígono
02y, 02, 01, 04 e 04y (área externa AE).

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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A  AT  AE

A área total (AT) é composta pelas áreas definidas por dois trapézios,
denominados aqui de T1 e T2, com as características seguintes:

Trapézio 01 (T1)
- base maior (B) = x3
- base menor (b) = x2
- altura (h) = (y2 – y3)
A área é dada por:
bB x  x3
AT 1  .h  AT 1  2 .( y 2  y 3 )
2 2
Trapézio 02 (T2)
- base maior (B) = x3
- base menor (b) = x4
- altura (h) = (y3-y4)
A área é dada por:
x  x4
AT 2  3 .( y 3  y 4 )
2
( x  x3 ).( y 2  y 3 ) ( x 3  x 4 ).( y 3  y 4 )
AT  AT 1  AT 2  AT  2 
2 2
x y  x 2 y 3  x3 y 2  x3 y 3  x3 y 3  x3 y 4  x 4 y 3  x 4 y 4
 AT  2 2
2
A área externa (AE) é composta pelas áreas definidas por dois trapézios, aqui
denominados de T3 e T4, com as características seguintes:

Trapézio 03 (T3)
- base maior (B) = x2
- base menor (b) = x1
- altura (h) = (y2 – y1)
A área é dada por:
x  x2
AT 3  1 .( y 2  y1 )
2

Trapézio 04 (T4)
- base maior (B) = x4
- base menor (b) = x1
- altura (h) = (y1 – y4)
A área é dada por:
x  x4
AT 4  1 .( y1  y 4 )
2
( x  x 2 ).( y 2  y1 ) ( x1  x 4 ).( y1  y 4 )
AE  AT 3  AT 4  Ae  1 
2 2
x y  x1 y1  x 2 y 2  x 2 y1  x1 y1  x1 y 4  x 4 y1  x 4 y 4
 AE  1 2
2

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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Subtraindo a área externa (AE) da área total (AT) teremos:
x y  x 2 y 3  x3 y 2  x3 y 3  x3 y 3  x3 y 4  x 4 y 3  x 4 y 4
A 2 2 
2
x1 y 2  x1 y1  x 2 y 2  x 2 y1  x1 y1  x1 y 4  x 4 y1  x 4 y 4
2
Eliminando os temos possíveis de serem anulados e ordenado na ordem
crescente dos índices de x teremos:

A
1
x1 y 4  x1 y 2  x 2 y1  x 2 y 3  x3 y 2  x3 y 4  x 4 y 3  x 4 y1 
2

Evidenciando os termos xn teremos:

A
1
x1 ( y 4  y 2 )  x 2 ( y1  y 3 )  x3 ( y 2  y 4 )  x 4 ( y 3  y1 )
2

Generalizando para um polígono de “n” vértices teremos:

A
1
x1 ( y n  y 2 )  x 2 ( y1  y 3 )  ...  x n ( y n 1  y1 )
2

A fórmula apresentada acima foi obtida percorrendo-se o polígono no sentido


horário, caso o polígono seja percorrido no sentido anti-horário obteremos um resultado
negativo, o que é inconsistente visto que a área é um valor positivo. A alternativa é
adotarmos o valor modular. Teremos então:

A
1
x1 ( y n  y 2 )  x 2 ( y1  y 3 )  ...  x n ( y n 1  y1 )
2
ou
1 i n
A  xi .( y A  y P )
2 i 1
Onde yA representa a ordenada do vértice anterior e yP a ordenada do vértice
posterior.
Quando lidamos com polígonos que apresentem um grande número de vértices,
a utilização desta fórmula pode acarretar algumas dificuldades. Para evitar tais situações
sugerimos a distribuição dos elementos da mesma em uma planilha de cálculos
conforme modelo abaixo.
PLANILHA PARA O CÁLCULO DA ÁREA
VÉRTICE XV YV YA-YP XV(YA-YP)
1 x1 Y1 yn-y2 x1(yn-y2)
2 x2 Y2 y1-y3 x2(Y1-Y3)
3 x3 Y3 y2-y4 x3(y2-y4)
. . . . .
. . . . .
n xn yn y(n-1)-y1 xn(y(n-1)-y1)
2A = xn(yA-yP)

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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EXEMPLO:
PLANILHA DO CÁLCULO DA ÁREA
VÉRTICE XV YV YA-YP XV(YA-YP)
VI 118,97 224,30 -82,22 -9.782,56
V2 204,67 238,94 60,87 12.457,36
V3 199,62 163,43 82,22 16.413,93
V4 91,25 156,72 -60,87 -5.554,18
2 Área = 13.534,56
Área = 13.534,56 : 2
Área = 6.767,30 m2
Observe que a unidade de área deve ser coerente com a unidade utilizada para as
distâncias lineares.

MEMÓRIA DE CÁLCULO DA PLANILHA DE CÁLCULO DE ÁREA

y4-y2 = 156,72 – 238,94  y4 – y2 = -82,22


x1.(y4 – y2) = 118,97 x -82,22  x1.(y4 – y2) = -9.782,56

y1 – y3 = 224,30 – 163,43  y1 – y3 = 60,87


x2.(y1 – y3) = 204,67 x 60,87  x2.(y1 – y3) = 12.457,36

y2 – y4 = 238,94 – 156,72  y2 – y4 = 82,22


x3.(y2 – y4) = 199,62 x 82,22  x3.(y2 – y4) = 16.413,93

y3 – y1 = 163,43 – 224,30  y3 – y1 = -60,87


x4.(y3 – y1) = 91,25 x –60,84  x4.(y3 – y4) = -5.554,18

2A = - 9.782,56 + 12.457,36 + 16.413,93 – 5.554,18


 2A = 13.534,56
 A = 13.534,56 : 2  A = 6.767,30 m2

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


29
MEMORIAL DESCRITIVO

O memorial descritivo é o documento que juntamente com a planta, completam


a descrição da superfície levantada. Nele devem constar os dados cadastrais da
propriedade tais como nome, localização, pontos de referência, área, perímetro, e
confinantes, além dos dados do proprietário, e em algumas vezes a finalidade do
levantamento executado.
Vários são os modelos existentes, entretanto, independente do modelo utilizado,
as formas de consecução dos dados para preenchimento são as seguintes:
- A consulta de dados na planta e na caderneta de campo.
- A consulta de dados na planilha do cálculo de coordenadas e na caderneta de
campo.
- A consulta de dados na planilha do cálculo de área e na caderneta de campo.
A consulta de dados planimétricos na planta pode sofrer influencia do
graficismo, da habilidade do operador e da calibragem de instrumentos, o que poderá
acarretar distorções angulares e lineares. É aconselhável que nos trabalhos que exijam
uma maior precisão, tais dados sejam obtidos a partir de cálculos analíticos e
trigonométricos, baseados nos dados resultantes na planilha de cálculo de coordenadas,
pois neste caso os erros residuais seriam devidos exclusivamente às operações de
campo.
Apresentaremos inicialmente o modelo que descreve a área levantada, através do
rumo, da distância e da caracterização de cada um dos alinhamentos do contorno.

MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO
Proprietário: _____________________________________
Propriedade: _______________ Município: _____________ UF: _____
Área : __________ Perímetro: __________
Resp. Técnico: ________________________ CREA___________ Data ____/___/____
Alinhamento Rumo Distância Obs.
Caracterização da forma física e da localização do marco de
MR-V1 RMR-V1 dMR-V1 referência. V1 é o vértice inicial do primeiro alinhamento a ser
descrito.
V1-V2 RV1-V2 dV1-V2 Descrição do limitantes, e das características do limite.
V2-V3 RV2-V3 dV2-V3 Descrição do limitantes, e das características do limite.
V3-V4 RV3-V4 dV3-V4 Descrição do limitantes, e das características do limite.
. . .
. . .
. . .
V(n-1)-Vn R(Vn-1)-Vn D(Vn-1)-Vn Descrição do limitantes, e das características do limite.
Vn-V1 RVn-V1 dVn-V1 Descrição do limitantes, e das características do limite.

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


30
EXEMPLO

Modelo 01 (Rumo, distância e Observação)

MEMORIAL DESCRITIVO
Proprietário: Pedro Ambrósio Nascimento
Propriedade: Sítio Jatobá velho Município: Paramecium UF: CE
Área : 6.767,30 m2 Perímetro: 344,43 m
Resp. Técnico: Luis Alberto Soares CREA-CE : 215.711 Data 23 / 05/ 2003
ALINHAMENTO RUMO Dist. Obs.
o O marco de referência fica localizado no quilômetro 136 da rodovia BR 146,
MR-V1 27 56’30”NE 253,90
sendo este considerado a origem do sistema de coordenadas.
o
V1-V2 80 18’17”NE 86,94 limita-se com terras de João Alberto
o
V2-V3 3 49’34”SO 75,86 limita-se com estrada do boqueirão
o
V3-V4 86 27’25”SO 108,58 limita-se com terras de Pedro Marcus
o
V4-V1 22 18’09”NE 73,05 limita-se com terras de Paulo Cândido

MEMÓRIA DE CÁLCULOS DO MEMORIAL DESCRITIVO

Alinhamento MR-V1
MR (xMR = 0,00 m ; yMR = 0,00 m)
V1 (xV1 = 118,97 m ; yV1 = 224,30 m)
x MR V 1  118,97  0,00  x MR V 1  118,97
y MR V 1  224,30  0,00  y MR V 1  224,30
x 118,97
R  Arctg  RMR V 1  Arctg  RMR V 1  27o56'30”NE
y 224,30

Obs. O quadrante foi identificado como NE porque tanto x como y são positivos.

d  x 2  y 2  d MR V 1  118.97 2  224,30 2  d  253,90m

Alinhamento V1-V2
V1 (xV1 = 118,97 m ; yV1 = 224,30 m)
V2 (xV2 = 204,67 m ; yV2 = 238,94 m)

85,69
RV 1V 2  Arctg  RV 1V 2  80o18'17”NE
14,64
Obs. O quadrante foi identificado como NE porque tanto x como y são positivos.

d V 1V 2  85,69 2  14,64 2  d V 1V 2  86,94m

Alinhamento V2-V3
V2 (xV2 = 204,67 m ; yV2 = 238,94 m)
V3 (xV3 = 199,62 m ; yV3 = 163,43 m)

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


31
 5,04
RV 2 V 3  Arctg  RV 2 V 3  3o 49'34”SO
 75,51

Obs. O quadrante foi identificado como SO porque tanto x como y são


negativos.

dV 2V 3  (5,04) 2  (75,51) 2  d V 2V 3  75,68m

Alinhamento V3-V4
V3 (xV3 = 199,62 m ; yV3 = 163,43 m)
V4 (xV4 = 91,25 m ; yMR = 156,72 m)

 108,37
RV 3V 4  Arctg  RV 3V 4  86o 27'25”SO
 6,71

Obs. O quadrante foi identificado como SO porque tanto x como y são


negativos.

dV 3V 4  (108,37) 2  (6,71) 2  dV 3V 4  108,58m

Alinhamento V4-V1
V4 (xV4 = 91,25 m ; yMR = 156,72 m)
V1 (xV1 = 118,97 m ; yV1 = 224,30 m)
27,72
RV 4V 1  Arctg  RV 4V 3  22o18'09”NE
67,58

Obs. O quadrante foi identificado como NE porque tanto x como y são positivos.

dV 4V 1  27,722  67,582  dV 4V 1  73,05m

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


32
Modelo 02 (Azimute , distância e Observação)

MEMORIAL DESCRITIVO
Proprietário: Pedro Ambrósio Nascimento
Propriedade: Sítio Jatobá velho Município: Paramecium UF: CE
Área : 6.767,30 m2 Perímetro: 344,43 m
Resp. Técnico: Luis Alberto Soares CREA-CE : 215.711 Data 23 / 05/ 2003
ALINHAMENTO AZIMUTE Dist. Obs.
o O marco de referência fica localizado no marco quilométrico 136 da rodovia
MR-V1 27 56’33” 253,90
BR 146 e considerado origem do sistema de coordenadas locais .
o
V1-V2 80 18’10” 86,94 limita-se com terras de João Alberto
o
V2-V3 183 49’20” 75,68 limita-se com estrada do Boqueirão
o
V3-V4 266 27’16”SO 108,58 limita-se com terras de Pedro Marcus
o
V4-V1 22 18’11” 73,05 limita-se com terras de Paulo Cândido

Modelo 03 (Forma cursiva)

MEMORIAL DESCRITIVO
Proprietário: Pedro Ambrósio Nascimento
Propriedade: Sítio Jatobá velho Município: Paramecium UF: CE
2
Área : 6.767,30 m Perímetro: 344,25 m
Resp. Técnico: Luis Alberto Soares CREA-CE : 215.711 Data 23 / 05/ 2003

Partindo do marco quilométrico 136 da rodovia BR 146 em um rumo


verdadeiro de 27o56’33” NE, a uma distância de 253,90 m chegamos ao
vértice 01 da propriedade descrita. Partindo-se do vértice 01 em um rumo
verdadeiro de 80o18’10” NE, a uma distância de 86,94 m chegamos ao vértice
02, limitando-se em toda extensão com terras de João Alberto. Partindo-se do
vértice 02 em um rumo verdadeiro de 3o49’20”,SO a uma distância de 75,68 m
chegamos ao vértice 03, limitando-se em toda extensão com a estrada do
Boqueirão. Partindo-se do vértice 03 em um rumo verdadeiro de 86o27’16” SO,
a uma distância de 108,58 m chegamos ao vértice 04, limitando-se em toda
extensão com terras de Pedro Marcus. Partindo-se do vértice 04, em um rumo
verdadeiro de 22o18’11” NE, a uma distância de 73,05 m retornamos ao vértice
01, limitando-se em toda extensão com terras de Paulo Cândido e fechando a
poligonal de perímetro 344,43 m, delimitadora de área total de 6.767,30 m2, o
que constitui a propriedade descrita.

Fortaleza, __ de _______ de 2011

_________________________________________
Luis Alberto Soares CREA-CE : 215.711
- Responsável Técnico -

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


33
ENQUADRAMENTO
Chamamos de enquadramento do desenho, ao conjunto de operações que visam
definir formatos ou escalas, além do posicionamento otimizado do desenho da planta no
papel. Atualmente com a utilização de recursos de CAD (Desenho Assistido por
Computador), esta operação ficou extremamente simplificada. O objetivo de sua
apresentação neste trabalho é exclusivamente de proporcionar aos alunos iniciantes,
oportunidade desenvolvimento do raciocínio matemático associado ao desenho
topográfico, visto que este é ainda de fundamental importância, mesmo na chamada era
do silício.
No enquadramento nos deparamos com uma das duas situações seguintes:

a) A planta deverá ser produzida em um determinado formato, devendo


para isto ser determinada a escala e o posicionamento da planta no
papel.
b) A planta deverá ser produzida em um escala pré-estabelecida. Neste
caso deverão ser determinados o formato do papel, o posicionamento
da planta e o número de pranchas a serem utilizadas.

No presente trabalho será apresentada apenas a situação de enquadramento


citada no item “a”.

Procedimento:
- Uma vez definido em qual formato deverá ser apresentado o desenho da
planta, verifique quais os valores da maior dimensão (LP) e da menor
dimensão (lP) do formato;
- Determine um índice para o papel (iP), definido pela relação entre LP e lP;

lP
iP 
LP

- Determine as projeções leste-oeste (EO) e norte-sul (NS) do terreno.

LO = extremo leste – extremo oeste.


NS = extremo norte – extremo sul.
Obs. Caso LO > NS o eixo leste-oeste de verá ser posicionado paralelo a maior
extensão do papel. Caso LO < NS o eixo leste-oeste deverá ser posicionado paralelo a
menor dimensão do papel.
- Determine um índice para o terreno (iT) definido pela relação entre a menor
dimensão (lT) e a maior dimensão (LT) do terreno.

 NS 
iT  caso LO > NS e iT  LO caso EO < NS.
 LO  NS
- Compare o índice do terreno (iT) com o índice do papel (iP). Caso o índice do
terrena seja maior que o índice do papel, determine a escala pela menor
dimensão, caso contrário de termine pela maior dimensão.

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


34
- Determine um módulo provisório (M’) para a escala.

M '  LO caso LO > NS e iT < iP.
LP

M '  LO caso LE < NS e iT > iP.
lP

M '  NS caso LE < NS e iT < iP.
LP

M '  NS caso LE > NS e iT > iP.
lP
- Determine o módulo final da escala, que será igual ao módulo padronizado
(M), de valor imediatamente superior ao módulo provisório(M’).

EXEMPLO
Calcular em que escala deverá ser desenhada a planta do trabalho desenvolvido
como exemplo neste capítulo, para que o mesmo seja enquadrado inteiramente no
formato A3.

Dimensões do papel.
LP = 420 mm ou LP = 0,42 m
lP = 297 mm ou lP = 0,297 m

Dimensões do terreno
Extremo leste: x = 204,67 m
Extremo oeste: x = 91,25 m
Extremo norte: y = 238,94 m
Extremo sul: y = 156,72 m

Determinação do índice do papel (iP)

lP 297
iP   iP   i P  0,707..
LP 420

Determinação das projeções do terreno

Projeção leste-oeste
LO = 204,67 – 91,25  EO = 113,42 m
NS = 238,94 – 156,72  EO = 82,22 m
Como EO > NS , o eixo leste-oeste(x) deverá ser paralelo a maior dimensão so
papel.

Determinação do índice do terreno (iT)


Como EO > NS teremos:

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


35
 NS 82,22
iT   iT   iT  0,7249..
 LO 113,42

Determinação do módulo provisório (M’)


Como iT > iP o módulo da escala deverá ser determinado pela menor dimensão
(menor projeção do terreno dividida pela menor dimensão do formato).

 NS 82,22m
M'  M'  M '  276,835...
lP 0,297m

Determinação da escala definitiva na qual o desenho deverá ser produzido.


Consultando a relação dos módulos padrões verificamos que o valor
1
imediatamente superior a M’ é M =400. Logo, a escala será e  ou 1 : 400 ( lê-se
400
um para quatrocentos), significando que cada unidade linear verificada no terreno
deverá ser reduzida 400 vezes na representação.

Determinação dos espaços ocupados (eo) e espaços livres (el) do papel

Direção leste-oeste

Espaço ocupado
1
eo = x . e  eo  113,42m.  eo  0,2837m ou eo = 28,37 cm.
400
Espaço livre
el = espaço disponível – espaço ocupado
el = 42,00 cm – 28,37 cm  el = 13,63 cm
Margem (m’)
e 13,63cm
m'  l  m'   m'  6,815cm Significando que o ponto
2 2
extremo oeste deverá ficar posicionado no máximo 6,81 cm da borda esquerda do papel.

Direção norte-sul
Espaço ocupado
1
eo = y . e  e o  82,11m.  e o  0,20555m ou eo = 20,55 cm.
400
Espaço livre
el = espaço disponível – espaço ocupado
el = 29,70 cm – 20,55 cm  el = 7,20 cm

Margem (m’)

el 7,20cm
m' 
 m'   m'  3,6cm Significando que o ponto extremo
2 2
sul deverá ficar posicionado no máximo 3,6 cm acima da borda inferior do papel.

Elaborada pelo prof. Marcelo L. Macêdo


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